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Relatório Final de Estágio Profissional

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Academic year: 2021

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Universidade do Porto Faculdade de Desporto

Relatório de Estágio Profissional

Orientador: José Virgílio Santos Silva

Professor Cooperante: José António Andrade

Ivo João Ferreira Bento

Porto, Julho de 2011

Relatório de estágio profissional, apresentado com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro).

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BENTO, I. (2011) Relatório de Estágio Profissional. Porto: Relatório de estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de mestre em ensino de Educação Física no Ensino Básico e Secundário apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

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Neste processo complexo, intensivo, exigente, cooperativo e de enorme partilha – O Estágio Profissional, não posso deixar em vão a felicidade que sinto ao terminar mais uma etapa da vida académica. Deixo por isso o meu apreço e gratidão a todas as pessoas que me apoiaram e ajudaram ao longo desta jornada e tornaram o meu sonho realidade.

Ao Professor Virgílio por todo o trabalho de orientação, pelos conhecimentos, incentivo e confiança demonstrados.

Ao Professor Andrade pela supervisão activa demonstrada ao longo de todo o estágio, sendo incansável nas críticas para a compreensão e melhoramento do meu trabalho enquanto Professor.

Aos professores da Escola Secundária de Valongo, em particular do Departamento de Expressões, pelo apoio e disponibilidade incondicional que demonstraram para me ajudar sempre que necessário.

Aos meus Pais, Lúcia e Alberto, pelo estímulo e pelo esforço feito no sentido de me darem a melhor Educação possível e na tentativa de me oferecerem uma vida de sonho. Nada disto seria possível sem vocês. O meu muito obrigado. Ao meu Irmão por nunca me perturbar durante os meus momentos de concentração abdicando da sua bateria.

Aos meus grandes Amigos da FADEUP pela partilha constante de experiências e pelo apoio manifestado ao longo destes dois últimos anos. Pelas jantaradas, Karaokes, Férias em VnMf, Madeira @ O meu obrigado: Joca, Vareta, Filipa, Inês, Rosa e Joana.

Ao António Moreira por ter acompanhado de perto, durante os últimos 7 anos, todos os meus passos no Time, Zuzart, Academia@ por me divertir e descontrair nos momentos de maior tensão. Um muito obrigado pelo apoio oferecido e por simplesmente seres o meu melhor Amigo.

À minha Ana por um milhão de razões, das quais: Fazer parte da minha vida; por me acalmar nos momentos de grande nervosismo; por me divertir incansavelmente fazendo-me rir até chorar; pelo incondicionalíssimo apoio dedicado nos vários domínios, na ajuda de tomadas de decisão importantes ao longo dos últimos 8 anos de partilha; pela crítica constante do meu trabalho, permitindo-me melhorar ainda mais a minha capacidade de reflexão através de discussões acesas sobre diversos assuntos, e neste ano mais particularmente

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Índice Geral

Agradecimentos ...iv

Índice de Gráficos ...vi

Índice de Anexos ... vii

Índice de Quadros ... viii

Índice de Figuras ... ix

Resumo ... xi

Abstract ... xiii

Índice de Abreviaturas ... xv

Introdução ... xvii

Capítulo I – Enquadramento e Reflexão Biográfica ... 5

1. O Meu Percurso ... 6

2. Expectativas Iniciais ... 8

Capítulo II – Enquadramento Teórico ... 11

1. Contexto Legal, Funcional e institucional do Estágio Profissional ... 12

Capítulo III – Realização da Prática Profissional ... 23

1. Organização da Prática segundo Áreas de Desempenho ... 24

Capítulo IV – Projecto de Investigação ... 51

1. A escolha da questão de investigação atentando na realidade da escola e nos seus problemas em contexto ... 52

Capítulo V – Reflexões Finais ... 67

Referências Bibliográficas ... 72

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Gráfico 1: Número de alunos turma 10º CT5 por género !!!!!!!..!!....34 Gráfico 2: Idades dos alunos turma 10ºCT5!!!!!!!!!!!!!!..!... 34 Gráfico 3: Distribuição dos alunos turma 10ºCT5 por local de residência!!... 34 Gráfico 4 número de alunos com e sem reprovações turma 10ºCT5!!!!! 35 Gráfico 5: Número de alunos turma 10ºCT5 distribuídos por escalão!!!...!35 Gráfico 6: Distribuição dos pais e mães por profissão!!!!!!!!!!..!36 Gráfico 7: disciplina favorita turma 10CT5!!!!!!!!!!!!!!!!....36 Gráfico 8: Satisfação dos professores quanto ao espaço e material!!!!....72 Gráfico 9: Influência do espaço e material no processo de Ensino e

Aprendizagem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!..! 73 Gráfico 10: Planeamento das aulas segundo o espaço e material!!!!!!.73 Gráfico 11. Plano de melhoria dos espaços pela escola!!!!!!!!!..!73

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Índice de Anexos

Anexo 1: Planeamento anual!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!..!..II Anexo 2: Distribuição de espaços e Roulement de instalações de Ed. Física!..!III Anexo 3: Exemplo de Unidade Didáctica!!!!!!!!!!!!!!!!!.!...V Anexo 4: Exemplo de plano de aula!!!!!!!!!!!!!!!!!!.!!!VII Anexo 5: Exemplo de grelha de avaliação diagnóstico e critérios de avaliação!. XI Anexo 6: Ficha de assiduidade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!... XIV Anexo 7: Critérios de avaliação da apresentação do trabalho de grupo!!!.... XV Anexo 8: Grelha de avaliação sumativa por modalidade!!!!!!!!!!...XVI Anexo 9: Grelha de avaliação por período!!!!!!!!!!!!!!!!!XVII Anexo 10: Critérios de avaliação: Atitudes e valores!!!!!!!!!!!...XVIII Anexo 11: Ficha de observação!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...XIX Anexo 12: Glossário!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...XXI Anexo 13: Timeline!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...XXVI Anexo 14: Diploma Torneio de Andebol!!!!!!!!!!!!!!!!...XXVII Anexo 15: Regulamento torneio de Andebol!!!!!!!!!!!!!!..XXVIII Anexo 16: Exemplo da ficha de jogo!!!!!!!!!!!!!!!!!!.XXXII Anexo 17: Exemplo de tabela classificativa!!!!!!!!!!!!!!..XXXIII Anexo 18: pódio e taças!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.XXXIV Anexo 19: Carta de formalização de colaboração “Fantas-sábados”!!....XXXV Anexo 20: Ficha de recepção aos participantes!!!!!!!!!!!!.XXXVI Anexo 21: Ficha de recepção aos alunos!!!!!!!!!!!!!!.... XXXVII Anexo 22: Carta de patrocínio!!!!!!!!!!!!!!!!!!.!.. XXXVIII Anexo 23: Convocatória!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!XXXIX Anexo 24: Cartaz – Acção de formação de Capoeira!!!!!!!!!!!XLI Anexo 25: Panfleto- Acção de formação de Capoeira!!!!!!!!.!...XLII Anexo 26: Ficha de apreciação global da acção de formação de Capoeira. XLIII Anexo 27: Diploma professores!!!!!!!!!!!!!!!!!!!..XLIV Anexo 28: Diploma prelectores!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!XLV Anexo 29: Questionário de investigação!!!!!!!!!!!!!!.!.XLVI

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Quadro 1: Categorias de Ensino segundo Mosston & Ashworth!!..47 Quadro 2: Esquema representativo das categorias e sub-categorias de análise!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.!..75

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Índice de Figuras

Figura 1: Esquema descritivo das fases de aprendizagem da técnica segundo Meinnel e Bento!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!44 Figura 2: Esquema representativo do espectro dos estilos de ensino!.47 Figura 3: Exemplo de questões teste teórico!!!!!!!!!!!.!.51 Figura 4: Escala de avaliação teste teórico!!!!!!!!!!!!.! 52 Figura 5:Página dos alunos Moodle!!!!!!!!!!!!!!!.!. 53 Figura 6: Gincana de Prevenção Rodoviária!!!!!!!!!!!.!. 59 Figura 7:Jantar de Natal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!... 60 Figura 8: Caminhada Valongo-Couce-Parque da cidade de Valongo!!61

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Resumo

O presente documento tem o propósito de reproduzir as vivências práticas decorridas no Estágio Profissional, no 2º ano, do 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, no ano lectivo 2010/2011.O estágio profissional assume um papel preponderante, na formação e maturação da identidade profissional daqueles que o realizam com sucesso. Este foi um ano único de aprendizagem e consolidação de conhecimentos. A sua realização visa documentar as actividades desenvolvidas ao longo do Estágio Profissional que decorreu na Escola Secundária de Valongo, através de uma análise crítica e reflexiva de todo o processo. As actividades do Estágio Profissional englobam assim a prática de ensino supervisionada, onde o professor-estagiário será responsável por uma turma, e por todas as actividades de planeamento, realização e avaliação do ensino. Sendo que todo o processo é supervisionado por um professor cooperante, e por um orientador de estágio. A organização do presente relatório seguirá o regulamento de Estágio Profissional, procurando focar as quatro áreas de desempenho: Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 – Participação na Escola; Área 3 – Relações com a Comunidade e Área 4 – Desenvolvimento Profissional. A primeira parte consiste na caracterização geral do estágio e é apresentada a pertinência da realização de um relatório. Na segunda parte é realizado um enquadramento biográfico. A terceira parte apresenta um enquadramento da prática profissional, quer a nível institucional, quer a nível funcional. Também é realizado um enquadramento conceptual, nomeadamente, no que concerne à educação, à concepção de educação, de Educação Física, do “ser professor”. No término deste documento pude concluir que o Estágio Profissional se assumiu como um momento determinante na minha formação enquanto futuro professor, complementando a formação teórico-prática adquirida durante os primeiros anos do curso.

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Abstract

The present document has the purpose to reproduce the practical experiences during the pre-service of the PE teacher, on 2nd year, 2nd cycle on PE Teaching at Elementary and Secondary Schools, from the Faculty of Sports of the Oporto University, in the school year 2010/2011. The professional training plays an overweight role in the formation and maturation of the professional identity of those who accomplish it. This was a unique year of learning and consolidation of knowledge. Its execution aims to document the activities that occurred throughout the practicum in the Secondary School of Valongo, with a critical and reflective analysis of the whole process. These activities encompass the supervised practice of teaching, where the preservice teacher will be responsible for a class and for all the activities of planning, execution and evaluation of teaching. The whole process is supervised by a cooperating teacher and a supervisor. The organization of this report will follow up the Practicum regulations in order to focus in four areas: Area 1 – Organization and Management of Teaching and Learning; Area 2 – Participation in School; Area 3 – Relationship with the Community and Area 4 - Professional Development. The first part presents an overall characterization of the pre-service and the relevance of a report. In the second part a biographical framework is written. The third part presents a framework of the professional practice, both at institutional and functional level. A conceptual framework is also accomplished, in particular, with regard to education, concept of education, PE and “to be a teacher".At the end of this document I was able to conclude that the Practicum turned out to be an important moment of my educational training as a future teacher, supplemented with the theoretical practice acquired through my first years of the degree.

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Introdução

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Índice de Abreviaturas

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade de Desporto ESV – Escola Secundária de Valongo

CEFAD - Centro de Estudos Formação e Actividades Desportivas SBV- Suporte Básico de Vida

UD- Unidade Temática DT- Director de Turma

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O presente Documento foi realizado no âmbito do Estágio Profissional inserido no 2º Ciclo de Estudos inerente ao Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, inserido na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Ao longo deste relatório pretendo dar conta de todo o processo de estágio, abordando as diferentes actividades que desenvolvi, reflectindo sobre esta experiência e sobre o contacto com a realidade docente.

Quero acima de tudo reflectir de uma forma crítica sobre esta experiência pedagógica, defendendo a ideia de Zeichner (1993) que realça que é com base neste processo reflexivo que o professor desenvolverá as suas competências pedagógicas. Descreverei assim este caminho que percorri, procurando não o fazer de forma distante, mas fazendo-o com uma consciência crítica e reflexiva, enfatizando assim a importância do Estágio Profissional na minha formação, permitindo-me este fazer uma conexão com os conteúdos teóricos que fui assimilando nos quatro anos de Faculdade.

Como refere Marcon e colaboradores (2007), existe a necessidade da formação inicial dos professores assegurar a indissociabilidade entre a teoria e a prática, como Componente Curricular, acrescentando que a Formação em Educação Física deve dar a possibilidade de uma intervenção didáctico-pedagógica, permitindo a vivência de experiências docentes diversificadas que favoreçam a construção de competências enquanto Professor.

Com isto é fundamental numa primeira parte deste relatório contextualizar esta experiência no espaço, fazendo uma breve caracterização da escola, destacando o porquê de ter chegado até ela, salientando quais as minhas expectativas e objectivos iniciais, indissociáveis do meu percurso até aqui. Posteriormente, organizarei este documento atentando nas questões legais e regulamentares que acabam por contextualizar este processo, desenvolvendo de seguida os aspectos relativos às diferentes áreas de Desempenho definidas no Regulamento de Estágio: Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; Área 2 – Participação na Escola; Área 3 – Relações com a Comunidade e Área 4 – Desenvolvimento Profissional. Obviamente que estas áreas não são estanques e separadas entre si, elas foram-se interligando no decorrer da prática pedagógica, pois como refere

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Introdução

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Pacheco (1996), cada professor vive o quotidiano escolar na medida dos seus próprios sentimentos de identidade profissional, investindo na sua própria mudança, de forma a ultrapassar a insegurança causada pelas situações mais complexas, daí que este meu estágio tenha sido vivido em função das minhas crenças, medos, lutas, e em função de variáveis que me foram externas, como os alunos, os espaços e a própria escola.

Terminarei então este relatório com um balanço de toda esta experiência, avaliando a importância que esta confrontação com a realidade docente teve na minha formação, buscando nesta o início de uma vida profissional recheada de perspectivas e reflexões.

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6 1. O Meu Percurso

Como refere Freire (cit.in Antunes, 2001), somos enquanto homens seres inacabados, inconclusos numa realidade que sendo histórica é também ela inacabada, daí que o meu percurso de vida tenha que ser considerado até aqui para que se possa compreender a minha história e de que forma esta se cruza com a Educação Física, assumindo que é ainda uma história inacabada e que foi sendo moldada com esta experiência de estágio. Obviamente que não iniciei este Estágio como uma “tábua rasa”, trazendo na bagagem os conhecimentos adquiridos na Faculdade ao longo dos últimos anos. Mas para além da Faculdade, olhando para o meu percurso pessoal, pode encontrar-se sempre uma ligação à Educação Física e ao Desporto. Desde criança sempre tive uma ligação forte com a prática Desportiva, desde o simples jogar à bola com os amigos de infância até à prática de Modalidades como Natação, Basquetebol, Futebol e Musculação.

De 2006 a 2009 fiz a Licenciatura em Educação Física, Saúde e Desporto pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte, tendo ingressado neste Instituto após a conclusão do Ensino Secundário, na área de Desporto. No decorrer dessa Licenciatura desenvolvi conhecimentos a nível da Prática Pedagógica e Didáctica do Desporto, assim como na Avaliação e Prescrição do Exercício, Anatomia, Fisiologia do Exercício, proporcionando-me um leque de conhecimentos interessantes e diversificados. No decorrer da Licenciatura apercebi-me do quão fascinante é a ligação da prática desportiva com a saúde e da capacidade que temos enquanto profissionais desta área de ajudar os outros a sentirem-se melhor, proporcionando-lhes um maior bem-estar. Desenvolvi uma série de mini-estágios, entre eles destaco o da Escola Secundária em Rio Tinto, onde estive com um grupo de colegas, que trabalhar com uma turma, desenvolvendo todas as actividades inerentes à actividade docente. Estive também em dois infantários a trabalhar com as crianças, tendo gostado muito de ensinar os alunos desta faixa etária. Para além do contexto de ensino, a minha licenciatura direccionou-me ainda para contextos de saúde, tendo trabalhado com pessoas com necessidades educativas especiais e idosos no se refere às questões de reabilitação.

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Enquadramento Teórico

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Em Outubro de 2009, ingressei na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), de modo a desenvolver o Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, tendo adquirido aqui conhecimentos direccionados em concreto ao Ensino propriamente dito, destacando a Didáctica Geral do Desporto e as Didácticas Específicas, assim como conhecimentos na área da Gestão e Cultura Organizacional da Escola. Sem dúvida que a componente curricular da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto me proporcionou uma ampla formação multidisciplinar, dotando-me de instrumentos e das metodologias necessárias para cumprir este desafio de ser Professor de Educação Física.

Para além da Formação Académica desenvolvi alguma formação complementar associada ao Desporto e Educação Física, tendo feito um Curso de Instrutor de Musculação e Cardiofitness no Centro de Estudos Formação e Actividades Desportivas (CEFAD) e um curso de Nutrição neste mesmo Centro, tendo também tirado o Curso de Nadador Salvador pelo Instituto de Socorros a Náufragos, desenvolvendo esta actividade num período de 2 anos em Piscinas Municipais. A minha reduzida experiência profissional foi sendo traçada na área do Desporto, tendo trabalhado como Instrutor de Musculação e Cardiofitness em alguns ginásios, dando aulas de Educação Física a idosos num centro Socioeducativo, encontrando-me actualmente a ensinar crianças entre os 5 e 7 anos na modalidade de futebol.

Deste modo, acabei por contactar com diversos “públicos”, com faixas etárias e necessidades diferentes, alertando-me isto para a polivalência inerente à Educação Física. Porém, considerando todas as actividades que desenvolvi, todas as experiências que tive, as que mais me fascinaram foram as que tive em contexto escolar. Tenho um fascínio imenso pelo Ensino da Educação Física em contexto escolar, e por todos os aspectos associados ao processo de Ensino e Aprendizagem. Optei assim por este Mestrado devido à sua via profissionalizante, capacitando-me para ser um Professor de Educação Física, permitindo-me contactar com a realidade escolar que tanto me atrai.

Resta-me acrescentar que todas estas aprendizagens académicas e profissionais foram fundamentais neste percurso de Estágio, tendo contado

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com o apoio do Professor Cooperante, do meu Orientador e da minha colega de estágio, destacando ainda o papel dos alunos com os quais trabalhei, que se mostraram sempre empenhados e dispostos a aprender. Comecei este estágio com um conjunto de expectativas, que se foram moldando ao longo do tempo, mas que me fizeram concluir que esta é apenas uma etapa, um início, de uma vida profissional, que espero que seja traçada no Ensino e no Desporto.

2. Expectativas Iniciais

Depois de todas as aprendizagens que desenvolvi ao longo de todo o meu percurso académico, contactando com vários professores e profissionais que me deram a conhecer os processos inerentes ao Ensino da Educação Física, preparando-me para a realidade, tinha chegado a hora de enfrentar essa mesma realidade, e de pôr em prática aquilo que ao longo dos quatro anos anteriores fui assimilando. As minhas expectativas para o Estágio foram sempre bastante optimistas, desejando que esta experiência me proporcionasse um total enriquecimento, não apenas enquanto profissional do Ensino da Educação Física, mas também enquanto pessoa.

Desde logo, depois do primeiro contacto que tive com a Escola Secundária de Valongo, me apercebi que a minha opção em termos de local de estágio tinha sido acertada, pois deparei-me com uma escola bastante organizada e com um corpo docente extremamente qualificado e motivado a promover o sucesso dos alunos. Estavam assim criadas todas as condições para que o estágio me pudesse permitir uma aprendizagem rica, trazendo-me novos conhecimentos sobre aquilo que é ensinar dando-me outras ferramentas de trabalho, possibilitando um contacto mais próximo com a realidade.

A integração na escola foi bastante fácil, tendo tido por parte do grupo de Educação Física e em concreto do Professor Cooperante toda a orientação necessária e toda a explicação do funcionamento da escola, essencial para numa fase inicial me integrar da melhor forma possível, destacando a 1ª reunião desenvolvida com o Professor Cooperante onde este desde logo se

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Enquadramento Teórico

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mostrou disposto a ajudar-nos e a guiar-nos neste estágio, apresentando-nos a escola e os seus elementos, permitindo-nos um 1º olhar sobre ela.

Ansiava inicialmente que este período de descoberta onde dei os primeiros passos, enquanto Professor, levasse ao meu desenvolvimento e ao desenvolvimento dos alunos com os quais trabalhei. Devo assim, acentuar o papel que o Professor Cooperante teve nesta fase de estágio, estando presente em todos os momentos, pronto a clarificar-me todas as minhas dúvidas e a auxiliar-me em todas as decisões. Neste seguimento devo realçar que a relação com o Professor Cooperante foi marcada pela cooperação, tendo a experiência deste Professor sido extremamente enriquecedora e fundamental para mim.

Obviamente que tive dúvidas, receios e indecisões e que nem todos os momentos foram fáceis, mas pude sempre recorrer ao meu Orientador no sentido de esclarecer essas mesmas questões, tendo este sido um mediador em todo este processo, mostrando-se disposto a auxiliar-me e a orientar-me de forma a enriquecer ao máximo esta experiência de estágio. Com isto concluo que não percorri este caminho sozinho, tendo desenvolvido uma boa relação com a minha colega de estágio, colaborando com ela neste percurso marcado por uma partilha e discussão constantes de ideias e perspectivas, tendo isto tornado este processo muito mais interessante.

Espero acima de tudo que este estágio seja uma porta que se abra para novos caminhos, pois deu-me a conhecer a complexidade da profissão de Professor alertando-me para as adversidades inerentes a ela, mas também motivando-me para o seu exercício, equipando-me com outras metodologias e novos saberes-fazer. È claro que não ingressei neste Estágio como uma “tábua rasa” pois trazia na bagagem algum conhecimento adquirido na Faculdade, que foi com toda a certeza facilitador neste ano. Aliás, olhando para o meu percurso pessoal descrito no ponto anterior, pode encontrar-se sempre uma ligação à Educação Física e ao Desporto.

Certamente que todas estas aprendizagens académicas e profissionais tiveram o seu peso nesta fase de estágio, e que sem o apoio da Escola, do Professor Cooperante, do Orientador e da colega de estágio, não teria conseguido

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enfrentar toda esta realidade. Sei que esta fase não é o fim de nada, mas o início de um percurso de formação que de forma optimista, desejo que se desenvolva pela minha vida fora.

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Neste segundo capítulo pretendo dar conta dos aspectos que enquadram este projecto que é o estágio profissional em termos teóricos, dando conta da importância deste no aperfeiçoar das minhas competências enquanto Professor, permitindo-me desenvolver uma maior capacidade reflexiva sobre a prática.

1. Contexto Legal, Funcional e institucional do Estágio Profissional

Antes de mais parece-me essencial fazer uma contextualização em termos legais e estruturais do estágio, considerando as normas orientadoras presentes no Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro, além de ter em conta o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto, o Regulamento Geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de Educação Física. Em termos institucionais o Estágio é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física da FADEUP e decorre nos terceiro e quarto semestres desse mesmo ciclo. Enquanto no primeiro e segundo semestres as unidades curriculares estão direccionadas para o sistema de ensino na escola e para a arte de ensinar, o terceiro e quartos semestres são destinados para a prática pedagógica supervisionada, desempenhando o papel real enquanto professor de Educação Física numa escola específica e numa turma concreta.

Neste seguimento considero que enquanto estagiário é suposto que me desenvolva como um professor semiautónomo e actuante num contexto real de ensino, sobre a supervisão quer do orientador de estágio, quer do professor cooperante. Esta estrutura funcional assenta no pressuposto de que é através da prática e da aplicação dos conhecimentos num contexto real de ensino, que o professor “aprendente” desenvolve as suas competências profissionais, necessárias à prática docente. Neste modelo, a prática surge como elemento de convergência da preparação obtida nos anos anteriores da formação inicial, com a realidade da escola e com o contacto efectivo com os alunos. Pode assim afirmar-se que a realização do Estágio Profissional tem como principal finalidade integrar o estudante na vida profissional, de uma forma gradual e orientada, através da

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Enquadramento Teórico

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prática de ensino supervisionada em contexto real. Penso, neste sentido, que é no contacto incessante com a realidade, que as competências como futuro professor serão desenvolvidas, aguçando também um papel crítico e reflexivo, capaz de ajudar a enfrentar os problemas do dia-a-dia.

Aliás como defende Zeichner (1993), é no contexto real de aprendizagem que o professor confronta as suas crenças e conhecimentos empíricos com a prática concreta e objectiva do ensino. Sendo que segundo este autor, este confronto poderá conduzir a alterações ao nível do pensamento do professor, o que consequentemente se irá reflectir na sua actuação futura. Este é, segundo Zeichner (1993) um processo de constante auto – regulação, que permite ao professor ajustar os seus esquemas aos desafios provenientes do seu quotidiano na sala de aula, e que implicitamente acabam por gerar os seus saberes práticos.

De forma mais específica parece-me pertinente salientar que o Regulamento da Unidade Curricular do Estágio Profissional estabelece que o Estágio decorre inserido num Núcleo de Estágio, no contexto real de um estabelecimento de ensino com orientação conjunta de um Orientador da Faculdade e um Professor Cooperante da Escola. O estagiário deverá conduzir o processo de ensino/aprendizagem de uma turma do ensino básico ou secundário, isto não obstante o professor da turma ser o professor cooperante. Todo o processo de concepção, planeamento e realização é supervisionado pelo professor cooperante e acompanhado pelo orientador de estágio, sendo esperado que os colegas de estágio participem, nos processos de concepção e planeamento.

Posso realçar que existe, segundo o Decreto-lei nº 240/2001 de 17 de Agosto, um perfil geral de desempenho do professor que aparece organizado em quatro áreas distintas: Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; Participação na Escola; Relação com a Comunidade e Desenvolvimento Profissional.

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Cabe-me assim dizer que este projecto que é o estágio acaba por possibilitar a formação do futuro professor, tornando-o capaz de promover um ensino de qualidade, construindo-o enquanto professor reflexivo, que analisa, reflecte e sabe justificar a sua acção em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto de funções docentes que desempenha, entre as quais se destacam, funções lectivas, de organização e gestão, e também funções de cooperação. Neste sentido, visa a integração do conhecimento prático necessário ao professor, estabelecendo uma relação entre a teoria e a prática, contextualizando o conhecimento no próprio espaço escolar. Segundo Matos (2009), o estágio tem em vista a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão.

Obviamente que apesar de toda a estruturação e de todos os regulamentos associados a esta experiência de estágio, as expectativas que já referi no capítulo anterior tiveram a sua importância na minha prestação durante este ano, aliás como referem Shorrock & Calderhead (1997), as expectativas dos formandos em relação ao estágio, as suas crenças relativamente ao ensino, aos alunos e a si próprios (valores e convicções pessoais) relativamente a aspectos mais latos como a educação, o mundo e a vida, têm peso no desenvolver desta experiência. Mais do que uma formalidade a realização do estágio permite ao futuro professor projectar a actividade de ensino em várias direcções, desde logo no quadro de uma concepção pedagógica referenciada às condições gerais e locais da educação e especificamente à escola concreta onde o estágio é realizado, sendo essa projecção também realizada às condições imediatas da relação educativa, e à especificidade da Educação Física, nunca esquecendo as características variadas dos alunos.

Em suma cabe-me dizer que o Estágio constitui uma oportunidade de experimentação activa e diálogo com a própria acção, acabando por permitir a tomada de consciência das exigências, dificuldades e desafios que o exercício da profissão reserva, bem como das limitações e potencialidades do próprio

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Enquadramento Teórico

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estagiário (Schon, 2000). Este confronto directo com situações de prática real, a resolução de problemas concretos e a interacção com outros participantes são determinantes à iniciação nas convenções, saberes e linguagens específicas da profissão (Schon, 2000), estando nesta fase de formação inicial, veiculados os modelos, valores e crenças que irão determinar a forma como irei encarar a profissão futuramente e o modo de como irei desenvolver-me no seio desta.

2. Função da Educação Física na Escola: Contextualização da Prática Docente

Arriscar-me-ia a afirmar que a escola é uma instituição marcadamente social, não podendo ser resumida a um edifício com um conjunto de paredes, muros, ou como um conjunto de regulamentos, esta deve acima de tudo ser vista como uma unidade social viva, animada por pessoas de «corpo e alma» (Baptista, 2009). A escola emerge neste sentido enquanto espelho da sociedade e como um agente de socialização, estando sujeita às mudanças que essa mesma sociedade vai sofrendo no decorrer do tempo. Posto isto parece-me necessário elucidar que a sua maior função se prende com a educação dos jovens para a vida futura. Sendo, como já referi, a escola um reflexo da sociedade e das suas mudanças, é de notar que actualmente esta exige cada vez mais uma educação para a saúde, daí a importância crescente da Educação Física na escola, estando esta intrinsecamente associada à promoção da saúde.

A escola indissociável da sociedade é justificativa do carácter multifacetado da actividade docente, aliás para Cunha (2008), as transformações sociais, cada vez mais rápidas, associadas à complexidade da dimensão educativa, fazem com que a profissão docente seja alvo de um conjunto de tarefas, de funções e de papéis difíceis de concretizar, nomeadamente no seio de instituições escolares cada vez mais heterogéneas e multiculturais. Neste sentido, se, por um lado, o desenvolvimento de práticas de ensino de excelência está muito dependente da predisposição do indivíduo, por outro, é certo que os espaços onde essas mesmas práticas ocorrerão e as características dos diversos intervenientes com os quais teremos de nos

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relacionar, enquanto futuros professores, terão, também, uma forte influência em todo o processo.

Compreende-se então a pertinência da Educação Física aparecer inserida nos programas das nossas escolas, exactamente pelo facto de hoje já se perceber a importância de uma educação para a saúde e bem-estar, verificando-se para Duarte (1991),que a Educação Física é promotora de um crescimento saudável, estimulando a aptidão física dos alunos de várias formas, capacitando para o desenvolvimento das capacidades motoras, criando o gosto pela prática de actividades físicas e desportivas, que poderão ser praticadas mais tarde na ocupação de tempos de lazer, servindo ainda como factor de melhoramento dos conhecimentos sobre os princípios de higiene e hábitos pessoais de saúde.

Mais que tudo isto temos de estar conscientes de que efectivamente é na escola que as crianças passam a maior parte do tempo, tendo esta instituição o dever de contribuir para o seu desenvolvimento, citando Pina (1995), a Escola desempenha um papel importante no desenvolvimento integral das crianças e jovens, tendo um papel de relevo na formação de comportamentos e decisões sempre no contexto de todos os fenómenos sociais e em interacção com outras influências educativas. Por estes aspectos a escola acaba por surgir como o meio ideal para avaliarmos e trabalharmos as várias experiências e competências que as crianças e jovens vão desenvolvendo, daí que como defende Bento (1991), a escola tenha o papel privilegiado de proporcionar uma completa democratização da Cultura do Desporto que contribua para o desenvolvimento integral que referi anteriormente, tendo assim a Educação Física um papel preponderante nesse mesmo desenvolvimento.

Por toda esta relevância da escola no desenvolvimento multifacetado dos jovens e crianças e do peso desta na promoção da Educação Física e do gosto pela prática é essencial desenvolver uma breve descrição da escola onde efectuei o meu estágio e da turma com a qual trabalhei, abordando estas questões no ponto que se segue.

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Enquadramento Teórico

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3. Caracterização da Escola e da Turma: o Contexto e os seus Actores

Parece-me extremamente importante realçar a excelente escolha que fiz pelo local de realização do meu estágio, pois durante este ano consegui comprovar a total disponibilidade da Escola Secundária de Valongo, na criação de condições para a realização do meu trabalho, sendo composta por pessoal docente extremamente qualificado e empenhado, tendo um ambiente favorável ao ensino e aprendizagem. É é uma escola pública que abrange o 3º Ciclo e o Ensino Secundário, servindo a população de Valongo e as suas freguesias, nomeadamente Campo e Sobrado. È uma escola bem localizada, situando-se na área Metropolitana do grande Porto, estando por isso inserida num meio com boa rede de acessos e transportes, atraindo alunos de concelhos vizinhos, como Paredes e Gondomar. Esta escola apresenta assim um número de alunos considerável (cerca de 1500), estando estes distribuídos por turmas de Ensino Básico e Secundário, e ainda por Cursos Profissionais. Mais recentemente num regime nocturno surgiram os Cursos de Educação e Formação de Adultos, sendo portanto o leque de formação proporcionado por esta escola, bastante abrangente, sendo esta uma escola multifacetada. Os alunos que frequentam a Escola Secundária de Valongo (ESV) vêm de famílias maioritariamente dedicadas ao comércio e serviços sendo o desemprego nas famílias, uma realidade cada vez mais presente, sendo as qualificações dos pais e encarregados de educação em mais de metade, inferiores ao 3º ciclo. A escola está organizada em diferentes departamentos, estando os docentes distribuídos por estes, sendo que o núcleo de Educação Física surge incorporado no Departamento de Expressões, que abrange também as áreas de Educação Visual e Educação Tecnológica, tendo este departamento um coordenador e um sub-coordenador.

A nível mais Micro e olhando para a caracterização da turma do 10º CT5 com a qual trabalhei é possível verificar-se uma certa variedade no que respeita às características dos alunos, verificando-se que estes vivem em locais diferentes e têm um historial familiar também ele diversificado. Perante isto parece ser extremamente redutor pensar na prática docente como algo previsível e estático, pois olhando para a diversidade de pessoas com as quais

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temos que lidar enquanto docentes é completamente impossível termos tudo sob o nosso controlo. Pode assim verificar-se nos gráficos que se seguem de forma ilustrativa a caracterização da turma com a qual aperfeiçoei a minha prática.

Gráfico 1: Nº de Alunos Turma 10º CT5 por Género Gráfico 2: Idades dos Alunos Turma 10ºCT5

A turma do 10º CT 5 é constituída por 27 alunos, dos quais 18 são raparigas e 9 rapazes, sendo por isso uma turma maioritariamente feminina, tendo os alunos idades compreendidas entre os 14 e 17 anos, estando a grande maioria na faixa etária dos 14 e 15 anos. Devo contudo dizer que nas aulas de educação física apenas tive a presença de 26 dos 27 alunos.

Gráfico 3: Distribuição dos Alunos Turma 10º CT5 por Local de Residência

A maior parte dos alunos reside na cidade de Valongo, onde se situa a escola, sendo que os restantes residem em cidades e vilas vizinhas, não estando nenhum deles a uma grande distância da escola. Posso também afirmar que esta é uma turma pouco problemática e sem graves problemas de indisciplina tendo como se pode verificar na tabela apresentada em baixo um reduzido número de retenções, duas das quais no 3º ciclo e outras duas no secundário. 18 rapariga s 9 rapazes 14 anos 6 alunos 15 anos 17 alunos 16 anos 3 alunos 17 anos 1 aluno 10 Sobrado 13 Valongo

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Enquadramento Teórico

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Gráfico 4: Nº de alunos Com e Sem Reprovações Turma 10º CT5

Aparentemente e tendo em conta o número reduzido de alunos com subsídio de apoio escolar atribuído, esta é uma turma com um nível socioeconómico razoável, sendo que apenas sete dos 26 alunos usufruem de algum tipo de escalão.

Gráfico 5: Nº de alunos Turma CT5 distribuídos por Escalão (Subsidio de apoio Escolar)

Se olharmos para o gráfico representativo da profissão do Pai e da Mãe, a maioria dos pais trabalham na Construção civil, enquanto as mães na sua maioria são administrativas, havendo um maior número de desemprego nas mães do que nos pais, não sendo no entanto esse volume representativo, existindo apenas a situação de um aluno onde quer o pai quer a mãe se encontram em situação de desemprego, sendo que nas restantes situações, pelo menos um dos elementos está empregado.

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4

Sem reprovações Com reprovações

3 4

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Escalão A Escalão B Sem Escalão

Duas no 3º ciclo Duas no Secundário

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Gráfico 6: Distribuição dos Pais e Mães por Profissão

Com toda a certeza que especialmente na fase inicial do estágio foi bastante relevante para mim tentar fazer esta contextualização das características quer dos alunos, quer dos pais de forma a perceber com que jovens iria ter de lidar e trabalhar percebendo um pouco melhor a sua história familiar e os seus modos de vida, visto que a escola deverá acima de tudo reconhecer as diferenças sociais, culturais e familiares de modo a melhor definir e planear estratégias e métodos de ensino, garantindo uma melhor relação e uma resposta mais eficaz à heterogeneidade. Foi assim importante compreender as preferências dos alunos e verifiquei que estes na sua maioria tinham a Educação Física como disciplina favorita, o que acaba por ser motivador para o desenvolvimento do meu trabalho.

Gráfico 7: Disciplina Favorita dos alunos Turma 10º CT5

2 2 1 3 1 1 3 1 1 1 1 1 1 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 4 0 0 0 0 0 0 4 0 2 2 1 1 1 1 1 1 Pai Mãe 2% - Fil 4% - outras 7% - Port 9% - Biol 13% - FQA 15% - Ing 24% - EF 26% - Mat

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Enquadramento Teórico

21 4. O Estágio como Prática Reflexiva

Com toda a certeza consigo afirmar que esta experiência de estágio, devido a toda a heterogeneidade de momentos e de situações, me fez desenvolver uma maior capacidade de reflectir e de pensar sobre as minhas acções e sobre a forma de ultrapassar os obstáculos que me foram surgindo ao longo do caminho, demonstrando-me isto toda a imprevisibilidade associada à prática docente tornando-a assim numa prática essencialmente pensante.

Desde logo como sugere Lopéz (1994), o ensino identifica-se como uma actividade cujas características mais notórias são a incerteza, a instabilidade, a insegurança e a impossibilidade de realizar predições totalmente seguras. Perante isto é possível dizer-se que cabe a cada profissional encontrar os seus próprios Modelos, estando receptivo a novos métodos e estratégias. Não será decerto extremista afirmarmos que a reflexão-acção se apresenta como indispensável para os profissionais docentes, sendo esta que irá determinar o modo de como cada um se posiciona face ao ensino e aos seus processos, prolongando-se esta capacidade desde o momento de formação inicial até ao desenvolver desta mesma actividade que é ensinar.

Posso assim considerar o estágio como uma oportunidade de criar e aperfeiçoar a minha capacidade de reflectir sobre os conceitos e conteúdos que fui conhecendo durante o percurso académico, tendo assim oportunidade de colocá-los em prática e de questioná-los, desenvolvendo a minha acção de forma reflexiva. A acção reflexiva como citado por Zeichner (1993), é uma acção que implica uma consideração activa, pertinente e cuidadosa daquilo em que se acredita ou que se pratica, à luz dos motivos que o justificam e das consequências a que conduz, neste seguimento este autor acrescenta que a acção não se resume a um conjunto de técnicas que são passíveis de empacotar e ensinar. Não seria possível desenvolver todo este processo reflexivo sozinho e sem qualquer tipo de supervisão, destacando portanto o papel do Orientador e Professor Cooperante, que acima de tudo pretendem fomentar o espírito crítico e reflexivo, incentivando a um questionamento constante.

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È inegável perante tudo isto a importância da supervisão no decorrer desta experiência de estágio, Alarcão e Tavares (1987) realçam que a supervisão é um processo em que um professor mais experiente e informado, orienta um outro candidato a professor, no seu desenvolvimento humano e profissional. O estágio acaba assim por trazer ao de cima os meus pontos de vista e a minha opinião sobre os aspectos que fui aprendendo na teoria, reflectindo em conjunto com orientador, professor cooperante e colega de estágio, sobre a prática. Assim sendo as crenças que possuímos acabam por influenciar o modo de como pensamos e actuamos, sendo que o contexto também tem peso nessa mesma actuação.

Todas estas crenças e valores que trouxe para o estágio foram-se interligando com o prescritivamente presente e explícito nos documentos e regulamentos oficiais, tendo que ser capaz de me posicionar face a essas prescrições, desenvolvendo assim a minha actividade, porém não podemos cair no risco de dizer que o professor é apenas influenciado pelas suas características individuais, pois obviamente que o contexto e os requisitos legais e oficiais afectam as nossas escolhas. Como defende Elbaz (1991), o professor não pode funcionar de forma totalmente idiossincrática, pois existem aspectos socioculturais que enquadram a sua acção, sendo que a estrutura da própria disciplina distingue os métodos, conteúdos e formas de a organizar, cabe-me assim como profissional interpretar toda essa estruturação, reflectir e tomar as minhas decisões.

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1. Organização da Prática segundo Áreas de Desempenho

No decorrer deste período de estágio, tornei-me responsável por uma turma de 10º Ano (CT5), bem como por todas as actividades de planeamento, realização e avaliação do ensino desta, para além disto acompanhei conjuntamente com a minha colega de estágio e o professor Cooperante a Direcção de uma Turma de 12º Ano (CT2), e os processos a esta inerente. O desenvolvimento do meu trabalho teve como base, quatro áreas de desempenho definidas no documento orientador de estágio (Matos, 2009): Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; Área 2 - Participação na Escola; Área 3 - Relações com a Comunidade; Área 4- Desenvolvimento Profissional.

Posso começar por afirmar que efectivamente o 1º momento a referir neste estágio profissional foi a leitura de uma série de documentos que sem dúvida me auxiliou na preparação para este desafio. Analisei então o Regulamento e as Normas orientadoras do Estágio Profissional, de forma a conseguir perceber qual o meu papel e quais os objectivos a cumprir, não esquecendo as questões legais referentes à Organização e Gestão Escolar (Decreto-lei nº75/2008).Li também o Regulamento Interno da escola e respectivo Projecto Educativo, permitindo-me estes documentos, compreender melhor o contexto em que iria trabalhar e as suas directrizes, percebendo o modo de funcionamento da escola e as suas normas, assim como a comunidade escolar que a compõe. Tive contacto com o Projecto Curricular de Turma onde pude ver como este espelha as características específicas desta, analisando também o Plano Anual de Actividades da escola.

Admito que inicialmente nesta fase de análise documental senti algumas dificuldades em conseguir contextualizar aquilo que legalmente é exigido ao real, daí que deva destacar a importância do professor Cooperante que, com a sua experiência, me foi auxiliando a encarar a realidade do ensino em associação aos Programas definidos. Estes documentos, foram assim ganhando sentido, à medida que os fui descodificando de forma mais crítica, associando-os a uma análise do próprio contexto. Contexto esse, que inicialmente desconhecia, tendo sido no início, uma barreira para a construção

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de decisões que promovessem o desenvolvimento e aprendizagem desejáveis para os alunos.

Seguidamente a esta fase analítica e de descoberta, tive que conceber a actividade de ensino e planeá-la de forma a responder aos objectivos impostos. Tive então que construir o Planeamento Anual (Anexo I), distribuindo as minhas aulas atentando nas modalidades que tinham de ser abordadas, organizando os conteúdos em função do tempo e espaço disponíveis. Após a primeira reunião com o Departamento de Expressões e concretamente com o Núcleo de Educação Física, onde ficou estabelecido que as modalidades a trabalhar no 1º Período seriam Ginástica (de Solo) e Andebol; no 2º Período Andebol e Badminton e no 3º Ginástica Acrobática e Trampolins e Andebol, tive que fazer a distribuição anual das aulas, garantindo o seguimento dos conteúdos programáticos definidos e atentando nos recursos disponíveis. O Planeamento Anual que construí definiu a selecção, ordenamento e distribuição das unidades didácticas pelas horas da disciplina, tendo em conta o “Roulement” de Instalações da Educação Física (Anexo II), que indica o espaço disponível para a realização das aulas e a sua rotatividade

Posto isto, e depois de conhecer a turma, senti no começo necessidade de garantir uma boa Gestão e Organização das aulas, não sendo sempre fácil rentabilizar o tempo de aula e garantir a sua dinâmica. Para isto foi essencial a informação cedida pela Directora de Turma sobre os alunos e respectivos pais e encarregados de educação, permitindo-me desenhar um melhor conhecimento das especificidades da turma, fundamental para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, tentando numa 1ª fase ganhar a confiança dos alunos e estabelecer o controlo da turma. De forma breve posso referir que a turma com a qual desenvolvi o meu trabalho era composta por 26 alunos, dos quais 18 são raparigas e 9 rapazes, com idades na sua maioria entre os 14 e 15 anos. Grande parte dos alunos vive na cidade onde se situa a escola, sendo uma turma razoável tendo apenas 4 alunos com retenções.

Apesar desta ser uma turma calma sem problemas disciplinares, senti que o primeiro passo para o sucesso das aulas, passaria pela criação de rotinas no sentido de minimizar as perdas de tempo nas transições entre os exercícios,

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e assim maximizar o tempo potencial de aprendizagem dos alunos. Utilizei assim as rotinas como um conjunto de medidas que me auxiliariam a rentabilizar as aulas com o intuito de potencializar a aprendizagem, tendo este processo sido feito ao longo das próprias aulas, reflectindo-se isto num aumento do tempo de empenhamento motor. Uma das rotinas que implementei exigia que os alunos sempre que chegassem ao Pavilhão se sentassem na bancada de forma, a que eu pudesse fazer a chamada e explicar-lhes os objectivos da aula, seguindo-se a Activação Geral. Depois dos primeiros meses, esta rotina sofreu uma modificação, visto que deixei de fazer a chamada quando eles estavam na bancada e passei a fazê-la visualmente enquanto eles faziam o aquecimento, visto que já conseguia associar as caras aos nomes, ganhando assim mais tempo. Uma outra rotina prendia-se com a arrumação do material, sendo que este era da responsabilidade dos alunos, o aluno a arrumar o material seria aquele cujo número fosse equivalente ao número do dia de realização da aula. Existiam ainda rotinas específicas das próprias modalidades, por exemplo no caso do badminton, os alunos sabiam que sempre que o jogo parava para ser dada alguma explicação, eles teriam que pousar a raquete e o volante debaixo da rede, etc@

Esta questão das rotinas permitiu-me, sem dúvida uma melhor organização da aula, mas esta organização foi sobretudo possibilitada a partir do planeamento que fiz de todas as aulas, destacando a importância da construção do Modelo de Estruturas de Conhecimento “MEC” (Vickers, 1990) para cada modalidade funcionando este como um guia para o meu trabalho em cada aula, permitindo-me organizar os aspectos relativos à modalidade de uma forma coerente e de fácil compreensão. Com estes MEC’s, delineei a caracterização da modalidade, bem como dos recursos materiais e do seu estado de conservação, não esquecendo os recursos espaciais e temporais fazendo uma análise dos alunos. Com os MEC consegui definir os conteúdos, os objectivos e a avaliação da Unidade Didáctica a abordar; seleccionando as progressões de ensino e a sua aplicação.

Posso mesmo afirmar que a construção dos MEC funcionou como uma base para o meu planeamento das aulas, no entanto foi através do Planeamento Anual que calendarizei as minhas aulas, usando posteriormente a

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informação que recolhi na aula de Avaliação de Diagnóstico para construir as Unidades Didácticas (Anexo III), englobando estas as habilidades motoras, quer em termos técnicos, quer tácticos, a condição física, em termos de capacidades coordenativas e condicionais, tendo ainda em conta a cultura desportiva referente à modalidade, a sua história, terminologia, equipamentos e materiais usados.

Acabei por assumir cada Unidade Didáctica (UD) como um momento em que a actividade se centra numa determinada modalidade, apresentando em termos estruturais a definição dos objectivos a atingir durante o período em questão e a sua distribuição no tempo, permitindo-me planificar a matéria e organizar os seus conteúdos atentando nos objectivos pretendidos para cada aula. Em cada UD foram ainda realçados aspectos psicossociais como a autonomia, motivação, responsabilidade e cooperação, permitindo-me a sua construção o estabelecimento de comparações entre o desempenho dos alunos no início aquando o diagnóstico e o decorrer das aulas, de forma a perceber se os objectivos traçados inicialmente foram os mais adequados. Com a UD consegui organizar a sequência dos conteúdos a abordar e definir quais os exercícios a desenvolver para trabalhá-los, organizando esses mesmos conteúdos e exercícios nos Planos de Aula, contemplando uma aula de avaliação final onde é verificada a concretização efectiva dos objectivos.

Encarei assim cada Plano de Aula (Anexo IV), como um guia orientador mas flexível, tendo capacidade para o alterar mediante as necessidades e dificuldades dos alunos. Acrescento ainda que os planos de aula eram resumidamente apresentados numa apresentação aos alunos utilizando o Videoprojector, destacando os aspectos críticos e objectivos de cada exercício e respectivos esquemas e imagens e os critérios quantitativos de êxito no cumprimento de cada exercício. Antes de especificar como elaborei os planos de aula e a sua estrutura, considero importante clarificar que cada plano foi construído tendo em conta o facto da aprendizagem de uma dada técnica, ser feita em diferentes fases, devendo estas serem valorizadas aquando da sua elaboração (Figura I), avançando-se de uma fase inicial de compreensão geral, onde se trabalha a coordenação grosseira e os gestos imprecisos, para uma segunda fase marcada pelo aperfeiçoamento da técnica e pelos exercícios

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destinados à coordenação fina e estabilidade gestual, tendo-se por último uma fase destinada ao trabalho associado ao domínio dos movimentos e à aplicação consciente dos aspectos apreendidos.

Figura I: Esquema Descritivo das fases de Aprendizagem da Técnica segundo Meinnel (1984) e Bento (1987)

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Ainda no que respeita à elaboração dos planos de aula, estes apresentam uma estrutura que foi variando ao longo dos períodos, estrutura essa que refere o nome do professor, o número da aula e da respectiva sessão, assim como a turma e o número de alunos e hora da aula, especificando o volume de minutos que reflectem a duração da sessão e o material a utilizar. Para além desta informação é ainda especificada qual a unidade didáctica e as funções didácticas a ser trabalhadas. Quanto às funções didácticas, estas são definidas tendo por base a perspectiva de Bento (1987), neste sentido as primeiras funções a serem abordadas são a Preparação e Orientação onde se insere a Avaliação de Diagnóstico (Introdução e Estimulação), avançando-se depois para o trabalho em Matéria Nova que se refere à primeira transmissão e assimilação (Exercitação), posteriormente tem-se a ligação do novo ao antigo e deste ao novo através da Consolidação e Domínio e finalmente ter-se-á o Controlo, Avaliação e Análise. Existe ainda um espaço destinado ao sumário, e outro onde são referidos quais os objectivos específicos, destacando os conteúdos e respectivos critérios associados a cada sessão. No plano de aula deve estar claro que cada conteúdo é alvo de um objectivo específico sendo definido também em termos de domínio.

Estando-se a falar de um plano de aula, obviamente tem-se presente um espaço destinado à descrição das situações de ensino e aprendizagem, referindo a organização didáctico-metodológica, neste espaço é descrito o contexto em que cada aluno vai realizar a acção, referindo os objectivos operacionais e o número de acções que os alunos têm de realizar. Ainda no que diz respeito às situações de ensino e aprendizagem, há que destacar as estratégias a aplicar, ou seja, o modo de como será desenrolada a instrução. Mais concretamente em relação à organização didáctico-metodológica, podem ser usados esquemas e imagens ilustrativas do exercício a desempenhar. A aula aparece assim descrita tendo em conta três momentos/partes. No momento inicial/preparatório da aula visa-se a criação de um clima pedagógico favorável, havendo uma preparação funcional do organismo para a prática de actividade física, através de exercícios de ritmo, jogos de atenção, exercícios de mobilização articular, entre outros.

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Quanto à parte principal/fundamental, tem-se em vista a realização dos principais objectivos da aula, sendo a mais longa e importante parte, visto que nela devem ser transmitidas habilidades novas, exercitadas habilidades já conhecidas e trabalhadas qualidades motoras (coordenativas e condicionais). A composição desta parte da aula tem de atender ao seu assunto central, à estrutura e à forma de organização, podendo esta assumir uma estrutura simples, por exemplo através da realização de um jogo, ou uma estrutura mais complexa, como a combinação de várias tarefas realizadas em vários locais de exercitação. Por último no que concerne à parte final, objectiva-se o retorno do organismo às condições iniciais, havendo um breve diálogo sobre o desenrolar da aula, podendo existir actividades de relaxamento. O plano de aula, depois de especificar cada um destes momentos, deixa espaço para a colocação de Legendas relativas às imagens e esquemas apresentados e Observações, onde poderão ser anotados comportamentos ou acções inesperados, ou ainda registados apontamentos complementares à aula.

Para além de todos estes elementos, no 2º período incluiu-se no plano de aula mais um espaço designado de Estilos de Ensino. Neste é colocado o estilo de ensino a seguir na aula em questão, atentando na teoria de Mosston e Ashwort (1994). Olhando para esta Teoria referimos a noção do Espectro de Estilos de Ensino (Figura II), sendo este apresentado como uma estrutura de modelos de ensino, baseada na tomada de decisão do professor e do aluno. Cada estilo de ensino, dentro do Espectro, tem uma estrutura particular de decisões que tem impacto na relação de ensino, estando esse processo de decisões explicado através de 3 séries (Quadro I). De acordo com Mosston e Ashworth (1994), o Espectro de Estilos de Ensino define as opções ou os estilos disponíveis, as estruturas de decisão, os papéis específicos do aluno e do professor em cada estilo e os objectivos melhores alcançados através de cada um deles.

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FiguraII: Esquema representativo do espectro dos Estilos de Ensino, Mosston & Ashworth (1994)

Categorias Componentes e Decisões

1. Pré-Impacto (Preparação) a. Objectivos gerais b. Nível de habilidade c. Número de alunos d. Equipamento/material e. Instalações/Local f. Tempo

g. Atitudes gerais e antecipação do ambiente de ensino h. Selecção da estratégia de ensino

1. Estilo

2. Padrão de organização 3. Modo de comunicação 4. Papel do professor 5. Papel dos alunos

i. Conteúdo específico (quantidade e qualidade) j. Avaliação (estimativa)

2. Contacto

k. Ajuste (condições climáticas, contratempos, etc.) l. Observação do comportamento

m. Ajuste do comportamento observado n. Avaliação (em relação aos critérios) o. Feedback

3. Pós-Impacto (Reflexão)

p. Avaliação da estratégia de ensino q. Avaliação da performance dos alunos r. Avaliação da performance do professor

Quadro I: Categorias de Ensino segundo Mosston & Ashworth (1994)

Estes autores descrevem o processo de ensino como uma cadeia constante de decisões a serem tomadas, estando os professores envolvidos em

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decisões sobre os objectivos, a organização da aula, o conteúdo, a avaliação e especificidades relacionadas com o ambiente, entre outros factores. Cada aula bem sucedida é desenvolvida a partir de um número de decisões que podem ser agrupadas nas categorias referidas no quadro acima apresentado, levando estas tomadas de decisão a diferentes canais de desenvolvimento: Físico, Cognitivo, Emocional e Social.

Arrisco-me assim a dizer que o planeamento foi surgindo como uma ferramenta que me permitiu traçar o melhor caminho possível para atingir as metas definidas, contudo este não foi um caminho fácil, existindo muitas vezes obstáculos que me obrigaram a restruturar tudo aquilo que tinha planeado. Um desses obstáculos teve que ver com uma certa inconstância do local da aula e do espaço disponível, o que me levou em algumas alturas a reorganizar as aulas e os exercícios perante situações imprevistas, reajustando o plano e estrutura da aula obrigando-me a tomar decisões, esta necessidade aconteceu-me por exemplo nas situações em que tinha de dar aula no exterior e devido a questões climáticas, tinha que reorganizar tudo aquilo que tinha pensado, adaptando a aula prática a uma aula teórica, em contexto de sala. Para esta mesma aula havia uma aula teórica previamente preparada.

Um outro obstáculo com o qual me debati numa fase inicial teve que ver com o domínio dos próprios conteúdos, de forma a garantir que os fazia passar da melhor maneira aos meus alunos, daí que enquanto professor tive que procurar o conhecimento técnico- científico desses conteúdos, organizando assim o conhecimento de modo a conseguir garantir uma aprendizagem efectiva por parte da turma (Nóbrega, 2005, cit in Melo 2006). Foi nesta tentativa de encontrar uma aprendizagem efectiva que tentei perceber as individualidades de cada aluno e as dificuldades da turma, para conseguir dosear os conhecimentos e o grau de complexidade dos próprios exercícios, tendo para isso sido essencial a avaliação diagnóstico. Esta avaliação foi feita no início de cada Unidade Didáctica (UD), sendo sistematizada em grelhas de avaliação e respectivos critérios (Anexo V) definidos pelo grupo de Educação Física posteriormente analisadas, de forma a perceber em que objectivos os alunos apresentavam mais dificuldades de modo a encontrar estratégias para estes melhorarem a sua aprendizagem. As grelhas de Avaliação de diagnóstico

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são constituídas pelo número do aluno e respectivo nome, pelos conteúdos a avaliar apresentando uma escala quantitativa de avaliação de um a três, fazendo-se a média global através da soma das cotações em cada conteúdo em particular, reflectindo-se isto numa nota final de zero a vinte valores. Dentro de cada conteúdo calcula-se o número de alunos por cotação, percebendo o número de alunos em cada nível, de forma a conseguir delinear os conteúdos onde é necessária uma maior intervenção. Se inicialmente foi usada a escala de um a três, rapidamente me apercebi que esta era redutora, havendo necessidade de subdividi-la, posto isto esta passou a abranger entre o um e o três, o um vírgula cinco e dois vírgula cinco.

No entanto os momentos de avaliação não se ficaram por aqui, sendo desenvolvida um avaliação formativa e contínua nas aulas, também ela sistematizada em folhas de registo (ex. Ficha de assiduidade – Anexo VI), funcionando como um instrumento que me permitiu um balanço dos resultados da turma em relação aos conteúdos leccionados. Especificamente no que respeita às fichas de assiduidade, estas pretendem controlar como o nome indica a assiduidade de cada aluno tendo em conta a Unidade Didáctica a abordar, o espaço onde é feita a aula, registando o motivo da ausência: Falta, Atestado Médico, Atraso, Dispensa. Com a ficha de assiduidade eu consigo perceber quais as aulas em que os alunos faltam mais, ou em que pedem dispensa, podendo isto ser indicador por exemplo de que o aluno não gosta de determinada Unidade temática, ou por exemplo posso concluir que determinado aluno quando a aula é no exterior falta mais do que quando ocorre no interior. Nesta grelha consigo posteriormente perceber qual o total de Faltas, Atestados Médicos, Atrasos e Dispensas por aluno.

A avaliação foi um elemento sempre presente neste período de estágio surgindo em cada reflexão que fui fazendo da minha prestação enquanto professor e das acções de cada aluno. A capacidade de avaliação que fui desenvolvendo durante o estágio permitiu-me aperfeiçoar a sensibilidade de reflexão, permitindo-me compreender o que esteve na origem de um maior ou menor sucesso de uma dada actividade, aliás posso realçar que, como defende Ribeiro (1991), a principal função da avaliação deverá ser contribuir para o sucesso do processo educativo, verificando em que medida é que esse sucesso

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