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Relatório Final de Estágio

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS ESPANHOL/EAD

Cláudia Ramos Torrens José Antonio Vázquez Jorge

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina Estágio Supervisionado II (MEN9117) para a obtenção do diploma em Licenciatura em Letras/Espanhol na modalidade à distância, sob a orientação da Profa. Dra. Juliana Cristina Faggion Bergmann.

Itajaí

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2 À divina e poderosa luz de Deus,

que sempre nos fortaleceu para a realização dos nossos ideais, encorajando-nos a enfrentar todos os momentos difíceis com fé. Com muito carinho, dedicamos este trabalho à nossa família pela compreensão, apoio e contribuição para a nossa formação acadêmica.

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3 AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus em primeiro lugar, sem a sua ajuda e a sua luz não teríamos capacidade para estar aqui, por se fazer presente em todos os momentos, por ter nos dotado de saúde, sabedoria e disposição para alcançar mais uma vitória em nossas vidas. Agradecemos também à nossa família por estar ao nosso lado todo esse tempo nos dando força, apoio e confiança durante toda essa fase.

Agradecemos a professora colaboradora do IFC – Campus Araquari, Renilse Paula Batista, a tutora de estágio do Polo de Itajaí Cristiane da Silva Coimbra Lira, a tutora UFSC Raquel Dotta Corrêa e a professora Juliana Cristina Faggion Bergmann que dedicaram seu tempo e compartilharam suas experiências para que nossa formação fosse também um aprendizado de vida. A elas o nosso profundo agradecimento e carinho.

Agradecemos a todos os amigos e colegas por confiarem e acreditarem na nossa capacidade, nos motivando e sempre nos dando forças para não desistir.

Ainda agradecemos aos nossos alunos do estágio pela alegria, carinho e atenção ao nos recepcionar, e no afeto que transmitiram no olhar e com suas inquietudes ao aprender com as atividades, ao cantar e viajar por um mundo cultural diferente conosco em todas as aulas.

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4 “Si te atreves a enseñar, no dejes de

aprender.”

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5 SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 07

2. O CONTEXTO DE ESTÁGIO... 08

2.1 O perfil da escola parceira de estágio... 08

2.2 O perfil da turma... 11

2.3 O perfil do professor colaborador de estágio... 12

2.4 Os documentos oficiais e o projeto político pedagógico da escola... 14

3. O PROFESSOR COMO PESQUISADOR DA PRÁTICA... 21

3.1 Os relatos de observação do professor pesquisador... 21

3.1.1 Relato de observação 1: O aluno... 21

3.1.2 Relato de observação 2: A linguagem na sala de aula... 23

3.1.3 Relato de observação 3: A aprendizagem na sala de aula... 25

3.1.4 Relato de observação 4: A aula ... 27

3.1.5 Relato de observação 5: Habilidades e estratégias de ensino... 30

3.1.6 Relato de observação 6: O gerenciamento da sala de aula... 32

3.1.7 Relato de observação 7: Os materiais e os recursos... 35

4. PROJETO DE INTERVENÇÃO “INTERVIR PARA SOMAR”... 38

4.1 Projeto de intervenção... 38

4.2 Autoavaliação... 42

4.3 Relatos de Observação... 44

4.4 Avaliação do Professor Colaborador de Estágio... 46

4.5 Considerações Finais da equipe sobre o Projeto de Intervenção... 47

5.0 A DOCÊNCIA PLENA... 47

5.1 cronograma de ensino... 47

5.2 planos de aula... 48

5.3 diário autoavaliativo das aulas implementadas... 99

5.3.1 diário reflexivo-crítico do estagiário A... 99

5.3.2 diário reflexivo-crítico do estagiário B... 101

5.4 relato avaliativo-crítico das aulas implementadas pelo colega... 103

5.4.1 relato avaliativo-crítico do estagiário A... 103

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6

6. PÔSTER: VIVÊNCIAS DOCENTES... 106

6.1 apresentação do pôster na escola... 106

6.2 reflexão teórico-crítica sobre as apresentações do pôster... 107

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 108

8. REFERENCIAS... 111

9. ANEXOS... 113

I - Fichas de frequência... 113

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7 1. INTRODUÇÃO

O presente relatório pretende mostrar o caminho que necessitamos percorrer para poder nos formar como educadores. Retratando o trabalho que nos levou a observar a comunidade escolar na qual desenvolvemos nossas aprendizagens sobre o ser professor de língua estrangeira/espanhol assim como naquela na que aplicamos o nosso conhecimento anteriormente adquirido e foi sendo aperfeiçoado no percurso de nosso estágio. Nesse caminho tivemos algumas dificuldades, como mudar de escola e, por conseguinte, mudar de turma. De uma turma do Ensino Fundamental (2º ano) para uma turma do Ensino Médio (3º ano), porém essas dificuldades enriqueceram nosso caminhar. Foi necessário no contexto de estágio estudar os perfis da escola, da turma e do professor. Com tudo isso em mãos, observar o PPP para compreender como se estabelecia a relação aluno-escola-professor em seu dia a dia, dando prioridade ao ensino aprendizagem sócio construtivista nele estabelecido. Quando entramos na etapa de professor como pesquisador da prática observamos o aluno, a linguagem na sala de aula, aprendizagem na sala de aula, a aula, as habilidades e estratégias de ensino, o gerenciamento da sala de aula e os matérias e recursos. Terminada a observação conseguimos ver com mas clareza a comunidade escolar como um todo. Com o estudo de como a instituição aplica o ensino aprendizagem e com as observações que mostra a escola como um mundo real e palpável chega o momento de fazer o projeto de intervenção. Nesse projeto necessitamos montar o nosso primeiro plano de aula, dar nossa aula e depois auto avaliar-nos, e refletir criticamente sobre nós. Com tudo isso chegou à docência plena onde necessitamos montar um cronograma de ensino com seus respectivos planos de aula. Ao aplicar cada aula fomos fazendo nosso diário reflexivo e o diário avaliativo crítico de nosso colega de estágio que aplicadas todas as aulas se tornou um documento único de avaliação sobre nossas atividades como estagiários.

O presente trabalho mostra as observações realizadas durante o período de estágio, apresentando o perfil da escola, da turma e do professor colaborador. Foram consultados os documentos da escola parceira para poder nos orientar metodologicamente dentro da instituição de ensino. Relatamos o que observamos sobre: o aluno; a linguagem na sala de aula; a aprendizagem na sala de aula; a aula; habilidades e estratégias de ensino; o gerenciamento da sala de aula e os materiais e recursos da sala de aula. Montamos um projeto de intervenção, participamos com a turma aplicando o plano de aula aprovado e depois fizemos uma auto avaliação e um relato reflexivo-critico. Na segunda etapa se elaborou um cronograma de ensino e os planos de aula de

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8 cada uma das aulas de estágio. Ao final de cada aula foi elaborado um diário reflexivo crítico e um relato avaliativo crítico.

Nosso objetivo é complementar a nossa formação acadêmica, o conhecimento pedagógico e específico, assim como, descrever o desenvolvimento construído ao longo da disciplina de Estágio Supervisionado II, do Curso de Licenciatura de Letras Espanhol na modalidade à distância, oferecido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

2. O CONTEXTO DO ESTÁGIO

2.1 O perfil da escola parceira de estágio.

A troca de escola foi motivada pela retirada do espanhol como língua estrangeira da escola na qual estava sendo feito o estágio, da Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC. A Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC retiro o ensino da língua espanhola da grade curricular, alegando a falta de professores formados na disciplina, fato que foi comprovado pela falta de professores inscritos tanto para o chamado a concurso como para o chamado realizado também para o Processo Seletivo.

2.1.1 A escola parceira de estágio – observação.

A Escola Municipal Rosalvo Fernandes pertence à Rede Municipal de Ensino de Araquari – SC está localizada na Rua Antônio Miguel Budal, nº. 480, no bairro Areias Pequenas, é uma construção com 12 anos de existência, porém constantemente reformada e ampliada para poder atender as necessidades da comunidade. Hoje a escola possui 09 salas de aulas, 01 sala de professores, 01 secretaria e sala de direção, 01 laboratório de informática, 01 biblioteca, 01 cozinha, 01 depósito de material de limpeza e 01 depósito para a merenda, 02 banheiros, feminino e masculino e 01 pátio coberto, 01 quadra de esportes e 01 parquinho. Possui também um amplo terreno de mais de 2000 metros quadrados. O prédio é bem conservado, tem muita luminosidade nas salas por suas amplas janelas e muito bem arejada. No pátio coberto tem um palco onde são realizadas as apresentações dos alunos. O terreno nos fundos da escola é muito aconchegante, sentimento este que vem das flores e horta comunitária que ali está, fornecendo alimento para os alunos, que, por sua vez, cuidam de tudo isso. A escola conta com gravador e aparelhos de CD portátil em todas as salas, uma TV que pode ser transportada para todas as salas. No laboratório de informática há instalado um Datashow. Cada sala possui ar-condicionado (Split), na biblioteca podem ser encontrados livros na língua materna e estrangeira, disponíveis para uso das professoras e dos alunos. Um acervo para cada sala contendo livros didáticos, livros de contos,

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9 fábulas, revistas, jornais, gibis. Esses recursos são utilizados por todos os professores da escola. A escola segue os padrões ditados pela Secretaria Municipal de Educação que é muito rígida com a qualidade do ensino e aprendizagem, colocando à disposição dos alunos uma segunda professora, que atende os portadores de laudos específicos e a professora de libras. O nível socioeconômico dos alunos é bem diversificado. Na escola estão matriculados alunos oriundos das comunidades de Barrancos, Linguado, Areias Pequenas e Volta Redonda que, em média, tem um nível socioeconômico mais baixo, as famílias vivem da pesca ou trabalham como operários das indústrias que estão se estabelecendo na cidade. Em contrapartida, os alunos oriundos do Centro da cidade, com um nível socioeconômico mais elevado, são filhos de comerciantes ou de funcionários públicos municipais, estaduais e federais.

2.1.2 A escola parceira de estágio – prática.

Razão social: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE – Campus Araquari – CNPJ: 10.635.424.0003-48 Esfera Administrativa: Federal

Endereço: BR 280 km 27, Bairro Colégio Agrícola, Araquari/ SC / CEP 89245-000 Telefone/Fax (47) 3803-7200 ramal 59 - Fax (47) 3803-7201

E-mail de contato: ifc@ifc-araquari.edu.br Site da unidade: www.ifc-araquari.edu.br Código da Escola INEP: 42021707

Denominação do Curso: Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Eixo Tecnológico: Recursos Naturais

Habilitação: Técnico em Agropecuária Modalidade: Presencial

Grau: Ensino Médio Integrado Carga Horária: 4.050 horas

Carga Horária de estágio: 120 horas Carga Horária Total: 4.170 horas Local de Oferta: Campus Araquari Turno: Integral

Número de Vagas: 70 Periocidade: Anual

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10 O egresso é um sujeito com conhecimentos científico-tecnológicos que possibilitam a ele pensar cientifica e reflexivamente o mundo vivido como resultado das ações dos homens. Em vista disso, compreende-se o homem como sujeito histórico “que influencia e é influenciado” pelas relações econômicas, sociais, culturais e políticas que, por consequência, transformam-no e são transformadas pelas relações estabelecidas entre todos.

Em situações novas do mundo vivido, sabe refletir de forma crítica e criativa sobre suas atividades e estabelece relações entre as mudanças ocorridas no mundo que afetam diretamente sua condição de trabalhador e seu exercício de cidadania.

Dessa forma, o egresso do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio sabe organizar eticamente informações para a solução de problemas, tendo como fundamento o desenvolvimento sustentável.

Esse profissional tem condições de agir ativa e criticamente a partir do conhecimento construído, sendo capaz de romper com a tradição da memorização de informações, aprofundando a vivência da formação teórico-prática, vinculada à transformação da sociedade e à construção da cidadania na vida e no mundo do trabalho.

Compreende que sua contribuição para com o lugar em que vive ocorre por meio da participação ética, do comprometimento com as causas sociais e com a preservação ambiental. Tem consciência do poder da organização de classes e da luta em prol da construção de uma sociedade justa e igualitária.

As salas de aula destinadas ao Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio atendem os aspectos referentes à: limpeza, iluminação, acústica, conservação, comodidade, sendo todas climatizadas, compreendem num total de seis e estão localizadas no prédio central:

Sala 01 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas. Sala 02 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas. Sala 03 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas. Sala 04 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas. Sala 13 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas. Sala 14 – 40 carteiras Todas as disciplinas teóricas.

A Biblioteca atende aos usuários do IF Catarinense Campus Araquari, bem como as demais pessoas interessadas em pesquisa na mesma, ininterruptamente das 7h às 21h, de segunda a sexta-feira.

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11 Estruturada em um prédio, com 400m² dividido em vários ambientes: coleção, sala de estudos individual e coletivo, sala com computadores para acesso à internet, atendimento e sala de administração.

Possui acervo de todas as áreas do conhecimento, mas apresenta sua maior coleção nas áreas de agricultura, pecuária e aquicultura.

A biblioteca do Campus Araquari Prof. Liberato Ronchi abriga um acervo formado por livros, folhetos, periódicos, CD-ROM, DVDs e 8 computadores com acesso à internet através de seu site.

2.2. O perfil da turma.

A troca de turma foi motivada pela troca escola. Por sua vez a troca de escola foi motivada pela retirada do espanhol como língua estrangeira da escola na qual estava sendo feito o estágio, da Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC. A Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC retiro o ensino da língua espanhola da grade curricular, alegando a falta de professores formados na disciplina, fato que foi comprovado pela falta de professores inscritos tanto para o chamado a concurso como para o chamado realizado também para o Processo Seletivo.

2.2.1 O perfil da turma – observação.

O grupo de alunos com o qual o estágio de docência foi desenvolvido foi o 2º ano do Ensino Fundamental. A sala de aula compõe-se de 18 alunos, entre 07 e 08 anos, sendo 08 meninos e 10 meninas. A turma é muito participativa e interessada, a interação com a professora é permeada de respeito e interesse pelo que ela transmite e da forma que é repassado o ensinamento, o que leva a uma aprendizagem bem organizada, interessante e bem assimilada pelos alunos. Notamos que o que está planteado no Projeto Político Pedagógico da escola é cumprido, tentando formar cidadãos conscientes de sua responsabilidade para com a comunidade e o futuro. Todos os alunos estão na idade correta para o nível de escolaridade. Com trabalhos pedagógicos de recuperação paralela a Rede Municipal conseguiu diminuir notavelmente a diferença de idade em sala de aula. Hoje só existem casos especiais e identificados com laudo médico. O nível de escolaridade dos pais é muito diverso, alguns com ensino fundamental completo, outros com ensino médio completo e também com ensino superior completo, como também temos casos de pais semialfabetizados que só terminaram a quarta série do ensino fundamental. Alguns pais estão hoje completando seus estudos, mas nesse caso são aqueles que terminaram o ensino superior e hoje estão fazendo pós-graduação ou até mestrado.

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12 2.2.2 O perfil da turma – prática.

O grupo de alunos com o qual o estágio de docência foi desenvolvido foi o 3º ano do Ensino Médio, curso técnico, Técnico em Agropecuária. A turma tem 14 alunos, 13 do sexo feminino e 01 do sexo masculino com idades entre 14 e 16 anos. O grupo é participativo e interessado, a interação que tem com o professor é de respeito pelo que é repassado. Tudo isso permite uma aprendizagem bem organizada, interessante e bem assimilada pelos alunos. A forma de repassar e aceitar o conhecimento enriqueceu o ensino aprendizagem do grupo.

Foi feito um rápido estudo do PPC (Projeto Pedagógico do Curso) do técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Pode ser comprovado pela conversa mantida com os alunos e ritmo nas dependências da escola que o PPC funciona como cartilha entre os docentes e discentes do instituto. A importância é a formação de cidadãos conscientes de sua responsabilidade para com a comunidade e futuras gerações. A maioria dos alunos realizou todo o Ensino médio no instituto e vem de escolas públicas. São raros os casos dos quais os alunos não façam parte de famílias que dependem da agricultura ou pecuária, a maioria deles entra no instituto para complementar e melhorar os conhecimentos que já possuem desde sua infância.

Foi interessante perceber o interesse em aumentar seus conhecimentos extracurriculares. Isso pode ser notado ao intervir com nossa prática de estágio trazendo conhecimentos de outro país, coisa que não estava preestabelecida na grade curricular. 2.3. O perfil do professor colaborador de estágio

A troca de professor foi motivada pela retirada do espanhol como língua estrangeira da escola em que estava sendo realizado o estágio e da grade curricular da Rede Municipal de Ensino. Alegando a falta de professores formados na disciplina e comprovado pela falta de professores inscritos tanto para o chamado a concurso como para o chamado realizado também para o Processo Seletivo.

2.3.1 O perfil do professor colaborador de estágio – observação.

A professora colaboradora do estágio é formada em pedagogia, licenciatura plena em letras-espanhol, especialização em administração, supervisão e orientação escolar. Já visitou o Paraguai, a passeio por uma semana. A professora já está no magistério há 12 anos e declara ser apaixonada pela língua espanhola, confessa que falta tempo para ler mais material em espanhol e até mesmo viajar para poder aprofundar seus conhecimentos com a cultura dos países hispano-falantes. Se sente bem dentro da rede municipal pela forma que se trabalha e pelo incentivo que sempre é dado aos

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13 professores. Há dois anos foi que ela pôde escolher vaga e decidiu ficar nas escolas em que já lecionava, a escola de nosso estágio. Ela expressou se sentir conforme se os alunos até o final do ano fossem capazes de compreender textos em espanhol e conseguissem ampliar seu vocabulário na língua estrangeira. O livro didático é escolhido sempre no começo do ano pelos professores da disciplina e, de comum acordo, escolheram o material que é usado hoje. A professora se guia pelo plano de ensino, apoiada pelo material pedagógico que é reforçado por material de consulta e pesquisa, sem deixar de explicar alguma coisa que sai do tema, mas que é interessante para os alunos. Sem dúvida, o ensino da professora tem uma firme abordagem sócio interacionista, permitindo que os alunos conheçam tudo aquilo que os rodeia ou que os interessa em seu dia-a-dia.

2.3.2 O perfil do professor colaborador de estágio – prática.

A professora colaboradora do estágio é formada em Letras Português – Espanhol. Doutoranda e Mestre em Tradução pela Universidade de Salamanca/Espanha, (diploma revalidado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ) especialista no curso de Planejamento, Implementação e Gestão de EAD. Professora de espanhol em cursos de idiomas e escolas de ensino fundamental, médio e profissionalizante. Já morou em Espanha para sua formação profissional. (Mestrado e Doutorado)

A professora já está no magistério há 13 anos e declara estar satisfeita com o que faz e muito orgulhosa de ser professora de língua espanhola, lê muito para poder estar sempre atualizada. Gosta de viajar para conhecer pessoalmente as manifestações culturais de cada lugar, já conhece diversos países de língua espanhola, Paraguai, Uruguai, Argentina, Espanha e México. Está realizada sendo funcionaria federal pelas boas oportunidades que são proporcionadas aos professores, permitindo que se possa pesquisar e ampliar os conhecimentos sempre. No ano passado por situações pessoais optou por trocar o estado de Rio de Janeiro por Santa Catarina.

Ela expressou que espera que até final de ano os alunos possam entender mais da cultura e das particularidades do idioma, ampliando seu vocabulário na língua estrangeira. Quanto ao livro didático, foi escolhido pelo IFC, à professora pretende trabalhar os temas do LD trazendo artigos e solicitando para fazer pesquisas, utilizar material de apoio; DVD, internet, etc. que permitam realizar debates entre todos na sala. Sem dúvida, o ensino da professora tem uma firme abordagem comunicativa, com uma proposta critica-reflexiva, permitindo que os alunos conheçam tudo aquilo que os rodeia

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14 ou que os interessa em seu dia-a-dia. Trocando ideais e trazendo informações para o grande grupo, a sala, que como um todo poderá influenciar a toda comunidade escolar. 2.4. Os documentos oficiais e o Projeto Político Pedagógico da Escola, conforme pode ser visto no sumário disponível em nosso ambiente.

A troca de escola foi motivada pela retirada do espanhol como língua estrangeira da escola na qual estava sendo feito o estágio, da Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC. A Rede Municipal de Ensino de Araquari/SC retiro o ensino da língua espanhola da grade curricular, alegando a falta de professores formados na disciplina, fato que foi comprovado pela falta de professores inscritos tanto para o chamado a concurso como para o chamado realizado também para o Processo Seletivo.

2.4.1 Os documentos oficiais e o Projeto Político Pedagógico da Escola – observação.

O nosso estagio está sendo realizado na Escola Municipal Rosalvo Fernandes localizada na Rua Antônio Miguel Budal, nº. 480, no bairro Areias Pequenas, Município de Araquari, foi criada pela Lei nº. 983/90 de 22 de novembro de 1990, recebendo esta denominação em homenagem a um morador da própria comunidade de Areias pequenas, advindo de uma das primeiras famílias da mesma. Consultando o Projeto Político Pedagógico (PPP) e conversando com a Diretora pudemos saber alguma coisa sobre a história desta escola. Sua primeira construção foi em um terreno cedido por uma das famílias locais e continha apenas 01 sala de aula, uma pequena cozinha e um banheiro, atendia 25 alunos com uma estrutura de escola multisseriada. Em 19 de abril de 2002, a escola ganhou sede própria, com 05 salas, 01 secretaria, 01 cozinha, um depósito de material de limpeza e um depósito para a merenda, banheiros feminino e masculino e um pátio coberto. Atualmente a escola atende alunos oriundos das comunidades de Barrancos, Linguado, Areias Pequenas, Volta Redonda e Centro. Os alunos dessas localidades utilizam o transporte escolar oferecido pela prefeitura do município.

A Escola Municipal Rosalvo Fernandes atende aos alunos das comunidades acima relacionados, mesmo estando fora da zona de abrangência, levando em consideração a segurança dos mesmos, haja vista, residirem às margens da BR 280, além do que em algumas dessas comunidades não existem escolas de anos/séries iniciais. Total de alunos atendidos na atualidade, 328 alunos da pré-escola ao 5º ano. Ao analisar o PPP, conseguimos visualizar que a Escola Municipal Rosalvo Fernandes entende o educando como um ser inacabado e único. Curioso em relação a si próprio e

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15 ao mundo em que vive. Nesse sentido a função da educação na Escola municipal Rosalvo Fernandes, vai além da transmissão de conhecimentos científicos e técnicos. Sua principal finalidade é preparar o ser humano para viver harmoniosamente na sociedade que o educa. O ser humano é o “sujeito” transformador de sua realidade e da realidade que o cerca. É um ser impar em sua fragilidade e em suas capacidades. Dentre as capacidades humanas, a que mais se destaca é capacidade de aprender e de compreender. E é na sua interação com o meio em que vive que o ser humano desenvolve suas capacidades. Cabe à escola possibilitar o desenvolvimento de suas habilidades, criando espaços e oportunidades para que o aluno se desenvolva. A escola atua como estrutura social organizada com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o resultado de suas ações.

A Escola Municipal Rosalvo Fernandes e sua equipe docente preocupam-se em mostrar os caminhos para uma sociedade mais solidária, justa e humana propondo ações sociais conscientizadoras e integradoras da família e da sociedade como um todo. A convivência escolar é diferente da convivência familiar. A partir da convivência familiar prepara-se a criança para uma boa convivência escolar. A escola cria regras e normas objetivando o bem estar de alunos, professores e demais funcionários, fazendo dinâmico o processo de educação. A escola possui uma clientela diversificada em idade, grupo social, credos, raças, origem, etc. No entanto, todos devem seguir as regras instituídas, adequando o grau de exigências, principalmente de acordo com a faixa etária. Na verdade, o processo educacional visa a sensibilizar a todos para que prevaleçam os interesses coletivos. Assim, sendo um espaço público a escola não é substituta da família, mas sim sua parceira para aprimorar as regras de conduta que melhoram o convívio social do indivíduo. Além disso, a escola não é somente um espaço de convivência, seu objetivo é o processo de aprendizagem.

A proposta educacional da Escola Municipal Rosalvo Fernandes baseia-se na concepção sócio interacionista de aprendizagem, também conhecida como sócio histórica ou histórico-cultural na qual o professor é mediador da construção do conhecimento, e a criança o sujeito do conhecimento em sua interação social. O professor tem a responsabilidade de apropriar-se dos conhecimentos historicamente acumulados para poder mediar no processo de aprendizagem de seus alunos. As concepções de linguagem no ensino de aprendizagem da Língua Estrangeira (LE) correspondem à práticas pedagógicas diárias no ambiente escolar que são acompanhadas pelos professores de LE.

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16 O Projeto Político Pedagógico da escola aborda a extrema importância do ensino da Língua Espanhola no contexto da rede de ensino municipal, destacando que a linguagem faz o homem se manifestar e mostrar sua soberania, tornando-se ao mesmo tempo sujeito individual e social, caracterizando o mundo e culturas que o rodeiam. A relação interpessoal e, o contexto com as diferentes situações de comunicação fizeram com que o aluno se tornasse sujeito ativo e não um reprodutor de modelos. Outra consideração importante acerca do ensino e aprendizagem de LE abordada no PPP refere-se à proposta curricular de Santa Catarina, na qual o ensino da Língua Espanhola na escola tem como objetivos: “Proporcionar condições necessárias para que os alunos possam se comunicar por noções básicas do idioma alvo; desenvolver junto aos alunos o contexto sistemático da língua falada e escrita; trabalhar junto aos alunos os contextos institucionais da cultura de países hispânicos para que cada aluno possa ser um sujeito comunicativo e ativo em distintas práticas sociais”.

Para que o PPP alcance seus objetivos com excelência torna-se necessário o comprometimento de todos os envolvidos: pais, educandos, educadores, sociedade, cada um no seu papel, que é fundamental. A função social dos professores é não só proporcionar uma formação que supra as necessidades educativas fundamentais como escrita, leitura, expressão oral, resolução de problemas, mas também participar plenamente no desenvolvimento tornando-os sujeitos do mundo, críticos capazes de tomar decisões diante de desafios em prol de si mesmo e da coletividade. À escola cabe não só ministrar o ensino e a aprendizagem de acordo com a legislação, mas deve ter um olhar constante na inserção e desenvolvimento do aluno enquanto cidadão do mundo, deve também promover nesse contexto a integração de pais, educadores, familiares, com direitos, deveres, e a valorização da cultura, garantindo os valores éticos e sociais. Por ser uma etapa de introdução à LE, a avaliação é realizada como um todo, em todas as atividades que são realizadas, atividades estas que envolvem desde o interesse do aluno até o aprendizado dele. Aprendizado este que tenta alcançar algo mais que o conhecimento de uma língua estrangeira, tendo também ao seu alcance toda uma cultura que vai sendo ligada ao seu contexto diário no aprendizado das outras disciplinas.

Podemos definir que para a LE (espanhol) com crianças de 06 a 11 anos (1º ao 5º ano) que tem aula uma vez por semana (45 minutos) a integração com a disciplina é realizada de forma totalmente pedagógica porque tendo uma metodologia, sociointeracionista ou sociocultural, que é aplicada no município em todas as

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17 disciplinas, se coloca ao aluno aprendendo a língua espanhola dentro de seu contexto, fazendo com que ele aplique a língua nas coisas de seu dia-a-dia. Criam-se situações e trabalhos que estão dentro de sua cultura, incentivando que eles reflitam como é utilizada a língua espanhola dentro de seu momento diário. Tudo isso é proporcionado com trabalhos sobre sua comunidade, produtos de uso diário, etc., utilizando para isso livros didáticos, livros de contos, revistas, jornais, gibis, músicas, pesquisas em internet, peças de representação teatral, canto e apresentações dessas canções, além de intercâmbios com professores de outras disciplinas para complementar os trabalhos em grupo.

Planejamento da Rede Municipal para o ensino da língua espanhola 2013 – 2014.

2.4.2 Os documentos oficiais e o Projeto Político Pedagógico da Escola – prática.

O Instituto Federal Catarinense (IFC) resultou da integração das antigas Escolas Agrotécnicas Federais de Concórdia, Rio do Sul e Sombrio, juntamente com os Colégios Agrícolas de Araquari e de Camboriú, até então vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina, a esse conjunto de Instituições somou-se aos campus recém criados em Blumenau, Friburgo, Ibirama, Luzerna, São Francisco do Sul, Abelardo Luz, Videira, e campus avançados em Brusque e São Bento do Sul. O IFC oferta cursos em sintonia com a consolidação e o fortalecimento dos arranjos produtivos locais, estimulando a pesquisa aplicada, produção cultural, empreendedorismo e cooperativismo, apoiando processors educativos que levem à geração de trabalho e renda, especialmente a partir de processos de autogestão.

Para que os objetivos estabelecidos pela Lei nº 11.892/2008 sejam alcançados, faz-se necessária a elaboração de documentos que norteiem todas as funções e atividades no exercício da docência, os quais devem ser construídos em sintonia e/ou articulação com Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Pedagógico

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18 Institucional (PPI), com as Políticas Públicas de Educação e com as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Nessa perspectiva, o presente documento tem o objetivo de apresentar o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) do técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, com o intuito de expressar os principais parâmetros para a ação educativa, fundamentando, juntamente com o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), a gestão acadêmica, pedagógica e administrativa do curso. Vale ressaltar que devido à importância do PPC, o mesmo deverá estar em permanente construção, atualização e avaliação.

O presente projeto pedagógico de curso é baseado nos seguintes documentos: nas Orientações didático-pedagógicas norteadoras para os cursos de educação profissional técnica de nível médio do instituto federal de educação, ciência e tecnologia catarinense; Plano de desenvolvimento institucional (PDI); Catálogo nacional dos cursos técnicos do ministério da educação; LDB – Lei 9394/96; Lei nº 10.098/00; Resolução MEC nº 02, de 30 de janeiro de 2012, que define as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio; Resolução MEC nº 06, de 20 de setembro de 2012, que define as diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional técnica de nível médio; Artigo 5º da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2009 e demais legislações vigentes.

O município de Araquari (que na língua tupi-guarani significa “Rio de Refúgio dos Pássaros”) está localizado na microrregião de base açoriana do norte do Estado de Santa Catarina, área da Baia da Babitonga, na planície formada pelos rios Parati e Itapocú. Sua área geográfica é de 377, km², tendo como limites: ao norte, Joinville; ao leste, São Francisco do Sul e Balneário Barra do Sul; ao sul, São João do Itaperiú e Barra Velha; ao Oeste, Guaramirim. A sede do município está aproximadamente a 10 quilômetros da BR 101, nas margens da rodovia BR 280, que liga o município ao porto de São Francisco do Sul.

A região apresenta uma grande diversidade nos empreendimentos, destacando-se as indústrias químicas, metal-metalúrgicas, transportes, serviços terceiros, vestuários e atividades agropecuárias.

Agropecuária reúne os substantivos agricultura e pecuária. É, portanto a área do setor primário responsável pela produção de bens de consumo, mediante o cultivo de plantas e da criação de animais como gado, suínos, aves, entre outros. A agropecuária é praticada em geral por pequenos produtores que utilizam práticas tradicionais, onde o

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19 conhecimento das técnicas é repassado através de gerações. No município de Araquari, bem como a região norte catarinense, destaca-se como produtores de pescado, arroz, banana, maracujá, hortaliças em geral, e pecuária de corte e leite.

Além de estar numa região favorável para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, o aumento da população mundial gera uma demanda constante de profissionais capacitados, para produção, armazenamento, beneficiamento, distribuição de alimentos. Este cenário possibilita o egresso do curso o Técnico Agropecuário atuar nas atividades nas de desenvolvimento ligadas à produção animal, vegetal, paisagística, agroindustrial, de pesquisa e extensão rural, contribuindo para a estruturação dos diversos segmentos da cadeia produtiva do agronegócio, visando à qualidade e à sustentabilidade econômica, ambiental e social.

Atualmente, o Campus Araquari, uma Escola Fazenda dividida em diversas Unidades de Ensino e Aprendizagem, contemplando a área animal (apicultura, piscicultura, cunicultura, suinocultura e bovinocultura), vegetal (fruticultura, plantas medicinais, viveiro de mudas, olericultura e jardinagem). Todas as UEAs têm fins didáticos, utilizadas para aprimoramento e fixação do conhecimento adquirido em sala de aula, além de contar com um corpo docente na área agropecuária, com profissionais formados em: agronomia, zootecnia, medicina veterinária, engenharia de aquicultura, licenciatura em ciências agrícolas, além de técnicos e auxiliares agropecuários capacitados para o desenvolvimento de atividades relacionadas com esta área.

O objetivo é proporcionar ao educando condições para a aquisição de competências e habilidades necessárias ao seu desenvolvimento pessoal e profissional na área agropecuária e ambiental. Possibilitando ao estudante, melhores condições de vida social e econômica, bem como formação comum indispensável para o exercício da cidadania e meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

A grade curricular prevê para Língua Estrangeira Espanhol um total de 90 horas anuais, divididas em 30 horas para 1º ano, 30 horas para o 2º ano e 30 horas para o 3º ano, todos do Ensino Médio. Sendo detalhadas da seguinte forma:

LÍNGUA ESTRANGEIRA (ESPANHOL) 1º ano – Carga horaria: 1 aula semanal (30 horas anuais)

Estudo de variedades da língua espanhola, dentro da perspectiva sócio histórica. Conhecimento da cultura dos povos de língua espanhola e reprodução desta cultura. Socialização das formas de tratamento e estudos dos verbos. Estudo dos aspectos relacionados aos povos e à cultura espanhola. Exposição da cultura estudada.

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 Países de Lengua Española.

 Formas de conocer a las preguntas.

 Formas de tratar a los otros.

 Las características de las ciudades y de los pueblos.

 Los aspectos culturales de los pueblos.

 El medio ambiente. Bibliografía

SORAIA Osman. et. al. ENLACES: 1. Español para Brasileiros. 2ª ED. Macmillan: São Paulo, 2010.

2º ano – Carga horaria: 1 aula semanal (30 horas anuais)

Estudo de variedades da língua espanhola, dentro da perspectiva sócio-histórica. Conhecimento da cultura dos povos de língua espanhola, produção textual das culturas estudadas. Socialização das formas de tratamento. Estudo dos aspectos relacionados aos povos e à cultura espanhola, bem como exposição deste mundo.

 Las carreras y los proyectos de vida.

 El derecho al ocio.

 Histórico de los países de Lengua Española.

 Conceptos de los pueblos.

 Los objetivos del milenio.

 El clima y los cambios. Bibliografía

SORAIA Osman. et. al. ENLACES: 1. Español para Brasileiros. 2ª ED. Macmillan: São Paulo, 2010.

3º ano – Carga horaria: 1 aula semanal (30 horas anuais)

Estudo de variedades da língua espanhola, dentro da perspectiva sócio-histórica. Conhecimento da cultura dos povos de língua espanhola. Socialização das formas de tratamento. Estudo dos aspectos relacionados aos povos e à cultura espanhola.

 Los pueblos y el comportamiento humano.

 Las tecnologías y los países.

 Globalización.

 Avances de la ciencia. Bibliografía

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21 SORAIA Osman. et. al. ENLACES: 1. Español para Brasileiros. 2ª ED. Macmillan: São Paulo, 2010.

3 O PROFESSOR COMO PESQUISADOR DA PRÁTICA 3.1 Os relatos de observação do professor pesquisador

3.1.1 Relato de observação 1: O aluno na sala de aula.

A turma observada é um 2º ano do ensino fundamental, em processo de alfabetização, formada por 18 alunos acomodados num espaço bem pequeno, pois é uma sala adaptada. A turma é bastante heterogênea, são alunos oriundos não somente do bairro ao qual a escola está localizada, “Areias Pequenas”, mas também dos bairros adjacentes, e embora esta turma já esteja juntos desde o 1ª ano é perceptível às diferenças culturais, expressos no contexto sócio educativo. É um grupo bem ativo, muito participativo e interessado.

Constatamos que ao iniciar a aula houve uma retomada das atividades da aula anterior uma vez que os alunos têm aula de língua espanhola uma vez na semana e principalmente pelo fato de estarem em processo de alfabetização. O processo de retomada é essencialmente necessário; onde a professora além de firmar o vínculo com os alunos através das conversas introdutórias pode também conduzi-los a uma ambientação dentro da sala de aula, que foi conduzida com precisão. Alguns alunos apresentaram dificuldade ao lembrar as lições dadas nas aulas anteriores mas foram auxiliados com as revisões das atividades da aula anterior , com as anotações feitas no quadro, com ajuda dos alunos mais atentos, bem como com a repetição utilizada pela professora que por já conhecer e fazer parte da cultura da sala de aula e seus rituais, para atingir seus objetivos reforça os estímulos e a memorização.

Com relação aos assuntos abordados em sala, foi combinado com a turma para que eles observassem os tipos de alimentos que comemos em casa, na escola, na casa dos parentes e amigos e quando saímos para lanchar em algum restaurante; a turma participou trazendo os alimentos em forma de lista, de desenhos, de relatos, que foram elogiados com a intenção de motivar ao aluno. Trabalhou-se a pronúncia e contextualizou-se com a realidade ao qual estava inserida. Direciona-se a atenção para a fixação da aprendizagem priorizando a sonorização através da repetição das palavras, a visualização, corrigindo e grifando no quadro para que eles possam ler e fixar.

Os conteúdos abordados são do cotidiano dos alunos facilitando o aprendizado. Isso também permite que o contexto vivencial tenha sentido, ou seja, faça parte da cultura e assim os alunos participem com mais vontade e se percebam integrantes do contexto.

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22 As atividades são vivenciadas pela construção da Unidade de Aprendizagem ensinada com a participação de todo o contexto sócio educacional.

Percebemos já no PPP que esta escola e particularmente esta turma, atende alunos de quatro bairros distintos, além do bairro ao qual a escola está localizada. Ambos têm contextos sócios econômicos bem diferenciados, referenciado e expostos neste projeto político da escola. Ainda que os alunos usem uniformes e recebam material escolar se percebe pelas expressões coloquiais e comportamentais o seu contexto sócio cultural. Quando na sala de aula caminhamos entre as carteiras observando suas atividades, fomos sugados por eles com indagações sobre o tema trabalhado e até solicitando auxílio para completar a tarefa; neste contato direto se percebe que o nível intelectual dos alunos é bem diferenciado, para poder atender aos alunos a professora se utiliza de diversas estratégias, faz com que os alunos reconheçam o tema a ser tratado com o seu dia a dia. Mostrando e explicando sobre o que se falará e fará na sala de aula; até porque o idioma estrangeiro está sendo introduzido e esta introdução precisa ser construída passo a passo. Depois de ler as palavras, as escreve no quadro, desenha ao lado e as relaciona com alguma situação prática e lúdica. Percebemos que a professora depois da explicação dada fez perguntas para ver se de forma concreta todos tinham compreendido a que estava sendo ensinado, tentando priorizar assim os vários níveis de compreensão e aprendizado da turma.

Neste momento o aluno como individuo não aparece definido culturalmente, ele mistura o que traz de casa, de seu meio na comunidade, bairro, com aquilo que é passado na escola com o processo de ensino aprendizagem que vai polindo seus conhecimentos prévios. A sala de aula como um mundo integrador e novo serve para compor uma diversidade de sinfonias, de composições culturais que se torna um espaço novo na vida de cada aluno como indivíduo.

O planejamento é bastante eclético uma vez que surgem situações nas quais se deve fazer adequações para aquilo que supostamente ia ser trabalhado ou que havia sido planejado. Em muitos casos a atenção ao aluno ou a própria motivação da turma faz com que a aula mude de ritmo ou até seja ampliada para mais uma aula, para poder dar vazão ao planejamento uma vez que ele é flexível e assim poder atender as especificidades do grupo.

Ao ver o aluno através do trabalho realizado pela professora nos faz pensar nele como algo que pode ser modificado, alterado, porém somos meros observadores, pode ser que ao estar à frente da turma a situação se torne diferente.

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23 3.1.2 Relato de observação 2: A linguagem da sala de aula.

A professora em sala constantemente utiliza a metalinguagem, pelo próprio fato de ter que explicar o significado de uma palavra em língua estrangeira que por sua vez tem o mesmo significado na língua materna, ou simplesmente, quando necessita explicar alguma especificidade a mais dessa palavra para poder passar a ideia correta do significado e explicando a sua utilização ou também para colocar dentro do contexto dos alunos alguma característica em especial. A metalinguagem ajuda, e muito, na aprendizagem dos alunos pelo fato de que amplia os detalhes de cada explicação, o tema tratado sem a utilização de metalinguagem fica vazio, sem claridade. Utilizamos a metalinguagem quase que inconscientemente, pelo próprio fato de ensinar língua estrangeira já o fazemos, explicamos uma linguagem com outra linguagem que é enriquecida por exemplos em ambas, as duas línguas, cada uma se descrevendo, se explicando mutuamente. Exemplos que vimos na sala de aula, a professora diz depois de escrever no quadro: “Vamos a escribir en el cuaderno, abran la hoja nueva y escriban en la primera línea.”, trabalhando com as comidas onde vemos os desenhos ela confirma que é “un huevo frito, de gallina”, “la caja de leche”, pergunta aos alunos de que cor são os “frijoles”, pode ter diversas cores porém os alunos confirmam que feijão é preto, já que é esse o conhecimento que eles têm extra classe, de casa. O desenho da “sopa” aparece com algumas linhas que dão a sensação de estar quente e fica desnecessário perguntar ou questionar se está pronta para comer ou se estaria saborosa. A metalinguagem nesses casos se apresentou com linguagem oral na explicação e na intervenção dos alunos, a linguagem visual na folha da tarefa, com símbolos ou signos convencionais, que necessitavam da linguagem escrita para completar o ensino aprendizagem dos alunos.

Podemos observar que a insegurança dos alunos tão comum nesta fase da aprendizagem é uma tentativa vista aqui como autoafirmação, uma vez que ele pergunta para realizar exatamente aquilo que a professora quer que ele faça, pois ele aprende para agradar alguém, ainda está se auto afirmando e isto é uma constante nas perguntas dos alunos. Até porque nesta situação estão sendo alfabetizados, ainda estão se adaptando ao processo e as diretrizes da escola e da sala de aula. Os alunos também tentam colocar suas decisões ou podemos dizer suas próprias ansiedades ante aquilo que ainda não foi colocado de forma clara ou explicita para eles. Eles querem fazer como os grandes fazem. Eles têm dúvidas que necessitam da interação constante do professor e também

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24 são ansiosos, agitados, porém cada uma das perguntas tem o propósito de amadurecer o processo da aprendizagem.

Ao dar um “feedback”, a tarefa se torna mais efetiva. Como exemplo; a professora utilizou o quadro para listar os tipos de comidas que os alunos exemplificaram e daí ela foi organizando: antes de vir para a escola; almuerzo, quando levantavam; desayuno. Este contexto permite que o aluno perceba e possa corrigir o seu erro. Faz com que o aluno possa se perceber no trabalho realizado e compreender porque está errado e como pode ser melhorado. O fato de só mostrar que está errado não ajuda de forma tão interessante como quando o professor entrega o “feedback” para o aluno interagir com seu trabalho, com seus colegas e mesmo com uma nova correção da professora. O aluno compreende onde deve melhorar e o que deve ser feito, já que o “feedback” lhe mostra se omitiu alguma palavra, se repetiu palavras que podem ser trocadas por sinônimos, se cometeu erros de ortografia ou se existem erros de informação, ou seja aquilo que colocou não faz parte da ideia concreta expressada na frase ou no texto como um todo.

Na sala percebemos que a explicação realizada dos enunciados que são colocados no quadro como tema da tarefa, incentivam a resposta imediata por parte dos alunos. Isso é notado quando é colocado tanto sejam palavras, títulos, texto, ou se forem desenhos representativos daquilo que está sendo apresentado. Os ecos registrados na sala por si só apenas reproduzem o que o professor quer ouvir e dão uma falsa impressão do dever cumprido. Tanto o aluno quanto professor não participam do processo de construção, só reforçam repetições. Os ecos também são utilizados para acalmar a turma; exemplo disso é a leitura coletiva, a repetição das palavras.

Na linguagem da sala de aula vimos que a linguagem escrita e oral, como linguagem verbal, trabalha de forma conjunta com desenhos, símbolos convencionais, músicas, entonação de voz, como linguagem não verbal. Os alunos representam mentalmente o que é passado pela professora com alguma coisa que já conhecem e isso é transformado rapidamente, em palavras, em desenhos do que já conhecem ou até em expressões corporais que eles pensam que podem representar aquilo que foi apresentado pela professora ao mostrar a sua tarefa. Percebemos que pela curiosidade dos alunos a negociação de significados se torna fácil e permite introduzir modificações e sensibilizar o uso da linguagem em todas suas formas. Chegando com isso a completar uma comunicação de significado, dentro do ensino da língua estrangeira.

Se deve sempre tentar utilizar uma linguagem que chegue até os alunos de forma que eles consigam compreender todo o contexto em que estão sendo inseridos.

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25 Percebemos a dificuldade de estabelecer uma linguagem própria da sala porque cada um deles traz uma linguagem própria de seu convívio extraescolar que deve ser trabalhado lentamente introduzindo novos conhecimentos dentro do processo de ensino e de aprendizagem.

A observação nos permitiu reforçar a ideia que já tínhamos que é o fato de ter que trabalhar a linguagem utilizada para que possa chegar de forma significativa permitindo que o aluno junto com o professor participe e seja autor desta construção. Pensar em uma linguagem que chegue a todos eles como indivíduos únicos e vivendo num grupo maior, que não somente vê, ele e sua família, senão que tem que enxergar algo mais amplo como é a sala de aula e por sua vez a escola que faz parte de um contexto ainda maior. Deixando claro que a linguagem é o ponto essencial de comunicação dentro de uma língua materna e também desta língua com uma língua estrangeira.

3.1.3 Relato de observação 3: A aprendizagem na sala de aula.

A sala do 2º ano é pequena com pouco espaço para circular entre as carteiras e também na frente, entre a lousa e a primeira fila de carteiras. Ao ter pouco espaço aparece muito poluída, contando que além das carteiras que estão ordenadas em seis fileiras com três carteiras cada uma; temos a mesa da professora, duas carteiras cheias de livros, ainda no plástico e um armário pequeno onde são guardados alguns cadernos da professora regente, os cadernos de espanhol, os cadernos de artes e por consequência todo o material de artes, como, tesouras, tinta guache, papeis coloridos, cola branca, cartolina, etc. A poluição visual se completa com cartazes e cartolinas elaboradas pela professora regente com os diferentes temas do currículo do 2º ano do ensino fundamental, que na sua maioria estão colados sobre a lousa. (quadro branco) Fica pouca parede, já que de um dos lados menores da sala temos janelas que ocupam toda a parede e o pouco espaço que fica aos lados estão cobertos pelas cortinas que devem ser usadas para poder esconder o movimento da parte externa (jardim e parque) para evitar a distração dos educandos. A parede oposta tem a porta de entrada e mais uma janela, na parte superior e a mesa de professora embaixo dessa janela que ao lado tem um ventilador. Na parede que seria a da frente temos o armário e a lousa, da qual sobra só a metade para escrever. Na parede de trás, podemos assim chamá-la porque é a qual estão de costas os alunos e a última fileira de carteiras encostada tem um ar condicionado (Split) e alguns cartazes com temas sobre as disciplinas.

A aprendizagem é monitorada através de perguntas pontuais, na interação com os alunos, assim pode ter noção do quanto os alunos aprenderam. Como também para

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26 observar se alguma parte da aula deve ser repetida ou enfatizada com novas expressões. Observamos que no início de cada aula, a professora sempre retoma a atividade da aula anterior e que esta estratégia auxilia no aprendizado e fixa o conteúdo. Outra forma de monitoramento é passar nas carteiras verificando se necessitam de ajuda e que tipo de ajuda, até porque o tema faz parte do cotidiano delas, pode ser que o que falte não esteja no conhecimento adquirido em sala e sim falta de conhecimento extraclasse. Com isso ela sabe se os alunos têm dúvidas, que tipo de dúvida e os ajuda individualmente no que for preciso.

Este processo que envolve a comparação da aprendizagem e do ensino é percebido quando a professora faz perguntas direcionadas, uma vez que a professora já possui um espelho dos alunos que necessitam de mais interação do que outros onde percebemos que uma forma de compensar as aprendizagens acontece quando é feito o acompanhamento desses alunos e também quando a professora valoriza os avanços desses alunos fazendo com que a autoestima deles fique elevada. Também quando a professora permite que o planejamento seja flexível apostando em atividades sugeridas pelos alunos; exemplo disso foi a música que o aluno pediu para aprender e toda a turma aplaudiu.

Observamos que o objetivo de aprendizagem das atividades apresentadas pela professora teve o intuito de trazer para a sala de aula uma tarefa que lhe ensina as palavras que compõem o cardápio dos alimentos, do “almuerzo” o que os leva a aquisição de conhecimento e aumento de vocabulário de novas palavras em espanhol. São palavras de objetos que eles vêm no dia a dia deles.

Observamos nas percepções dos alunos quanto a dificuldade de pronunciação do vocabulário, porém é na escrita, mesmo não sendo o foco do ensino da língua estrangeira, que a dificuldade maior se apresenta. Neste contexto a professora direciona as atividades para a fixação e valorização das habilidades da consciência auditiva; ouvindo, repetindo e pronunciando o vocabulário espanhol.

Falamos sobre os pontos que tínhamos observado com a professora Rafaela sem mostrar ou falar sobre nossas anotações. Intentando ter uma posição dela sem nenhum tipo de influência pelo que nós tínhamos visto ou notado em sua aula. Ela coloca que a sala que nos frequentamos é muito pequena o que de certa forma atrapalha para poder fazer muitas atividades que poderiam ser desempenhadas, como acontece com outras turmas, nos convidou para ver outra sala onde está um 5º ano, que por lógica tem mais alunos, porém sobra muito espaço, a explicação é que até o terceiro ano só pode ter até

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27 15 alunos por turma, a nossa é um 2º ano e tem 18, três a mais, então a escola utiliza as salas menores para essas turmas e até porque a escola tem pouco espaço para poder albergar todos os alunos que teria que matricular por lei. Esse pouco espaço e a localização da sala faz com que ela tenha que rever seu planejamento constantemente e muitas vezes diminuir os temas a serem dados em sala pelo tempo perdido em retomar a ordem dos alunos que se dispersam ou até porque alguma tarefa, alguma palavra, que não ficou bem fixada deve ser repetida e até novamente refeita com outra motivação, com outro procedimento pedagógico para que seja atingida a compreensão. Falamos sobre o que tínhamos colocado em nossa observação e concordando com nossa colocação, ela diz que realmente acredita que com o que ela faz, consegue que seus alunos tenham uma boa aprendizagem de sua disciplina, e que no que ela acha mais dificuldade é na comunicação pela variação de vocabulário de seus alunos, por ser de diferentes bairros do centro do município e dos arredores. Acreditamos pelo que vimos na sala de aula que também sejam de diferentes níveis culturais o que influencia muito na aquisição de conhecimento prévio, isso se dá pelo meio em que cada indivíduo se encontra inserido.

A aprendizagem em sala é uma grande miscelânea que deve ser arrumada a cada instante. Para poder concretizar um ensino que perdure nos alunos, devemos primeiro que nada tratar de cada um deles como individuo único, que por sua vez está inserido em um enorme grupo; que compreende a comunidade escolar, começando na sua sala de aula e continuando pelo entorno da escola, e continua em seu mundo externo, ou seja, seu meio ambiente onde vive como ser humano extra escola. Para efetivar esse ensino que leve o aluno a ter uma boa aprendizagem o local onde ele é inserido deve ser confortável, ameno, que lhe mostre de forma séria e concreta que é ali o local certo para se transformar e crescer culturalmente, como indivíduo, e se preparar para enfrentar o mundo que está fora esperando por ele, sendo capaz de vencer novos desafios com o conhecimento adquirido. A aprendizagem na sala de aula deve estar de acordo com o que está sendo fora dela. A escola deve crescer no ensino para ter condições de entregar uma boa aprendizagem a suas crianças.

3.1.4 Relato de observação 4: A aula.

Nesta aula a turma teve avaliação sobre os Alimentos, que foi o tema trabalhado, porém como já tínhamos visto nas observações anteriores o planejamento sofre algumas alterações com a intervenção dos alunos solicitando explicações a mais ou mesmo participando com mais interesse por um ou outro tema. Vimos que o planejamento que é

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28 realizado no começo do ano entre todos os professores de língua estrangeira para cada semestre sofre alterações devido ao decorrer das aulas ou mesmo por alguma interferência em cada sala de aula. Notamos que o planejamento e o próprio diário de classe já prevê tempo extra para essas alterações que acontecem pelo andamento das tarefas realizadas com os alunos. Neste dia a avaliação terminou antes do tempo o que permitiu que a professora trabalhasse a pronunciação destas palavras que fazem parte do vocabulário das comidas, já que tinha sido notada dificuldade com a pronunciação de algumas letras do alfabeto espanhol. Palavras como: mantequilla, leche, galletas, pollo, que diferenciam a pronúncia no português.

O começo e o encerramento da aula acontecem sem maiores alterações, e por ser corretamente pedagógico, com os cumprimentos. Ao entrar na sala a professora Rafaela inicia a aula de espanhol cumprimentando os alunos (“¡Buenas tardes!” “¿Como están todos?” “¿Vamos a empezar la clase?”). Isso é uma maneira correta de ensinar a boa educação, proporcionado o envolvimento e aproximação, como também a importância das rotinas convencionais. Ao encerrar a aula a professora se despede dizendo: “Hasta luego!” “Chau”. Na aula de hoje a professora pergunta aos alunos se eles se lembram do tema principal da aula anterior “¿Quién se acuerda del tema de nuestra clase anterior? e logo traduz a frase em português, “Quem se lembra do tema da nossa aula anterior?”. E os alunos levantam a mão e respondem ao mesmo tempo e como ouve confusão e tumulto, a professora selecionou os que acertaram na resposta”. Na aula anterior a professora havia recolhido os cadernos para correção da atividade e ao devolvê-los e constatar que todos já estavam entregues, apresenta a atividade planejada e impressa aos alunos. Hoje eles vão ter uma avaliação, ela transfere a atividade para a lousa, comentando passo a passo o que irão fazer. A atividade apresentada permite que os alunos selecionem os alimentos apropriados para o almoço e café da manhã respeitando o contexto vivencial pois os alimentos foram selecionados pelos alunos, além de revisar e confirmar o conteúdo aprendido nas aulas anteriores, que novamente tem o intuito de memorizar a alimentação do dia a dia em outro idioma. Duas colunas foram feitas e em uma a professora escreveu “Desayuno” e na outra “Almuerzo”. Logo abaixo, escreveu as palavras da lista da alimentação. Assim os alunos teriam que colocar cada palavra na coluna correta. E como os alunos já haviam recebido a cópia da atividade, ela pediu para que eles prestassem atenção na explicação e começassem em seguida. Alguns alunos tiveram dificuldade ao realizar porque se confundiam na hora de selecionar as palavras e dividí-las na coluna. Então a professora, prontamente os ajudou, usando a

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29 lousa para o devido esclarecimento, assim obteve atenção de todos, conseguindo fazer uma revisão, fechando aula daquele dia; ou seja, a aula teve começo, meio e fim, distribuídos e organizados pedagogicamente.

Esta observação levou mais tempo para podermos analisar se realmente estava sendo confirmado tudo aquilo que já tínhamos visto. Os pontos solicitados nesta observação acabam se mesclando com outros momentos de observação já realizados, pelo qual podemos confirmar que vimos um trabalho realizado com fases quase imperceptíveis, já que os temas que foram sendo levados para a sala de aula se complementam e acabam fortalecendo quase sem perceber o conhecimento já adquirido na aula anterior ou até na tarefa anteriormente proposta. Da maneira que flui o trabalho em sala de aula, de forma harmoniosa, não dá para notar esse pedido de “precisão gramatical”, a sala de aula pela sua harmonia se encontra centrada na comunicação, onde ambos aprendem e ensinam. Nada de professor autoritário ou aluno que domina a sua atenção. A educação na sala de aula deve ser lapidada como diamante bruto, com delicadeza para se tornar uma joia, para isso o profissional que faz esse trabalho não pode ser estanque, pois é um processo e deve ser continuo.

As aulas são planejadas com o intuito de ensinar a gramática fixando conjuntamente a imagem com a pronúncia correta da palavra e fazendo um paralelo com a gramática da língua materna. A ortografia e a acentuação gráfica consistem em escrever na lousa (quadro) a maneira correta das palavras. Observando aula de língua estrangeira vemos que o mais importante é o vocabulário e o uso dele. Até porque dentro desse ensino vai toda uma cultura junto, e essa cultura não é formada só de gramática, na idade deles o conhecimento do desconhecido, a sua colocação dentro de sua vida se torna mais importante que saber se esta bem ou mal escrito. Devemos corrigi-los sim, fazer as inferências, esta é a função social da escola lugar de conhecimento.

Sempre que necessário à aula é interrompida por vários motivos, motivos estes que fazem parte do contexto da sala de aula, banheiro, perguntas, situações que os alunos querem compartilhar; nestas situação a professora negocia com os alunos, retoma a atividade utilizando palavras do idioma para que os alunos prestem atenção na explicação da atividade. Alguns barulhos vindos de fora também podem ser considerados como quebra de dinâmica da sala de aula. Isso foi notado sobre tudo quando é aula de Educação Física, muito barulho, porém isso acontece pela estrutura das escolas que não dispõe de espaços corretos para a efetiva aprendizagem.

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30 O planejamento se vê constantemente modificado pela participação do aluno que solicita mais alguma informação sobre o tema que esta sendo tratado. Também por alguma dúvida que ficou ou por curiosidade sobre algum momento do tema trabalhado na tarefa. A interrupção em sala é involuntária, por fator externo ou pelos alunos com seu interesse por algo desconhecido ou diferente que de certa forma entra no seu mundo trazendo coisas novas e diferentes, na escrita e na pronúncia. Esse espaço de tempo para realizar alterações que permitam trabalhar com um planejamento consciente ou inconsciente já está considerado no planejamento anual da disciplina.

A experiência de coletar dados sobre a aula, não apresentou mudanças relevantes em nossa percepção/visão da aula. O processo eclético utilizado nas aulas é apropriado para que os alunos ainda em processo de alfabetização entendam e absorvam a explicação do novo idioma. As atividades são adaptadas e planejadas de acordo com a capacidade dos alunos, já que apresentam dificuldade na pronúncia e assimilação com o cotidiano. Observamos que o começo e encerramento da aula se fazem de forma a priorizar o vínculo e a ambientação entre os alunos e a professora e por ser corretamente pedagógico, com os cumprimentos. Dessa maneira, a boa educação é ensinada diariamente, proporcionado o envolvimento e aproximação, como também a importância das rotinas convencionais. Revisando as observações anteriores que estão unidas pela necessidade do ensino e da aprendizagem podemos ver que a observação realizada nos permitiu reforçar a ideia que já tínhamos que é o fato de ter que trabalhar a linguagem utilizada com muito comprometimento, para que possa chegar de forma significativa a todos os alunos. A sala de aula deve estar de acordo com o contexto em que o aluno está inserido. A escola deve crescer no ensino para ter condições de entregar uma boa aprendizagem a suas crianças e ter espaços adequados para acolher e efetivar os trabalhos.

3.1.5 Relato de observação5: Habilidades e estratégias de ensino.

A apresentação da professora é simples e ocorre com as conversas convencionais: saudações e cumprimentos. Depois de apresentar e explicar o tema que vai ser trabalhado permite que os alunos participem interagindo com o que foi apresentado e ensinado, fazendo uma correlação entre ambos, em alguns casos os alunos revisam as situações anteriores, ou seja, fazem a relação desse tema com outro que já tenha sido trabalhado.

A professora foi solicitando que os alunos pronunciassem corretamente, inclusive observando nos movimentos realizados com a língua e os lábios, amplamente fixados,

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31 para que a pronúncia das palavras e a utilidade dos objetos ensinados pudessem fazer a relação e a fixação com a utilidade que cada um tem. O trabalho em sala foi um complemento sobre os alimentos, já tinham sido ensinadas por ela na aula anterior, as frutas e agora trabalhou o café da manhã, além de ensinar tudo aquilo de necessário para um bom “desayuno” também perguntou se, dá aula anterior tinha algum alimento que poderia ser usado nessa aula, onde sem dúvida entrariam as frutas que já tinham sido ensinadas. Ficou evidente que a professora utiliza todas as instruções entre uma atividade e outra e também durante as atividades realizadas para que a aula flua de forma eficaz.

A professora interagiu usando sinais verbais principalmente quando o aluno relacionou na listagem das frutas que banana em português e espanhol é igual, então novamente a professora reforçou a teoria das palavras que são iguais nos dois idiomas respondendo a pergunta conforme solicitada de forma clara e usou também sinais não verbais quando utilizou a gravura das frutas para que os estudantes tivessem a percepção visual, sendo melhor para fixar a tarefa. Tanto os alunos como a professora responderam escrevendo, desenhando e ligando cada objeto com sua utilidade.

De forma simples foi explicado o tema a ser trabalhado e conjuntamente com os alunos, eles foram respondendo e participando à medida que a professora explicava o que era e o que deveriam fazer, já que no final da explicação eles tinham um exercício sobre o que tinha sido compartido entre todos.

Os erros se corrigem fazendo com que o aluno pense se é isso mesmo que ele respondeu. Nesta aula o aluno escreveu “MORANGO” ao lado da gravura porque não identificou “FRUTILLA” como sendo morango. Então a professora utilizou uma estratégia para fixar a palavra “frutilla”, desenhou no quadro, pediu para todos também desenharem, fixou a pronúncia evidenciando que assim como tem palavras que são iguais nos dois idiomas, tem palavras que são totalmente diferentes. Em alguns momentos se utilizou da língua materna, para poder fazer as correlações e as correções, permitindo dessa forma que os outros alunos que não questionassem nada, pudessem aprender com a dúvida e o erro do colega.

O planejamento utilizado para auxiliar no desenvolvimento das habilidades para a aprendizagem dos alunos, assim como as estratégicas usadas em sala de aula, são nos primeiros momentos conscientes, elas são utilizadas baseadas nas experiências anteriores, trazidas na bagagem sócio cultural dos alunos. A sequência didática e curricular também faz parte e estão relacionadas a esse planejamento. E quanto ao

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