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Roquette, Ausenda Machado, Carlos Matias Dias

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Academic year: 2019

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Revista

Portuguesa

de

Cardiologia

Portuguese

Journal

of

Cardiology

www.revportcardiol.org

ARTIGO

DE

REVISÃO

Investigac

¸ão

epidemiológica

sobre

prevalência

e

incidência

de

hipertensão

arterial

na

populac

¸ão

portuguesa

---

uma

revisão

de

âmbito

Mafalda

Sousa

Uva

,

Paulo

Victorino,

Rita

Roquette,

Ausenda

Machado,

Carlos

Matias

Dias

DepartamentodeEpidemiologia,InstitutoNacionalDoutorRicardoJorge,Lisboa,Portugal

Recebidoa20dedezembrode2013;aceitea2defevereirode2014 DisponívelnaInterneta12deagostode2014

PALAVRAS-CHAVE

Hipertensãoarterial; Prevalência;

Incidência; Revisão; Portugal

Resumo

Introduc¸ãoeobjetivos: Portugaléreferidonaliteraturacomoumdospaísescommaioresníveis detensãoarterialmédianapopulac¸ão.Oobjetivodopresenteestudoérealizarumarevisão estruturadadaliteraturaacercadoâmbito(quantidade,focoenatureza)dainvestigac¸ão epi-demiológica publicadasobre prevalência eincidência de hipertensão arterialnapopulac¸ão portuguesa.

Métodos: Arevisãodeâmbitofoirealizadaemjunhode2013.Atravésdaconsultadasfontes deinformac¸ãoPubmedeB-onforampesquisadosestudossobreprevalênciaeincidênciade hipertensãoarterialcujarecolhadedadostivessedecorrido,respetivamente,entre2005-2013 e1995-2013.

Resultados: Obtiveram-se527 publicac¸ões,dasquais foramselecionadas14sobre prevalên-ciaeduassobreincidênciadehipertensão.Osresultadosindicammaiornúmerodeestudos sobrepopulac¸õesdaregiãoNortedopaís;aaparenteinexistênciadeestudosespecíficossobre aspopulac¸õesdoAlentejoeAlgarve;longosperíodosdetempoentrearecolhadedadosea publicac¸ãodosresultados(aténoveanos);variabilidadeapreciávelnosmétodosutilizadospara mediratensãoarterial;eainfrequentedesagregac¸ãodosresultadosporsexoeidade.

Conclusões: Osdiferentesmétodosdemedic¸ãodahipertensãoarterial,omissosnamaioriados trabalhosanalisados,araradesagregac¸ãodosresultadosporsexoeidade eaassimetriade coberturageográfica dapopulac¸ãodificultam amonitorizac¸ão dastendênciasdafrequência dehipertensãoarterialemPortugal.

©2013SociedadePortuguesa deCardiologia.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.U.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:mafalda.uva@insa.min-saude.pt(M.SousaUva).

http://dx.doi.org/10.1016/j.repc.2014.02.012

(2)

452 M.SousaUvaetal.

KEYWORDS

Hypertension; Prevalence; Incidence; Review; Portugal

Epidemiologicalresearchontheincidenceandprevalenceofarterialhypertension inthePortuguesepopulation:Ascopingreview

Abstract

IntroductionandObjectives: ThePortuguesepopulationisreportedtohaveamongthehighest levelsofmeanbloodpressure.Theaimofthepresentstudyistoconductastructuredliterature reviewdescribingthescope(quantity,focusandnature)ofpublishedepidemiologicalresearch ontheprevalenceandincidenceofhypertensioninthePortuguesepopulation.

Methods:The scopingreviewwas conducted duringJune2013, usingtwo information

sour-ces, B-onandPubMed,to searchfor published studiesonthe prevalenceandincidenceof hypertensionwithdatacollectedbetween2005-2013and1995-2013,respectively.

Results:We identified527publications: 14on theprevalenceand two ontheincidenceof hypertension.TheresultsshowmorestudiesonpopulationsintheNorthregionofPortugal;an apparentlackofpublishedstudiesspecificallytargetingtheAlentejoandAlgarvepopulations; longdelaysbetweendatacollectionandpublicationofresults(uptonineyears);considerable variabilityinmeasurementmethods;andinfrequentdatastratificationbygenderandage.

Conclusions:Differencesinbloodpressuremeasurementmethods,notspecifiedinmost stu-dies, the infrequency of stratification of results by gender and age, and the geographic asymmetryincoverageofthePortuguesepopulation,hindermonitoringoftheincidenceand prevalenceofhypertensioninPortugal.

©2013SociedadePortuguesadeCardiologia.PublishedbyElsevier España,S.L.U.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

Ahipertensãoarterial(HTA)éofatorderiscomais impor-tanteparaasdoenc¸ascardiovascularesecerebrovasculares, nomeadamente,oenfarteagudodomiocárdioeoacidente vascularcerebral,importantescausasdemorbilidadee mor-talidadeemtodoomundo1---3.Em2008,aprevalênciadeHTA

emadultoscomidade≥25anosfoi40%,anívelglobal,após umadiminuic¸ãoentre1980-20084,5.

Nos últimos 30 anos,a populac¸ãoportuguesa temsido

referidacomotendodosmaiselevadosníveisdetensão arte-rialmédia6,7. Em 2008,a prevalênciade HTAouo usode

medicamentos anti-hipertensores em adultos com idades

≥25 anos foi estimado em 41,9% (46,5% nos homens e

37,4%nas mulheres)8. Entre 1980-2008 ter-se-áverificado

umdecréscimodosníveismédiosdetensãoarterialsistólica, maisacentuadonasmulheres8.

Oconhecimentodaevoluc¸ão,tendênciasesituac¸ãoatual

das medidas epidemiológicas de frequênciade HTA

(inci-dência,prevalênciaemortalidade)éimportanteemsaúde

públicaparaoplaneamento,aavaliac¸ãoeaadministrac¸ão

da saúde da comunidade acerca do peso da HTA na

populac¸ão9.

Umarecenterevisãosistemáticadaliteratura(Pereiraet al.)concluiuqueentre1990-2005aHTA(definidacomo ten-sãoarterialdiastólicae/ousistólica≥140/90mmHg)sofreu

poucavariac¸ão nos adultos jovens e diminuiu em adultos

de meia-idadee idade avanc¸ada. Contudo, a prevalência

deHTA autodeclarada aumentou, em média, 0,4% ao ano

naqueleperíodo10.

Embora as revisões sistemáticas sejam,

tradicional-mente,ométododerevisãodaliteraturamaisvalorizado,

ovolumeeinteressecrescentesnainvestigac¸ãoemsaúde,

levouaodesenvolvimentodemétodosalternativosde

revi-sãoestruturada,entreosquais,odasscopingreviews, par-ticularmenteutilizadonainvestigac¸ãoemsaúdepública11.

Apesar de apresentarem uma configurac¸ão

aparente-mentemaissimples,mantêmaorganizac¸ãoetransparência

necessárias a uma revisão da literatura, sendo descritas

comoumprocessodemapeamento daliteraturasobreum

temadeformaaobterumaimagemgeraldoconhecimento

sobre o mesmo11,12. São, principalmente, utilizadas para

identificar lacunasdeconhecimentoe/ou pararesumiros

principaisestudosexistentessobredeterminadamatéria13.

Aprincipaldiferenc¸aemrelac¸ãoàsrevisõessistemáticasda literaturaresidenofactodequeestasvisamumaavaliac¸ão inicialdaqualidadedosestudosaincluirnarevisãoeuma síntesequantitativaequalitativadosresultados,enquanto as scoping reviews não pretendem fazer uma avaliac¸ão

inicialdaqualidade dos estudos,masapenas umasíntese

qualitativa doâmbito, métodos e resultadosda atividade

deinvestigac¸ão14.

EmPortugal,tantoquantoconhecemos,nãofoiatéagora

publicadoumestudocomopropósitodedescreveroâmbito

eresultadosdaatividadedeinvestigac¸ãonumdeterminado

tópico de saúde, utilizando o método de scoping review.

Emrelac¸ãoàHTA,essadescric¸ãoédeelevadaimportância, dadoorelevodadoenc¸aeanecessidadedeidentificar pos-síveislacunasdeconhecimentoquecontribuamparadefinir prioridadesdeinvestigac¸ão.

Emboranãotenhasidoencontradanenhumadesignac¸ão

em português para scoping review, propõe-se daqui por

diantedenominá-la«revisãodeâmbito».

Objetivos

O presente estudo tem como objetivo realizar uma

revi-são de âmbito sobre prevalência e incidência de HTA na

populac¸ãoportuguesavisandodescrevero âmbito (quanti-dade, focoe natureza)14,15 daatividadede investigac¸ãoe

(3)

Revisão de

âmbito

Pergunta de investigação:Qual o âmbito (quantidade, foco e natureza) da atividade de investigação sobre incidência e prevalência de hipertensão arterial em portugal?

Critérios de inclusão:

Pesquisa nas fontes de informação:

Seleção de estudos

Aplicação dos critérios de inclusão/exclusão

Palavras-chave:

Recolha da informação em tabelas com:

Resumo e comunicação da informação

Metodologia para pesquisa de estudos relevantes

– Estudos na língua portuguesa e na língua inglesa;

– Estudos de prevalência de hipertensão em portugal cujo ano de recolha de dados seja posterior a 2005, ou omisso, com data de publicação de 2006 a junho de 2013.

– Estudos de prevalência de hipertensão em portugal cujo ano de publicação seja posterior a 2011, independentemente do ano de recolha dos dados. – Estudos de incidência de hipertensão em portugal cujo ano de publicação esteja compreendido entre 1995-junho 2013.

– Estudos que não investiguem a frequência de hipertensão em amostras com características específicas (tais como em diabéticos, pessaos que tenham sofrido AVC, entre outros).

– B-on; – Pubmed

– Na B-on; “prevalência” and “hipertensão”; “inciência” and “hipertensão”; – Na Pubmed: “prevalence” and “hypertension” and “portugal”; “incidence” and “hypertension” and “portugal”.

– Autores; – Ano de publicação; – Local do estudo; – População em estudo; – Dimensão da amostra;

– Métodos de medição da hipertensão; – Resultados das medidas de frequência.

Figura1 Metodologia adotadanoprocessode conduc¸ãoda revisãodeâmbito.

Métodos

Esta revisão de âmbito foi realizada em junho de 2013,

simultaneamente por dois investigadores. Um painel de

três peritos, investigadores com experiência em

cuida-dos de saúde, clínica, saúde pública, epidemiologia e

investigac¸ão em saúde, validou as opc¸ões metodológicas (palavras-chave,critérios de inclusão/exclusão,fontes de informac¸ão,resumoeanálisedosresultados)12.

A revisão de âmbito envolveu as seguintes fases

(figura 1), em concordância com a metodologia proposta

por Arksey e O’Malley14: (1) estabelecimento da

per-guntadeinvestigac¸ão;(2)pesquisa deestudosrelevantes; (3) selec¸ão dos estudos baseada nos critérios de inclusão pré-estabelecidos;(4)recolhadeinformac¸ão;e(5)resumo ecomunicac¸ãodainformac¸ão.

Estratégiasdepesquisa

ForamincluídosestudosdeprevalênciadeHTAcujoanode

recolha de dados fosse posterior a 2005 e/ou, cujo ano

de publicac¸ão fosse posterior a 2005, quando o ano de

recolha de dados fosse omisso. Foram, ainda, incluídos

estudoscom ano de publicac¸ão posterior a 2011, mesmo

que a recolha de dados tivesse sido anterior a 2005.

Pretendeu-se, assim, obter publicac¸ões não incluídas no

estudodePereiraetal.10 sobretendências deprevalência

deHTAemPortugalde1990-2005,atualizandoealargando

o âmbito do conhecimento. As diferenc¸as metodológicas

entre ambos os trabalhos, não impedem, contudo, que

algumaspublicac¸õespossamcoincidir.

RelativamenteàincidênciadeHTA,foramincluídos estu-doscomanodepublicac¸ãoentrejaneirode1995ejunhode 2013,deformaaabrangerummaiornúmerodepublicac¸ões.

As fontes de informac¸ão utilizadas foram a biblioteca

do conhecimento online (B-on), sob a gestão da extinta

Fundac¸ão para a Computac¸ão Científica Nacional16, e a

Pubmed,mantida pelaBibliotecadeMedicina dosEstados

Unidos17.

Forampesquisados estudossomente nas línguas

portu-guesa e inglesa, combinando as palavras-chave (figura 1)

através do operador booleano «AND». Na B-on foram

utilizadas as palavras-chave em português «prevalência»

AND «hipertensão» e «incidência» AND «hipertensão».

Na Pubmed utilizaram-se as palavras-chave «prevalence»

AND «hypertension» AND «Portugal», e «incidence» AND «hypertension»AND«Portugal».

Existeevidência dequea Pubmedrepresenta umaboa

fonte de informac¸ão para pesquisa de estudosrelevantes

na área das doenc¸as crónicas18. A escolha da B-on,

ape-nascomo usodaspalavras-chaveem português,deveu-se

à preocupac¸ão em incluir estudos publicados em revistas

portuguesas,uma vez que aPubmed não indexatodas as

revistaspublicadasemPortugal.

Foram excluídos estudos sobre HTA em amostras com

característicasespecíficas,taiscomodiabéticosouobesos, entreoutros.Nenhumcritériodeinclusãofoiestabelecido

quantoao desenhode estudo,tipo depublicac¸ão ou

gru-posetáriosdaspopulac¸õesemestudo.Nãofoiusadocomo

critério de inclusão a qualidade dos estudos,tal como é

recomendadonasrevisõesdeâmbito14.

Recolhadainformac¸ão

Foramrecolhidosnumatabelapadrãodadossobreas seguin-tesvariáveis:autores,anodepublicac¸ão,localdoestudo,

populac¸ão em estudo, dimensão da amostra, métodos de

medic¸ão da tensão arterial, e principais resultados com

desagregac¸ãoporsexoeidade.Essatabelafoipreenchida

à medida que os estudos foram selecionados tornando,

posteriormente, mais fácil a elaborac¸ão do resumo da

informac¸ão quanto a i) quantidade (númerode estudos);

ii)foco (populac¸ões,grupos etários,HTA diagnosticadaou autodeclarada,entreoutros);eiii)natureza(origemda ati-vidadedeinvestigac¸ão)14,15.

Resultados

Estratégiadepesquisa,selec¸ãodeestudos erecolhadeinformac¸ão

(4)

454 M.SousaUvaetal.

Tabela1 Resultadosdapesquisadeestudossobreprevalênciadehipertensãoarterialapresentadosporordemcrescentedos gruposetáriosemestudo

Referênciabibliográfica Tipopublicac¸ão Anorecolha dedados

Anode publicac¸ão

Localdoestudo Localrecolhadosdados

Maldonadoetal.34 Artigooriginal Ausente 2009 Coimbra-Aveleira ClínicadaAveleira

Maldonadoetal.19 Artigooriginal Ausente 2011 Coimbra-Aveleira ClínicadaAveleira

Oliveira-Martins35 Tesedelicenciatura 2009 2009 Freguesiade

Campanhã---Porto

11escolaspúblicasdoensino básico(EB1)dafreguesiade Campanhã

Rocha24 Tesedemestrado Ausente 2010 Lisboa 8escolasdoensinosecundário

daregiãodeLisboa(5escolas públicase3privadas)

Silvaetal.20 Artigooriginal 2006 2012 Lisboa EscolaSecundáriaCamilo

CasteloBrancoCarnaxide ---Lisboa

Doresetal.36 Artigooriginal 2006 2010 Lisboa Ausente

Brandãoetal.32 Artigooriginal 2005-2006 2008 Aveiro LaboratóriodeEnfermagemda

EscolaSuperiordeSaúde (ESSUA)daUniversidadede Aveiro

Cortez-Diasetal.25 Artigooriginal 2006e2007 2009 Portugal Centrodesaúdedecadaum

dos719médicosdefamília

Loubãoetal.23 Artigooriginal 2007 2010 BarãodoCorvo,

VilaNovadeGaia

CentrodeSaúdedeBarãodo Corvo

Machadoetal.37 Artigooriginal Ausente 2010 Porto 15freguesiasdacidade

doPorto

Oliveira-Martinsetal.38 Artigooriginal 2005-2006 2011 Portugal

Continental

60farmáciasdas5regiõesde saúdedePortugal(Norte, Centro,LisboaeValedoTejo, AlentejoeAlgarve)

Perdigãoetal.21 Artigooriginal 2006-2007 2011 Portugal Norte,Centro,LisboaeValedo

Tejo,Alentejo,Algarve,Região AutónomadaMadeiraeRegião AutónomadosAc¸ores

Alvesetal.26 Artigooriginal 1999-2003 2012 Porto Porto

Mendesetal.22 Poster 2011 2012 Concelhode

Braganc¸a

7laresdeidososdoconselho deBraganc¸a

Referência bibliográfica

Desenhodeestudo Populac¸ãoemestudo Gruposetários emestudo

Dimensão daamostra Maldonadoetal.34 Estudo,observacional,

transversal

Adolescentessaudáveisprovenientes daregiãocentrodePortugaleseguidos numaconsultademedicinadesportiva naClínicadaAveleira

(5)

Tabela1(Continuac¸ão)

Referência bibliográfica

Desenhodeestudo Populac¸ãoemestudo Gruposetários emestudo

Dimensão daamostra

Maldonadoetal.19 Estudo,observacional,

transversal

Adolescentessaudáveisprovenientes daregiãocentrodePortugaleseguidos numaconsultademedicinadesportiva naClínicadaAveleira

4-18anos 5381

Oliveira-Martins35 Estudo,observacional,

transversal

Crianc¸asnascidasem2001a frequentaremo2.◦anodo1.ciclo

doensinobásicodas11escolaspúblicas dafreguesiadeCampanhã--- Porto

8anos 339

Rocha24 Estudo,observacional,

transversal

Estudantesdoensinosecundáriode 8escolasdaregiãodeLisboa,(5 públicas,3privadas)

15-18anos 854

Silvaetal.20 Estudo,observacional,

transversal

Adolescentesafrequentaroensino secundáriodaEscolaSecundáriaCamilo CasteloBranco(Carnaxide)noanoletivo de2005/2006

16-19anos 234

Doresetal.36 Estudo,observacional,

transversal

Estudantesuniversitáriosdacidadede Lisboa---FaculdadedeCiênciasMédicas daUniversidadeNovadeLisboa (FCM-UNL),InstitutoSuperiorde PsicologiaAplicada(ISPA)eInstituto SuperiorTécnico(IST).

18-25anos 402

Brandãoetal.32 Estudo,observacional,

transversal

EstudantesafrequentaraUniversidade deAveironoano2005/2006

18-25anos 378

Cortez-Dias etal.25

Estudo,observacional, transversal

Populac¸ãodosadultosresidentesem Portugalcontinentaleilhasseguidos nosCuidadosdeSaúdePrimários (amostrarepresentativa)

≥18anos 16856

Loubãoetal.23 Estudo,observacional,

transversal

UtilizadoresdoCentrodeSaúde deBarãodoCorvo

≥18anos 502

Machadoetal.37 Estudo,observacional,

transversal

IndivíduosdacidadedoPorto(amostra representativa)

≥40anos 900

Oliveira-Martins etal.38

Estudo,observacional, transversal

Utentesde60farmáciasdecincoregiões desaúdedePortugal(Norte,Centro, LisboaeValedoTejo,Alentejo eAlgarve)

≥40anos 1042

Perdigãoetal.21 Estudo,observacional,

transversal

Indivíduosdeambosossexos,residentes emPortugalContinentalounasRegiões AutónomasdosAc¸oresedaMadeira, comidadeigualousuperiora40anos (amostrarepresentativa)

≥40anos 38893

Alvesetal.26 Estudo,observacional,

transversal

MoradoresdoPorto(amostra representativa)

≥40anos 2000

Mendesetal.22 Estudo,observacional,

transversal

Pessoasidosasinstitucionalizadas em7laresdoconcelhodeBraganc¸a

(6)

456

M.

Sousa

Uva

et

al.

Tabela2 Descric¸ãodosmétodosdedefinic¸ãoemedic¸ãodahipertensãoarterial(HTA)dosestudosselecionadossobreprevalênciadehipertensãoarterialemcrianc¸ase,ou, adolescentes.Ascélulasassinaladascomumacruzrepresentamapresenc¸adacaracterísticadedefinic¸ãooumedic¸ãodaHTA

Métodos e tipo de medição da HTA Resultados

Autorreportada Avaliada Tipo de

aparelho Braço

Avaliações Taxa Prevalência de HTA

Referência Bibliográfica

Grupos etários

em estudo

Definição de caso

de Hipertensão HTA

Consumo de Anti-hipertensores

Sistólica Diastólica Mercúrio Aneroide Digital Direito Esquerdo

1 2 3 Sexo

M Sexo F Total

5-18 anos PAD e/ou PAS ≥

P 95 X X X X X X X 9.1% 15.0% 9.8%

Maldonado et al.19 4-18 anos PAD e/ou PAS ≥

P 95 X X X X X X X 12.8% 12.8% 12.8%

Oliveira-Martins35 8 anos PAD e/ou PAS ≥

P 95 X X X X Aus Aus X 26.3% 28.0% 27.1%

Rocha24 15-18 anos PAD e/ou PAS ≥

P 95 X X X X X X 14.7% 6.9% 11.0%

Silva et al.20 16-19 anos PAD e/ou PAS ≥

P 95 X X X X X X 43.0% 21.0% 34.0%

Maldonado, et al.34

(7)

de estudos sobre incidência de HTA. Foram selecionadas paraanálise16publicac¸õesquesatisfaziamoscritériosde inclusão,dasquais14publicac¸õessobreprevalênciadeHTA (tabela1)e2sobreincidênciadeHTA(tabela4).

Das14publicac¸õessobreprevalênciadeHTA

seleciona-das,11obtiveram-seatravésdapesquisanaPubmedetrês

naB-on.Dasduaspublicac¸õessobreincidênciadeHTA,uma

adquiriu-seatravésdaPubmedeoutranaB-on.

Atividadedeinvestigac¸ãosobreprevalência dehipertensãoarterialemPortugal

OsestudosselecionadossobreprevalênciadeHTA(tabela1) sãoartigosoriginais,àexcec¸ãodetrês,dosquaisuméuma tesedelicenciatura,outroéumatesedemestradoeoutro umposter.

Apenastrêsestudostêmâmbitonacional,sendoos

res-tantesdeâmbitoregional.Dessesestudosdeâmbito regio-nal,cincoreferem-seapopulac¸õesdaregiãoNorte;trêsda regiãoCentroetrêsdaregiãodeLisboaeValedoTejo.

A data de recolha dos dados sobre HTA correspondeu,

em umestudo,ao período1999-2003;em doisestudosao

período2005-2006;em doisestudosao ano2006;em dois

estudosaoperíodo2006-2007;emumestudoaoano2007;

emumestudoaoano2009;eemumestudoaoano2011.

Emquatroestudosessainformac¸ãoéomissa.

Dototaldeestudos,trêsutilizaramamostrasobtidascom basena populac¸ãogeral; doisusaramamostrasobtidasde

consultas numa clínica médica; dois estudaram amostras

de utentes de centros de saúde; um estudou uma

amos-tradosutentesde60farmácias;cincoestudaramamostras

dealunosem instituic¸õesdeensinoeumestudoobteve a amostraentreutentesdesetelaresdeidosos.

Relativamenteaogrupoetáriodaspopulac¸õesemestudo,

cinco dos estudos selecionados têm como populac¸ão em

estudo crianc¸as e/ou adolescentes; e nove estudos têm

comopopulac¸ãoemestudoadultos(doiscomidadesentre

18-25anos;doiscomidades≥18anos;quatrocomidades

≥40anoseumcomidades≥65anos).

Dascincopublicac¸õessobreprevalênciadeHTAque inci-diramemcrianc¸ase/ouadolescentes,aquelaqueenvolveu

umaamostrademaiordimensãofoiadoestudode

Maldo-nado etal.19 (5.381 participantes) e aque envolveu uma

amostrademenor dimensão foio estudo deSilvaet al.20

(234adolescentes).Nos estudossobreprevalênciadeHTA

emadultos,aquelequecomportouumaamostrademaior

dimensãofoiodePerdigãoetal.21(38.893participantes)e

o queenvolveuumaamostrademenor dimensãofoio de

Mendesetal.22(91adultosidosos).

Os estudos sobre prevalência de HTA em crianc¸as

e/ou adolescentes utilizaram definic¸ões de caso e

métodos de medic¸ão da tensão arterial

semelhan-tes (tabela 2). Nos cinco estudos considerou-se HTA

se a tensão arterial sistólica e/ou diastólica fosse

igual ou superior ao percentil 95 (≥P95) e a medic¸ão

tivesse sido realizada com aparelho digital. Em três

estudos efetuou-se a média de três medic¸ões e em dois

foi realizada apenas uma medic¸ão. Em dois dos estudos

a medic¸ão da pressão arterial foi efetuada em ambos os

brac¸os(apurandodepoisamédiadosvaloresnobrac¸ocom tensãoarterialmaiselevada),emdoisestudosamedic¸ãofoi

efetuadanobrac¸odireitoeemumestudoessainformac¸ão

eraomissa.

Quanto aosnove estudossobreprevalência deHTA em

adultos,emdoisdelesaHTAéautorreportadaenos restan-tesseteatensãoarterialémedidaconsiderandoHTAvalores detensãoarterialsistólicae/oudiastólica≥140/90mmHg (tabela3).Dessesestudos,quatroapenasconsideraramHTA

quandoosvaloresdetensãoarterialfossem≥140/90mmHg

eacompanhadadoconsumodeanti-hipertensores.Dossete

estudos,trêsutilizaramaparelhosdemedic¸ãodigitais,dois

utilizaramesfigmomanómetrosdemercúrio,umutilizouum

aparelhoaneroideeumutilizouaparelhosdigitaloude mer-cúrio. A informac¸ão relativa ao brac¸o onde foi medida a

tensãoarterial encontra-se ausente em seis deles e

ape-nasum estudo indica a medic¸ão nobrac¸o direito. Desses

seteestudos,quatroreferemterapuradoamédiadeduas

medic¸ões,doisestudosamédiadeduase/outrêsmedic¸ões

(se a diferenc¸a entre as duas primeiras for superior a

5mmHg)eemumestudoessainformac¸ãoéausente.

A estimativa de prevalência de HTA em amostras de

crianc¸ase/ouadolescentesvariouentre9,8-34%;em

adul-toscomidadeentre18-25anosaprevalênciavariouentre

6,9-24,9%;emadultoscomidades≥18anosfoide42,62%;

empessoascomidade≥40anosvariouentre23,5-54,80%;

e, por último, no único estudo em pessoas com idade

≥65 anos foi de 48,4%. As estimativas de prevalência

de HTA encontram-se ausentes para o estudo de Loubão

etal.porqueapenasapresentaestimativasdesagregadasem fumadoresenãofumadores23.

Dos estudos sobre prevalência de HTA, apenas

qua-troapresentamresultadosestratificados porgrupoetário; 11apresentamresultadosestratificadosporsexo;esomente

doisapresentamresultadosestratificadossimultaneamente

porsexoegrupoetário.Nosquatroestudosqueapresentam osresultadosestratificadosporgrupoetário,aprevalência

deHTAaumentacomidade.

Nosestudosenvolvendosomenteadolescentesque

apre-sentamosvaloresdeprevalênciadesagregadosporsexo20,24

aprevalênciadeHTA medidaobjetivamenteésuperior no

sexomasculino,contudo,nostrêsestudosemcrianc¸ase/ou adolescentes(comidadesentre4-18anos;5-18anoseoito

anos)a prevalênciade HTA é maiselevadano sexo

femi-ninodoquenomasculinoemdoisestudos,eéigualemum

estudo(tabela2).

Nosestudosempopulac¸õesdeadultos,eondeémedida

a tensão arterial, a prevalência de HTA é sempre menor

nasmulheres doque noshomens, verificando-seo oposto

quandoaHTAéautodeclarada.

Atividadedeinvestigac¸ãosobreincidência dehipertensãoarterialemPortugal

Dosdois estudosselecionados sobreincidência de HTA na

populac¸ãoportuguesa,uméumartigooriginaleooutroum relatóriocientífico(tabela4).Umtemcomopopulac¸ão-alvo

adultoscomidade≥18anoseo outroindivíduosdetodas

asidades.

Dessesdoisestudos,apenasumfazreferênciaaos

méto-dos de medic¸ão da tensão arterial utilizados (tabela 5),

considerando-se como HTA valores ≥140/90mmHg e/ou

(8)

458

M.

Sousa

Uva

et

al.

Tabela3 Descric¸ãodosmétodosdedefinic¸ãoemedic¸ãodahipertensãoarterial(HTA)dosestudosselecionadossobreprevalênciadehipertensãoarterialemadultos.As célulasassinaladascomumacruzrepresentamapresenc¸adacaracterísticadedefinic¸ãooumedic¸ãodaHTA

Métodos e tipo de medição da HTA Resultados

Autorreportada Avaliada Tipo de aparelho Braço Nº Avaliações Taxa Prevalência de HTA

Referência Bibliográfica

Grupos etários em

estudo

Definição de caso de Hipertensão

HTA

Consumo de Anti-hipertensores

S

istólic

a

Diastó

li

c

a

M

erc

ú

ri

o

An

e

ro

id

e

Di

g

it

al

Di

re

it

o

Es

quer

d

o

1 2 3 Sexo M Sexo F Total

Dores et al.36 18-25 anos 140/90

mmHg X X X X X 43.9% 10.5% 24.9%

Brandão et al.32 18-25 anos 140/90

mmHg X X X Aus Aus X

das 2 medições

> 5 mmHg

13.7% 3.5% 6.9%

Cortez-Dias et al.25

18 anos 140/90

mmHg X X X X X Aus Aus X

Total :43,09% 18-29 anos:7,9% 30-39 anos: 22,0% 40-49 anos: 1,7% 50-59 anos: 9,8% 60-69 anos:74,8% 70-79 anos: 80,3% 80 anos: 78,9%

Total: 42,19% 18-29 anos:5,5% 30-39 anos: 15% 40-49 anos: 39,6% 60-69 anos: 72,8% 70-79 anos: 82,5% 80 anos: 82,5%

42.6%

Loubão et al.23 18 anos 140/90

mmHg X X X X Aus Aus X Aus Aus Aus

Machado et al.37 40 anos Tem diagnóstico de hipertensão?

NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA Aus Aus

(9)

revalência

e

incidência

de

hipertensão

arterial

na

populac

¸ã

o

portuguesa

459

Oliveira-Martins

et al.38 40 anos

140/90

mmHg X X X X Aus Aus X 61.0% 50.6% 54.8%

Perdigão et al.21 40 anos diagnósTemtico de hipertensão?

X NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA 21.8% 24.9%

Total:23,5% 40-49 anos: 11,7% 50-59 anos: 22,6% 60-69 anos: 28,5% 70-79 anos: 34,1 %

80 anos: 34,6%

Alves et al.26 40 anos 140/90

mmHg X X X X Aus Aus X

das 2 medições

> 5 mmHg

Total: Ausente 40-49 anos: 35,9% 50-59 anos: 55,8% 60-69 anos: 77,2% 70 anos: 76,7%

Total: Ausente 0-49 anos: 28,7% 50-59 anos:52,2% 60-69 anos: 76%

70 anos: 89,3% Aus

Mendes et al.22 65 anos Aus Aus Aus X Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus 48.4%

F---Feminino;HTA---HipertensãoArterial;M---Masculino;N◦-número;Aus---Ausente;NA---NãoAplicável.

Tabela4 Resultadosdapesquisadeestudossobreincidênciadehipertensãoarterial

Referência bibliográ-fica

Tipo publicac¸ão

Anorecolha dedados

Anode publicac¸ão

Localdo estudo

Localrecolhadosdados Desenhodeestudo Populac¸ãoemestudo Grupos etáriosem estudo

Dimensão daamostra

Pereira etal.39

Artigo original

1999-2003 2012 Porto Porto Estudo,observacional,

analíticodecoorte

Moradoresdacidade doPorto

≥18anos 796

Branco etal.40

Relatório 2011 2012 Lisboa Norte;Centro;Lisboae ValedoTejo;Alentejo; Algarve;R.A.Ac¸ores;R. A.Madeira

Estudoobservacional, analíticodecoorte

Totaldeutentesdos médicosparticipantes naRedeSentinela

(10)

460 M.SousaUvaetal.

utilizandoaparelho digital e o resultado obteve-se efetu-andoamédiadeduasmedic¸ões(outrês,casoadiferenc¸a entreasduasprimeirasfossesuperiora5mmHg).

Noestudo com796 participantesdaregião doPorto,a

taxadeincidênciadeHTAfoide57,3por1000pessoas/ano

enoestudo com34981 indivíduosdetodasasregiões do

país(Portugal)foide6,54por1000pessoas/ano.Emambos astaxasdeincidênciasãoinferioresnosexofeminino.

NoestudorealizadonaregiãodoPortoastaxasde

inci-dênciaaumentamcomaidadeemambosossexos.Poroutro

lado, no estudo de âmbito nacional são mais elevadas à

medidaqueaidadeavanc¸aatéaos54anos,havendo uma

diminuic¸ãoapartirdessaidade.

Discussão

Aregiãocujapopulac¸ãofoialvodemaisestudossobre pre-valênciadeHTAfoiaregiãoNorte,nomeadamente,oPorto.

Nenhumestudoincidiuexclusivamentesobreasregiõesdo

AlentejoeAlgarve,lacunadeconhecimentoasercolmatada atravésdenovosestudosoudapublicac¸ãodeestudosjá rea-lizados.Porém,osestudosdeâmbitonacionalCortez-Diaset al.25ePerdigãoetal.21 incluemestimativasdeprevalência

deHTAdessasregiões,respetivamente,avaliadae

autode-clarada. Segundo esses, as estimativas de prevalência de

HTAavaliadanoAlentejoeAlgarvesão,respetivamente,de

51,54e 44,57%,easdeHTAautodeclaradasão,

respetiva-mente,de23e18,3%.

Verificou-se um longo períodode tempo entre a

reco-lhadedadossobreafrequênciadeHTAeasuapublicac¸ão

(até nove anos)26. Assim, os estudos cuja obtenc¸ão de

dadostenha sido maisrecente podem nãoter sido ainda

publicados.Atítulodeexemplo,encontra-seoestudo Por-tuguese HYpertensionand SAltStudy (PHYSA), promovido

pelaSociedadePortuguesadeHipertensão,cujarecolhade

dadosdeumaamostrade 3720indivíduos, representativa

dapopulac¸ãoresidenteemPortugalContinental,serealizou em2012,nãoestandoaindapublicadosresultadosàdatade conclusãodesteartigo27.

Os estudos sobre prevalência de HTA em crianc¸as

e/ou adolescentes utilizaram definic¸ões de caso de HTA

e aparelhos de medic¸ão de tensão arterial

semelhan-tes (≥percentil 95 e aparelho digital), em conformidade

comasrecomendac¸õesdoCenterfor DiseaseControland

Prevention (CDC), frequentemente utilizadas em estudos internacionais28.Talfacilitaráacomparac¸ão deresultados

entrediferentesestudoseummelhoracompanhamentoda

evoluc¸ãoetendênciasdaprevalênciadeHTAnaqueles

gru-pos da populac¸ão. Contudo, relativamente ao númerode

medic¸õesdatensãoarterial,emtrêsestudosforam realiza-dastrêsmedic¸õeseemdoisestudosapenasumamedic¸ão. Obrac¸oondeémedidaaHTAvariaentreestudos(dois estu-dosem ambososbrac¸os; doisnobrac¸odireito;e umcom informac¸ãoomissa).Segundoasrecomendac¸õesdoCDC,a avaliac¸ãodatensãoarterialdevesernobrac¸odireito28.

Relativamente aos nove estudos sobre prevalência de

HTAem adultos, em apenasdoisa HTA é autorreportada,

sendomedida nosrestantesestudos,considerando-se HTA

valores ≥140/90mmHg. Apenas cinco estudos referem o

tipodeaparelhodemedic¸ãousado,queé muitovariável, ea informac¸ão relativa ao brac¸o ondeé medida a tensão

arterialestápresenteemapenasumestudo.Talrevelauma insuficientedescric¸ãodosmétodosedificultaacomparac¸ão entreestudos.SegundoumarecenterevisãodeCrimetal.29

asdefinic¸õesdeHTAvariamnaliteraturasendo fundamen-taladefinic¸ãoclaradosmétodosdemedic¸ãodaHTApara monitorizac¸ãodassuasmedidasdefrequência(prevalência eincidência).Essarevisãopropõedefinic¸õespadrãodeHTA aseremutilizadaseminvestigac¸õesnesteâmbito.

AnormadaDirec¸ãoGeraldeSaúde(DGS)«Hipertensão

arterial: definic¸ão eclassificac¸ão»,dirigidaespecialmente

aosprofissionaisdoServic¸oNacionaldeSaúde,referequeno diagnósticodeHTAamedic¸ãodeveserefetuadapelomenos duasvezes,nobrac¸ocommaiorvalortensional30,31.Talnão

severificouclaramente,emconjunto,emnenhumdos

estu-dos incluídos na presente revisãode âmbito.Contudo, os

estudosdeCortez-Diasetal.25eBrandãoetal.32mencionam

explicitamente todos os métodos de medic¸ão utilizados,

comexcec¸ãodobrac¸oondefoimedidaatensãoarterial,mas

referemterseguidoasrecomendac¸õesdaAmericanHeart

Association(AHA)33,semelhantesàsrecomendac¸õesdaDGS.

DototaldeestudossobreprevalênciadeHTA,somente

doisapresentamresultadosdesagregadossimultaneamente

porsexoeidade,oquepoderádificultaremgrandemedida arealcompreensãodaepidemiologiadestadoenc¸a29.

Emtodososestudosemadultosqueapresentamos

resul-tados estratificados por sexo, e onde é medida a tensão

arterial, a prevalência de HTA é menor nas mulheres, à

semelhanc¸a do que é descrito na revisão sistemática da

literaturadePereiraetal.10 edosresultadosdaOMSpara

Portugalem20084.

Noúnico estudo em que sãoapresentados

simultanea-menteosresultadosautorreportadosparaaprevalênciade

HTAeestratificadosporsexo,observa-seoinverso,talcomo descritotambémporPereiraetal.10.

De facto, os estudos que incidem em adultos

apre-sentados no decorrer da atual revisão de âmbito, ao

utilizarem diferentes métodos de medic¸ão, omissos em

muitos casos, e ao apresentarem resultados raramente

desagregados em grupos etários e, quando desagregados,

raramente estratificados por sexo, dificultam em grande

medida a sua comparac¸ão e análise. Tal, naturalmente,

poderá ter repercussõesno conhecimentoda

epidemiolo-giadaHTA em Portugale, consequentemente,noapoioà

implementac¸ãodeestratégiasepolíticasdesaúdenaárea

daHTA.

Osresultadosdopresenteestudoindicamanecessidade

demaioruniformidadenosmétodosdemedic¸ãoereportede HTAparafinsdeinvestigac¸ão,deformaaaumentara compa-rabilidade,observac¸ãoe análisedaevoluc¸ãoe tendências

de HTA na populac¸ão portuguesa. Por outro lado, apoiam

a necessidade de realizac¸ão de uma análise quantitativa

que avalie a variabilidade dos resultadosque advenha da

aplicac¸ãodediferentesmétodosdemedic¸ãodaHTA.

No que respeita à incidência de HTA, os dois estudos

identificados referem-se a populac¸ões de âmbito muito

diferente:moradores dacidadedoPortoepopulac¸ão por-tuguesa.

NoestudodoPorto(1999-2003)ataxadeincidênciafoide

57,3por1000pessoas/anoenoestudodeâmbitonacional

(Rede Médicos-Sentinela 2011) foi de 6,54 por 1000

pes-soas/ano.Essadiferenc¸apoderáindicaradiminuic¸ãodataxa

(11)

revalência

e

incidência

de

hipertensão

arterial

na

populac

¸ã

o

portuguesa

461

Tabela5 Descric¸ãodosmétodosdedefinic¸ãoemedic¸ãodahipertensãoarterial(HTA)dosestudosselecionadossobreincidênciadehipertensãoarterial.Ascélulasassinaladas comumacruzrepresentamapresenc¸adacaracterísticadedefinic¸ãooumedic¸ãodaHTA

140/90 mmHg

X X X X X X

das 2 medições

> 5 mmHg

52,7 por 1000 pessoas/anos <40 anos: 40 40-60 anos: 62 >60 anos: 64,4

43,4 por 1000 pessoas/anos <40 anos: 23,1 40-60 anos: 53,1 >60 anos: 110

57,3 por 1000 pessoas/anos

Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus Aus

730,8 por 105

utentes/anos 25-34 anos: 236,8 35-44 anos: 936,7 45-54 anos: 1521,7 55-64 anos: 1432,4 65-74 anos: 1199,2

75 anos: 704,2

585,1 por 105

utentes/anos 25-34 anos:269,6 35-44 anos: 621,6 45-54 anos: 1243,8 55-64 anos: 1148,9

65-74 anos: 817,6 75 anos:521,8

654 por 105

utentes/anos

Métodos e tipo de medição da HTA Resultados

Autorreportada Avaliada Tipo de aparelho Braço Nº Avaliações Taxa Incidência de HTA

Referência Bibliográfica

Definição de caso de Hipertensão

HTA

Consumo de Anti-hipertensores

Sistólica Diastólica Mercúrio Aneroide Digital Direito Esquerdo

1 2 3 Sexo M Sexo F Total

Pereira et al.39

Branco et al.40

(12)

462 M.SousaUvaetal.

outrolado,poderádever-seapenasadiferenc¸asnas dimen-sõesdaamostra,populac¸ões-alvoemétodosdemedic¸ão.

Aexistênciadeapenasdoisestudossobreincidênciade HTAemPortugal,desde1995,revelaumalacunade conhe-cimentonestaáreadeinvestigac¸ãocomelevadapertinência deexplorac¸ãofutura.

Conclusões

Apresenterevisão deâmbitopara descric¸ãodaatividade de investigac¸ão na prevalência e incidência de HTA na populac¸ãoportuguesapermitiuconcluirque:(i)nosúltimos oitoanosforampublicadosmaisestudossobreapopulac¸ão daregiãoNorte;(ii)emboratenhamsidoincluídasemdois estudosnacionaisaspopulac¸õesdasregiões doAlentejo e Algarve,estasnãoforamalvodeestudosespecíficos publi-cados;(iii) verificou-se umlongoperíodo detempo entre arecolhade dadose apublicac¸ãode resultadosdas esti-mativasdeprevalênciadeHTA(aténoveanos),oquepode dificultaracomparac¸ãodosresultadosdessesestudoscom outroscujarecolhadedadostenhasidopróximadasuadata depublicac¸ão;(iv)foramapenasidentificadosdoisestudos publicadossobreincidênciadeHTAentre1995-2013, reve-landoumalacunadeconhecimentoasercolmatada;e(v) ousodediferentesmétodosdemedic¸ãodatensãoarterial, omissosnamaioriadosestudos,eararadesagregac¸ãodos resultadosporsexoeidade,dificulta acomparac¸ãoe dis-cussãoderesultadosentreestudose,consequentemente,o acompanhamentodaevoluc¸ãoe tendências dafrequência deHTAemPortugal(tabelas1---5).

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

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Imagem

Figura 1 Metodologia adotada no processo de conduc ¸ão da revisão de âmbito.
Tabela 1 Resultados da pesquisa de estudos sobre prevalência de hipertensão arterial apresentados por ordem crescente dos grupos etários em estudo
Tabela 1 (Continuac ¸ão ) Referência
Tabela 2 Descric ¸ão dos métodos de definic ¸ão e medic ¸ão da hipertensão arterial (HTA) dos estudos selecionados sobre prevalência de hipertensão arterial em crianc ¸as e, ou, adolescentes
+4

Referências

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