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Existência de variedade invariante e atrator para a equação ut = uxx + f(u).

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(1)

CENTRO DE CI ˆENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA

Existˆencia de Variedade Invariante e Atrator para

a equac¸˜ao

u

t

=

u

xx

+

f

(

u

)

RICARDO DES ´ATELES

(2)
(3)

CENTRO DE CI ˆENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA

Existˆencia de Variedade Invariante e Atrator para

a equac¸˜ao

u

t

=

u

xx

+

f

(

u

)

RICARDO DES ´A TELES

Orientadora: Profa. Dra. Vera L´ucia Carbone

Dissertac¸˜ao apresentada ao Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica da UFSCar, como parte dos requisitos para a obtenc¸˜ao do t´ıtulo de “Mestre em Matem´atica” .

(4)

Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar

T269ev

Teles, Ricardo de Sá.

Existência de variedade invariante e atrator para a

equação ut = uxx + f (u) / Ricardo de Sá Teles. -- São Carlos :

UFSCar, 2007. 81 f.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2007.

1. Análise matemática. 2. Variedade invariante. 3. Atrator global. 4. Semigrupos. I. Título.

(5)

~

-Prata. Dra.~VeraLúciã Carbone

DM

-

UFSCar

II:'-J,~

'71~il0vlt

1-/(

Prata. Dra. Cláudia Buttarello Gentile

DM - UFSCar

(6)
(7)

A Deus pela presenc¸a constante em minha vida. `

A profa. Dra. Vera L´ucia Carbone, pela orientac¸˜ao competente, pelo comprometimento e paciˆencia demonstrados ao longo de todo o trabalho. A todos os professores e funcion´arios do DM-UFSCar, que direta ou indiretamente participaram da minha formac¸˜ao profissional.

Aos amigos da p´os-graduac¸˜ao.

Aos amigos Toninho Gomes e S´ılvia Grandi pela amizade sincera desde a ´epoca da graduac¸˜ao. Ao grande amigo Wesley G´ois.

Aos meus pais (Sr. Nivaldo e Dona Cidalia) e irm˜aos (Nilza, Neusa e Renato) pelo apoio incondicional e pela fam´ılia que formamos.

(8)
(9)

Neste trabalho, estudamos a equac¸˜ao diferencial

ut=uxx+f(u), 06x61, t >0

com condic¸˜oes de fronteira de Dirichlet homogˆenea e f C1(R,R) globalmente lipschitz e limitada, satisfazendo as seguintes condic¸˜oes:

(i)lim sup|u|→f(u)u−160 (ii)f(0) =0.

(10)
(11)

In this work we study the differential equation

ut=uxx+f(u), 06x61, t >0

with homogeneous Dirichlet boundary conditions and f C1(R,R)lipschitz and bounded glob-ally and satisfying the following conditions:

(i)lim sup|u|→f(u)u−160 (ii)f(0) =0.

(12)
(13)

Introduc¸˜ao 1

1 Preliminares 3

1.1 Teoria Geral de An´alise Funcional . . . 3

1.2 Os espac¸os de Hilbert . . . 11

1.3 Espac¸os de Sobolev . . . 14

2 Teoria Geral de Semigrupos 19 2.1 Propriedades dos Semigrupos . . . 19

2.2 Teoremas de Hille-Yosida e Lumer Phillips . . . 27

2.3 Condic¸˜oes sob as quais um operador gera um semigrupo fortemente cont´ınuo . 38 2.4 Existˆencia de Soluc¸˜ao . . . 42

3 Existˆencia de Variedade Invariante e Atrator para a equac¸˜aout=uxx+f(u) 45 3.1 Teorema da Variedade Invariante . . . 46

3.2 Um sistema de equac¸˜oes paraut=uxx+f(u) . . . 63

3.3 Atratores para semigrupo de operadores . . . 69

3.3.1 Existˆencia de soluc¸˜ao e atrator . . . 75

(14)
(15)

Este trabalho versa sobre o problema de valor inicial e de fronteira

 

 

ut =uxx+f(u), 06x61, t >0 u(0,t) =u(1,t) =0

u(x,0) =φ(x)

(1)

onde f C1(R,R),φ H1

0([0,1])satisfaz as seguintes condic¸˜oes:

(H1): f´e globalmente Lipschitz, com constante de lipschitzLf e globalmente limitada, com constante de limitac¸˜aoNf;

(H2): lim sup|u|→f(u)u−160; (H3): f(0) =0.

Atualmente tem sido estudado o comportamento das soluc¸˜oes da fam´ılia de equac¸˜oes parab´olicas

  

  

uεt div(pε(x)∇uε) +λuε= f(uε) emΩ pε(x)∂u

ε

∂~n =g(u

ε) emΓ

uε(0) =uε0,

quandoε 0,λ >0, f,gC2(R),Γ=∂Ωonde a difusibilidadepε(x)´e assumida grande em um subconjuntoΩ0⊂Ω⊂Rn, mais precisamente

pε(x)

½

p0(x), uniformemente sobreΩ1,(p0∈C1(Ω¯1,(0,∞)));

∞, uniformemente sobre subconjuntos compactos deΩ0.

quando ε 0. Os autores em [9] mostram que esse problema possui uma fam´ılia de atra-toresAε,ε [0,ε0], que ´e semicont´ınua superiormente e em [10] a semicontinuidade inferior ´e

provada.

Nosso objetivo nesse trabalho ´e mostrar a existˆencia de dois conjuntos importantes para a equac¸˜ao (1): variedade invariante: S e atrator: A, ondeA S.

Sendo o operadorAu=uxx comD(A) =H10(0,1)∩H2(0,1), atrav´es de suas autofunc¸˜oes decompomos o espac¸oX =L2(0,1)e considerando as restric¸˜oes do operadorAaos subespac¸os

(16)

2 Introduc¸˜ao

que decomp˜oem X podemos escrever (1) como um sistema de equac¸˜oes fracamente acoplado para o qual provamos a existˆencia de uma variedade invariante S.

Com as hip´oteses(H1)(H3)obtemos um C0-semigrupo sobre H10(0,1)para (1) e

prova-mos a existˆencia de atrator.

Este trabalho est´a organizado da seguinte forma:

Cap´ıtulo 1: apresentamos resultados da teoria geral de An´alise Funcional que ser˜ao utiliza-dos no decorrer do trabalho.

Cap´ıtulo 2: reunimos resultados de semigrupos, caracterizamos os operadores que geram semigrupos anal´ıticos e estudamos existˆencia e regularidade de soluc¸˜oes .

(17)

Preliminares

Neste cap´ıtulo apresentamos resultados da teoria geral de An´alise Funcional que ser˜ao utiliza-dos no decorrer do trabalho.

1.1

Teoria Geral de An´alise Funcional

SejaV um espac¸o vetorial. Denotamos o dual topol´ogico deV porV′,onde

V′={f :V K;f ´e forma linear e cont´ınua},

sendoKo corpoRouC. EmVdefinimos a norma dual

kfkV′ = sup

kxkV61

|f(x)|.

Definic¸˜ao 1.1. Uma aplicac¸˜ao p :V R ´e uma semi-norma se satisfaz as seguintes

pro-priedades

px) =|α|p(x), α C, xV

p(x+y)6p(x) +p(y), x,yV.

Definic¸˜ao 1.2. Uma func¸˜ao p:V R´e sublinear se

p(x+y)6p(x) +p(y)

px) =αp(x), α >0.

O pr´oximo lema ´e um dos Teoremas de Hahn-Banach, cuja demonstrac¸˜ao pode ser encon-trada em [1], Teorema I.1, p.1.

(18)

4 1.1 Teoria Geral de An´alise Funcional

Lema 1.3. (Forma anal´ıtica real do Teorema de Hahn-Banach) Seja V um espac¸o vetorial real

e p:V Ruma aplicac¸˜ao sublinear. Se g0:V0R´e uma forma linear definida no subespac¸o

vetorial V0⊂V tal que g0(y)6p(y),para todo yV0, ent˜ao existe uma forma linear g:V →R

tal que

(i) g(y) =g0(y), ∀yV0

(ii) g(y)6p(y), yV.

Proposic¸˜ao 1.4. Seja V um espac¸o vetorial normado e V0⊂V subespac¸o. Se g ´e um funcional

linear e cont´ınuo em V0de norma

kgkV0′= sup

xV0

kxk61

|g(x)|,

ent˜ao existe um funcional linear cont´ınuo f em V que estende g e tal quekfkV′ =kgkV0′.

Demonstrac¸˜ao: Tomemos

p:V R

x7→p(x) =kgkV0′kxk

Parax,yVC, temos

px) =kgkV0′kαxk=|α|kgkV0′kxk=|α|p(x),

p(x+y) =kgkV0′kx+yk6kgkV0′(kxk+kyk) = p(x) +p(y),

isto ´e, p´e uma seminorma. Al´em disso,

|g(x)|6kgkV0′kxk=p(x).

Segue do Lema 1.3 que existe f :V R, tal que

f(x) =g(x), xV0

(19)

Como

|f(x)|6p(x) =kgkV0′kxk ⇒ kfkV′6kgkV0

e

kgk= sup

xV0

kxk61

|g(x)|6 sup

xV0

kxk61

|f(x)|6 sup

xV

kxk61

|f(x)|=kfkV,

obtemos

kfkV′=kgkV0′.

Proposic¸˜ao 1.5. Seja V um espac¸o vetorial normado. Ent˜ao para todo x0∈V existe um

fun-cional linear cont´ınuo f tal quekfkV′=kx0ke f(x0) =kx0k2.

Demonstrac¸˜ao: Seja o subespac¸oV0=x0R. Consideremos

g:V07→R

tx07→g(tx0) =tkx0k2.

g ´e um funcional linear cont´ınuo. Ent˜ao pela Proposic¸˜ao 1.4 existe um funcional linear e cont´ınuo f emV que estendege tal quekfkV′ =kgkV0′.

Como

|g(tx0)|=|tkx0k2|=|t|kx0k2=kx0k|t|kx0k ⇒ kgkV0′=kx0k.

PortantokfkV′ =kx0k.

Como f(x) =g(x)para todoxV0=x0R, em particular parax=x0, temos

f(x0) =g(x0) =kx0k2.

Definic¸˜ao 1.6. Seja X espac¸o topol´ogico, f :X R´e dita semicont´ınua inferiormente em X se

f−1((∞,a]) ={xX : f(x)6a} ´e fechado em X para cada aR.

(20)

6 1.1 Teoria Geral de An´alise Funcional

f−1([a,+∞)) ={xX : f(x)>a} ´e fechado em X, para cada aR.

Definic¸˜ao 1.7. Um espac¸o topol´ogico X ´e um espac¸o de Baire se dada uma colec¸˜ao enumer´avel

{An}∞n=1de conjuntos fechados de X tal que cada um deles tem interior vazio em X, ent˜ao

[

n=1

An

tamb´em tem interior vazio em X.

A demonstrac¸˜ao do pr´oximo resultado pode ser encontrada em [1], Lema II.1, p.15.

Lema 1.8. (Teorema de Baire) Todo espac¸o m´etrico completo ´e de Baire.

O Teorema de Baire pode ser enunciado da seguinte forma:

SejamX 6= /0 um espac¸o m´etrico completo,{Xn}n>1fechados tais queX =S∞n=1Xn. Ent˜ao existen0tal que

Xn06= /0. ♦

Teorema 1.9. (Osgood) Seja X espac¸o de Baire e {fα}αA uma fam´ılia de func¸˜oes semi-cont´ınua inferiormente com a propriedade que para cada x X existe Mx tal que sup

α∈A

fα(x) 6 Mx. Ent˜ao existe um aberto O 6= /0 e uma constante M satisfazendo

sup

α∈A xO

fα(x)6M.

Demonstrac¸˜ao: Para cadan>1, seja

Un={xX,fα(x)6n,∀α ∈A}=

\

α∈A

{xX,fα(x)6n}.

Ent˜aoUn ´e fechado, poisUn=

\

α∈A

fα−1((∞,n])onde fα ´e semicont´ınua inferiormente.

Al´em disso, X =

[

n=1

Un. De fato, sexX ent˜ao existe Mx tal que sup

α∈A

fα(x)6Mx, logo

fα(x)6Mxpara todoα ∈A; portantoxUnparan>Mx. Consequentementex

[

n=1

Un.

Assim,X =

[

n=1

UnondeX ´e espac¸o de Baire, existen0>1 tal que

(21)

Seja O =Un0⊂Un0 e M = n0 ent˜ao O ´e aberto e fα(x) 6n0 = M, para todoxO e

para todoαA. Portanto

sup

xO α∈A

fα(x)6M.

SejamX eY espac¸os de Banach sobre um corpoK.Identificamos

L(X,Y) ={T :X Y;T´e uma aplicac¸˜ao linear e cont´ınua}.

ParaT L(X,Y)definimos

kTkL(X,Y)=sup

xX x6=0

kT xkY

kxkX

= sup

kxkX61

kT xkY = inf

xX{L,kT xkY 6LkxkX}.

Em particular, seX =Y escrevemosL(X)ao inv´es deL(X,X).

Usaremos a seguinte notac¸˜ao<x∗,x>=x∗(x),paraxX′exX.

Corol´ario 1.10. (Princ´ıpio da Limitac¸˜ao Uniforme) Sejam (X,k · k) espac¸o de Banach, (Y,|·|)um espac¸o normado e{Tα}αAuma fam´ılia de elementos deL(X,Y)tal que para todo xX,existe Mxsatisfazendosup

α∈A|

Tα(x)|6Mx. Ent˜ao existe M tal quesup

α∈Ak

Tαk6M.

Demonstrac¸˜ao: Seja fα(x) =|Tα(x)|, f ´e cont´ınua poisTα ´e cont´ınua. Al´em disso, como X ´e um espac¸o de Banach segue do Lema 1.8 que X ´e espac¸o de Baire e, para cadaxX, existeMx tal que

sup

α∈A

fα(x) =sup

α∈A|

Tα(x)|6Mx.

Segue do Teorema 1.9 que existem aberto O6= /0 e portanto B(x0,r)⊂OX, x0 ∈X e

constanteM1tal que

sup

α∈A xB(x0,r)

|Tα(x)|6M1.

Notemos que parazX,kzk61 se, e somente se,(x0+r1z)∈B(x0,r1), r1<r.

Portanto, para todoα A, temos

kTαk= sup kzk61|

Tα(z)|= sup kzk61|

Tα(x0+r1zx0 r1

)|6 sup kzk61

1 r1|

Tα(x0+r1z)|+

1 r1|

Tα(x0)|

6 1

r1

(22)

8 1.1 Teoria Geral de An´alise Funcional

Logo,kTαk6M, ondeM= r1

1(M1+Mx0),para todoα ∈A.

Conseq¨uentemente, sup

α∈Ak

Tαk6M.

SejamX espac¸o de Banach,X′o dual deX com a norma

kfk= sup

xX

kxk61

|< f,x>|

eX′′ o bidual deX, isto ´e, o dual deX′com a norma

kξkX′′= sup

fX

kfk61

|<ξ,f >|.

Consideremos uma injec¸˜ao canˆonicaJ:X X′′ definida, para cadaxX, por: J(x):XR

f 7→< f,x> .

J assim definida uma isometria linear, pois,

kJ(x)kX′′= sup kfkX′61

|<J(x),f >|= sup kfkX′61

|< f,x>|=kxkX,

a linearidade ´e imediata.

Definic¸˜ao 1.11. Dizemos que X ´e reflexivo se J(X) =X′′, isto ´e, J ´e sobrejetor.

EmX′temos duas topologias, a saber:

(i) (X′,k · k)topologia forte dada pela norma

kfk= sup

xX

kxk61

|< f,x>|.

(ii) (X′,σ(X′,X′′))topologia fraca que ´e a menos fina que deixa todosξ X′′ cont´ınuos. Vamos definir em X′ uma outra topologia que ser´a menos fina (menos abertos) do que a topologia fraca.

Para cadaxX, considere

ϕx:X′7→R

f 7→ϕx(f) =< f,x> .

(23)

Definic¸˜ao 1.12. A topologia fraca* ´e a menor topologia em Xque deixa cont´ınua todas as

aplicac¸˜oes{ϕx}xX.Vamos denotar esta topologia porσ(X′,X).

Se dimX <∞ou X ´e reflexivo ´e poss´ıvel mostrar queσ(X′,X) =σ(X′,X′′).E claro que´

σ(X′,X)σ(X′,X′′)σ(X′,k · k).

A topologia fraca* tem as seguintes propriedades:

(i) A topologia σ(X′,X) ´e de Hausdorff, ou seja, quaisquer dois elementos distintos desse espac¸o podem ser separador por vizinhanc¸as disjuntas.

(ii) Uma base de vizinhanc¸as de f0∈X′na topologiaσ(X′,X)´e dada por

V ={f X′,|< ff0,xi>|<ε, ∀iI},

ondeI ´e finito,xiX eε>0.

A convergˆencia fnf emσ(X′,X)ser´a indicada por fn⇀∗ f.

O pr´oximo teorema ´e a raz˜ao da existˆencia da topologia fraca*, cuja demonstrac¸˜ao pode ser encontrada em [1], Teorema III.15, p.42.

Teorema 1.13. (Teorema de Banach - Alaoglu - Bourbaki) Seja X espac¸o de Banach, ent˜ao a

bola fechada

BX′={fX′:kfk61}

´e compacta na topologia fraca*.

Vejamos agora os operadores adjuntos.

SejaA:D(A)X Y linear. Queremos encontrarA:D(A)YXtal que

<v,Au>=<Av,u>, vD(A)euD(A).

DadovY′, consideremos a aplicac¸˜ao g:D(A)R

(24)

10 1.1 Teoria Geral de An´alise Funcional

Claramenteg ´e linear. Segfor cont´ınua, existec>0 tal quekg(u)k6ckuk, uD(A).

Pela Proposic¸˜ao 1.4,gpode ser estendida a uma aplicac¸˜ao linear f :X Rtal que|f(u)|6

ckuk, uX.

SeD(A)for denso ent˜ao existe ´unica f. Seja f tal extens˜ao ent˜ao podemos definirAv= f.

Com isso,

D(A) ={vY:uD(A)7→<v,Au> ´e cont´ınua}

eAv= f ´e tal que

<g,u>=<v,Au>=<Av,u>=< f,u>,

ondeuD(A)evD(A).

O operadorA∗:D(A)YX´e chamado adjunto deA.

Definic¸˜ao 1.14. Dizemos que S:D(S)X X ´e sim´etrico se D(S) =X e SS,ou seja,

<x∗,Sx>=<Sx∗,x>,xD(S)(isto ´e, D(S)D(S)e S=SemD(S)).Dizemos que S ´e

auto-adjunto se S=S∗.

Proposic¸˜ao 1.15. Seja A:D(A)XY . SeD(A) =X ent˜ao A´e fechado.

Demonstrac¸˜ao: Temos queA∗:D(A)YXeG(A)Y×X.

Sejavn∈D(A∗)tal quevnvemY′eAvnf emX′.Queremos mostrar quev∈D(A∗) eAv= f.

Comovn∈D(A∗), temos

<vn,Au>=<Avn,u>, uD(A).

Logo,

<v,Au>= lim

n→∞<vn,Au>=nlim→∞<A

vn,u>=< f,u>, uD(A).

Sendo f cont´ınua, a aplicac¸˜aou7→<v,Au>´e cont´ınua e portantovD(A).

Como<v,Au>=<Av,u>, segue que f =Av.

PortantoG(A)´e fechado e conseq¨uentementeA´e fechado.

(25)

Teorema 1.16. (Gr´afico Fechado) Sejam X e Y espac¸os de Banach. Se T :XY ´e um operador linear. Se o gr´afico de T ,G(T), ´e fechado em X×Y ent˜ao T ´e cont´ınuo.

Proposic¸˜ao 1.17. Seja Y X um subespac¸o vetorial tal que Y 6=X . Ent˜ao existe f X, f 6=0 tal que f(x) =0, xY .

1.2

Os espac¸os de Hilbert

Definic¸˜ao 1.18. Um espac¸o de Hilbert ´e um espac¸o vetorial H dotado de produto escalar,·i e que ´e completo relativamente a normakukH=p

hu,ui.

Exemplo 1.19. O espac¸o L2(Ω)dotado do produto interno

hu,vi=

Z

u(x)v(x)dx

´e um espac¸o de Hilbert.

Observac¸˜ao 1. Os espac¸os de Hilbert gozam de uma propriedade importante todos s˜ao

refle-xivos.

Definic¸˜ao 1.20. Seja H espac¸o de Hilbert. Uma base Hilbertiana ou conjunto ortonormal

completo ´e uma seq¨uˆencia{en}de elementos de H tais que

(i) kenk=1, ∀n; <em,en>=0, ∀m,n,m6=n.

(ii) O espac¸o vetorial gerado pelos{en}´e denso em H.

Observac¸˜ao 2. Em [1] encontramos a demonstrac¸˜ao do seguinte fato: se {en} ´e uma base Hilbertiana para H ent˜ao todo uH se escreve da forma

u=

n=1

<u,en>en com kuk2=

n=1

|<u,en>|2.

(26)

12 1.2 Os espac¸os de Hilbert

Teorema 1.21. Sejam H espac¸o de Hilbert separ´avel, isto ´e, existe DX enumer´avel e denso, e T:D(T)HH um operador compacto e auto-adjunto. Ent˜ao H admite uma base

Hilber-tiana formada por autovetores de T .

O pr´oximo resultado diz sob quais condic¸˜oes um operador ´e auto-adjunto.

Proposic¸˜ao 1.22. Sejam H espac¸o de Hilbert, A:D(A)HH densamente definido, sim´etrico

e sobrejetor ent˜ao A ´e auto-adjunto.

Demonstrac¸˜ao: Como A :D(A) H H ´e sim´etrico temos D(A) D(A) e para x D(A), Ax=Ax.

Para concluirmos queA=A∗basta mostrarmos queD(A)D(A).

SejayD(A)ez=Ay. ComoR(A) =HexisteuD(A)tal quez=Au.

Para todoxD(A)temos que

<Ax,y>=<x,Ay>=<x,z>=<x,Au>=<x,Au>=<Ax,u> .

Ent˜ao

<Ax,yu>=0, xD(A).

Como D(A) =H, segue da Proposic¸˜ao 1.17 que yu= 0y =u D(A). Portanto, D(A)D(A).

Conseq¨uentemente,A=A∗, ou seja,A ´e auto-adjunto.

Demonstraremos agora o importante Teorema de Lax-Milgram, que ´e utilizado, em geral, para garantir existˆencia de soluc¸˜ao fraca.

Definic¸˜ao 1.23. Sejam H um espac¸o de Hilbert e a:H×H Ruma forma bilinear:

(i) a ´e cont´ınua se existe constante c>0tal que

|a(u,v)|6ckukkvk, u,vH.

(ii) a ´e coerciva se existe constanteα >0tal que

(27)

A demonstrac¸˜ao do Teorema de Stampacchia pode ser encontrado em [1], Teorema V.6, p.83.

Teorema 1.24. (Stampacchia) Sejam a:H×H Ruma forma bilinear cont´ınua e coerciva e

KH convexo fechado e n˜ao vazio. DadoϕH, existe um ´unico uK tal que:

a(u,vu)>ϕ(vu), vK. (1.1)

Al´em disso, se a ´e sim´etrica ent˜ao u se caracteriza por

uK

1

2a(u,u)−ϕ(u) =minvK

½

1

2a(v,v)−ϕ(v)

¾

Corol´ario 1.25. (Lax-Milgram) Sejam H um espac¸o de Hilbert e a(u,v) uma forma

bilinear, cont´ınua e coerciva. Ent˜ao para todoϕHexiste um ´unico uH tal que

a(u,v) =ϕ(v), vH.

Al´em disso, se a ´e sim´etrica, u se caracteriza por

uH

1

2a(u,u)−ϕ(u) =minvH

½

1

2a(v,v)−ϕ(v)

¾

Demonstrac¸˜ao: Pelo Teorema 1.24,!uH tal que

a(u,vu)>ϕ(vu), vH.

Como para todovH,v+uH, segue que

a(u,v+uu)>ϕ(v+uu)a(u,v)>ϕ(v), vH.

ParatRevHtemostvH e

ϕ(tv)a(u,tv)60t[ϕ(v)a(u,v)]60 vH, t R

(28)

14 1.3 Espac¸os de Sobolev

1.3

Espac¸os de Sobolev

ConsideremosΩRum aberto dotado da medida de Lebeguedx.

Definic¸˜ao 1.26. Cc(Ω)´e o espac¸o das func¸˜oes cont´ınuas com suporte compacto, ou seja,

Cc(Ω) ={f :ΩR: f ´e cont´ınua e f(x) =0,x\K,onde K´e compacto}. Definic¸˜ao 1.27. Seja pR,16p<∞. Definimos o seguinte espac¸o vetorial normado

Lp(Ω) =

½

f :ΩR: f ´e mensur´avel e

Z

Ω|f(x)|

p

dx<∞

¾

com a norma dada por:

kfkLp =

µZ

Ω|f(x)|

p dx

¶1/p

.

Definic¸˜ao 1.28. Se p=∞define-se

L∞(Ω) ={f :ΩR: f ´e mensur´avel econstante c tal que|f(x)|6c, q.t.p1em}. Em L∞(Ω)consideramos a norma:

kfkL∞ =inf{c:|f(x)|6c, q.t.p emΩ}. Observac¸˜ao 3. Se f L, ent˜ao|f(x)|6kfkL, q.t.p em.

Observac¸˜ao 4. E poss´ıvel mostrar que L´ p, 1< p<∞ ´e separ´avel, reflexivo e o dual de Lp ´e Lp, isto ´e,(Lp)′=Lp.

A desigualdade a seguir ´e de extrema utilidade em muitas demonstrac¸˜oes.

Teorema 1.29. (Desigualdade de H¨older) Seja f Lpe gLqcom16p,q6∞e 1p+1q =1. Ent˜ao f gL1e

Z

|f g|6kfkLpkgkLq.

A demonstrac¸˜ao da Desigualdade de H¨older para p=1 ou p =∞ ´e imediata. Quando 1<p<∞utilizamos a desigualdade de Young:

ab6 1

pa p+ 1

pb p

paraa>0,b>0.Para mais detalhes veja em [1], Teorema IV.6, p.56.

(29)

Definic¸˜ao 1.30. Sejam I= (a,b) e p R com 1 6 p 6∞. Definimos o espac¸o de Sobolev W1,p(I)como sendo

W1,p(I) =

½

uLp(I):gLp(I)tal que

Z

I

uϕ′=

Z

I

gϕ, ϕCc1(I)

¾

.

Definic¸˜ao 1.31. H1(I) =W1,2(I).

Observac¸˜ao 5. As func¸˜oesϕs˜ao chamadas de func¸˜oes testes.

Seja uLp(I)diremos que gLp(I)´e a derivada generalizada de u se

Z

I

uϕ′=

Z

I

gϕ, ϕC1c(I)

Notac¸˜ao: u′=g.

Colocamos ent˜ao

W1,p(I) =©

uLp(I); uLp(I

,

onde u´e a derivada generalizada de u.

Exemplo 1.32. Seja I= (1,1). A func¸˜ao

u(x) = 1

2(|x|+x) =

½

0, 1<x<0 x, 06x<1 pertence a W1,p(I), para todo16 p6∞e

u′(x) =H(x) =

½

0, 1<x<0 1, 0<x<1 pois, para todaϕCc1(I)temos:

Z 1

−1

u(x)ϕ′(x)dx=

Z 1

0

xϕ′(x)dx=

Z 1

0 ϕ(

x)dx=

Z 1

−1

H(x)ϕ(x)dx.

H ´e chamada func¸˜ao de Heaviside. Notemos que H6∈W1,p(I).

Observac¸˜ao 6. O espac¸o W1,pest´a dotado da seguinte norma

kukW1,p=kukLp+

° °u

° °

Lp

ou equivalentemente,

kukW1,p = (kuk

p Lp+

° °u

° °

(30)

16 1.3 Espac¸os de Sobolev

Observac¸˜ao 7. O espac¸o H1=W1,2est´a dotado do seguinte produto escalar

hu,viH1=hu,viL2+ ­

u′,v′®L2

e a norma associada ´e

kukH1 = (kuk2L2+kuk2L2)1/2.

Definic¸˜ao 1.33. Dado um inteiro m> 2 e um real 16 p 6∞, definimos por recorrˆencia o espac¸o

Wm,p(I) =©

uWm−1,p(I); uWm−1,p(I

.

Coloque

Hm=Wm,2(I).

Em particular H2(I) =©

uH1; uH1ª.

Definic¸˜ao 1.34. Dado16p<∞denotamos por W01,p(I)o fecho de Cc1(I)em W1,p(I)e ainda

H01(I) =W01,2(I).

Teorema 1.35. (Derivada do Produto) Sejam u,vW1,p(I)com16 p6∞, ent˜ao:

uvW1,p(I) e (uv)′=uv+uv′.

Portanto, temos tamb´em a regra de integrac¸˜ao por partes

Z x

y

uv=u(x)v(x)u(y)v(y)

Z x

y

uv′,x,yI¯.

Teorema 1.36. (Desigualdade de Poincar´e) Seja I limitado e16p<∞. Ent˜ao existe constante c, dependendo de|I|, tal que

kukW1,p 6cku′kLp.

uW01,p(I). Em outras palavras,kukW1,p eku′kLp s˜ao equivalentes em W1,p

0 (I).

Demonstrac¸˜ao: SejaI= (a,b). ConsideremosuW01,p(I). ComouC1

c(I)⊂W1,p(I)segue do Teorema 1.29 segue que

|u(x)|=|u(x)u(a)|=

¯ ¯ ¯ ¯

Z x

a

u′(t)dt

¯ ¯ ¯ ¯

6

Z x

a |

u′(t)|dt 6

Z b

a |

(31)

Temos

kukLp=

µZ b

a |

u(x)|pdx

¶1p

6

µZ b

a k

ukLpp(ba) p p

¶1p

=kukLp(ba)

1

p(ba)

1

p =kuk

Lp(ba).

ComokukW1,p =kukLp+ku′kLp 6(ba)ku′kLp+ku′kLp, sec=1+ (ba)ent˜ao

kukW1,p 6cku′kLp.

A demonstrac¸˜ao do teorema a seguir pode ser encontrada em [1], Teorema IX.16, p.169.

Teorema 1.37. (Rellich-Kondrachov) Sejalimitado de classe C1(Rn).

(i) Se p<n ent˜ao W1,p(Ω)Lq(Ω), q[1,p∗), onde p1 = 1p1n;

(ii) Se p=n ent˜ao W1,p(Ω)Lq(Ω), q[1,∞);

(iii) Se p>n ent˜ao W1,p(Ω)C(Ω);

com injec¸˜oes compactas.

(32)
(33)

Teoria Geral de Semigrupos

O objetivo principal deste cap´ıtulo ´e encontrar condic¸˜oes sob as quais um operador gera um semigrupo fortemente cont´ınuo. As referˆencias para este assunto s˜ao [2] e [11].

2.1

Propriedades dos Semigrupos

Definic¸˜ao 2.1. Um semigrupo de operadores lineares em X ´e uma fam´ılia {T(t) :t >0} ⊂

L(X)tal que

(i) T(0) =IX,

(ii) T(t+s) =T(t)T(s), s,t >0.

Se adicionalmente,

(iii) kT(t)IXkL(X)→0quando t →0+ ent˜ao dizemos que o semigrupo ´e uniformemente

cont´ınuo.

(iv) kT(t)xxkX →0quando t →0+,∀xX , ent˜ao o semigrupo ´e fortemente cont´ınuo ou um C0-semigrupo.

Se os operadores est˜ao definidos para t,sR e as condic¸˜oes(i)e (ii)se verificam ent˜ao

{T(t):tR} ´e um grupo. Al´em disso, se kT(t)xxkX 0quando t0, para todo xX

ent˜ao esse grupo ´e dito um C0-grupo.

Definic¸˜ao 2.2. Seja∆={z:φ1<argz<φ2,φ1<0<φ2}e, para z∈∆, seja T(z)um operador

linear limitado. A fam´ılia{T(z):z} ´e um semigrupo anal´ıtico sobrese

(34)

20 2.1 Propriedades dos Semigrupos

(i) z7→T(z)´e anal´ıtica em.

(ii) T(0) =I elim

z→0T(z)x=x para cada xX .

(iii) T(z1+z2) =T(z1)T(z2), ∀z1,z2∈∆.

Observac¸˜ao 8. Todo semigrupo uniformemente cont´ınuo ´e fortemente cont´ınuo.

Definic¸˜ao 2.3. Se {T(t),t >0} ⊂L(X) ´e um semigrupo fortemente cont´ınuo, seu gerador

infinitesimal ´e o operador definido por A:D(A)X X

Ax= lim t→0+

T(t)xx

t , ondeD(A) =

½

xX, lim t→0+

T(t)xx t existe

¾

.

Exemplo 2.4. T(t) =eAt=∑∞n=0Ann!tn,t>0para algum AL(X)´e um semigrupo fortemente

cont´ınuo, cujo gerador infinitesimal ´e A,D(A) =X , pois para xX , temos:

lim t→0+

T(t)xx

t =t→lim0+

1 t(e

At

xx) = lim t→0+

1 t

·µ ∞

n=0

Antn n!

xx

¸

= lim t→0+

1 t · x+ µ ∞

n=1

Antn n!

xx

¸

= lim t→0+

1 t

· ∞

n=1

Antn n!

¸

x

= lim t→0+

µ ∞

n=1

Antn−1 n!

x= lim t→0+

µ

Ax+

µ ∞

n=2

Antn−1 n!

x

=Ax+ lim t→0+

µ ∞

n=2

Antn−1 n!

x=Ax,

a ´ultima igualdade ´e obtida usando o fato que a s´erie converge uniformemente.

Portanto, A ´e o gerador infinitesimal de T(t).

Os semigrupos uniformemente cont´ınuos s˜ao da forma eAt para algumAL(X), ´e o que

afirma o seguinte resultado:

Teorema 2.5. S˜ao equivalentes:

(i) {T(t):t>0} ⊂L(X)´e um semigrupo uniformemente cont´ınuo sobre X .

(ii) Seu gerador infinitesimal est´a definido em todo X .

(35)

Demonstrac¸˜ao: (iii)(ii)SeT(t) =eAtpara algumAL(X), mostramos no Exemplo 2.4

que o gerador infinitesimal ´eAe portanto est´a definido em todoX.

(ii)(i)SejaAo gerador infinitesimal de{T(t):t>0}, ondeAest´a definido sobre todo X. Ent˜ao dadoxX, temos que

Ax= lim t0+

T(t)xx t .

Assim,

lim t→0+

° ° ° °

T(t)xx t

° ° ° °

=kAxk.

Dadoε>0, existeδ >0 tal que

−ε+kAxk<

° ° ° °

T(t)xx t

° ° ° °

<kAxk

parat[0,δ]. Ou seja,

½° ° ° °

T(t)xx t ° ° ° ° ¾

06t

´e limitado para cadaxX. Segue do Corol´ario 1.10 que

½° ° ° °

T(t)−I t ° ° ° ° ¾

06t

´e limitado. Sejak>0 tal que

° ° ° °

T(t)−I t

° ° ° °

6kpara 06t6δ. Ent˜ao

kT(t)Ik6tk0,comt0+.

Portanto,T(t)I, com t0+ e assimT(t) ´e uniformemente cont´ınuo sobreX.

(i)(iii)Assumimos inicialmente que T(t) =eAt e encontramos a express˜ao pra definir AL(X)

A= (T(t)I)

µZ t

0

T(s)ds

¶−1

e ent˜ao provamos queAL(X)e queT(t) =eAt,t >0.

Os semigrupos fortemente cont´ınuos possuem uma limitac¸˜ao exponencial que ´e dada no teorema a seguir.

Teorema 2.6. Suponha que{T(t),t>0} ⊂L(X)´e um semigrupo fortemente cont´ınuo. Ent˜ao

existem M>1eβ Rtais que

kT(t)kL(X)6Meβt, ∀t>0.

(36)

22 2.1 Propriedades dos Semigrupos

Demonstrac¸˜ao: Inicialmente observamos que sup t∈[0,η]k

T(t)kL(X)<∞para algumη>0 pois,

caso contr´ario, existiria uma sequˆencia{tn}∞n=1→0+ tal quekT(tn)kL(X)→∞. ComoT(t) ´e

fortemente cont´ınuo lim tn0+

T(tn)x=x, para cadaxX, logo{T(tn)x}n>1 ´e limitada para cada

xX. Segue do Corol´ario 1.10 que {kT(tn)kL(X)}n>1 ´e limitada, contrariando o fato que

kT(tn)kL(X)→∞.

Assim, sup t∈[0,η]k

T(t)k<∞,para algumη>0 e com isso podemos afirmar que sup t∈[0,T]k

T(t)k<

∞para qualquerT >0,pois dadoT >0,t[0,T],tpode ser escrito da format=mη+λ com mN∗,λ (0,η)e

kT(t)k=kT(mη+λ)k=kT(mη)T(λ)k=kT(η)mT(λ)k6kT(η)kmkT(λ)k<∞.

Sejal>0 arbitr´ario tal que ˜

M=sup{kT(t)kL(X),06t6l}<∞

e sejaβ > 1llog{kT(l)kL(X)}, isto ´e,kT(l)kL(X)6eβl. Ent˜ao,

kT(nl+t)k=kT(nl)T(t)k=kT(l)nT(t)k

6kT(l)knkT(t)k6Me˜ βnl

6Me˜ βnleβt+|β|l6Me˜ |β|leβ(nl+t). Logo

kT(nl+t)k6Meβ(nl+t), 06t6l,nN e M=Me˜ |β|l.

Assim dadot>0, podemos escrevert=nl+t0, para algumn>0 e 06t06le portanto

kT(t)k6Meβt, t>0.

Dado um operadorA:D(A)X X, denotaremos porρ(A), o conjunto resolvente deA

onde

ρ(A) ={λC:λIA´e injetora, Im(λIA)´e densa, (λIA)−1: Im(λIA) ´e cont´ınua}. O espectro deA, denotado porσ(A) ´e definido por

(37)

Observac¸˜ao 9. O operador A comuta com o operador resolventeIA)−1.

De fato, sejau= (λA)−1v, ou seja,(λA)u=v. ComoAcomuta com(Aλ)temos que

A)−1Av= (λA)−1AA)u= (λA)−1(λA)Au=Au.

Por outro lado,

AA)−1v=AA)−1(λA)u=Au.

Portanto,AA)−1v= (λA)−1Av,ou seja,Acomuta com(λA)−1.

Vejamos agora alguns fatos importantes sobre semigrupos fortemente cont´ınuos.

Teorema 2.7. Suponha que{T(t),t>0} ⊂L(X)´e um semigrupo fortemente cont´ınuo.

(i) Para qualquer xX , t7→T(t)x ´e cont´ınua para t>0.

(ii) t7→ kT(t)kL(X) ´e semicont´ınua inferiormente e portanto mensur´avel.

(iii) Seja A o gerador infinitesimal de T(t), ent˜ao A ´e densamente definido e fechado. Para xD(A), t7→T(t)x ´e continuamente diferenci´avel e

d

dtT(t)x=AT(t)x=T(t)Ax, t>0.

(iv) Para Reλ >β, ondeβ ´e obtido no Teorema 2.6,λ est´a no conjunto resolvente de A e

A)−1x=

Z ∞

0

e−λtT(t)xdt,xX.

Demonstrac¸˜ao:

(i)Vamos calcular os limites laterais. Sejamt>0 exX.

kT(t+h)xT(t)xkX =kT(t)T(h)xT(t)xkX =kT(t)(T(h)−I)xkX 6kT(t)kkT(h)xxk

(38)

24 2.1 Propriedades dos Semigrupos

Analogamente, temos:

kT(t)xT(th)xkX =kT(th+h)xT(th)xkX =kT(th)T(h)xT(th)xkX =kT(th)(T(h)xx)kX 6kT(th)kL(X)kT(h)xxkX

6Meβ(th)kT(h)xxk →0, h0+. Portanto, para todoxX,t7→T(t)x´e cont´ınua parat>0.

(ii)Devemos provar que, dado bR, A={t >0 :kT(t)kL(X) >b} ´e aberto em[0,+∞).

Sejat0∈A. ComokT(t0)kL(X)>bent˜ao existexX comkxk=1 tal quekT(t0)xk>b. De

(i)a aplicac¸˜aot7→T(t)x´e cont´ınua, segue que existe uma vizinhanc¸aV det0tal que setV

ent˜aokT(t)xk>b. PortantokT(t)kL(X)>bparatV e isso conclui a demonstrac¸˜ao.

(iii)Vamos mostrar queA´e densamente definido. SejamxX,ε >0 dado exε= 1

ε

Z ε

0

T(t)xdt.Ent˜ao:

xεx=1

ε

Z ε

0

T(t)xdt1

ε

Z ε

0

xdt= 1

ε

Z ε

0 (

T(t)xx)dt.

Como {T(t):t >0} ´e fortemente cont´ınuo, T(t)xx quandot 0+, logo dado δ >0 existeεδ >0 tal quekT(t)xxk<δ para 06tδ. Assim,

kxεδxk6 1 εδ

Z εδ

0 k

T(t)xxkdt<δ 1

εδ

Z εδ

0

dt=δ.

Portantoxεxquandoε0+. Verifiquemos quexε D(A).

Parah>0, temos que

T(h)xεxε

h =

(T(h)I)

εh

µZ ε

0

T(t)xdt

= 1

εh

Z ε

0 (

T(h)I)T(t)xdt

= 1

εh

Z ε

0 (

T(h)T(t)xT(t)x)dt= 1

εh

µZ ε

0

T(h+t)xdt

Z ε

0

T(t)xdt

= 1

εh

µZ h

h

T(t)xdt

Z ε

0

T(t)xdt

= 1

εh

µZ ε+h

0

T(t)xdt

Z h

0

T(t)xdt

Z ε

0

T(t)xdt

= 1

εh

µZ ε+h

0

T(t)xdt

Z ε

0

T(t)xdt

ε1h

µZ h

0

T(t)xdt

Z 0

0

T(t)xdt

.

Logo,

lim h→0+

T(h)xεxε

h =

1

(39)

Portantoxε D(A)e assimD(A) =X.

A´e fechado. De fato, seja{xn} ⊂D(A)comxnxX eAxny, quandon→∞. A seguinte igualdade ser´a mostrada adiante,

T(t)xnxn=

Z t

0

T(s)Axnds. (2.1)

ComoT(s)AxnT(s)yuniformemente sobre intervalos limitados, obtemos: lim

n→+∞T(t)xnxn=n→lim+∞

Z t

0

T(s)Axnds=

Z t

0

lim

n→+∞T(s)Axnds=

Z t

0

T(s)yds.

Isto ´e,

T(t)xx

t =

1 t

Z t

0

T(s)yds.

Fac¸amost0+ na ´ultima igualdade acima lim

t→0+

T(t)xx

t =tlim→0+

1 t

µZ 0+t

0

T(s)yds

Z 0

0

T(s)yds

=T(0)y=y.

Como o limite existe,xD(A)eAx=y. PortantoA´e fechado.

SexD(A)ent˜ao

µ

d+ dt

T(t)x= lim h0+

1

h(T(t+h)xT(t)x) =hlim0+

1

h(T(h)T(t)xT(t)x) = lim

h0+

1

hT(t)((T(h)−I)x) =hlim0+T(t)

µ

T(h)I h

x

=T(t) lim h→0+

T(h)xx

h =T(t)Ax.

Como lim h→0+

T(h)T(t)xT(t)x

h existe,T(t)x∈D(A)eAT(t)x=T(t)Ax. Por(i)a aplicac¸˜ao t 7→T(t)Ax ´e cont´ınua, isto ´e,t 7→

µ

d+ dt

T(t)x ´e cont´ınua, e portantot 7→T(t)x ´e continua-mente diferenci´avel e

µ

d+ dt

T(t)x= dtdT(t)x.

Logo,

d

dtT(t)x=T(t)Ax=AT(t)x.

2.1 ´e obtido integrando essa igualdade

Z t

0

d

dsT(s)xds=

Z t

0

T(s)AxdsT(t)xx=

Z t

0

T(s)Axds.

(iv)Sejamλ Ctal queReλ >β (β do Teorema 2.6). DefinaR(λ):X X por

R(λ)x=

Z ∞

0

Imagem

Figura 2.1: Figura 1 Figura 2.2: Figura 2
Figura 3.1: retrato de fase
Figura 3.2: retrato de fase

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