Vencemos Apenas a Batalha...

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Boletim SINASEFE Ano X - Nº 368 – 10 de agosto de 2007

EDITORIAL

Vencemos Apenas a Batalha...

O Governo e os partidos aliados sofreram uma derrota no Superior Tribunal Federal no tocante a concessão de liminar suspendendo a vigência do Artigo 39 (caput) da Constituição Federal, que foi alterado pela Emenda Constitucional (EC) 19/98. O artigo eliminava a exigência do Regime Jurídico Único e planos de carreira para os Servidores da Administração Pública Federal, das autarquias e fundações públicas. Com a suspensão, fato que representa uma significativa porém pequena vitória para o funcionalismo federal, volta a valer o RJU e a redação inicial do Artigo.

Na prática, a decisão do STF impede o governo de fazer contratações de servidores com as re- gras do setor privado. Isso também desarticula o governo nas suas ações de regulamentação do in- ciso XIX, do Artigo 37 da Constituição Federal, cuja intenção é definir as áreas de atuação das fun- dações estatais (PLP 092/07), visando estabelecer regras para contratação de servidores públicos através da CLT.

A natureza do serviço público e do serviço privado são bastante distintas, por isso os trabalha- dores dos dois setores têm regras diferentes para contratação. A EC 19/98, aprovada ainda no go- verno FHC, inserida no contexto das reformas neoliberais que leva à terceirização e privatização do serviço público é um exemplo disso.

Contudo, é necessário que além de vigilante, a classe trabalhadora continue combatendo as ações do Governo em promover reformas neoliberais nos vários setores, as quais trarão graves pre- juízos à população. Nesta semana por exemplo, tornou-se pública a proposta de alteração na distri- buição do Imposto Sindical, que é o valor obtido com a contribuição obrigatória de um dia de traba- lho. Com as mudanças propostas, cerca de 20% do valor arrecadado deverá ser recebido pelas Cen- trais Sindicais, que têm sido a grande força do governo para dar encaminhamento às reformas que pretende realizar. As principais beneficiadas deverão ser a CUT e a Força Sindical, atualmente par- ceiras do governo nesse processo de ataques e retiradas de direitos da classe trabalhadora.

A flexibilização dos direitos trabalhistas é uma das reformas que o Governo pretende aprovar.

Em contrapartida, a luta por melhores condições de trabalho, de reajuste salarial, entre outras coisas, é bandeira comum dos trabalhadores do serviço público e do privado.

A CONLUTAS já se manifestou contra a mudança e tem em seu estatuto a deliberação de não receber financiamento vindo do governo e de empresários. A desmobilização dos trabalhadores é o pano de fundo dessa mudança, que, não por acaso, vem antes das outras reformas em andamento.

Mesmo que tenha sido uma vitória específica dos servidores públicos, enfatizamos que a luta conjunta continua sendo persistida por todas as categorias, fato que ficou comprovado na última reu- nião da CONLUTAS, onde foi aprovado um calendário nacional de mobilizações que envolve a parti- cipação de diversos segmentos da sociedade civil organizada.

Entendemos que o suposto enfraquecimento do governo e a crise vivida pelo Congresso Na- cional são elementos aliados da classe trabalhadora nessa conjuntura. Entretanto, é necessário radi- calizar na luta conjunta e na busca de outras vitórias, não somente através dos Supremos Tribunais, mas, sobretudo por mobilizações de rua e demais ações que sempre caracterizaram a luta dos(as) trabalhadore(as) brasileiro(as) nas últimas décadas.

Portanto, é preciso compreender que promover as mudanças e transformações sociais neces-

sárias, requer não só uma conjuntura favorável, como também unidade e disposição de luta, estraté-

gia que deve ser usada para vencermos essa guerra pela manutenção de direitos e garantias, me-

lhores condições de trabalho e justiça social.

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Governo Retoma Reforma Sindical

O governo deverá enviar para o Congresso Nacional, nos próximos dias, um projeto de lei para regis- tro e reconhecimento jurídico das centrais sindicais, para que essas estejam aptas a receber financiamento público, vindo do imposto sindical. A informação foi publicada no Correio Braziliense, no dia 6 de agosto.

De acordo com o jornal “Quase 30 anos depois de serem criadas à margem da legislação trabalhista, as centrais sindicais cederam aos encantos do Estado e serão oficialmente financiadas com dinheiro públi- co. Vão passar a fazer parte da estrutura legal onde funcionam os sindicatos, federações e confederações criados pela antiga Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”.

O projeto, que deverá tramitar em regime de urgência, está na Casa Civil e determina que 20% do Imposto Sindical ficarão com as centrais. Essa idéia foi combatida pelo próprio presidente Lula, quando da criação da CUT, que deverá ser a principal beneficiada com a proposta.

A CONLUTAS já se posicionou radicalmente contra o projeto e tem no seu estatuto a proibição do recebimento de qualquer tipo de contribuição, seja de governos ou empresários. Na matéria publicada pelo Correio Braziliense, José Maria, um dos coordenadores da CONLUTAS afirma que “esse é o toma-lá-da-cá mais desavergonhado da história do sindicalismo brasileiro. É uma vergonha” e complementa “em troca do Imposto Sindical, vai ser criado o Conselho Nacional de Relações do Trabalho, formado pelo Governo, pelos empresários e as centrais, para implantar as reformas que prejudicam os trabalhadores”.

Sabemos que esse é o início da reforma sindical proposta pelo governo, com a intenção de desmobi- lizar os trabalhadores.

Reunião da CONLUTAS Aprova Calendário Nacional de Mobilizações

A reunião da Coordenação Nacional da CONLUTAS foi realizada nos dias 5 e 6 de agosto, em Brasí- lia. Durante o evento foram aprovados encaminhamentos para a luta conjunta dos trabalhadores, como o apoio das entidades às campanhas salariais e nas lutas dos diversos setores que ocorrerão no segundo semestre de 2007. Um Calendário Nacional de Mobilizações foi aprovado pelos presentes com os seguintes eventos:

AGOSTO: Intensificar a campanha na base contra a reforma da Previdência, acompanhada da dis- cussão sobre os demais temas constantes do Plebiscito, e encaminhar em cada Estado e Região a prepa- ração do Plebiscito e da coleta de votos.

Ainda em agosto acontecerá a Jornada em Defesa da Educação Pública, nas universidades públi- cas, envolvendo a CONLUTE, o ANDES/SN, o MST e outras entidades.

1 a 7 de SETEMBRO: Plebiscito Nacional. A CONLUTAS disponibilizará no site www.conlutas.org.br, o modelo de cédula oficial do Plebiscito com as quatro perguntas: 1. Em 1997, a com- panhia Vale do Rio Doce - patrimônio construído pelo povo brasileiro - foi fraudulentamente privatizada, ação que o governo pode anular. A Vale deve continuar nas mãos do capital privado?

2. O Governo deve continuar priorizando o pagamento dos juros da dívida externa e interna, em vez de in- vestir na melhoria das condições de vida e trabalho do povo brasileiro?

3. Você concorda que a energia elétrica continue sendo explorada pelo capital privado, com o povo pagando até 8 vezes mais que as grandes empresas?

4. Você concorda com uma reforma da Previdência que retire direitos dos trabalhadores(as)?

25 DE SETEMBRO: Dia Nacional de Lutas, com paralisações e mobilizações de rua em todo o país, pois há vários setores que tem greve prevista para este período.

24 DE OUTUBRO: Grande Marcha à Brasília

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SINASEFE Acompanha Negociação da FASUBRA

O SINASEFE esteve presente, como observador, em duas rodadas de negociação entre o Comando de Greve da FASUBRA e o Governo Federal, realizadas nos dias 7 e 9 de agosto, em Brasília.

Na primeira reunião, o Governo apresentou uma proposta para a FASUBRA. Na segunda, a FASU- BRA apresentou sua contra proposta para o PCCTAE. A próxima rodada de negociação está marcada para o dia 16 de agosto.

O governo propõe a extensão de Plano de Saúde para todos os servidores técnicos-administrativos das Instituições Federais de Ensino, a partir de novembro de 2007, que deverá contemplar, na base do SI- NASEFE, somente os TAEs. O governo também acena com uma reestruturação da tabela remuneratória, com efeitos financeiros em 2008, 2009 e 2010. As principais mudanças propostas trarão quebra da lineari- dade na tabela e privilegiam o nível superior da carreira.

Seminário Reforça a luta Contra a Reforma da Previdência

No dia 7 de agosto, no Senado Federal, foi realizado o Seminário Nacional em defesa da Previdência Social Pública. O evento, organizado pela CONLUTAS, teve como objetivo fazer um contraponto ao Fórum Nacional da Previdência Social, controlado pelo governo, patrões e centrais sindicais a eles atreladas. Esti- veram presentes mais de 200 pessoas de todo o país representando entidades como: OAB, COBAP, AN- DES, CNBB, SINASEFE, ANFIP, Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, ASSIBGE, FENASPS, CNESF, CONLUTAS E INTERSINDICAL, além de cem entidade sindicais e populares brasileiras.

O argumento de que a Previdência é superavitária foi unânime entre os explanadores, segundo nota publicada pela CONLUTAS. O Seminário deliberou pela participação ativa no plebiscito da Semana da Pá- tria e na Marcha a Brasília, prevista para o mês de outubro. Além disso, reforçou o chamado à unidade de todos os setores em luta contra a reforma da previdência, unificando os calendários propostos pelas várias entidades, em particular a COBAP e a CONLUTAS.

Mais uma Ação do MEC

O programa Escola Técnica Aberta do Brasil, ou apenas e-Tec Brasil, é uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado pelo Governo em abril de 2007, no âmbito da política de ex- pansão da educação profissionalizante.

O MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância e Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, lançou, no dia 27 de abril de 2007, o Edital 01/2007/SEED/SETEC/MEC, para seleção de pro- jetos de cursos de educação profissional técnica de nível médio, na modalidade de educação à distância, no Programa “Escola Técnica Aberta do Brasil”.

Segundo o edital, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal poderão apresentar propostas, res- pectivamente de adequação de Escolas Públicas de Ensino Fundamental, de Ensino Médio e de Escolas Técnicas, para a oferta de Ensino Técnico de Nível Médio, na modalidade de educação à distância. Os cursos serão realizados pelas instituições públicas federais ou municipais que ministram Ensino Técnico de nível Médio (Universidades, Centros de Educação Tecnológica, Faculdades de Tecnologia, Escolas Técni- cas e Escolas Agrotécnicas).

Já para o início do próximo ano, no período de janeiro a março de 2008, estão previstas as ativida- des para adequação das escolas, preparação dos orientadores educacionais, produção do material didático e demais ajustes, com início dos cursos previstos para março de 2008.

Ainda sem esclarecer muito, o edital prevê a instalação de plataforma física para EAD nos CEFETs e EAFs e financiamento para o programa, o qual ainda suscita algumas dúvidas no tocante a sua funcionali- dade na rede.

Portanto é importante que as bases acompanhem esse processo em suas Instituições para que não seja fornecida mais uma modalidade, sem contratação e qualificação de servidores ou melhoria das condi- ções físicas, comprometendo a qualidade de ensino fornecida pela rede.

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MEC Publica Regras Para “Ifetização” na Rede

Logo após a reunião do CONCEFET, ocorrida em Recife/PE, nos dias 12 e 13 de julho, que aprovou apoio à transformação da Rede Tecnológica Federal em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecno- logia, o Ministério da Educação Publicou o Ofício Circular nº 076/2007/GAB/SETEC/MEC, de 19 de julho de 2007, que traz novas regras para o processo de “Ifetização”.

Algumas novidades aparecem no documento, como regras específicas para as Agrotécnicas e um cronograma de debates sobre IFETs e de construção das propostas para agosto e setembro de 2007.

Na nossa avaliação, a proposta atende às reivindicações dos dirigentes do CONCEFET e do CONE- AF, embora estes não tenham promovido discussões internas com a comunidade na grande maioria das instituições.

Reiteramos que o SINASEFE tem posicionamento contrário à constituição dos IFETs, aprovado em PLENAS e encaminha às bases que cobrem das instituições a realização de debates.

Confira abaixo as regras presentes no documento e o cronograma proposto:

Regras para “Ifetização”

1. CEFETS

a) A regra básica da “Ifetização” é a constituição do IFET a partir dos atuais CEFETs desde que atendam aos critérios estabelecidos, incorporando eventualmente alguma outra autarquia;

b) Embora o desejável seja um IFET por Unidade da Federação, poderão existir estados que terão mais de um IFET;

c) Não podemos descartar a possibilidade de IFET Agroindustriais, atendendo peculiaridades regionais, a partir dos atuais CEFETs agrícolas, ou conjunto de agrotécnicas incorporando outras unidades, autárquicas ou não;

d) OS CEFETs que não apresentarem as condições apresentadas pelos critérios para “Ifetizar” permanecem como estão.

2. Agrotécnicas

Dispõe das seguintes alternativas;

a) Incorporar-se a um IFET;

b) Transformar-se em CEFET Agroindustrial, via chamada pública, excetuando os casos das Agrotécnicas que já se encontram em processo de cefetização;

c) Manter-se na atual situação de EAF;

d) Reunir um conjunto de Agrotécnicas para criar um IFET nos estados ou regiões em que esta situação se enquadrar.

Em qualquer das hipóteses as EAFs devem continuar desempenhando um papel importante na Re- de, sendo fortalecidas e, se for o caso, participando do processo de expansão.

3. Escolas Vinculadas

a) As Escolas Vinculadas às Universidades Federais poderão constituir um IFET desde que se autarquizem e incorporem outras unidades;

b) A SETEC irá realizar um debate com a SESU e entidades ligadas às universidades sobre a questão da educação profissional e tecnológica.

Cronograma proposto para 2007

Julho/Agosto

Debate, ajustes, negociação com os conselhos e sindicato. A proposta é que até o final de agosto seja possível construir o consenso sobre o decreto e proposta de chamada pública/edital

Setembro Construção das propostas de IFETs (prazo estabelecido por edital)

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CURTAS

SINTEF-GO Filia-se à CONLUTAS

Em Assembléia Geral, realizada no dia 3 de agosto, os servidores filiados ao SINTEF-GO aprovaram por unanimidade a filiação do sindicato à CONLUTAS. O SINTEF-GO acredita que “essa parceria é um marco histórico, que visa contemplar os anseios da categoria dos trabalhadores na luta pelos seus direitos”.

Direção Nacional divulga Plantão de Base

Conforme definição do 20º CONSINASEFE, a Direção Nacional vem divulgar abaixo os plantões de base já definidos e agendados junto à DN.

Período Seção Sindical

13 a 24 de agosto Uberlândia/MG

27 de agosto a 06 de setembro Pelotas/RS

10 a 21 de setembro SINTEF/GO

8 a 19 de outubro Sertão/RS

* Sobre a Rotatividade nestes plantões de base, as Seções deverão enviar seus pedidos e havendo uma lista de espera com uma Seção que já enviou representante para o plantão de base durante aquele período e uma outra que ainda não, será dada preferência à Seção que ainda não enviou seus representantes ante- riormente (encaminhamento do 20º CONSINASEFE).

AGENDA DO SINASEFE

DATA ATIVIDADE LOCAL

17 a 19 de agosto Encontro Regional Centro-Oeste Rio Verde/ GO

24 e 25 de agosto 82ª PLENA do SINASEFE Brasília

26 de agosto Plenária dos SPFs Brasília

31 de agosto e 1º de setembro

Seminário Regional Nordeste ANDES/SINASEFE:

Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe, Ala- goas, Paraíba, Pernambuco e Bahia

João Pessoa/PB

1 e 2 ou 7, 8 e 9 de setembro

Seminários Regionais ANDES/ SINASEFE sobre a Carreira Docente:

• Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná;

• São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Es- pírito Santo;

• Maranhão, Pará, Amazonas, Roraima, Tocan- tins;

• Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, DF e Goiás.

Nacional

7,8 e 9 de setembro II Encontro Nacional do SINASEFE das Institui-

ções Federais Militares de Ensino Brasília Responsáveis por este Boletim: Giorlando Santana, Reinaldo Martins, Cristina Madeira (DN)

Pedro Lima (Base – SINTEF/PB - Sousa)

Jornalista Responsável: Roberta Alves Ramos Mtb 2908 – DF

Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional – SINASEFE SCS, Quadra 2, Bloco C, sala 109/ (Ed. Serra Dourada) Brasília- DF – CEP 70300-902

Telefones (61) 3964-7555 e 3964-7556 – Fax: (61) 3226-9442 – e-mail: dn@sinasefe.org.br – www.sinasefe.org.br