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Modelo de Decisão Multi-Critério: Instalação de Eco-Resort no Litoral Alentejano

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Academic year: 2021

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Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território

Modelo de Decisão Multi-Critério:

Instalação de Eco-Resort no Litoral

Alentejano

Relatório de Trabalho Prático

Análise Espacial

2014/2015

Docentes: Discente:

Professor Filipe Baptista e Silva Diogo Vieira

Professor José Rui Pelayo

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Índice

Introdução/Definição da Problemática ... 3

Critérios de Aptidão e Exclusão ... 4

Critérios de Aptidão ... 4

Critérios de Exclusão... 4

Dados e Metodologia ... 5

Apresentação e Discussão de Resultados ... 9

Bibliografia ... 11

Índice de Figuras

Figura 1. Enquadramento da área de estudo. ... 3

Figura 2. Obtenção de Áreas Potenciais ... 7

Figura 3. Workflow de processos ... 8

Figura 4. Áreas de Aptidão e Exclusão para a construção de Eco-Resort ... 9

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Introdução/Definição da Problemática

Ferramentas de apoio à decisão como os SIG são fundamentais para a implementação de infraestruturas e políticas no território, uma vez que o caracterizam e estudam de forma sustentada e pertinente. Para que tal aconteça, são utilizadas análises multi-critério para estudos em ambiente SIG.

A opção escolhida para o trabalho prático foi a de encontrar localizações para construção de uma nova infraestrutura, tendo sido escolhida como região alvo a NUT III Alentejo Litoral. Território este composto pelos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, com 71859 habitantes (Censos, 2011).

Relativamente à problemática/infraestrutura a construir e tomando conta do potencial turístico e beleza paisagística da área em causa, optou-se por um eco-resort com especificidades como o isolamento face aos ambientes urbanos, o contacto com a natureza, preocupações no que concerne à pegada ecológica, não descurando a presença de determinados recursos turísticos nas redondezas. A área de intervenção deverá estar limitada entre 2 e 8 hectares.

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Critérios de Aptidão e Exclusão

Após a recolha de uma variedade de dados foram definidos critérios que influenciam a localização do eco-resort de modo a obter as áreas com potencial para o acolher.

Critérios de Aptidão

- áreas da Carta de Ocupação dos Solos 2007 (COS2007) relativas aos usos de solo agrícolas e agro-florestais (códigos 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4) e usos de solo relativos às florestas, florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea (códigos 3.1 e 3.2, respetivamente), critério potenciador do isolamento pretendido da infraestrutura; - áreas relativas a declives inferiores ou iguais a 5 graus, para que a construção dos edifícios seja mais fácil e consequentemente mais economizadora de recursos;

- áreas com período de insolação anual superior ou igual a 2900 horas, critério que pretende viabilizar a instalação de painéis fotovoltaicos contribuindo para a diminuição do impacto ambiental;

- áreas distadas até 5 quilómetros de recursos turísticos (castelos, faróis, fortalezas, miradouros e património cultural histórico, estação arqueológica), critério que possibilita um aumento do poder atrativo da infraestrutura pela proximidade a outros recursos turísticos;

- áreas afastadas até 3 quilómetros da praia mais próxima, áreas distanciadas até 800 metros da rede hidrográfica1 e áreas deslocadas até 2 quilómetros de um trilho da Rota Vicentina, critérios que permite uma maior oferta de atividades ao mesmo tempo que permitem um maior contato com a natureza.

Critérios de Exclusão

- áreas protegidas, critério que assegura a imposição de restrições e barreiras à construção de infraestruturas;

- área inundável do Sado2, critério de carácter preventivo relativamente a cheias;

1 Rede Hidrográfica detalhada de suporte ao SiliAmb. A informação base provém do MDT 1:25.000

produzido pela APA.

2 Dados relativos a um estudo do LNEC para o INAG que representa as zonas de inundação do Sado para

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5 - áreas de risco de incêndio Moderado, Elevado e Muito Elevado segundo a Carta de Risco de Incêndio Florestal (CRIF 2011), critério de carácter preventivo relativamente a incêndios florestais;

- áreas distadas a 1,5 quilómetros de eixos viários principais (‘motorway’, ‘motorway

link’, ‘primary’ e ‘primary link’) e ferrovias, critério que procura assegurar o isolamento

ao ambiente urbano;

- vertentes expostas aos octantes Norte, Nordeste e Noroeste (292,5° - 67,5°), critério que ressalva a existência de áreas sombrias que possam degradar o potencial de captação de energia solar.

Dados e Metodologia

Os dados utilizados na elaboração do trabalho provieram de fontes distintas, quer nacionais como globais.

Fonte Dados

Atlas Digital do Ambiente – Agência Portuguesa do Ambiente (APA)

- Período médio anual de insolação; - Recursos turísticos;

Atlas da Água – Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH)

- Área inundável do rio Sado; - Localização de praias; - Rede hidrográfica 25k; ASTER, USGS - Modelo Digital de Elevação, 30m; Direção-Geral do Território (DGT) - CAOP 2014;

- COS 2007; Instituto de Conservação da Natureza e

Florestas (ICNF) - Áreas protegidas;

Autoridade Nacional de Proteção Civil

(ANPC) - CRIF 2011;

Open Street Map (OSM) - Redes viária e ferroviária;

- Áreas administrativas de Espanha; Rota Vicentina - Trilhos e rotas pedestres

Tabela 1. Fontes dos dados originais.

Antes de se iniciar o geoprocessamento dos dados, estes foram uniformizados no sistema de coordenadas utilizado (European Terrestrial Reference System –

ETRS89_Portugal_TM06) tem sido utilizadas as ferramentas ‘Project’ e ‘Raster Project’ .

Para a obtenção da área de estudo foi utilizada a ferramenta ‘Select By

Attributes’, tendo sido inserida a expressão SQL {Municipio = 'ALCÁCER DO SAL' OR Municipio = 'GRÂNDOLA' OR Municipio = 'ODEMIRA' OR Municipio = 'SANTIAGO DO

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CACÉM' OR Municipio = 'SINES'}. Operações de ‘Clip’ pela área de estudo foram feitas

quando necessárias para a determinação das áreas de aptidão e exclusão.

Sobre o Modelo Digital de Elevação (MDE) foram utilizadas as ferramentas de análise de superfícies ‘Slope’ e ‘Aspect’ para a recolha de dados relativos aos declives e exposição das vertentes respectivamente, tendo sido definida como ‘Procesing Extent’ e ‘Mask’ o ficheiro relativo à área de estudo, originando outputs coincidentes com a área de estudo.

Procedeu-se a uma reclassificação com a ferramenta ‘Reclassify’ dos ficheiros

raster em ambos os casos visto que estes não representavam os critérios definidos.

Assim, para extrair a informação relativa aos declives inferiores ou iguais a cinco definiram-se duas classes para os valores de declives, a classe 1 entre o valor 0 e 5 e a classe 2 entre o valor 5 e o máximo da amostra, sendo esta última classificada como

‘NoData’.

No caso da exposição, foram definidas quatro classes, a classe 1 entre os valores -1 e 0, a classe 2 entre os valores 0 e 67,5, a classe 3 entre os valores 67,5 e 292,5, a classe 4 entre os valores 292,5 e 360. Para que apenas as classes representativas das vertentes expostas a Nordeste, Norte e Noroeste fossem obtidas, às classes 1 e 3 foram atribuídas o valor ‘NoData’.

O comando ‘Reclassify’ foi novamente utilizado para a seleção de áreas de risco moderado, elevado e muito elevado de incêndio florestal.

Em todos os casos, seguiu-se à reclassificação uma conversão para formato vetorial para facilitar futuras operações de processamento. O método de simplificação de polígonos foi definido aquando da conversão.

A rede ferroviária foi sujeita a um buffer de 1,5 km, já a rede viária foi primeiramente alvo de seleção por atributos do tipo ‘primary’, ‘primary_link’,

‘motorway’ e ‘motorway_link’ e só depois se procedeu à mesma operação de buffer. Em

ambos os casos foi usada a opção ‘Dissolve All’.

Relativamente aos usos de solo da COS 2007 e aos dados da insolação, procedeu-se simplesmente a uma procedeu-seleção por atributos, tendo sido usadas as expressões SQL

{COSN2 LIKE '2%' OR COSN2 = '3.1' OR COSN2 = '3.2'} e {insolacao >= 'Entre 2900 e 3000 horas'}, respectivamente.

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7 Analogamente, os dados relativos aos recursos turísticos foram também eles sujeitos a uma seleção por atributos usando a expressão SQL {rec_turist = 'Castelo' OR

rec_turist = 'Farol' OR rec_turist = 'Fortaleza' OR rec_turist = 'Miradouro' OR rec_turist = 'Património cultural histórico, estação arqueológica'}. Em seguida, foi aplicado um buffer

de 5000 metros.

Por fim os dados respeitantes às praias, trilhos e rede hidrográfica foram sujeitos a diferentes buffers de 2000, 3000 e 800 metros, respetivamente.

Figura 2. Obtenção de Áreas Potenciais

Com os dados relativos aos critérios definidos, áreas de aptidão e exclusão, já tratados procedeu-se ao seu agrupamento e cruzamento.

Para agrupar os dados relativos às áreas de exclusão foi utilizada a ferramenta

‘Merge’, ao passo que para agrupar as áreas de aptidão foi utilizada a ferramenta ‘Intersect’. A diferença na abordagem deve-se ao facto dos critérios de exclusão serem

válidos de forma independente, ou seja, para uma área ser caracterizada como excluída basta que se incorpore num critério de exclusão, ao passo que uma área apta tem forçosamente que reunir todos os critérios de aptidão.

De seguida procedeu-se ao cruzamento das áreas de aptidão com as áreas de exclusão, através do comando ‘Erase’ resultando na subtração das áreas de exclusão às áreas de aptidão, dando origem às áreas que reúnem todas as condições de aptidão e que não são alvo das condições de exclusão.

De modo a uniformizar e agregar as áreas com potencial segundo os mesmos atributos utilizou-se a ferramenta ‘Dissolve’ não escolhendo qualquer campo da tabela de atributos, mas sim desativando a opção ‘Create multipart features’ permitindo apenas a existência de uma entidade por cada polígono.

Áreas de

Aptidão

Áreas de

Exclusão

Áreas

Potenciais

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8 Para avaliar quais as áreas resultantes que tinham uma superfície superior a 2 e inferior a 8 hectares foi adicionado um campo à tabela de atributos designado ‘Area_Ha’ do tipo ‘FLOAT’, para o qual foi calculada a área em hectares usando a linha de código

Python {!shape.area!*10000}. Posteriormente, foi realizada uma seleção por atributos

usando a expressão SQL {"Area_Ha" >=2 AND "Area_Ha" <=8}, tendo sido exportada esta seleção relativa às áreas com potencial para a instalação do eco-resort.

Áreas Potenciais

• Obtidas através de Erase entre Áreas de Aptidão e Áreas de Exclusão • Dissolve

• Cálculo de área em hectares • Seleção de parcelas entre 2 e 8 ha5

Tratamento de

dados

• Uniformização do sistema de coordenadas (ETRS89) • Criação de área de estudo (Selection by Attributes)

• Corte dos dados pela área de estudo (Clip)

Áreas de Aptidão

-Intersect-• Criação de mapa de declives (Slope, Reclassify, Raster to Polygon)

• Uso do solo (Selection by Attributes) • Insolação (Selection by Attributes) • Recursos turísticos (Selection by Attributes, Buffer) • Praias (Buffer) • Trilhos (Buffer) • Hidrografia (Buffer)

Áreas de Exclusão

-Merge-• Criação de mapa de exposição (Aspect, Reclassify, Raster to Polygon) • Risco de incêndio (Reclassify, Raster to Polygon)

• Rede viária (Selection by Attributes, Buffer) • Rede ferroviária

(Buffer)

• Áreas protegidas • Área inundável

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Apresentação e Discussão de Resultados

Figura 4. Áreas de Aptidão e Exclusão para a construção de Eco-Resort

Da Figura 4 é possível reter a grande diferença existente entre áreas de exclusão e áreas de aptidão. Esta disparidade é explicada uma vez mais pela forma estas foram agrupadas de forma diferente (‘Merge’ e ‘Intersect’ respetivamente).

Relativamente à Figura 5, esta ilustra o resultado final de todo o geoprocessamento, existindo 6 parcelas de território no Alentejo Litoral entre 2 e 8 hectares que respeitam todos os critérios definidos. No total as 6 perfazem uma área de aproximadamente 28,5 Ha, tendo a maior parcela 6,49 Ha e a mais pequena 3,43 Ha.

É ainda possível verificar que as parcelas distribuem-se apenas por dois municípios, Sines e Odemira, sendo que 4 destas se encontram em Sines. O facto de estarem próximas da linha de costa prende-se com o critério da localização relativamente às praias.

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Figura 5. Áreas Potenciais para a construção de Eco-Resort

As principais limitações que se apontam aos critérios definidos são o facto do critério relativo à rede hidrográfica (áreas distanciadas até 800 metros da rede hidrográfica) poder ser ineficaz se os dados de entrada não forem bem detalhados já que os dados relativos à rede hidrográfica utilizados são bastantes rigorosos e de elevada precisão.

Outra crítica que é possível fazer relaciona-se com o critério referente às praias (áreas afastadas até 3 quilómetros da praia mais próxima) uma vez que limita muito a localização da infraestrutura até 3 quilómetros da costa, fazendo com que grande parte do território seja excluído logo à partida. O mesmo problema poderá ser apontado ao critério dos trilhos (áreas deslocadas até 2 quilómetros de um trilho da Rota Vicentina), visto que estes não se encontram distribuídos de forma idêntica pela área de estudo. Uma possível solução para tal questão será o aumento da distância em ambos os casos. Uma outra forma de melhorar a análise passa pela inserção de critérios relacionados com a observação da população e economias locais, equilibrando a presença de indicadores populacionais, sociais e económicos na análise, relativamente aos indicadores de vertente física.

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Bibliografia

http://geo.snirh.pt/AtlasAgua/ - Atlas da Água

http://sniamb.apambiente.pt/Home/Default.htm - Atlas Digital do Ambiente

http://www.dgterritorio.pt/cartografia_e_geodesia/cartografia/carta_administrativa_ oficial_de_portugal__caop_/caop_em_vigor/ - CAOP 2014 http://www.dgterritorio.pt/cartografia_e_geodesia/cartografia/cos/cos__2007/ - COS 2007 http://www.dgterritorio.pt/cartografia_e_geodesia/cartografia/cartografia_tematica/c artas_de_risco/ - CRIF 2011

http://asterweb.jpl.nasa.gov/gdem.asp - DEM ASTER, USGS

http://download.geofabrik.de/europe/portugal.html - OpenStreetMap

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Anexo 1. Resultados dos critérios relativos às Áreas de Aptidão – Uso do Solo, Declives, Insolação e Praias.

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Anexo 3. Resultados dos critérios relativos às Áreas de Exclusão – Área Inundável, Exposição, Áreas Protegidas e Risco de incêndio florestal.

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Referências

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