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Serra Talhada- UAST, Serra Talhada, PE- Brasil.

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Academic year: 2021

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Efeito alelopático do extrato aquoso de folhas de juazeiro no desenvolvimento

inicial de plântulas de couve

Luiz Ferreira Coelho Júnior1; Monalisa Alves Diniz da Silva2; Alysson Menezes Sobreira3; Thiago Bezerra Calado3; Carmem Kelly dos Santos Oliveira3 ; André Pereira Freire Ferraz4

1Bolsista PIBIC/UFRPE, graduando do curso de agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE na Unidade Acadêmica de Serra Talhada – UAST, Serra Talhada, PE- Brasil. Email: luiz.fc.jr@hotmail.com

2Professor adjunto, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE na Unidade Acadêmica de Serra Talhada – UAST, Serra Talhada, PE- Brasil. Email: monallyysa@yahoo.com

3Graduando do curso de agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE na Unidade Acadêmica de Serra Talhada- UAST, Serra Talhada, PE- Brasil. Email: agrosobreira@hotmail.com, thiagobcalado@bol.com.br, oliveiracks@gmail.com

4Estudante de Pós-Graduação em produção vegetal, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE na Unidade Acadêmica de Serra Talhada- UAST, Serra Talhada, PE- Brasil. Email: andrepfferraz@gmail.com

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial alelopático do extrato aquoso obtido de folhas verdes de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), no desenvolvimento inicial de plântulas de couve (Brassica oleracea L.) por se tratar de uma árvore presente nos espaços agrícolas do nordeste brasileiro. As folhas verdes de juazeiro foram trituradas com o auxílio de um liquidificador, adicionando água destilada para facilitar a trituração do material na proporção de 100./L-1, resultando no extrato bruto correspondendo a concentração de 100%, a partir do extrato bruto, foram feitas diluições para obtenção das concentrações de 20, 40, 60, 80% do extrato aquoso, sendo utilizado como testemunha apenas água destilada, totalizando seis tratamentos. Foram avaliados: emergência de plântulas, comprimento da parte aérea e da raiz e massa seca da parte aérea e da raiz e número de folhas. Os resultados obtidos mostraram que o extrato aquoso de folhas de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), nas diferentes concentrações avaliadas, não interfere negativamente no desenvolvimento de plântulas de couve, de maneira que o cultivo da couve é possível em um sistema agroflorestal com juazeiro.

PALAVRAS-CHAVE: Caatinga, alelopatia, plântulas ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the allelopathic effects of aqueous extract obtained from green leaves of juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), In the early development of seedlings of cabbage (Brassica oleracea L.) because it is a tree present in agricultural areas of northeastern Brazil. The green peel juazeiro were ground with the aid of a blender, add distilled water to facilitate the grinding of the material at a rate of 100g / L, which resulted in the crude extract concentration corresponding to 100% from the crude extract was made for dilutions obtain concentrations of 20, 40, 60, 80% of the aqueous extract being used as a reference only distilled water, five treatments. Were evaluated: seedling emergence, shoot length and root and shoot dry mass and number of root and leaf. The results showed that the aqueous extract of leaves of juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) At the different concentrations used, does not interfere negatively in the development of seedlings of cabbage.

Keywords: caatinga, allelopathy, seedlings

O juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.) é uma planta típica da região da caatinga, na medicina popular é utilizada como expectorante no tratamento de bronquites e de úlceras gástricas, na fabricação de cosméticos, xampus anti-caspa e creme dental, na alimentação de animais principalmente nos

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utilizadas desta planta são o caule, a casca, folha, fruto e raiz. Segundo Kim et. al. (1998), o fruto é rico em vitamina C e o seu suco é utilizado para controlar a acne e amaciar a pele do rosto. Esta planta é rica em ácido betulínico que possui atividade antibiótica, outros estudos demonstraram que essa substancia tem ação anti cancerígena combatendo tumores, carcinomas e melanonas. De acordo com Nadia et. al. (2007), suas flores são importante fonte alimentar para as abelhas indígenas sem ferrão da tribo Meliponini, as quais são utilizadas na meliponicultura, sendo atividade alternativa de renda para produtores de algumas áreas de Caatinga.

Os vegetais em seu ambiente natural liberam vários metabólicos primários e secundários que podem ou não influenciar na germinação e no desenvolvimento da vegetação adjacente, sendo este fenômeno chamado de alelopatia, conforme discutido por Rice (1984). Segundo Taiz e Zeiger, (2004), a alelopatia é um fenômeno químico ecológico no qual metabólitos secundários, produzidos por uma espécie vegetal, são liberados e interferem na germinação e/ou no desenvolvimento de outras plantas num mesmo ambiente, proporcionando maior adaptação evolutiva. De acordo com Ferreira e Áquila (2000), as substâncias alelopáticas pertencem a diferentes categorias de compostos secundários e os recentes avanços na química de produtos naturais, métodos de extração e isolamento estão contribuindo para a identificação destas substâncias inibitórias. A presença dessas substâncias químicas nos metabólitos secundários dos vegetais tais como cumarinas, terpenóides, taninos e quinonas, podem ter efeitos benéficos ou maléficos sobre outros vegetais. A utilização de bioensaios vegetais para o monitoramento de substâncias ou frações de compostos isolados de plantas é uma excelente ferramenta, sendo desenvolvida com sementes de espécies sensíveis (Noldin et.al., 2003). De acordo com Ferreira e Áquila (2000), o efeito alelopático de substâncias químicas é mais ou menos específico, existindo assim, espécies mais sensíveis do que outras, por exemplo, alface (Lactuca sativa L.) e tomate (Lycopersicum esculentum L.). A couve um dos vegetais mais importantes da nossa alimentação. Ela é a que possui maior quantidade de ferro e cálcio de todas as outras verduras, sendo consumida em várias partes do país. Devido a sua importância na alimentação novos estudos devem ser realizados sobre o cultivo desse vegetal em novos sistemas de cultivo. Várias pesquisas vem sendo desenvolvidas nos últimos anos em plantas arbóreas visando identificar o potencial alelopático de espécies para compor os sistemas agroflorestais e silvipastoris (Jacobi e Ferreira, 1991; Borges et. al. 1993).

O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o potencial alelopático do extrato aquoso obtido das folhas de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) no desenvolvimento de plântulas de couve (Brassica oleracea L.) , por se tratar de uma árvore encontrada nos espaços agrícolas do nordeste brasileiro e que pode ser utilizada em sistemas agroflorestais.

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MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi executado nas dependências da Universidade Federal Rural de Pernambuco na Unidade Acadêmica de Serra Talhada. As folhas verdes de juazeiro foram coletadas no campus Unidade Acadêmica de Serra Talhada, o material coletado foi triturado com o auxílio de um liquidificador, adicionando água destilada para facilitar a trituração do material na proporção de 100g.L-, resultando no extrato bruto correspondendo a concentração de 100%, logo após o extrato obtido foi coado com um auxílio de uma peneira.

A partir do extrato bruto, foram feitas as diluições para obtenção das concentrações de 20, 40, 60 e 80% do extrato aquoso, sendo utilizado como testemunha apenas água destilada, totalizando seis tratamentos. As sementes de couve (cv. Manteiga), foram imersas nas diferentes concentrações, após serem tratadas as sementes foram semeadas em bandejas de isopor de 200 células, onde foi semeada uma semente por célula, as bandejas foram preenchidas com um substrato alternativo, composto de solo coletado a uma profundidade de 20 cm e, esterco bovino curtido na proporção de 1:3, ambos autoclavados por uma hora à uma temperatura de 120 ºC.

Para avaliação do potencial alelopático do extrato aquoso de folhas de juazeiro na germinação, foram analisadas as seguintes variáveis:

a) Emergência de plântulas (%): As avaliações foram através da contagem das plântulas emersas com as folhas cotiledonares expandidas, encerrando-se no 10o dia (Brasil, 2009).

b) Comprimento da parte aérea e da raiz (cm): As avaliações foram realizadas no vigésimo oitavo dia após a semeadura, utilizando 10 plântulas normais, para estas determinações utilizou-se uma régua graduada.

c) Massa seca da parte aérea e da raiz: A parte aérea e o sistema radicular utilizados na avaliação anterior foram submetidos a secagem em estufa a 60°C por 48 horas e depois pesados em balança de precisão de 0,0001g, para determinação da massa .

d) Número de folhas definitivas (NF): Foi avaliado o número de folhas formadas em cada plântula, no vigésimo oitavo dia após a semeadura, utilizando 10 plântulas normais.

As médias obtidas foram comparadas pelo o teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos mostram que o extrato aquoso de folhas de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), não interferiu na emergência de plântulas, no comprimento e massa seca da parte aérea e do sistema radicular, nas diferentes concentrações utilizadas, como mostra a tabela 1. Ferreira et. al. (2007), avaliando a potenciação alelopática de extratos vegetais de folhas de Eucalyptus citriodora e Pinus

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nas características avaliadas. Já Magiero et.al. (2009), encontraram efeito alelopático de Artemisia annua L. sobre a germinação e o desenvolvimento inicial de plântulas de alface e leiteiro.

Bach e Silva (2010), ao avaliarem o efeito alelopático de extrato aquoso de boldo e picão preto sobre a germinação e desenvolvimento de plântulas de alface, observaram que o extrato aquoso de picão preto apresentou potencial alelopático inibitório sobre a germinação e o desenvolvimento de plântulas de alface, já o extrato aquoso de boldo-da-terra apresentou efeito alelopático benéfico, estimulando o crescimento de parte aérea e não provocando a inibição da germinação de sementes de alface. Wandscheer et. al. (2011), estudando o efeito da atividade alelopática de folhas e pseudofrutos de Hovenia dulcis thunb. (Rhamnaceae) sobre a germinação de alface, verificaram efeitos alelopáticos negativos na emergência de plântulas e no comprimento da parte aérea das plântulas; resultados semelhantes foram encontrados por Borella e Pastorini (2010), ao verificarem que o extrato aquoso de frutos de umbu (Phytolacca dioica L.) interferiu de forma negativa na germinação e no crescimento inicial da alface.

Quanto ao número de folhas os resultados obtidos mostraram que o extrato aquoso de folhas de juazeiro não interferiu de forma negativa no desenvolvimento do dossel das plântulas de couve, sendo que a concentração de 100% possibilitou um maior número de folhas em relação a testemunha.

Cordeiro et. al. (2011), ao realizarem um estudo sobre o potencial alelopático do extrato aquoso de Zizyphus joazeiro Mart. (Rhamnaceae) sobre o desenvolvimento inicial de alface, verificaram uma maior sensibilidade no desenvolvimento inicial em concentrações acima de 6%.

O extrato aquoso de folhas de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), nas diferentes concentrações avaliadas, não interfere negativamente no desenvolvimento de plântulas de couve, de maneira que o cultivo da couve é possível em um sistema agroflorestal com juazeiro.

REFERÊNCIAS

BACH, F.T.; SILVA, C.A.T. 2010. Efeito alelopático de extrato aquoso de boldo e picão preto sobre a germinação e desenvolvimento de plântulas de alface. Cultivando o Saber 3,n,2:190-198. BORGES, E.E.L.; LOPES, E.S.; SILVA, G. F. 1993. Avaliação de substâncias alelopáticas em vegetação de uma floresta secundária. 1- Árvores. Revista Árvore 17: 69-84.

BORELLA, J.; PASTORINI, L. H. 2010. Efeito alelopático de frutos de umbu (Phytolacca dioica L.) sobre a germinação e crescimento inicial de alface e picão-preto. Ciência e Agrotecnologia 34, n. 5: 1129-1135.

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seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz (MSR) e número de folhas (NF), de sementes de couve, cv. Manteiga, submetidas a diferentes concentrações de extrato bruto de folhas de juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.). Results Mean seedling emergence (SE), length of the aera (CPA), root length (RL),shoot dry mass (SDM), root dry mass (RDM) and number of leaves (NL) of seeds of cabbage, cv. Manteiga under different concentrations of aqueous extract of leaves of juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.).

Letras distintas dentro de cada coluna diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Different letters within each column differ by Tukey test at 5% probability).

CONCENTRAÇÕES EP (%) CPA CR MSPA MSR NF

(cm) (cm) (g) (g) 0 74 a 2,70 a 3,69 a 0,222 a 0,034 a 1,48 b 20 81 a 2,94 a 3,52 a 0,236 a 0,054 a 1,68 ab 40 71 a 2,84 a 3,71 a 0,248 a 0,050 a 1,51 ab 60 83 a 2,96 a 4,27 a 0,272 a 0,044 a 1,63 ab 80 78 a 3,18 a 3,40 a 0,310 a 0,070 a 1,78 ab 100 75 a 3,22 a 3,51 a 0,304 a 0,054 a 1,96 a CV % 18,31 12,81 20,83 21,44 42,13 13,83

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