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Criando empregos:

uma visão geral

Quem reformou mais?

Onde há mais facilidades para se fazer negócios?

Menos oneroso não signifi ca menos proteção

São necessárias mais reformas na África

O sucesso requer mais empregos na economia formal

Se você estivesse abrindo uma nova empresa no Laos, os procedimentos legais levariam 198 dias. Se estivesse abrin-do na Síria, teria de comprovar US$ 61 mil de capital mí-nimo — 51 vezes a renda média anual. Se você estivesse construindo um depósito na Bósnia-Herzegovina, as taxas de ligação aos serviços públicos e seguimento dos regula-mentos da construção civil equivaleriam a 87 vezes a ren-da média. Se você dirigisse uma empresa na Guatemala, seriam necessários 1.459 dias para resolver uma disputa simples nos tribunais. E se em Serra Leoa você pagasse to-dos os impostos devito-dos, gastaria 164% do lucro bruto da sua empresa.1

Mesmo nas melhores circunstâncias, abrir uma em-presa é um ato de fé. Os governos deveriam encorajar os ousados, e muitos o fazem. Em 2004, 99 países — 2/3 da amostra de Doing Business — introduziram 185 reformas para tornar mais fácil fazer negócios. Eles simplifi caram aspectos das regras que regem os negócios, fortaleceram os direitos de propriedade, reduziram os custos de expor-tação e imporexpor-tação, reduziram o ônus fi scal e aumentaram o acesso ao crédito.

Essas reformas permitem que as empresas cresçam mais depressa e criem empregos. Um número crescente desses empregos estará na economia formal, porque os be-nefícios de ser formal (como acesso mais fácil ao crédito e melhores serviços públicos) muitas vezes superam os cus-tos (como imposcus-tos). E mais empregos formais signifi ca que mais trabalhadores estarão protegidos por pensões, regulamentos de segurança e assistência à saúde.

As mulheres, que hoje representam 3/4 dos traba-lhadores no setor informal, serão as grandes benefi ciadas, assim como os trabalhadores jovens e inexperientes em busca do primeiro emprego.

Empregos são uma prioridade para os países que emergem de confl itos, para absorver os ex-soldados na força de trabalho e possibilitar que as famílias reconstruam rapidamente as suas vidas. Sem empregos existe um alto risco de esses países voltarem a uma situação de confl ito. E os empregos na economia formal são prioritários para os países da África — os quais apresentam os maiores obs-táculos para se fazer negócios e estão efetuando reformas mais lentamente do que os outros países.

Quem realizou mais reformas?

Em 2004, Sérvia e Montenegro liderou a realização das re-formas que podem incentivar o crescimento de empresas e empregos, tendo melhorado em 8 das 10 áreas estuda-das por Doing Business (tabela 1.1). A exigência de capital para abrir uma nova empresa foi reduzida de 5.000 euros para 500. O prazo para se abrir uma nova empresa foi re-duzido de 51 para 15 dias. Uma nova lei trabalhista tornou mais fácil a contratação de trabalhadores permitindo que

as empresas ofereçam contratos a termo em vez de serem obrigadas a contratar sem prazos defi nidos mesmo para atender a necessidades temporárias. O prazo para a so-lução de disputas comerciais caiu de 1.028 dias para 635, graças a um novo código de processo civil. Os impostos sobre a folha de pagamento e as vendas foram substituídos por um imposto sobre valor agregado, que é mais fácil de arrecadar. Em 2004 o número de novas empresas registra-das (formais) aumentou 42% em relação ao ano anterior.

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ro de atividades licenciadas. Foi criada uma central única para a solicitação de todas as licenças, de forma que agora as empresas podem apresentar ali todos os documentos, sem necessidade de verifi cação por outros órgãos do go-verno. Uma simplifi cação do código fi scal eliminou 12 dos 21 impostos. E o prazo para o registro de propriedades caiu 75% e seu custo 70%.

Em termos regionais, a maior parte das reformas teve lugar na Europa do Leste e na Ásia Central, onde cada país deu pelo menos um passo para tornar as coisas mais fá-ceis para as empresas (fi gura 1.1). Muitas dessas reformas foram motivadas pela integração com a União Européia. Três países da Europa do Leste — Eslováquia, Romênia e Letônia — estiveram entre os 12 maiores reformadores em 2004 (ver a tabela 1.1), e a Eslováquia foi a líder em refor-mas em 2003. Estes países facilitaram a abertura de novas empresas. Esses esforços parecem estar compensando: em 2004 o número de novas empresas subiu 8% na Letônia, 13% na Eslováquia e 22% na Romênia. As reformas mais comuns na região, ocorrendo em metade dos países, en-volveram a simplifi cação da administração de impostos e a redução do ônus fi scal. Reformas anteriores na Estônia, Rússia e Eslováquia abriram o caminho.

Algumas das reformas mais ousadas, que levaram às melhorias mais signifi cativas nos indicadores de Doing Bu-siness, foram:

• A simplifi cação dos procedimentos para a abertu-ra de novas empresas na Sérvia e Montenegro.

• A simplifi cação dos procedimentos aduaneiros e documentos comerciais no Egito.

• As mudanças na lei de falências no Brasil.

Sérvia e Montenegro transferiu o registro de novas empresas dos tribunais para um novo cartório de registro administrativo. Os empresários podem efetuar o registro on-line e uma regra de “quem cala consente” garante uma rápida aprovação. Além disso, um novo banco de dados eletrônico unifi cado faz a ligação entre os tribunais co-merciais, a central de estatísticas, o escritório aduaneiro, o Banco Central e as prefeituras. Com essas reformas, uma empresa pode começar a operar em 15 dias em vez de le-var 51 (fi gura 1.2).

TABELA 1.1 Os maiores reformadores em 2004 País Abertura de uma empresa Lidando com licenças Contratação e demissão de funcionários Registro de propriedades Obtenção de crédito Proteção de investidores Pagamento de impostos Comércio através de fronteiras Adesão a contratos Fechamento de uma empresa Alemanha ✓ ✓ ✓ ✓ Egito ✓ ✓ ✓ ✓ Eslováquia ✓ ✓ ✓ ✓ Finlândia ✓ ✓ ✓ ✓ Geórgia ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ Holanda ✓ ✓ ✓ Letônia ✓ ✓ ✓ ✓ Paquistão ✓ ✓ ✓ ✓ Romênia ✓ ✓ ✓ ✓ Ruanda ✓ ✓ ✓ Sérvia e Montenegro ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ Vietnã ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

Nota: Os países são classifi cados pelo número de reformas. Países que têm o mesmo número de reformas são classifi cados pelo impacto dessas reformas sobre os indicadores de Doing Business. Quanto maior o impacto positivo sobre cada conjunto de indicadores, melhor a classificação do país em termos de reformas.

Fonte: Banco de dados de Doing Business.

REALIZARAM %XTREMO E /%#$ DE 3UL ­FRICA 3UBSAARIANA !MÏRICA E %UROPA /RIENTE E 0AÓSES      

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O Egito estabeleceu uma central única para a docu-mentação de comércio internacional e reduziu o núme-ro de itens para apnúme-rovação de 26 para 5. Hoje vigora um prazo-limite de 2 dias para a passagem pela alfândega. As melhorias na alfândega fi zeram parte de uma reforma mais ampla para reduzir o número de itens tarifários de 27 para 6 e simplifi car os procedimentos de inspeção nas fronteiras.

A nova lei de falências do Brasil dá, às empresas insol-ventes, a opção de permanecerem abertas enquanto passam por uma reestruturação. Os credores têm mais controle so-bre a condução dos procedimentos de reorganização atra-vés do estabelecimento de comitês de credores que dão seu voto sobre os planos de reestruturação. Quando os ativos são vendidos, os credores com garantia têm preferência so-bre as reivindicações fi scais. A nova lei reduziu à metade, de 10 para 5 anos, o prazo médio dos processos de falência e espera-se que eleve o índice de recuperação de 0% para 7,5 % dos ativos da empresa.

Mas nem todas as mudanças nos indicadores de Doing Business foram para melhor. Em 2004, 20 países — 18 deles pobres — tornaram mais difícil fazer negócios. Entre os exemplos estão:

• Madagascar elevou seu requisito de capital mí-nimo para se abrir uma empresa para US$ 6.500 — 22 vezes a renda per capita anual.

• O Chade aumentou os impostos de transferência de imóveis e as taxas de cartórios para o registro de propriedades. Os impostos e taxas para a com-pra de imóveis equivale a 21% do seu valor — um nível entre os mais elevados do mundo.

• A Mauritânia elevou o imposto de renda para em-presas de 20 para 25% — o único país a aumentar este imposto em 2004.

Onde é fácil fazer negócios?

Segundo os indicadores de Doing Business, a Nova Zelân-dia tem a regulamentação de negócios mais fácil do mundo (tabela 1.2). Cingapura é a segunda colocada. Os Estados Unidos estão em terceiro lugar. Cinco países do Extremo Oriente — Hong Kong (China), Japão, Tailândia, Malásia e Coréia — estão entre os 30 melhores, assim como os paí-ses bálticos — Lituânia, Estônia e Letônia. Essa classifi ca-ção é um feito notável, uma vez que somente uma década se passou desde que eles iniciaram suas reformas.

Mas as classifi cações sobre a facilidade de fazer negó-cios também mostram que muitos países, apesar das refor-mas efetuadas, ainda têm um longo caminho pela frente. Apesar de a Europa do Leste ter sido a região com maior número de reformas, alguns dos países dessa região ainda têm uma classifi cação baixa no que se refere à facilidade para fazer negócios. Por exemplo, Sérvia e Montenegro fi caram em 92o lugar, a Croácia em 118o e a Ucrânia em 124o. O Egito, outro país que fez muitas reformas em 2004, classifi cou-se em 141o lugar. E a Índia, embora tenha feito grandes progressos na recuperação de garantias e na fa-cilidade de registro de propriedades, está em 116o — 25 lugares abaixo da China.

TABELA 1.2

As 30 melhores economias em termos de facilidade para fazer negócios 1 Nova Zelândia 2 Cingapura 3 Estados Unidos 4 Canadá 5 Noruega 6 Austrália 7 Hong Kong, China 8 Dinamarca 9 Reino Unido 10 Japão 11 Irlanda 12 Islândia 13 Finlândia 14 Suécia 15 Lituânia

Nota: As classificações de todas as economias são verificadas em janeiro de 2005 e incluídas nas tabelas dos países. As médias da facilidade para fazer negócios são cal-culadas através dos 10 tópicos cobertos por Doing Business em 2006. As classificações deste ano não podem ser comparadas com as do ano passado, uma vez que foram in-cluídos três novos conjuntos de indicadores — lidando com licenças, pagando impostos e comércio através de fronteiras. Ver detalhes nas Notas sobre Dados.

Fonte: Banco de dados de Doing Business

16 Estônia 17 Suíça 18 Bélgica 19 Alemanha 20 Tailândia 21 Malásia 22 Porto Rico 23 Maurício 24 Holanda 25 Chile 26 Letônia 27 Coréia 28 África do Sul 29 Israel 30 Espanha FIGURA 1.2

Facilitando a abertura de empresas na Sérvia e Montenegro

Procedimentos Prazo para abrir empresa (dias)

50 40 30 20 10 0 1 11 Procedimentos reduzidos de 11 para 10 Prazo reduzido de 51 para 15 dias 2004 2005

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ao escopo, não leva em conta a proximidade do país de grandes mercados, a qualidade dos serviços de infra-es-trutura (além dos serviços ligados ao comércio através das fronteiras), a segurança das propriedades contra roubos e saques ou as condições macroeconômicas. Assim, embora a Jamaica esteja melhor classifi cada (em 43o lugar) em fa-cilidade para fazer negócios do que a França (44o), isto não signifi ca que uma empresa opere melhor em Kingston do que em Paris. Criminalidade e desequilíbrios

macroeco-investimentos.

Mas uma alta classifi cação em termos de facilida-de para fazer negócios não signifi ca que o governo criou um ambiente regulador completamente favorável para empresas. Com freqüência, melhorias nos indicadores de Doing Business representam reformas mais amplas nas leis e instituições, as quais afetam mais que os procedimentos administrativos e o tempo e o custo para cumprir os regu-lamentos de negócios.

Menos oneroso não signifi ca menos proteção

Estar bem classifi cado em termos de facilidade para fazer negócios não signifi ca a ausência de regulamentos no país. Poucas pessoas afi rmariam que na Nova Zelândia, é cada um por si para as empresas, que os trabalhadores sofrem abusos no Canadá ou que, na Holanda, os credores se apossam dos ativos dos devedores sem um processo justo. E para proteger os direitos de credores e investidores, bem como estabelecer ou melhorar os cartórios de registro de crédito, para chegar à lista dos 30 melhores é preciso ter mais regulamentos e não menos.

Todos os países mais bem classifi cados regulam os negócios, mas o fazem de formas menos onerosas e incô-modas. Consideremos os 5 países nórdicos, que estão no topo da na lista dos 30 melhores; Noruega (5o), Dinamarca (8o), Islândia (12o), Finlândia (13o), Suécia (14o). Esses pa-íses não regulamentam menos. Em vez disso, eles têm

re-gulamentos simples que permitem às empresas serem pro-dutivas e concentram a intervenção onde ela é importante — na proteção dos direitos de propriedade e na provisão de serviços sociais.

Os países nórdicos têm impostos sobre empresas entre moderados e altos — 52% do lucro bruto na Finlândia e na Islândia, 53% na Suécia e 60% na Noruega. Contudo, apenas 8% da atividade econômica ocorre no setor informal (em-presas não registradas). A razão é que as em(em-presas recebem excelentes serviços públicos em troca daquilo que pagam. Por exemplo, a Dinamarca conta com a melhor infra-estru-tura comercial do mundo.2 A Noruega é a número 1 no ín-dice de desenvolvimento humano produzido pelo Progra-ma de Desenvolvimento das Nações Unidas, com a Suécia em segundo lugar.3 Nesses países,assim como nos outros da lista dos 30 melhores, os reformadores não precisam escolher entre tornar os negócios mais fáceis e prover pro-teção social. Eles encontraram uma forma para ter ambos.

São necessárias mais reformas na África

Se os reformadores de negócios na África estiverem em busca de exemplos, devem procurar na vizinhança — em Ruanda. Em 2001 novas leis trabalhistas e de empresas fa-cilitaram a abertura de empresas e a contratação de traba-lhadores. No ano seguinte o governo começou a reforma das leis relativas à titulação de terras. E em 2004 Ruanda estava entre os 12 países líderes em reformas (ver tabela 1.1). Os procedimentos aduaneiros foram simplifi cados e o serviço de registro de créditos melhorado. Os procedi-mentos judiciais também foram simplifi cados, apressando as providências para forçar a adesão a contratos. O presi-dente do país explicou a importância da reforma judici-ária: “Como diz o ditado, justiça adiada é justiça negada. Nossos tribunais estão entupidos por um sempre crescente atraso em processos, alguns dos quais datam de 10 anos

FIGURA 1.3

A África teve em 2004 a menor intensidade de reformas

OECD com alta renda Sul da Ásia Extremo Oriente e Pacífico América Latina e Caribe Europa do Leste e Ásia Central Oriente Médio e Norte da África

Intensidade de reforma (número médio de reformas por país)

0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

África Subsaariana

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ou mais. Os ricos, poderosos e bem relacionados recebem tratamento preferencial... Um dos gargalos enfrentados pelo nosso programa de reconstrução nacional é o sistema judiciário que funciona mal.”4 Depois que se deu início às reformas, o crescimento econômico médio de Ruanda ele-vou-se para 3,6% ao ano — um dos mais altos da África.

Há outras histórias de sucesso subsaariano. Em 2004 a Nigéria implantou 3 reformas, envolvendo abertura de empresas, práticas trabalhistas e informações de crédito. As Ilhas Maurício, classifi cadas em 23o entre os países mais fá-ceis para se fazer negócios, realizaram 2 reformas. A África do Sul está em 28o lugar — e a Namíbia, em 33o. Esses paí-ses podem inspirar outros na região, assim como o sucesso do Japão motivou reformas no Extremo Oriente e o su-cesso do Chile incentivou seus vizinhos latino-america-nos. Alguns governos africanos estão reagindo, com

re-formas ambiciosas planejadas em Burkina Faso, Lesoto e Malauí, entre outros.

E as reformas, é importante dizer, são necessárias. Na África, os empresários enfrentam mais obstáculos em termos de regulamentos do que em qualquer outra região. Contudo, em 2004 as reformas foram mais lentas do que em outras regiões (fi gura 1.3). Os 16 países do oeste da África conseguiram apenas duas reformas: a República dos Camarões impôs um limite de 7 dias para desembara-ço aduaneiro e a Costa do Marfi m reduziu de 2 semanas para 1 dia o prazo para o registro de segurança social dos trabalhadores. Em toda a região, para cada 5 países que melhoraram sua regulamentação, um tornou-a mais in-cômoda.

O sucesso requer novos empregos na

economia formal

“Primeiramente, eu gostaria de ter um trabalho de qual-quer espécie,” diz um equatoriano de 18 anos em Voices of the Poor (Vozes dos Pobres), uma pesquisa do Banco Mun-dial que capta as perspectivas de pessoas pobres em todo o mundo. As pessoas sabem como escapar da pobreza (fi gu-ra 1.4). O que elas precisam é achar um emprego decente. Estudos confi rmam isto — a grande maioria das pessoas que escapam da pobreza o fazem abrindo sua própria em-presa ou achando trabalho em uma já existente.5

O melhor desempenho em termos de facilidade para fazer negócios está associado a mais empregos (fi gura 1.5). A Nova Zelândia, líder global em facilidade para fazer negócios, tem 4,7% de desemprego. Na Grécia, o país da OCDE com a pior classifi cação (80o) pelos indicadores de Doing Business, o desemprego é de 10,9%.

Estudos anteriores confi rmam este padrão. A cria-ção trimestral de empregos em Portugal, que tem um dos mercados de trabalho mais fortemente regulamentado, equivale a 59% daquela dos Estados Unidos em termos per capita. Uma empresa portuguesa tem 40% menos probabi-lidade do que uma americana para criar empregos durante uma fase positiva da economia.6 Recuperações econômi-cas sem a criação de empregos são comuns em mercados fortemente regulamentados — e signifi cam que as pessoas permanecem sem trabalho por longos períodos.7

Existem enormes oportunidades para a criação de empregos. Se a Croácia adotasse o ambiente de negócios da Dinamarca, com tudo o mais permanecendo igual, a análise sugere que o desemprego poderia cair até 4 pon-tos percentuais (ver fi gura 1.5). Se a Argentina adotasse regulamentos sobre negócios e proteção aos direitos de

propriedade ao estilo dinamarquês, o desemprego poderia cair até 3,3 pontos percentuais.8

Mas nos países em que os regulamentos são onero-sos e incômodos, as empresas freqüentemente operam na economia informal — e permanecem pequenas, criando poucos empregos. Considere o exemplo de Burkina Faso. Naquele país, Oumarou dirige uma empresa de alimentos. Ele gostaria de passar para a economia formal e assim po-der atenpo-der a clientes maiores, que exigem recibos fi scais de valor agregado. Mas o registro de uma empresa requer um capital mínimo equivalente a quase 5 vezes a renda per capita anual. Só as taxas custam 1,5 vez a renda per ca-pita. Para conseguir um empréstimo bancário Oumarou precisaria oferecer uma grande garantia. Mas ele nunca registrou o imóvel que possui, porque o registro exigiria o pagamento de taxas equivalentes a 16% do seu valor. Dian-te de tantos obstáculos, Oumarou mantém sua empresa na

Baseada em entrevistas com 60 mil pessoas pobres em mais de 50 países. FIGURA 1.4

Abrir uma empresa é a forma primordial de sair da pobreza

Ir à escola Emigrar Achar emprego numa empresa já existente Trabalhar no campo Abrir uma empresa Narayan e outros (2000).

Maneiras consideradas eficazes (% dos entrevistados)

0 10 20 30 40 50 60 Obter crédito HOMENS MULHERES Nota: Fonte:

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Redução no desemprego decorrente de melhorias até o topo em termos de facilidade para fazer negócios Taxa de desemprego

Países classificados por facilidade para fazer negócios, quintis

Mais fácil Mais difícil

Mais alta Mais baixa 12% 8% 4%

Mais fácil Mais difícil

Taxa decorrente após redução

Redução decorrente

As relações são significativas no nível de 1% e assim permanecem quando se leva em consideração a renda per capita. Banco de dados de , ILO (2005).

Nota:

Fonte: Doing Business

FIGURA 1.6

A maior facilidade para fazer negócios está associada a menos informalidade

Redução no setor informal decorrente de melhorias até o topo em termos de facilidade para fazer negócios Setor informal (parcela do PIB)

Países classificados por facilidade para fazer negócios, quintis

Mais fácil Mais difícil

Mais alta Mais baixa 40% 30% 20% 10%

Mais fácil Mais difícil

Participação decorrente após redução

Redução decorrente

As relações são significativas no nível de 1% e assim permanecem quando se leva em consideração a renda per capita. Banco de dados de , Schneider (2005), WEF (2004).

Nota:

Fonte: Doing Business

informalidade — e pequena. E ele não está só: num país de mais de 12 milhões de habitantes, somente 50 mil traba-lham de maneira formal.

Reformas podem mudar essa situação. Uma elevação dos indicadores de Doing Business de um país ao nível do quartil superior está associada a uma queda de 9 pontos percentuais na parcela do PIB representada por atividades informais (fi gura 1.6). Em outras palavras, as reformas am-pliam o alcance da regulamentação trazendo empresas e empregados para a formalidade.

As mulheres e os jovens trabalhadores seriam os maiores benefi ciados com essas mudanças. Os dois grupos constituem uma grande parcela dos desempregados (fi gu-ra 1.7), e regulamentos incômodos afetam de forma signi-fi cativa suas oportunidades de emprego. Por exemplo, no Irã um empregador não pode usar um contrato a termo a menos que a tarefa seja sazonal. E as mulheres não podem trabalhar mais de 8 horas por dia. Não é por coincidência

que somente 28% das mulheres na força de trabalho estão formalmente empregadas.

Os governos de países afetados por confl itos são espe-cialmente pressionados a criar empregos. A paz continua-da depende continua-da desmobilização dos exércitos rebeldes e de se conseguir sustento para milhares de refugiados e antigos combatentes. Este ano Doing Business estuda 5 países afe-tados por confl itos: Afeganistão, Eritréia, Iraque, Sudão e Timor Leste. Entre estes, o Afeganistão foi o que mais rea-lizou reformas em 2004. O número de procedimentos para a abertura de novas empresas foi reduzido de 28 para 1 e o prazo para a conclusão do processo de 90 para 7 dias. A infra-estrutura de transportes nas principais rotas comer-ciais afegãs foi melhorada. Os registros de imóveis estão sendo compilados e digitalizados — provendo a base para um novo sistema de registro (embora os registros cubram somente 1/4 do país). Também há planos para o estabele-cimento de um registro de crédito, controlado pelo banco

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central e pelos bancos comerciais privados. Os sistemas de registro de imóveis e de crédito irão facilitar a concessão de empréstimos.

São muitos os exemplos de reformas bem-sucedi-das em regulamentos, com benefícios para a criação de empregos. As reformas feitas pela Eslováquia a partir de 2002 ajudaram a reduzir o número de desempregados em 43 mil.9 Na Colômbia, reformas nas leis trabalhistas e nas exigências para a abertura de novas empresas criaram 300 mil empregos na economia formal.10 Outra história de su-cesso vem do Peru, onde na última década o governo emi-tiu títulos de propriedade de imóveis para 1,3 milhão de famílias urbanas. A garantia dos direitos de propriedade de imóveis permitiu que os pais encontrassem empregos em vez de fi car em casa para proteger sua propriedade. Com isso, hoje as crianças podem freqüentar escolas. Em conseqüência deste fato, a incidência de trabalho infantil caiu quase 30%.11

FIGURA 1.7

Maior desemprego de jovens no Oriente Médio

OCDE com renda alta Sul da Ásia Leste da Ásia & Pacífico América Latina e Caribe Leste da Europa e Ásia Central Oriente Médio e Norte da África Taxa de desemprego (%) 0 5 10 15 20 25 África Subsaariana TODOS OS JOVENS JOVENS DO SEXO FEMININO

ILO (2005). Fonte:

1. Defi nido como vendas menos os custos de materiais e de mão-de-obra. 2. WEF (2004).

3. UNDP (2004). 4. Kagame (2002, p. 8).

5. Ver também Fields e outros (2002). 6. Blanchard e Portugal (1998).

7. Holmes (1998).

8. Análise baseada em regressão de abrangência nacional, controlando as variáveis-padrão usadas na literatura trabalhista.

9. Slovak Artistical Offi ce (2005). 10. Echeverry e Maria (2004). 11. Field (2002).

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