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a) Mostre que toda solu¸c˜ao dex0(t) =g(t) ´e da forma ϕ(t) =c+ ln t−1 t+ 1 , ondec∈R

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Academic year: 2022

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(1)

PROF: PEDRO T. P. LOPES WWW.IME.USP.BR/∼PPLOPES/EDO2

Os exerc´ıcios a seguir foram selecionados dos livros dos autores Claus Doering-Artur Lopes e Jorge Sotomayor.

(S.X.Y) indica exerc´ıcio Y do cap´ıtulo X do livro do Sotomayor. (D.L.X.Y) indica exerc´ıcio Y do cap´ıtulo X do livro dos autores Claus Doering e Artur Lopes.

Exerc´ıcio 1 (S.1.1) Sejag(t) =t22−1,|t| 6= 1.

a) Mostre que toda solu¸c˜ao dex0(t) =g(t) ´e da forma ϕ(t) =c+ ln

t−1 t+ 1 ,

ondec∈R. Resolu¸c˜ao:

De fato, basta integrart7→g(t) e obtemos x(t)−x(t0) =

ˆ t t0

x0(s)ds= ˆ t

t0

g(s)ds= ˆ t

t0

1

s−1− 1 s+ 1

ds= ln

s−1 s+ 1

t

t0

= ln

t−1 t+ 1

−ln

t0−1 t0+ 1 .

Logo

x(t) =

x(t0)−ln

t0−1 t0+ 1

+ ln

t−1 t+ 1

=c+ ln

t−1 t+ 1 ,

em quec:=

x(t0)−ln

t0−1 t0+1

.

b) Fa¸ca um esbo¸co destas solu¸c˜oes em Ω ={t∈R;|t| 6= 1} ×R. (Sugest˜ao: Note queg(t) =t−11t+11 ).

Exerc´ıcio 2 (S.1.2)

Sejaf(x) = x22−1. Mostre que toda solu¸c˜ao dex0=f(x) diferente das solu¸c˜oesϕ+≡1 eϕ≡ −1 ´e da forma:

ϕ(t) = 1 +cet 1−cet, c6= 0.

Qual ´e o intervalo m´aximo Ic de defini¸c˜ao destas solu¸c˜oes? Fa¸ca um esbo¸co geom´etrico das solu¸c˜oes em Ω =R2 e compare com o exerc´ıcio anterior.

Resolu¸c˜ao:

Usando o m´etodo aprendido em sala de aula, temosx(t) =F−1(t−t0), em que F(w) =

ˆ w x0

1 f(ξ)dξ =

ˆ w x0

2 ξ2−1dξ=

ˆ w x0

1

ξ−1 − 1 ξ+ 1

dξ= ln

w−1 w+ 1

−ln

x0−1 x0+ 1 .

AssimF(x(t)) =t−t0. Logo para algum ˜cecpertencentes aR, temos ln

x(t)−1 x(t) + 1

−ln

x0−1 x0+ 1

=t−t0 =⇒ ln

x(t)−1 x(t) + 1

=t+ ˜c =⇒ x(t)−1

x(t) + 1=cet. Assim

x(t)−1 =cet(x(t) + 1) =⇒ x(t) 1−cet

= 1 +cet =⇒ x(t) =1 +cet 1−cet.

Logo uma solu¸c˜ao est´a definida para todo t, se c < 0. Se c > 0, a solu¸c˜ao est´a definida para todo t tal que 16=cet, ou seja,et6= 1c =⇒ t6= ln1c, ou seja, o intervalo m´aximo ´e ]− ∞,ln1c[ ou ] ln1c,∞[, dependendo do ponto do valor inicial.

(2)

Exerc´ıcio 3 (S.1.5) Sejaf :R→R.

a) As equa¸c˜oes da forma

x0 =fx t

, t6= 0

s˜ao chamadas homogˆeneas. Prove que a mudan¸ca de vari´aveisx=yttransforma equa¸c˜oes homogˆeneas em equa¸c˜oes com vari´aveis separ´aveis.

Resolu¸c˜ao:

Sex=yt, ent˜aox0(t) =ty0(t) +y(t). Assim temos x0=fx

t

⇐⇒ ty0(t) +y(t) =f(y) ⇐⇒ y0(t) =1

t (f(y(t))−y(t)) b) Resolva a equa¸c˜ao

x0 =x+t

t , x(1) = 0.

Resolu¸c˜ao:

Vemos que

x0(t) =x(t) t + 1, logox0(t) =f xt

, em quef(w) =w+ 1. Sex=ty, ent˜ao 0 =x(1) =y(1) e y0(t) =1

t (f(y(t))−y(t)) = 1

t (y(t) + 1−y(t)) = 1 t. Assim

y(t) =y(1) + lnt= lnt.

Conclu´ımos quex(t) =tln(t).

Exerc´ıcio 4 (S.1.6)

Encontre os valores deαeβ para os quais

x0 =αtα+βxβ

se transforma numa equa¸c˜ao homogˆenea por meio de uma mudan¸ca de vari´aveis da formax=ym. Resolu¸c˜ao:

Sex=ym, ent˜aox0(t) =mym−1(t)y0(t). Logo

mym−1(t)y0(t) =αtα+βyβm, ou seja,

y0(t) = 1 m

αtαy1−m+βy(β−1)m+1

= 1 m

αtα+1−my t

1−m

+βt(β−1)m+1y t

(β−1)m+1 .

Logo para que m1 αtαy1−m+βy(β−1)m+1

possa ser escrita comof(yt), devemos ter um dos trˆes casos:

1)α=β= 0.

2)β = 0 eα=m−1.

3)β = 1 +m1 eα= 0.

4)β = 1 +m1 eα=m−1 Exerc´ıcio 5 (S.1.8)

Mostre que a mudan¸ca de vari´aveisx1−n=y transforma a equa¸c˜ao de Bernoulli dx

dt =a(t)x+c(t)xn numa equa¸c˜ao linear.

Resolu¸c˜ao:

Sey=x1−n, ent˜aoy0(t) = (1−n)x−n(t)x0(t). Logox0(t) = (1−n)−1xn(t)y0(t). Logo a equa¸c˜ao acima equivale a

(1−n)−1xn(t)y0(t) =a(t)x+c(t)xn =⇒

y0(t) = (1−n)a(t)x1−n+ (1−n)c(t) =⇒ y0(t) = (1−n)a(t)y(t) + (1−n)c(t).

Exerc´ıcio 6 (S.1.9)

(3)

A equa¸c˜ao do tipo

x0(t) =r(t)x2+a(t)x+b(t) (∗)

chama-se equa¸c˜ao de Riccati. Suponha que os coeficientes da equa¸c˜ao (∗) s˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas det. Mostre que seϕ1´e uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (∗), ent˜aoϕ=ϕ12´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (∗) se, e somente se,ϕ2´e uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de Bernoulli (veja exerc´ıcio anterior)

y0= (a(t) + 2r(t)ϕ1(t))y+r(t)y2. Ache as solu¸c˜oes de

x0 =x

t +t3x2−t5 sabendo que esta equa¸c˜ao admiteϕ1(t) =tcomo solu¸c˜ao.

Resolu¸c˜ao:

De fato, seϕ12´e solu¸c˜ao, ent˜ao temos

ϕ01(t) +ϕ02(t) =r(t)ϕ1(t)2+ 2r(t)ϕ1(t)ϕ2(t) +r(t)ϕ2(t)2+a(t)ϕ1(t) +a(t)ϕ2(t) +b(t).

Comoϕ1´e solu¸c˜ao, conclu´ımos que

ϕ02(t) = 2r(t)ϕ1(t)ϕ2(t) +r(t)ϕ2(t)2+a(t)ϕ2(t).

No caso em quex0=xt+t3x2−t52 deve satisfazer y0=

1 t + 2t3t

y+t3y2= 1

t + 2t4

y+t3y2. Sey=z−1, ent˜ao

z0(t) =− 1

t + 2t4

z(t)−t3.

Logo

x(t) =t+

x0− ˆ t

t0

s3exp

− ˆ s

s0

1 τ + 2τ4

ds

−1 exp

ˆ t t0

1 τ + 2τ4

Exerc´ıcio 7 (S.1.11)

Em cada um dos seguintes exemplos, encontre ou demonstre que n˜ao existe uma constante de Lipschitz nos dom´ınios indicados:

a)f(t, x) =t|x|,|t| ≤a,x∈Rn. b)f(t, x) =x13,|x| ≤1.

c)f(t, x) =x1, 1≤x≤ ∞.

d)f(t, x) = x21x2, t+x3, x23

,|x| ≤b,|t| ≤a.

Resolu¸c˜ao:

a) ´E Lipschitz.

De fato,

|f(t, x)−f(t, y)|=|t|x| −t|y||=|t| ||x| − |y|| ≤ |t| |x−y| ≤a|x−y|. Note que usei|x|=|y+ (x−y)| ≤ |y|+|x−y|e|y| ≤ |x|+|x−y|. Logo||x| − |y|| ≤ |x−y|.

b) N˜ao ´e Lipschitz.

Isto foi visto em sala de aula. Se fosse Lipschitz, existiria uma constanteC >0 tal que sup

x6=y

|f(t, x)−f(t, y)|

|x−y| ≤C.

Por´em

|f(t, x)−f(t,0)|

|x| = |x|13

|x| =|x|23 x→0−→ ∞.

Um absurdo. Logof n˜ao ´e Lipschitz.

c) ´E Lipschitz.

De fato, temos

|f(t, x)−f(t, y)|= 1 x−1

y

=

ˆ y x

1 s2ds

ˆ y x

1ds

≤ |y−x|,

em que usamos 12 ≤1, poisf s´o est´a definido parax≥1.

(4)

De fato, a fun¸c˜ao ´eC. Logo

|f(t, x)−f(t, y)| ≤

max

|x|≤b,|t|≤a|Dxf(t, x)|

|x−y|.

O n´umero max|x|≤b,|t|≤a|Dxf(t, x)|

´

e finito, pois ´e o m´aximo de uma fun¸c˜ao cont´ınua sobre um compacto.

Exerc´ıcio 8 (S.1.12)

Sejaf :R2→Rdefinida porf(x, y) =p

|y|. Considere a equa¸c˜ao diferencial dydt =f(x, y) com a condi¸c˜ao inicial y(0) = 0.

(i) Dˆe uma solu¸c˜ao desta equa¸c˜ao.

(ii) Ela ´e ´unica?

(iii) Caso a resposta de (ii) seja negativa, contradiz o Teorema de Picard? Justifique.

Sugest˜ao: Use o m´etodo de vari´aveis separ´aveis para encontrar a seguinte solu¸c˜ao:

y(t) :=

( x2 4, x≥0

x42, x≤0 . Resolu¸c˜ao:

(i) Uma poss´ıvel solu¸c˜ao ´e dada pory(t) = 0 para todot∈R, poisy0(t) = 0 =√ 0 =p

|y(t)|.

(ii) N˜ao, usando o m´etodo de vari´aveis separ´aveis (a princ´ıpio ele s´o vale quandof(x, y)6= 0, no entanto ele est´a sendo usando aqui numa tentativa de obter uma solu¸c˜ao) temos parax >0

F(x) = ˆ x

0

1

p|ξ|dξ= 2√

x =⇒ x= 1

4F(x)2 =⇒ F−1(y) =1 4y2.

Logo, obtemos parat≥0,y(t) =F−1(t) =t42. Fazendo o mesmo parat≤0, obtemosy(t) =−t42. Como vimos, este m´etodo s´o foi demonstrado a validade para f(x, y) 6= 0. No entanto, podemos mostrar explicitamente que a solu¸c˜ao obtida acima de fato resolve a equa¸c˜ao. Embora n˜ao seja a ´unica que o fa¸ca.

(iii) N˜ao, pois y 7→ p

|y| n˜ao ´e localmente Lipschitiziana. Se fosse, existiria uma constante C > 0 tal que se

|x| ≤1,|y| ≤1,x6=y, ent˜ao

p|x| −p

|y|

x−y

≤C.

No entanto,

x→∞lim

p|x| −p

|0|

x−0

= lim

x→∞

1 p|x|

=∞.

Exerc´ıcio 9 (S.1.14)

Sejaf :R×Rn→Rn de classeC1e suponhamos queϕ:R→Rn ´e a solu¸c˜ao de x0=f(t, x), x(t0) =x0. (∗)

E poss´ıvel que exista´ t16=t0tal queϕ(t0) =ϕ(t1), por´emϕ0(t0) eϕ0(t1) s˜ao linearmente independentes?

Sugest˜ao: Note que dtd (tsen(t)) = tcos(t) +sen(t) e dtd t2sen(t)

= t2cos(t) + 2tsen(t). Seja ϕ : R → R2 a solu¸c˜ao de (∗) comf :R×R2→R2 dada por

f(t,(x, y)) = tcos(t) +sen(t), t2cos(t) + 2tsen(t) e condi¸c˜oes iniciais (x(0), y(0)) = (0,0). Calcule ent˜aoϕ(π),ϕ(2π),ϕ0(π) eϕ0(2π).

Resolu¸c˜ao:

Sim.

No caso da sugest˜ao temos queϕ(t) = tsen(t), t2sen(t)

´

e solu¸c˜ao deϕ0(t) =f(t, ϕ(t)). Al´em disso, ϕ(π) = (0,0).

ϕ(2π) = (0,0).

ϕ0(π) = −π,−π2 . ϕ0(2π) = 2π,4π2

. Como −π,−π2

e 2π,4π2

s˜ao L.I. conclu´ımos que sim, ´e poss´ıvel.

Exerc´ıcio 10 (S.1.15)

(5)

Seja f : R×Rn → Rn cont´ınua e Lipschitziana com respeito a segunda vari´avel (Existe K > 0 tal que kf(t, x)−f(t, y)k ≤ Kkx−yk, para todo (t, x) e (t, y) ∈ R×Rn). Prove que dado (t0, x0) ∈ R×Rn existe uma ´unica solu¸c˜ao de

x0(t) =f(t, x), x(t0) =x0, definida em todoR.

Resolu¸c˜ao:

Vamos esbo¸car duas formas de resolver este exerc´ıcio:

1) Refa¸co o Teorema de Picard Lindel¨of.

Mostro que para todo intervalo compactoI que cont´emt0 a aplica¸c˜aoF :C(I,Rn)→C(I,Rn) dada por F(x)(t) =x0+

ˆ t t0

f(s, x(s))ds

´

e tal que Fn ´e uma contra¸c˜ao paran grande. Logo existe um ´unico ponto fixo. Assim a solu¸c˜ao existe em cada intervalo compacto que cont´emt0. Mostro que as solu¸c˜oes coincidem nas intersec¸c˜oes dos intervalos. Por fim, mostro que podemos definir uma solu¸c˜ao em todoRdizendo que a restri¸c˜ao em cada intervalo compacto que cont´emt0 ´e dado pelas solu¸c˜oes obtidas acima pelo teorema do ponto fixo.

2) Mostro que se o intervalo maximal for da forma ]α, β[ comβ <∞(paraα >−∞, o argumento ´e o mesmo), ent˜aox(t) converge quandotvai paraβ. Logo podemos estender a solu¸c˜ao paratmaiores do queβ.

Exerc´ıcio 11 (S.1.16)

Sejaf :Rn→Rn de classeC1e suponhamos queϕ:R→Rn ´e solu¸c˜ao de x0=f(x), x(t0) =x0.

a) ´E poss´ıvel que existat16=t0 tal queϕ(t0) =ϕ(t1), masϕ0(t0)6=ϕ0(t1)?

Resolu¸c˜ao:

N˜ao. Pois seϕ(t0) =ϕ(t1), isto implica queϕ0(t0) =f(ϕ(t0)) =f(ϕ(t1)) =ϕ0(t1).

b) Compare (a) com o exerc´ıcio 9.

Resolu¸c˜ao:

No exerc´ıcio 9 temos um sistema n˜ao autˆonomo e neste exerc´ıcio um sistema autˆonomo. Conclu´ımos que o efeito descrito neste exerc´ıcio s´o pode ocorrer em sistemas n˜ao autˆonomos.

Exerc´ıcio 12 (S.1.28)

Sejaf :R×Rn →Rn uma fun¸c˜ao cont´ınua tal que f(t, x) =f(t+ 1, x) e f|[0,1]×

Rn ´e Lipschitziana. Prove que toda solu¸c˜aoϕ(t, t0, x0) (da equa¸c˜ao x0(t) =f(t, x(t)),x(t0) =x0) est´a definida para todo t ∈R eϕ(t, t0, x0) = ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0).

Resolu¸c˜ao:

Def(t, x) =f(t+ 1, x) ´e simples concluir quef(t, x) =f(t+n, x), para todon∈Z. (Podemos usar indu¸c˜ao) SejaK >0 tal que

kf(t, x)−f(t, y)k ≤Kkx−yk, ∀t∈[0,1]. Logo set∈[n, n+ 1], para algumn∈Z, conclu´ımos quet=n+s. Portanto

kf(t, x)−f(t, y)k=kf(n+s, x)−f(n+s, y)k=kf(s, x)−f(s, y)k ≤Kkx−yk.

Desta maneira f ´e uma fun¸c˜ao Lipschitziana. Pelo exerc´ıcio 10, uma solu¸c˜ao desta equa¸c˜ao est´a definida para todoR.

Por fim, observemos que sey:R→Rn ´e uma fun¸c˜ao dada por y(t) =ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0), ent˜ao y(t0) =ϕ(t0+ 1, t0+ 1, x0) =x0

e

d

dty(t) = ∂

∂t(ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0)) = ∂ϕ

∂t(t+ 1, t0+ 1, x0) = f(t+ 1, ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0)) =f(t, ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0)) =f(t, y(t)).

Pela unicidade das solu¸c˜oes de EDO, y(t) =ϕ(t, t0, x0), ou seja,ϕ(t, t0, x0) =ϕ(t+ 1, t0+ 1, x0).

(6)

SejaH :Rn→Rnde classeC1. Sejaf :R×Rn→Rncont´ınua e Lipschitziana tal quef(t, H(x)) =DH(x).f(t, x) para todo (t, x)∈R×Rn. Sef ´e Lipschitziana eϕ(t, t0, x0) denota a solu¸c˜ao dex0=f(t, x) que passa por (t0, x0), prove que

ϕ(t, t0, H(x0)) =H(ϕ(t, t0, x0)). Resolu¸c˜ao:

Lembremos que por defini¸c˜ao, a fun¸c˜aox:R→Rn dada porx(t) =ϕ(t, t0, x0) satisfaz x0(t) =f(t, x(t))

x(t0) =x0

.

Agora, basta observar que sey:R→Rn´e a fun¸c˜ao dada pory(t) =H(ϕ(t, t0, x0)), ent˜ao y0(t) = d

dt[H(ϕ(t, t0, x0))] =DH(ϕ(t, t0, x0)) ∂ϕ

∂t

(t, t0, x0) = DH(ϕ(t, t0, x0))f(t, ϕ(t, t0, x0)) =f(t, H(ϕ(t, t0, x0))) =f(t, y(t)).

ey(t0) =H(ϕ(t0, t0, x0)) =H(x0). Logoy(t) =ϕ(t, t0, H(x0)), ou seja, H(ϕ(t, t0, x0)) =ϕ(t, t0, H(x0)).

Exerc´ıcio 14 (S.1.30)

SeX= (X1, X2, ..., Xn) ´e um campo vetorial de classeC1emRneV ´e uma fun¸c˜ao real diferenci´avel emRn tal quePn

i=1

∂V

∂xi(x)Xi(x)≤0 eV(x)≥ |x|2 para todox∈Rn, prove que toda solu¸c˜ao dex0=X(x),x(0) =x0, est´a definida para todot >0.

Resolu¸c˜ao:

Basta observar que sex0(t) =X(x(t)) ex(0) =x0, ent˜ao d

dt(V(x(t))) =dV(x(t)).x0(t) =

n

X

i=1

∂V

∂xi

(x)x0i(x) =

n

X

i=1

∂V

∂xi

(x)Xi(x)≤0.

Logo t 7→ V(x(t)) ´e uma fun¸c˜ao decrescente. Suponha que o intervalo de defini¸c˜ao da solu¸c˜ao m´axima seja I = ]α, β[, α < 0 e β < ∞. Como kx(t)k ≤ p

V(x(t)), conclu´ımos que t ∈ [0, β[ → kx(t)k ∈ R´e uma fun¸c˜ao limitada, ou seja,x([0, β[) pertence a um compactoKdeRn. Como o campo est´a definido para todoRn eβ <∞, deve existirt tal quex(t)∈Rn\K. Isto ´e um absurdo. Logoβ=∞.

Exerc´ıcio 15 (D.L.4.1)

Sejamf :E→Rnum campo cont´ınuo, em queE⊂Rn´e um aberto,I⊂Rum intervalo comt0∈Iex:I→Rn um caminho cont´ınuo e deriv´avel tal que x(t)∈ E para todo t ∈ I. Mostre que x´e solu¸c˜ao de x0 = f(x), com x(t0) =x0, se, e somente se, para qualquer t∈Ivale

x(t) =x0+ ˆ t

t0

f(x(s))ds.

Resolu¸c˜ao:

( =⇒)

Suponha que x0 =f(x), com x(t0) =x0. Comof exs˜ao cont´ınuas, conclu´ımos quet 7→f(x(t)) ´e integr´avel.

Assim, pelo teorema fundamental do c´alculo:

x(t)−x(t0) = ˆ t

t0

x0(s)ds= ˆ t

t0

f(x(s))ds =⇒ x(t) =x0+ ˆ t

t0

f(x(s))ds.

(⇐=)

Suponha que x seja cont´ınua e x(t) = x0t

t0f(x(s))ds. Sabemos que se g : R → R ´e cont´ınua, ent˜ao

d dt

´t

t0g(s)ds

=g(t). Comos7→f(x(s)) ´e cont´ınua, conclu´ımos que d

dt(x(t)) = d dt

x0+

ˆ t t0

f(x(s))ds

= d dt

ˆ t t0

f(x(s))ds

=f(x(t)).

Al´em disso, temos x(t0) =x0t0

t0 f(x(s))ds=x0. Exerc´ıcio 16 (D.L.4.2)

(7)

Seja f : E → Rn um campo de classeC1, em que E ⊂Rn ´e um aberto. Dado y ∈ E, denotamos porI(y) o intervalo m´aximo da solu¸c˜ao da EDO

x0=f(x) x(0) =y .

Mostre que ses, t∈Rex∈Rs˜ao tais ques,s+t∈I(x), ent˜aot∈I(φ(s, x)).

Resolu¸c˜ao:

Sejaw:I(x)→Rn a solu¸c˜ao m´axima de

w0=f(w)

w(0) =x . Suponha ques∈I(x). Definoz:{y−s: y∈I(x)} → Rn por z(u) =w(u+s). Logoz0 =f(z) e z(0) =w(s) =φ(s, x), ou seja, z ´e uma restri¸c˜ao deu7→φ(u, φ(s, x)).

Observamos queφ(s, x) est´a bem definida, pois s∈I(x). Se s+t ∈I(x), ent˜aow(s+t) est´a bem definida (s+t est´a no dom´ınio de w). Logo z(t) est´a bem definida, ou seja,t pertence ao dom´ınio de z (e deu7→φ(u, φ(s, x))).

Portanto,t∈I(φ(s, x)).

Exerc´ıcio 17 (D.L.4.3)

Sejam f :E →Rn um campo de classeC1, em queE⊂Rn ´e um aberto. Sejaxuma solu¸c˜ao definida em toda reta e tal que limt→∞x(t) =z0, em quez0∈E. Mostre quef(z0) = 0.

Resolu¸c˜ao:

Sabemos quex(t) =x0t

t0f(x(s))ds. Tomando o limite parat→ ∞, obtemos z0= lim

t→∞x(t) = lim

t→∞

x0+

ˆ t t0

f(x(s))ds

=x0+ lim

t→∞

ˆ t t0

f(x(s))ds.

Sabemos tamb´em que limt→∞f(x(t)) =f(z0). Suponha quef(z0)6= 0. Logo sef(x(s)) = (f1(x(s)), ... , fn(x(s))) ef(z0) = (f1(z0), ... , fn(z0)), ent˜aofj(z0)6= 0 para algum j∈ {1,2, ..., n}. Suponha quefj(z0)>0 (o argumento parafj(z0)<0 ´e o mesmo). Assim existe C >0 eR > t0 tal quefj(x(s))≥C >0 paras≥R. Conclu´ımos que

t→∞lim ˆ t

t0

fj(x(s))ds= lim

t→∞

ˆ R t0

fj(x(s))ds+ ˆ t

R

fj(x(s))ds

!

= ˆ R

t0

fj(x(s))ds+ lim

t→∞

ˆ t R

fj(x(s))ds≥ ˆ R

t0

fj(x(s))ds+ lim

t→∞

ˆ t R

Cds=∞.

Portanto,z0n˜ao ´e finito, uma contradi¸c˜ao. Logof(z0) = 0.

Exerc´ıcio 18 (D.L.4.5)

Sejaf :R→Rum campo de classeC1com uma solu¸c˜ao m´axima n˜ao constantex:I→Rdex0=f(x) tal que a imagemx(I) ´e limitada. Mostre que:

a)I=R

b)x´e estritamente mon´otona.

c)x(I) ´e um intervalo aberto limitado ]a, b[.

d)f(a) =f(b) = 0.

Resolu¸c˜ao:

a) Suponha que o intervalo maximal fosse ]α, β[, com β < ∞ (para α >−∞, o argumento ´e an´alogo). Logo, para todo compacto deR, em particular um intervalo fechado limitado que contenhax(I), deveria existirx(t) que n˜ao pertence a este compacto. Isto ´e evidentemente uma contradi¸c˜ao. Logoβ =∞.

b) Sexn˜ao for mon´otona, ent˜ao existe um m´aximo ou m´ınimo local dex:I→R, ou seja, um pontot∈I tal quex0(t) = 0. Conclu´ımos quef(x(t)) =x0(t) = 0. Sejay:I→Rdado pory(t) =x(t) para todot∈I. Logo

y0(t) = 0 =f(x(t)) =f(y(t)) y(t) =x(t) .

Por unicidade das solu¸c˜oes, conclu´ımos que y =x. Logo x´e uma solu¸c˜ao constante. Isto ´e uma contradi¸c˜ao.

Logoxtem que ser mon´otona.

c) Sabemos queI ´e um intervalo. Logo ´e um conjunto conexo deR. Assim x(I) ´e um conjunto conexo de R, poisx´e cont´ınua. Conclu´ımos quex(I) ´e um intervalo. Suponha quex(I) =]a, b] (o caso [a, b[ se trata de maneira semelhante). Logo existet∈Rtal quex(t) =b. Comox´e mon´otona, conclu´ımos que existet∈I,t > t sexfor crescente, out < t, sexfor decrescente, tal quex(t)> b. Logox(t)∈/ x(I), o que ´e uma contradi¸c˜ao. Conclu´ımos quex(I) =]a, b[.

d) Sabemos que o limite limt→±∞x(t) ´e igual aaoub, dependendo de±∞, poisx´e uma fun¸c˜ao mon´otona. Como

(8)

Exerc´ıcio 19 (D.L. 4.7)

Sejax:I→Rn uma solu¸c˜ao m´axima n˜ao constante dex0=f(x). Mostre que se xn˜ao for injetora, ent˜ao:

1) O intervalo m´aximo da solu¸c˜ao ´eR.

2) Existe uma constanteT >0 tal quex(t+T) =x(t) para todot∈R. Uma solu¸c˜ao com as propriedades acima ´e chamada de peri´odica.

Resolu¸c˜ao:

Sabemos que xn˜ao ´e injetora. Logo existemt1 e t2 pertencentes a I tais quex(t1) =x(t2). Seja T =t2−t1. Definoy: [t1, t2+T]→Rn

y(t) =

x(t), t∈[t1, t2] x(t−T), t∈[t2, t2+T] .

Comox(t2−T) =x(t2−(t2−t1)) =x(t1) =x(t2), conclu´ımos, usando um resultado dado em sala de aula, que y tamb´em ´e uma solu¸c˜ao da EDO y0=f(y). Podemos estender esta solu¸c˜ao para todoRda seguinte maneira: Se t∈[t1+nT, t2+ (n+ 1)T],n∈Z, ent˜aot=t1+nT+s, coms∈[t1, t2]. Logo defino

y(t) =y(s).

Usando o resultado dado em sala de aula para cada pontot1+nT (podemos usar indu¸c˜ao), conclu´ımos quey ´e uma solu¸c˜ao da EDO definida em todoR. Por unicidade da solu¸c˜ao m´axima, conclu´ımos quex=y, ou seja,xest´a definido em todoR.

Pela pr´opria constru¸c˜ao dey, conclu´ımos quex(t+T) =x(t) para todot∈R.

O resultado dado em sala de aula a que nos referimos est´a enunciado no exerc´ıcio 10.1, pag. 381, da primeira edi¸c˜ao do livro do Doering e Lopes.

Exerc´ıcio 20 (D.L. 4.9)

Sejaf :Rn→Rnum campo tal quehx, f(x)i= 0, para todox∈R. Mostre que toda solu¸c˜ao m´aximax:I→Rn de x0 =f(x) est´a definida para todo t ∈R. Ou seja, mostre que o intervalo m´aximo de toda solu¸c˜ao m´axima ´e igual aR.

Observa¸c˜ao: hx, yi:=x1y1+x2y2+...+xnyn. Resolu¸c˜ao:

Basta observar que d

dtkx(t)k2= d

dthx(t), x(t)i= dx

dt(t), x(t)

+

x(t),dx dt(t)

= 2 dx

dt(t), x(t)

= 2hf(x(t)), x(t)i= 0.

Logo t 7→ kx(t)k := R ´e uma fun¸c˜ao constante. Suponha o intervalo maximal fosse ]α, β[, com β < ∞ (para α >−∞, o argumento ´e an´alogo). Logo, para todo compacto deRn, em particular uma bola fechada de raio maior do queR, deveria existirx(t) que n˜ao pertence a este compacto. Isto ´e evidentemente uma contradi¸c˜ao, poisx(t) est´a confinado a bola fechada de raioR. Logoβ =∞.

Referências

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