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Temas emergentes do planejamento urbano

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Academic year: 2021

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Texto

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Organizadoras

Geise Brizotti Pasquotto

Sandra Medina Benini

Érica Lemos Gulinelli

Temas emergentes do

planejamento

urbano

1ª Edição

ANAP

Tupã/SP

2020

(3)

EDITORA ANAP

Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista

Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. www.editoraanap.org.br

editora@amigosdanatureza.org.br Revisão Ortográfica - Smirna Cavalheiro

Ficha Catalográfica

Índice para catálogo sistemático Brasil: Planejamento Urbano

P284t Temas emergentes do planejamento urbano / Geise Brizotti Pasquotto; Sandra Medina Benini; Érica Lemos Gulinelli (orgs). 1 ed. – Tupã: ANAP, 2020.

308 p; il.; 14.8 x 21cm

Requisitos do Sistema: Adobe Acrobat Reader ISBN 978-65-86753-14-1

1. Ambiente 2. Cidade 3. Planejamento I. Título.

CDD: 710 CDU: 710/49

(4)

COMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL

Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada

Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez - Universidade de La Habana, PPGG, UFGD-MS Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez - UFMS /Aquidauana Post doctorado

Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg - UPC -Barcelona, Espanha Prof. Dr. José Seguinot - Universidad de Puerto Rico

Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda - Universidad de Guadalajara - México Prof. Dr. Oscar Buitrago Bermúdez - Universidad Del Valle - Cali, Colombia Prof. Dr. Paulo Nuno Maia de Sousa Nossa - Universidade de Coimbra

COMISSÃO CIENTÍFICA NACIONAL

Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota - UFGD

Prof. Dr. Adriano Amaro de Sousa - Fatec de Itaquaquecetuba-SP Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE

Prof. Dr. Alessandro dos Santos Pin -Centro Universitário de Goiatuba Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva

Prof. Dr. Alexandre França Tetto - UFPR

Prof. Dr. Alexandre Gonçalves - Faculdade IMEPAC Itumbiara Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa - UFVJM

Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González - UNEMAT Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago - UFSC

Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho - UFV Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco - CEETEPS

Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão - UFPA Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida - UNESP

Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa - IFAC Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP

Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires

Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori - IFAL Prof. Dr. André de Souza Silva - UNISINOS Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC

Prof. Dr. Antonio Carlos Pries Devide - Polo Regional Vale do Paraiba - APTA/SAA Prof. Dr. Antonio Cezar Leal - FCT/UNESP

Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira - UFAM Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos - UPE

Prof. Dr. Antônio Pasqualetto -PUC Goiás e IFG Prof. Dr. Antonio Soukef Júnior - UNIVAG Profa. Dra. Arlete Maria Francisco - FCT/UNP Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares - UFU

Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos - Faculdade FASIPE Prof. Dr. Carlos Eduardo Fortes Gonzalez – UTFPR - Curitiba Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube

Profa. Dra. Cássia Maria Bonifácio - UFSCar Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles - UPM Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti - FCT/UNESP Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi - UFSC

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Profa. Dra. Cristiane Miranda Martins - IFTO Prof. Dr. Christiano Peres Coelho – UFJ

Profa. Dra. Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - IFSP Prof. Dr. Daniel Sant'Ana - UnB

Profa. Dra. Daniela de Souza Onça - FAED/UESP Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva - UNESP Profa. Dra. Denise Antonucci - UPM

Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno - UNITAU

Prof. Dr. Edson Leite Ribeiro - Unieuro - Brasília / Ministério das Cidades Profa. Dra. Edilene Mayumi Murashita Takenaka - FATEC de Presidente Prudente Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - UFGD

Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos - UNICAMP Profa. Dra. Eloisa Carvalho de Araujo - UFF

Profa. Dra. Eneida de Almeida - USJT Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar

Profa. Dra. Eva Faustino da Fonseca de Moura Barbosa - UEMS Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Iocca - UNEMAT Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo - Centro Universitário AGES Prof. Dr. Fernanda Silva Graciani - UFGD

Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta - UFMS

Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos - UFMT Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento - UFC Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior - UESPI Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula - UFJF Prof. Dr. Frederico Canuto - UFMG

Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto - UNESP Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira - UEMS Profa. Dra. Gelze Serrat de Souza Campos Rodrigues - UFU Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto - UEM

Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo - UFMS Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato - UFAL Prof. Dr. Gilivã Antonio Fridrich – Faculdade DAMA Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU

Profa. Dra. Iracimara de Anchieta Messias - FCT/UNESP Profa. Dra. Irani Lauer Lellis - UFOPA

Profa. Dra. Isabel Crisitna Moroz Caccia Gouveia - FCT/UNESP Profa. Dra. Jakeline Aparecida Semechechem - UENP Profa. Dra. Jakeline Santos Cochev da Cruz

Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr. - - Universidade BRASIL Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto - UEA

Prof. Dr. João Carlos Nucci - UFPR Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra - UFFS

Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria - FAAC/UNESP Prof. Dr. José Aparecido dos Santos - FAI

Prof. Dr. José Mariano Caccia Gouveia - FCT/UNESP Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA

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Profa. Dra. Jovanka Baracuhy Cavalcanti Scocuglia - UFPB Profa. Dra. Juliana de Oliveira Vicentini

Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro -Universidade BRASIL Prof. Dr. Junior Ruiz Garcia - UFPR

Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura - UFSCar Prof. Dr. Leandro Gaffo - UFSB

Prof. Dr. Leandro Teixeira Paranhos Lopes -Universidade BRASIL Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki - UFU

Profa. Dra. Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima - Universidade BRASIL Profa. Dra. Leonice Seolin Dias - ANAP

Profa. Dra. Lidia Maria de Almeida Plicas - IBILCE/UNESP Profa. Dra. Lilian Keila Barazetti – UNOESTE

Profa. Dra. Liriane Gonçalves Barbosa Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto - UFS Profa. Dra. Lucy Ribeiro Ayach - UFMS Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal - FACCAT Profa. Dra. Luciane Lobato Sobral - UEPA Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar Prof. Dr. Luiz Fernando Gouvêa e Silva - UFG Prof. Dr. Marcelo Campos - FCE/UNESP Prof. Dr. Marcelo Real Prado - UTFPR Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho - UFS

Prof. Dr. Márcio Rogério Pontes - EQUOIA Engenharia Ambiental LTDA Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta - UFSC

Profa. Dra. Maria Ângela Dias - UFRJ

Profa. Dra. Maria Ângela Pereira de Castro e Silva Bortolucci - IAU Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani - UPM

Profa. Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez - UNESP Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE Profa. Dra. Maria José Neto - UFMS

Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi - UNESC

Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira - UFMT Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira - UFCG

Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira - UNINOVE

Profa. Dra. Nádia Vicência do Nascimento Martins - UEPA Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo - UEA

Profa. Dra. Natália Cristina Alves Prof. Dr. Natalino Perovano Filho - UESB Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres - FAU/USP

Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira - EESC - USP Profa. Dra. Onilda Gomes Bezerra - UFPE

Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha - FCT/UNESP Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo Profa. Dra. Priscila Varges da Silva - UFMS Profa. Dra. Regina Célia de Castro Fereira - UEMA Prof. Dr. Raul Reis Amorim - UNICAMP

Prof. Dr. Renan Antônio da Silva - UNESP – IBRC Profa. Dra. Renata Morandi Lóra - IFES

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Profa. Dra. Renata Ribeiro de Araújo - - FCT/UNESP Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino - UFRGS Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara - UFSCar Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leao Braga – UFPA Profa. Dra. Rita Denize de Oliveira - UFPA

Prof. Dr. Rodrigo Barchi - UNISO

Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado - TOLEDO / Prudente Centro Universitário Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos - UFSC

Prof. Dr. Rodrigo José Pisani - UNIFAL-MG Prof. Dr. Rodrigo Santiago Barbosa Rocha - UEPA Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho - UFGD Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo - UFMA Profa. Dra. Roselene Maria Schneider - UFMT Prof. Dr. Salvador Carpi Junior - UNICAMP

Profa. Dra. Sandra Mara Alves da Silva Neves - UNEMAT Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva - FEIS/UNESP Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho - FEIS/UNES Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André - UFSCar Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina - Unicamp Profa. Dra. Simone Valaski - UFPR Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan - USP

Profa. Dra. Tânia Fernandes Veri Araujo - IF Goiano Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga - UNICENTRO Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Kanthack

Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira - FURG

Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto - FCAE/UNESP Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior - UFCG Prof. Dr. Wagner de Souza Rezende - UFG

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ORGANIZADORAS DA OBRA

Geise Brizotti Pasquotto

Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade de São Paulo - USP (2016) com o tema "Edifício Cultural como Estratégia de Intervenção Urbana: A Cidade das Artes na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro". Mestre na área de arquitetura e construção pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2011) com o tema "Edifícios Culturais e a Reabilitação de Áreas Centrais: O Complexo Cultural Teatro da Dança de São Paulo". Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2006). Possui vasta experiência como docente no ensino superior atuando em diversas faculdades, como na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Universidade São Francisco, entre outras. Como pesquisadora atua na área de Teoria do Urbanismo, Intervenções Urbanas, Projetos Urbanos, Planejamento Urbano e Regional e Técnicas de Análise do Espaço Urbano.

Sandra Medina Benini

Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UNIMAR (1995), Graduação em Direito pela FADAP (2005), Graduação em Geografia pelo Claretiano (2014), Especialização em Administração Ambiental pela FACCAT (2005), Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UNILINS (2008), Especialização em Direito Público com ênfase em Gestão Pública pela Faculdade IBMEC-SP (2019), Especialização em Direito de Família e Sucessões pela Faculdade IBMEC-SP (2020), Mestrado em Geografia pela FCT/UNESP (2009), Doutorado em Geografia pela FCT/CUNESP (2015), Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, bolsista CAPES/Prosup (2016) e Pós-doutorado Arquitetura e Urbanismo pela FAAC/UNESP, bolsista PNPD/Capes (2017). Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, Planejamento Ambiental e Direito Urbanístico.

Érica Lemos Gulinelli

Doutoranda em Arquitetura, Urbanismo e Território na Pontifícia Universidade Católica - PUC-Campinas, na linha de pesquisa Teoria, História e Crítica em Arquitetura e Urbanismo. Mestre em Arquitetura e Urbanismo, na linha de pesquisa "Teoria História e Projeto" pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Bauru (2016). Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003). Pós-graduada no Curso de Gestão Ambiental, pela Faculdade Anhanguera de Bauru. Foi bolsista de iniciação científica pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP com seguinte projeto: Análise do desenho do parcelamento rural na região de Bauru: compreendendo o período entre o final do século XIX e início do século XX. Também bolsista PROEX no Núcleo de Pesquisa em Arquitetura e Habitação de Interesse Social- ARQHAB. Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade do Sagrado Coração - US

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SUMÁRIO

PREFÁCIO ...

Maurício Lamano Ferreira

13

Capítulo 1 ...

ANÁLISE DO PROCESSO DE REVISÃO DO PLANO

DIRETOR DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

Camila Danubia G. de Carvalho; Vanize Menegaldo; Érika Cristina Pedroso Pereira; Érico Masiero; Luciana Márcia Gonçalves

19

Capítulo 2 ...

AGENDA 21 LOCAL: ESTUDO DE CASO DA ESTÂNCIA

TURÍSTICA DE TUPÃ-SP

Sandra Medina Benini

43

Capítulo 3 ...

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL: IMPLANTAÇÃO DO

BRT NO CORREDOR AMOREIRAS NO MUNICÍPIO DE

CAMPINAS-SP

Bruna A. Branchi; Renata Covisi Pereira; Denise Helena Lombardo Ferreira; Tadeu C. G. Souza

69

Capítulo 4 ...

VISIBILIDADE AOS RIOS: PLANO SETORIAL DE

DRENAGEM VISANDO AO CONTROLE DAS ÁGUAS

PLUVIAIS E MEDIDAS PARA A RENATURALIZAÇÃO DOS

RIOS DE NITERÓI

Werther Holzer l; Eloisa Carvalho de Araujo; Flávia Teixeira Braga; Rainer Holzer

(11)

Capítulo 5 ...

O NOVO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM DO RECIFE:

DESAFIOS À URBANIZAÇÃO E À SUSTENTABILIDADE EM

FACE DOS CONFLITOS COM A ÁGUA NA VENEZA

BRASILEIRA

Ronald F. A. Vasconcelos

105

Capítulo 6 ...

PLANO MUNICIPAL SIMPLIFICADO DE GESTÃO INTEGRADA

DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO

PORTE

Jaíne Schneider; Tamires Zarpelon; Silvia Carla da Silva André Uehara; Adriana Aparecida Mendes; Tatiane Bonametti Veiga

147

Capítulo 7 ...

PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO DE BELÉM/PA,

RECIFE/PE E CAMPINAS/SP: REVISÃO CRÍTICA A PARTIR DAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-TERRITORIAIS DO DÉFICIT DE

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Renata de Faria Rocha Furigo; Patricia Rodrigues Samora

169

Capítulo 8 ...

OS RISCOS SOCIOAMBIENTAIS DA FALTA DE GESTÃO

CONTÍNUA E INTEGRADA EM RESERVATÓRIOS E SUAS

BARRAGENS

Laura Machado de Mello Bueno; Bianca Rizk R. de Alcântara

207

Capítulo 9 ...

ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO EM COOPERATIVAS NO

MUNICÍPIO DE SOROCABA – SP

Darllan Collins da Cunha e Silva; Vanessa Cezar Simonetti; Liliane Moreira Nery; Renan Angrizani de Oliveira; Erik de Lima Andrade

(12)

Capítulo 10 ...

CENÁRIOS ESPETACULARIZADOS E SUSTENTABILIDADE DO

PATRIMÔNIO CULTURAL

Eliézer Rolim

247

Capítulo 11 ...

SUGESTÕES

DE

PRECIFICAÇÃO

DE

SERVIÇOS

DA

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA COMO MECANISMO

DE GOVERNANÇA PÚBLICA

Rachel Lopes Queiroz Chacur

271

Capítulo 12 ...

EDIFÍCIOS

RESIDENCIAIS

E

A

CIDADE

CONTEMPORÂNEA: ANÁLISES PARAMÉTRICAS DO

CONFORTO LUMÍNICO A PARTIR DE CRITÉRIOS DA

LEGISLAÇÃO

Luiz Boscardin; Wilson Flório

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PREFÁCIO

O rápido crescimento urbano das médias e grandes cidades brasileiras ao longo do século XX priorizou os aspectos econômicos em detrimento dos aspectos sociais e ambientais, fortalecendo a infraestrutura cinza e a ampliação de espaços concretados e pavimentados que favorecessem a oferta de produtos e serviços nas cidades. Algumas capitais de Estado, como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, alavancaram o desenvolvimento econômico ainda na primeira metade do século passado por meio da ampliação da malha viária e invasão das fronteiras ecológicas que separavam as cidades de espaços florestais e rurais.

Enquanto diversos países do mundo se recuperavam de um período pós-guerra nas décadas de 1950 e 1960, algumas cidades brasileiras apresentavam elevado aumento demográfico impulsionado pelo êxodo rural, que iludia moradores do campo a buscarem a utópica estabilidade financeira e social. Este inchaço populacional, aliado à falta de planejamento urbano adequado, segregou espacialmente os habitantes das grandes cidades em diferentes classes sociais, dando início a uma severa crise socioambiental nos centros urbanos.

Em meados dos anos 1970, a Organização das Nações Unidas (ONU) iniciava um debate sobre meio ambiente, o qual anos mais tarde quebraria o paradigma econômico e trazia, à luz do desenvolvimento, preocupações de ordens sociais e ambientais, além das econômicas. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a elaboração da Agenda 21 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada na cidade do Rio de Janeiro em 1992, foram marcos importantes para delinear novos rumos e tendências no padrão de desenvolvimento humano, sobretudo, no modo de vida urbano. Questões de ordem social, com ênfase em saúde pública, ganharam força em diretrizes e políticas internacionais. Com o apoio de 191 nações, a ONU organizou, no ano 2000, os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que visavam a acabar com a fome e a miséria; oferecer educação básica de qualidade para todos; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes;

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combater a Aids, a malária e outras doenças; garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, e estabelecer parcerias para o desenvolvimento. No ano de 2015, estes oito ODM foram ampliados para 15 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo um total de 169 metas a serem cumpridas em escala local até o ano de 2030.

Apoiando-se nesta nova Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, a Declaração de Xangai sobre Promoção da Saúde, organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2016, apropriou-se de escolhas políticas audaciosas, enfatizando a ligação entre saúde e bem-estar. Essa perspectiva de criar cidades saudáveis e ambientalmente justas tem trazido um grande desafio para a elaboração de políticas públicas municipais, principalmente no que diz respeito à organização do território.

No âmbito do planejamento urbano, pode-se considerar que os ODS 6 (Água Potável e Saneamento), ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) e ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) apresentam importantes funções na construção de espaços urbanos inclusivos, economicamente seguros e ecologicamente equilibrados. No entanto, há de se considerar que o desafio está na conciliação das políticas e diretrizes internacionais com as ações locais. Esse fato se agrava em países cuja dimensão territorial e a heterogeneidade econômica e ambiental seguem proporções continentais.

Problemas fundiários, conflitos ambientais urbanos e aspectos de saneamento básico impõem necessidades específicas às diferentes cidades brasileiras, o que torna crítico e necessário o debate e o aperfeiçoamento de políticas públicas municipais, bem como de seus instrumentos, tais como Planos Diretores e Planos Setoriais.

Nesse sentido, esta obra intitulada “Temas emergentes do planejamento urbano” traz como contribuição para as gestões públicas e fomento intelectual 12 capítulos distribuídos em três partes. A Parte I apresenta dois capítulos com abordagem a “Planos Diretores”; a Parte II engloba cinco capítulos que perfazem um apanhado teórico sobre os “Planos Setoriais” e, por fim, a Parte III apresenta cinco capítulos que abordam “Temas Emergentes do Planejamento”.

Os dois capítulos dedicados à abordagem dos “Planos Diretores” aprofundam o debate em perspectivas complementares. O primeiro capítulo faz uma análise da revisão do Plano Diretor da cidade de São José do Rio Preto,

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na região noroeste do Estado de São Paulo, a qual apresenta tímidos avanços com relação à efetivação das políticas urbanas, denotando assim poucos avanços em relação à situação pretérita. Por outro lado, o segundo capítulo discute a importância da Agenda 21 como instrumento norteador para a melhoria das políticas públicas urbanas na cidade de Tupã, também localizada no interior do Estado de São Paulo.

Em relação aos Planos Setoriais, o livro traz uma abordagem bastante ampla. Dentre diversos temas envolvidos em planos setoriais, deve-se considerar que a mobilidade urbana protagoniza parte das discussões contemporâneas, seja pelas pautas ambientais (e.g. emissões de contaminantes atmosféricos) ou pelas sociais (e.g. qualidade de vida). Desta forma, um capítulo desta obra discute uma estratégia de mobilidade urbana sustentável na cidade de Campinas. Os autores fazem uma importante apresentação do Bus Rapid Transit (BRT) e comentam da sua viabilidade em cidades como Campinas, interior do Estado de São Paulo. Os benefícios sociais e ambientais na implementação deste modal em um trecho da cidade são pontos de interesse que se aplicam ao planejamento da mobilidade urbana e também ao planejamento ambiental estratégico.

No âmbito de debater a cidade a partir de aspectos hídricos, três capítulos deste livro abordam a questão da água nos Planos Setoriais. Além da temática ser de extrema urgência no contexto do planejamento urbano, o assunto abordado pelos autores ganha relevância no âmbito das políticas internacionais, principalmente pelo alinhamento ao cumprimento da Agenda 2030.

Nesse sentido, um dos capítulos apresentados discute o Plano Setorial de drenagem de Niterói/RJ, visando ao controle de águas pluviais e também de medidas para a renaturalização dos rios presentes na cidade. Nota-se uma nítida intersecção entre o conteúdo deste capítulo com as metas propostas nos ODS 9 e 11. As infraestruturas urbanas podem, sempre que possível, ser discutidas a partir de soluções que sejam baseadas na própria natureza, adaptando as necessidades das cidades às estruturas ecossistêmicas locais. Dessa forma, as políticas elaboradas podem auxiliar a gestão pública a tornar as cidades cada vez mais sustentáveis.

Outro texto desta obra traz uma abordagem aplicada aos corpos hídricos da cidade de Recife/PE, na qual os autores apresentam uma série de

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estudos desenvolvidos no âmbito do Plano Diretor de Drenagem da cidade, denominado PDDR. Dentre as fascinantes abordagens do capítulo, destaca-se o referencial histórico de ocupação e uso do solo urbano municipal, a qual negligenciou a dinâmica dos rios urbanos e aterrou grande parte do que seriam os “divisores de água”, em meados do século XX. Além de trazer uma perspectiva monetária para a questão hidrográfica, os autores finalizam o capítulo reforçando a necessidade de se colocar em prática as diretrizes indicadas no Plano Diretor de Drenagem de Recife.

Ainda nesta perspectiva, o livro dedica um capítulo à abordagem sanitária de três cidades brasileiras localizadas em regiões distintas (N, NE e SE), porém, com a proposta de alcançar a universalização do saneamento. Os autores apresentam de forma fascinante esta temática enquanto objeto de interesse do planejamento urbano, destacando a importância de coletar, transportar e tratar esgotos com métodos adequados aos assentamentos precários urbanos, fato diretamente relacionado à justiça social. Embora as três cidades apresentem dificuldades distintas para a universalização do saneamento, segundo os autores, a cidade de Belém, PA, é a que apresenta a situação mais crítica para o alcance de metas até o ano de 2033.

Embora a segurança hídrica e a infraestrutura azul sejam temas emergentes na Agenda Urbana, os resíduos sólidos representam o clássico problema socioambiental nos centros urbanos. Um dos capítulos deste livro traz uma abordagem teórica da gestão integrada dos resíduos em municípios de pequeno porte. Os autores discutem que problemas básicos como falta de informações ainda acometem esta área da gestão ambiental em cidades pequenas. Além disso, o capítulo inclui a zona rural no debate da coleta e separação dos resíduos sólidos, uma vez que em municípios de pequeno porte, grande parte da população pode habitar o campo em detrimento da malha urbana.

Embora o planejamento urbano seja uma área interdisciplinar por natureza, diversos temas emergentes ainda necessitam de debate e apoio da academia para se tornarem prática nas gestões públicas. Assim, a terceira parte do livro traz uma narrativa que preenche, em partes, esta lacuna do conhecimento.

Um dos capítulos desta parte ressalta a importância da gestão contínua e integrada em barragens e reservatórios de água, dada a vulnerabilidade

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desses sistemas a impactos ambientais diversos. Os autores estruturam um raciocínio ao longo do capítulo que se inicia com um amplo referencial teórico da temática, salientam as funções e necessidade das barragens e reservatórios, apresentam exemplos de barragens brasileiras e alguns acidentes recentes, apontam alternativas para barragens de pequeno porte e a relevância da gestão integrada neste contexto e terminam a discussão com algumas questões regulatórias.

Outro texto faz uma análise da arrecadação em cooperativas em uma cidade do interior de São Paulo (Sorocaba). Os autores destacam a importância desta organização quanto instrumento de transformação social e de importância ambiental. Com uma abordagem monetária, o capítulo compara as duas cooperativas existentes no município e mostra que ambas têm grande potencial quanto à geração de receita. Além disso, as conclusões do texto apontam para a necessidade de se buscar apoio em políticas públicas que fomentem parcerias público-privadas.

Considerando que a dimensão social da cidade é de extrema importância no planejamento urbano, a obra dedica um capítulo a esta temática emergente. O autor deste texto traz a questão da sustentabilidade do patrimônio cultural e faz um apanhado histórico em sua narrativa sobre as “fortalezas e suas memórias”, abordando a importância de algumas áreas militares históricas. De forma fascinante, ele apresenta o cenário atual das “nossas fortalezas”. Em seguida, suavemente o texto apresenta alguns “cenários espetacularizados”, com exemplos de patrimônios culturais de distintas regiões geográficas da Terra. O fechamento da discussão se dá com uma abordagem do “patrimônio cultural”, o qual apresenta definições, exemplos e também uma brilhante contextualização do (des)uso desses equipamentos em plena crise sanitária por Covid-19.

Ainda no contexto de temas emergentes, deve-se considerar que a problemática fundiária é historicamente um dos grandes desafios do ordenamento territorial. Nesse sentido, a obra dedica um capítulo à precificação de serviços da regularização fundiária urbana como mecanismo de governança pública. Os autores abordam aspectos que englobam desde segurança jurídica até gestão integrada entre órgãos públicos judiciais e administrativos.

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Um dos capítulos deste livro tem uma instigante abordagem emergente, porém, distinta das demais, a qual analisa a efetividade de diretrizes legais voltadas ao conforto ambiental em ambientes residenciais. Os autores apresentam alguns antecedentes sobre o tema abordado e trazem a importância de subsidiar decisões de conforto ambiental baseado em normas que regulam o desempenho de edificações habitacionais, tais como a NBR 15575.

Por fim, destaca-se que a obra traz um referencial teórico bastante oportuno para se discutir políticas públicas de grande interesse social, econômico e ambiental. Os capítulos apresentados dialogam com temas emergentes e com direcionamentos apontados por instituições de grande respeito internacional, como a ONU.

Assim, eu indico a leitura dos capítulos que seguem na organização da obra!

Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira

Pesquisador do Programa de Mestrado Profissional em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo

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Capítulo 1

ANÁLISE DO PROCESSO DE REVISÃO DO PLANO DIRETOR

DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

Camila Danubia G. de Carvalho1; Vanize Menegaldo2;

Érika Cristina Pedroso Pereira3; Érico Masiero4; Luciana Márcia Gonçalves5 INTRODUÇÃO

As principais características da urbanização brasileira resultam de um processo histórico de planejamento do território baseado na ordenação do espaço que reflete a divisão de classes sociais, e nas políticas públicas, que ampliam as desigualdades sociais nas cidades.

De acordo com o IBGE (Censo 2010), 85% da população brasileira reside em áreas urbanas – entre metrópoles e cidades de médio e pequeno porte. Desse modo, é muito importante compreender o processo de planejamento e a estrutura urbana consolidada de cada cidade, a fim de analisar o desenvolvimento do município e identificar potenciais melhorias sociais, ambientais e econômicas.

O Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) define o Plano Diretor como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, considerando-o parte integrante do processo de planejamento municipal. Sugere, no art. 40, § 3º, que a lei referente ao Plano Diretor seja revista pelo menos a cada dez anos. Além disso, considera que a propriedade urbana

1 Arquiteta e urbanista, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E-mail: camila.danubia@gmail.com

2 Arquiteta e urbanista, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E-mail: vanizemenegaldo@hotmail.com

3 Arquiteta e urbanista, professora Msc no Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP). E-mail:

erika.c.p.pereira@gmail.com

4 Arquiteto e urbanista, prof. dr. no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). E-mail: ericomasiero@yahoo.com.br

5 Arquiteta e urbanista, prof. dra. no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da

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cumpre sua função social quando atende às exigências expressas pelo Plano Diretor, assegurando qualidade de vida, justiça social e desenvolvimento das atividades econômicas do município.

Nesse aspecto, a aprovação do Estatuto da Cidade tornou o Plano Diretor um importante instrumento de reforma urbana, visando a garantir a função social da propriedade e a ordenação do território.

O Município de São José do Rio Preto/SP

São José do Rio Preto localiza-se na região noroeste do Estado de São Paulo (Figura 1), com população estimada em 464.983 habitantes e densidade demográfica de 945,12 hab/km² (IBGE, 2020). Constitui-se importante centro comercial e de serviços, industrial e médico-hospitalar, exercendo atração sobre ampla área geográfica que ultrapassa os limites do Estado de São Paulo e atinge municípios de Estados vizinhos.

Figura 1: Mapa de localização de São José do Rio Preto

Fonte: Conjuntura Econômica São José do Rio Preto (2019).

O município teve grande desenvolvimento a partir da década de 1950 com abastecimento de comércio e prestação de serviços, transformando-o em centro econômico regional (TEODÓZIO, 2008). Ao longo das últimas décadas, a cidade apresentou taxas de crescimento e índices de desenvolvimento que sustentam um crescimento urbano positivo (Tabela 1).

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Tabela 1. Caracterização do município de São José do Rio Preto/SP

1991 2000 2010 2020

População total 280.559 358.257 408.258 464.983

População rural 6.975 20.968 24.768 -

População urbana 273.584 337.289 383.490 -

Taxa anual de crescimento - 2,75 1,32 -

IDHM 0,610 0,745 0,797 -

Índice FIRJAN (IFDM)6 - - 0,9291 -

Coeficiente de GINI7 0,50 0,55 0,50 -

Fonte:IBGE; Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil; Firjan. Elaborado pelos autores.

Com relação aos equipamentos de transporte e mobilidade urbana, caracteriza-se pela presença de um aeroporto, malha ferroviária que corta o município (em funcionamento para transporte de cargas), malha rodoviária composta por quatro rodovias: Transbrasiliana (BR-153), Washington Luís (SP-310), Assis Chateaubriand (SP-425) e Délcio Custódio da Silva (SP-427). Possui ainda um terminal rodoviário com linhas internacionais, interestaduais, intermunicipais e transporte público urbano.

A cidade possui também um conjunto de equipamentos de recreação, esporte e lazer, com destaque para o Parque Ecológico, Bosque Municipal, Parque da Represa Municipal e o Parque do Rio Preto.

Contextualização Histórica: o Planejamento Urbano de São José do Rio Preto

A cidade tem um histórico de planejamento urbano muito anterior ao Estatuto da Cidade. Fundada em 1852, teve seu primeiro mapeamento realizado pelo engenheiro Ugolino Ugolini 43 anos depois, em 1895. Até a

6 O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual feito a partir de estatísticas públicas oficiais, divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação e Ministério da Saúde. Ele acompanha o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros e, para isso, conta com três indicadores: emprego/renda, educação e saúde. 7 Índice ou Coeficiente de GINI é uma medida de desigualdade amplamente utilizada em diversos campos de estudo. Consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população recebe o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem).

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década de 1920, a urbanização limitou-se ao “Centro Antigo” (PAIVA et al., 2016) e, em 1958, foi criada a 1ª Lei de Zoneamento Municipal (Lei 535).

Em 1983, a cidade se tornou sede da 8ª Região Administrativa (TEODÓZIO, 2008) com o Programa de Cidades Médias (PECPM), que fazia parte das estratégias da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU). As diretrizes adotadas culminaram em algumas Leis (Quadro 1), que incluíram Código de Postura, Sistema Viário, Parcelamento do Solo, Zoneamento e Plano Diretor.

Deste modo, evidencia-se que as primeiras diretrizes de planejamento urbano – inclusive o Plano Diretor – já confirmavam a política urbana de São José do Rio Preto mesmo antes das exigências por parte do Estatuto da Cidade, ou seja, as versões antes da Constituição de 1988 foram relevantes para a formação do território existente, permitindo ou restringindo parcelamentos e ocupações. À luz dessas regulamentações, a expansão do território se deu prioritariamente de forma contínua até a década de 1980, quando surgiram os primeiros loteamentos irregulares, em áreas segregadas e totalmente desarticuladas da malha urbana consolidada.

A partir da década de 1990, a expansão urbana de forma espraiada se intensificou, formando grandes vazios entre as novas áreas ocupadas e o território urbanizado (PAIVA et al., 2016). Tais características acompanharam o desenvolvimento da cidade, refletindo no desenho urbano e demonstrando a atuação predominante do setor imobiliário no desenvolvimento do município. Esse tipo de crescimento e ocupação territorial favorece a segregação socioespacial, a especulação imobiliária e contrapõe-se ao desenvolvimento urbano sustentável, de cidade compacta e socialmente justa.

Em 2006, um novo Plano Diretor foi elaborado para atender às premissas do Estatuto da Cidade (2001) e os princípios de participação democrática. Apresentando novas diretrizes de desenvolvimento, o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de São José do Rio Preto é composto pela Lei Complementar 224/2006 e Mapas PD 01 e PD 02, que definem as Áreas de Especial Interesse do município, sendo elas: Áreas de Especial Interesse Ambiental (AEIA), Áreas de Especial Interesse Urbanístico (AEIU), Áreas de Especial Interesse de Utilização Pública (AEIUP), Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) e Áreas de Especial Interesse Turístico (AEIT).

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Quadro 1: Legislação municipal de Planejamento Urbano de São José do Rio Preto

LEI/ANO NOME E MAPAS REVISÃO/

ANO NOME E MAPA

PROPOSTA DE REVISÃO (LEIS E MAPAS) 4.007/86 Sistema Viário 8708/02 Expansão do

Sistema Viário Minuta de Lei 2019

Mapas 1 e 2

ANEXO I – Plano Viário

5.134/92 Sistema Viário Básico ANEXO II –

Gabaritos Mapas 1 e 2

17/92 Código de Poder de

Polícia Administrativa - -

588/19 Código de Posturas - - Minuta de Lei 2019

19/92 Plano Diretor 224/06 PDDS PDDS – Plano Diretor de Desenvolviment o Sustentável Minuta de Lei 2019 PD 01 e PD 02 PD 01 – Macrozoneamento e Perímetro Urbano PD 02 – AEIU-AEIH PD 03 – AEII-AEIS PD 04 – AEIA

5.138/92 Parcelamento do Solo - - Minuta de Lei 2019

5.135/92

Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo 5749/95 Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo Minuta de Lei 2019 Mapa de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo

Mapa 01 – Zoneamento ANEXO I – Mapa de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo ANEXO 5A – Tabela Níveis ANEXO 5B – Mapa Níveis 11.736/1 5 Mobilidade Urbana - - - 12.882/1 8 Saneamento Básico - - - 13.031/1 8 Arborização Urbana - - -

Código de Obras - - Minuta de Lei 2019

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O Processo de Revisão do Plano Diretor de São José do Rio Preto

Conforme estabelecido pelo Estatuto da Cidade, a revisão do Plano Diretor deveria realizar-se em até dez anos, ou seja, até 2016. Contudo, as audiências públicas para discussão da revisão iniciaram-se apenas em 2017.

Em 2018, foram criados os Decretos Municipais 18.028 (26 de abril) e 18.080 (13 de julho), determinando Grupos de Trabalho para a elaboração de um diagnóstico do município e atualização do Plano Diretor, sendo um Grupo Gestor e um Grupo Técnico:

Art. 2° O Grupo Gestor de Atualização do Plano Diretor será integrado por representantes do Poder Público e da Sociedade Civil, estes com os respectivos suplentes, conforme a seguir identificados:

I – Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico, Ciência, Tecnologia e Inovação [...]

II – SeMAE – Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto [...] III – Secretaria Municipal de Comunicação Social

IV – SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil Grandes Estrutura Estado de São Paulo [...]

(São José do Rio Preto (SP), 2018, grifo dos autores).

Art 3º Os grupos técnicos terão como atribuição o apoio técnico ao grupo Gestor, por área de atuação, na missão de promover a atualização do Plano Diretor, conforme especificado:

I – Parcelamento do Solo [...];

II – Plano Viário [...]; III – Posturas [...]; IV – Zoneamento[...];”

(São José do Rio Preto (SP), 2018, grifo dos autores).

No ano de 2019 foram realizadas audiências públicas e aplicação de questionários pelo Poder Público, visando à participação democrática no processo de Revisão do Plano Diretor do município. Além disso, a consulta presencial e encaminhamento de sugestões ficaram disponíveis por meio eletrônico, no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal8, para que fossem analisadas durante as reuniões do Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento (CPDD).

8 Estabeleceu-se prazo até 30 de agosto de 2019 para consulta presencial e encaminhamento de sugestões através do e-mail planodiretor@riopreto.sp.gov.br.

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Nesse contexto, é importante discutir as premissas do planejamento urbano de São José do Rio Preto para compreender as diretrizes propostas na revisão, principalmente em relação ao ordenamento do território na realidade complexa do tecido urbano atual.

OBJETIVO Objetivo Geral

Analisar o Plano Diretor de 2006 e sua proposta de revisão, através do estudo de suas leis, mapas e resultados de audiências públicas, destacando as principais consequências para o meio ambiente e para a infraestrutura urbana.

Objetivos Específicos

a) Analisar o processo de revisão do Plano Diretor de São José do Rio Preto;

b) analisar atas de reuniões do CPDD e resumos de questionários aplicados;

c) verificar a participação democrática no processo de revisão; d) relatar os principais agentes sociais envolvidos no processo de

revisão;

e) identificar os principais avanços propostos e possíveis retrocessos na proposta de revisão.

MÉTODO

O procedimento metodológico deste trabalho compreende uma pesquisa histórico-documental da evolução da legislação urbana da cidade de São José do Rio Preto e a análise de dados secundários obtidos junto à Prefeitura Municipal e ao IBGE. Percorre a análise de referencial bibliográfico sobre a temática, visando a indicar, ainda que de forma preliminar, uma avaliação das diretrizes urbanas perante a expansão territorial da malha urbana e sua infraestrutura.

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Para propor a reflexão sobre o Plano Diretor e sua revisão, a pesquisa foi desenvolvida baseando-se na análise de mapas, relatórios, atas de reuniões e de dados coletados junto a órgãos governamentais como IBGE e Seade. Para isso, foram realizadas as seguintes etapas metodológicas, apresentadas a seguir:

a) levantamento de dados histórico-documental da cidade de São José do Rio Preto;

b) análise do contexto histórico de São José do Rio Preto em relação ao planejamento urbano;

c) análise das atas de reuniões do CPDD e dos resumos de questionários aplicados durante o processo participativo da revisão;

d) análise comparativa dos mapas de Zoneamento, Uso e Ocupação do solo e Macrozoneamento do Plano Diretor de 2006 e propostos pela revisão;

e) análise dos possíveis avanços e retrocessos referentes ao meio ambiente e à infraestrutura urbana a partir da Lei de Revisão; f) análise da relação de São José do Rio Preto com as cidades vizinhas

utilizando imagens do Google Earth®.

Levantamento de Dados de São José do Rio Preto

Para levantamento de dados da cidade, foram coletadas informações públicas disponibilizadas pela Prefeitura Municipal, IBGE, Seade e referências bibliográficas, a fim de caracterizar o município com dados populacionais, econômicos, sociais, de infraestrutura urbana e principais equipamentos públicos disponíveis.

Contextualização Histórica de São José do Rio Preto

Para a contextualização histórica, foram analisados arquivos da Prefeitura Municipal e referencial bibliográfico que conta a história do planejamento urbano de São José do Rio Preto e trata da elaboração do primeiro Plano Diretor, anterior à criação do Estatuto da Cidade. É possível constatar a influência técnica de diversos profissionais (especialmente

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engenheiros e urbanistas) no planejamento e evolução da malha urbana desde suas primeiras décadas.

Análise de Atas do CPDD e de Questionários Aplicados pelo Poder Público

As reuniões do Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento de São José do Rio Preto foram registradas em atas, onde apresentaram os temas abordados em cada reunião.

A análise das atas das reuniões no período de 2010 a 20209 considerou a frequência com que cada tema destacado foi abordado nos últimos dez anos e ilustram a atuação de diferentes representações sociais no processo de revisão.

Os questionários foram aplicados à população como parte do processo de revisão. Para tanto, a cidade foi dividida em dez regiões: Bosque, Central, CEU, Cidade da Criança, HB, Pinheirinho, Represa, Schmitt, Talhado e Vila Toninho. Os resultados obtidos foram disponibilizados pela Prefeitura Municipal e organizados em quatro grandes eixos: Equipamentos Urbanos e Sociais, Segurança e Proteção; Meio Ambiente e Saneamento Ambiental; Mobilidade e Infraestrutura; Território, Habitação e Desenvolvimento Econômico.

Todos os dados coletados foram analisados na discussão de Resultados, item Análise do Processo de Revisão.

Análise Comparativa de Mapas do Plano Diretor

Foram analisados os materiais referentes ao Plano Diretor de 2006 e seus mapas de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo e Macrozoneamento, assim como os arquivos referentes à revisão do Plano Diretor em andamento, com as Minutas de Lei e Mapas disponibilizados no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal.

Realizou-se uma análise comparativa entre os mapas do Plano Diretor de 2006 e os mapas propostos para atualização do plano. Dessa forma, foi

9 As atas das reuniões ocorridas a partir de 2010 encontram-se disponíveis na página da Prefeitura de São José do Rio Preto: https://www.riopreto.sp.gov.br/atas-cpdd/. Acesso em: 14 jun. 2020.

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elaborada a Figura 3, produzida através da sobreposição desses mapas, que ilustra a expansão da área urbana da cidade nesse período entre Planos (2006-2020).

Análise da Proposta de Revisão do Plano Diretor

Para identificar as principais propostas da Revisão do Plano Diretor, foram analisados a minuta de lei e mapas propostos para atualização do Plano (2019) comparados ao anterior (2006) para verificar os principais avanços na estratégia de planejamento urbano da cidade.

Além disso, foram consideradas para análise: atas de reuniões do CPDD, audiências públicas e resumo de questionários aplicados pela Prefeitura, a fim de observar a influência desses processos nas propostas apresentadas pela Revisão do Plano Diretor.

A Relação Regional de São José do Rio Preto

A fim de melhor compreender a relação entre São José do Rio Preto e os municípios vizinhos, foram observadas as imagens obtidas com o software

Google Earth® (1992-2020) visando a analisar, mesmo que de forma breve, a

relação regional entre a cidade e os municípios mais próximos. Para tanto, foi elaborada a Figura 4, através da sobreposição das imagens obtidas, destacando as áreas de crescimento dessas cidades.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Considerando os dados coletados, pôde-se avaliar o processo de revisão e os principais avanços propostos para o Plano Diretor do município. Constatou-se que a área rural do município não foi contemplada no Plano Diretor (2006), mas aparece na proposta de revisão. Apesar disso, as minutas de lei propostas para a revisão mantêm-se muito próximas ao plano anterior e sugerem tímidas mudanças na legislação. Juntamente com a atualização do Plano Diretor, propõe-se atualizar um conjunto de leis e mapas complementares: Código de Posturas, Sistema Viário, Código de Obras, Zoneamento e Parcelamento e Uso do Solo.

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Análise do Processo de Revisão do Plano Diretor

O processo de Revisão teve início em 2017 e os grupos de trabalho (GT) foram criados em 2018, como citado. Até 2019 foram realizadas audiências públicas, palestras, aplicação de questionários e reuniões do CPDD que resultaram nas minutas de lei e mapas propostos para a revisão.

De acordo com as atas analisadas, as reuniões do CPDD abordam temas diversificados, dos quais destacam-se 13, retratados no Gráfico 01. Nele é possível analisar a frequência das solicitações de cada tema em relação ao total de reuniões anuais.

A partir da análise do Gráfico 1, nota-se a forte presença do setor imobiliário, com solicitações de implantação de novos empreendimentos em todos os anos do período estudado. Tais dados sugerem que o setor imobiliário exerceu forte influência na ocupação e expansão urbana do município.

Observa-se também uma queda no número de reuniões do CPDD e uma diminuição de investimentos em novos empreendimentos no período de 2015 a 2017, que pode estar relacionado à instabilidade econômica que o país atravessou nesse mesmo período. Além disso, o baixo número de solicitações relacionadas a áreas públicas, equipamentos urbanos e sociais ou de lazer pode refletir em um espaço urbano socialmente desigual.

Conforme aponta Rolnik (2015), a produção desse espaço urbano decorre de vários fatores sociais, políticos e econômicos, em que a produção urbana age como uma verdadeira “guerra dos lugares”, caracterizada principalmente por pontos de encontro – e de conflito – entre o avanço do complexo imobiliário-financeiro e os territórios populares. Desse modo, conclui-se com o Gráfico 1, que houve maior influência do mercado imobiliário que dos interesses sociais no desenvolvimento da cidade.

Além das atas de reuniões do CPDD, foi analisado também o resumo dos resultados obtidos nos questionários aplicados nas audiências públicas. Nele, é possível verificar as principais necessidades de cada setor do município, o que possibilitaria à Prefeitura entender a demanda dos habitantes. Por meio dos questionários foram levantados diversos assuntos nas temáticas: Equipamentos Urbanos e Sociais, Segurança e Proteção; Meio Ambiente e Saneamento Ambiental; Mobilidade e Infraestrutura; Território, Habitação e Desenvolvimento Econômico.

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Apesar de publicamente haver preocupação por parte da Prefeitura de realizar os questionários para analisar se a infraestrutura oferecida atende às necessidades da população, na minuta da Lei de Revisão do Plano Diretor proposta não aparecem muitos avanços com relação a essas questões. Com isso, questiona-se a participação efetiva da população nesse processo.

Gráfico 1. Síntese das atas de reuniões de revisão do Plano Diretor (2010-2020)

LEGENDA

Total de reuniões do CPDD no ano Instalação de associação social Implantação de novos

empreendimentos pelo setor privado Regularização de loteamento Revitalização de área pública Construção de área de lazer Implantação de condomínio

residencial unifamiliar isolado Demarcação de loteamentos irregulares Implantação de condomínio

residencial multifamiliar vertical Instrumentos AEIA e AEIUP Implantação de loteamento fechado Regularização de áreas

Implantação de loteamento aberto Subdivisão dos protocolos pautados na reunião

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Instrumentos Urbanísticos

Com base na análise dos mapas e legislação pertinente, foi elaborado o Quadro 2, o qual identifica os instrumentos urbanísticos contemplados no Plano Diretor (2006) e em sua proposta de revisão, verificando os principais avanços relacionados a cada instrumento.

Observa-se a ausência de lei específica para aplicação de cada instrumento, o que demonstra falta de articulação política das forças participativas no sentido de regulamentar a política urbana.

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Quadro 2. Instrumentos urbanísticos de São José do Rio Preto Instrumentos

urbanísticos PDDS

Proposta de

revisão Avanços na legislação Lei de Uso e Ocupação do Solo (Zoneamento) 1ª em 1992, atualizada em 2015

Minuta de Lei para Revisão (2019) Lei 5.135, de 24 de dezembro de 1992 Perímetro Urbano Título VI – Art. 72 Anexo 1, p. 20

Título VII – Art. 114 Anexo I – Mapa PD01, p. 38

Parte do Plano Diretor como anexo em mapa

Área de Especial Interesse Habitacional

Título III – Art. 22 Item V, p. 7

Título IV – Art. 75 Item V, p. 24

Parte do Plano Diretor desde a 1ª geração compondo o título de áreas de especial interesse

Parcelamento do Solo Escrita antes do E.C., em 1992 Mantida Lei 5.138, de 28 de dezembro de 1992 Código de Obras (normativas edilícias) Código de Obras de São Paulo (Lei 11228/1992)

Minuta existente sem nº de lei, disponível no site da PM

Minuta ainda sem numeração de lei, em processo de aprovação Outorga Onerosa do Direito de Construir “Capítulo VIII – Da Outorga Onerosa do Direito de Construir”, p. 14 “Capítulo VIII Da Outorga Onerosa Do Direito De Construir”, p. 33

Parte do Plano Diretor desde a 1ª geração compondo o título e 3 artigos de lei, sem alteração de conteúdo na revisão. Transferência do Direito de Construir “Capítulo IX – Da Transferência do Direito de Construir” “Capítulo IX Da Transferência Do Direito De Construir”

Parte do Plano Diretor desde a 1ª geração compondo o título e 1 artigo de lei, sem alteração na revisão. PEUC / IPTU Progressivo Capítulo IV Art. 33, p. 13 Capítulo IV Art. 85, p. 32 Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001 Operações Urbanas “Capítulo X - Das Operações Urbanas Consorciadas”, p. 15 “Capítulo X – Das Operações Urbanas Consorciadas”, p. 34

Parte do Plano Diretor desde a 1ª geração compondo o título e 6 artigos de lei, sem nenhuma alteração na revisão.

Preservação do Patrimônio

Histórico

Título III – Art. 22 item III, p. 8

Título IV – Art. 75 Item II, p. 24

Parte do PD desde a 1ª geração, adicionada a listagem de patrimônios históricos existentes e incluindo setor cultural e turístico

Preservação do Patrimônio

Ambiental

Título III – Art. 22 Item I, p. 6 Capítulo 1 – Seção I Art. 11, p. 4 Título IV – Art. 75 item I, p. 24 Parte do PD desde a 1ª geração, com acréscimo de 4 áreas consideradas AEIA listadas e seção de macrozona de proteção ambiental delimitada no mapa em anexo PD01

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Ferreira (2003) explana que, ao contrário da Europa, no Brasil, os instrumentos urbanísticos surgem como uma tentativa de reação em face de um modelo de sociedade desigual. Frente a isso, tais instrumentos só obteriam a eficácia necessária havendo uma vontade política determinada em reverter o quadro da desigualdade urbana enfrentada.

O autor explica que sem essa vontade política, que implicaria em um governo disposto a enfrentar os privilégios da classe dominante, os instrumentos apenas maquiam essa realidade urbana, confirmando os questionamentos anteriores frente à influência dos setores imobiliários e participação popular efetiva na revisão.

Perímetro Urbano e Meio Ambiente

O PD (2006) não aborda o macrozoneamento no corpo da lei. Já a revisão propõe uma abordagem detalhada sobre o tema, dividindo o território em quatro áreas (Consolidada, Expansão, Ocupação e Proteção), explanando cada uma delas no corpo da lei e delimitando-as no Mapa de Macrozoneamento.

Visto isso e considerando os dados levantados, para melhor analisar o perímetro urbano, obteve-se o Croqui do Macrozoneamento de 2006 e elaborou-se a Figura 2, comparativa entre o Macrozoneamento do Plano Diretor (2006) e sua revisão. Nela, observam-se sutis alterações de limite do perímetro urbano, principalmente na área sudeste da cidade.

Quanto à legislação, nota-se apenas um acréscimo na Minuta de Lei da Revisão sobre o tema, o qual determina que imóveis que tiverem 70% da sua área dentro do perímetro urbano mapeado, serão nele considerados.

Com base na Figura 2, observa-se no mapa de macrozoneamento proposto pela Revisão que a área de restrição teve um aumento considerável em torno do perímetro da cidade, o que sugere uma tentativa de controle da expansão urbana. As áreas em cinza e azul (Figura 2: Mapa de 2006) consideradas áreas de adensamento, tornaram-se áreas consolidadas – em roxo (Figura 2: Mapa de Revisão), dado que confirma o crescimento populacional junto à malha urbana.

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Figura 2. Mapa comparativo do Plano Diretor de 2006 e da Proposta de Revisão

Fonte: Prefeitura Municipal. Elaborado pelos autores (2020).

A área de expansão urbana também apresenta um aumento

considerável no mapa proposto pela revisão, principalmente nas áreas noroeste e nordeste. Apesar disso, contrapondo-se a esses avanços, nota-se que a área rural não é representada no mapa da revisão e a área em laranja (2006), considerada de risco ambiental, apresenta poucas alterações no mapa da revisão (em vermelho).

O principal avanço encontrado no corpo da lei visando ao Meio Ambiente foi o acréscimo da Macrozona de Proteção Ambiental. Apesar de a expansão da malha urbana representar um risco para as áreas ambientais se

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não houver planejamento e gestão adequados, não foram realizadas até o momento expressivas alterações quanto ao tema no restante da lei.

A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) propôs 15 m²/hab como índice mínimo para áreas verdes (SBAU, 1996). De acordo com a Lei Complementar 19.199/1992, São José do Rio Preto sempre demonstrou interesse em atingir esse índice:

XX – Organizar o sistema de áreas institucionais e principalmente o sistema de áreas verdes e recreação, como um subsistema de estrutura urbana, dotada de equipamentos de recreação e lazer, procurando-se atingir no mínimo, o índice de 12,00 (doze) metros quadrados de área verde por habitante; (SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP), 1992, grifo dos autores).

No entanto, dados do Censo 2010 (IBGE) indicam que o município apresenta apenas 8,43 m² de área verde por habitante. Ainda assim, o município ficou em primeiro lugar no Prêmio Município VerdeAzul em 2019 e mantém diversos projetos de educação ambiental, plantio de árvores e mudas.

Expansão Urbana

Conforme os dados apresentados na Tabela 1, nota-se que o município possui alta taxa de crescimento anual ao longo das últimas décadas, além de possuir infraestrutura de equipamentos que incentiva o crescimento habitacional, portanto, já seria possível notar uma tendência de expansão da malha urbana.

Tendo em vista comprovar essa expansão, foi elaborada a Figura 3, que sobrepõe os Mapas de Uso e Ocupação do Solo (2006) e sua Revisão (2019), onde o mapa referente a 2006 se apresenta em preto e branco, com o perímetro urbano destacado em vermelho e a expansão apresentada no Mapa da Revisão mantém-se em colorido, com o perímetro urbano destacado em azul. Obteve-se, com esta sobreposição dos mapas, uma figura ilustrativa do crescimento da área urbana da cidade nesse período.

A localização desses loteamentos e conjuntos habitacionais em áreas longínquas e desarticuladas da malha urbana caracteriza o crescimento espraiado e reforça a segregação socioespacial existente no município,

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principalmente na região norte, além da especulação imobiliária com a criação de vazios urbanos, contrapondo-se ao desenvolvimento urbano sustentável.

Figura 3. Sobreposição de Mapas de Uso e Ocupação do Solo (2006-2020)

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Planos Setoriais e Intersetoriais

De acordo com a Minuta de Lei do Plano Diretor, art. 28, § 2º,

os planos setoriais deverão basear-se nas diretrizes das suas respectivas políticas [...] considerando critérios para dimensionamento de demandas por equipamentos observando critérios de localização e integração com os equipamentos e serviços existentes.

Os Planos Setoriais de São José do Rio Preto compreendem: Plano de Mobilidade Urbana (Plan-Mob-Rio Preto), Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), os quais são considerados legislações de apoio ao Plano Diretor.

Quanto à mobilidade urbana, a cidade passa por um processo de adequação ao Plan-Mob-Rio Preto, tendo recentemente inaugurado o novo terminal urbano na área central e passa por obras de construção de miniterminais urbanos, manutenção de viadutos e a integração do anel viário da cidade – resultado de altos investimentos do Poder Público.

Um dos objetivos do Plan-Mob-Rio Preto é a integração da política de mobilidade com a de uso e ocupação do solo, atendendo às premissas do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável do município. Apesar disso, o Plan-Mob-Rio Preto não propõe diretivas comuns deste com os demais planos setoriais nem visa a uma relação regional entre municípios.

O plano municipal de saneamento básico contempla: abastecimento de água e esgotamento sanitário; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas; e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, visando a integrar, coordenar recursos e estabelecer diretrizes para esses serviços. Entretanto, no corpo da lei também não constam planos de integração intersetorial.

O Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) é orientador da política de plantio, preservação, manejo e expansão da arborização. Tem como principais objetivos: estabelecer diretrizes, fiscalizar, monitorar, incentivar e orientar a população. Não constam, no corpo da lei, dados de relação entre este plano com demais planos intersetoriais.

O Plano Diretor do município (2006) já não apresentava especificações das questões ambientais apesar das problemáticas enfrentadas pela cidade nos últimos anos relacionadas a esse tema, principalmente com relação à

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drenagem urbana decorrente da impermeabilização superficial e do tamponamento de rios e córregos.

O meio ambiente é um aspecto importante a ser considerado na reforma urbana, pois a expansão descontrolada das cidades pode afetar áreas ambientais e comprometer questões de infraestrutura urbana como mobilidade, saneamento básico e preservação de áreas verdes (MARICATO, 2014).

Tais questões demonstram a importância da integração entre os planos setoriais no desenvolvimento das cidades, de modo que, havendo uma sinergia entre eles, possa melhorar a qualidade de vida urbana resolvendo problemas existentes e evitando-os futuramente. O Estatuto da Cidade sugere que os planos intersetoriais também sejam revisados logo após a revisão do Plano Diretor. Até o momento, não constam informações ou previsão de revisão dos planos setoriais da cidade.

Planejamento Regional

A aproximação entre São José do Rio Preto e os municípios da região10 sugere a possível ocorrência futura de um processo de conurbação – processo esse que não era mencionado no Plano Diretor de 2006. No processo democrático da revisão nada ou muito pouco se comentou sobre o tema. Nas atas de reunião do CPDD, o termo não é citado e só aparece mencionado brevemente na minuta da Lei de Revisão11.

Apesar de o município ter uma grande influência e sediar a 8ª região administrativa, não há no Plano Diretor de 2006, tampouco na revisão, uma proposta de Plano Regional, embora o termo “regional” apareça timidamente colocado em relação à integração em diferentes diretrizes.

Para analisar essa aproximação entre municípios foi elaborada a Figura 4, a qual sobrepõe os mapas de satélite do software Google Earth

10De acordo com a Figura 4, observa-se que São José do Rio Preto encontra-se a aproximadamente 5 km de distância de Mirassol, Bady Bassitt e Guapiaçu.

11

É mencionado no Capítulo II, art. 22, como diretriz e objetivo para a política de desenvolvimento econômico: “XXI – Promover a integração da logística regional com o anel rodoferroviário em torno da conurbação de São José do Rio Preto, bem como estudos com vistas à implantação de sistema de transporte de massa no leito da orla ferroviária atual;”

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demonstrando, mesmo que de forma breve, a relação de proximidade entre a cidade e os municípios próximos a ela.

Figura 4. Expansão urbana de São José do Rio Preto 1992-2020

Fonte: Google Earth

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(2020). Elaborado pelos autores (2020).

Planejamento regional é importante para nortear o desenvolvimento integrado da região. De acordo com Maricato (2014), a oferta de transporte coletivo contribui para a reprodução do padrão de uso e ocupação de municípios dormitórios. Nesse sentido, é importante considerar a relação entre os diferentes planos setoriais numa escala regional, visto que estão diretamente relacionados.

CONCLUSÕES

A fim de analisar as alterações propostas pela Revisão do Plano Diretor de São José do Rio Preto, foram consideradas as Minutas de Lei disponíveis para consulta pública pela Prefeitura Municipal. Por meio delas, pôde-se

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concluir que a revisão do Plano Diretor sugere tímidos avanços com relação à efetivação das políticas urbanas, mantendo-se muito próximo ao plano anterior.

Por meio da análise do processo de Revisão foi possível constatar a forte influência do setor imobiliário frente aos processos de planejamento na cidade. Além disso, é possível notar que, apesar de o processo de Revisão abranger consultas públicas, essa participação popular não é refletida nas propostas de Minutas de Lei, tornando simbólica essa participação popular.

A ausência de regulamentação dos instrumentos públicos indica a falta de articulação política frente a necessidade de enfrentar o poder dos setores imobiliários privados objetivando benefícios públicos. No corpo da lei, os instrumentos tendem a ser repetidos na revisão.

Em relação ao perímetro urbano e meio ambiente, observam-se avanços na revisão quanto à abrangência do macrozoneamento no corpo da lei e abordagem da Macrozona de Proteção Ambiental. A expansão urbana é deliberada e, apesar de não avançar tanto o perímetro urbano, invade áreas antes consideradas rurais e gera grandes vazios urbanos, promovendo a especulação imobiliária e reforçando ainda mais a segregação socioespacial.

Os planos setoriais do município não possuem propostas de integração intersetorial, assim como o PDDS não propõe integração regional, apesar da comprovação da importância dessa relação entre planos e da efetiva influência entre São José do Rio Preto às cidades vizinhas como Mirassol, Bady Bassit e Guapiaçu.

AGRADECIMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

REFERÊNCIAS

ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. Disponível em:

http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/sao-jose-do-rio-preto_sp. Acesso em: 12 jun. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: DOU, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 jun. 2020.

Referências

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