Princípios de Planejamento
e Controle de Obras e
Serviços
FERRAMENTAS PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE
Projeto
É um conjunto de atividades não rotineiras (único), com início e fim bem definidos, destinadas a materializar um objetivo.
As características de um projeto são:
• possuir um objetivo bem definido, ligado à satisfação de necessidades humanas;
• desenvolver-se ao longo do tempo, com um ciclo de vida que pode ser dividido em etapas (por exemplo: concepção, planejamento, execução, término);
• estar sujeito a restrições de tempos, custos e qualidade;
• as atividades além de não rotineiras (únicas) são multidisciplinares.
O Gerenciamento de Projetos, portanto, é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para
a execução de projetos de forma efetiva e eficaz. Trata-se de uma competência estratégica para
organizações, permitindo com que elas unam os resultados dos projetos com os objetivos do negócio – e, assim, melhor competir em seus mercados.
Gestão do escopo (objeto do projeto)
O escopo/âmbito é o foco do projeto. O escopo do projeto difere-se do escopo do produto na medida em que o escopo do projeto define o trabalho necessário para fazer o produto, e o escopo do produto define os recursos (atributos e comportamentos) do produto que está sendo criado.
A maioria dos projetos passa por um processo para determinar seu custo e valor. Eles são selecionados com base em diversas condições: oportunidade, necessidade, exigências do cliente, mudança de legislações, entre outros. O escopo/âmbito do projeto deve ser criado para dar suporte à finalidade e à necessidade do projeto.
Para determinar qual é o escopo do projeto, existe muito planejamento do escopo. Para isso, tanto o gerente quanto a equipe precisam ter uma visão unificada sobre quais são os componentes do projeto, dos seus requisitos, da expectativa dos stakeholders (partes interessadas) do projeto, e de onde o projeto se encaixa na necessidade de negócio destes stakeholders.
O resultado dos processos de planejamento de escopo é a declaração de escopo. A declaração de escopo diz o que está dentro e o que está fora do projeto, de maneira clara e sem ambiguidades.
Ferramentas de gestão da qualidade
Fluxogramas;
Diagrama Espinha de Peixe (Diagrama Ishikawa); Check-lists (Folhas de verificação);
Curva ABC (Diagrama de Pareto); Histogramas;
Diagramas de Dispersão;
Fluxograma
diagrama, que atua como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem, ou seja, é a sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o qual caracteriza: o trabalho que está sendo realizado, o tempo necessário para sua realização, a distância percorrida pelos documentos, quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participantes deste processo.
auxilia na identificação do melhor caminho que o produto ou serviço irá percorrer no processo, ou seja, mostra as etapas sequenciais do processo, utilizando símbolos que representam os diferentes tipos de operações, com o objetivo de identificar o desvio, caso ocorra.
Diagrama Ishikawa (Espinha de Peixe)
O Diagrama de Causa e Efeito gerou avanços significativos na melhoria da qualidade de produtos e processos nas empresas. Considerando que o processo de resolução de problemas é um dos pilares da Gestão da Qualidade, o Diagrama de Ishikawa tornou acessível e simples a utilização de uma ferramenta poderosa de análise de causa que pudesse ser usada por “não especialistas” da área.
tem como objetivo identificar as possíveis causas de um problema e seus efeitos, através da relação entre o efeito e todas as possibilidades de causa que podem contribuir para esse efeito.
Diagrama Ishikawa -
Definições
Efeito - aquilo que é produzido por uma causa, resultado, consequência
Problema - dificuldade na obtenção de um determinado objetivo ou resultado
esperado, situação difícil que pede uma solução, no Diagrama de Ishikawa, é
comum que o problema apareça como uma pergunta.
Causa - origem, motivo, razão de algo.
❖
Causa primária ou Principal - causas mais notáveis, causas de primeiro nível que
agruparão sub causas
❖
Causa Secundária – sub causas das causas principais, ramificação das causas
Diagrama Ishikawa –
Agrupamento das Causas
as causas são agrupadas em 6 categorias (conhecidas como 6Ms):
❖
máquina,
❖
materiais,
❖
mão de obra,
❖
meio ambiente,
❖
método e
❖
medidas.
Diagrama Ishikawa –
exemplo
A Alta Direção de um restaurante self service verificou uma queda brusca no
faturamento nos últimos 4 meses. Em comparação ao mesmo período dos últimos 5
anos, que eram estáveis, essa era uma redução de 30% do faturamento.
Ao continuar a análise, verificaram que nos últimos 6 meses, houve um crescente
número de queixas dos clientes referente a demora no atendimento e que o
movimento diário tem diminuído desde então.
A Alta Direção convocou então um brainstorming para analisar a demora no
atendimento.
Checklists
➢
Método simples e empírico, geralmente utilizado para checar uma
lista ou relação de procedimentos padronizados, conferindo a
presença ou ausência de um determinado recurso ou sinal
correspondente a uma operação (em um painel);
➢
é uma lista de itens pré-estabelecidos que serão marcados a partir
do momento que forem realizados ou avaliados. É usada para a
certificação de que os passos ou itens pré-estabelecidos foram
cumpridos ou para avaliar em que nível eles estão.
➢
Ferramenta de controle unidimensional (presente ou ausente);
Diagrama de Pareto (curva ABC)
O Princípio de Pareto apresenta o conceito de que, na maioria das situações, 80% das
consequências são resultado de 20% das causas. Isso pode ser muito útil para tratar não
conformidades, identificar pontos de melhoria e definir que planos de ação devem ser atacados primeiro no que diz respeito a prioridade.
Ainda segundo a metodologia, os problemas referentes a qualidade de produtos e processos, que resultam em perdas, podem ser classificados da seguinte maneira:
Poucos e vitais: representam poucos problemas que resultam em grandes perdas;
Muitos e triviais: representam muitos problemas que resultam em poucas perdas.
O Diagrama de Pareto apresenta um gráfico de barras que permite determinar, por exemplo, quais problemas devem ser resolvidos primeiro. Por meio das frequências das ocorrências, da maior para a menor, é possível visualizar que, na maioria das vezes, há muitos problemas menores diante de outros mais graves, que representam maior índice de preocupação e maiores perdas para a organização.
Diagrama de Pareto
– como montar
▪ Determine o tipo de perda/problema que você quer investigar;
▪ Especifique o aspecto de interesse do tipo de perda que você quer investigar;
▪ Organize uma folha de verificação com as categorias do aspecto que você decidiu investigar;
▪ Preencha a folha de verificação;
▪ Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de frequência, agrupe aquelas que ocorrem com baixa frequência sob denominação “outros” e calcule o total;
Diagrama de Pareto -
exemplo
Uma empresa fabrica e entrega seus produtos para várias lojas de varejo e quer diminuir o número de devoluções. Para isto, investigou o número de ocorrências geradoras de devolução da entrega no último semestre, conforme apresentado na tabela abaixo, já tratada estatísticamente:
Curva ABC
A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número (Carvalho, 2002, p. 226).
Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc.
No que diz respeito à análise, a curva ABC consiste em ordenar as atividades por ordem decrescente de custo.
Numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção, etc. Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens - mercadorias ou matérias-primas - essenciais para o controle do estoque, que variam de acordo com a demanda do consumidor.
Histogramas
Representação gráfica da utilização de um recurso ao longo do tempo de vida do projeto, tem como objetivo mostrar a distribuição de frequências de dados obtidos por medições, através de um gráfico de barras indicando o número de unidades em cada categoria
Diagramas de dispersão
Mostra o que acontece com uma variável quando a outra muda. São representações de duas ou mais variáveis que são organizadas em um gráfico, uma em função da outra. É utilizado para comprovar a relação entre uma causa e um efeito.
Exemplo: Investimento em propaganda (mensal) x vendas efetuadas
0 100 200 300 400 500 600 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Controle estatístico do processo - CEP
usado para mostrar as tendências dos pontos de observação em um período de tempo. É um tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento do processo, determinando a faixa de tolerância limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle) e uma linha média do processo (limite central), que foram estatisticamente determinadas
Ferramentas de gestão de projetos
❖
EAP;
❖
Cronograma;
❖
Curva S;
❖
Diagramas de rede (PERT/CPM; PDM)
EAP – Estrutura Analítica de Projeto
Em Gerência de projetos, uma Estrutura Analítica de Projetos (EAP), (em inglês, Work
breakdown structure - WBS) é um processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto
em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis. É estruturada em árvore exaustiva, hierárquica (de mais geral para mais específica) orientada às entregas, fases de ciclo de vida ou por sub-projetos (deliverables) que precisam ser feitas para completar um projeto
O objetivo de uma EAP é identificar elementos terminais (os produtos, serviços e resultados a serem feitos em um projeto). Assim, a EAP serve como base para a maior parte do planejamento de projeto. A ferramenta primária para descrever o escopo do projeto (trabalho) é a estrutura analítica do projeto (EAP).
EAP – Estrutura Analítica de Projeto
A EAP deve ser completa, organizada e pequena o suficiente para tornar possível a medição do progresso, mas não detalhada o suficiente para se tornar, ela mesma, um obstáculo à realização do projeto.
Uma boa heurística a seguir é a regra do 8-80: exige-se que um pacote de trabalho ocupe entre 8 e 80 horas de duração.
É uma das partes mais importantes no plano do projeto. Ela serve como entrada para o desenvolvimento da agenda, atribuir funções e responsabilidades, gerir riscos, entre outros
Cronograma ou gráfico de Gantt
Cronograma é uma ferramenta de gestão de atividades normalmente em forma de tabela, que
também contempla o tempo em que as atividades vão se realizar.
◦ é uma representação gráfica do tempo investido em uma determinada tarefa ou projeto, segundo as tarefas que devem ser executadas no âmbito desse projeto. É uma ferramenta que ajuda a controlar e visualizar o progresso do trabalho.
Cronograma -
limitações
Não indica a interdependência entre atividades;
Não indica atividades cuja execução tem de ser acompanhada detalhadamente para o sucesso do projeto como um todo;
Cronograma –
como montar?
Deve se ter em mãos a EAP para o projeto;
A partir da EAP, procurar os índices de produtividade para cada tarefa (ex: homem-hora; tempo para escavar um m³ de vala; tempo para construir uma boca-de-lobo completa, etc.)
Dividir os quantitativos da tarefa pela produtividade, obtendo o tempo total de realização da atividade;
Dividir o tempo total pelo número de horas trabalhadas em um dia, o resultado é o número de dias para a realização da atividade com o uso de apenas uma unidade de recurso ou insumo (recurso = caminhão, pedreiro, escavadeira, tijolo, etc);
Adequar a quantidade de recursos alocados à atividade de forma a estabelecer um prazo adequado ao horizonte do projeto.
Item Descrição Unidade Quantidade Preço Unitário (R$)
Preço total (R$)
1 Galeria de drenagem
1.1 abertura mecanizada de valas m³ 150,00 9,87 1.480,50
1.2 apiloamento de fundo m² 90,00 3,44 309,60
1.3 lastro de areia ou brita m³ 13,50 258,30 3.487,05
1.4 assentamento tubulações m
1.4.1 assentamento tubos Ø 0,60 m m 30,00 98,32 2.949,60
1.4.2 assentamento tubos Ø 0,80 m m 100,00 110,41 11.041,00
Curva S
A Curva “S” é um tipo de curva de acumulação, instrumento destinado ao acompanhamento periódico da evolução de uma variável, sejam elas: faturamento, custos, quantidade de produção, etc.
Leva esta denominação porque, comumente, a curva de acumulação lembra a forma de “S”, sendo um instrumento de fácil visualização.
Sua aplicação a projetos permite, facilmente, comparar o acumulado dos desembolsos realizados com os orçados – o andamento dos trabalhos, etc;
efinir o montante dos recursos financeiros necessários à realização de um projeto, a serem aplicados dentro do tempo programado; b) Em cada unidade de tempo, definir os limites máximo e mínimo dos recursos financeiros a serem investidos e necessários a atender os prazos contratuais; c) Subsidiar a aplicação dos métodos de controle de produção e desempenho a exemplo do ID – Índice de Desempenho e do Método do Valor do Trabalho
Realizado; d) Verificar se o orçamento em realização atende ao que foi programado e se esta ocorrendo aplicação de recursos acima ou a menor do que foi programado;
e) Mostrar a necessidade de um replanejamento dada à evidência de ultrapassagem dos prazos contratuais, ou descumprimento dos custos, caso o prazo seja mantido.
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% % acum ul ad o Meses
Núcleo de Lazer Jardim Helena - Curva de desenvolvimento previsto x realizado
% previsto acumulado % realizado acumulado
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18
% A cum ul ad o Meses
Canal de Circunvalação: Curva de desenvolvimento previsto x realizado
% previsto acumulado % realizado acumulado
Diagrama tempo x caminho
A partir da identificação de elementos notáveis em um projeto, um Diagrama de Tempo x
Caminho pode ser tornar um elemento importante para detectar: falhas de lógica do diagrama
de redes, impactos no projeto em função de redução de produtividades esperadas, áreas/fases em atraso, entre outros.
Diagramas de rede
Na próxima aula:
TRAZER COMPUTADORES!!!
Vamos aprender programação e controle com
diagramas de rede, utilizando softwares de
Diagramas de rede
As técnicas denominadas PERT e CPM foram independentemente desenvolvidas para o Planejamento e Controle de Projetos em torno de 1950 (BOOZ & ALLEN, para o desenvolvimento dos submarinos do programa POLARIS da Marinha Americana), porém a grande semelhança entre estas fez com que o termo PERT/CPM seja utilizado corriqueiramente como apenas uma técnica.
Os termos PERT e CPM são acrônimos de Program Evaluation and Review Technique (PERT) e Critical Path Method (CPM).