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Proposta desenvolvimento e validação de um sistema de produção para filtragem interagente de imagens

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Academic year: 2021

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(2) ii.

(3) AGRADECIMENTOS Aproveito este documento para registrar meus sinceros agradecimentos a todos que me ajudaram durante este per´ıodo da minha vida. Agradec¸o Deus por me acalentar em alguns momentos dif´ıceis neste trajeto do mestrado, pelas oportunidades oferecidas e pelas pessoas maravilhosas que tem colocado em meu caminho. Um agradecimento especial aos meus amados pais Amaro e Elsie Elen pelos pais maravilhosos que s˜ ao e pelo apoio incondicional que eles tˆem me dado. Ao meu querido Antˆonio Accioly, que com muita compreens˜ ao, companherismo e amor me deu todo o apoio que precisei para vencer os obstaculos ´ que, por ventura, surgiram. Gostaria tamb´em de agradecer a todos os colegas, professores e colaboradores da Universidade Federal de Pernambuco, que direta ou indiretamente, contribuiram para a realizac¸a ˜ o deste trabalho. Por fim, mas n˜ ao menos importante, meu singelo agradecimento aos meus queridos orientadores. No mestrado, Alejandro C. Frery. Agradec¸o por todos os ensinamentos que tem agregado ao meu conhecimento cient´ıfico e a` minha vida pessoal. Muito mais que um orientador, um grande e eterno amigo. Na graduac¸a ˜ o, Robson C. Lins, que foi um orientador dedicado e responsavel ´ pela minha iniciac¸a ˜ o a` pesquisa cient´ıfica.. iii.

(4) RESUMO As t´ecnicas de filtragem s˜ ao usadas em muitas aplicac¸o ˜ es de processamento de imagens. Uma variedade de filtros lineares tem sido desenvolvida para combater o ru´ıdo, por´em estes tendem a borrar a imagem e remover detalhes finos. Filtros adaptativos foram desenvolvidos com o objetivo de adaptarse aos dados da imagem, por´em e´ necessario ´ realizar testes at´e achar o “melhor” filtro. Este trabalho tem o objetivo de propor, desenvolver e validar um sistema de produc¸a ˜ o para filtragem de imagens que combine varias ´ t´ecnicas de filtragem ja´ existentes, em vez de criar mais um novo filtro. Esta t´ecnica de filtragem, diferentemente das outras t´ecnicas de filtragem, prop˜ oe a utilizac¸a ˜ o de p filtros ja´ dispon´ıveis na plataforma de trabalho e a combinac¸a ˜ o das p imagens resultantes da sua aplicac¸a ˜ o a` imagem de entrada f de forma a satisfazer as expectativas do usuario. ´ Desta forma, o sistema oferece uma t´ecnica supervisionada para o processamento de imagens de forma coesa e amigavel ´ em uma plataforma de produc¸a ˜ o que permite ao usuario ´ especificar os resultados desejados para a aplicac¸a ˜ o de filtragem. Com o objetivo de avaliar o desempenho da t´ecnica de filtragem apresentada, utilizou-se uma m´etrica quantitativa de avaliac¸a ˜ o: a relac¸a ˜o sinal-ru´ıdo, atrav´es do NMSE (Normalized Mean Squared Error). Para avaliar o sistema proposto foram realizados testes de usabilidade, ja´ que esta e´ tida como ponto cr´ıtico no sucesso de um sistema interativo. Os experimentos realizados com a t´ecnica de filtragem de imagens apresentaram resultados qualitativos e quantitativos superiores aos obtidos com os filtros redutores de ru´ıdos classicos, ´ al´em de satisfazer de forma aproximada as expectativas de qualidade do usuario. ´ Al´em disso, os resultados obtidos com testes de interface mostram que o sistema apresenta uma boa usabilidade. Palavras-chave: processamento de imagens, filtragem de imagens, filtros, reduc¸a ˜ o de ru´ıdo, interface, filtragem interagente.. iv.

(5) ABSTRACT Filters are used in most image processing applications. A variety of linear filters is available for image reduction, but these filters tend to blurr the images and to reduce fine details. Adaptive filters that preserve those details whilst combating noise, have been developed, but “the best” filter for each situation has to be sought on a trial-and-error basis. This work proposes, develops and assesses a production system for interactive image filtering that combines several already available filters. This technique allows the simultaneous use of p filters that, in turn, produce p images; these images are combined in such a way that the user’s prior expectations are (approximately) satisfied. The system is amenable and offers a supervised technique for image processing. In order to assess the proposed technique, the signal-to-noise relation, through the NMSE (Normalized Mean Squared Error), is used. Usability tests were applied to the system. The results report that the system has a good usability and, quantitatively, the noise reduction is effective when compared to classical filters. Keywords: interfaces.. image processing, interactive filtering, filters, noise reduction,. v.

(6) ´ SUMARIO. ˜o Cap´ıtulo 1—Introduc¸a. 1. 1.1 Filtragem de Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2 Plataformas de Trabalho: IDL e ENVI . . . . . . . . . . . . . . . .. 2 4. 1.2.1 Plataforma IDL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2.2 Plataforma ENVI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4 5. 1.3 Usabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3.1 Analise ´ da Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3.2 Avaliac¸a ˜ o Heur´ıstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5 6 7. 1.3.3 Avaliac¸a ˜ o Subjetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.4 Objetivos do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9 9. 1.5 Contribuic¸o ˜ es e Estrutura do Documento . . . . . . . . . . . . .. 10. Cap´ıtulo 2—Filtragem de Imagens. 12. 2.1 Imagem Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 Operac¸o ˜ es sobre Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 Filtros Classicos ´ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 12 13 16. 2.3.1 Filtro Roberts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.2 Filtro Sobel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17 18. 2.3.3 Filtro Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.4 Filtro da M´edia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.5 Filtro da Mediana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19 20 21. 2.3.6 Filtro Gaussiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4 Filtros Adaptativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23 23. 2.4.1 Filtro Erro M´edio Quadratico ´ M´ınimo (MMSE) . . . . . . . 2.4.2 Filtro da Mediana Adaptativo (SAM) . . . . . . . . . . . . . 2.4.3 Filtro da M´edia e Mediana com Dupla Janela (DW-MTM). 25 26 28. 2.4.4 Filtro H´ıbrido da M´edia-Mediana (MMH) . . . . . . . . . .. 29. vi.

(7) ´ SUM ARIO. vii. ´ Cap´ıtulo 3—Tecnica de Filtragem Interagente. 31. 3.1 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Arquitetura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cap´ıtulo 4—Sistema Interactive Filtering. 31 35 38. 4.1 Arquitetura do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 Diagramas do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 38 39. 4.3 Requisitos do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3.1 Restric¸o ˜ es do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43 44. 4.3.2 Prioridade dos Requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3.3 Requisitos N˜ ao-Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3.4 Requisitos Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 45 45 46. 4.3.4.1 Caso de Uso Abrir Imagem . . . . . . . . . . . . . 4.3.4.2 Caso de Uso Criar Regi˜ ao de Interesse . . . . . . 4.3.4.3 Caso de Uso Salvar Regi˜ ao de Interesse . . . . . .. 46 47 47. 4.3.4.4 Caso de Uso Restaurar Regi˜ ao de Interesse . . . 4.3.4.5 Caso de Uso Remover Regi˜ ao de Interesse . . . .. 48 49. 4.3.4.6 Caso de Uso Gerar Analise ´ Descritiva . . . . . . . 4.3.4.7 Caso de Uso Salvar Analise ´ Descritiva . . . . . . 4.3.4.8 Caso de Uso Escolher Parˆ ametros . . . . . . . . .. 49 50 51. 4.3.4.9 Caso de Uso Definir Valores Esperados . . . . . . 4.3.4.10Caso de Uso Selecionar Filtro . . . . . . . . . . .. 51 52. 4.3.4.11Caso de Uso Remover Filtro Selecionado . . . . . 4.3.4.12Caso de Uso Aplicar T´ecnica FI . . . . . . . . . . 4.3.4.13Caso de Uso Inserir Filtro no Sistema IF . . . . .. 53 54 54. 4.3.4.14Caso de Uso Remover Filtro do Sistema IF . . . . 4.3.4.15Caso de Uso Exibir Coeficientes da Combinac¸a ˜o. 55. de Filtragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3.4.16Caso de Uso Salvar Coeficientes da Combinac¸a ˜o de Filtragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56 56. 4.4 Interface do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ˜ ENVI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.1 Tela Integrac¸ao. 58 58. 4.4.2 Tela Interactive Filtering . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.3 Tela Abrir Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.4 Tela ROI Tool . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 59 59 61.

(8) ´ SUM ARIO. viii. ´ ´ 4.4.5 Tela Relatorio Analise Descritiva . . . . . . . . . . . . . . .. 62. 4.4.6 Tela Filtragem Interagente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.7 Tela Filtros Adicionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 63 64. 4.5 Implementac¸a ˜ o do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6 Instalac¸a ˜ o do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.1 Pacotes de Instalac¸a ˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 67 70 71. 4.6.1.1 Vers˜ ao Windows . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.1.2 Vers˜ ao Unix/Linux . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 71 72. 4.6.2 Passo a Passo na Plataforma Windows . . . . . . . . . . . 4.6.3 Passo a Passo na Plataforma Unix/Linux . . . . . . . . . .. 77 78. ˜ o da Tecnica ´ Cap´ıtulo 5—Validac¸a e Sistema Propostos. 80. 5.1 Validac¸a ˜ o da T´ecnica de Filtragem Interagente . . . . . . . . . . 5.1.1 Organizac¸a ˜ o dos Experimentos e Resultados . . . . . . . .. 80 81. 5.1.2 Experimentos Passa Baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.1.2.1 Experimentos - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . .. 83 83. 5.1.2.2 Experimentos - Ru´ıdo de Substituic¸a ˜o . . . . . . 5.1.3 Experimentos Passa Baixa Passa Alta . . . . . . . . . . . . 5.1.3.1 Experimentos - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . .. 90 97 97. 5.1.3.2 Experimentos - Ru´ıdo de Substituic¸a ˜ o . . . . . . 110 5.1.4 Experimentos Classicos ´ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 5.1.5 Discuss˜ ao dos Experimentos e Resultados . . . . . . . . . 127 5.2 Validac¸a ˜ o do Sistema Interactive Filtering . . . . . . . . . . . . . . 130 5.2.1 Organizac¸a ˜ o dos Testes de Usabilidade . . . . . . . . . . . 131 5.2.2 Experimentos e Analise ´ dos Resultados . . . . . . . . . . . 131 5.2.3 Experimentos e Resultados - Analise ´ da Tarefa . . . . . . 132 5.2.4 Experimentos e Resultados - Analise ´ da Satisfac¸a ˜ o . . . . 134 5.2.5 Experimentos e Resultados - Avaliac¸a ˜ o Heur´ıstica . . . . 136 Cap´ıtulo 6—Conclus˜ oes e Trabalhos Futuros. 139. ˜o Apˆ endice A—Apˆ endice - Ru´ıdo de Substituic¸a. 149. Apˆ endice B—Apˆ endice - Experimentos SUS - System Usability Scale. 151.

(9) ´ SUM ARIO Apˆ endice C—Apˆ endice - Experimentos Filtros Adaptativos. ix 157.

(10) LISTA DE FIGURAS. 2.1 Mascaras ´ do Filtro Roberts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 Atuac¸a ˜ o do Filtro Roberts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17 18. 2.3 Mascaras ´ do Filtro Sobel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4 Atuac¸a ˜ o do Filtro Sobel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.5 Mascara ´ do Filtro Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 18 19 19. 2.6 Atuac¸a ˜ o do Filtro Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7 Resultado dos filtros Sobel, Roberts e Laplaciano . . . . . . . . .. 20 20. 2.8 Mascara ´ do Filtro da M´edia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.9 Atuac¸a ˜ o do Filtro da M´edia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.10 Atuac¸a ˜ o do Filtro da Mediana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21 21 22. 2.11 Mascara ´ do Filtro Gaussiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.12 Atuac¸a ˜ o do Filtro Gaussiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23 24. 2.13 Modulos ´ de um Filtro Adaptativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.14 Arquitetura do Filtro SAM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 25 27. 3.1 Imagem f , classes de interesse e valores esperados . . . . . . . .. 32. 3.2 Imagens f e resultantes dos p filtros . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 Arquitetura da t´ecnica de filtragem interagente . . . . . . . . . .. 33 35. 4.1 Arquitetura do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 Diagrama de fluxo de eventos do sistema. . . . . . . . . . . . . . 4.3 Diagrama de fluxo de dados do sistema. . . . . . . . . . . . . . .. 39 41 42. 4.4 Diagrama de classes do sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.5 Diagrama de caso de uso do sistema . . . . . . . . . . . . . . . .. 44 57. 4.6 Tela nas vers˜ oes Windows e Unix/Linux . . . . . . . . . . . . . . 4.7 Tela principal do ENVI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8 Tela - Incicializac¸a ˜ o t´ecnica FI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 58 59 59. 4.9 Tela - Abrir imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10 Tela - Exibir imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60 61. 4.11 Tela - Definir ROI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 62. x.

(11) LISTA DE FIGURAS. xi. 4.12 Tela - Relatorio ´ analise ´ descritiva . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 63. 4.13 Tela - Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.14 Tela - Selec¸a ˜ o da mascara ´ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 64 65. 4.15 Tela - Aplicac¸a ˜ o de filtros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.16 Sequˆencia de Telas - FI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ´ 4.17 Arvore de diretorios ´ do sistema Interactive Filtering . . . . . . . .. 65 66 69. 5.1 Imagem Filtrada com Filtros Passa Baixa - 2 a 2 . . . . . . . . . 5.2 Imagens filtradas com Filtros Passa Baixa - mascara ´ 5×5 . . .. 85 85. 5.3 Imagens filtradas com Filtros Passa Baixa - 3 a 3 . . . . . . . . . 5.4 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . . 5.5 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Passa Baixa 2 a 2 . . . . . . . . . . . . .. 88 88 89. 5.6 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Passa Baixa . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7 Representac¸a ˜ o grafica ´ - Passa Baixa 3 a 3 . . . . . . . . . . . . .. 89 90. 5.8 Imagem Filtrada com Filtros Passa Baixa - 2 a 2 . . . . . . . . . 5.9 Imagens filtradas com Filtros Passa Baixa - mascara ´ 5×5 . . . 5.10 Imagens filtradas com Filtros Passa Baixa - 3 a 3 . . . . . . . . .. 93 93 94. 5.11 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . . 5.12 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Passa Baixa 2 a 2 . . . . . . . . . . . . .. 95 95. 5.13 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Passa Baixa . . . . . . . . . . . . . . . . 96 5.14 Representac¸a ˜ o grafica ´ - Passa Baixa 3 a 3 . . . . . . . . . . . . . 96 5.15 Imagem Filtrada com FPB e FPA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 5.16 Filtros Passa Baixa e Passa Alta - 3 × 3 . . . . . . . . . . . . . . . 107 5.17 Imagens filtradas com FPB e FPA - 3 × 3 . . . . . . . . . . . . . . 107. 5.18 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . . 108 5.19 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - FPB com FPA 2 a 2 . . . . . . . . . . . . 109 5.20 Representac¸o ˜ es graficas ´ - FPB com FPA . . . . . . . . . . . . . . 109. 5.21 Representac¸a ˜ o Grafica ´ (5 × 5) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 5.22 Imagem Filtrada com FPB e FPA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 5.23 Filtros Passa Baixa e Passa Alta - 3 × 3 . . . . . . . . . . . . . . . 119 5.24 Imagens filtradas com FPB e FPA - 3 × 3 . . . . . . . . . . . . . . 119 5.25 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . . 120 5.26 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - FPB com FPA 2 a 2 . . . . . . . . . . . . 120 5.27 Representac¸o ˜ es graficas ´ - FPB com FPA . . . . . . . . . . . . . . 121 5.28 Representac¸a ˜ o Grafica ´ (5 × 5) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121. 5.29 Ru´ıdo Gaussiano e Filtragem com m´edia (3 × 3) . . . . . . . . . . 123.

(12) LISTA DE FIGURAS. xii. 5.30 Filtros da m´edia e mediana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 5.31 Representac¸a ˜ o grafica ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . . 126 5.32 Representac¸a ˜ o Grafica ´ - Filtros Classicos ´ . . . . . . . . . . . . . 126 5.33 Representac¸a ˜ o Grafica ´ (5 × 5) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 5.34 Filtros com Mascaras ´ com ` = 3, 5, 7. . . . . . . . . . . . . . . . . 127 5.35 Resultados em Relac¸a ˜ o ao EAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 5.36 Resultados em Relac¸a ˜ o ao EAR - Ru´ıdo Substituic¸a ˜ o . . . . . . . 128 5.37 Representac¸o ˜ es Graficas ´ - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . . . 129 5.38 Representac¸o ˜ es Graficas ´ - Ru´ıdo Substituic¸a ˜ o . . . . . . . . . . . 130.

(13) LISTA DE TABELAS. 5.1 Analise ´ descritiva das ROI - Ru´ıdo Gaussiano . . . . . . . . . . .. 83. 5.2 Analise ´ descritiva das ROI - Ru´ıdo de Substituic¸a ˜o . . . . . . . . 5.3 Resultados dos Filtros Passa Baixa Combinados 2 a 2 . . . . . .. 83 86. 5.4 Resultados dos Filtros Passa Baixa Combinados 3 a 3 . . . . . . 5.5 Ru´ıdo de Substituic¸a ˜ o - FBP Combinados 2 a 2 . . . . . . . . . . 5.6 Ru´ıdo de Substituic¸a ˜ o - FBP Combinados 3 a 3 . . . . . . . . . .. 87 91 92. 5.7 Resultados dos Filtros Passa Baixa com Passa Alta 2 a 2 . . . . 99 5.7 Continuac¸a ˜ o Filtros Passa Baixa com Passa Alta 2 a 2 . . . . . . 100 5.7 Continuac¸a ˜ o Filtros Passa Baixa com Passa Alta 2 a 2 . . . . . . 101 5.7 Continuac¸a ˜ o Filtros Passa Baixa com Passa Alta 2 a 2 . . . . . . 102 5.8 Resultados dos Filtros Passa Baixa Combinados 3 a 3 . . . . . . 103 5.8 Continuac¸a ˜ o Filtros Passa Baixa Combinados 3 a 3 . . . . . . . 104 5.8 Continuac¸a ˜ o Filtros Passa Baixa Combinados 3 a 3 . . . . . . . 105 5.9 Resultados dos FPB com FPA Combinados 2 a 2 . . . . . . . . . 111 5.9 Continuac¸a ˜ o FPB com FPA Combinados 2 a 2 . . . . . . . . . . . 112 5.9 Continuac¸a ˜ o FPB com FPA Combinados 2 a 2 . . . . . . . . . . . 113 5.9 Continuac¸a ˜ o FPB com FPA Combinados 2 a 2 . . . . . . . . . . . 114 5.10 Resultados dos FPB com FPA Combinados 3 a 3 . . . . . . . . . 115 5.10 Continuac¸a ˜ o Resultados dos FPB com FPA Combinados 3 a 3 . 116 5.10 Continuac¸a ˜ o Resultados dos FPB com FPA Combinados 3 a 3 . 117 5.11 Resultados dos Filtros Classicos ´ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 C.1 Filtros Adaptativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157. xiii.

(14) CAP´ITULO 1. ˜ INTRODUC ¸ AO ...E vocˆ e aprende que realmente pode suportar, que realmente ´ e forte, E que pode ir muito mais longe depois de pensar que n˜ ao se pode mais. E que a vida realmente tem valor, E que vocˆ e tem valor diante da vida. E vocˆ e finalmente aprende que nossas d´ uvidas s˜ ao traidoras E nos fazem perder o bem que poder´ıamos conquistar, Se n˜ ao fosse o medo de tentar. . . —WILLIAM SHAKESPEARE. O dom´ınio das tecnologias de processamento e analise ´ de imagens e´ considerado estrat´egico, pois dele depende a capacidade de transformar dados em informac¸a ˜ o. O a ˆ mbito de aplicac¸a ˜ o destas tecnologias e´ vasto, abarcando desde meteorologia at´e medicina nuclear. O problema espec´ıfico a ser abordado nesta dissertac¸a ˜ o possui uma abrangˆencia n˜ ao inferior, assim os resultados alcanc¸ados podem ser aplicados a todas as areas ´ de conhecimento que empregam imagens. Os m´etodos consagrados de processamento e analise ´ de imagens, na sua maioria, diferem na forma em que os dados de entrada s˜ ao tratados. Em se tratando de analise ´ supervisionada de imagens (classificac¸a ˜ o com treinamento, por exemplo), amostras s˜ ao colhidas e analisadas pois elas ser˜ ao empregadas para que os algoritmos que ir˜ ao executar a analise ´ “aprendam”. Em processamento de imagens, por outro lado, e´ comum ter uma abordagem n˜ ao supervisionada, isto e´ , o procedimento e´ aplicado sem que seja feita uma analise ´ das propriedades dos dados. Embora existam algumas excec¸o ˜ es, esta forma de proceder requer que sejam feitas varias ´ tentativas at´e achar procedimentos (filtros, por exemplo) que produzam o resultado esperado. As t´ecnicas de filtragem de imagens tˆem o objetivo principal de processar os dados de modo que a imagem resultante seja mais adequada que a imagem original para uma aplicac¸a ˜ o espec´ıfica. 1.

(15) 1.1. FILTRAGEM DE IMAGENS. 2. Na remoc¸a ˜ o de ru´ıdos, que s˜ ao informac¸o ˜ es indesejaveis ´ na imagem, as t´ecnicas de filtragem linear, por exemplo o filtro da m´edia, tendem a borrar a imagem e remover detalhes finos. Por isso, nos ultimos ´ anos uma variedade de filtros do tipo mediana tem sido desenvolvida (Hamza & Krim 2001b). Filtros adaptativos foram desenvolvidos com o objetivo de adaptar o resultado de acordo com os dados da imagem, por´em e´ necessario ´ realizar testes at´e achar o “melhor” filtro. Este trabalho prop˜ oe a utilizac¸a ˜ o de um sistema de produc¸a ˜ o amigavel ´ que aplica varios ´ filtros em uma imagem com o proposito ´ de reduzir ru´ıdos. As proximas ´ sec¸o ˜ es descrevem brevemente os principais topicos ´ abordados nesta dissertac¸a ˜ o. 1.1 FILTRAGEM DE IMAGENS Filtragem de ru´ıdos em imagem e´ uma tarefa fundamental em processamento de imagens e tem recebido atenc¸a ˜ o significante na literatura de processamentos de imagem. Uma variedade de t´ecnicas tem sido proposta e desenvolvida nas ultimas ´ duas d´ecadas para remover ru´ıdos em imagens digitais (Choy, Chan & Siu 1998). Diversas t´ecnicas de filtragem tˆem sido usadas em muitas aplicac¸o ˜ es de processamento de imagens, sendo sempre desejavel ´ a simplicidade matematica ´ e eficiˆencia na remoc¸a ˜ o de ru´ıdos. Um filtro linear bastante conhecido na literatura, e considerado um dos melhores filtros para combate ao ru´ıdo Gaussiano, e´ o filtro da m´edia. Filtros lineares, por´em, tendem a borrar bordas, destruir linhas e outros detalhes finos da imagem. Para contornar tal problema, pesquisas de filtragem n˜ ao-linear foram realizadas (ver, por exemplo, Hamza & Krim 2001a, Hamza & Krim 2001b). O desenvolvimento de filtros n˜ ao lineares fundamentado na mediana apresenta bons resultados e por isso uma grande variedade de filtros tipo mediana tem sido apresentada (ver, por exemplo, Arce & Foster 1989, Brownrigg 1984, Hamza, Luque, Martinez & Roman 1999, Ko & Lee 1991, Tang & Cahill 1991, Yin, Yang, Gabbouj & Neuvo 1996). O filtro da mediana, devido a sua simplicidade, propriedades de preservac¸a ˜ o de borda e robustez para ru´ıdo impulsivo, permanece um dos mais populares, dentre os filtros deste tipo, para aplicac¸o ˜ es de processamento de imagens. Em algumas situac¸o ˜ es, seria desejavel ´ que um filtro mudasse suas ca-.

(16) 1.1. FILTRAGEM DE IMAGENS. 3. racter´ısticas conforme o trecho de imagem que estivesse percorrendo ou, at´e mesmo, de acordo com o tipo de ru´ıdo nela presente. S˜ ao estes fatores que constituem a grande motivac¸a ˜ o para a implementac¸a ˜ o de filtros adaptativos, que determinam o melhor filtro a ser usado para cada coordenada da imagem. Sabe-se que na presenc¸a de somente ru´ıdo Gaussiano, a eficiˆencia de um filtro mediana deixa espac¸o para melhoramento em realac¸a ˜ o ao filtro da m´edia. Isso leva a um grande numero ´ de abordagens n˜ ao lineares propostas para alcanc¸ar um equil´ıbrio entre os dois (ver, por exemplo, Brownrigg 1984, Taguchi & Murata 1991). Varias ´ linhas de pesquisas tˆem sido realizadas utilizando uma abordagem que consiste na combinac¸a ˜ o de filtros lineares e n˜ ao-lineares. Por exemplo, o trabalho de Bovik, Huang & Munson (1983) apresenta os filtros-L, onde a imagem final e´ resultante da combinac¸a ˜ o linear das estat´ısticas de ordem da imagem de entrada. Variac¸o ˜ es deste filtro foram apresentadas por Bednar & Watt (1984), Pitas & Venetsanopoulos (1991) e Sun, Gabbouj & Neuvo (1993). No primeiro trabalho, os coeficientes de cada filtro na combinac¸a ˜ o linear foram calculados utilizando o crit´erio do erro m´edio quadratico. ´ No segundo, foi proposto um algoritmo adaptativo para o filtro-L, baseado nas estat´ısticas locais do sinal. No ultimo, ´ foi utilizada uma abordagem de filtros “cortados” ou “aparados” (trimmed), denominada alpha-trimmed means (α-TM). Algumas das propriedades estat´ısticas do filtro α-TM podem ser encontradas no artigo de Peterson, Lee & Kassam (1988a). Este tipo de filtro foi tamb´em utilizado, no contexto de inferˆencia robusta, no trabalho de Peterson, Lee & Kassam (1988b). Esses e outros filtros robustos, especificamente desenvolvidos para imagens de radar de abertura sint´etica de uma visada, foram propostos e avaliados por Frery, Sant’Anna, Mascarenhas & Bustos (1997). Heinonen & Neuvo (1987) proporam os filtros h´ıbridos FIR-mediana (Finite Impulse Response - Median Hybrid (FMH)), onde a imagem final e´ obtida utilizando-se o filtro da mediana das M imagens filtradas resultantes da aplicac¸a ˜ o dos filtros FIR, onde M e´ um numero ´ arbritario. ´ Uma generalizac¸a ˜ o dos filtros FIR e filtro-L, denominada filtros-L` (L`-filters), foi proposta por Palmieri & Boncelet Jr. (1989) e uma adaptatac¸a ˜ o para L`-filters foi proposta em Palmieri (1989). Pessoa & Maragos (1998) proporam um sistema h´ıbrido, denominado filtros-MRL, que combina um filtro linear e um n˜ ao linear, mas em alguns casos tamb´em apresenta caracter´ısticas de um sis-.

(17) 1.2. PLATAFORMAS DE TRABALHO : IDL E ENVI. 4. tema morfologico. ´ No trabalho de Choi, Morales & Ko (2001) foi realizada uma combinac¸a ˜ o linear de medianas ponderadas denominada filtro LCWM (Linear Combination of Weighted Medians). Uma abordagem de combinac¸a ˜ o de filtros com treinamento foi utilizado no trabalho de Barrera, Dougherty & Brun (2000) no contexto de Matematica ´ Morfologica, ´ mas a interac¸a ˜ o do usuario ´ nesta abordagem e´ muito limitada. Este trabalho prop˜ oe um sistema, denominado Interactive Filtering (IF), que combina um numero ´ arbitrario ´ (maior ou igual a dois) de filtros com o objetivo de reduzir ru´ıdos em uma imagem. Os filtros s˜ ao combinados pontualmente de forma linear e os coeficientes s˜ ao calculados para toda a imagem atrav´es de uma medida do erro associada a cada filtro. Essa medida de erro e´ computada pela comparac¸a ˜ o entre estat´ısticas das regi˜ oes de interesse, definidas pelo usuario ´ como valores ideais ou desejados, e dos resultados apos ´ aplicar cada filtro. Desta forma, o sistema possibilita a escolha semi-automa´ tica, orientada pela analise ´ de amostras de dados, dos filtros mais adequados para cada problema, al´em de produzir uma imagem que, de maneira aproximada, atende as expectativas de qualidade do usuario. ´ 1.2 PLATAFORMAS DE TRABALHO: IDL E ENVI A vers˜ ao do ENVI com o IDL foi escolhida como plataforma de trabalho ja´ que estas duas ferramentas agregadas facilitam o desenvolvimento de sistemas para manipulac¸a ˜ o de imagens. 1.2.1 Plataforma IDL IDL (Interactive Data Language (Stern 2003b)) e´ uma linguagem de quarta gerac¸a ˜ o e disponibiliza t´ecnicas avanc¸adas de analise ´ matematico-estat´ ´ ıstico, representac¸a ˜ o grafica ´ e visualizac¸a ˜ o em forma de func¸o ˜ es e rotinas facilmente acess´ıveis ao usuario. ´ IDL pode ser usada como uma linguagem de comando interativo e como uma linguagem de programac¸a ˜ o. Geralmente, os programas que s˜ ao criados em um computador podem ser rodados em outro sem alterac¸o ˜ es, ou seja, o IDL e´ uma linguagem portavel. ´ IDL e´ usado em muitas aplicac¸o ˜ es com imagens, incluindo astronomia, sensioramento remoto e medicina. A programac¸a ˜ o voltada para imagens, a portabilidade e a independˆencia de plataformas s˜ ao as maiores raz˜ oes para.

(18) 1.3. USABILIDADE. 5. adotar o uso do IDL. Esta linguagem tem um conjunto completo de sentenc¸as de controle de programa para implementar aplicac¸o ˜ es e codigos ´ sofisticados. Tais sentenc¸as s˜ ao similares, se n˜ ao idˆenticas, aquelas ` encontradas nas linguagens de programac¸a ˜ o de uso geral. IDL oferece a habilidade de programar aplicac¸o ˜ es com facilidade, pois fornece varios ´ procedimentos/func¸o ˜ es que simplificam e reduzem o tempo na implementac¸a ˜ o de um programa. Al´em de disponiblizar algumas func¸o ˜ es para tratar com analise ´ de dados e manipulac¸a ˜ o de imagens, IDL permite outros programas, escritos em outras linguagens, chamarem programas implementados em IDL e vice-versa. Embora recentemente tenha sido mostrado que ha´ limitac¸o ˜ es na precis˜ ao num´erica dos procedimentos que IDL oferece (ver Bustos & Frery in press), esta plataforma e´ uma das mais disseminadas entre os usuarios ´ de imagens de sensoriamento remoto. 1.2.2 Plataforma ENVI A ferramenta ENVI (Environment for Visualizing Images (Stern 2003a)) foi desenvolvida a partir da linguagem IDL, de quarta gerac¸a ˜ o, o que lhe garante robustez, velocidade e sofisticac¸a ˜ o sem necessitar de equipamento poderoso. O ENVI e´ uma das mais prestigiadas soluc¸o ˜ es para processamento de dados de Sensoriamento Remoto/SIG e fornece importantes facilidades na visualizac¸a ˜ o, manipulac¸a ˜ o, processamento e analise ´ de imagens. O ENVI esta´ sendo comercializado de duas formas: com e sem a linguagem de desenvolvimento IDL. O ENVI, sem vers˜ ao do IDL, disp˜ oe de todas as funcionalidades somente atrav´es de sua interface. A vers˜ ao com IDL, escolhida como plataforma de trabalho, torna o ENVI uma arquitetura aberta e permite a integrac¸a ˜ o de aplicac¸o ˜ es, desenvolvidas com IDL, ao proprio ´ ENVI. 1.3 USABILIDADE A usabilidade e´ tida como ponto cr´ıtico ao sucesso de um sistema interativo (Maguire 2001). Ela esta´ diretamente ligada com a aceitabilidade do sistema, ou seja, se o sistema e´ bom para satisfazer todas as necessidades do usuario. ´ A aceitabilidade geral de um sistema e´ uma combinac¸a ˜ o de sua aceitac¸a ˜ o social e t´ecnica (Nielsen 1993). Dado que um sistema e´ socialmente aceitavel, ´ pode-se analisar sua aceitac¸a ˜ o t´ecnica atrav´es de muitas categorias, como custo, compatibilidade com sistemas existentes etc. Uma outra.

(19) 1.3. USABILIDADE. 6. categoria de analise ´ e´ a utilidade (usefulness), que diz se o sistema pode ser usado para realizar algum objetivo desejado. Esta categoria pode ser dividida em duas outras: utilidade (utility), que e´ a quest˜ ao de se as funcionalidades do sistema podem fazer o que e´ necessario, ´ e usabilidade (usability), que e´ a quest˜ ao de qu˜ ao bem os usuarios ´ podem usar aquela funcionalidade. As sec¸o ˜ es seguintes descrevem os m´etodos utilizados, dentre varios ´ (ver, por exemplo, Claridge 2003, Maguire 2001), para testar a usabilidade do sistema proposto nesta dissertac¸a ˜ o. No contexto de processamento de imagens, o trabalho de Frery, Leit˜ ao, Furtado, Andrade Neto, Souza, Andrade & Albuquerque Filho (2003) aborda o problema das intenc¸o ˜ es rotineiras de usuarios ´ que aplicam a transformada de Fourier. ´ 1.3.1 Analise da Tarefa A analise ´ da tarefa pode ser definida como o estudo de um usuario ´ que e´ solicitado para realizar uma tarefa, ou seja, descreve o que um usuario ´ realiza para alcanc¸ar um objetivo. Uma analise ´ da tarefa detalhada pode ser conduzida para uma compreens˜ ao do sistema e das informac¸o ˜ s que seguem nele. Os modelos que se prop˜ oem para explicar a conduta dos usuarios ´ podem ser divididos em dois grupos: modelos de competˆencia e modelos de execuc¸a ˜ o. Os modelos de competˆencia est˜ ao interessados em explicar o conhecimento que o usuario ´ deve ter para realizar a tarefa, enquanto que os modelos de execuc¸a ˜ o al´em de especificar o conhecimento necessario, ´ explicam sobre como este conhecimento e´ colocado em pratica ´ durante a realizac¸a ˜ o da tarefa. Segundo Gong & Kieras (1994), um m´etodo de analise ´ da tarefa bastante difundido e´ o modelo de execuc¸a ˜ o GOMS, que e´ um dos conceitos de modelagem anal´ıtica mais aceitos na comunidade de HCI (Human Computer Interface). Na analise ´ da tarefa, analisa-se as ac¸o ˜ es realizadas pelo usuario ´ ao completar uma determinada tarefa. O modelo GOMS possibilita uma analise ´ detalhada das tarefas que o usuario ´ realiza em termos de objetivos: quais objetivos, os caminhos para atingi-los, o porquˆe da escolha de um caminho etc. “GOMS” e´ o acrˆonimo em inglˆes de objetivos (Goals), operadores (Operators), m´etodos (Methods) e regras de selec¸a ˜ o (Selection rules). “Objetivos” s˜ ao os.

(20) 1.3. USABILIDADE. 7. alvos do usuario, ´ ou seja, os motivos que levam o usuario ´ a utilizar determinadas func¸o ˜ es no sistema, que podem ser divididos em subobjetivos. Os “operadores” s˜ ao as ac¸o ˜ es que o sistema permite ao usuario ´ realizar, por exemplo a selec¸a ˜ o de menus e a selec¸a ˜ o de bot˜ oes. Os “m´etodos” s˜ ao as sequˆencias de subobjetivos e operadores que permitem alcanc¸ar um objetivo. Se existir mais de um m´etodo para realizar o mesmo objetivo, o ultimo ´ componente do modelo GOMS, as regras de selec¸a ˜ o, e´ necessario. ´ As “regras de selec¸a ˜ o” s˜ ao as sequˆencias de passos logicos ´ que os usuarios ´ seguem ao escolher qual m´etodo usar em uma dada circunstˆ ancia. Segundo Canas ˜ & Waerns (2001) e´ util ´ analisar o conhecimento necessario ´ para realizar uma tarefa utilizando os componentes do modelo GOMS Em conjunto, esses componentes descrevem o conhecimento da conduta que um usuario ´ devera´ ter para realizar uma tarefa. Esta descric¸a ˜ o e´ utilizada para avaliar a usabilidade do sistema em estudo, ja´ que descreve as ac¸o ˜ es realizadas pelo usuario ´ na interface do sistema. ˜ o Heur´ıstica 1.3.2 Avaliac¸a A Avaliac¸a ˜ o Heur´ıstica e´ um m´etodo de engenharia da usabilidade para realizar a avaliac¸a ˜ o rapida, ´ barata e facil ´ do projeto (design) de uma interface. Segundo Nielsen (n.d.), a avaliac¸a ˜ o heur´ıstica e´ o m´etodo de inspec¸a ˜ o de usabilidade mais popular, e tem o objetivo de encontrar problemas de usabilidade no projeto da interface. A avaliac¸a ˜ o envolve um pequeno conjunto de avaliadores para examinar a interface e julga-la ´ conforme os princ´ıpios de usabilidade reconhecidos (as “heur´ısticas”, ver Shneiderman 1997). A avaliac¸a ˜ o heur´ıstica e´ realizada olhando-se uma relac¸a ˜ o de regras e opinando-se sobre o que e´ bom ou ruim em relac¸a ˜ o a estas regras. Idealmente as pessoas conduziriam tais avaliac¸o ˜ es de acordo com determinadas regras, como aquelas listadas originalmente em documentos t´ıpicos de guidelines, tais como mostrado em Smith & Mosier (1986). As colec¸o ˜ es atuais de guidelines de usabilidade tˆem na ordem de mil regras a serem seguidas, portanto s˜ ao vistas como “ameac¸adoras” pelos desenvolvedores. Ao inv´es disso, a maioria das pessoas executam a avaliac¸a ˜ o heur´ıstica na base de suas proprias ´ intuic¸o ˜ es e do senso comum. Molich & Nielsen (1990) tentaram reduzir a complexidade das regras ba´ sicas oferecendo um pequeno conjunto de heur´ısticas (listados abaixo): “Os.

(21) 1.3. USABILIDADE. 8. nove princ´ıpios basicos ´ de usabilidade” (Nielsen & Molich 1990). Esses princ´ıpios s˜ ao mais adaptaveis ´ quando se deseja colocar em pratica ´ a avaliac¸a ˜o heur´ıstica. Os nove princ´ıpios basicos ´ de usabilidade s˜ ao: i) Estabelecer um dialogo ´ simples e natural; ii) Falar a linguagem do usuario; ´ iii) Minimizar o uso da memoria ´ do usuario; ´ iv) Ser consistente; v) Fornecer retorno (feedback); vi) Fornecer claramente pontos de sa´ıda, isto e´ , se o usuario ´ cometer algum erro e o sistema entrar em um estado indesejavel, ´ devera´ ser dada uma opc¸a ˜ o de retorno a um outro estado que n˜ ao aquele, sem necessidade de dialogos ´ grandes e cansativos explicando o porquˆe e como; vii) Fornecer atalhos; viii) Oferecer boas mensagens de erros; ix) Evitar erros. Estas nove heur´ısticas podem identificar e explicar uma proporc¸a ˜ o muito grande dos problemas unicamente observados por projetistas de interface. Estes nove princ´ıpios correspondem mais ou menos aos princ´ıpios que s˜ ao geralmente reconhecidos pela comunidade de interface ao usuario ´ como determinantes da qualidade da interface. Uma explicac¸a ˜ o detalhada de cada uma das nove heur´ısticas encontra-se no trabaho de Molich & Nielsen (1990). A avaliac¸a ˜ o heur´ıstica e´ dif´ıcil e n˜ ao se deve confiar nos resultados de ter um unico ´ avaliador (Nielsen & Molich 1990). Os resultados de uma avaliac¸a ˜o heur´ıstica ser˜ ao muito melhores se diversas pessoas conduzirem a avaliac¸a ˜o independentemente. As maiores vantagens da avaliac¸a ˜ o heuristica s˜ ao: • e´ barata; • e´ intuitiva e por isto e´ facil motivar pessoas a fazˆe-la;.

(22) 1.4. OBJETIVOS DO TRABALHO. 9. • n˜ ao requer um planejamento avanc¸ado; • pode ser usada logo cedo no processo de desenvolvimento. A desvantagem deste m´etodo e´ que algumas vezes os problemas de usabilidade s˜ ao apenas identificados, sem que seja poss´ıvel fornecer sugest˜ oes diretas de como resolvˆe-los. ˜ o Subjetiva 1.3.3 Avaliac¸a A avaliac¸a ˜ o subjetiva diz ao avalidador como os usuarios ´ se sentem em relac¸a ˜ o ao sistema sendo testado, o que e´ diferente de qu˜ ao eficientemente ou efetivamente eles utilizam tal sistema. O m´etodo comum na avaliac¸a ˜o subjetiva e´ usar um questionario ´ de opini˜ ao padronizado para evitar cr´ıticas de subjetividade. Dentre os varios ´ questionarios ´ existentes para avaliac¸a ˜ o subjetiva, Bevan (1999) destaca o SUS (System Usability Scale), que e´ uma escala de usabilidade segura e de baixo custo (Brooke 1996). O SUS e´ uma escala simples, com dez ´ıtens, que da´ uma vis˜ ao geral da avaliac¸a ˜ o subjetiva da usabilidade do sistema em estudo. O usuario ´ indica o grau de concordˆ ancia ou descordˆ ancia em uma escala de cinco ou sete pontos. O questionario ´ e´ geralmente usado apos ´ a utilizac¸a ˜ o do sistema sob estudo pelo usuario. ´ 1.4 OBJETIVOS DO TRABALHO Esta dissertac¸a ˜ o tem o objetivo de propor, desenvolver e validar um sistema de produc¸a ˜ o para filtragem de imagens que implementa a t´ecnica Filtragem Interagente, tamb´em aqui apresentada. Esta t´ecnica, diferentemente das outras t´ecnicas de filtragem, prop˜ oe a utilizac¸a ˜ o de p filtros ja´ dispon´ıveis na plataforma de trabalho e a combinac¸a ˜ o das p imagens resultantes da sua aplicac¸a ˜ o a` imagem de entrada f de forma a satisfazer as expectativas do usuario. ´ Desta forma, o sistema oferece uma t´ecnica supervisionada para o processamento de imagens de forma coesa e amigavel ´ em uma plataforma de produc¸a ˜ o que possibilita ao usuario ´ especificar os resultados desejados para a aplicac¸a ˜ o de filtragem. As expectativas do usuario ´ s˜ ao informadas ao sistema atrav´es da especificac¸a ˜ o de regi˜ oes de interesse. A t´ecnica de filtragem.

(23) 1.5. ˜ CONTRIBUIC ¸ OES E ESTRUTURA DO DOCUMENTO. 10. consiste em ponderar as p imagens filtradas de maneira a preservar alguma propriedade dessas regi˜ oes de interesse. Com o objetivo de avaliar o desempenho da t´ecnica de filtragem apresentada, utilizou-se uma m´etrica quantitativa de avaliac¸a ˜ o para sistemas de processamento de imagens: a relac¸a ˜ o sinal-ru´ıdo (Sant’Anna 1995), atrav´es do NMSE (Normalized Mean Squared Error). O sistema foi desenvolvido utilizando a linguagem de programac¸a ˜ o IDL e foi integrado a` ferramenta ENVI. Diante da importˆ ancia de uma analise ´ de usabilidade, elevada em sistemas interativos, este trabalho valida a interface do sistema Interactive Filtering (IF) atrav´es de testes de usabilidade. ˜ E ESTRUTURA DO DOCUMENTO 1.5 CONTRIBUIC ¸ OES As t´ecnicas de filtragem de imagens processam os dados de modo que a imagem resultante seja mais adequada que a original para uma aplicac¸a ˜o espec´ıfica. A adequac¸a ˜ o do resultado e´ frequentemente subjetiva, e depende de conhecimento pr´evio do observador a respeito das imagens analisadas. As inumeras ´ t´ecnicas existentes s˜ ao por natureza orientadas ao problema que se deseja resolver e, por isso, n˜ ao existem t´ecnicas capazes de resolver 100% dos problemas que uma imagem digital possa apresentar (Marques Filho & Vieira Neto 1999). A t´ecnica e o sistema de filtragem apresentados neste trabalho s˜ ao relevantes, pois contribuem com uma soluc¸a ˜ o interativa para os problemas em que a aplicac¸a ˜ o de apenas um filtro n˜ ao e´ suficiente. Com o sistema proposto, o usuario ´ pode aplicar uma combinac¸a ˜ o de varios ´ filtros em uma unica ´ imagem. Assim, os varios ´ problemas apresentados na imagem ser˜ ao tratados pelos filtros que os resolvem da melhor maneira poss´ıvel. Al´em disso, em vez de propor mais um filtro, este trabalho prop˜ oe um sistema que permite a utilizac¸a ˜ o das t´ecnicas existentes de forma unificada e com o proposito ´ de atender, de maneira mais aproximada, as expectativas do usuario. ´ Este documento apresenta, al´em deste, seis cap´ıtulos: filtragem de imagens, Filtragem Interagente, sistema Interactive Filtering e validac¸a ˜ o da t´ecnica e sistema propostos. O Cap´ıtulo 2 aborda os conceitos basicos ´ de imagem e de operac¸o ˜ es sobre imagens. Aborda, tamb´em, alguns filtros de imagens classicos ´ da literatura e alguns filtros adaptativos..

(24) 1.5. ˜ CONTRIBUIC ¸ OES E ESTRUTURA DO DOCUMENTO. 11. O Cap´ıtulo 3 descreve a metodologia e a arquitetura da t´ecnica de Filtragem Interagente, utilizada no sistema proposto e desenvolvido neste trabalho. O Cap´ıtulo 4 apresenta em detalhes o sistema proposto neste trabalho. Esse cap´ıtulo descreve a arquitetura do sistema, apresenta diagramas que fornecem uma vis˜ ao detalhada do funcionamento do sistema, apresenta os requisitos do sistema, suas interfaces e por fim, sua implementac¸a ˜ o e instalac¸a ˜ o. O Cap´ıtulo 5 apresenta a validac¸a ˜ o da t´ecnica de Filtragem Interagente e o sistema Interactive Filtering. Os experimentos realizados com a t´ecnica e com o sistema s˜ ao descritos, de forma que possam ser repetidos, e uma discuss˜ ao dos experimentos com a t´ecnica de filtragem e´ apresentada. Por fim, o Cap´ıtulo 6 apresenta as conclus˜ oes obtidas e lista alguns dos poss´ıveis trabalhos futuros..

(25) CAP´ITULO 2. FILTRAGEM DE IMAGENS As t´ecnicas de filtragem de imagens tˆem o objetivo principal de processar os dados de modo que a imagem resultante seja mais adequada que a imagem original para uma aplicac¸a ˜ o espec´ıfica. A adequac¸a ˜ o do resultado e´ frequentemente ¨ subjetiva, e depende de conhecimento pr´evio do observador a respeito das imagens analisadas. Existem inumeras ´ classificac¸o ˜ es para as operac¸o ˜ es de filtragem. Dentre as mais importantes, tem-se: filtragem linear vs. n˜ ao linear, filtragem por mudanc¸a de dom´ınio e filtragem estat´ıstica (ver Gomes & Velho 1994a, Jain 1989). Um problema fundamental na restaurac¸a ˜ o de uma imagem ruidosa e´ a remoc¸a ˜ o de ru´ıdos sem borrar os detalhes. Para tentar resolver este problema, algumas estrat´egias de filtragem s˜ ao baseadas em um conheciomento a priori da distribuic¸a ˜ o do ru´ıdo presente na imagem (Tang 1993) e da forma em que o ru´ıdo “entra” nos dados. Com a incerteza a respeito da natureza dos dados onde os filtros s˜ ao aplicados, t´ecnicas adaptativas surgem para ajustar parˆ ametros que direcionam um filtro dependendo dos dados (Himayat & Kassam 1994). No que segue, sera´ discutido o formalismo adotado neste trabalho, fundamentado em Banon (2000). Tamb´em ser˜ ao abordados alguns filtros lineares, n˜ ao lineares e adaptativos, ja´ que a t´ecnica de filtragem apresentada neste trabalho utiliza estes tipos de filtros. 2.1 IMAGEM DIGITAL Uma imagem discreta finita multiespectral e´ um objeto da forma f : S → Rn , onde S = [a1 , b1 ] × [a2 , b2 ], com ai < bi elementos de Z para todo i = 1, 2, e´ o suporte ou grade da imagem e n ∈ N e´ o numero ´ de bandas. O objeto e´ 12.

(26) 2.2. ˜ OPERAC ¸ OES SOBRE IMAGENS. 13. dito discreto, pela natureza discreta do suporte S, e finito porque o suporte tamb´em o e´ . Quando ao inv´es de considerar como contradom´ınio o conjunto Rn , empregam-se n copias ´ de K, algum conjunto de valores pass´ıveis de representac¸a ˜o no computador digital, pode-se falar em imagem discreta digital multiespectral finita. Um exemplo frequente deste tipo de conjunto e´ K = {0, . . . , 255},. que permite trabalhar com palavras de computador de oito bits (um byte). Quando se considera apenas uma banda, isto e´ , quando n = 1, tem-se. uma imagem monoespectral ou monocromatica. ´ Uma imagem multiespectral, ou seja, n ≥ 2 bandas pode ser considerada como o “empilhamento” de n imagens monoespectrais definidas sobre o mesmo suporte. Em outras palavras, pode ser conveniente tratar f : S → Rn como (f1 , . . . , fi ) onde fi : S → R para todo i = 1, . . . , n. As imagens discretas finitas podem ser convenientemente representadas de forma matricial por uma matriz A de ordem m × n, onde cada elemento aij , i = 1, . . . , m e j = 1, . . . , n e´ o valor da func¸a ˜ o imagem f no ponto de coordenadas (i, j) ∈ S. Quando se trabalha com imagens opticas, ´ isto e´ , imagens capturadas na faixa vis´ıvel do espectro eletromagn´etico, o valor f (i, j) esta´ relacionado com a energia radiante que sai de uma certa parcela do terreno (ou cena) em certa faixa do espectro vis´ıvel. A geometria do sensor bem como as condic¸o ˜ es de observac¸a ˜ o ir˜ ao determinar quais parcelas da cena ir˜ ao ser transformadas em cada valor de cada coordenada da imagem. Neste trabalho, os dados de entrada bem como os de sa´ıda ser˜ ao exclusivamente imagens monoespectrais. Sem perda de generalidade, o contradom´ınio sera´ considerado como sendo o dos numeros ´ reais. ˜ SOBRE IMAGENS 2.2 OPERAC ¸ OES Dentre as varias ´ categorizac¸o ˜ es poss´ıveis das transformac¸o ˜ es de imagens, quando se utiliza como crit´erio de classificac¸a ˜ o a dimens˜ ao dos dados da transformac¸a ˜ o, existem trˆes grandes tipos de operac¸o ˜ es sobre imagens: as transformac¸o ˜ es pontuais, as transformac¸o ˜ es locais e as transformac¸o ˜ es globais. Sejam as imagem de entrada e sa´ıda f, g : S → R. Dizemos que g e´ o resultado de uma transformac¸a ˜ o pontual de f se g(s) = Υs (f (s)) e Υs : R → R para.

(27) 2.2. ˜ OPERAC ¸ OES SOBRE IMAGENS. 14. todo s ∈ S. Se as transformac¸o ˜ es n˜ ao dependem da coordenada s, diz-se que. a transformac¸a ˜ o pontual e´ “invariante por translac¸o ˜ es” e pode ser denotada por g(s) = Υ(f (s)). Exemplos deste tipo de transformac¸a ˜ o s˜ ao algumas das principais modificac¸o ˜ es de contraste em imagens definidas sobre R+ , dadas 1/2 por g(s) = (f (s)) , g(s) = ln(f (s) + 1), g(s) = (f (s))2 etc. para todo s ∈ S. As transformac¸o ˜ es globais s˜ ao o resultado de aplicar operadores sobre a imagem completa, isto e´ , o valor g ∈ Rq e´ o resultado de uma operac¸a ˜ o global se g = Υ(f ) onde Υ : R#S → Rq , e tipicamente q  #S. Exemplo de operac¸o ˜ es. globais s˜ ao o cˆomputo de estat´ısticas sobre a imagem, tais como a m´edia, a variˆ ancia etc. Para definir as transformac¸o ˜ es locais precisa-se do conceito de vizinhan-. c¸a, definida sobre a grade S. Considera-se a existˆencia de conjuntos ∂s para cada s ∈ S satisfazendo as seguintes propriedades: i) O elemento que indexa o conjunto n˜ ao pertence ao mesmo, isto e´ , ∂s ⊂. S \{s} (onde “\” denota a diferenc¸a entre conjuntos, isto e´ , A\B = A∩B c ).. ii) Vale a reflexividade, isto e´ , t ∈ ∂s ⇐⇒ s ∈ ∂t .. ´ conveniente notar que Esses conjuntos recebem o nome de “vizinhanc¸as”. E os dois sistemas de vizinhanc¸as “extremos” do conjunto S s˜ ao, para cada s ∈ S, o conjunto vazio (∂s = ∅) e ∂s = S \ {s}. Aproveitando a estrutura de S, as vizinhanc¸as podem ser definidas empregando a noc¸a ˜ o de distˆ ancia. Considere, para tanto, a distˆ ancia de Minkowsky de ordem ` > 0 entre elementos s, t ∈ S dada por ( p ` |s1 − t1 |` + |s2 − t2 |` se ` < ∞ L` (s, t) max {|s1 − t1 |, |s2 − t2 |} caso contrario, ´ onde s = (s1 , s2 ) e t = (t1 , t2 ). Com isso, pode-se definir a `-vizinhanc¸a de Minkowsky de ordem r ≥ 1 do ponto s ∈ S como ∂s`,r = {t ∈ S \ {s} : L` (s, t) ≤ r}. Sejam agora as imagens f, g : S → R. Diz-se que g e´ o resultado de filtrar f pelas vizinhanc¸as ∂s (definidas de forma arbitraria) ´ se, para todo s ∈ S, vale que g(s) = Ψs (f (s), f (t); t ∈ ∂s ) onde Ψs : R#∂s +1 → R. Se as transformac¸o ˜ es n˜ ao dependem da coordenada s (ou, na pratica, ´ para todas as coordenadas que n˜ ao sejam proximas ´ das bordas da imagem), diz-se que.

(28) 2.2. ˜ OPERAC ¸ OES SOBRE IMAGENS. 15. a transformac¸a ˜ o local e´ “invariante por translac¸o ˜ es” e a filtragem e´ denotada por g(s) = Ψ(f (s), f (t); t ∈ ∂s ). Claramente toda transformac¸a ˜ o pontual e´ uma transformac¸a ˜ o local (fazendo ∂s = ∅), mas a rec´ıproca n˜ ao e´ , em geral, verdadeira. Ao lidar com imagens finitas, raramente e´ poss´ıvel trabalhar com transformac¸o ˜ es locais invariantes por translac¸a ˜ o pela necessidade de tratar dife-. renciadamente as coordenadas proximas ´ das bordas da imagem. Na pratica ´ este problema e´ desconsiderado, fazendo com que essas coordenadas n˜ ao sejam filtradas. Para caracterizar as operac¸o ˜ es de filtragem e´ conveniente definir algumas operac¸o ˜ es entre imagens. Sejam f, g : S → R duas imagens e α um escalar. A. escala da imagem f pelo valor α, denotada αf e´ definida como (αf )(s) = αf (s). A soma das imagens f e g, denotada f + g e´ dada por (f + g)(s) = f (s) + g(s).. Estas propriedades definem um espac¸o vetorial. Existem inumeras ´ classificac¸o ˜ es para as operac¸o ˜ es de filtragem ou, mais simplesmente, para os filtros de imagens. Dentre as mais importantes podem ser mencionadas as seguintes: • Filtragem linear (para todo s ∈ S os operadores Υs satisfazem Υs (α1 f + α2 g) = α1 Υs (f ) + α2 Υs (g) para todo par de escalares α1 , α2 e todo par de imagens f, g vs. filtragem n˜ ao linear;. • Filtragem por mudanc¸a de dom´ınio, quando se emprega uma representac¸a ˜ o da imagem diferente da original como, por exemplo, no dom´ınio de Fourier, Wavelet etc. (ver, por exemplo, Jain 1989);. • Filtragem estat´ıstica, quando o substrato teorico ´ para construir o filtro decorre das propriedades estocasticas ´ dos dados observados (ver Frery et al. 1997). Uma propriedade interessante dos filtros lineares invariantes por translac¸a ˜ o e´ que os mesmos ficam unicamente definidos por uma “mascara”. ´ A mascara ´ de lado ` (´ımpar) que define todo filtro linear invariante por translac¸a ˜ o e´ o conjunto de valores reais m = (mij ) com −(` − 1)/2 ≤ i, j ≤ (` − 1)/2 tal que. g(x, y) =. X. f (x + i, y + j)mij ,. (.). i,j. para toda coordenada (x, y) na grade que esteja convenientemente distante das bordas. Estes filtros s˜ ao tamb´em conhecidos como “de convoluc¸a ˜ o” e a.

(29) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 16. sua aplicac¸a ˜ o e´ denotada por g = f ∗m, como mencionado em Gomes & Velho. (1994b). A filtragem por convoluc¸a ˜ o e´ muito usada na pratica ´ devido a` sua conex˜ ao com a filtragem no dom´ınio de Fourier e pelo custo computacional relativamente baixo que ela demanda, ja´ que estas operac¸o ˜ es consistem em realizar m´edias ponderadas dos dados de entrada. Sempre que desejavel ´ e poss´ıvel, sera´ utilizada uma notac¸a ˜ o compacta omitindo a coordenada, isto e´ , se a imagem g e´ o resultado da operac¸a ˜o pontual Υ sobre cada valor f (s), ent˜ ao ao inv´es de escrever g = (g(s)) s∈S = (Υ(f (s)))s∈S sera´ escrito g = Υ(f ). A sec¸a ˜ o seguinte aborda alguns filtros usados frequentemente ¨ em processamento de imagens. ´ 2.3 FILTROS CLASSICOS Esta sec¸a ˜ o aborda alguns de dois tipos classicos ´ de filtros: passa-alta (FPA) e passa-baixa (FPB), ja´ que o sistema proposto os utiliza. Esta denominac¸a ˜o decorre do uso da representac¸a ˜ o em frequˆ ¨ encia (espectral) dos filtros, assunto que foge ao escopo desta dissertac¸a ˜ o por depender da transformada de Fourier. O FPA elimina as baixas frequˆ ¨ encias espaciais na imagem, deixando apenas as altas frequˆ ¨ encias, normalmente expressas por bordas ou limites entre areas. ´ Estes filtros, que utilizam mascaras ´ com alguns pesos negativos, aumentam o contraste na imagem, introduzindo muitas vezes bordas artificiais que podem confundir o observador. Exemplos destes filtros s˜ ao Roberts, Sobel e Laplaciano. O FPB enfatiza as baixas frequˆ ¨ encias na imagem, suavizando-a. Este efeito aumenta proporcionalmente a` ampliac¸a ˜ o da mascara ´ utilizada, o que pode ocasionar borramento na imagem (perda de informac¸a ˜ o). Estes filtros, que utilizam mascaras ´ com todos os pesos positivos, eliminam ru´ıdos, informac¸o ˜ es indesejaveis ´ que corrompem a qualidade da imagem. Em certas aplicac¸o ˜ es, estes ru´ıdos podem inibir a habilidade do int´erprete humano de extrair informac¸o ˜ es uteis. ´ Exemplos de filtros passa-baixa s˜ ao os filtros da m´edia e o Gaussiano. Embora n˜ ao seja poss´ıvel caracterizar o filtro da mediana de forma espectral e, portanto, n˜ ao seja inteiramente leg´ıtimo classifica´ lo nesta categoria, pelo fato dele combater os ru´ıdos poderia ser considerado como um FPB..

(30) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 17. (a). (b). Figura 2.1: As mascaras ´ da primeira diagonal (2.1(a)) e segunda diagonal (2.1(b)), utilizadas pelo filtro Roberts. 2.3.1 Filtro Roberts O filtro Roberts, classificado como filtro passa-alta, e´ utilizado na detecc¸a ˜ o de bordas. Para o realce de bordas, o m´etodo n˜ ao-linear mais simples talvez seja o operador gradiente de Roberts (Mascarenhas & Velasco 1984). Este filtro consiste em aplicar, na coordenada (x, y), a operac¸a ˜ o de convoluc¸a ˜ o utilizando a mascara ´ para a primeira diagonal (Figura 2.1(a)), resultando em uma imagem temporaria ´ f1 . Similarmente e´ criada uma imagem temporaria ´ f2 , resultante da operac¸a ˜ o de convoluc¸a ˜ o, na coordenada (x, y), utilizando a mascara ´ para a segunda diagonal (Figura 2.1(b)). A imagem final filtrada g e´ otida com a seguinte equac¸a ˜ o: g=. q. f12 + f22. (.). Devido ao custo computacional, a operac¸a ˜ o dada pela equac¸a ˜ o (.) e´ frequentemente substitu´ıda pela seguinte aproximac¸a ˜ o: g = |f1 | + |f2 |. (.). Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro Roberts e´ mostrado na Figura 2.2. A Figura 2.2(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.2(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da filtragem, utilizando o filtro Roberts. Uma desvantagem do operador Roberts e´ a sua “anisotropia”, ou seja, sua assimetria. Dependendo da direc¸a ˜ o, certas bordas s˜ ao mais realc¸adas que outras, mesmo tendo igual magnitude (Mascarenhas & Velasco 1984)..

(31) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 18. (a). (b). Figura 2.2: Pedac¸o de uma imagem (2.2(a)) e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro de Roberts (2.2(b)).. (a). (b). Figura 2.3: Mascaras ´ horizontal (2.3(a)) e vertical (2.3(b)) do filtro de Sobel. 2.3.2 Filtro Sobel O filtro Sobel e´ um filtro passa-alta e n˜ ao linear utilizado para realce de bordas, al´em disso e´ um operador gradiente mais sofisticado definido sobre uma mascara ´ de tamanho 3 × 3 (Mascarenhas & Velasco 1984). Este filtro pode ser descrito utilizando duas mascaras. ´ O filtro de Sobel e´ semelhante ao filtro Roberts (Sec¸a ˜ o 2.3.1), sendo a diferenc¸a as duas mascaras, ´ uma para a horizontal e outra para a vertical, que para este filtro s˜ ao mostradas nas Figuras 2.3(a) e 2.3(b) respectivamente. Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro Sobel e´ mostrado na Figura 2.4. A Figura 2.4(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.4(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da filtragem, utilizando o filtro Sobel. Assim como os filtros passa-alta, a desvantagem do filtro Sobel e´ a produ-.

(32) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 19. (a). (b). Figura 2.4: Imagem original (2.4(a)) e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro Sobel (2.4(b)).. Figura 2.5: Mascara ´ 3 × 3 do filtro Laplaciano. c¸a ˜ o de bordas artificiais que, muitas vezes, podem confundir o int´erprete. 2.3.3 Filtro Laplaciano As baixas frequˆencias da imagem filtrada pelo laplaciano s˜ ao atenuadas, ja´ as altas frequˆencias s˜ ao acentuadas. Com isso, tem-se que este filtro do tipo passa-alta e´ util ´ na detecc¸a ˜ o de bordas. O filtro laplaciano e´ um filtro convolucional e linear que consiste em aplicar a operac¸a ˜ o de convoluc¸a ˜ o, utilizando uma mascara ´ ` × `, sobre uma ima-. gem. Geralmente, a soma dos pesos da mascara ´ e´ igual a zero. Ele usa uma mascara ´ com um alto valor central, cercado de valores negativos nas direc¸o ˜ es. norte-sul e leste-oeste e o valor zero para os pesos restantes da mascara. ´ Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro laplaciano e´ mostrado na Figura 2.6. A Figura 2.6(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.6(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da filtragem, utilizando o filtro Sobel com mascara ´ 3 × 3..

(33) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 20. (a). (b). Figura 2.6: Imagem original e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro Laplaciano de mascara ´ 3 × 3. Com a aplicac¸a ˜ o deste filtro ha´ um aumento de contraste na imagem filtrada, o que introduz, muitas vezes, bordas artificiais que podem confundir o observador. Para apresentar o resultado da operac¸a ˜ o de filtragem utilizando filtros passa-alta, uma imagem real (em n´ıveis de cinza) e os resultados dos filtros Sobel, Roberts e Laplaciano s˜ ao apresentados na Figura 2.7.. (a) Imagem real (n´ıveis de cinza). (b) Imagem filtrada com o filtro Sobel. (c) Imagem filtrada com o filtro Roberts. (d) Imagem filtrada com o filtro Laplaciano. Figura 2.7: Imagem real e filtragem dos filtros Sobel, Roberts e Laplaciano com mascara ´ 3×3 ´ 2.3.4 Filtro da Media Este filtro passa-baixa atenua as altas frequˆencias presentes em uma imagem, preservando assim apenas as baixas frequˆencias e, com isso, diminuindo o ru´ıdo. O filtro da m´edia, que e´ linear e convolucional, e´ o mais simples e mais conhecido para a reduc¸a ˜ o de ru´ıdo. Este filtro consiste em aplicar a operac¸a ˜o.

(34) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 21. Figura 2.8: Mascara ´ 3 × 3 do filtro da m´edia.. (a). (b). Figura 2.9: Imagem em n´ıveis de cinza e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro da m´edia de mascara ´ 3 × 3. de convoluc¸a ˜ o, utilizando uma mascara ´ ` × ` com todos os seus coeficien-. tes iguas a 1, sobre uma imagem e dividindo o resultado por um fator de normalizac¸a ˜ o igual a `2 . A Figura 2.8 ilustra uma mascara ´ ` × `, com ` = 3 e com os coeficientes ja´ divididos pelo fator de normalizac¸a ˜ o igual a 9.. Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro da m´edia e´ mostrado na Figura 2.9. A Figura 2.9(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.9(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da filtragem, utilizando o filtro da m´edia com mascara ´ 3 × 3. Com a aplicac¸a ˜ o deste filtro e´ poss´ıvel a remoc¸a ˜ o de ru´ıdos, por´em ha´ uma perda de resoluc¸a ˜ o (detalhes) na imagem filtrada. Na escolha do tamanho da mascara, ´ observa-se que, quanto maior a mascara, ´ maior o grau de borramento (perda de informac¸a ˜ o) na imagem resultante. 2.3.5 Filtro da Mediana Uma das prinicipais limitac¸o ˜ es do filtro da m´edia, ao remover ru´ıdos em uma imagem, e´ a incapacidade de preservac¸a ˜ o de bordas e detalhes finos da.

(35) 2.3. ´ FILTROS CL ASSICOS. 22. (a). (b). Figura 2.10: Imagem em n´ıveis de cinza e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro da mediana de mascara ´ 3 × 3. imagem. Para contornar este problema, uma t´ecnica alternativa e´ o filtro da mediana, que e´ um filtro passa-baixa n˜ ao convolucional e n˜ ao linear. Este filtro calcula o novo n´ıvel de cinza como o mediano daqueles observados no dom´ınio da mascara. ´ A mediana de uma mascara ´ m de lado ` e´ dada por med(m) =. (. m(`2 +1)/2 ,. se ` for ´ımpar;. (m`2 /2 + m`2 /2+1 )/2,. caso contrario, ´. onde m = (m1 , . . . , m`2 ) e´ o vetor m ordenado de menor para maior. Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro da mediana e´ mostrado na Figura 2.10. A Figura 2.10(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.10(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da filtragem, utilizando o filtro da mediana com mascara ´ 3 × 3. Com a aplicac¸a ˜ o deste filtro e´ poss´ıvel eliminar, atrav´es de uma computac¸a ˜ o simples e rapida, ´ informac¸o ˜ es indesejaveis ´ que corrompem a qualidade da imagem e preservar as bordas na imagem. Devido a essa habilidade, o filtro da mediana e´ frequentemente ¨ escolhido para suavizar imagens que apresentam ru´ıdos conhecidos como “sal-e-pimenta” (Sinha & Hong 1990). A desvantagem deste filtro e´ a caracter´ıstica de n˜ ao preservar os detalhes finos presentes em uma imagem (Kundu & Zhou 1992a) e de ser menos eficiente do que o da m´edia para combater ru´ıdo Gaussiano aditivo..

(36) 2.4. 23. FILTROS ADAPTATIVOS. Figura 2.11: Exemplo da mascara ´ 3 × 3 do filtro Gaussiano 2.3.6 Filtro Gaussiano O filtro Gaussiano, que e´ do tipo passa-baixa, e´ usado pra remover ru´ıdos, suavizando e removendo detalhes das imagens. Este filtro e´ convolucional, como o filtro da m´edia, por´em usa uma mascara ´ diferente, o que o faz preservar melhor as bordas do que um filtro da m´edia com mascara ´ de mesmo tamanho ao custo de ser menos eficiente na reduc¸a ˜ o do ru´ıdo Gaussiano aditivo. Para calcular os coeficientes da mascara ´ de um filtro Gaussiano comec¸ase com a densidade que caracteriza a distribuic¸a ˜ o Gaussiana de m´edia nula e desvio padr˜ ao σ que, no caso bidimensional, tem a seguinte forma: G(x, y) =. 1 − x2 +y2 2 e 2σ . 2πσ 2. A t´ecnica do filtro Gaussiano consiste em usar uma aproximac¸a ˜ o discreta da func¸a ˜ o gaussiana, mostrada acima, na aplicac¸a ˜ o da operac¸a ˜ o de convoluc¸a ˜ o. Uma mascara ´ 3 × 3 (` = 3) e´ mostrada na Figura 2.11. Um exemplo ilustrativo da atuac¸a ˜ o do filtro Gaussiano e´ mostrado na Figura 2.12. A Figura 2.12(a) ilustra um pedac¸o de uma imagem em n´ıveis de cinza e a Figura 2.12(b) ilustra este mesmo pedac¸o apos ´ a operac¸a ˜ o da. filtragem, utilizando o filtro Gaussiano com mascara ´ 3 × 3. O efeito visual apos ´ a aplicac¸a ˜ o deste filtro na imagem e´ o de borramento e o grau de suavizac¸a ˜ o na imagem e´ determinado pelo desvio padr˜ ao. Quanto maior o desvio padr˜ ao, maior sera´ o tamanho da mascara ´ utilizada e, consequentemente, ¨ maior sera´ o efeito de borramento na imagem. 2.4 FILTROS ADAPTATIVOS Existem inumeras ´ t´ecnicas de filtragem de imagens que tˆem o objetivo de remover ru´ıdos. Algumas destas t´ecnicas foram abordadas na Sec¸a ˜ o 2.3..

(37) 2.4. 24. FILTROS ADAPTATIVOS. (a). (b). Figura 2.12: Imagem em n´ıveis de cinza e o resultado da aplicac¸a ˜ o do filtro Gaussiano de mascara ´ 3 × 3. Apesar das diferenc¸as de comportamento, existe uma caracter´ıstica comum a estes filtros: suas caracter´ısticas permancem constantes em toda a imagem. Em algumas situac¸o ˜ es, seria desejavel ´ que um filtro mudasse suas caracter´ısticas conforme o trecho de imagem que estivesse percorrendo ou, at´e mesmo, de acordo com o tipo de ru´ıdo nela presente. S˜ ao estes fatores que constituem a grande motivac¸a ˜ o para a implementac¸a ˜ o de filtros adaptativos, que determinam o melhor filtro a ser usado para o problema em quest˜ ao. A caracter´ıstica dos filtros adaptativos que os distingue dos demais e´ que eles podem modificar sua resposta para melhorar seu desempenho durante a operac¸a ˜ o. O prec¸o pago por melhorar os resultados da operac¸a ˜ o de filtragem e´ o aumento da complexidade de tais filtros (Gonzalez & Woods 2001). Geralmente, os filtros adapatativos s˜ ao formados por trˆes modulos ´ (Born 2000): • Estrutura do filtro - Esse modulo ´ produz a sa´ıda do filtro a partir de medic¸o ˜ es na imagem de entrada. A estrutura e´ fixa e seus parˆ ametros s˜ ao ajustados pelo algoritmo adaptativo; • Crit´erio de desempenho - A sa´ıda do filtro adaptativo e a resposta desejada s˜ ao processadas pelo modulo ´ de crit´erio de desempenho para avaliar sua qualidade em relac¸a ˜ o aos requisitos da aplicac¸a ˜ o; • Algoritmo adaptativo - O algoritmo adaptativo utiliza o valor do crit´erio de desempenho, ou alguma func¸a ˜ o dele, e medic¸o ˜ es da entrada e da.

(38) 2.4. 25. FILTROS ADAPTATIVOS. resposta desejada, para decidir como modificar os parˆ ametros do filtro para melhorar seu desempenho. Estes modulos ´ s˜ ao ilustrados na Figura 2.13. Resposta desejada. Entrada. -. Estrutura do Filtro 6. -. -. -. Filtro. Algoritmo Adaptativo. ? $ '. P. -. &%. . Erro. 6. Crit´erio de Desempenho. Figura 2.13: Modulo ´ de um filtro adaptativo. Fonte: Born (Born 2000) Em uma vis˜ ao macroscopica, ´ a arquitetura dos filtros adaptativos pode ser dividido em duas partes: a primeira consiste no processo de decis˜ ao usado para determinar o tipo de filtro a ser usado, enquanto a segunda consiste na determinac¸a ˜ o do melhor filtro para aquele problema espec´ıfico. As subsec¸o ˜ es seguintes abordam alguns filtros adaptativos. ´ ´ 2.4.1 Filtro Erro Medio Quadratico M´ınimo (MMSE) O filtro adaptativo Erro M´edio Quadratico ´ M´ınimo (MMSE - Minimum Mean Square Error) e´ convolucional e linear, al´em de incorporar a dependˆencia estat´ıstica da imagem (Sant’Anna 1995). Este filtro utiliza o conhecimento estat´ıstico da imagem para determinar se o filtro da m´edia deve ou n˜ ao ser aplicado em uma determinada regi˜ ao. O filtro MMSE utiliza a variˆ ancia do ru´ıdo e a variˆ ancia local para calcular.

Referências

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