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PLANO DE ENSINO. Carga Horária: 60 horas (4 créditos) Período Letivo: 2018/1

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Academic year: 2021

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PLANO DE ENSINO 1) IDENTIFICAÇÃO

Disciplina: Intersecções e marcadores sociais da diferença

Código da Disciplina:

Carga Horária: 60 horas (4 créditos) Período Letivo: 2018/1

Professores: Marina França Curso: Mestrado em Antropologia Social Departamento de Origem: Antropologia

2) EMENTA

A disciplina abordará a interação entre diferentes marcadores sociais da diferença, principalmente gênero, raça, etnia, classe e sexualidade. Tratará do conceito de “interseccionalidade” (Crenshaw, 1994) e de outros modelos que vêm pensando o modo como os marcadores sociais se entrelaçam e conduzem a distintas experiências. Além disso, serão trabalhadas etnografias que permitem discutir a interconexão entre tais marcadores.

3) OBJETIVOS

Kimberlé Crenshaw propôs, no fim dos anos 1980, o conceito de “interseccionalidade” para denunciar a invisibilidade de mulheres que estão em uma posição de intersecção entre diversas dominações. Os marcadores sociais da diferença não se somam simplesmente um ao outro de maneira cumulativa, entrelaçam-se e conduzem a experiências concretas diferentes. O curso tem o objetivo de explorar tal modelo e sua utilização, assim como outros modelos analíticos e políticos que pensam como as formas de dominação se entrecruzam e se co-produzem mutuamente (Kergoat, 2009). Trata de analisar como movimentos e estudos feministas vêm refletindo sobre a articulação de marcadores sociais desde a década de 1970, passando pelos feminismos negros, latino-americanos, e por problematizações atuais. Ainda, volta-se para a compreensão da sociedade brasileira, através de estudos etnográficos que articulam marcadores sociais em contextos urbanos, indígenas e migracionais.

4) CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Sessão 1. 08/03: Introdução e primeiras noções sobre gênero e interseccionalidades

Sessão 2. 15/03: O conceito de interseccionalidade

CRENSHAW, Kimberlé. “Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color”. In Martha Albertson Fineman, Rixanne Mykitiuk, (Eds). The Public Nature of Private Violence. New York: Routledge. 1994. pg: 93-118. (tradução disponível)

______.“Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero”. Revista de Estudos Feministas, ano 10, 2002. Florianópolis: UFSC. p. 171-188.

Sessão 3. 22/03: Interseccionalidades

McCLINTOCK, Anne. “Pós-colonialismo e o anjo do progresso”. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora Unicamp. 2010, p. 15-42.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL

(2)

BRAH, Avtar. “Diferença, diversidade, diferenciação”. In: Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, 2006, p.

239-276.

Sessão 4. 05/04: Raça/classe/gênero. Feministas materialistas francesas

KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Cebrap, Novos Estudos, n.

86, março de 2010, p. 93-103.

HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça : Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 26, n. 1, p.61-73, 2014.

Sessão 5. 12/03: Feminismos negros

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016. (Cap. 2 “O legado da escravidão:

parâmetros para um nova condição da mulher, p.15-41; cap. 12 “Racismo, controle de natalidade e direitos reprodutivos”, p. 205-223)

LORDE, Audre. “Age, race, class and sex: women redefining difference”. In : Sister outsider: Essays and speeches. Freedom, CA. Press. 1984. p. 114-123. (tradução disponível)

HOOKS, Bell. Mulheres negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, nº16. Brasília, janeiro - abril de 2015, p. 193-210.

Sessão 6. 19/04: Feminismos latino-americanos

LUGONES, María. "Rumo a um feminismo descolonial." Estudos Feministas, v.22, n. 3 (2014), p.

935-952.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afrolatinoamericano. Cadernos de Formação do Círculo Palmarino, n. 1, 2011.

VIVEROS, Mara. “La sexualización de la raza y la racialización del sexo en el contexto latinoamericano actual”. In Gloria Careaga (org.) La sexualidad frente a la sociedad. México, D.F., 2008.

WERNECK, Jurema. De Ialodês e Feministas : reflexões sobre a ação política das mulheres negras na América Latina e Caribe, 2005.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo.

Sessão 7. 26/04: Gênero e sexualidade

RUBIN, Gayle. Pensando o sexo: notas para uma teoria radical das políticas da sexualidade.

Tradução de Felipe Bruno Martins Fernandes. Revisão de Miriam Pilar Grossi.

RUBIN, Gayle; BUTLER, Judith. Tráfico sexual: entrevista. Cadernos Pagu, n. 21, p. 157-209, 2003.

Sessão 8. 03/05: Gênero e etnologia

(3)

STRATHERN, Marilyn. Sem natureza, sem cultura: o caso Hagen. In: O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2014, p. 23-75.

MOORE, Henrietta. Compreendendo sexo e gênero: biologia e cultura. Londres, Routledge, 1997, p.

813-830.

ORTNER, Sherry. "Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?". UFSC, 2012.

Sessão 9. 10/05: Gênero e povos ameríndios

SEGATO, Rita Laura « Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial », e-cadernos ces [Online], 18 | 2012, colocado online no dia 01 Dezembro 2012, consultado a 30 Setembro 2016.

LEA, Vanessa. Desnaturalizando gênero na sociedade Mebengôkre. Estudos Feministas, n. 1 e 2, 1999.

MCCALLUM, Cecilia. Nota sobre as categorias ‘gênero’ e ‘sexualidade’ e os povos indígenas.

Cadernos pagu, n. 41, julho-dezembro de 2013, p. 53-61.

Sessão 10. 17/05: Classes populares brasileiras

SALEM, Tania. 2006. “Tensões entre gêneros na classe popular: uma discussão com o paradigma holista”. Mana. Estudos de Antropologia Social. Vol.12, nº 2, p. 419‑447.

VAITSMAN Jeni, « Pluralidades de mundo entre mulheres urbanas de baixa renda », Estudos Feministas, vol. 5, n°2, 1997, p. 303-319.

FONSECA Claúdia, Família, fofoca e honra : etnografia de relações de gênero e violência em grupos populares, Porto Alegre, Editora da Universidade/ UFRGS, 2000.

CHAVES Jacqueline, « Os amores e o ordenamento das práticas amorosas no Brasil da belle époque », Análise Social, vol. XLI, n°180, 2006, p. 827-846.

Sessão 11. 24/05: LGBTIs

FRY, Peter. Da hierarquia à igualdade : a construção histórica da homossexualidade no Brasil. In : FRY, Peter. Para inglês ver. Rio de Janeiro: Zahar, 1982 [1974], p.87-115.

SIMOES, Júlio; CARRARA, Sérgio. O campo de estudos socioantropológicos sobre diversidade sexual e de gênero no Brasil: ensaio sobre sujeitos, temas e abordagens. Campinas: Cadernos Pagu, n.42, 2014, p.75-98.

FACCHINI, Regina. “Entrecruzando diferenças: mulheres e (homo)sexualidades na cidade de São Paulo”. Em Maria Elvira Díaz- Benítez e Carlos Fígari (editores). Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro:

Garamond. 2009.

SIMÕES, Júlio; FRANÇA, Isadora Lins; MACEDO, Marcio. “Jeitos de corpo: cor/raça, gênero,

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sexualidade e sociabilidade juvenil no centro de São Paulo”. Em Cadernos Pagu, n° 35. Unicamp.

2010. p: 37-78.

PELUCIO, Larissa. Marcadores sociais da diferença nas experiências travestis de enfrentamento à aids. Em Saúde e sociedade (20), n. 1. 2011, p. 76-85.

Sessão 12. 07/06: Comércio do sexo e prostituição

PERLONGHER, Néstor. O negócio do michê : prostituição viril em São Paulo, Fundação

PISCITELLI, Adriana. Amor, apego e interesse: trocas sexuais, econômicas e afetivas em cenários transnacionais. In: PISCITELLI, A.; OLIVAR, J.M.N.; ASSIS, G.O. (orgs.) Gênero, sexo, amor e dinheiro:

mobilidades transnacionais envolvendo o Brasil. Campinas: UNICAMP/PAGU, 2011, p. 537‑582.

_______. Economias sexuais, amor e tráfico de pessoas – novas questões conceituais. Cadernos Pagu, vol. 47, 2016.

BERNSTEIN, Elizabeth. O significado da compra: desejo, demanda e o comércio do sexo. Cadernos Pagu (31), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2008, p. 315–362.

Sessão 13. 14/06: Raça

CORREA, Mariza. “Sobre A Invenção da Mulata”. En Cadernos Pagu (6\7), Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, Unicamp. 1996. P. 35-50.

CORRÊA, Mariza. “O mistério dos orixás e das bonecas: raça e gênero na antropologia brasileira”.

Etnográfica, vol. IV, nº 2, Lisboa-Portugal, 2000, p.233-266.

MOUTINHO, LAURA. Raça, Sexualidade e Gênero na Construção da Identidade Nacional: Uma Comparação entre Brasil e África do Sul. Cadernos Pagu (UNICAMP), São Paulo, v. 23, p. 56-88, 2004.

_____Negociando com a adversidade: reflexões sobre “raça”, (homos)sexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, UFSC, vol. 14. 2006.

Sessão 14. 21/06: Povos indígenas

MCCALLUM, Cecília. Aquisição de gênero e habilidades produtivas: o caso Kaxinawá. Estudos Feministas, n. 1 e 2, 1999.

CASTILHO, Ela Wiecko V. de. A violência doméstica contra a mulher no âmbito dos povos indígenas: qual lei aplicar? In: VERDUM, Ricardo (org.). Mulheres Indígenas, Direitos e Políticas Públicas. Brasília: Inesc, 2008. p. 21-32.

SACCHI, Ângela. Mulheres indígenas e participação política: a discussão de gênero nas organizações de mulheres indígenas. Revista Anthropológicas, ano 7, v. 14 (1 e 2), p. 95-110, 2003.

(5)

Sessão 15. 28/06: Religiões

HEILBORN, Maria Luiza et al. (orgs.) Sexualidade, família e ethos religioso. Rio de Janeiro:

Garamond, 2004.

FRY. Peter. Mediunidade e sexualidade. Religião e Sociedade, n. 1, 1977.

BIRMAN, Patrícia. "Relações de gênero, possessão e sexualidade." Physis: Revista de Saúde Coletiva 1.2 (1991): 37-57.

_____. Transas e transes: sexo e gênero nos cultos afro-brasileiros, um sobrevôo. Revista estudos feministas, v. 13, n. 2, 2005.

MOUTINHO Laura, « Homosexualidade, cor e religiosidade: flerte entre o "povo de santo" no Rio de Janeiro », dans Sexualidade, família e ethos religioso, dirigé par Maria Luiza Heilborn, Luiz Fernando Duarte, Clarice Peixoto et Myriam de Barros, Rio de Janeiro, Editora Garamond, 2005, p. 273-297.

5) PROCEDIMENTOS DE ENSINO (técnicas, recursos e avaliação)

Discussões acerca do material bibliográfico, audiovisual, ensaios e participação em aula

6) RECURSOS (humanos, técnicos e materiais necessários para o ensino a serem viabilizados pelo Departamento/Unidade).

Audiovisual 7) AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina será a produção de dois ensaios: 1) um ensaio teórico realizado ao final da sessão 9; 2) uma resenha sobre um artigo ou livro relativo a um dos temas tratados nas sessões temáticas da disciplina (parte do trabalho será a apresentação do texto nas sessões).

Importante lembrar: será reprovado o aluno que frequentar menos de 75% das aulas; no Trabalho Final caso seja identificado plágio, a menção será 0,0 (zero). Considera-se plágio a reprodução integral ou parcial de artigos sem a devida indicação bibliográfica (conforme normas ABNT).

PROFESSOR (ES): _______________________________ __ EM ____/___/_____

Aprovação:

COLEGIADO DE CURSO: ________________________EM ___/___/______

CONGREGAÇÃO: _______________________________EM ___/___/______

Durante o semestre, possíveis alterações no Plano de Ensino poderão ser realizadas.

Nestes casos, @s discentes serão previamente informad@s em sala de aula.

Referências

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