Um
engenheiro
no
sítio
certo
REN Depois de um dia com Rui Cartaxo, o finalista João Granjo percebeuque arede nacional de transporte de energia lhe pode abrir as portas para o mundo
oi uma semana de alta tensão para João Granjo. Teve de adiar oinício do estágio da So-nae Indústria, porque começa-va precisamente no dia em foi recebido por Rui Cartaxo, e on-tem voou para Madrid para uma entrevista numa das maiores consultoras do mun-do.Mas oestudante de Engenharia Eletrotéc-nica edeComputadores estava mais ansioso em relação aodiaque iria passar com o presi-dente-executivo (CEO) da REN, do que com aagenda.
"Estamos aprecisar de pessoas com o seu perfil, jovens que queiram fazer carreira in-ternacional", repetiu, várias vezes, Rui Carta-xo. MasJoão Granjo ainda não tem certezas sobre o quevai fazer quando terminar a dis-sertação em Ambiente Empresarial. As con-sultoras não param de o assediar e ele tem uma única certeza: nãoquer ficar limitado ao território nacional. Asua experiência deum ano em Estocolmo, onde fez Erasmus, mar-cou-o: "Ali via pessoas de todas as nacionali-dades e fiz bons amigos oriundos de vários países". Multiculturalidade é uma das pala-vras que povoam a sua cabeça, foi por isso
que escolheu o KTH — Royal Institute of Technology para fazer o Erasmus.
Multiculturalidade será também, a partir de agora, uma das palavras-chave na REN. A
compra de 25% do seu capital pela chinesa State Grid, ede 15% pela Oman Oil, vão em-purrar aempresa para novos mercados. Rui
Cartaxo já deixara claro que aempresa não podia confinar asua atuação aPortugal eque eranecessário rentabilizar osconhecimentos acumulados em engenharia, planeamento de redes eoperações de sistemas. Masos novos acionistas vão levar a REN para países que não estavam nos seus planos. Se até agora a Europa e África eram os destinos naturais, com aState Grid eaOman Oil haverá
mudan-ças. "Qualquer pequeno negócio na China é
um grande negócio para nós", diz Rui Carta-xo, que está na empresa desde 2007.
"A energia vai ser ogrande sector de ativi-dade nos próximos 10/15 anos", explicou o
CEO da REN a João, concretizando que a próxima grande vaga será nasenergias solar e eólica. E esta éuma áreaonde aREN
pode-rávir afazer bons negócios na China. Entre-tanto, aempresa entrou no capital da Med-grid, consórcio que se dedicará àprodução de energia solar no Norte deÁfrica para ex-portar para aEuropa. O seu papel será o de manter as infraestruturas de ligação entre a produção e os centros de consumo na Euro-pa, porque a REN não éprodutora de ener-gia, mas sim uma empresa de infraestrutu-ras e éuma das poucas que reúne gás natu-ral eeletricidade.
Este éum mercado em ebulição. Arecente
descoberta do gás de shale —uma nova
técni-ca de extração de gás natural a partir das camadas submersas de rochas de xisto —
,
que veio alterar o cenário energético mun-dial, até agora fortemente dependente do pe-tróleo, foi um dos temas obrigatórios. A
REN tem armazenagem de gás natural na zona de Pombal e no terminal de Sines e acredita que aampliação que pretende fazer em Sines trará energia mais barata para a indústria portuguesa.
O transporte deenergia —gás e eletricida-de — é o negócio principal da REN, mas a rede de fibra ótica que acompanha as suas infraestruturas colocou-a também no negó-cio das telecomunicações. "Conseguimos ter rede onde os outros não têmepor isso aluga-mos arede", destaca Margarida Ferreirinha, responsável pela comunicação da empresa. Outro negócio para onde a REN olha com muita atenção é o das energias renováveis. Recentemente, o Estado português atribuiu àEnondas —detida pela REN— a concessão
da exploração de uma zona-piloto, em Peni-che, destinada àprodução deenergia elétrica a partir das ondas do mar. As expectativas
são elevadas, jáque o clima éfavorável. Talvez pela sua formação ser em redes de baixa tensão, João Granjo absorveu com inte-resse a informação que lhe foi passada na REN, quegere sobretudo altatensão. Masno final do dia, confessaria que um dos momen-tos almomen-tos foi oacompanhamento de uma reu-nião em que se acertavam os últimos deta-lhes nafinalização deuma proposta de parce-ria com uma empresa estabelecida do outro lado do Atlântico — uma área quase 'estra-nha' para um engenheiro como ele.
economia@expresso.impresa.pt
Texto MARIA MARTINS
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"3CZ, Ru 'Cartaxo recebe João com um pequeno-almoço eexplica-lhe o queéa
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em pouco mais de meia hora. No final, convida-o para uma reunião decisiva!í~l-
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João acompanha afinalização de uma proposta de parceria rodeadoII
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Albertino Menezes explica que aREN tem 8100 km de linhas e queI!
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maior em potência instalada na região de Lisboa|P.
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Pedro Furtado, diretor de planeamento da rede de gás, destacou que Sineséum
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Nasa'a edespacho de Bucelas, Mouro Vaz explica como éfeita
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_D a monitorização de todos os parâmetros operacionais da rede de gás naturaljC.ZDn
Enquanto observa oecrã sinóptico, em Sacavém, João descobre que não|f"
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"Falo com todo o tipo de investidores, desde os que têm 5 ações aos que têmÍU!
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5 milhões", diz Ana Fernandes, responsável pelas relações com os investidoresI
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Rui Cartaxo, Jorge Liça eJorge Borrego analisam os negócios internacionaisí