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Mercado Financeiro 2009

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Mercado Financeiro

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1.5.1 – Meios de Pagamento e Agregados Monetários

A moeda (ou papel moeda) é emitida de acordo com a autorização legal das autoridades monetárias e de acordo com as necessidades identificadas em cada período na atividade econômica. No entanto, nem toda moeda emitida se encontra em circulação, podendo uma parte dela permanecer retida no Banco Central aguardando liberação futura. Portanto, o montante da moeda emitida numa economia menos o saldo retido no caixa das autoridades monetárias é definido por moeda em circulação ou meio circulante.

Se do montante de moeda em circulação diminuir a quantidade de moeda disponível no Banco Central, chega-se ao conceito de moeda em poder do público, representada pelo papel-moeda e moeda metálica (moeda manual), assim representada:

Moeda Emitida ( - ) Caixa das Autoridades Monetárias = Moeda em Circulação

Moeda em Circulação ( - ) Caixa dos Bancos = Moeda em Poder do Público

Os depósitos à vista do público junto aos bancos comerciais são chamados de moeda escritural (ou bancária). Os meios de pagamento, também denominados de moeda M1, são constituídos dos saldos de moeda em poder do público e dos depósitos a vista:

Meios de pagamento (M1) = Moeda em poder do público ( + ) Depósitos à vista nos Bancos Comerciais)

Observação: Os depósitos a vista incluem os depósitos no Banco do Brasil e desconsideram aqueles disponíveis nas Caixas Econômicas.

Os meios de pagamento representam todos os haveres com liquidez imediata em poder do público, exceto o setor bancário. É uma mediada de avaliação do nível de liquidez do sistema econômico.

Com base no conceito M1, são estabelecidos outros conceitos, que são, a saber: Meios de Pagamento – Conceito M1

( + ) Depósitos a Vista na Caixa Econômicas

( + ) Títulos Públicos colocados no Mercado (Federais, Estaduais e Municipais) ( + ) Saldo de Fundos de Aplicação Financeira (Renda Fixa)

= Meios de Pagamento – Conceito M2 ( + ) Deposito em Cadernetas de Poupança = Meios de Pagamento – Conceito M3

( + ) Depósitos a Prazo Fixo (CDB, RDB) e letras de Câmbio e Letras Imobiliárias = Meios de Pagamento – Conceito M$

Todos esses ativos adicionados ao conceito M1 de moeda são denominados de quase moeda ou não monetários. O M4 é o conceito de moeda mais amplo, abrangendo os

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mais diferentes ativos monetários, pois quando o volume do M4 é baixo denota restrições às funções de intermediação financeira do sistema bancário. Esse conceito de moeda é normalmente expresso como um percentual do PIB da economia, atingindo em diversos países marcas próximas a 100%.

1.5.1.1 – Quase-moedas

São designados por quase-moedas os títulos emitidos pelo Governo Federal, ou por Instituições Financeiras e empresas públicas, e negociadas no mercado por um valor inferior ao de sua emissão (com deságio). Esse deságio verificado na negociação desses títulos é geralmente explicado pela longa maturidade do resgate ou inadimplência do emitente. Por essa desvalorização no mercado esses papéis, muitas vezes, conhecidos por moedas podres.

1.5.2 – Balanço do Banco Central e base Monetária

A base monetária pode ser identificada pelas contas do passivo monetário do Banco Central, conforme modelo padrão de seu balanço patrimonial que segue a seguir:

ATIVO PASSIVO

______________________________________________________________________ Carteiras de Títulos Públicos A. Monetário

Reservas de Moedas Estrangeiras Base Monetária

Empréstimos ao Sistema Bancário Papel Moeda Emitido Reservas Bancarias Outras Contas do Ativo B. 2ão Monetário

Deposito Compulsório/Voluntario Títulos de Emissão Própria

Empréstimos Externos Recursos Próprios Outras Contas

As principais contas do Balanço Patrimonial apuradas pelo Banco Central são explicadas a seguir:

Títulos Públicos:  representam a carteira de títulos de emissão pública  mantida pelo Banco Central. Tem como objetivo o controle da liquidez da Economia.

Moedas Estrangeiras:  São divisas internacionais mantidas no Banco Central. Uma elevação dessas reservas determina a expansão da base monetária da economia.

Empréstimos ao Sistema Bancário:  representam o volume de credito concedido pela autoridade monetária Às Instituições financeiras.

Outras Contas do Ativo:  Incluem todas as demais contas do Ativo, com  aplicações em títulos privados, reservas de metais preciosos, empréstimos a instituições bancarias não comerciais, bens permanentes de propriedade do Banco Central, saldo líquido das operações compromissadas no mercado aberto, entre outras.

Papel Monetário:  representa o saldo da moeda emitida em circulação na economia, podendo ser encontrado em poder do público ou no caixa dos bancos comerciais (reservas bancárias).

Passivo não Monetário:  Este grupo de contas incorpora os depósitos  efetuados pelo sistema bancário em geral no Banco Central, representativos de reservas

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compulsórias e voluntárias (fundos de investimento, depósitos a prazo, entre outros) títulos de emissão do Banco Central colocados no mercado; obrigações por empréstimos externo, etc.

1.5.3 – Demanda de Moeda

Uma questão interessante no estudo da moeda é avalia por que as pessoas mantêm encaixes monetários (conceito M1) se existem alternativas de aplicá-los em ativos que produzem rendimentos. É importante se conhecer as razões da procura da moeda.

Keynes discutiu em sua obra três motivos que levam as pessoas a manterem determinado nível de caixa.

O primeiro definido como motivos-negócio ou transações são explicados pela necessidade de as pessoas manterem dinheiro disponível para efetuar seus pagamentos correntes, determinados por operações normais e certas cujos vencimentos ocorrem previamente aos recebimentos.

Outro fator que altera a quantidade de moeda (M1) retida é o uso de certos instrumentos de pagamento, tais como, cheques, cartões eletrônicos de créditos. Por isso, quanto mais se utilizam esses meios de pagamentos, menor se apresenta a necessidade de as pessoas manterem moedas em seu poder.

O segundo motivo abordado por Keynes refere-se à precaução. O motivo-transação considerou a presença certa de determinados desembolsos de caixa, porém a incerteza encontra-se presente nas datas (momentos) e nos valores dos fluxos de caixa. Exemplo: Despesas imprevistas e extraordinárias. Porque, quanto maior for a liquidez de caixa para essa exigências inesperadas, tanto maior será a margem de segurança apresentada pelos agentes econômicos.

O terceiro motivo é a especulação, isto é, aproveitamento de oportunidades especulativas com relação a certos ativos (ações, imóveis, etc.), desde que so agentes acreditem numa valorização atraente de seus preços, pode justificar maior demanda de moeda.

A velocidade de circulação da moeda indica como o estoque de moeda está girando na economia, sendo calculada pela relação entre o PIB e a quantidade de dinheiro em circulação, ou seja:

P I B

Velocidade de Circulação da Moeda = --- Quantidade de Moeda

1.5.4 – Criação de Moedas pelos Bancos

Um privilégio exclusivo dos bancos comerciais como intermediários financeiros é a capacidade de criação de moeda. E ´s a principal característica diferenciadora dos bancos comerciais em relação às outras instituições financeiras, que não têm capacidade de criação de passivos que atuam como meios de pagamentos.

Exemplo: os recursos captados pelos bancos comerciais de seus depositantes são registrados pela contabilidade no ativo como: CAIXA e, como contrapartida, no passivo (obrigação) como: DEPÓSITOS A VISTA. Portanto, essa operação não promove influência alguma sobre o volume de oferta de moeda na economia. Entretanto, se parte

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destes depósitos podem ser aplicados sob forma de empréstimo a um tomador de recursos, a instituição passa a influir na quantidade de moeda em circulação. Daí então, troca um passivo (deposito a vista) por um direito (empréstimo a receber), criando moeda.

1.5.5 – Limites ao Crescimento dos Bancos

Pela experiência, os bancos observaram a reduzida probabilidade de que todos os seus clientes (depositantes) viessem a sacar seus fundos ao mesmo tempo e, dado o objetivo do lucro inerente à atividade empresarial, passaram a aplicar parte desses recursos junto aos agentes deficitários de caixa, isto sempre por meio de valores (encaixes) bastante inferiores ao volume de seus depósitos captados, os bancos contribuem para que os meios de pagamento superem, em muito, a quantidade de papel moeda emitida na economia.

Preocupados com o funcionamento de todo o sistema bancário, as autoridades monetárias criaram contas de depósitos exclusivos aos bancos comerciais com objetivo de abrigarem recursos provenientes de:

a) Depósitos Compulsórios:  representados por um percentual dos fundos (depósitos) recolhidos pelas instituições financeiras junto ao público e regulamentado por instrumentos legais.

b) Depósitos de livre movimentação:  representados pelo dinheiro em poder  dos bancos, visando promover encaixe necessário às operações correntes de pagamentos e recebimentos verificados nas agências bancariam, e também pelas reservas de moeda escritural registradas em conta de depósito no Banco Central, as quais objetivam lastrear eventuais saldos negativos de compensação de cheques.

1.6 – Pensamentos Econômicos Atuais

O tratamento dos problemas econômicos iniciou-se basicamente na Grécia antiga, através das obras de importantes filósofos como Aristóteles e outros. A evolução do estudo das idéias fundamentais da economia foi significativa ao longo dos tempos, passando, entre outros, pelo mercantilismo, escola fisiocrática e escola clássica de Adam Smith. O socialismo, a teoria da mais-valia de Larl Marx, destacada com a publicação de “O Capital” em 1867, surgiram de forma a contestar os fundamentos da escola clássica da economia.

Mas nas últimas décadas, pode-se resumir que o pensamento econômico se desenvolveu a partir de duas grandes escolas: Keynesianismo e Monetarismo e diversa linhas de pensamento.

1.6.1 – Keynesianismo

John Maynard Keynes (Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda – 1934), constitui-se na contribuição mais importante do chamado pensamento neoclássico da economia. Os fundamentos do chamado Keynesianismo são estabelecidos, em sua essência, a partir das seguintes idéias:

a) É atribuída maior ênfase aos instrumentos de intervenção do Estado na Economia, promovendo o planejamento e o controle da atividade econômica. Para os Keynesianos o Estado deve direcionar os mercados, abolindo a prática do equilíbrio automático da economia.

b) Admite a globalização e incentiva o desenvolvimento, desde que o Estado seja o condutor do mercado. O Keynesianismo, promove a atuação do Estado como

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componente indispensável no controle da atividade, e tem por objetivolevar a economia ao pleno emprego.

O pensamento de Keynes aceita o capitalismo, porém propõe reformas em seu escopo visando a estabilidade da economia e pleno emprego. Com isso sua teoria ficou conhecida como “Estado do Bem-Estar Social”.

O intervencionismo de Keynes foi especialmente importante em diversos momentos da história econômica mundial, principalmente no período da crise mundial de 1929/1930, e na reconstrução da economia mundial após a segunda grande guerra. As idéias de Keynes permanecem até os dias atuais na economia influenciando os modelos macroeconômicos e os debates de intervenção do Estado.

Idéias Básicas de Keynes

• Muitas vezes conhecido por Desenvolvimentista ou Intervencionista; • Fundamento: O Estado é o principal condutor da atividade econômica; • O Estado deve direcionar os mercados, cabendo a responsabilidade de

elevar os meios de produção e a remuneração dos fatores de produção; • Tem por meta o crescimento econômico com estabilidade de preços e o

pleno emprego. Aceita, muitas vezes, pagar o ônus de uma pequena inflação para atingir o pleno emprego;

• Prefere “terceirizar” em lugar de “privatizar”;

• Admite preocupação em transferir rendas a setores mais carentes da sociedade, como idosos, aposentados, desempregados, pobres, etc.

1.6.2 – Escola de Chicago

Esta escola defende fortemente as forças livres de mercado. Esta linha de pensamento econômico baseia-se no liberalismo econômico, sendo um contraponto ao Keynesianismo. Defende a teoria monetarista, adota uma rejeição completa à regulamentação da economia, e promove o laissez-faire (deixa fazer) em seu sentido amplo. A metodologia da Escola de Chicago atribui grande ênfase ao uso da análise estatística na economia, enfatizando um estudo empírico baseado em dados quantitativos.

Idéias básicas da Escola de Chicago

• Representa uma corrente de pensamento econômico mais conservador que defende fortemente o livre mercado, a competitividade dos agentes e a não-intervenção do Estado;

• Atribui grande importância ao controle da oferta monetária na economia; • Idéias estão associadas ao liberalismo econômico e propõe o

LAISSEZ-FAIRE quase absoluto;

• Procura explicar a economia pela análise estatística de dados;

• O controle da inflação pode ser exercido basicamente pela oferta da moeda.

1.6.3 – Monetarismo

Esta escola se confunde bastante com o pensamento da Escola de Chicago. O pensamento monetarista defende a economia capitalista através principalmente do

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controle de meios de pagamentos. Atribui grande importância Às forças de mercado como propulsoras da estabilidade da economia capitalista.

Os monetaristas defendem a estabilidade dos preços pelas regras livres de mercado. São plenamente favoráveis à globalização da economia, através principalmente de sua abertura comercial, e a privatização da atividade produtiva.

O monetarismo é talvez a principal teoria em oposição ao Keynesianismo. Encontra grandes defensores na Escola de Chicago, e tem como principal expoente Milton Friedman.

O receituário do monetarismo, amplamente adotado pelos economistas da Universidade de Chicago, foi aplicado na gestão da política econômica em diversos países.

A estrutura teórica básica do pensamento monetarista encontra-se centrada na “Teoria Quantitativa da Moeda”. Esta teoria monetária entende ser a quantidade de moeda disponível na economia o principal determinante dos níveis gerais de preços. A teoria compara, a oferta global dos meios de pagamentos da economia com o total de bens e serviços disponíveis para transações. O total da moeda para equilíbrio da economia, segundo a teoria quantitativa deve ser igual ao montante dos bens e serviços disponíveis para transações na economia.

1.6.4 – Liberalismo Econômico

As idéias deles foram desenvolvidas no século XVIII em apoio ao capitalismo. O liberalismo econômico entende que as participações dos agentes econômicos na atividade da economia são motivadas para atenderem suas expectativas de ganhos. Neste impulso de ganância, toda a sociedade é beneficiada, uma vez que os interesses de cada agente seriam capazes de promover o crescimento generalizado da economia e seu desenvolvimento social.

Os liberais econômicos defendem o trabalho como fonte de toda a riqueza, entendem que o comércio não agrega valor, distribui somente a produção. Defendem sempre os fundamentos de livre mercado, e se apresentam bastante críticos a qualquer ação no mercado que possa inibir a livre atuação e concorrência das empresa.

O liberalismo passou por uma fase de declínio principalmente com a crise de 1929/1930, e a conseqüente Grande Depressão. Nesta época, ganharam bastante notoriedade, as idéias de Keynes, por causa da intervenção do Governo, na economia.

Idéias básicas do Liberalismo Econômico

• Um dos economistas mais importante, considerado o principal teórico do liberalismo econômico, foi Adam Smith. Suas principais idéias estão contidas no livro “Ensaio sobre a riqueza das nações”, publicado em 1876;

• Defende a livre concorrência de mercado e a lei da oferta e procura; Entende que, não havendo restrições ao livre funcionamento dos mercados, as economias atuarão de forma eficiente. A intervenção do Estado na economia deve ser a mínima possível;

• A soma dos interesses individuais das pessoas na busca de ganhos promove o beneficio generalizado;

• A regulação do mercado é feita pela livre concorrência e lei da oferta e procura, basicamente;

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• A “Mão Invisível” destaca não serem necessárias intervenções na economia, em razão de o próprio mercado possuir mecanismos próprios de regulação;

• Adota uma postura favorável à flexibilização das leis trabalhistas e ao corte dos impostos.

1.6.5 – 2eoliberalismo

O que se convencionou denominar de NEOLIBERALISMO são as idéias econômicas adotadas a partir da teoria monetária, após a crise mundial do PETRÓLEO em 1973. Neste período marcado pela recessão, desemprego e inflação, teve curso a decadência das idéias intervencionistas de Keynes e ganhou grande impulso o Neoliberalismo em todo o mercado.

Idéias básicas do 2eoliberalismo

• Defesa da política de privatização de empresas estatais; • Apoio a Globalização da Economia;

• Defesas de medidas contrariam ao protecionismo econômico;

• Mínima participação do Estado na economia e redução de seu tamanho, tornando-se mais ágil e eficiente;

• A economia deve estar alicerçada a partir de empresas privadas e total liberdade do mercado.

Referências Bibliográficas

Referências

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