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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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Registro: 2013.0000101908

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0061495-59.2011.8.26.0002, da Comarca de São Paulo, em que é apelante ANDREA DA SILVA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado O JUIZO.

ACORDAM, em 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento em parte ao recurso. V.U., de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores CAETANO LAGRASTA (Presidente sem voto), LUIZ AMBRA E SALLES ROSSI.

São Paulo, 27 de fevereiro de 2013.

Helio Faria RELATOR Assinatura Eletrônica

(2)

Apelação: 0061495-59.2011.8.26.0002

Comarca: São Paulo

Juízo de origem: 4ª Vara Cível Foro Regional de Santo Amaro

Juiz prolator: Hertha Helena Rollemberg Padilha Palermo

Processo: 0061495-59.2011.8.26.0002

Apelante: Andrea da Silva (Justiça Gratuita)

Apelado: o Juízo

REGISTRO CIVIL. Retificação Autora que pretende a alteração do assento de nascimento de seus filhos, menores, ante a mudança deferida na origem quanto ao seu nome, em que se incluiu o patronímico materno Impossibilidade de alteração do registro, ausente erro justificável, que não obsta, todavia, a averbação na margem do registro quanto à mudança no nome da genitora Recurso parcialmente provido.

VOTO Nº

4896

Trata-se de ação de retificação de registro civil julgada parcialmente procedente pela r. sentença de fls. 53/55, cujo relatório se adota.

Inconformada, a autora apelou requerendo a reforma parcial do r. decisório monocrático a fim de ser deferida a retificação das certidões de nascimento dos filhos menores da pleiteante.

Afirma que o indeferimento do pedido realizado na origem prejudicaria a identidade de seus filhos, pois que constaria de seu registro nome errado de sua genitora.

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parcial acolhimento do apelo.

Recurso regularmente processado e isento de preparo.

É o relatório.

Consoante se vê dos autos, a recorrente ajuizou a presente ação de retificação sustentando, em síntese, que quando de seu nascimento foi registrada tão somente com o patronímico de seu genitor (Devair José da Silva), ausente qualquer menção ao sobrenome de sua mãe (Elza Fonseca da Silva).

Afirma que, em razão do caráter comum de seu nome (Andrea da Silva), tem sofrido diversos constrangimentos e transtornos burocráticos decorrentes da homonímia, consoante testemunhos colacionados às fls. 34/40.

Juntou, ainda, as certidões negativas de fls. 22/33 que evidenciam a ausência de ações judiciais ou protestos realizados em face da demandante, o que corrobora a lisura do pedido aduzido na vestibular.

Após regular trâmite processual em que se deu o aditamento da prefacial, sobreveio o r. decisório monocrático de fls. 53/55 que acolheu parcialmente o pedido, determinando a retificação do assento de nascimento da autora, bem como do assento de casamento, passando a assinar Andréa Fonseca da Silva, indeferindo, todavia, o requerimento de alteração do registro de nascimento de seus filhos, sob o fundamento de que o registro deve espelhar a realidade do momento de sua lavratura, o que deflagrou a presente irresignação.

Respeitado o entendimento esposado em primeiro grau de jurisdição, a r. sentença merece reforma parcial.

(4)

Com efeito, dispõe o artigo 54 da Lei nº 6.015/73: “O assento do nascimento deverá conter (...) 7) Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal”.

Consoante os princípios da veracidade e da publicidade que regem o Direito Registral, referido dispositivo legal deve ser interpretado como exigência de informação precisa e exata dos dados dos pais do recém-nascido no momento do nascimento da criança.

Neste sentido, é certo que quando os filhos da autora nasceram (15/04/2000 e 02/04/2007 fls. 16/17), a suplicante assinava o nome de casada Andrea da Silva Chedick o qual consta da certidão de nascimentos dos menores.

Tal constatação é imutável, porquanto tão somente informa uma situação verificada naquele momento.

Todavia, como bem observado pela I.

Representante da Procuradoria de Justiça, a despeito da imutabilidade do registro do assento, é possível proceder à averbação à margem dos assentos de nascimentos dos menores, em que deverá constar a mudança de nome de sua genitora.

Referida conclusão harmoniza a segurança e estabilidade consagradas pelo fenômeno registral com a plena identidade e contemporaneidade trazida com a alteração do nome da requerente.

Neste sentido, mister mencionar trecho do julgamento da apelação registrada sob o nº 0028471-51.2008.8.26.0000,

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de relatoria do Exmo. Sr. Desembargador Luiz Ambra, eminente membro desta C. Oitava Câmara de Direito Privado:

“Com efeito, o art. 54, § 7º, da Lei nº 6.015/73 elenca os requisitos da certidão de nascimento e são: “os

nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal”.

O retrato da verdade do momento do parto, ademais, é o que melhor atende ao interesse superior da criança, que não pode se sujeitar a alteração do seu assento de nascimento, ao alvedrio do estado civil materno.

Neste sentido, a Jurisprudência:

REGISTRO CIVIL. RETIFICAÇÃO. ASSENTO DE

NASCIMENTO. AVERBAÇÃO DO NOME DA GENITORA QUE, APÓS O FALECIMENTO DO MARIDO, VOLTA A USAR O NOME DE SOLTEIRA. Descabe a retificação porque inexistente erro ou imprecisão no registro da menor, sendo que este deve refletir a verdade dos fatos ao tempo em que foi lavrado. No caso concreto, quando a menina nasceu sua genitora assinava o patronímico do marido, tendo assim constado no assento. As normas sobre os registros públicos colhem interpretação estrita, porque sobreleva o interesse público. E, muito embora haja o temperamento em casos especiais, em nome da segurança e da estabilidade das relações em sociedade, somente restritas situações admitem a modificação dos assentos. Apelo provido, por maioria. (Apelação Cível

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nº 70007653967, sétima câmara cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 17/03/2004)

REGISTRO CIVIL - Assento de nascimento - Ação de retificação Pretendida supressão do patronímico do pai dos menores utilizado pela mãe, à época casada, passando a constar, nos assentos de nascimento o nome de solteira da mãe - Inadmissibilidade - Pleito que importa na introdução de uma inverdade no registro - Circunstância que só pode ser levada ao assento de nascimento por averbação - Determinação afastada - Recurso provido para este fim. (Apelação n. 990.10.031376-2 - São Paulo - 6ª Câmara de Direito Privado - Relator: Vito José Guglielmi - 02/09/2010 - 17874 - Maioria de votos com voto declarado).

“REGISTRO CIVIL RETIFICAÇÃO Pretensão do apelante de modificar seu registro, para que nele fique constando o nome que sua mãe ostenta na atualidade Impossibilidade Princípio da imutabilidade do registro público Pedido julgado improcedente Recurso não provido (Apelação Cível n. 405.488.4/3, 2ª Câmara de Direito Privado, Rel. Ary Bauer, V.U., j. 09.05.06).”

EMENTA RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL

Indeferimento do pedido formulado na inicial Alteração posterior do patronímico da genitora da recorrente não confere à requerente o direito que reclama Aplicação dos princípios da imutabilidade do registro público e da verdade real (esta última, auferida no momento do registro) Inexistência de erro no assento Inteligência do art. 109 da Lei nº 6.015/73 Sentença mantida - Recurso improvido (Apelação Cível nº:

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404.979.4/7-00, Relator Salles Rossi, esta c. Câmara, j. 29.04.09, vu)

“Retificação de registro civil. Correta a r. sentença de improcedência. A verdade real é aquela auferida no momento do registro. O divórcio dos pais do autor e o retorno ao nome de solteira de sua mãe não implicam necessidade da modificação de seu assento de nascimento. Ausência de erro no registro. Recurso improvido (Apelação Cível n. 580.215.4/7-00, 4ª Câmara de Direito Privado, Rel. Maia da Cunha, j. 11.09.08 V.U.).”

Ao cabo, acolho a recomendação da i. Promotora Cintia Mítico Belgamo Pupin (fl. 41), ratificada pelo d. Procurador de Justiça Luiz Antonio Orlando (fl. 59) de se autorizar a averbação, à margem do assento de nascimento da requerente, a mudança do nome da genitora, decorrente de seu superveniente divórcio. Meu voto é, portanto, pelo provimento do recurso ministerial, com determinação.

Destarte, acolhe-se parcialmente a irresignação ora apreciada, determinando-se não a alteração do assento de nascimentos do menores filhos da autora, mas sim a averbação no registro, de modo a constar a alteração do nome da requerente.

Posto isso, dou parcial provimento ao recurso.

HELIO FARIA Relator

Referências

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