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Semigrupo de Exel e Estruturas

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Willian Valverde

Algebra Parcial de Grupo´

Curitiba, 2016.

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Willian Valverde

Algebra Parcial de Grupo´

Dissertac¸˜ao apresentada ao Programa de P´os- Graduac¸˜ao em Matem´atica da Universidade Fede- ral do Paran´a, como requisito parcial `a obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Matem´atica.

Orientador: Prof.Dr.Marcelo Muniz Silva Alves.

Curitiba Fevereiro de 2016

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94 f. ; 30 cm.

Dissertação - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Matemática, 2016.

Orientador: Marcelo Muniz Silva Alves . Bibliografia: p. 93-94.

1. Álgebra. 2. Estruturas algébricas ordenadas. 3. Grupos quânticos. I.

Universidade Federal do Paraná. II.AIves, Marcelo Muniz Silva. III. Título.

CDD: 512

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(6)

Agradec¸o primeiramente ao professor Marcelo, por ser muito mais que um professor e orientador, por ser um verdadeiro amigo. Teve paciˆencia comigo, acreditou em mim e me ajudou em todos os momentos. Se n˜ao fosse por ele eu sequer teria entrado no programa de mestrado, quanto menos teria chegado at´e aqui.

Agradec¸o `a minha esposa Izabelle pela paciˆencia, incentivo e sacrif´ıcio que fez junto a mim.

Aos meus pais Osni e Marilete e meu irm˜ao Lucca, pela forc¸a que sempre me deram, esforc¸o, compreens˜ao e por perdoarem minhas falhas.

Ao programa de P´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica da UFPR pela oportu- nidade e aos professores que me ajudaram nesse per´ıodo, bem como a todos os professores que ajudaram na minha trajet´oria.

Aos amigos de p´os-graduac¸˜ao e graduac¸˜ao que me ajudaram, incenti- varam e motivaram de alguma forma.

A May (minha cachorra), pela companhia e carinho nesta reta final.`

A Coordenac¸˜ao de Aperfeic¸oamento de Pessoal de N´ıvel Superior pelo` apoio financeiro.

E aos professores da banca, por atender ao pedido do professor Marcelo e dedicarem seu tempo ao meu trabalho.

i

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Pra chegar at´e aqui

Percorri milhas e milhas antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes escalei

Nas noites escuras de frio chorei (...)”

A Estrada - Cidade Negra (Da Gama e Toni Garrido) ii

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SendoGum grupo eK um anel, abordaremos o conceito de ´algebra parcial do grupoG, denotada porKpar(G), que ´e aK-´algebra associada `as representac¸˜oes parciais deGsobreK e ´e uma ferramenta bastante fina para dizer quando dois grupos n˜ao s˜ao isomorfos. Mostraremos uma construc¸˜ao deKpar(G) por meio de um grupoide denotado porΓ(G)e faremos detalhadamente a construc¸˜ao das componentes conexas deΓ(S3), a fim de calcularmosKpar(S3). Tamb´em apre- sentaremos o c´alculo das ´algebras parciaisCpar(S3),Cpar(Zp×Zp)eCpar(Zp2).

Para compreender melhor este assunto, apresentaremos o Semigrupo de Exel S(G), que ´e um mon´oide inverso cujas ac¸˜oes em um conjuntoX est˜ao em cor- respondˆencia biun´ıvoca com ac¸˜oes parciais de GemX. Al´em do mais, temos que a ´algebra de semigrupoKS(G), que ´e semissimples, ´e isomorfa `aKpar(G).

Palavras-chave: Algebra parcial de grupo; Semigrupo inverso; Ac¸˜ao parcial de´ grupo.

iii

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LetGbe a group andKbe a ring. In this work we study the partial group algebra ofG, denoted byKpar(G), which is the algebra associated to partial representati- ons ofGoverKand is a refined tool to tell when two groups are not isomorphic.

We present a construction ofKpar(G)by means of a groupoid denoted byΓ(G).

We present in detail the description ofKpar(S3)via construction of the connec- ted components of the groupoid Γ(S3). We also present the calculation of the partial group algebrasCpar(S3),Cpar(Zp×Zp)andCpar(Zp2). In order to better understand this issue, we present the Exel SemigroupS(G), which is an inverse monoid whose actions in a setX are in one-one correspondence with partial ac- tions ofGinX. Moreover, the algebra semigroupKS(G)(that is semisimple) is isomorphic toKpar(G).

Keywords:Partial group algebra; Inverse semigroup; Partial group actions.

iv

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Sum´ario

Introduc¸˜ao 1

1 Semigrupos 3

1.1 Semigrupos . . . . 3

1.2 Semirreticulados . . . . 5

1.3 Semigrupos Regulares e Semigrupos Inversos . . . . 7

1.4 Equivalˆencia e Congruˆencia . . . . 14

1.5 Relac¸˜oes em Semigrupos . . . . 17

1.6 Ordem Parcial em Semigrupo Inverso . . . . 20

2 Semigrupo de Exel e Estruturas Alg´ebricas por Geradores e Relac¸˜oes 24 2.1 Grupos Livres . . . . 24

2.2 Semigrupos Livres . . . . 29

2.3 Semigrupo de Exel . . . . 31

2.4 Representac¸˜oes de S(G) . . . . 36

2.5 Ac¸˜oes de Semigrupos Inversos e Ac¸˜oes Parciais de Grupos . . . . 40

2.6 Algebra de Grupo . . . .´ 43

2.7 Algebra de Mon´oide´ . . . . 47

2.8 Algebra de Grupo Semissimples . . . .´ 48

2.9 M´odulos Simples da ´AlgebraM atn1(C)×...×M atnk(C) . . . . 50

3 Algebra Parcial de Grupo´ 54 3.1 Grupoides . . . . 55

3.2 Representac¸˜ao Parcial e ´Algebra Parcial . . . . 58

3.3 Estrutura da ´Algebra Parcial de Grupo . . . . 68

3.4 Exemplos de ´Algebra Parcial de Grupo . . . . 87

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Introduc¸˜ao

O objetivo central do trabalho ´e descrever o que vem a ser a ´algebra parcial de um grupo Gdado. Esta ´algebra ´e denotada porKpar(G), onde K ´e um anel comutativo com unidade, e foi apresentada inicialmente em[4]por Dokuchaev, Exel e Piccione.

A ´algebra parcial de grupo faz parte de uma s´erie de trabalhos que vem sendo desen- volvidos recentemente na ´area de ´Algebra ap´os a apresentac¸˜ao do conceito deac¸˜ao parcialpor Exel na d´ecada de 90. Uma de suas aplicac¸˜oes ´e identificar quando dois grupos n˜ao s˜ao iso- morfos. Ou seja, se, dados dois grupos Ge H, suas respectivas ´algebras parciais Kpar(G) e Kpar(H)n˜ao s˜ao isomorfas, ent˜aoGeHtamb´em n˜ao s˜ao.

No entanto, a importˆancia do estudo das ´algebras parciais n˜ao se resume somente a conhecer uma ferramenta mais fina para identificar quando dois grupos n˜ao s˜ao isomorfos. A

´algebra parcial Kpar(G) ´e isomorfa a ´algebra do Semigrupo de Exel S(G). O Semigrupo de Exel (ou Mon´oide de Exel) ´e, na verdade um semigrupo definido por geradoresGe relac¸˜oes iguais `as que definem a ´algebra parcialKpar(G), logo tratam-se, em suas essˆencias, do mesmo objeto matem´atico. Em especial, a importˆancia deS(G) ´e que suas ac¸˜oes em um conjuntoX, est˜ao em correspondˆencia biun´ıvoca com ac¸˜oes parciais deGno mesmo conjunto.

No primeiro cap´ıtulo, apresentamos um breve estudo a respeito de semigrupos, em especial semigrupos inversos. Um semigrupo inverso ´e um caso particular de um semigrupo regular. Um semigrupo regular ´e um semigrupoSem que, para cadasSexiste um elemento s Stal que

sss=sesss =s.

A diferenc¸a do semigrupo regular para o semigrupo inverso ´e que, no segundo caso, o elemento sprecisa ser ´unico.

No cap´ıtulo 2, vemos queS(G) ´e um semigrupo inverso e tamb´em vemos o j´a men- cionado resultado que ac¸˜oes deS(G), est˜ao em correspondˆencia biun´ıvoca com ac¸˜oes parciais deG. Nesse cap´ıtulo tamb´em vemos a construc¸˜ao de grupo e semigrupo livre, deixando claro,

(13)

assim, queS(G) ´e, de fato, um semigrupo.

Neste mesmo cap´ıtulo, construimos a ´algebra de um grupo e de um mon´oide, al´em de apresentar resultados importantes a respeito da semissimplicidade da ´algebra de um grupo finito, como os teoremas de Wedderburn-Artin e de Molien, que ser˜ao importantes para melhor compreens˜ao do cap´ıtulo 3.

O cap´ıtulo 3, ´ultimo do trabalho, al´em de apresentar a definic¸˜ao de ´algebra parcial de grupo e resultados te´oricos que a relacionam com o Semigrupo de Exel, apresentamos uma construc¸˜ao equivalente por meio de um grupoide espec´ıfico, o grupoide Γ(G), cuja ´algebra KΓ(G) ´e isomorfa `a ´algebra parcialKpar(G). Esta construc¸˜ao ´e vital para compreender resul- tados a respeito da ´algebra parcial e, por meio do grafo associado ao grupoide, apresentar uma f´ormula recursiva para o c´alculo deKpar(G). Com detalhes, apresentamos o grafo, por meio de suas componentes conexas, do grupoideΓ(S3).

Para finalizar, calculamos alguns exemplos de ´algebra parcial de grupo, em especial, Cpar(S3),Cpar(Zp×Zp)eCpar(Zp2).

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Cap´ıtulo 1 Semigrupos

Neste cap´ıtulo, apresentarmos um pouco da teoria b´asica a respeito de semigrupos e, em especial, semigrupos inversos. A importˆancia desse cap´ıtulo se d´a para compreender melhor o Semigrupo de Exel, que ser´a definido no cap´ıtulo seguinte. Como principais referˆencias nos baseamos em[5],[8]e[10].

1.1 Semigrupos

Definic¸˜ao 1.1 Um conjunto n˜ao vazioS munido de uma operac¸˜ao bin´aria

: S×S −→ S (s1, s2) 7−→ s1s1

´e umsemigrupose tal operac¸˜ao for associativa, ou seja, se (s1s2)s3 =s1(s2s3) para todoss1, s2, s3 S.

Al´em disso, se existe1S S, chamadoelemento neutro, tal que 1Ss=s1S =s

para todosS, dizemos queS ´e ummon´oide.

Se , para todo s1, s2 S, temos s1 s2 = s2 s1, dizemos que S ´e umsemigrupo comutativo.

Notac¸˜ao 1.2 Podemos denotar o semigrupo cujo conjunto ´eS e operac¸˜aopor(S,∗)quando se fizer necess´ario explicitar o conjunto e operac¸˜ao.

3

(15)

Obs. 1.3 i) Quando n˜ao houver risco de confus˜ao, podemos denotar s1 s2 por s1.s2 ou simplesmentes1s2, fazendo referˆencia `a multiplicac¸˜ao, operac¸˜ao comum nos exemplos de semigrupos.

ii) 1´e ´unico. De fato, suponha que existam1,10 S que s˜ao elementos neutros.

Como1S, usando o fato que10 ´e elemento neutro, temos1 = 110. Como10 S, usando o fato que1 ´e elemento neutro, temos110 = 10. Por transitividade,1 = 10.

Exemplo 1.4 SejamGum grupo e1GGo elemento neutro deG. ConsidereP1G o conjunto de todos os subconjuntos finitos deGque cont´em o elemento1G. Isto ´e,

P1G ={H G:|H|<∞,1G H}

DefinaG˜R ={(A, g)P1G×G:g A}.

Ent˜ao,G˜R ´e um mon´oide com respeito `a operac¸˜ao:

(A, g)(B, h) = (AgB, gh)

De fato, para mostrar a associatividade considere(A, g),(B, h),(C, i)G˜R ((A, g)(B, h))(C, i) =(AgB, gh)(C, i) = ((AgB)ghC,(gh)i)

=(A(gBghC), g(hi)) = (Ag(BhC), g(hi))

=(A, g)(BhC, hi) = (A, g)((B, h)(C, i))

O elemento neutro deG˜R ´e({1G},1G). Com efeito, considere(A, g)G˜R, ent˜ao ({1G},1G)(A, g) = ({1G} ∪1GA,1Gg) = (A, g).

Tamb´em,

(A, g)({1G},1G) = (Ag{1G}, g1G) = (A, g).

O semigrupo G˜R ´e chamado deexpans˜ao de Birget-Rhodes do grupo G. Veja [2]e [13].

Definic¸˜ao 1.5 SejaS um semigrupo. Um subconjuntoT, n˜ao vazio, deS ´e dito umsubsemi- grupodeSse ´e fechado com respeito `a operac¸˜ao deS. Ou seja, ses1, s2 T, ent˜aos1s2 T. Definic¸˜ao 1.6 Sejaeum elemento pertencente a algum semigrupoS. Ent˜aoe´e umidempotente see2 =e, ondee2 denotaee.

(16)

Obs. 1.7 O conceito de idempotente estende-se a qualquer conjunto com alguma operac¸˜ao definida e n˜ao somente a semigrupos.

Um fato interessante a ser observado ´e que em um grupoG, o ´unico idempotente ´e o elemento neutro1G. De fato, see ´e um idempotente deG, ent˜ao

e2 =e(ee)e−1 =ee−1 e(ee−1) = ee−1 e1G= 1Ge= 1G.

J´a se estivermos trabalhando com um mon´oide, podemos ter idempotentes diferentes do elemento neutro. Por exemplo, no caso do mon´oideG˜R, seus idempotentes s˜ao elementos (A, g)tais que(A, g)2 = (A, g), mas

(A, g)2 = (A, g)(A, g)(A, g) = (A, g)(AgA, g2) = (A, g) o que ocorre se, e somente se,AgA=Aeg2 =g.

Observe que a segunda igualdade s´o ´e v´alida seg = 1G, por serGum grupo, logo seu

´unico idempotente ´e1G. Com isso, tendog = 1G, a igualdadeAgA = A ´e v´alida tamb´em.

Ent˜ao, os idempotentes deG˜Rs˜ao da forma(A,1G).

1.2 Semirreticulados

Definic¸˜ao 1.8 SejaY um subconjunto de um conjunto parcialmente ordenado(X,≤). Dizemos quecX ´elimitante inferiordeY secypara todoyY. E dizemos quedX ´e omaior limitante inferiorou´ınfimodeY sedcpara todoclimitante inferior.

Observe que, caso exista, o ´ınfimo de um conjunto ´e, claramente, ´unico.

Notac¸˜ao 1.9 ∧ {y:yY}denota o ´ınfimo deY. abdenota o ´ınfimo de{a, b}.

Definic¸˜ao 1.10 Um conjunto parcialmente ordenado(X,≤)´e ditosemirreticulado inferiorse abexiste para todoa, bX.

Exemplo 1.11 ??Considere o conjunto dos idempotentes deG˜Re a relac¸˜ao parcial de ordem dada por(A,1G)(B,1G)AB. Assim(A,1G)(B,1G) = (AB,1G)e este conjunto

´e um semirreticulado inferior.

Note que, seX ´e um semirreticulado inferior, temos a b ab=a,

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com isso, define, em (X,≤) semirreticulado inferior, uma operac¸˜ao bin´aria. Ent˜ao, dados a, b, cX,

(ab)cab a

(ab)cab b

(ab)cc.

Logo,(ab)c´e limitante inferior de{a, b, c}.

Sejadlimitante inferior de{a, b, c}. Ent˜ao,d a, d bed c. O que implica que da(bc)e, portanto,a(bc) ´e o ´ınfimo de{a, b, c}.

Da mesma forma, temos que(ab)c´e o ´ınfimo de{a, b, c}. Como o ´ınfimo ´e ´unico, temosa(bc) = (ab)c, o que implica que(X,∧)´e semigrupo.

Proposic¸˜ao 1.12 Seja(E,≤)um semirreticulado inferior. Ent˜ao, (E,∧) ´e um semigrupo co- mutativo de idempotentes e para todoa, bEtemos

a b ab=a.

Seja (E,·) um semigrupo comutativo de idempotentes. Ent˜ao, a relac¸˜ao em E definida por

abab=a

´e ordem parcial emEcom respeito a qualE ´e um semirreticulado inferior. Em(E,≤), o ´ınfimo deaeb ´e seu produtoab.

Prova:Para provar a primeira parte, primeiro observe que j´a provamos que(E,∧)´e semigrupo.

Que ´e um semigrupo comutativo basta observar que a igualdadeab = ba ´e imediata da igualdade dos conjuntos{a, b}={b, a}.

Os elementos de(E,∧)s˜ao idempotentes uma vez quea aimplica queaa =a.

Resta, portanto, verificar quea bab =a.

Para mostrar que a b ab = a, observe que de a a e a b, segue que aab. Suponha queab =d. Ent˜ao,a ab =de, comod=ab, segue da definic¸˜ao de ´ınfimo queda. Logoa =d.

J´a para mostra queab=aabbasta notar que deab =asegue queaae ab.

Para a segunda parte do teorema, vejamos que a relac¸˜aoa b ab =adefine uma ordem parcial emE.

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aa =aa2 =aaa

a bab=aeb aab=b. Portantoa=b

• Por um lado,ab ab=aabc=ac.Por outro lado,bcbc=b abc =ab.

Ent˜ao,a=ab=abc =aca=aca c.

E, por fim, vejamos que (E ≤) ´e um semirreticulado inferior cujo ´ınfimo de {a, b} ´e ab.

ab ´e limitante inferior de{a, b}:

(ab)a=a2b=ababa (ab)b =ab2 =ababb

• Suponhaca, b, ent˜aoca=cecb=c, o que implicacab=ce, potanto,cab.

2

Observe que a ordem definida no exemplo no semigrupo dos idempotentes de G˜R ´e exatamente a ordem estabelecida nesta proposic¸˜ao.

1.3 Semigrupos Regulares e Semigrupos Inversos

Definic¸˜ao 1.13 Um semigrupoS ´e umsemigrupo regularse, para cadas S, existes S tal que

sss=sesss =s. O elementos ´e chamadoinversodesemS.

Teorema 1.14 SejaSum semigrupo regular. Ent˜ao, os idempotentes deScomutam entre si se, e somente se, cada elemento deSpossui um ´unico inverso.

Prova: Para mostrar a primeira parte do teorema, suponha s S idempotente e x, y S inversos desemS. Ent˜ao,

(xs)2 = (xs)(xs) =x(sxs) =xs.

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Analogamente, (ys)2 = ys. Ent˜ao xs e ys s˜ao idempotentes (tamb´em de maneira an´alogasxesys˜ao idempotentes). Portanto, comutam entre si. Com isso:

x=xsx=x(sys)x= (xs)(ys)x= (ys)(xs)x=y(sxs)x=ysx=

=y(sys)x=y(sy)(sx) = y(sx)(sy) = y(sxs)y=ysy =y.

J´a para mostrar a segunda parte do teorema, suponha que cadas Spossui um ´unico inverso. Sejame, f idempotentes deS. Antes, observe que see ´e idempotente, ent˜aoe = e pela unicidade do inverso, j´a que um idempotente sempre ´e um inverso de si mesmo.

f(ef)e ´e idempotente: (f(ef)e)(f(ef)e) =f((ef)ef(ef))e=f(ef)e.

f(ef)eeef s˜ao inversos:

f(ef)e(ef)f(ef)e=f(ef)(ee)(f f)(ef)e= (f(ef)e)(f(ef)e) =f(ef)e (ef)(f(ef)e)(ef) =e(f f)f(ef)(ee)f =ef f(ef)eef =ef(ef)ef =ef

f(ef)e = (ef).

Comof(ef)e ´e idempotente ef(ef)e = (ef), temos que(ef) ´e idempotente. Logo ef ´e idempotente.

Da mesma maneira, podemos mostrar quef e´e idempotente e da´ı segue que (ef)(f e)(ef) =e(f f)(ee)f = (ef)(ef) =ef

(f e)(ef)(f e) =f(ee)(f f)e= (f e)(f e) =f e Portanto,ef =f epela unicidade do inverso.

2

Definic¸˜ao 1.15 Um semigrupoS ´e umsemigrupo inversose existe, para cadas S, um ´unico elementos Stal que

sss=sesss =s O elementos ´e oinversodesemS.

Obs. 1.16 Semigrupo inverso ´e um semigrupo regular cujos idempotentes comutam. Um grupo

´e um caso particular de semigrupo inverso.

(20)

Exemplo 1.17 G˜R ´e um mon´oide inverso.

J´a mostramos que G˜R ´e mon´oide. Resta verificar que ´e inverso. Para isso, dado (A, g)G˜R, vejamos quem ´e(A, g). Denote(A, g) por(B, h):

(A, g)(B, h)(A, g) = (A, g)(AgBghA, ghg) = (A, g)

De ghg = g, segue que h = g−1, o que implicaghA = gg−1A = 1GA = A. Logo, AgBghA=AgB.

Ent˜aoAgB =AgB A.

(B, g−1)(A, g)(B, g−1) = (B, g−1)(Bg−1AB, g−1) = (B, g−1) O que ocorre se, e somente se,g−1AB AgB.

Portanto, temosB =g−1Ae(A, g) = (g−1A, g−1).

Notac¸˜ao 1.18 E(S)denota o conjunto dos idempotentes do semigrupo inversoS.

Note queE(S) ´e subsemigrupo deS uma vez que, parae, f E(S), temos (ef)2 = e2f2 =ef.

Exemplo 1.19 SejaI(X)o conjunto de todas as bijec¸˜oes entre subconjuntos de X e defina a func¸˜aocomo sendo a ”bijec¸˜ao” entre o subconjunto vazio deX nele mesmo. Considere o produto entreα, β I(X)como sendo a composic¸˜aoαβ definida da seguinte forma:

αβ :β−1(imβ domα)−→α(imβdomα)

Seimβdomα =∅, ent˜aoαβ =∅. Observe que, desta forma, o produto est´a bem definido.

Tal operac¸˜ao ´e associativa:

dom(αγ)) =(βγ)−1(im(βγ)domα)

=(βγ)−1(β(imγdomβ)domα)

=(γ−1β−1)((βimγβdomβ)domα)

−1((β−1βimγ β−1imβ)β−1domα)

−1((imγβ−1imβ)β−1domα)

−1(imγβ−1(imβdomα))

−1(imγdom(αβ))

=dom((αβ)γ)

(21)

Como a composic¸˜ao de func¸˜oes definidas num mesmo dom´ınio ´e associativa, segue queα(βγ) = (αβ)γ.

Vejamos quais s˜ao os idempotentes deI(X). Sejaα I(X), α2 =αα:α−1(imαdomα)−→α(imαdomα) Ent˜ao,α2 =αse, e somente se,

α−1(imαdomα) = domα e

α(imαdomα) = imα.

O que ocorre se, e somente se, imα domα e domα imα. Portanto, precisamos ter domα=imα.

Al´em do mais, α2(x) = α(x) α−1α2(x) = α−1α(x) α(x) = x para todo xdomα.

Assim, os idempotentes deI(X)s˜ao identidades locaisIdApara subconjuntosAde X.

Observe queIdAIdB = IdA∩B =IdB∩A = IdBIdA. Logo, os idempotentes de I(X)comutam eI(X)´e mon´oide inverso.

Proposic¸˜ao 1.20 SejaSum semigrupo inverso. Ent˜ao, para todoa, bSeeE(S), temos i) (a) =a

ii) e =e

iii) aa, aaE(S) iv) (ab) =ba

v) aea, aeaE(S)

vi) Para todoeE(S)e para todosS, existef E(S)tal quees=sf vii) Para todoeE(S)e para todosS, existef E(S)tal quese=f s Prova:

i) Imediato

(22)

ii) Imediato

iii) (aa)aa = (aaa)a =aa (aa)aa= (aaa)a=aa

iv) (ab)(ba)(ab) =a(bb)(aa)b = (aaa)(bbb) =ab

(ba)(ab)(ba) =b(aa)(bb)a = (bbb)(aaa) =ba v) (aea)(aea) = ae(aa)ea =a(aa)eea =aea

(aea)(aea) = (aaa)eea =aea vi) Tomef =ses

sf =s(ses) = (ss)es =e(sss) = es vii) Tomef =ses

f s= (ses)s=se(ss) = (sss)e=se

2

Corol´ario 1.21 Sejamα1, α2, ..., αnelementos de um semigrupo inversoS. Ent˜ao1α2...αn) = αn...α2α1.

Prova: Provaremos por induc¸˜ao nos sub´ındices maiores ou igual a 2 de α. Para n = 2 o resultado ´e v´alido pela proposic¸˜ao anterior.

Suponhamos que o resultado ´e v´alido para o sub´ındicen.

1α2...αnαn+1) = ((α1α2...αnn+1) =

=αn+11α2...αn) =αn+1αn...α2α1

2

Proposic¸˜ao 1.22 SejamSum semigrupo inverso,T um semigrupo eϕ:S T um homomor- fismo. Ent˜ao,ϕ(S) ´e semigrupo inverso.

Prova: Para mostrar esta proposic¸˜ao, primeiramente mostraremos queϕ(S) ´e um semigrupo regular. Depois provaremos que os idempotentes comutam. Assim, podemos utilizar o teorema

??para concluir a prova.

(23)

• Sejaϕ(s)ϕ(S), ent˜ao

ϕ(s) = ϕ(sss) =ϕ(s)ϕ(s)ϕ(s) ϕ(s) = ϕ(sss) =ϕ(s)ϕ(s)ϕ(s).

Portanto,ϕ(s) =ϕ(s).

• Sejamϕ(s), ϕ(t)E(ϕ(S)). Ent˜ao, pelo lema anterior, podemos suporsetidempoten- tes, e

ϕ(s)ϕ(t) = ϕ(st) =ϕ(ts) =ϕ(t)ϕ(s).

Assim, os idempotentes de ϕ(S) comutam e, pelo teorema ??, ϕ(S) ´e um semigrupo inverso.

2

Lema 1.23 SejamSeT semigrupos inversos eϕ:S T um homomorfismo. Ent˜ao, idempo- tentes deϕ(S)s˜ao imagens de idempotentes deS.

Prova:SejaeE(ϕ(S)), ent˜aoϕ−1({e})´e subsemigrupo inverso deS.

De fato, sejama, bϕ−1({e}), ent˜aoϕ(ab) =ϕ(a)ϕ(b) = e2 =e.

Seja a ϕ−1({e}), ent˜ao a ϕ−1({e}). Com efeito, e = ϕ(a) = ϕ(aaa) = ϕ(a)ϕ(a)ϕ(a) = eϕ(a)eeϕ(a) = ϕ(aaa) = ϕ(a)eϕ(a). Da unicidade do inverso em T, tem-seϕ(a) = e =e.

Ent˜ao,aa, aaϕ−1({e}), comaa, aaidempotentes. Portanto,ϕ(aa) = ϕ(aa) =

e. 2

Lema 1.24 SejaSum semigrupo inverso. Ent˜aoaS =aaSpara todoa Seaa ´e o ´unico idempotente gerador deaS.

Prova:SejaaS, ent˜aoaS =aaaS aaSaS, o que implicaaS =aaS.

Sejaeidempotente tal queaS =eS, ent˜aoaaS =aS =eS, o que implicaaa eS.

Ent˜ao,aa =es1 para algums1 S. Al´em do mais, temoseaaS, o que implicae=aas2 para algums2 S.

Portanto,aa =es1 =e(es1) =e(aa) = (aa)e = (aa)(aas2) = (aa)s2 =e. 2

(24)

Obs. 1.25 Um resultado an´alogo vale paraSa=Saapara todoaS comaagerador.

Lema 1.26 See, f s˜ao idempotentes de um semigrupo inversoS ent˜aoeSf S =ef S.

Prova:Comoe, fcomutam, temosef SeSf S, pois seaest´a emef S, ent˜aoa=ef rpara algumr emS,a =e(f r) eS, a = ef r = f(er) f S . Reciprocamente, sea eS f S, ent˜ao existemresemStais quea =er =f s. Segue quea =ea, poisea =e2r =er =ae,

portanto,a=ea=ef sef S. 2

Teorema 1.27 (de Representac¸˜ao de Wagner-Preston) SejaS um semigrupo inverso. Ent˜ao, existe um conjuntoX e um homomorfismo injetivoρ:S I(X).

Prova: ConsidereX =S enquanto conjunto e, para cadaa Sdefinaρa :aaS aaS por ρa(x) = ax. Note que, a func¸˜aoρa est´a bem definida, pois paras S, ρa(aas) = aaas aaS.

Al´em do mais,ρa ´e uma bijec¸˜ao, cuja inversaρ−1a ´eρa. De fato, ρaρa(aas) =ρa(aaas) =ρa(as) = aas e

ρaρa(aas) = ρa(aaas) = ρa(as) = aas.

Agora, definaρ :S I(X)porρ(a) =ρa. Ent˜ao,ρ ´e homomorfismo. Com efeito, sejama, bS, ent˜ao

dom(ρaρb) =ρ−1b (aaSbbS)

b(bbaaS) =bbbaaS

=baaS = (baa)(baa)S

=baaaabS =baabS = (ab)abS

=domρab

al´em do mais,ρaρb(x) = ρa(bx) =abx=ρab(x).

Tamb´em temos queρ´e injetora: suponhaρa =ρb. domρa=domρb aaS =bbS o que implica, pela unicidade do gerador, queaa=bb.

Referências

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