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Estratégias para incrementar a participação oral voluntária na língua alvo : estudo exploratório

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Mestrado em Ensino de Inglês e Alemão no 3º Ciclo do

Ensino Básico e Ensino Secundário

 

 

Estratégias para incrementar a participação oral

voluntária na Língua-alvo

Estudo Exploratório

Rosa Martins

(2)

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Mestrado em Ensino de Inglês e Alemão no 3º Ciclo do

Ensino Básico e Ensino Secundário

 

 

Estratégias para incrementar a participação oral

voluntária na Língua-alvo

Estudo Exploratório

Para obtenção do grau de Mestre. Sob a orientação da Professora Doutora

Maria de Fátima Vieira

Rosa Martins

(3)

“Nunca ande pelo caminho traçado,

pois ele conduz somente até onde os outros foram”

(4)

Aos meus pais e irmão pelo

carinho, apoio e infinita

paciência. A Delfina e

Hermenegilda Barbosa e a

Assunção Nogueira pela

compreensão e ajuda; e a

Justino Ferreira Barbosa

porque mesmo ausente esteve

sempre presente…

(5)

AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que, directa ou indirectamente, colaboraram na concretização deste trabalho, em especial:

• À Professora Doutora Mª de Fátima Vieira, pela sua orientação e disponibilidade, bem como pelos preciosos conselhos e correcções.

• Ao Mestre Nicholas Hurst e às Metras Maria Ellison e Simone Tomé pela orientação, conselhos e sugestões.

• Às minha Orientadoras de Estágio por disponibilizarem as turmas em que leccionei as aulas e pela ajuda com planos e materiais, bem como conselhos importantes para a elaboração deste projecto.

• Aos colegas de Estágio pelo espírito de entreajuda, paciência e compreensão.

• Aos meus pais e irmão pelo apoio, compreensão, carinho, amizade, infinita paciência, ternura e preciosa ajuda com este projecto.

• A Delfina e Hermenegilda Barbosa pela infindável paciência, apoio e disponibilidade.

(6)

RESUMO

A escola é um espaço para os alunos exercitarem os seus conhecimentos, nomeadamente a oralidade de uma língua estrangeira, cada vez mais importante no quotidiano.

No sentido de saber se determinadas estratégias implementadas numa turma de Inglês de 10º ano e outra de Alemão de 12º ano motivam os alunos para uma participação oral voluntária nas aulas, fiz um estudo exploratório descritivo recorrendo ao uso de grelhas de observação e questionários.

Após a análise de dados fiz um diagnóstico de participação dos alunos nas aulas e, posteriormente, registei as opiniões individuais sobre as suas participações orais.

Efectuei uma investigação-acção em que coloquei estratégias em acção no sentido de motivar os alunos à participação oral voluntária na língua-alvo, verificando uma maior participação de uma forma geral.

O uso de estratégias adequadas, de modo a motivar os alunos à sua participação oral voluntária nas aulas deverá constituir um recurso a ser usado pelos docentes, tendo sempre em conta as características dos discentes.

Palavras-chave: participação oral voluntária; comunicação oral; língua estrangeira

                       

(7)

ABSTRACT

School is a place for students to exercise their knowledge, namely the orality of a foreign language, which has become more and more important in everyday life.

With the purpose of knowing if certain strategies implemented in a group of 10th grade English learners, and another of 12th grade German learners are able to motivate the learners for a voluntary oral participation in class, I carried out a descriptive exploratory study falling back upon the use of observation grids and questionnaires.

After analysing the data, I assembled a diagnosis of the students' participation in class and, later, I have registered their individual opinions about their oral participations.

I completed an action research in which I implemented strategies in order to motivate the students to a voluntary oral participation in the target-language. In the end, in general, I confirmed a larger oral participation.

The use of appropriate strategies, as a way of motivating students to participate orally and as volunteers in class should constitute a resource used by the teachers, but always bearing in mind the personal characteristics of the learners.

(8)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ………...

PARTE I ………. 1. O Meio e a População…...

1.1. O Meio: O contexto escolar…... 1.2. População: Apresentação das turmas…...

2. Da fase de pré-observação à identificação do problema…... 2.1. A fase de pré-observação…...

2.1.1 Instrumentos de Recolha de Informação…... 2.1.2 Grelhas de Observação e Objectivos Traçados…... 2.1.3 Questionários – objectivos traçados…... 2.1.3.1 Questionário inicial…... 2.1.3.2 Questionário complementar…...

2.2. Formulação da pergunta de Investigação-acção…...

PARTE II: Implementação e avaliação de Estratégias ………..… 3. Primeiro Ciclo…... 3.1. O caso da disciplina de Alemão...

3.1.1 Planificação e preparação... 3.1.2 Procedimentos práticos: aplicação da estratégia “Jogos didácticos”…... 3.1.3 Reflexão: conclusões retiradas do uso de jogos nas três aulas...

3.2. O caso da disciplina de Inglês...

3.2.1 Planificação e preparação... 3.2.2 Procedimentos práticos: aplicação da estratégia “Vídeos”... 3.2.3 Reflexão: conclusões retiradas do uso do vídeo nas duas aulas...

4. Segundo Ciclo…... 4.1. O caso da disciplina de Alemão...

4.1.1 Planificação e preparação... 4.1.2 Procedimentos práticos: aplicação da estratégia “Debate”... 4.1.3 Reflexão: conclusões retiradas do uso de debate...

12 16 17 17 18 20 22 23 24 27 27 40 43 44 45 45 45 46 55 56 56 57 65 67 67 67 68 72

(9)

4.2. O caso da disciplina de Inglês...

4.2.1 Planificação e preparação... 4.2.2 Procedimentos práticos: aplicação da estratégia “Jogos didácticos”…… 4.2.3 Reflexão: conclusões retiradas do uso de Jogos didácticos nas duas

aulas... Conclusões... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  74 74 75 84 86

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Classificação da Participação oral na turma de Alemão ……… GRÁFICO 2: Número de respostas sobre as actividades em que gosta de

participar na turma de Alemão ………

GRÁFICO 3: Número de respostas sobre as actividades em que não gosta de

participar na turma de Alemão ………

GRÁFICO 4: Classificação da Participação oral na turma de Inglês ……..………… GRÁFICO 5: Número de respostas sobre as actividades em que gosta de

participar na turma de Inglês ………

GRÁFICO 6: Número de respostas sobre as actividades em que não gosta de

participar na turma de Inglês ………

GRÁFICO 7: Número de respostas sobre tipos de exercícios preferidos

na turma de Alemão ………..………

GRÁFICO 8: Número de respostas sobre tipos de exercícios preferidos

na turma de Inglês ………..……

GRÁFICO 9: Justificação para a motivação na participação oral voluntária

na aula 1 do 1º ciclo da turma de Alemão ………

GRÁFICO 10: Justificação para a motivação na participação oral voluntária

na aula 2 do 1º ciclo da turma de Alemão ………

GRÁFICO 11: Justificação para a motivação na participação oral voluntária

na aula 1 do 1º ciclo da turma de Inglês ………

GRÁFICO 12: Justificação para a motivação na participação oral voluntária

na aula 2 do 1º ciclo da turma de Inglês ………

GRÁFICO 13: Número de respostas sobre a motivação para a participação oral

voluntária na aula do 2º ciclo da turma de Alemão ………

GRÁFICO 14: Número de respostas sobre a preferência por jogos na aula

do 2º ciclo da turma de Alemão ……….………

GRÁFICO 15: Número de respostas sobre a motivação para a participação oral

voluntária na aula 1 do 2º ciclo da turma de Inglês ………

GRÁFICO 16: Número de respostas sobre a motivação para a participação oral

voluntária na aula 2 do 2º ciclo da turma de Inglês ………

29 30 32 35 37 38 41 42 49 23 61 65 71 72 80 84

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ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1: Tipo de actividades em que não gosta de participar

na turma de Alemão ………

QUADRO 2: Tipo de actividades em que não gosta de participar

na turma de Inglês ……….………

QUADRO 3: Sugestões de tipo de jogos na turma de Alemão ………

QUADRO 4: Sugestões de tipo de exercícios de expressão oral

na turma de Alemão ………..…

QUADRO 5: Sugestões de tipo de jogos na turma de Inglês ………

QUADRO 6:Quantidade de participação oral voluntária no decorrer

dos jogos das aulas de Alemão do 1º Ciclo ………

31 38 41 42 43 53

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12/ 90

I

NTRODUÇÃO

 

Uma sociedade é um grupo de pessoas que comunicam partilhando a linguagem, costumes, hábitos, sentimentos e experiências, e o conjunto de meios, sistemas e padrões de comunicação característicos de cada sociedade transmite os seus valores, formas de organização e ritmo. O homem é um ser comunicativo e aprende a comunicar desde que nasce, utilizando ou inventando formas de comunicação. Comunicar significa tornar comum, partilhar; ao comunicar por meio de uma língua, estruturam-se as ideias e emoções e vão-se aprendendo as regras dessa língua. A oralidade é o sistema mais usual de comunicação: as pessoas servem-se dela para comunicar mensagens, expressar ideias sobre o mundo, partilhar experiências sobre acontecimentos, sentimentos, etc, num processo inteiramente consciente e controlado, e para o qual é preciso conhecer palavras cujo significado seja entendido. Segundo Joaquim Guerra, “o oral é o mais importante instrumento de comunicação humana e o seu domínio está implícito em todos os restantes usos da língua; é através dele que o homem se integra mais facilmente na sociedade, é a forma mais antiga de transmissão de saberes e de cultura” (GUERRA, 1999: 85).

Uma primeira função dos professores é permitir que cada aluno tenha experiências que lhes permitam realizar aprendizagens, ganhar sentimentos de valor pessoal, ter prazer em aprender, com o fim de torná-lo um cidadão integrado na sua comunidade. Espera-se que os professores auxiliem os alunos a adquirirem competências e atitudes essenciais, através de práticas educativas adequadas e recurso a estratégias e métodos que se mostrem eficazes. Uma das preocupações de um professor de língua estrangeira deverá ser a interacção aluno-professor. Esta interacção pode ser desenvolvida através de estratégias que impliquem uma participação oral em que se vai promover troca de experiências, sentimentos, interesses, etc. Na aprendizagem de uma língua estrangeira, a participação oral é uma das poucas formas de determinar quão bem os alunos estão a aprender e uma das raras oportunidades de comunicar usando a língua-alvo (XU, 2006).

Na participação oral em que se privilegia a espontaneidade da comunicação a interacção estará facilitada. Para que a interacção se dê, é necessário que o aluno se sinta à vontade para participar na aula. Partindo do princípio que cada aluno é cidadão livre, este não

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13/ 90 deve, dentro do possível, ser forçado a participar na aula se não se sente motivado a fazê-lo. Como tal, devem ser encontradas estratégias que promovam boas interacções na sala de aula e que levem à participação oral voluntária, para que a utilização da língua em aprendizagem seja o mais possível idêntica ao seu uso em contexto real.

No âmbito do Mestrado em Ensino de Inglês e Alemão no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário, parte da avaliação constitui-se por uma investigação-acção. Esta é vista como um processo contínuo e integrante da prática pedagógica de um professor em formação inicial. Este processo envolve observação, recolha de dados e teste de soluções, e deve servir como uma base e ajuda ao desenvolvimento do professor em formação inicial. Assim, desenvolvi um projecto de investigação-acção em que pretendi estudar a participação oral voluntária na língua-alvo através da questão como pode o uso de jogos didácticos e vídeos motivar os alunos do 10.º ano de Inglês, e o uso de jogos didácticos e debates motivar os alunos do 12.º ano de Alemão para uma maior participação oral voluntária na língua – alvo.

A decisão de realizar este projecto de investigação-acção na problemática da

Participação oral voluntária foi uma ideia que se foi instalando com a observação das

aulas, nas turmas onde decorreu o meu estágio. Julgo ser oportuno contribuir com um estudo onde se irá identificar a quantidade de participação oral voluntária dos alunos e estudar estratégias que incrementem essa mesma participação. Portanto este projecto tem como objectivos:

• Estudar a quantidade de participação oral voluntária dos alunos na língua-alvo; • Implementar estratégias que permitam o aumento da participação oral

voluntária;

• Apresentar os resultados dessas mesmas estratégias.

Para dar cumprimento aos objectivos traçados, estruturei o meu projecto em duas partes distintas, subdivididas em capítulos de acordo com as três fases da minha investigação: Observação e definição do problema, implementação e estudo das estratégias 1 (designado por Primeiro Ciclo) e estratégias 2 (designado por Segundo Ciclo) e apresentação de conclusões. A primeira parte do relatório Diagnóstico de Situação está dividida em dois capítulos principais. No primeiro capítulo farei a descrição do contexto escolar e da população que vou estudar, ou seja, as turmas com que vou trabalhar. Isto é

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14/ 90 particularmente importante pois, segundo Nunan, o objectivo primeiro da investigação em Educação é proporcionar aos professores um meio de explorar as suas turmas (NUNAN, 1990: 62). No segundo capítulo procederei então ao diagnóstico da situação propriamente dito, através da descrição do que por mim foi feito desde a fase de pré-observação à identificação do problema: pré-observação das turmas na tentativa de encontrar um problema comum a duas turmas diferentes, condição obrigatória para a escolha do tema a estudar, nas aulas leccionadas pelas minhas Orientadoras de Estágio; aplicação de grelhas de observação que serão preenchidas aquando da observação de aulas leccionadas pela Professora Orientadora e em algumas aulas de colegas estagiários, bem como as leccionadas por mim, com recurso aos colegas estagiários, às turmas com quem pretendo trabalhar. Ainda na fase de observação procurarei saber a opinião de todos os alunos acerca da sua participação oral voluntária na língua-alvo, bem como de sugestões de estratégias a implementar na sala de aula, através da aplicação de questionários anónimos de perguntas abertas e de hierarquia. Após análise dos dados das grelhas de observação e questionários poderei formular a minha questão de investigação, bem como fundamentar o porquê da escolha. Com isso, concluirei a primeira parte do meu relatório.

A segunda parte Implementação e Avaliação de Estratégias pretende expor a forma como pus em prática as estratégias escolhidas pelos alunos para superar o problema. Esta parte foi dividida em dois capítulos independentes: Primeiro Ciclo (1º Ciclo) e Segundo Ciclo (2º Ciclo), que por sua vez se subdividem em Caso da Disciplina de

Alemão e Caso da Disciplina de Inglês. Por ciclo entenda-se o período de tempo no

qual a investigação passa pelas seguintes fases: planeamento de estratégias a adoptar, implementação das estratégias, observação e recolha de dados e resultados e, finalmente, uma reflexão acerca do ocorrido no ciclo. Após a conclusão de um ciclo, inicia-se um novo que vem dar continuidade ao trabalho realizado no ciclo anterior.

Quer no 1º quer no 2º Ciclo da minha investigação, descreverei a forma como planeei as aulas e como pus em prática as estratégias nas diferentes disciplinas. Após esta descrição exporei os resultados obtidos do uso da estratégia, comprovados pelo preenchimento por parte dos alunos de um novo questionário, no qual pedirei a sua opinião acerca da eficácia do uso da estratégia e das grelhas observação utilizadas e preenchidas pelas minhas Professoras Orientadoras e pelos meus colegas estagiários.

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15/ 90 Concluirei o capítulo com uma reflexão acerca das conclusões que retiro de cada ciclo da minha investigação.

Para concluir o meu Relatório apresentarei as conclusões por mim retiradas deste projecto, deixando no entanto em aberto a possibilidade de realização de novos estudos sobre o tema; apresentarei também algumas perguntas possíveis que permitam/sugiram a continuação deste estudo.

Junto com este relatório, num caderno à parte, entregarei todos os anexos aos quais faço referência ao longo do trabalho. Nesse mesmo caderno encontra-se um CD-ROM com uma cópia digital das grelhas e questionários preenchidos no decorrer das aulas, bem como dos materiais utilizados nas mesmas.

Com este estudo Como pode o uso de jogos didácticos e vídeos motivar os alunos do 10.º ano de Inglês e o uso de jogos didácticos e debates motivar os alunos do 12.º ano de Alemão para uma maior participação oral voluntária na língua – alvo? pretendo consciencializar os professores para a importância da participação oral voluntária na sala de aula, bem como demonstrar se as estratégias aplicadas promoveram mais participação oral voluntária. Espero no final do meu projecto conseguir demonstrar que o uso de certas estratégias pode ser benéfico para a interacção comunicativa dentro da sala de aula.            

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PARTE I

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17/90

1: O Meio e a População

O meu estudo foi feito na Escola António Sérgio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.

1.1. O Meio: O contexto escolar

A Escola António Sérgio situa-se na Avenida Nuno Álvares, perto do Jardim Soares dos Reis, na freguesia de Mafamude. É a escola mais antiga do Concelho de Vila Nova de Gaia, tendo sido fundada em 1884, como Escola Industrial 1. A escola situa-se numa zona residencial urbana socialmente muito heterogénea o que, aliás, se verifica na escola, pois a população escolar é constituída por elementos provenientes das várias classes sociais e de contextos sócio – económicos bastante variados.

A Escola tem um corpo estudantil de cerca de 995 alunos, distribuídos pelos cursos do Ensino Diurno (turmas do 7.º ano ao 12.º ano de escolaridade, geral e tecnológico), e Ensino Nocturno (Cursos Cientifico-humanísticos e Cursos Tecnológicos). A Escola oferece ainda diversos cursos do Ensino Profissional e do Programa Novas

Oportunidades (Projecto Educativo da Escola). Quanto ao corpo docente, esta conta

com cerca de 253 professores das diversas disciplinas (idem). Segundo o Presidente do Conselho Executivo, 21 desses professores pertencem ao Departamento de Línguas Germânicas, sendo que duas professoras leccionam tanto a língua inglesa como a língua alemã.

A escola está neste momento a ser sujeita a obras de remodelação, tendo as antigas oficinas e o espaço do recreio sido ocupados pelo novo edifício em construção e por contentores onde são leccionadas aulas a algumas turmas do Ensino Básico e do Ensino Profissional. As obras de remodelação acarretam bastantes incómodos, desde a dificuldade (e mesmo o risco) no uso de materiais electrónicos, ao barulho que por vezes se faz ouvir.

1

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18/90

1.2. População: Apresentação das turmas

O meu estágio decorreu em 4 turmas, uma de Alemão, de décimo segundo ano, e três turmas de Inglês, uma de décimo e duas de oitavo ano. A turma de Alemão estava escolhida à partida, uma vez que foi a única atribuída à minha Professora Orientadora, para levar a cabo o meu objecto de estudo, participação oral voluntária na língua alemã. Das três turmas de Inglês escolhi a turma do décimo ano, para estudar a participação oral voluntária na língua inglesa, por razões que abordarei no próximo ponto.

A turma de alemão: 12.º D e E

A turma de Alemão é constituída por dez alunos de duas turmas diferentes do 12.º ano do curso de Línguas e Humanidades: a do 12.º D, com cinco elementos, e a do 12.º E, cada uma com 5 elementos. Destes 10 alunos, 7 são do sexo feminino e 3 são do sexo masculino. As idades dos alunos estão compreendidas entre os 17 e os 21 anos. Esta turma é de nível dois, ou seja, tiveram apenas um ano de alemão.

Na escola, existem três turmas de alemão, de diferentes níveis. No entanto, apenas esta turma foi atribuída à Professora Orientadora, Maria de Fátima Pais, pelo que se tornou forçoso o trabalho com ela. A turma era já, na sua totalidade, conhecida da nossa Professora Orientadora, que assegurou a leccionação das aulas no ano anterior. A Professora Orientadora facultou-nos no início do ano lectivo algumas informações sobre a turma, em geral, e dos alunos, em particular.

A turma é constituída, na sua maioria, por alunos interessados e muito motivados para a aprendizagem do alemão, participando de forma bastante activa na aula. Porém, três alunos da turma apresentam, aparentemente, alguns problemas na sua participação, embora dois deles obtenham classificações entre os 13 e os 16 valores (avaliação do 1º período). Um destes alunos tem graves problemas de dicção quer na língua materna, quer na língua alemã. O outro aluno aparenta estar quase sempre ausente do que se passa na aula e não demonstra ter grande nível de conhecimentos de língua; quando é solicitada a sua participação, raramente dá uma resposta certa, apesar de, em repetidas ocasiões, fornecer ao colega do lado grande parte das respostas correctas que este dá à

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19/90 professora, o que indicia um nível de conhecimentos mais elevado que aquele que demonstra. O terceiro aluno aparenta ser bastante tímido.

A turma de inglês: 10.º A

A turma de Inglês é uma turma de 10.º ano do curso de Ciências e Tecnologias. Era inicialmente constituída por 24 alunos mas, um aluno cancelou a matrícula, no decorrer do 2º período, por ter concluído a disciplina no ano lectivo anterior, ficando assim a turma reduzida a 23 alunos com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos. Destes 23 alunos, 11 são do sexo feminino e 12 do sexo masculino. Alguns destes jovens tinham já sido alunos da nossa Professora Orientadora, Maria Eduarda Cardoso, no passado ano lectivo, pelo que no início do ano, aquando da reunião de apresentação dos estagiários, esta nos transmitiu algumas informações iniciais sobre esses mesmos alunos. No entanto, apenas quando as aulas começaram tivemos oportunidade de observar a turma para tirarmos as nossas próprias conclusões acerca do que nos tinha já sido transmitido.

A turma é composta maioritariamente por elementos que parecem ser bastante esforçados e já motivados para a aprendizagem do inglês; curiosos e empenhados, estes alunos conseguem, regra geral, notas altas nos testes: entre os 13 e os 18 valores (avaliação do 1.º período). Nesta turma existem cinco elementos com notas inferiores a 10 valores, que demonstram ter bastantes dificuldades na aprendizagem da língua.

Apesar do elevado nível de inglês da turma, os alunos, pelo que observei, tendem a não participar oralmente de forma voluntária na aula, a menos que tal lhes seja solicitado. Contudo, são raros os momentos de silêncio, pois há nesta cinco elementos que preenchem esses possíveis vazios, participando sempre que podem e de forma pertinente e voluntária. A turma inclui uma aluna de origem ucraniana, que apresenta bastantes dificuldades na aprendizagem da língua inglesa, quer a nível escrito quer a nível oral. No entanto, esta aluna é das mais motivadas da turma, estando sempre atenta e fazendo um esforço para compreender tudo o que é dito e feito na aula. Dos restantes alunos nada há de singular a apontar.

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20/90

2: Da fase de pré-observação à identificação do problema

A razão que me levou a trabalhar as turmas acima referidas, foi o desafio que a pouca

participação oral voluntária, na língua alemã e na língua inglesa, apresentava.

O nível oral da turma de Alemão não era muito elevado, tratando-se de uma turma com apenas um ano de alemão, mas os alunos procuravam participar sempre que possível. Esta participação, no entanto, era feita maioritariamente na língua portuguesa. Foi este facto observado que me chamou particularmente à atenção (ANEXO B) e que me levou a desenvolver, com eles, estratégias que aumentassem a sua participação oral voluntária na língua-alvo, ou seja na língua alemã.

Sendo a turma de Inglês co\nstituída por elementos com as capacidades necessárias para participar oralmente na aula de forma até bastante satisfatória, estranhei que não o fizessem espontaneamente (ANEXO B). Na sua maioria, os alunos respondiam às perguntas feitas pela professora com interesse e qualidade, quer no nível de língua quer na adequação da resposta. Mesmo os alunos com maiores dificuldades no uso da língua inglesa aparentavam estar bastante motivados e interessados em participar, embora não o fizessem voluntariamente. Este facto, foi o que despoletou a minha curiosidade e vontade em investigar estratégias que permitissem o aumento da participação oral voluntária nesta turma.

Mas de que se trata, quando se fala de participação oral voluntária? Participação é um termo muito lato e que pode ser interpretado de diversas formas. Na consulta do Dicionário da Língua Portuguesa (COSTA & MELO, 1994) pode ler-se, sobre a definição de participação, que esta é “Acto ou efeito de participar; aviso; comunicação; parte; (…)” sendo que, a mesma obra, define participar como “fazer saber; anunciar; comunicar; informar; (…) ter ou tomar parte; (…)”. Já os termos Oral e Voluntário têm definições mais concisas. Assim, o termo oral é definido como “… de viva voz; verbal; que não está escrito; (…)”, e a definição de voluntário é “que se faz de livre vontade; sem constrangimento; que procede espontaneamente; (…)”.

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21/90 A comunicação é um conceito muito vasto que pode ser vista segundo dois eixos: o verbal/não verbal e o linguístico/não linguístico. Ao cruzarmos estes dois eixos podemos ter quatro vertentes: o verbal/linguístico (língua falada); verbal/não linguístico (vocalizações, gritos, exclamações...); não verbal/linguística (língua escrita, língua gestual. Braille, Morse, ...); não verbal/não linguístico (objectos, fotos, código de estradas, símbolos pictográficos...).

Assim, quando falo de participação oral voluntária, estou a referir-me à comunicação de viva voz que é produzida sem constrangimentos ou recurso a solicitações individuais; é o que os alunos produzem oralmente, no contexto de sala de aula, de livre vontade sem que lhes seja solicitada, individualmente, a sua participação, ou sem que esta seja compulsiva, como por exemplo, a indicação de que a aula será para avaliação da participação oral; é quando as questões ou propostas de trabalho são feitas à turma em geral, e não a alunos individualmente. Para este estudo de Participação Oral Voluntária serão contabilizadas todas as intervenções que os alunos façam, independentemente da extensão do discurso, desde que estas se enquadrem no tema que esteja a ser leccionado.

Sobre a comunicação oral muito se tem escrito, sendo hoje aceite por todos que esta é o meio mais comum e fácil, entre a raça humana, para comunicar, tal como refere Arnaldo Saraiva, no artigo A Arte da Comunicação Oral (SARAIVA, 1991). Sobre esta o autor refere: “Trata-se de um dos modos ou tipos comuns de expressão humana, e só humana: modos ou tipos a que recorrem as pessoas sempre que querem pôr em comum (comunicar), partilhar, trocar informações, experiências, sentimentos, opiniões” (SARAIVA, 1991: 402). A comunicação oral, enquanto participação, obriga a que se fale, a que haja interacção, o que implica “complexas operações cerebrais, tanto da memória como da inteligência, que identifica as formas e os sons e os relaciona (…)” (idem: 403). Este autor refere ainda que “(…) o uso da linguagem oral precede o da escrita” (ibidem), pelo que parece natural que na aprendizagem de uma língua, a oralidade apareça mais cedo que a escrita, sendo talvez mais fácil promover o seu desenvolvimento, tanto mais que “(…) a linguagem oral parece mais concreta e tem virtualidades expressivas devidas desde logo à presença ou manifestação directa(…): timbres, intensidades, entoações” (ibidem). A oralidade é pois uma das competências fundamentais para a aprendizagem de uma língua.

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22/90 Joaquim Guerra, sobre a oralidade, refere que “a sua prática favorece a convivência entre as pessoas, enriquece o vocabulário, aperfeiçoa a elocução, permite a aprendizagem da coordenação da voz e da expressão corporal (…) e um bom domínio desta aptidão permite uma entrada mais segura e contínua no domínio escrito (ler e escrever)” GUERRA, 1999: 85). Assim, considero a oralidade como um aspecto fundamental a trabalhar nas aulas de língua estrangeira.

Ainda em relação à oralidade, e numa perspectiva pedagógica esta deve desenvolver nos alunos um saber-fazer, de ordem linguística e cognitiva, associada a uma vertente relacional e um saber-ser, que resulta da função de interlocutor, que possibilita ao aluno expressar as suas ideias e as suas emoções. No entanto, esta é muitas vezes relegada para segundo plano devido, por um lado, ao fraco nível de língua de alguns alunos, e por outro lado à preocupação do professor em cumprir o programa da disciplina. Por essa razão, e sendo o ano de estágio um ano em que nos é permitida uma certa liberdade a nível das estratégias a realizar nas aulas, pensei que seria interessante e pessoalmente desafiador trabalhar a oralidade com as turmas que me foram atribuídas.

2.1- A fase de pré-observação

Nas duas turmas, procedi nesta fase a uma observação simples. Não recorri ainda ao uso de instrumentos de recolha de informação, pois as anotações por mim tomadas visavam uma observação não sistematizada, para saber do estado de situação dos casos, e não uma investigação formal (SOUSA, 2005). No caso da disciplina de Alemão, a Professora Orientadora teve de se ausentar de Outubro até Dezembro, pelo que a observação de aulas nessa turma se iniciou, de forma mais consistente, apenas em Janeiro, uma vez que até aí as aulas assistidas foram muito poucas. A turma de alemão apresentava, a meu ver, um nível de língua muito básico e uma certa falta de hábitos no uso da língua-alvo, pois os alunos participavam quase sempre usando a língua materna. Em relação à disciplina de Inglês, a observação das turmas iniciou-se no fim do mês de Outubro. Nessas primeiras aulas observadas, pude já constatar o nível de língua dos alunos das três turmas com as quais iríamos trabalhar, tanto a nível oral como a nível escrito. A turma por mim escolhida como objecto de estudo aparentava ter um bom nível de língua, tanto na expressão e compreensão oral como na produção escrita.

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23/90

2.1.1 Instrumentos de Recolha de Informação

A investigação-acção pode ser definida como um processo de colocar questões, procurar respostas válidas e objectivas e de interpretar e utilizar resultados. “Trata-se de um procedimento in loco, visando lidar com um problema concreto localizado num contexto imediato. Isto significa que o processo é constantemente controlado passo a passo (numa situação ideal) durante períodos de tempo variados, utilizando diversos modos de avaliação (…), de modo que os resultados obtidos levem a reformulações (…), conforme as necessidades, de modo a orientar a investigação no caminho mais adequado”. (COHEN e MANION, 1987, cit. SOUSA, 2005: 95-96) O seu objectivo passa por produzir informação e conhecimentos válidos para aplicação imediata, posta ao serviço de quem investiga, em vez da produção de conhecimento para as comunidades educacional e científica. Sousa refere que a investigação-acção se baseia “essencialmente na observação de comportamentos e atitudes constatadas no decorrer da acção pedagógica e lidando com os problemas concretos localizados na situação imediata. Possui, por isso uma feição eminentemente empírica” (SOUSA, 2005: 96). A investigação-acção implica, assim, decidir qual o problema a estudar, explicitando as questões concretas, e a recolha de informação, com vista a melhorar a acção dos envolvidos na investigação. O processo da investigação-acção tem por base um problema, com o qual o investigador está insatisfeito, e a partir daqui, passa-se à observação do que está inerente ao problema, à recolha de dados, à reflexão sobre todo o processo, para, por fim, se iniciar o estudo.

Acerca da observação em educação, Sousa refere que esta se destina “essencialmente a pesquisar problemas, a procurar respostas para questões que se levantem e a ajudar na compreensão do processo pedagógico. (…) As formas de observação que são utilizadas, dependem essencialmente dos objectivos que se pretendem atingir e variam em grau de formalidade e rigorosidade, conforme o que se pretende observar” (idem: 109). A observação, segundo este autor, pode variar segundo o tipo de organização, de participação do observador, de procedimento, número de observadores e de contexto.

Na minha investigação-acção, para identificar o problema, recorri: à observação simples que sendo “(…) eminentemente espontânea, informal e não planeada (…) é particularmente adequada quando se tratam de estudos exploratórios, de primeiro

(24)

24/90 contacto, em situações em que os objectivos ainda não estão claramente definidos” (SOUSA, 2005: 112); à observação estruturada “(…) previamente organizada de modo a que a recolha dos dados seja mais objectiva e concreta (…) parte da formulação do problema para estruturar uma estratégia de observação que vise directamente a recolha dos dados (…) com todos os instrumentos adequados, às vezes com mais do que um observador e em datas e locais previamente definidos” (idem: 113); à observação

participante “(…) envolvimento pessoal do observador na vida da comunidade

educacional que pretende estudar, (…) observando a vida do grupo a partir do seu interior, como seu membro” (ibidem); a questionários aos alunos “(…) quando a investigação procura estudar opiniões, atitudes e pensamentos de uma dada população e expressa-se geralmente em percentagens” (idem: 153)

2.1.2 Grelhas de Observação e Objectivos Traçados

Para avaliar e comprovar os dados por mim recolhidos através do método de observação simples (SOUSA, 2005), e de forma a obter as informações de que necessitava para trabalhar o tema, elaborei três grelhas de observação (ANEXO A):

a) Quantidade da Participação Oral Voluntária - para poder ter uma noção da quantidade de participação oral voluntária na língua-alvo que os alunos tinham em cada aula por mim observada. Subdividi a grelha nos seguintes itens:

• Nunca participa – participa voluntariamente 0 vezes, • Participa Pouco - participa voluntariamente 1 vez, • Participa – participa voluntariamente 2 vezes,

• Participa Bastante - participa voluntariamente de 3 a 4 vezes, • Participa Sempre - participa voluntariamente mais de 5 vezes.

b) Qualidade da Participação Oral Voluntária - para obter uma noção do nível qualitativo da oralidade dos alunos. Com essa informação, pretendia apurar o seu nível de conhecimentos de língua. A grelha foi subdividida em Fraco, Insuficiente, Suficiente,

Bom e Muito Bom. Esta grelha foi, no entanto, utilizada apenas nas quatro aulas iniciais,

uma vez que, após esse período eu tinha já uma noção geral da qualidade de competência oral de cada aluno.

(25)

25/90 c) Tipologia de Exercícios/Actividades Observados – para identificar as actividades nas quais os alunos mais participavam oralmente de forma voluntária. A tipologia de actividades por mim escolhida para integrar a grelha foi: Respostas

individuais, Trabalho de pares, Trabalho de grupo, Debates e Role – Play. A grelha

continha ainda uma subdivisão intitulada Outros, onde eu registava os diferentes tipos de actividades realizadas na aula, que não constassem já da grelha inicial. Esta tipologia de actividades foi por mim assim escolhida, após observação das aulas iniciais, nas quais constatei que estas eram as mais realizadas pelas Professoras Orientadoras.

A observação e o preenchimento das referidas grelhas ocorreram entre os meses de Janeiro e Março, aquando da observação de aulas das Professoras Orientadoras e dos meus colegas estagiários. Nestas grelhas, fui registando ao longo das aulas observadas, os aspectos abaixo descritos relativamente a cada aluno. Aquando do tratamento dos dados observados (ANEXO B), e em relação à quantidade de participação oral voluntária na língua-alvo, deparei-me com o problema de que alguns alunos participavam apenas em algumas aulas, ou numas participavam mais vezes do que noutras. Assim foram estipulados novos critérios, tendo por base os anteriormente definidos:

• Nunca participa - 1 vez em menos de 50% do total das aulas observadas.

• Participa pouco - 1 vez em mais de 50% e 2 vezes em menos de 50% do total das aulas observadas.

• Participa - 2 vezes em mais de 50% e 3 vezes em menos de 50% do total das aulas observadas.

• Participa bastante - 3 vezes em mais de 50% e 5 vezes em menos de 50% do total das aulas observadas.

• Participa sempre - 5 vezes em mais de 50% do total das aulas observadas.

Análise da informação obtida

Da análise da grelha quantidade da participação oral voluntáriaconstatei (ANEXO B), em relação à turma de Alemão e sobre a quantidade de participação oral voluntária na língua-alvo, que dos dez alunos, 20% (2 alunos) se enquadram em participa, 30% (3

(26)

26/90 alunos) em participa pouco, e 50% (5 alunos) em nunca participa. Assim, em relação à quantidade da participação oral voluntária, verifiquei que o número de alunos a participar oralmente de forma voluntária na língua-alvo é baixo, ou seja, 80% dos alunos participam pouco ou nunca participam. Sobre a qualidade da participação oral

voluntária, grelha 2 (ANEXO B), o nível de conhecimento de língua dos 10 alunos

situa-se entre o insuficiente e o suficiente, com 50% (5 alunos) em cada nível. Já na observação com recurso à grelha 3 (ANEXO B), tipologia de exercícios/actividades

observados constatei que as actividades nas quais houve mais participação oral

voluntária na língua-alvo foram respostas individuais e perguntas ao professor. Das restantes actividades observadas, apenas em trabalho de pares observei alguma participação. No entanto, esta actividade surgiu apenas de forma esporádica nas aulas que observei.

Quanto à turma de Inglês, e no que diz respeito à quantidade de participação oral voluntária (ANEXO B), dos vinte e quatro alunos, 16,6% (4 alunos) situam-se em

participa sempre, 8,3% (2 alunos) em participa bastante, 8,3% (2 alunos) enquadra-se

em participa, 12,5% (3 alunos) em participa pouco e 54,1% (13 alunos) em nunca

participa. Assim, em relação à quantidade da participação oral voluntária, verifiquei que

o número de alunos a participar oralmente de forma voluntária na língua-alvo é baixo, ou seja, dos 24 alunos, 66,6% (16 alunos) participam pouco ou nunca participam. Na mesma turma, e quanto à qualidade da participação oral voluntária, apesar de aparentemente a qualidade ser boa, apliquei a grelha de observação para confirmar, ou não, a minha opinião. Pelos dados observados (ANEXO B), com muito bom apresentam-se 25% dos alunos (6 alunos), com bom 33,3% (8 alunos), com nível

suficiente 8,3% (2 alunos), e com a percentagem de 16,6% (4 alunos cada),

encontram-se os níveis insuficiente e fraco. Confirma-encontram-se que a turma tem um bom nível de Inglês, com 66,6% dos alunos (16 alunos) com nível positivo, sendo que 58,3% dos alunos (14 alunos) se enquadram no nível bom ou superior. Contudo, atente-se aos 33,3% (8 alunos) com nível negativo de qualidade da participação oral. Em relação à grelha 3,

tipologia de exercícios/actividades observados, pude observar (ANEXO B) que as

actividades nas quais houve mais participação oral voluntária na língua-alvo foram as

respostas individuais, os debates e os trabalhos de grupo. A actividade de tipo Role Play foi posta em prática apenas numa aula, tendo eu verificado que a maioria dos

(27)

27/90

2.1.3 Questionários – objectivos traçados

Identificado o problema da pouca participação oral voluntária, e para dar continuidade ao meu estudo, elaborei um questionário (ANEXO C) com o qual pretendia conhecer a opinião e os interesses dos alunos, em relação à sua participação oral voluntária na língua-alvo; com a recolha desta informação, foi mais fácil para mim planificar e construir as estratégias2 mais adequadas a uma participação. É hoje aceite que, partindo das necessidades dos alunos, e pelo facto de estes se sentirem envolvidos na definição dos objectivos e na escolha de conteúdos e estratégias, a resistência à aprendizagem vai diminuir, uma vez que os alunos, participando de forma activa no seu processo formativo, estão motivados de forma intrínseca, motivação essa que advém do envolvimento na detecção e análise dos seus interesses, problemas e aspirações. Parti da análise das suas opiniões e interesses, pois esta permite dar informações sobre o seu perfil, enquanto estudante, mas também porque quando os alunos são “ouvidos”, envolvem-se nas tarefas planificadas com maior aceitação, uma vez que as vêem como suas. Esta análise foi uma mais-valia aquando da proposta e planificação das estratégias a implementar.

2.1.3.1 Questionário inicial

Por pretender obter a opinião sincera dos alunos, optei por fazer um questionário anónimo (ANEXO C). O questionário continha perguntas de resposta aberta e de hierarquia. Por perguntas de resposta aberta (ou verbal) entendem-se as respostas que produzem informações; delas é esperado uma palavra, frase ou um comentário mais extenso (BELL, 1997: 118). As perguntas de hierarquia pressupõem que a resposta seja dada de acordo com uma hierarquia pré-estabelecida pelo autor do questionário (idem:119). As perguntas do questionário eram:

1. Costumas participar oralmente na aula? Sim/Não

2. De 1 a 5 como classificas a tua participação oral? (1- fraca, 5- muito boa) 3. Gostas de participar oralmente na aula? Sim/Não. Porquê?

4. Em que tipo de actividades gostas de participar? Quanto? De 1 (Nada) a 5

(muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho

de grupo, Debate, “Role-play”)

2

Por estratégia entenda-se o conjunto de actividades postas em prática para resolução do problema encontrado

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28/90

5. Em que tipo de actividades não gostas de participar? Quanto? De 1 (Nada) a 5

(muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho

de grupo, Debate, “Role-play”)

6. Que outro tipo de actividades gostarias de ver realizadas na aulas? Apresenta,

por favor, algumas sugestões.

7. Consideras que a tua participação oral na aula é positiva? Porquê? Se não, por

favor, apresenta soluções.

8. Consideras que a turma, em geral, participa oralmente de forma qualitativa na

aula? Porquê? Se não, por favor, apresenta soluções.

O questionário foi aplicado em ambas as turmas no mês de Março. Aquando da entrega dos questionários, expliquei aos alunos o que entendia por participação oral voluntária, e os alunos foram informados de que os deviam preencher tendo em conta a sua participação oral de forma voluntária na língua-alvo. Os alunos foram alertados para a importância do questionário para a minha investigação e para o papel activo que estes teriam nessa mesma investigação.

Análise da Informação obtida

• O caso da disciplina de Alemão:

Dos 10 alunos que constituem a turma, apenas 8 acederam responder ao questionário. Seguidamente, apresentarei a informação obtida nas respostas às perguntas do questionário. Após a apresentação do resultado de cada pergunta, exporei as conclusões relativamente à informação obtida naquela, comparando com os resultados obtidos nas grelhas de observação, sempre que os resultados divirjam. No anexo D, apresentam-se as tabelas e gráficos respeitantes a esta análise dos dados.

Na questão 1, Costumas participar oralmente na aula? Sim/Não, dos 8 alunos, 87,5% (7 alunos) responderam que sim e 12,5% (1 aluno) respondeu que não. Estes resultados vão contra aqueles por mim obtidos na análise das grelhas de observação, em que 30% (3 alunos) dos dez que constituem a turma, participam pouco e 50% (5 alunos) nunca participam. Na minha opinião, os alunos terão considerado a sua participação oral na língua-alvo e na língua materna, apesar de eu os ter alertado várias vezes para o facto de que deveriam ter em conta apenas a participação voluntária em língua alemã.

(29)

29/90 Na questão 2, De 1 a 5 como classificas a tua participação oral? (1- fraca, 5- muito

boa), 62,5% dos alunos (5 alunos) consideram a sua participação suficiente, 25% (2

alunos) consideram-na boa e apenas 12,5% (1 aluno) a considera insuficiente.

Também aqui constato, como se pode ver pelo gráfico 1, alguma contradição em relação aos dados por mim obtidos na fase de observação, pois os meus dados situam a qualidade da participação oral voluntária na língua-alvo, como insuficiente, em 50% dos dez alunos, enquanto que 8 dos alunos apenas a consideram em 12,5%. Mais uma vez, parto do principio que os alunos tenham considerado a sua participação oral na língua-alvo e na língua materna.

Gráfico 1: Classificação da Participação oral na turma de Alemão

1 2 5 0 1 2 3 4 5 6 C omo classificas a tua participação oral 1 ‐ F raca 2 ‐  Ins uficiente 3 ‐ S uficiente 4 ‐ B oa 5 ‐ Muito B oa

Em relação à questão 3, Gostas de participar oralmente na aula? Sim/Não. Porquê?, dos 8 alunos, 87,5% (7 alunos) responderam que sim por permitir corrigir erros de

oralidade, aumentar as probabilidades de reter facilmente a matéria, aumentar a nota final da disciplina, gostar de participar activamente nas aulas, participar se o tema/matéria interessa, considerar que a participação/opinião será relevante, estar a gostar da matéria, mostrar que se está interessado na aula, estar a interiorizar a matéria, obrigar a uma maior atenção, permitir tirar dúvidas e mostrar os conhecimentos que vão sendo adquiridos; 12,5% dos alunos (1 aluno) respondeu que

não, alegando para o efeito o facto de ter preferência em ouvir.

Posso assim afirmar que os alunos estavam motivados para a participação oral nas aulas, pelo que foi necessário da minha parte, encontrar estratégias que lhes permitissem usar apenas a língua-alvo na sua participação, partindo das suas opiniões e interesses.

(30)

30/90 Com a pergunta 4, Em que tipo de actividades gostas de participar? Quanto? De 1

(nada), a 5 (muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho de grupo, Debate, “Role-play”) tentei obter a opinião sobre o tipo de

actividades que os alunos preferem. Assim, e analisando as respostas dos alunos, gráfico 2, consideradas na escala progressiva ascendente quanto ao gosto em participar, no nível 1 temos apenas as respostas individuais com 25% (2 alunos) e o debate com 12,5% (1 aluno); no nível 2 temos o trabalho de pares com 37,5% (3 alunos), respostas

individuais com 25% (2 alunos) e o trabalho de grupo e o debate com 12,5% cada

actividade (1 aluno); no nível 3 todas as actividades são consideradas sendo que o

trabalho de pares, o trabalho de grupo e o “Role-play” apresentam 37,5% cada (3

alunos), o “Brainstorming” foi considerado em 25% (2 alunos) e o debate em 12,5% (1 aluno); no nível 4 “Brainstorming” foi considerado em 50% (4 alunos), as respostas

individuais, o trabalho de grupo e o debate com 37,5% cada actividade (3 alunos) e o trabalho de pares e “Role-play” apresentam 25% cada (2 alunos); no nível 5, foram

consideradas o “Role-play” com 37,5% (3 alunos), o debate com 25% (2 alunos), e o

“Brainstorming” e trabalho de grupo com 12,5% cada actividade (1 aluno).

Gráfico 2: Número de respostas sobre as actividades em que gosta de participar na turma de Alemão 0 2 0 0 1 0 3 1 2 0 3 1 3 4 3 2 3 2 1 0 0 1 2 3 0 0 1 2 3 3 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 “Brai nsto rmin g” Res post as in dividu ais Trab alho  em  pare s Trab alho  de gr upo Deb ate “Rol e‐pl ay” 1 ‐ Nada 2 3 4 5 ‐ Muito

Com a observação do gráfico 2, salienta-se que quer no “Role-play” quer no

(31)

31/90

respostas individuais e o trabalho de pares, não obtiveram qualquer resposta no nível 5.

Assim, vemos que os alunos privilegiaram as actividades de “Role play” e

“Brainstorming”, com 0% de respostas abaixo do nível 3, seguida do trabalho de grupo

com 12,5%, e do debate com 25% das respostas abaixo do nível 3. A menos privilegiada foi respostas individuais, com 50% das respostas abaixo do nível 3, seguida do trabalho de pares com 37,5% das respostas abaixo do nível 3.

Estes resultados estavam totalmente ao contrário dos obtidosnas minhas observações, onde tinha concluído que as actividades, nas quais houve mais participação oral voluntária na língua-alvo, foram as respostas individuais e perguntas ao professor, tendo havido em trabalho de pares alguma participação. Nas respostas dos alunos estas actividades são as menos privilegiadas, e para além disso, as 4 actividades mais preferidas estão muito próximas umas das outras em nível de preferência, sem haver alguma a alcançar a maioria das respostas. Pareceu-me contudo que os alunos queriam experimentar outras actividades diferentes das que eu tinha observado.

Utilizei a pergunta 5, Em que tipo de actividades não gostas de participar? Quanto? De

1 (nada), a 5 (muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho de grupo, Debate, “Role-play”), para tentar fazer o controlo das actividades

efectivamente privilegiadas pelos alunos. Ao observar, no entanto, atentamente os questionários e visível no quadro 1 e gráfico 2, constatei que 37,5% (3 alunos) não respondem na actividade de “Brainstorming”, e as restantes actividades, 25% cada (2 alunos) também não obtiveram resposta.

Quadro 1: Tipo de actividades em que não gosta de participar na turma de Alemão

1 - Nada 2 3 4 5 - Muito “Brainstorming” 1 2 1 1 0 Respostas individuais 1 1 0 3 1 Trabalho em pares 1 1 3 1 0 Trabalho de grupo 1 1 2 2 0 Debate 3 0 1 1 1 “Role-play” 1 1 3 0 1

(32)

32/90 Gráfico 3: Número de respostas sobre as actividades em que não gosta de participar na

turma de Alemão 1 1 1 1 3 1 2 0 1 0 3 2 1 3 3 1 2 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 “Brai nsto rmin g” Res pos tas indi vidu ais Trab alho  em  pares Trab alho  de gr upo Deba te “Rol e‐pl ay” 1 ‐ Nada 2 3 4 5 ‐ Muito

Outro facto que observei foi que 50% dos alunos (4 alunos) consideraram os mesmos níveis nas actividades, quer nesta pergunta quer na pergunta anterior, ou seja, os alunos atribuíram a mesma pontuação, tanto no gostar como no não gostar das actividades. Apenas dois alunos responderam de forma não contraditória nesta pergunta. Assim, os dados que obtive não foram conclusivos, nem me permitiram fazer o controlo das actividades que os alunos efectivamente mais gostam e privilegiam para a participação oral voluntária na língua-alvo.

Relativamente à questão 6, Que outro tipo de actividades gostarias de ver realizadas na

aula? Apresenta, por favor, algumas sugestões, os alunos sugeriram jogos em 37,5% (3

alunos) e palavras cruzadas, sopa de letras, leitura, exercícios de expressão oral, e

análise de textos em 12,5% cada (1 aluno). De salientar que 37,5% dos alunos (3

alunos) não responde ou não apresenta sugestões. Os alunos referiram em maior número os jogos como outro tipo de actividades que preferem, mas não foi a maioria da turma a referir esta actividade.

Quanto à questão 7, Consideras que a tua participação oral na aula é positiva?

Porquê? Se não, por favor, apresenta soluções, dos 8 alunos que responderam, 37,5%

(3 alunos) disseram que consideram a sua participação oral positiva, a mesma percentagem de alunos disse que mais ou menos; a percentagem de 12,5% (1 aluno)

(33)

33/90 apareceu nas respostas não e não sei. Quanto à justificação, os alunos que responderam sim, referiram que participa em todas as actividades propostas e responde ao que é

proposto se tiver opinião de resolução, e participa quando é significativo. Os alunos

que responderam mais ou menos, justificaram com dificuldade na expressão oral

(pronúncia das palavras), distracção e se gosta da matéria e se a entende. Quanto ao

aluno que considerou a sua participação não positiva disse que não gosta de participar

em qualquer circunstância, e não apresentou qualquer solução, tendo referido como

resposta nada a fazer.

De uma maneira geral os alunos consideram que participam de forma positiva na aula, apesar de haver alguns a dizer que essa participação podia ser melhor. Saliente-se que apenas um disse que não participava de forma positiva e outro não ter opinião formada. A questão que se põe é se os alunos consideraram nesta resposta a participação oral voluntária mas na língua-alvo. Contudo, estes resultados serviram para eu perceber que os alunos têm uma boa auto-estima sobre a sua participação.

Sobre a questão 8, Consideras que a turma, em geral, participa oralmente de forma

qualitativa na aula? Porquê? Se não, por favor, apresenta soluções, 62,5% (5 alunos)

consideraram que a turma participa oralmente de forma qualitativa e justificaram-se com as respostas: A participação de alguns ajudam a melhorar a dos outros; a

professora e estagiários incentivam a participação de todos; aulas cativantes; grande maioria domina os conteúdos; esforço de todos apesar da dificuldade da língua. 37,5%

dos alunos (3 alunos) disseram que não consideravam a participação oral da turma de forma qualitativa por falta de espírito de grupo/ turma (cada aluno por si sem respeitar

os pontos de vista do outro), não haver respeito pela participação dos outros, intervenções pouco significativas, alunos com dificuldades participam pouco, actividades pouco interessantes ou dinâmicas às vezes; estes alunos não apresentaram

qualquer solução para o problema. Analisando as respostas a esta questão, percebi que existe algum descontentamento na turma entre os alunos sobre a sua participação, vinda talvez do facto de esta resultar da junção dos alunos de duas turmas diferentes. Apenas um aluno referiu que as actividades nem sempre são interessantes e outro que considerou que os alunos que têm dificuldade participam pouco. A maioria, no entanto, considerou que as aulas são participadas de forma qualitativa, e que estas são planificadas e dadas tendo em vista a participação de todos.

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34/90 • O caso da disciplina de Inglês:

Dos 24 alunos que constituem a turma, apenas 21 acederam responder ao inquérito anónimo. À semelhança do que fiz com a disciplina de Alemão, apresentarei em seguida a informação obtida nas respostas às oito perguntas do questionário (ANEXO D). Após a apresentação de cada resultado, exporei as minhas conclusões relativamente à informação obtida na pergunta, comentando quando necessário.

Na questão 1, Costumas participar oralmente na aula? Sim/Não, dos 21 alunos, 57,1% (12 alunos) responderam que sim e 42,9% (9 alunos) responderam que não. Estes resultados vão contra aqueles por mim obtidos na análise das grelhas de observação, em que, dos vinte e quatro que constituem a turma, 54,1% (13 alunos) nunca participa, 12,5% (3 alunos) participam pouco e 33,3% oscilam entre participa e participa sempre. Esta discrepância pode ser explicada pelo facto de 3 alunos, 12,5%, não terem respondido ao questionário, ou então por alguns alunos terem considerado a sua participação oral na língua-alvo e também na língua materna, apesar de avisados para o facto de que deveriam ter em conta apenas a participação voluntária em língua inglesa.

Na questão 2, De 1 a 5 como classificas a tua participação oral? (1- fraca, 5- muito

boa), as respostas obtidas são bastante equilibradas quantitativamente, gráfico 4, pois

todos apresentaram uma percentagem de 19,5%, (4 alunos) com excepção da participação de nível bom que apresentou uma percentagem de 23,8% (5 alunos).

Gráfico 4: Classificação da Participação oral na turma de Inglês

4 4 4 5 4 0 1 2 3 4 5 6

C omo c las s ific as  a tua partic ipaç ão oral

1 ‐ Frac a 2 ‐  Ins ufic iente 3 ‐ S ufic iente 4 ‐ Boa 5 ‐ Muito Boa

(35)

35/90 Assim, 61,9% consideraram que a sua participação é positiva, e 38,1% dos alunos consideraram a sua participação negativa. As respostas dos alunos foram ao encontro dos resultados por mim obtidos na fase de observação, pois os meus dados situam a qualidade da participação oral na língua-alvo, com 66,6% dos alunos (16 alunos) com nível positivo e 33,3% (8 alunos) com nível negativo de qualidade da participação oral. Saliente-se que 3 alunos, 12,5% não responderam ao questionário o que pode explicar a variação de percentagens. Os alunos parecem ter consciência do seu nível de participação oral na língua-alvo.

Em relação à questão 3, Gostas de participar oralmente na aula? Sim/Não. Porquê?, dos 21 alunos, 71,4% (15 alunos) responderam que sim porque maior parte das vezes

não sei como dizer, ajuda a melhorar oralmente a disciplina, não o faço porque penso que está mal,ajuda a aprender melhor o inglês, gostava de participar mais, ajuda na classificação da nota final, gosto de falar, ser ouvido e mostrar que sei, adoro falar em inglês e gosto de interagir com os meus colegas e professora, sou bastante extrovertida e aproveito isso para mostrar conhecimento, oralmente não me sinto à vontade para falar com calma, gosto de falar outras línguas e melhorar as minhas aptidões, é interessante, maneira de exprimir as nossas ideias e partilhar pensamentos e conhecimentos, gosto de falar em inglês e aprender novas línguas, gosto da língua e sei usá-la razoavelmente; 28,5% dos alunos (6 alunos) responderam que não, alegando não me sinto muito à vontade, não consigo falar em inglês, não gosto muito de falar inglês,

não vale a pena, só quando me perguntam, falar língua estrangeira deve ser com pessoa de outro país. Como se pode constatar pela análise desta pergunta, os alunos estão conscientes da importância do uso oral da língua inglesa. As principais causas apontadas para a não participação oral na aula são a timidez e o medo de errar, bem como a falta de conhecimentos necessários à participação. Um aluno considera ainda que não é necessário usar a língua-alvo, a menos que seja para comunicar com um falante nativo da língua.

Com a pergunta 4, Em que tipo de actividades gostas de participar? Quanto? De 1

(nada), a 5 (muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho de grupo, Debate, “Role-play”), tentei obter a opinião sobre o tipo de

actividades que os alunos preferem. Assim, e analisando as respostas dos alunos, consideradas na escala progressiva ascendente quanto ao gosto em participar, no nível 1

(36)

36/90 temos apenas as respostas individuais com 9,5% (2 alunos) e o “Brainstorming” com 4,7% (1 aluno); no nível 2 temos respostas individuais com 14,2% (3 alunos), o debate com 9,5% e (2 alunos), e o trabalho de pares com 4,7% (1 aluno); no nível 3 todas as actividades são consideradas sendo que o “Brainstorming” foi considerado com 42,8% (9 alunos), as respostas individuais e o “Role-play” apresentam 28,5% cada (6 alunos), o trabalho de pares foi considerado em 19% (4 alunos), o trabalho de grupo e o debate em 9,5% cada (2 alunos); no nível 4 o trabalho de pares apresenta 57,1% (12 alunos), o trabalho de grupo foi considerado em 38% (8 alunos), o debate com 33,3% (7 alunos), as respostas individuais e “Role-play” apresentam 28,5% cada (6 alunos), e o

“Brainstorming” foi considerado em 19% (4 alunos) das respostas; no nível 5, o mais

elevado, foram consideradas o trabalho de grupo e o debate com 42,8% cada actividade (9 alunos), “Role-play” com 23,8% (5 alunos), o “Brainstorming” e o trabalho de

pares com 14,2% cada (3 alunos), e as respostas individuais com 4,7% (1 aluno). Em

relação às actividades sem resposta, temos 19% (4 alunos) na actividade de

“Brainstorming” e de “Role-play”, 14,2% (3 alunos) nas respostas individuais, 9,5% e

(2 alunos) no trabalho de grupo e 4,7% (1 aluno) no trabalho de pares e no debate.

Observando o gráfico 5, salienta-se que quer no “Role-play” quer no trabalho de grupo não houve qualquer resposta nos níveis 1 e 2. Por outro lado, respostas individuais foi a que obteve apenas uma resposta no nível 5. Assim, analisando os dados em relação aos níveis abaixo de 3, temos que os alunos privilegiaram as actividades de “Role play” e

trabalho de grupo, com 0% de respostas abaixo do nível 3, seguida do “Brainstorming”

e trabalho de pares com 4,7% (1 aluno), e do debate com 9,5% (2 alunos) das respostas abaixo do nível 3. A menos privilegiada foi respostas individuais, com 23,8% (5 alunos) das respostas abaixo do nível 3. Fazendo o estudo no sentido contrário, ou seja as respostas que os alunos mais privilegiaram acima do nível 3, temos o trabalho de

grupo, com 80,9% (17 alunos) de respostas acima do nível 3, seguida do debate com

76,1% (16 alunos) e trabalho de pares com 71,4% (15 alunos); a actividade de “Role

play” apresentou 52,3% (11 alunos), sendo as menos privilegiadas as respostas individuais e “Brainstorming” com 33,3% (7 alunos) de respostas acima do nível 3. Em

relação às actividades mais consideradas no nível 5 foram as de trabalho de grupo e debate, seguido de “Role play”.

(37)

37/90 Gráfico 5: Número de respostas sobre as actividades em que gosta de participar na

turma de Inglês 1 2 0 0 0 3 1 0 2 0 9 6 4 2 2 4 12 8 7 3 1 3 9 9 4 3 1 2 1 0 0 6 6 6 5 4 0 2 4 6 8 10 12 14 “Bra inst orm ing” Resp osta s indi vidu ais Tra balho  em  pares Tra balh o de  grup o Deba te “Rol e‐pl ay” 1 ‐ Nada 2 3 4 5 ‐ Muito Não respondeu

Ao comparar os dados dos alunos com os observados por mim, confirmei que em relação ao trabalho de grupo e ao debate os dados são coincidentes. No entanto, o mesmo já não acontece com as respostas individuais, uma vez que, para os alunos foi a menos preferida, sendo que na minha observação foi uma nas quais existiu maior participação oral voluntária. De salientar que as actividades de trabalho de grupo, debate e trabalho de pares estão muito próximas umas das outras em nível de preferência, mas as duas primeiras foram as mais cotadas no nível 5, e que o “Role-play” e trabalho de grupo não tiveram qualquer nível abaixo de 3.

Utilizei a pergunta 5, Em que tipo de actividades não gostas de participar? Quanto? De

1 (nada), a 5 (muito). (“Brainstorming”, Respostas individuais, Trabalho de pares, Trabalho de grupo, Debate, “Role-play”), para tentar fazer o controlo das actividades

efectivamente privilegiadas pelos alunos. Ao observar, no entanto, atentamente os questionários conforme quadro 2 e gráfico 6, constatei que cerca de metade dos alunos, média de 46,8%, não responderam a esta pergunta.

Outro facto que observei foi que 33,3% dos que responderam (7 alunos) consideraram os mesmos níveis nas actividades, quer nesta pergunta quer na pergunta anterior, ou

(38)

38/90 seja, os alunos atribuíram a mesma pontuação, tanto no gostar como no não gostar das actividades. Assim, os dados obtidos não foram conclusivos, nem me permitiram fazer o controlo das actividades que os alunos efectivamente mais gostam e privilegiam para a participação oral voluntária na língua-alvo.

Quadro 2: Tipo de actividades em que não gosta de participar na turma de Inglês

1 - Nada 2 3 4 5 - Muito Não respondeu “Brainstorming” 2 2 4 2 1 10 Respostas individuais 3 4 4 2 0 8 Trabalho em pares 3 1 3 3 1 10 Trabalho de grupo 4 1 1 3 2 10 Debate 2 1 2 3 3 10 “Role-play” 2 1 3 1 3 11

Gráfico 6: Número de respostas sobre as actividades em que não gosta de participar na turma de Inglês 2 4 2 2 4 1 1 1 1 4 2 2 2 3 1 1 0 1 2 10 8 10 10 10 11 3 3 2 1 3 4 3 3 3 3 3 0 2 4 6 8 10 12 “Bra inst orm ing ” R esp osta s  in divi duai s Trab alho  em  par es Trab alho  de gr upo Deba te “Rol e‐pl ay” 1 ‐ Nada 2 3 4 5 ‐ Muito Não res pondeu

Relativamente à questão 6, Que outro tipo de actividades gostarias de ver realizadas na

aula? Apresenta, por favor, algumas sugestões, os alunos sugeriram jogos em 42,8% (9

alunos), visionamento de filmes em 14,2% (3 alunos), e apresentações orais e

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39/90 alunos (7 alunos) não responderam ou não apresentaram sugestões. Os alunos referiram em maior número os jogos como outro tipo de actividades preferidas, apesar de não ter sido a maioria da turma a referir esta actividade.

Quanto à questão 7, Consideras que a tua participação oral na aula é positiva?

Porquê? Se não, por favor, apresenta soluções e dos 20 alunos que responderam a esta

pergunta, 57,1% (12 alunos) disseram que consideram a sua participação oral positiva, 33,3% (7 alunos) disseram que a sua participação não era positiva e 4,7% (1 aluno) disse que mais ou menos. Quanto à justificação, os alunos que responderam sim, referiram responder em inglês quando requisitado, dar respostas correctas, exprimir

ideias novas, fazer bom uso da língua inglesa. Os alunos que consideraram a sua

participação não positiva, disseram que esta não o é por receio de ser “gozado”, receio

de errar, timidez, pronúncia fraca, não gosta de participar; apresentaram como solução aumentar a participação, colegas deixarem de gozar sobre os erros dos colegas e perguntas directas pela professora. O aluno que disse que participava mais ou menos

referiu que a participação pode melhorar com mais esforço seu.

De uma maneira geral os alunos consideram que participam de forma positiva na aula, alegando para o efeito o seu à vontade e o bom nível de conhecimento da língua. Os alunos que disseram que não participavam de forma positiva não o fazem por receio de errar, serem gozados ou timidez. Estes resultados confirmam as minhas observações quanto ao bom nível da maioria dos alunos.

Sobre a questão 8, Consideras que a turma, em geral, participa oralmente de forma

qualitativa na aula? Porquê? Se não, por favor, apresenta soluções, 76,1% (16 alunos)

consideraram que a turma participa oralmente de forma qualitativa e justificaram-se com as respostas: Há sempre alguém a responder às questões, muito interesse na

participação, muito bons alunos e alguns fracos, todos os alunos participam, uns mais que outros, aulas muito interessantes. 14,5% dos alunos (4 alunos) disseram que não

consideravam a participação oral da turma de forma qualitativa porque estagiários não

dão oportunidade, apenas os bons alunos participam, falta de oportunidade para os alunos mais fracos falarem; estes alunos apresentaram como solução alunos ajudarem os colegas mais fracos, professora equilibrar as oportunidades de todos os alunos falarem. Um aluno, 4,7%, disse que a participação da turma é mais ou menos porque

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