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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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100UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Matheus Borges Müller

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS

2018

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Matheus Borges Müller

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientadora: Prof.ª Med. Vet. MSc. Luciane Ribeiro Viana Martins

Ijuí, RS

2018

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Matheus Borges Müller

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Aprovado em 09 de junho de 2018:

__________________________________________ Luciane Ribeiro Viana Martins, MSc. (UNIJUI)

(Orientadora)

Denize da Rosa Fraga,Dra.(UNIJUI) (Banca)

Ijuí, RS

2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido a vida, por me acompanhar, me proteger e me dar forças nas horas que mais precisei, sempre iluminando o meu caminho.

Aos meus pais Eloí e Arnoldo Muller e ao meu irmão Cristian, por me proporcionarem a oportunidade de realizar uma graduação, por sempre me apoiarem e incentivarem para que nunca desistisse meus sonhos, sem medirem esforços para que eu conseguisse superar momentos de dificuldades.

Ao meu supervisor de estágio Cláudio Gomes Antunes, pelas oportunidades e ensinamentos passados durante todo o estágio, principalmente pela amizade que construímos e pelos seus conselhos, tudo isso eu sei que foi para que eu me tornasse um bom profissional.

Aos professores, mestres e doutores desta instituição pelos ensinamentos, conhecimento técnico e teórico para a vida profissional.

A todos os médicos veterinários aos quais tive a oportunidade de acompanhar durante o período acadêmico, pelas experiências e oportunidades as quais me proporcionaram ensinamentos e conhecimentos técnicos repassados pelos mesmos sempre com o máximo de emprenho e atenção, paciência e dedicação para que eu aproveitasse ao máximo cada experiência.

A minha orientadora professora Luciane Ribeiro Viana Martins, pela amizade, paciência, incentivo, e disponibilidade de sempre me ajudar para a conclusão deste trabalho.

A todos amigos, colegas e pessoas as quais pude conhecer melhor, e assim fazer novas amizades durante meu período de formação, agradecendo também a troca de conhecimentos, trabalhos em grupo e a ajuda entre os colegas quando estudávamos. Tenho a plena certeza que as amizades aqui construídas irei levar para toda a vida.

Para finalizar, agradeço de coração a todos pela ajuda e incentivo para que ocorresse a conclusão desta etapa em minha vida e me tornar Médico Veterinário.

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA CIRÚRGICA DE

GRANDES ANIMAIS

AUTOR: Matheus Borges Müller

ORIENTADORA: Luciane Ribeiro Viana Martins

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária (ECSMV), foi realizado na Cooperativa Tritícola de Espumoso (COTRIEL), no município de Espumoso-RS, no período de 02/01/2018 a 07/02/2018, totalizando 150 horas, tendo a supervisão do Médico Veterinário Cláudio Gomes Antunes e orientação da Professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins. A COTRIEL se dedica a atendimentos clínicos e cirúrgicos, visitas técnicas e fomento na área de reprodução animal. Durante o período de estágio foram realizadas atividades ligadas ao manejo nutricional, controle reprodutivo e status sanitário de rebanhos, atendimentos a casos clínicos e intervenções cirúrgicas em bovinos de corte e de aptidão leiteira. Nesse relatório serão descritos e discutidos dois casos clínicos, um de retenção de placenta em uma fêmea bovina da raça Jersey e um de prolapso uterino em fêmea bovina da raça Jersey. No decorrer do estágio foi possível verificar a importância desta etapa na formação acadêmica, pois possibilitou vivenciar na prática o conhecimento adquirido durante a graduação, além de abranger as diversas áreas de atuação do Médico Veterinário na área de reprodução, clínica médica e cirúrgica de grandes animais. As demais atividades acompanhadas no ECSMV serão apresentadas na forma de tabelas.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem ® Marca registrada

bpm Batimentos por minutos ECC Escore de condição corporal

ECSMV Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária Kg Quilogramas

mg Miligramas mL Mililitros

mpm Movimento por minuto ºC Graus Celsius

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo das atividades acompanhadas durante o ECSMV, na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018...11 Tabela 2 Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o ECSMV

na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018...11 Tabela 3 Atendimentos cirúrgicos em bovinos acompanhados durante o

ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018...12 Tabela 4 Atividades relacionadas à reprodução em fêmeas bovinas

acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018...12 Tabela 5 Atendimentos obstétricos, visitas técnicas e fomento em reprodução

em bovinos acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018...12

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 9

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 11

3 RELATO DE CASO I... 13

3.1 Retenção de Placenta em uma Fêmea Bovina de Raça Jersey... 13

3.1.1

Introdução... 13

3.1.2

Metodologia... 15

3.1.3

Resultado e discussão... 16

3.1.4

Conclusão... 20

3.1.5

Referências Bibliográficas... 20

4

RELATO DE CASO 2... 23

4.1

Prolapso Uterino seguido de Hipocalcemia em uma Fêmea Bovina da Raça Jersey... 23

4.1.1

Introdução... 23

4.1.2

Metodologia... 24

4.1.3

Resultado e discussão... 25

4.1.4

Conclusão... 30

4.1.5

Referências Bibliográficas... 30

5

CONCLUSÃO... 33

6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 34

(9)

1 INTRODUÇÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária ocorreu na COTRIEL, localizada no município de Espumoso - RS, no período de 12/01/2018 a 07/02/2018, totalizando 150 horas, tendo a supervisão do Médico Veterinário Cláudio Gomes Antunes e orientação da Professora Mestre em Medicina Veterinária Luciane Ribeiro Viana Martins.

A COTRIEL nasceu das inspirações e dos ideais de um grupo de agricultores, em 1959. Nos dias atuais, ela compreende mais de 7.000 associados e um patrimônio líquido que a coloca entre as maiores cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul, gerando 1.300 empregos diretos. A cooperativa conta com 12 unidades de beneficiamento e armazenamento, tendo como finalidade a prestação de serviços de assistência técnica aos seus associados.

Durante as atividades desenvolvidas no estágio constituíram-se em acompanhamento das rotinas de campo, como por exemplo, atendimentos clínicos e cirúrgicos, diagnósticos de gestação por palpação retal e ultrassonografia, manejo nutricional e visitas técnicas.

Devido a rotina intensa de atendimentos clínicos realizados pelo Médico Veterinário Cláudio Gomes Antunes na área de bovino de leite e corte, na qual ele realizava visitas técnicas e fomento em reprodução, decidi então realizar o ECSMV nesta região, por ser uma área de forte bacia leiteira e pecuária, e consequentemente isso me traria uma boa experiência nestas atividades por haver uma grande ocorrência de casos clínicos, cirúrgicos e fomento em reprodução na área de clínica médica e cirúrgica de grandes animais.

O estágio teve como objetivo a interação e a troca de conhecimentos teóricos adquiridos, e a aplicação prática dos mesmos, acompanhando a evolução dos casos clínicos e cirúrgicos atendidos durante o ECSMV e as condutas clínicas mais utilizadas pelo veterinário naquela região.

O ECSMV é uma disciplina que oportuniza e contribui para formação de futuros Médicos Veterinários, na qual prepara os alunos para construção de uma conduta ética e profissional.

O presente relatório apresenta a rotina da COTRIEL acompanhada durante o estágio curricular, desta forma optou-se por descrever e discutir dois casos, um de

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retenção de placenta em uma fêmea bovina da raça Jersey e um de prolapso uterino em uma fêmea bovina da raça Jersey.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas durante o ECSMV, na área de reprodução, clínica médica e cirúrgica de grandes animais serão apresentadas na Tabela 1. As descrições de cada atividade realizada serão especificadas nas Tabelas de 2 a 5.

Tabela 1 - Resumo das atividades acompanhadas durante o ECSMV, na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018.

Resumo das atividades n %

Atividades relacionadas à reprodução 238 48,77

Manejo Sanitário 104 21,31

Atendimentos clínicos 101 20,70

Atendimentos cirúrgicos 45 9,22

Total 488 100

Tabela 2 - Atendimentos clínicos em bovinos acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018.

Procedimento n %

Suspeita de tristeza parasitária bovina 31 30,69

Hipocalcemia 15 14,85 Inapetência 14 13,86 Retenção de placenta 11 10,89 Mastite clínica 8 7,92 Casqueamento preventivo 6 5,94 Aborto 5 4,95 Parto distócico 4 3,96 Acidose metabólica 3 2,97 Diarreia 2 1,98 Cetose 1 0,99 Suspeita de Tétano 1 0,99 Total 101 100

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Tabela 3 - Atendimentos cirúrgicos em bovinos e suínos acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018.

Procedimento n %

Orquiectomia bilateral em bovinos 19 42,22 Amochamento térmico em bovinos 13 28,89 Orquiectomia bilateral em suínos 8 17,78 Torção uterina seguida de cesariana em bovinos 2 4,44

Prolapso uterino em bovinos 1 2,22

Deslocamento de abomaso à esquerda em bovinos 1 2,22 Sutura em glândula mamária em bovinos 1 2,22

Total 45 100

Tabela 4 - Atividades relacionadas à reprodução em fêmeas bovinas acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018.

Procedimento n %

Diagnóstico de gestação através da palpação retal 180 75,63 Inseminação Artificial em Tempo Fixo 31 13,03

Inseminação Artificial 27 11,34

Total 238 100

Tabela 5 - Manejos Sanitários em bovinos acompanhados durante o ECSMV na área de Reprodução, Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais. No município de Espumoso, RS, no período de 12 de janeiro a 07 de fevereiro de 2018.

Procedimento n %

Vacinação e Marcação para Brucelose 83 79,81 Colocação de brincos de identificação 21 20,19

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3 RELATO DE CASO 1

3.1 RETENÇÃO DE PLACENTA EM UMA FÊMEA BOVINA DE RAÇA JERSEY

Matheus Borges Müller; Luciane Ribeiro Viana Martins; Cláudio Gomes Antunes

3.1.1 Introdução

Nas últimas décadas, produtores e pesquisadores afirmam que alta produção de leite e bom desempenho reprodutivo são dois fatores determinantes para a lucratividade de uma vaca, e cada dia que passa vem se alcançando esse potencial de lactação (WALSH et al. 2011). Mas junto com essa grande produção vem o desafio de conseguir manter uma vaca com sua saúde e seu sistema imune ativo e eficiente para conceber uma nova gestação e no combate de possíveis distúrbios que possam ocorrer, assim, limitando o desempenho reprodutivo e sua produtividade (BORGES, 2014).

Há inúmeros fatores nos quais podem acarretar perdas econômicas para os produtores de leite, sendo os principais problemas reprodutivos e nutricionais, onde podemos citar patologias do útero e ovário, doenças reprodutivas e problemas pós-parto como a retenção de membranas fetais, pois se não tratado pode levar o animal a morte devido à septicemia ou toxemia (MELLO, 2014).

O puerpério é um processo fisiológico onde ocorre modificações na genitália da fêmea, se inicia após o parto e vai até o restabelecimento das condições fisiológicas para uma nova gestação. Nesta fase há liberação dos restos placentários e involução uterina (MORAES et al., 2014). Para que a fêmea venha emprenhar novamente, é necessário que a involução uterina esteja completa, porém escore de condição corporal muito alto ou muito baixo, doenças metabólicas, distocias e retenção de placenta podem ser fatores que venham acarretar infecções uterinas e atrasar uma futura gestação (BALL e PETERS, 2006; PALHANO, 2008).

Segundo Prestes e Landim-Alvarenga (2017) a placenta da fêmea bovina apresenta-se na forma cotiledonária. Drost et al., (2006) explicam que em casos de membranas fetais retidas, a falha está nos cotilédones fetais em se desprenderem das criptas das carúnculas maternas. Este processo de separação se inicia nos últimos meses que antecedem o parto.

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O tempo de gestação para as fêmeas bovinas é de aproximadamente 285 dias, mas podendo variar conforme a espécie, e o parto é divido em 3 fases. Na fase 1, ocorre a ativação do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal do feto, também começa a liberação de cortisol, além da alteração dos níveis de progesterona e estradiol, sendo assim, nessa fase se inicia o relaxamento da cérvix, esta fase é conhecida como fase preparatória. Na fase 2, ou fase da expulsão do feto, nesta fase ocorre a ruptura do âmnio e a lubrificação do tubo uterino e vaginal, há aumento dos níveis de ocitocina para auxiliar na expulsão do feto. Na fase 3 ou fase de expulsão dos envoltórios fetais, nesta fase terá um aumento das contrações uterinas e a expulsão dos anexos embrionários, esta fase coincide-se com as primeiras horas do período do puerpério. Recomenda-se que após a expulsão da placenta, a mesma seja retirada do alcance da vaca, evitando uma possível ingestão, devido os anexos fetais possuírem um risco de auto contaminação (JAINUDEEN e HAFEZ, 2004).

A retenção de placenta é considerada a não expulsão das membranas fetais durante o terceiro estágio do trabalho de parto, essa falha é uma complicação pós-parto muito comum em ruminantes. Considera-se o encadeamento das membranas fetais, quando não é liberada 12 horas após o parto (JAINUDEEN e HAFEZ, 2004; NASCIMENTO E SANTOS, 2017).

Para Gunay et al (2011) a retenção de placenta só ocorre devido fatores nutricionais como deficiência de vitaminas A e E e minerais, principalmente o cálcio; as causas infecciosas se relacionam com doenças reprodutivas como leptospirose e brucelose; as mecânicas estão ligadas a distocias; as causas de manejos estão ligadas ao estresse e ambiente.

Drost et al., (2006) relatam que a espécie bovina de aptidão leiteira é a mais acometida com retenção das membranas fetais podendo apresentar como sinais clínicos odor fétido do trato genital, febre, inapetência, estase ruminal, queda na produção de leite e perda de apetite.

De acordo com Corrêa et al., (2010) os prejuízos com a retenção de placenta são bastante elevados devido serviço veterinário, mão-de-obra e medicamentos. Além de causar um atraso de aproximadamente 15 dias para a próxima concepção, há o descarte do leite devido ao uso de antibiótico e a diminuição da produção perante a enfermidade.

(15)

Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de retenção de placenta em uma vaca da raça Jersey, atendida durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

3.1.2 Metodologia

Durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, foi realizado um atendimento a uma fêmea bovina da raça Jersey de quatro anos, multípara com aproximadamente 450 kg, apresentando escore de condição corporal (ECC) 3 (onde 1 é magra e 5 é obesa), com produção média de 20 litros na última lactação.

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal não recebeu dieta específica para o período pré-parto, pois sua alimentação era composta por campo nativo e silagem de milho. O parto ocorreu um dia antes do atendimento, de forma eutócica, sem necessidades de auxilio e sem complicações, resultando na parição de um macho.

No exame clínico, a fêmea encontrava-se em estação e pode-se visualizar as membranas fetais aderidas e penduradas na vulva. O proprietário relatou que esta vaca estava nessa condição há mais de 18 horas após o parto. A frequência respiratória era de 28 movimentos por minuto (mpm), a frequência cardíaca de 80 batimentos por minuto (bpm) e temperatura retal de 38, 2ºC.

Ao realizar o exame reprodutivo, através da via retal, foi realizada massagem no útero para auxiliar na liberação do restante do conteúdo uterino, em seguida realizou-se a limpeza da vulva com composto de cloreto de aquil dimetil benzil amônio (CB-30 T.A) removendo as sujidades. Após a lavagem, efetuou-se o exame via vaginal, onde verificou-se que os restos placentários estavam descolados do útero, na sequência sendo realizado uma leve tração manual, retirando a placenta retida.

Após se instituiu o tratamento, administrando-se, Cloprostenol Sódico (Sincrocio®), no volume de 2 mL, por via intramuscular (IM), equivalente a 0,500 mg,

e Oxitetraciclina (Terramicina LA®) na dose de 2 mg/kg, no volume de 50 mL (IM) em

diferentes pontos.

Não foi realizada uma nova consulta para examinar a vaca, porém o proprietário relatou que a fêmea apresentou uma boa recuperação e melhora clínica decorridos 7 dias da consulta.

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3.1.3 Resultados e Discussão

Segundo Lopes et al., (2010) um grande número de produtores ainda utiliza para as vacas em período de transição, dietas desbalanceadas e alimentos de baixa qualidade. Assim provocando futuramente resultados negativos no desempenho produtivo e reprodutivo. Benedetti (2003) afirma que esses distúrbios podem ser prevenidos com um bom manejo nutricional na fase do período seco, sendo que essa nutrição deve atender as necessidades de manutenção, produção e reprodução (PALHANO, 2008).

As dietas aniônicas no pré-parto têm o papel de controlar os níveis de cálcio no sangue, pois no início da lactação há uma demanda maior de cálcio, sendo que a absorção de cálcio no período seco é baixa devida pequenas exigências, pois o cálcio é um mineral que atua na contração muscular, atonia uterina e liberação da placenta. Animais que não recebem dieta aniônica tem uma maior chance de ter desordens metabólicas como hipocalcemia, cetose, mastite, metrite e retenção de placenta (CAVALIERE e SANTOS, 2018; SANTOS e SANTOS, 2018). Assim como no caso acompanhado, onde a vaca não recebia dieta específica, aumentando as chances ocorrer alguma patologia.

O ECC é um fator imprescindível para uma vaca leiteira, parindo em uma condição boa, influenciará diretamente na involução uterina, fazendo com que a vaca não atrase seu ciclo estral e alcance seu pico de lactação mais cedo, vacas com baixo escore e déficit energético, bem como vacas gordas ao parto, predispõem a problemas como retenção das membranas fetais. Vacas com ECC de 4 no momento do parto tendem a ter problemas metabólicos como acúmulo de gordura no fígado, já animais com ECC a baixo de 2,5 não conseguem ter energia suficiente para a demanda da lactação. O escore ideal para o parto, em uma fêmea de raça leiteira é entre 3 e 3,5 (BALL e PETERS, 2008; CARVALHO et al., 2010; FERREIRA, 2010). Sendo nesse caso, descartado o ECC como um fator influenciador desta enfermidade, pois a vaca estava dentro do padrão que a literatura recomenda.

Jainudeen e Hafez (2004) explica que as contrações miometrais ocorrem através da liberação de prostaglandina após o parto, se não houver essa liberação, as contrações miometrais serão ausentes. Assim não irão ocorrer contrações para eliminar os agentes bacterianos, causando um retardo na involução uterina e encontrando nos casos de retenção de placenta, sangue, muco, tecido materno e restos de membranas fetais visivelmente expostas fora da cavidade uterina. Em

(17)

virtude da contaminação devido a retenção, as infecções uterinas podem ser consequências, sendo favorecidas pela placenta estar pendurada na vulva, carregando sujidades para dentro do útero (CARVALHO et al., 2010).

Rebhun (2000) afirma que os sinais clínicos são evidentes em retenção das membranas fetais, visualizando-se restos placentários pendurados da vulva até a região dos jarretes. Drost et al., (2006) relata que também pode ocorrer redução na produção de leite, queda no apetite, desenvolvimento de metrite, mastite, febre, endotoxemia e estase ruminal. No caso acompanhado o animal encontrava-se com restos placentários pendulares e com diminuição na ingestão de alimentos, condizendo com a literatura.

A retenção de placenta é de comum ocorrência, principalmente em bovinos de leite (DROST et al., 2006). Isso ocorre por que os envoltórios fetais permanecem retidos no útero por um período acima de 12 horas após o parto, pois nesse caso há falha no sistema fisiológico responsável pela eliminação da placenta para fora do útero (CARVALHO et al., 2010). Sendo confirmada a doença reprodutiva de acordo com os autores.

A temperatura corporal normal de uma vaca de aptidão leiteira é de 38,0 a 39,0ºC, a frequência cardíaca de 60 a 80 bpm (batimentos por minuto), a frequência respiratória de 10 a 30 mpm (movimentos por minuto) para bovinos adultos (TERRA, 2006). Em relação a estes parâmetros, os mesmos encontravam-se dentro do padrão fisiológico da espécie, pois na retenção de placenta não há acometimento das camadas do útero pela infecção, sendo comumente encontrado em casos de metrite. Para Bicudo (2008) é muito importante fazer a higienização do local antes de qualquer procedimento para evitar possíveis contaminações. Moraes et al., (2014) salientam que devido o parto ter chances de danos físicos e contaminações bacterianas, é considerado de alto risco, sendo comum cerca de 80% dos animais apresentarem contaminações uterinas. Segundo Palhano (2008) dá para realizar a tração manual das membranas retidas quando uma leve tração é suficiente para a retirada. Já Drost et al., (2006) relata ser contra-indicado a remoção manual da placenta retida em casos que apresentam sinais clínicos de septicemia. O trauma ocasionado durante a tração inibe a fagocitose pelos neutrófilos uterinos, predispondo a sequelas como peritonite e metrite séptica. No caso atendido, o mesmo foi realizado, e a placenta foi levemente tracionada, retirada com facilidade e em seguida foi realizada a aplicação de medicamentos parenterais para auxiliar no tratamento.

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Segundo Fernandes et al., (2014) em seu estudo realizado, afirmam que não se deve utilizar apenas oxitetraciclina, pois é ineficiente no tratamento de retenção, a melhor opção é associação de antibiótico como a oxitetraciclina e cloprostenol como prostaglandina, pois assim acelera a involução uterina, tendo um melhor desempenho, sendo este tratamento empregado no caso. Takagia et al., (2002) explicam que é necessário que a progesterona diminua e o estradiol aumente de forma gradual, nas últimas semanas que antecedem o parto, para que ocorra um descolamento normal da placenta. Para Horta (2000) os estrógenos têm como função o relaxamento da junção útero-corial, e esta ação normalmente inicia-se seis dias antes do parto. Níveis baixos de progesterona a partir dos 231 dias de gestação podem comprometer a síntese de estradiol, aumentando a incidência de retenção. O aumento nos níveis de estradiol pela placenta se inicia, tendo como função lisar o corpo lúteo gestacional e preparar o útero para uma maior propriedade de contractilidade, sendo assim, estimula o útero para a produção de luteolizina (PGF2α) através do aumento da sensibilidade dos receptores uterinos.

Fussell e Coulson (1980) afirmam que a administração de prostaglandina passado 48 horas pós o parto, não tem sucesso na tentativa de resolver a retenção. A ocitocina aplicada imediatamente após a expulsão do feto, é um procedimento eficaz quando administrada duas a três vezes por hora, na prevenção da retenção (HORTA, 2000).

Palhano (2008) ressalta que o uso de antibioticoterapia nos casos de retenção de placenta é fundamental, pois assim, evitará riscos de toxemia, diminuindo a proliferação bacteriana no sistema reprodutor. Bicudo (2008) explica que as bactérias uterinas produzem penicilinase, causando degradação do anel beta-lactâmico, desativando a propriedade de moléculas antibacterianas como penicilinas. Kahn (2008) menciona que o uso de antibiótico em primeira instância tem a missão de evitar infecções secundárias, e as tetraciclinas são de melhor escolha.

De acordo com Papich (2012) o uso de tetraciclinas nas formulações de longa ação, utiliza-se dose única de 20 mg/kg via intramuscular, sendo indicado para o tratamento de infecções que acometem trato urinário, tecidos moles e infecções do trato respiratório. Neste caso foi administrado Oxitetracilcina (Terramicina LA®) com o

intuito de evitar problemas secundários, onde se aplicou a mesma dose que o autor afirma, no momento do atendimento.

(19)

No caso acompanhado, não foi instituído tratamento com antibiótico por via intrauterina, apesar que Bicudo (2008) descreve que o tratamento com oxitetraciclina por via intrauterina é indicado com objetivo de auxiliar no controle de infecções em decorrência da retenção de placenta. Rebhun (2000) salienta que para isso é necessário ter cuidados com essa técnica para evitar traumas e manter uma higienização adequada, é permitida a utilização de 2 ou 3 bólus do medicamento intrauterino (PRESTES, 2012).

Em seguida, administrou-se Cloprostenol Sódico (Sincrocio®) via intramuscular,

com o intuito de auxiliar mais rápido na involução do útero e expulsão do conteúdo uterino. O uso de prostaglandinas é recomendado por Drost et al., (2006) em retenção de placenta, pois, seu uso resultará em um período mais curto de retenção e redução entre intervalos para a próxima gestação subsequente. Santos et al., (2002) explica que a aplicação de prostaglandina nas primeiras horas logo após o parto, atua auxiliando na liberação da placenta. A aplicação desse medicamento para Papich (2012) deve ser em dose única para bovinos, na dose de 2 mL por via intramuscular, conforme foi aplicado no caso acompanhado.

Segundo Drost et al., (2006) para eliminar as membranas fetais é importante a utilização de estimulantes miometrais, o borogluconato de cálcio deve ser prescrito sempre que tiver a presença de atonia uterina confirmada (PALHANO, 2008). Prestes (2012) explica que o uso de cálcio atua auxiliando na vasoconstrição dos placentomas e a liberação do conteúdo retido. Weiller et al., (2015) salientam que o cálcio age de forma indireta ou direta em vários processos fisiológicos do organismo, quando seus níveis estão diminuídos, afeta a contração muscular, transmissão de impulsos nervosos ou até a funcionalidade das células do sistema imunológico causando uma imunossupressão, fazendo com que o animal fique susceptível ao desenvolvimento de doenças do periparto. No caso acompanhado não foi instituído a administração de cálcio.

Os casos de retenção das secundinas tendem a diminuir quando se faz o uso de dietas aniônicas no pré-parto, o balanceamento entre o sódio e potássio e enxofre e cloro, tem como intuito promover o pH sanguíneo levemente ácido, sendo assim estimulará a absorção de cálcio nos ossos, reestabelecendo o equilíbrio fisiológico (VIÉGAS, 2006).

(20)

Ao entrar em contato com o proprietário, passados 7 dias, o mesmo relatou que a fêmea atendida apresentou uma recuperação favorável, concluindo assim que o tratamento utilizado foi efetivo.

3.1.4 Conclusão

Através da anamnese com o proprietário, exame visual e exame clínico, pode confirmar-se que a fêmea da raça Jersey atendida apresentou retenção de placenta, suspeitando-se que a causa desta ocorreu devido a condições alimentares, onde a mesma não recebia uma dieta pré-parto balanceada. A escolha de uma dieta específica, controle de escore de condição corporal e de manejo sanitário são meios a fim de evitar riscos de novos incidentes como este.

O tratamento apresentou um resultado satisfatório, no qual a fêmea bovina teve boa recuperação, retomando a atividade leiteira. Sobre o futuro reprodutivo da fêmea, o prognóstico é favorável para as próximas gestações, porém recomenda-se um acompanhamento deste animal, examinando a involução uterina e que esteja apta a reproduzir novamente, assim confirmando que este animal está saudável reprodutivamente.

3.1.5 Referências Bibliográficas

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4 RELATO DE CASO 2

4.1 PROLAPSO UTERINO EM UMA FÊMEA BOVINA DA RAÇA JERSEY

Matheus Borges Müller; Luciane Ribeiro Viana Martins; Cláudio Gomes Antunes

4.1.1 Introdução

Existem diversas doenças e causas secundárias do puerpério, na qual interferem na eficiência e recuperação da vida reprodutiva da vaca (FERREIRA, 2010). O prolapso uterino é a exteriorização do órgão pelos lábios vulvares, sendo que em algumas situações o útero dobra-se sem surgir pela vulva, dificultando o diagnóstico, podendo ocorrer necrose de algum segmento dos cornos uterinos ou cura espontânea. O prolapso ocorre devido a cérvix estar dilatada e o útero apresentar pouca tonicidade, podendo-se encontrar uma massa uterina pendurada até a região dos jarretes. (KAHN, 2008; PRESTES, LANDIM-ALVARENGA, 2017). Kahn (2008) relata que o prolapso é mais comum em fêmeas bovinas tanto de leite como de corte e em ovelhas, sendo raro em éguas e menos frequente em porcas.

Esta patologia reprodutiva possui vários fatores que são determinantes para o acontecimento, onde podemos destacar: parto distócico, hipocalcemia, dietas inadequadas, ingestão de plantas estrogênicas, retenção de placenta, idade onde causa flacidez e distensão do útero ou qualquer esforço excessivo nas contrações uterinas ou abdominais, que provocam relaxamento exagerado do sistema de fixação do órgão (TONIOLLO e VICENTE, 2003; ZACHARY e MCGAVIAN, 2009). Geralmente, o prolapso ocorre após algumas horas do período puerperal, podendo chegar até 24 horas pós-parto (REBHUN, 2000).

Nos sinais clínicos observáveis, encontramos aumento de volume e tamanho variável na região caudal, assim, expondo uma massa uterina que é dificilmente confundida com outra afecção. Pode ocorrer rompimento dos placentomas e hemorragia devido ao atrito do órgão com a cauda ou o solo. Através do tempo de exposição e evolução, podemos identificar em qual grau o edema se encontra, e o grau de desvitalização, escoriações e lesões e presença de corpos estranhos ou fezes aderidas (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2017).

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Para realizar o diagnóstico dessa patologia, identificamos a exposição do endométrio, através de um corno uterino ou de ambos, placenta com a coloração avermelhada na região caudal ou até mesmo placentomas que é a junção da carúncula materna com o cotilédone fetal (PRESTES, LANDIM-ALVARENGA, 2017). Rebhun (2000) explica que o tratamento do prolapso uterino é considerado uma emergência na clínica de bovinos, para ser ter um prognóstico favorável, a intervenção deve ser imediata. Na maioria dos casos a terapêutica utilizada é eficaz, possibilitando a sobrevivência do animal, porém o prognóstico é reservado quanto a uma futura fertilidade da fêmea (PRESTES e LANDIN-ALVARENGA, 2017).

Este trabalho tem como objetivo, relatar um caso de prolapso uterino em uma fêmea bovina da raça Jersey, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, no município de Espumoso, Rio Grande do Sul.

4.1.2 Metodologia

Durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, foi realizado um atendimento a uma fêmea bovina da raça Jersey de sete anos de idade, multípara com aproximadamente 450 kg, apresentando escore de condição corporal (ECC) 3 (onde 1 é magra e 5 é obesa), com produção média de 22 litros na última lactação.

Na anamnese, o proprietário relatou que o animal não recebeu dieta específica para o período pré-parto, pois sua alimentação era composta por campo nativo, silagem de milho e farelo de soja. A vaca pariu na noite anterior ao atendimento clínico e ocorreu de forma eutócica, sem necessidades de auxílio e sem complicações, resultando na parição de uma fêmea.

Durante o exame clínico, a fêmea encontrava-se em decúbito esternal, podendo-se visualizar uma massa volumosa de tecido viável na região vaginal. A frequência respiratória era de 22 movimentos por minuto (mpm), a frequência cardíaca era de 70 batimentos por minuto (bpm) e temperatura retal de 40ºC.

Diante do caso, optou-se primeiramente em tratar o animal para uma possível hipocalcemia, administrando 500 mL de Glicose 50% (Glicose 50% Prado), 500 mL de Gluconato de Cálcio (Calfon®), equivalente a 8,3 g de cálcio e 50 mL de Dipirona

Sódica (Finador®), ambos por via intravenosa. Logo, foi instituída a lavagem do útero

prolapsado com água em abundância e posteriormente aplicado açúcar no órgão prolapsado, e com o auxílio das mãos enluvadas, a estrutura prolapsada foi

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reposicionada em sua posição fisiológica. Após este, realizou-se sutura na forma de “U” deitado (“flessa modificada”) na região da vulva, com o auxílio de 2 mangueiras de água 15 cm cada, previamente higienizadas com composto de cloreto de aquil dimetil benzil amônio (CB-30 T.A) com o objetivo de evitar o rompimento do tecido. Para a realização da sutura, utilizou-se fio nylon, número 0 duplo.

Após o procedimento, o animal levantou-se e foi administrado antibioticoterapia a base de Oxitetraciclina (Tetrabac®) na dose de 20 mg/kg e como antiflamatório

Flunixin Meglumine (Flunamine®) na dose de 1,1 mg/kg, ambos por via intramuscular

profunda, com finalidade de prevenir futuras infecções. Receitou-se que este tratamento fosse realizado por 3 dias consecutivos com o mesmo volume do medicamento, utilizando a mesma via de aplicação.

Não foi necessária uma nova consulta, no entanto recomendou-se ao proprietário para que em 7 dias após o atendimento, retirasse a sutura vulvar e caso o animal apresentasse recidiva do prolapso, entrasse em contato para a realização do procedimento novamente.

Após alguns dias o proprietário relatou que o animal se reestabeleceu e apresentou melhora clínica sem recidivas.

4.1.3 Resultados e Discussão

O prolapso uterino em ruminantes, na maioria dos casos relatados está associado a quadros de hipocalcemia onde resulta ausência de tônus uterino e involução uterina tardia. Recomenda-se terapia intravenosa imediata, pois geralmente ocorre dentro das primeiras 72 horas após o parto, sendo considerada uma emergência (DROST et al., 2006). Neste caso realizou-se a terapia intravenosa imediata, antes de iniciar com os demais procedimentos com o intuito de tratar para a hipocalcemia e reverter a ausência do tônus uterino.

Santos (2006) explica que a hipocalcemia é uma alteração metabólica muito frequente em bovinos de característica leiteira, com maior susceptibilidade na raça Jersey, devido apresentar menos receptores para vitamina D3 e pela elevada

concentração de cálcio no colostro. Para Hunt e Blackwelder (2006) sua ocorrência é considerada rara em novilhas e vacas de corte, geralmente acometendo fêmeas a partir dos 5 anos de idade, corroborando com a idade do animal atendido relatada pelo proprietário.

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A hipocalcemia classifica-se em três estágios clínicos distintos, no primeiro estágio o animal encontra-se em estação, apresentando hipersensibilidade, excitabilidade, tetania e tremores musculares de membros e cabeça, podendo passar despercebido devido a rápida evolução para o segundo estágio. Onde o animal estará em decúbito esternal, pescoço dobrado para o lado, redução da tetania, paralisia e estase gastrointestinal. Já no terceiro estágio o animal apresenta flacidez completa, impedindo de assumir a posição de decúbito esternal, perda da consciência e hipotermia, nesse estágio o animal pode vir a óbito se não tratado de imediato (OGILVIE, 2000; HUNT e BLACKWELDER, 2006; RADOSTIS et al., 2010). No caso acompanhado a fêmea bovina encontrava-se no estágio dois da hipocalcemia, apresentando decúbito esternal, pescoço dobrado e estase ruminal, concordando com os autores.

Para o tratamento da hipocalcemia, Hunt e Blackwelder (2006) recomendam o uso de 1g de gluconato de cálcio para cada 45 kg de peso vivo. A dosagem aplicada na fêmea bovina foi de 8,3 g de cálcio. O gluconato de cálcio contém 8,3 g de cálcio conforme recomendação literária, considerando um animal de 450 kg, deveria ter sido aplicado 10 g. Apesar da dose administrada ser um pouco baixa que o recomendado e poder não ter uma resposta espera, a vaca teve uma resposta positiva ao tratamento. Rodrigues (2004) salienta que a utilização de dieta aniônica, cerca de 30 a 40 dias que antecedem o parto, reduzem significativamente problemas no pós-parto em fêmeas bovinas, como quadros de hipocalcemia e suas possíveis complicações, tais como, prolapso de útero, retenção de placenta, mastite e metrite.

A aplicação de dipirona sódica teve como intuito promover ação analgésica e antipirética, pois no caso acompanhado a fêmea estava apresentando um quadro de febre e dor. Para Tasaka (2015) a ação da dipirona é de curta duração, mas é eficaz no alívio de dores leve a moderada e de dores viscerais. Para Correa et al., (2010) as vezes é necessário compensar as perdas metabólicas e neutralizar a necrose muscular, o mesmo autor comenta que deve-se usar suplementos energéticos como dextrose e antioxidantes como vitamina E, porém nesse caso foi utilizado somente a glicose 50%.

O prolapso uterino tem um alto nível de contaminação, devido sua exposição estar em contato com fezes, palha, placenta e sujeiras do ambiente. O sangramento visto em alguns casos ocorre devido às lesões dos placentomas e no endométrio, devido sua exposição. Deve-se ter cuidado com as fêmeas acometidas que se

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encontram em pé, pois o órgão fica pendurado até as proximidades dos jarretes, podendo se esticar, traumatizar ou lacerar, à medida que entra em choque com a região dos membros posteriores (REBHUN, 2000). Kahn (2013) afirma que em prolapsos por períodos prolongados, as complicações podem se agravar, podendo apresentar choque e tromboembolia como sequelas, necrose e infecção caso ocorra atraso no tratamento.

Drost et al. (2006) salientam que os tecidos, imediatamente após o prolapso já apresentam pequenas alterações, mas que, em poucas horas a mucosa pode dilatar e tornar-se edematosa, essa exposição da mucosa no ambiente externo, predispõem a infecções bacterianas e lesões traumáticas, causando choque endotóxico podendo levar o animal à morte (McGAVIN e ZACHARY, 2009). Se o animal apresentar alguma alteração sistêmica ou inflamatória do tecido prolapsado, o recomendado é que se efetue um tratamento medicamentoso, com higienização para diminuir a inflamação, antes de realizar o reposicionamento a posição anatômica do tecido prolapsado (HELLÚ, 2015).

Em relação ao exame clínico específico da região caudal do animal, pode-se identificar a exposição do órgão, confirmando então o prolapso uterino, sendo observada presença de corpos estranhos oriundos do ambiente, o animal não apresentava lesões teciduais que pudesse prejudicar a viabilidade do tecido, nem alterações sistêmicas, encontrando-se com uma mucosa viável, assim permitindo que fosse recolocada em sua posição anatômica fisiológia.

Momont (2005) discute que prolapsos uterinos não tratados costumam ser fatais, pois requerem um tratamento de urgência, mesmo com o veterinário presente, poderá ocorrer a perda do animal devido a ruptura da artéria mediana do útero, que pode apresentar calibre do dedo polegar, é considerada a principal via de irrigação do útero durante a gestação. Caso houver uma ruptura, não há maneira efetiva de controlar a hemorragia.

Terra (2006) afirma que para bovinos adultos, os parâmetros fisiológicos como temperatura retal são de 38,0 ºC a 39ºC, frequência cardíaca de 60 a 80 batimentos por minuto e frequência respiratória de 10 a 30 movimentos por minuto. Diante a literatura, os parâmetros de frequência respiratória e cardíaca verificados estavam com valores de acordo com a referência fisiológica para a espécie, apenas a temperatura retal estava acima do padrão, apresentando uma quando de hipertermia leve.

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Esta patologia ocorre durante a 3ª fase do parto, sendo de maior frequência imediato após o parto, sendo pouco comum, mas podendo ocorrer entre 48 a 72 horas pós-parto ou até mesmo 5 dias após a parição (SIMÕES e QUARESMA, 2003). No caso acompanhado, foi encontrada aproximadamente 2 horas após o parto a alteração.

Para Wolff et al. (2007) o procedimento pode-se iniciar com anestesia epidural, antissepsia e higienização local, reposicionamento do útero no lugar anatômico e sutura da vulva para evitar recidivas. Para Rebhun (2000) a analgesia epidural evita um confronto com a vaca durante manuseio do útero prolapsado. A lidocaína sem vaso constritor tem propriedade analgésica, reduzindo a inflamação e a quantidade de catecolaminas do órgão alterado, sendo de grande aplicabilidade em pacientes que se encontram com dor durante o pós-operatório (ANDRADE, 2008).

A aplicação da lidocaína se dá no espaço intervertebral, entre a primeira e a segunda vértebra coccígeas ou entre o sacro e a primeira vértebra coccígea (GRUNERT e BIRGEL, 1984). Turner e Mcilwraith (2002) indicam a utilização da técnica em aplicar anestésico local entre o (espaço epidural) periósteo do canal espinhal e a dura-máter, no qual dessensibilizará as raízes do nervo caudal. Neste procedimento não foi realizado anestesia local para gerar analgesia.

No caso acompanhado, o animal encontrava-se em decúbito esternal, realizando a lavagem da massa prolapsada com água corrente em abundância, e realizado a aplicação de açúcar, para que atuasse como bactericida e higroscópico, sendo útil no auxílio da redução do edema do útero prolapsado, eliminando as bactérias que acometiam o órgão e após realizado uma nova lavagem de forma asséptica para reintroduzir o útero a cavidade. Drost et al. (2006) dizem que o açúcar tem valor limitado, mas é amplamente valorizado nesta situação, sendo relativamente fácil o reposicionamento do órgão quando é recente a exposição.

Em seguida, foi reposicionado de forma lenta e cuidadosa o útero, em sua posição anatômica, após o reposicionamento, realizou-se então a sutura na região da vulva na forma de U deitado (técnica de Flessa modificada). Para Turner e Mcilwraith (2002) deve-se usar uma fita perivaginal de sutura estéril, ao realizar a sutura da vulva, a fim de evitar mais contaminações, não concordando com o caso descrito onde foi utilizada uma fita de plástico não estéril para transfixar o naylon na vulva, onde os materiais foram apenas embebidos em solução (CB-30 T.A) composto de cloreto de

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aquil dimetil benzil amônio. Após a realização da sutura, foi feito a higienização com água corrente em toda a região vulvar.

O uso de ocitocina tem como finalidade estimular as contrações miometriais depois de reposicionado o útero em sua posição anatômica, facilitando assim, a involução uterina (DROST et al. 2006). Neste caso acompanhado não foi administrado a ocitocina intra-uterina.

No pós-operatório, administrou-se antibioticoterapia a base de oxitetraciclina (Tetrabac®) na dose de 20 mg/kg, com o intuito de prevenir uma possível infecção

secundária. Para Papich (2012) o uso deste medicamento é indicado no tratamento de infecções em pele, tecidos moles, trato respiratório e urinário, concordando com o tratamento realizado. Flunixin meglumine como antinflamatório não esteroidal na dose de 1,1 mg/kg, via intramuscular profunda, com a função de reduzir edema e bloqueio das respostas inflamatórias.

Turner e Mcilwraith (2002) afirmam que nos procedimentos de sutura realizadas com a fita perivaginal, a indicação de permanência é por tempo indeterminado. No caso, recomendou-se ao proprietário que em 7 dias, se não houvesse edema de vulva, poderia fazer a retirada dos pontos, sendo que o mesmo relatou que não houve recidiva.

Segundo Silva et al. (2011) o prognóstico de prolapso uterino é favorável, quando se leva em consideração o tempo que o mesmo ficou exposto, e o estado em que se encontra o órgão. Em casos que o animal apresenta lesões severas como necrose e trombose, o prognóstico passa a ser desfavorável, podendo ocasionar morte logo após a redução do prolapso. O peso do feto ao nascer e o tamanho são fatores importantes nos casos de prolapso, assim como, idade da vaca e o número de parições. Com relação ao caso, a fêmea apresentou prognóstico favorável clinicamente, com os tecidos expostos viáveis, apresentou melhora clínica sem alterações sistêmicas.

Até o momento não existe uma técnica específica que tenha pleno êxito na correção definitiva desta patologia, a abordagem utilizada dependerá de cada caso acompanhado, sendo que as causas são geralmente multifatoriais. A recidiva do prolapso uterino em animais após a intervenção cirúrgica pode ocorrer, nestes casos, é necessário realizar uma nova intervenção (PRESTES et al., 2008). No caso acompanhado a paciente não apresentou recidiva, se confirmando com êxito a técnica utilizada.

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4.1.4 Conclusão

De acordo com o caso clínico acompanhado, conclui-se que a fêmea bovina da raça Jersey foi acometida pela patologia conhecida como prolapso uterino. Salienta-se ter cuidado com animais no período pré-parto em ralação a escolha da dieta, genética utilizada para a reprodução a fim de evitar os riscos de incidentes como este visto e cuidar em relação a idade das fêmeas no rebanho. A correção cirúrgica do prolapso uterino apresentou um resultado satisfatório, não ocorrendo recidiva no caso tornando o prognóstico clínico como favorável. Sobre o futuro reprodutivo da fêmea, o prognóstico é reservado para as próximas gestações.

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5 CONCLUSÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, realizado no município de Espumoso - RS proporcionou um grande aprendizado onde o conhecimento adquirido durante o período de graduação, pode ser colocado na prática realizada a campo durante o estágio, contribuindo, desta forma, para o crescimento pessoal, colaborando com os conceitos de bem estar animal e ética consolidados durante o período da graduação como acadêmico do Curso de Medicina Veterinária.

Além disso, o acompanhamento da rotina da Cotriel possibilitou identificar as principais áreas de atuação do Médico Veterinário, na clínica médica, área de reprodução e cirúrgica de grandes animais além de proporcionar o convívio com diversas pessoas, desenvolvendo a capacidade de relacionamento interpessoal com diferentes profissionais e produtores.

O acompanhamento de um Médico Veterinário, expôs a flexibilidade que se deve ter para a tomada de decisões sempre enfatizando a melhora da qualidade de vida dos animais. Tendo em vista que este estágio vem para contribuir com meu aprendizado teórico e prático, promovendo experiências valiosas para a minha formação e que irão me auxiliar futuramente na minha vida profissional.

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