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ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA RODRIGUES

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO DISTRITO DE SÃO JORGE – MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA – MT, NUMA PERSPECTIVA GEOGRÁFICA – GEOLÓGICA E GEOAMBIENTAL.

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA RODRIGUES

ORIENTADOR – PROF. DR. HDR. DEOCLECIANO BITTENCOURT ROSA

CUIABÁ, MT ABRIL/2015.

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO DISTRITO DE SÃO JORGE – MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA – MT, NUMA PERSPECTIVA GEOGRÁFICA – GEOLÓGICA E GEOAMBIENTAL.

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA RODRIGUES

Memória de Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia do Departamento de Geografia como requisito para a obtenção do título de Mestre em Geografia.

CUIABÁ, MT ABRIL/2015

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA RODRIGUES

CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO DISTRITO DE SÃO JORGE – MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA – MT, NUMA PERSPECTIVA GEOGRÁFICA – GEOLÓGICA E GEOAMBIENTAL.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. HDR. Deocleciano Bittencourt Rosa – Presidente Orientador.

_____________________________

Prof. Dr. Leonardo Cristian Rocha – Membro Externo – UFSJ.

_____________________________

Prof. Dr. Auberto José Barros Siqueira – Membro Interno – UFMT.

_____________________________

Prof. Dr. Emerson Soares dos Santos – Membro Interno - Suplente – UFMT.

__________________________________

Cuiabá, MT. Abril/2015.

(4)

INDICE

Listagem de Siglas e de Abreviações Utilizadas 7

Dedicatória 9 Agradecimentos 10 Listagem de Figuras 11 Listagem de Tabelas 14 Listagem de Quadros 14 RESUMO 15 RESUME 16 ABSTRACT 17 1. INTRODUÇÃO 18 1.1. Aspectos Gerais 18 1.2. Localização e Acesso 20

1.3. Dados acerca do Distrito de São Jorge 22

2. OBJETIVOS 24 2.1. Objetivo Geral 24 2.2. Objetivos Específicos 24 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 25 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 27 4.1. Procedimentos Teóricos 27 4.2. Procedimentos Práticos 28 5. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 30 5.1. Clima 30

5.2. Quadro Geológico Regional 31

5.3. Solos 45

5.4. Geomorfologia Regional 52

5.5. Rede Hidrográfica 57

5.5.1. Os Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Juba 57 5.5.2. Análises Químicas e Bacteriológicas de Amostras de Águas Coletadas na Bacia Hidrográfica do Rio Juba

(5)

6. A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS NA ÁREA DO DISTRITO DE SÃO JORGE E CIRCUNVIZINHANÇAS 71

6.1. A Degradação Ambiental 71

6.2. Os Impactos Ambientais 74

6.2.1. Dados acerca dos impactos ambientais 75

6.2.1.1. Impactos Ambientais Prováveis pela Implantação das Obras e suas

Medidas Mitigadoras 75

6.3. Fase de Implantação de Infraestrutura e Obras de Apoio 78 6.3.1. Impactos Prováveis na Implantação da Infraestrutura e Obras de Apoio 78 6.3.2. Medidas Mitigadoras a Serem Adotadas na Fase de Implantação da

Infraestrutura e Obras de Apoio 79

6.4. Impactos Ambientais Prováveis a Serem Gerados na Implantação das Pistas e dos Leitos

6.4.1. Medidas Mitigadoras a Serem Adotadas na Fase de Desmatamento das

Áreas dos Futuros Empreendimentos 80

6.4.2. Medidas Mitigadoras a Serem Adotadas Para as Operações e Garantia da

Visibilidade e Segurança do Tráfego 81

6.5. Impactos Ambientais Previstos na Terraplanagem, no Terraplenagem, e

nos Caminhos e Áreas ou Caixas de Empréstimos 81

6.5.1. Medidas Mitigadoras Previstas nas Fases de Terraplanagem,

Terraplenagem, Caminhos e Áreas de Empréstimos 82

6.6. Impactos Ambientais Previstos no Sistema de Drenagem das Águas 83 6.6.1. Medidas Mitigadoras Previstas nas Obras de Drenagem 83 6.7. Impactos Ambientais Previstos na Fase de Operação das Rodovias 84 6.7.1. Medidas Mitigadoras Previstas para as Diferentes Fases de Trabalhos 84 6.8. Impactos Ambientais Previstos na Fase de Conservação das Pistas de

Rolamento 85

6.8.1. Medidas Mitigadoras Previstas para a Fase de Conservação dos Leitos

das Rodovias e das Pistas nos Corpos dos Empreendimentos 85 6.9. Desativação dos Canteiros de Obras e Outras Instalações 86

6.10. Efeitos dos Impactos Ambientais 87

6.10.1. A Matriz de Impactos Ambientais 88

6.10.1.1. Matriz de Medidas e Impactos 88

6.10.1.2. Constituintes de uma Matriz de Impactos - Avaliação de Impactos do

EIA 91

(6)

6.10.3. Dados da Matriz de Impactos 95

6.10.4. Riscos de Acidentes 96

6.10.5. Prevenção de Possíveis Riscos 97

6.10.5.1. Reconhecimentos de Riscos 98

6.11. Equipamentos de Proteção Individual – EPI 99

7. OS PROCESSOS EROSIVOS QUE AFETAM A ÁREA DO DISTRITO

DE SÃO JORGE E CIRCUNVIZINHANÇAS 101

7.1. Generalidades 101

7.2. Descrição dos processos erosivos que ocorrem na área de estudo 101

7.3. Os Processos Erosivos 103

8. ASPECTOS GEOLÓGICOS AMBIENTAIS 109

8.1. Introdução ao Estudo dos Aspectos Geológicos Ambientais 109 8.2. A Teoria Geral dos Sistemas segundo Ludwig Von Bertalanffy – Uma

Síntese 110

8.3. O Esboço Metodológico do Modelo de Divisão da Paisagem Física de

Georges Bertrand 110

8.4. Noções acerca da Geologia Ambiental 112

8.4.1. Tópicos tratados pela geologia ambiental 112

8.4.2. Definições de alguns conceitos básicos 113

8.5. Noções de Geossistemas ou Sistemas Naturais 114

8.6. As Unidades Geoambientais da área do Distrito de São Jorge e

circunvizinhanças na Bacia do Rio Juba 116

8.6.1. Região Natural do Distrito de São Jorge 117

8.6.1.1. Geossistema Sequência de Rochas Areníticas e Ígneas Básicas do

Pré-Cambriano e das Aluviões Recentes 118

8.6.1.2. Geossistema com Predomínio do Cerrado, da Cobertura Pedológica e

das Intervenções de Natureza Humana 118

8.6.1.3. Geossistema com Predomínio das Matas Ciliares e Galerias 120

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 121

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122

(7)

Listagem de Siglas e de Abreviações Utilizadas Bol. / Bull = Boletim, Bulletin.

Cf. = Confirmar.

Cherts = Elementos silicosos finos.

CBMA = Coordenação das Ciências Biológicas e Meio Ambiente.

CPRM = Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil. DFPM = Divisão de Fomento da Produção Mineral.

DGM = Divisão de Geologia e Mineralogia.

DNPM = Departamento Nacional da Produção Mineral.

DSG = Diretoria de Serviço Geográfico/Diretoria de Cartografia Digital do Ministério do

Exército.

Ed. = Edição, Editor, Editora.

EMBRAPA = Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

HDR = L’Habilitation à Diriger des Recherches/Habilitação para Dirigir Pesquisas. IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

ICET = Instituto de Ciências Exatas e da Terra. ICHS = Instituto de Ciências Humanas e Sociais. INPE = Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. MME = Ministério das Minas e Energia.

n. = número.

org. = organizadores. p. = páginas.

PCH = Pequena Central Hidrelétrica. PIN = Programa de Integração Nacional. Rel. = Relatório.

Rev. = Revista, Revue. TP’S = Terras Indígenas.

(8)

UFSJ = Universidade Federal de São João del Rei. UnB = Universidade de Brasília.

UNESP = Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. USP = Universidade de São Paulo.

UTM = Universal Transversal de Mercator.

SEPLAN = Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, MT. SG = Secretaria Geral.

SICME = Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, Minas e Energia, MT. SINFRA = Secretaria de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso.

SIRGAS = Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas. V. = Volume.

(9)

Dedicatória

... Ao meu pai JOSÉ DO CARMO RODRIGUES;

Nada na vida é tão certo quanto à morte, sem esta a vida não teria significado algum. O amor faz perdurar a imagem ou a figura de quem cerrou os olhos para sempre.

Eis o grande homem da minha vida Aquele que já não está mais comigo Seguiu o caminho das flores

Onde o sol brilha todos os dias Onde a natureza é perfeita...

Onde eu não posso acabar com a minha saudade

O homem que me amou intensamente Fez o que pode ao meu benefício Ensinou-me a ser alguém de valor Mas não ficou para ver o resultado

Um coração que já não bate mais E que levou muito de nossas vidas Que hoje ocupa um lugar especial

Este que um dia vamos nos encontrar novamente

Vou sufocando sua falta, mas feliz Porque um dia, em minha vida Tive o melhor PAI ao meu lado Momentos inesquecíveis... Guardado em meu coração.

(10)

-Agradecimentos

Quero primeiramente agradecer a DEUS por ter me possibilitado estar firme durante toda essa trajetória, caminho esse que irá me levar à realização dos meus sonhos.

A minha família, em especial para a minha esposa Giancarla dos Santos Oliveira, e aos meus filhos Carlos Henrique Oliveira Rodrigues e José Arthur Oliveira Rodrigues, que muito me apoiaram nos momentos mais difíceis dessa jornada, me incentivando e sempre acreditando para que eu nunca desistisse, meus sinceros agradecimentos;

Ao meu orientador Prof. Dr. HDR. Deocleciano Bittencourt Rosa, pelo empenho, dedicação, paciência e credibilidade.

Aos Profs. Dr. Leonardo Cristian Rocha da UFSJ, Dr. Auberto José Barros Siqueira eDr. Emerson Soares dos Santos da UFMT, pela presença em minha Banca Examinadora.

Aos meus amigos Pedro Moreira e Laurentino Bernardes Vieira que me ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho. Aos meus colegas Mestrandos do POSGEO.

Agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão desta etapa de minha vida.

(11)

Listagem de Figuras

p.

Figura 1A – Esboço do mapa de localização do Distrito de São Jorge e

Circunvizinhanças contendo toda parte circunscrita pela Bacia Hidrográfica do Rio Juba

Figuras 1B – Esboço do Mapa Ilustrativo do Aproveitamento Hidrelétrico na

Bacia do Rio Juba. Escala: 1 cm = 6 km.

Figura 2 – Esboço do Mapa Geológico da Área Estudada do Distrito de São Jorge

e Circunvizinhanças e na Bacia Hidrográfica do Rio Juba

Figura 3 – Exposição da Formação Morro Cristalino em corte de estrada no

Perímetro Urbano da localidade de São Jorge, município de Tangará da Serra representada por metarenitos feldspáticos e ortoquartzíticos, metarcóseos com estratificações plano-paralela e cruzada tabular. Apresentam finas intercalações de metassiltitos e por vezes, ardósias

Figura 4 – Aspectos da distribuição no terreno dos matacões de gabro,

pertencentes à unidade litodêmica Suite Intrusiva Rio Branco no setor sudeste da localidade de São Jorge, município de Tangará da Serra

Figura 5 – Corte de estrada com exposição da Formação Raizama, constituída

por arenitos contendo intercalações de conglomerados. Podemos observar a estratificação plano-paralela. Local – Distrito de São Jorge, rodovia estadual MT-170, município de Tangará da Serra

Figura 6 – Detalhe em afloramento da Formação Sepotuba constituída por

folhelhos e siltitos calcíferos, finamente laminados, às vezes maciços com intercalações subordinadas de arcóseos finos a muito finos

Figura 7 – Panorâmica ao fundo da Serra das Araras na Província Serrana que

se constitui na base de calcário calcítico e dolomítico calcítico. Na seção média e no topo aparecem dolomitos microcristalinos, intraformacionais e camadas de cherts

Figura 8 – Aspectos das rochas ígneas representadas por basaltos pertencentes

à Formação Paredão Grande interdigitados nos arenitos da Formação Salto das Nuvens, aflorantes nas margens da rodovia estadual MT-358, nas cercanias do povoado de São Jorge

Figura 9 – Exposição de rocha arenítica vermelho-esbranquiçada, pertencente à

Formação Salto das Nuvens aflorante na localidade de Caiapônia no canto sudoeste do distrito de São Jorge, na forma de matacões nas margens da rodovia estadual MT-170

Figura 10 – Aluviões atuais do córrego Aldeia Queimada, um dos principais

formadores do rio Juba. Uma grande contribuição em areia é parte integrante

21 22 32

33 35 36 37 38 41 42

(12)

destas aluviões

Figura 11 – Solos concrecionários e cambissolos associados a um talus de

Nitossolos provenientes da alteração dos gabros da Suíte Intrusiva Rio Branco. Local – São Jorge

Figura 12 – Aspectos do argissolo associado a, nitossolo que ocorrem nas

proximidades da entrada para as Usinas Hidrelétricas Juba I e Juba II

Figura 13 – Detalhes de cambissolos pedregosos e ocorrem em áreas de relevo

parcialmente ondulado a ondulado, o que associado à baixa fertilidade natural faz com que este tipo de solo seja pouco interessante para a agricultura

Figura 14 – Ocorrência esparsa de neossolos quartzarênicos nas margens da

rodovia estadual MT-170, nas proximidades da entrada, para a PCH - Terra Santa

Figura 15 – Nitossolos provenientes da alteração das rochas basálticas

pertencentes à Unidade litoestratigráfica Formação Paredão Grande, que predominam na área do distrito de São Jorge

Figura 16 – Ocorrência de organossolos bem drenados em aluviões elevadas,

nas cabeceiras do córrego do Salto um dos principais formadores do rio Juba

Figura 17 – Panorâmica de uma faixa do Planalto Dissecado dos Parecis na região

do distrito de São Jorge

Figura 18 – Parte da Chapada dos Parecis nas nascentes do rio Juba, no flanco

oeste da TI - Rio Formoso nas cercanias do distrito de São Jorge

Figura 19 – Província Aguapeí - Rio Branco se descortinando no alto curso do

rio Juba

Figura 20 – Mapa hidrográfico da bacia do rio Juba no distrito de São Jorge

(Sistema Aquífero)

.

Figura 21 – Principal nascente do rio formoso na Chapada dos Parecis, e mais

precisamente, na localidade de Aldeia Queimada

Figura 22 – Panorama de um trecho do curso do córrego Do Salto na Chapada

dos Parecis, com suas águas cristalinas e um depósito no fundo de areia branca, muito interessante para a cerâmica de vidros e vidraria

Figura 23 – Detalhes de embaúbas, na área do distrito de São Jorge. Uma

planta originária da Mata Atlântica, que é enormemente desenvolvida no Cerrado

Figura 24 – Matas ciliares que acompanham o leito do rio Juba em suas

nascentes no setor sudoeste do distrito de São Jorge

Figura 25 – Aspectos da cobertura vegetal do tipo Cerradão que ainda é

45 46 47 48 50 51 52 54 55 56 58 59 60 64 67

(13)

de Tangará de Serra onde ocorrem babaçus, que se constitui numa espécie invasora – Local – Proximidades da entrada para as Usinas Hidrelétricas Juba I e II

Figura 26 – Áreas de pastagens no distrito de São Jorge formadas ao lado da

rodovia estadual MT-170

Figura 27 – Trecho da área estudada nos terrenos da Fazenda Caiapônia, onde

ocorreram desmatamentos, para plantações de Teca

Figura 28 – Área de empréstimo nas margens da rodovia MT-170, já

apresentando sintomas da ação dos processos erosivos

Figura 29 – Célula Matricial

Figura 30 – Representação do Caráter benéfico, de grande magnitude, de

importância significativa, e de média duração

Figura 31 – Representação de Caráter Indefinido e das outras variáveis com o

numeral zero

Figura 32 – Fases dos processos erosivos simplificados

Figura 33 – Processo de ravinamento em desenvolvimento nos terrenos da

localidade de Caiapônia, onde o processo erosivo começou sua atuação há doze anos, e está em franca atividade

Figura 34 – Mapa geoambiental da área do distrito de São Jorge no município

de Tangará da Serra

Figura 35 – Área úmida que se constitui num ecossistema frágil, e que sem

uma utilização plausível não é interessante ser conservada e pode ser eliminada através de uma via de escoamento, ou mesmo com um dreno dirigido para uma drenagem

Figura 36 – Faixa de cobertura vegetal que não foi degradada pelas obras de

construção das Usinas Juba I e II, nas margens do rio Formoso, nas circunvizinhanças do distrito de São Jorge

69 70 73 74 95 95 96 104 108 117 119 120

(14)

Listagem de Tabelas

p.

Tabela 1 – Média das temperaturas e das precipitações na Estação Climática de

Tangará da Serra no mês de agosto de 2014 30

Listagem de Quadros

Quadro 1 – Listagem dos parâmetros utilizados nas análises químicas das águas 61 Quadro 2 – Resultados das análises químicas e bacteriológicas para águas

coletadas na bacia hidrográfica do rio Juba 62

(15)

RESUMO

Esta Dissertação de Mestrado em Geografia apresenta uma descrição dos resultados de estudos realizados através de um levantamento geográfico – geológico e geoambiental em associação com a determinação dos impactos ambientais, que tiveram lugar no distrito de São Jorge e circunvizinhanças pertencentes ao município de Tangará da Serra que está situado na parte centro-oeste do Estado de Mato Grosso, englobando a área da Bacia Hidrográfica do Rio Juba, em seu alto curso. Localmente ocorrem rochas pertencentes às unidades litoestratigráficas Grupos Aguapeí, Alto Paraguai e Parecis que se descortinam através das compartimentações geomorfológicas conhecidas como: Província Aguapeí – Rio Branco e Planalto dos Parecis. Os resultados estão discutidos, inicialmente, na forma de uma introdução, seguida dos objetivos deste trabalho, dos procedimentos metodológicos utilizados nos trabalhos de campo e na descrição dos aspectos geográficos – geológicos e geoambientais, que se constituem nos temas desta dissertação. Desta forma é apresentada uma breve discussão, acerca do clima regional, seguida do quadro geológico, dos solos, dos aspectos geomorfológicos, pedológicos, da rede hidrográfica e da cobertura vegetal, com a consequente apresentação de dados acerca da Degradação Ambiental, dos Impactos Ambientais e de uma Matriz de Impactos, como uma contribuição ao conhecimento, que são evidenciados e concluídos na forma de algumas considerações finais. Na parte final estão presentes as referências bibliográficas, e uma parte correspondente aos anexos, e seguindo este contexto foram utilizados os dados obtidos nos trabalhos de campo na área em apreço, a fim de ilustrar e constituir esta dissertação de mestrado em Geografia.

Palavras Chaves: Estado de Mato Grosso, Distrito de São Jorge, Tangará da

(16)

RESUME

Cette Dissertation de Master en Géographie présente une description des résultats d’études réalisées à travers d’un levé géographique – géologique et géologique d’environnement en association avec la détermination des impacts environnentuax qui ont eu lieu dans le village de São Jorge et allentours appartenant au district de Tangará da Serra, qui est situé dans la partie centre-ouest de l’Etat de Mato Grosso, localisé dans la Région Centre-Ouest du Brésil, englobant l’aire du Bassin Hydrograpique de la Rivière Juba, dans son haut cours. Localement sont trouvées des roches appartenant aux unités litostratigraphiques Groupes Aguapeí, Alto Paraguai et Parecis qui se dévoilent à travers des compartimentations géomorphologiques connues comme : Province Aguapeí – Rio Branco et Plateau dos Parecis. Les résultats sont discutés initialement dans la forme d’une introduction suivie des objectifs de ce travail, des procedures méthodologiques utilisées dans les travaux sur le terrain et de la description des aspects géographiques – géologiques et géologiques environnementaux qui se constituent dans les thèmes de cette dissertation. Dans cette forme est présentée une courte discussion sur les conditions climatiques régionales, suivie du cadre géologique, des sols, des aspects géomorphologiques, du reseau hydrographique et de la couverture

végétale avec la conséquente présentation de données sur la dégradation de

l’environnement, des impacts environnementaux et d’une matrice d’impacts

comme une contribution à la connaissance, qui sont également attestés et

completés dans la forme de quelques considérations finales. Sur la partie finale sont présentes les références bibliographiques et une division correspondante aux annexes, et en suivant ce contexte nous avons utilisé les données obtenues dans les travaux sur le terrain dans l’aire en foyer a fin d’illustrer et composer cette dissertation du Master en Géographie.

Mots Clés : Etat de Mato Grosso, Village de São Jorge, District de Tangará da

(17)

ABSTRACT

This Dissertation in Geography Master provides a description of the results of

studies conducted by a geographical survey – geological and

geoenvironmental in association with the determination of environmental impacts, which took place in the district of Saint George and surroundings belongs to the Tangará da Serra district of which is situated in the central-western part of the state of Mato Grosso, covering the area of the Juba River Basin in its upper course. Locally occur rocks belonging to the lithostratigraphic units Aguapeí, Paraguay White River and Parecis Groups which revealed through the geomorphological units known to the Aguapeí – Rio Branco Province and Parecis Plateau The results are discussed initially in the form of an introduction, followed by the objectives of this study, the methodological procedures used in field work and in the description of the geographical aspects - geological and geoenvironmental, which constitute in the themes of this dissertation. Then a brief discussion about the regional climate, then the geological setting, soils, geomorphological, pedological aspects and the hydrographic network, and plant cover is presented with the

consequent presentation of data on Environmental Degradation,

Environmental Impacts and Impacts of a matrix, as a contribution to knowledge, which are evidenced and completed in the form of some final considerations. At the end of the references, and a corresponding division to attachments are present. Following this context we used data obtained during field work in the area in question, in order to illustrate and establish this Master Geographic Dissertation.

Key Word: State of Mato Grosso, São Jorge Village, Tangará da Serra

(18)

1. INTRODUÇÃO

1.1. Aspectos Gerais

Este trabalho está relatado a um estudo dentro da temática da descrição de impactos ambientais, ocasionados pela degradação ambiental, através de uma perspectiva geográfica, geológica e geoambiental, que foi realizado na área do distrito de São Jorge na Bacia Hidrográfica do Rio Juba, que está circunscrita no município de Tangará da Serra, situado na parte centro-oeste do Estado de Mato Grosso, nas unidades geomorfológicas conhecidas, como Planalto dos Parecis (Derby, 1895) e Província Aguapeí – Rio Branco (Bittencourt Rosa et

al. 1996).

A escolha deste tema foi baseada em estudos já realizados no município em apreço e, pelos conhecimentos adquiridos durante os trabalhos de campo, que foram efetivados na disciplina Geologia Ambiental, ministrada na grade horária do Programa de Pós-graduação em Geografia no Curso de Mestrado no ano de 2013 e na programação de trabalhos e estudos do Grupo de Pesquisa GEOPLANC, do Departamento de Geografia do ICHS/UFMT, dos quais eu pude participar, como integrante da equipe de levantamentos e mapeamentos, daí o interesse em realizar estes trabalhos nesta área.

Regionalmente foram estudados os principais aspectos geográficos, geológicos e geológicos ambientais, através de um levantamento geológico, geomorfológico, pedológico e hídrico na escala regional de 1: 100.000, para determinação de impactos ambientais presentes, na faixa delimitada pela área em apreço, também conhecida como Complexo Juba, com uma contribuição acerca da cobertura florística.

O Complexo Juba ocupa uma área de aproximadamente 2.223 km², em que apresenta um potencial hidrelétrico estimado é de 250 MW instalados.

Convém salientar que neste estudo dirigido para problemas acerca de degradação ambiental e da geração de impactos ambientais, é que durante a década de 1970, que começaram a despertar e tomar vulto no nosso País às discussões e estudos mais diretos acerca do Meio Ambiente, em face dos problemas ambientais que aconteciam no nosso planeta afetando diretamente os seres vivos e porque não dizer os “brutos”, com o Brasil sendo uma das maiores vítimas.

(19)

Como podemos observar a crise ecológica afeta todos os espaços do globo terrestre, onde as intervenções de natureza humana têm grande influência. Sem dúvida as formas de vida da maioria das sociedades modernas, que estabelecem como meta o aumento da produção e do ritmo da produtividade, representam o fator preponderante.

O meio ambiente era definido na Ecologia, que é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio onde eles vivem. Esta é a definição ao pé da letra. Todavia o termo meio ambiente pode ter diversas interpretações. Assim como o meio natural e suas vizinhanças, onde a vida transcorre através de mudanças que acontecem, às vezes fora do alcance do homem, e o meio ambiente adquire desta forma um significado de maior amplitude.

Atualmente estamos assistindo mais do que nunca, uma nova interpretação das relações do homem com a natureza. No mundo, o meio ambiente tem sido um tema de grande destaque para os governantes, independentemente, de suas condições político-ideológicas.

O crescimento e desenvolvimento econômicos produzem modificações nos sistemas naturais, mesmo que não se possa pôr em risco àqueles mais importantes como: a atmosfera, hidrosfera e a biosfera. Hoje em dia um desafio para as sociedades, é o de pôr em prática a noção que surgiu no final da década de 80 (oitenta), sobre o desenvolvimento sustentável, que para Davidovich (1993):

“Está centrado na compatibilização entre crescimento econômico e

preservação ambiental, a fim de garantir o patrimônio ecológico para todas as gerações, tanto no presente como no futuro. Essa ideia tem suscitado diferentes discussões”.

As discussões acerca do desenvolvimento sustentável ainda, segundo Davidovich (1993), vêm tendo como base o caminho que se interliga com as proposições apresentadas no trabalho O Desafio Global, da Rio 92 – A Vida

em Risco, que corresponde ao texto introdutório do Relatório Brundtland, de Gro Harlem Brundtland (Primeira Ministra da Noruega, naquela data), e que

são confirmadas no artigo denominado Nosso Futuro Comum, cujo título, pode ser considerado alto explicativo no que se relaciona com as ideias que apresenta.

(20)

Apesar dos avanços da pesquisa científica a passos largos em todas as áreas do conhecimento humano, existe uma carência no que se refere aos ambientes naturais num nível de detalhe suficiente, que possa embasar as decisões de uso e exploração dos seus recursos.

Órgãos governamentais responsáveis pela política agrícola mineral, florestal e do meio ambiente, agricultores, empresas agropecuárias e empresas mineradoras, entre outros, estão sempre tomando decisões ao usar e explorar os recursos naturais e, geralmente, baseados num conhecimento precário da estrutura de funcionamento dos ambientes naturais, não conhecendo os limites da sua vulnerabilidade.

Nesta Memória de Dissertação de Mestrado em Geografia está configurada então esta proposta de estudos que se constituem numa das formas, para a caracterização de uma dada área, com relação à determinação de unidades ambientais.

O modelo estabelecido foi obtido em parte dos dados, que estão descritos por Von Bertalanffy (1975) em sua Teoria Geral dos Sistemas e, de Bertrand (1968, 1971) e Bertrand et Bertrand (1991), a partir do Esboço Metodológico do Modelo de Divisão da Paisagem Física que hierarquicamente, subdivide de uma parte, uma configuração paisagística em táxons maiores, como a Zona, o Domínio e a Região Natural, e de outra parte em táxons menores, como os Geossistemas ou Sistemas Naturais, os Geofácies e os Geótopos para as Unidades Ambientais.

1.2. Localização e Acesso

A área delimitada para os estudos está localizada no município de Tangará da Serra, e tal como vimos anteriormente, no distrito de São Jorge na Bacia Hidrográfica do Rio Juba, em seu alto curso, entre as coordenadas geográficas de Latitudes 14° 20’ e 14° 45’ Sul e Longitudes 57° 40’ e 58° 00’ Oeste de Greenwich, aproximadamente a vinte cinco minutos à direita do Meridiano Rondon, na parte centro-oeste do Estado de Mato Grosso (Figuras 1A e 1B, nos Mapas de Localização).

(21)

Figura 1A – Esboço do mapa de localização do Distrito de São Jorge e Circunvizinhanças

contendo toda parte circunscrita pela Bacia Hidrográfica do Rio Juba. (Fonte SEPLAN/SEMA/ANA: Projeção SIRGAS 2000).

(22)

Figura 1B – Esboço do Mapa Ilustrativo do Aproveitamento Hidrelétrico na Bacia do Rio

Juba. Escala: 1 cm = 6 km.

(Fonte Relatório de Avaliação Ambiental Integrada Ecology Brasil, 2007).

O acesso à área de estudos é possibilitado através da rodovia estadual MT-170, que parte da rodovia estadual MT-358.

A MT-358 parte do trevo do município de Jangada, onde se interliga com as rodovias federais BR’S-163 e 364. Esta rodovia estadual liga respectivamente, os distritos de Bauxi e Currupira as cidades de Barra do Bugres, Nova Olímpia e Tangará da Serra, passando ainda pelos distritos de Assari e Progresso.

Na bacia do rio Juba ela é conhecida como Estrada da Juba - Tangará da Serra.

1.3. Dados acerca do Distrito de São Jorge

O distrito de São Jorge foi criado pela Lei estadual nº 4388 de 16 de novembro

(23)

constituem um dos quatro distritos do município de Tangará da Serra, que está situado na mesorregião geográfica do sudoeste matogrossense.

Segundo comunicação verbal do senhor Anísio Jorge da Silva, fundador do Distrito São Jorge, as primeiras ocupações que ocorreram na área estão referidas ao ano de 1975, quando a mesma com uma superfície de 30.000 ha foi dividida em 3000 propriedades para assentarem 3000 famílias.

Considerada uma área de grande riqueza natural hídrica e de solo fértil, algumas empresas como a Samelo, oriunda de Franca em São Paulo, que é dedicada ao ramo calçadista, e também à Colonizadora Sul da Mata passaram a adquirir e lotear terrenos na região, chegando a possuir na região 500 chácaras, onde habitavam cerca de 600 famílias. Atualmente o Distrito de São Jorge abriga 64 famílias.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Determinar os resultados da degradação ambiental e dos impactos ambientais presentes regionalmente, para enfatizar posteriormente a constituição geológica ambiental, através do conhecimento geológico, do relevo, dos solos, hídrico e da vegetação da área do distrito de São Jorge e da bacia hidrográfica do rio Juba em seu alto curso, para compor um relato de trabalhos fisiográficos, em razão da perda da qualidade ambiental nesta área e dos problemas ambientais que poderão advir nas circunvizinhanças, isto porque, localmente estão edificadas as Usinas Hidrelétricas e as PCH’S regionais do Complexo Juba.

2.2. Objetivos Específicos

- Conhecer inicialmente na área de estudos os aspectos fisiográficos, sobretudo, as condições climáticas, a geologia, os solos, a geomorfologia, a rede hidrográfica e a cobertura vegetal, assim como, os fatores responsáveis pela degradação ambiental e da geração dos impactos ambientais, assim como dos processos erosivos, suas progressões, causas e efeitos para com o meio ambiente. Esta área foi palco de construções de uma Usina Hidroelétrica no médio curso do rio Juba, e de uma série de PCH’S nas suas circunvizinhanças, com algumas ainda em construção, que acarretaram uma perda na sua qualidade ambiental;

- Analisar e mapear geoambientalmente esta parte da alta bacia hidrográfica do rio Juba cobrindo os terrenos do distrito de São Jorge enfatizando os recursos naturais para uma avaliação do potencial de aproveitamento dos mesmos localmente, e, em suas adjacências na parte centro-oeste do Estado de Mato Grosso.

- Determinar os sintomas da degradação ambiental presente em razão destes fatores que se constituem em riscos para com o meio natural, porque impactos ambientais são observados;

- Estabelecer um estudo acerca da relação dos impactos ambientais com os processos erosivos, como uma forma de contribuição para trabalhos futuros dentro do tema proposto.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Alguns trabalhos de cunho geocientífico foram desenvolvidos no âmbito da área circunscrita pelo Distrito de São Jorge, na faixa drenada pelo alto curso do rio Juba no município de Tangará da Serra. Estes estudos estão relatados inicialmente, a Derby (1895), quando reconheceu primeiramente a unidade do relevo Planalto dos Parecis no Estado de Mato Grosso.

Em 1964 Oliveira ao fazer para a PETROBRÁS, um retrospecto de estudos acerca da Expedição Roosevelt-Rondon, que foi realizada no Estado de Mato Grosso nos anos de 1913 e 1914, fez as primeiras considerações a respeito da geologia, do posicionamento estratigráfico e das características litológicas do Arenito Parecis, descrevendo que:

“O Planalto dos Parecis é constituído de um arenito vermelho ou amarelo, com escasso cimento feldspático, encerrando sempre numerosas concreções silicosas, entre as quais predominam as pederneiras. Intercaladas na massa de arenito existem camadas de

argila arenosa, cujos afloramentos estão frequentemente

encobertos por depósitos superficiais”.

Neste mesmo ano de 1964, Almeida realizou trabalhos geológicos de detalhes no Estado de Mato Grosso, onde descreve o então os Grupos Araras e Jangada, unidades litoestratigráficas que foram estudadas pelo Projeto RADAMBRASIL.

Os trabalhos do Projeto RADAMBRASIL, através de Barros et al. (1982) descrevem a geologia geral da Folha SD/21-Cuiabá, e fazem referências a bacia do rio Sepotuba e suas circunvizinhanças a partir de dados de uma série de autores desde as duas últimas décadas do século XIX.

Nesses estudos do Projeto RADAMBRASIL, a parte concernente à geomorfologia foi realizada por Ross e Santos (1982), para a Folha de Cuiabá (SD.21) ao milionésimo.

Os estudos relativos à cobertura vegetal ficaram a cargo de Amaral et al. (1982) que determinaram para a época nos trabalhos de campo, também para o Projeto RADAMBRASIL, uma predominância dos cerrados, isto há 32 anos atrás, entretanto com os sucessivos desmatamentos principalmente, para desenvolvimento de áreas de culturas, podemos observar que grande parte desta vegetação, desapareceu estando presente somente relictos da mesma.

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Oliveira et al. (1982) realizaram os estudos dos solos, com um levantamento exploratório englobando toda esta parte do Estado de Mato Grosso, onde se descortina a área de estudos no Planalto dos Parecis.

A descrição do uso potencial da terra, para a Folha SD.21/Cuiabá ficaram a cargo de Roessing et al. (1982), e as conclusões de todos estes estudos foram apresentadas na extensa brochura que contém os mapas finais de todos estes mapeamentos na escala 1:1000.000, do Projeto RADAMBRASIL.

Na programação de trabalhos de pesquisa do Departamento de Geografia, e do GEOPLANC do Departamento de Geografia do Programa de Pós-Graduação em Geografia do ICHS/UFMT e da FAPEMAT, Bittencourt Rosa et al. (2002, 2006, 2012), realizaram trabalhos de mapeamentos geológicos e geoambientais, na escala regional de 1: 100.000, enquanto que à CPRM ou Serviço Geológico do Brasil (2004), em convênio com a SICME apresentaram o mapa geológico e dos recursos minerais do Estado de Mato Grosso.

Nogueira e Riccomini (2006) reestudam o Grupo Araras de Almeida (1964), que tinha sido apresentado como à Formação Araras pertencente ao Grupo Alto Paraguai por Barros et al. (1982), durante os estudos para o Projeto RADAMBRASIL.

O IBGE publicou no ano de 2009 um novo mapa geológico do Estado de Mato Grosso na escala 1:1.500.000, a partir de dados dos estudos desenvolvido pelo Projeto RADAMBRASIL, pela CPRM, e outros autores. A SEPLAN em 2011 publicou também um novo mapa geológico do Estado de Mato Grosso, contendo uma nova coluna geológica com algumas unidades que foram reconhecidas recentemente por autores das instituições científicas que realizam trabalhos de geologia no Estado.

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos aplicados neste trabalho, tanto naqueles de campo, como nos de gabinete e de laboratório seguiram as seguintes fases:

4.1. Procedimentos Teóricos

Inicialmente foi realizada uma observação dos aspectos físico-bióticos para a caracterização da cobertura vegetal regional a partir das fotografias aéreas verticais obtidas pelo Acordo AST-10/USAF (United States Air Force) –

Cruzeiro do Sul S/A em 1965/67, na escala 1: 60.000.

Estas fotografias foram comparadas com as imagens do satélite

LANDSAT/TM-7, bandas 3, 4 e 5, obtidas em 2004 e com as mais recentes

datadas de 2011.

Foram estudados também, nesta etapa, as imagens obtidas, através dos Satélites CBERS 1 e CBERS 2, China-Brazil Earth Resources Satellite nas bandas 2, 3, 4 e 5 (red/green/ash and blue), órbita/ponto 118/115, datadas de 20/07/2008, fornecidas pelo INPE.

As cartas temáticas confeccionadas pelo Projeto RADAMBRASIL, também foram estudadas, ou seja, as Folhas SD.21/Cuiabá, na escala 1: 1.000.000, Geologia de Barros et al. (1982), Geomorfologia de Ross e Santos (1982), Pedologia e Levantamento Exploratório dos Solos de Oliveira et al. (1982), Uso Potencial da Terra de Roessing et al. (1982), Vegetação e Amaral et al. (1982) e aquelas publicadas por Bittencourt Rosa et al. (2002, 2006, 2012), pela SEPLAN (2006), e pelo IBGE (2009).

Os mapas utilizados como base cartográfica foram as cartas planialtimétricas publicadas pela DSG em 1975 na escala 1: 100.000, respectivamente as Folhas Aldeia Parecis, Rio Maracanã, Nova Fernandópolis e Fazenda Camarcan, de índices de nomenclaturas, respectivamente, SD.21-Y-B-I a SD.21-V-D-IV (MI-2105), com equidistância de 40 metros, entre as curvas, a partir dos dados altimétricos (curvas de nível e pontos cotados).

Para a localização das vias de acesso e das toponímias foi utilizado o Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso publicado em 2012, na escala 1: 1.500.000, pela SINFRA.

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Estes estudos se fizeram necessários em face das diferentes escalas dos mapas que foram encontrados durante a fase de compilação bibliográfica e, da importância dos trabalhos publicados anteriormente, de cunho geológico, geomorfológico e pedológico, que permitiram um melhor conhecimento dos problemas que seriam encontrados nos trabalhos de pesquisa na área de estudos, com relação ao tema em apreço.

4.2. Procedimentos Práticos

Estes trabalhos corresponderam efetivamente, às viagens para checagem no campo dos dados obtidos na primeira parte metodológica. Daí então, partimos para a realização de um mapeamento geológico regional de detalhe, utilizando-se as cartas planialtimétricas anteriormente citadas, na escala 1: 100.000 da DSG, do Ministério do Exército e as imagens orbitais modificadas para estes trabalhos nas dependências do Departamento de Geografia da UFMT.

Nos trabalhos de campo, foi realizada uma análise acurada dos aspectos ambientais, para termos o conhecimento da intensidade da degradação dos recursos naturais e seu grau de reversibilidade. Estes trabalhos foram desenvolvidos em duas fases, totalizando 12 (doze) dias de mapeamento geológico-ambiental, onde foi possível caracterizar no campo os aspectos geológicos, geomorfológicos, pedológicos e hidrológicos com amostragem de água em pontos previamente, escolhidos em função do mau uso do solo, e das diferentes características que apresentam no terreno.

Os trabalhos de campo constaram de medidas de atitude de rochas e respectivas estruturas, concomitantemente à coleta de amostras, de rochas e águas sempre, que posteriormente foram analisadas e interpretadas. Nessas etapas de trabalho de campo, procedeu-se a checagem de feições, estruturas e unidades litológicas e geomorfológicas identificadas na etapa anterior, servindo, portanto, para o controle da interpretação de fotos e imagens de satélite. Para obter as coordenadas dos pontos de amostragens no terreno, utilizou-se um receptor GPS (Global Position System), marca Etrex

(Legend/Garmin).

Na área de estudos foram conhecidas todas as localidades, tais como: Glebas, Fazendas, Sítios, e Assentamentos, com seus caracteres principais, dentro da

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tônica desta descrição, para a caracterização da área em unidades geoambientais.

A fase final de trabalhos foi marcada por estudos laboratoriais, e de gabinete, onde foram realizadas análises físicas e químicas nas amostras de água coligidas, interpretações dos dados obtidos, e compilação dos mesmos, o que permitiu a confecção da redação desta Dissertação de Mestrado em Geografia.

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5. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 5.1. Clima

O município de Tangará da Serra, onde está situado o Distrito de São Jorge, e está circunscrita uma parte da área da Bacia Hidrográfica do Rio Juba, não apresenta uma uniformidade no que tange, ao comportamento climático.

Desta maneira é possível distinguirmos um clima tropical a estações contrastadas, ou seja, o de número 2 (dois) segundo a classificação para as grandes linhas do clima estabelecida por Durand–Dastès (1968), e modificada por Estienne e Godard (1970), apresentada por Tardy (1986).

Dentro desse contexto o ano está dividido em duas estações distintas, no que se refere com a distribuição das chuvas, ou seja, notadamente temos uma estação seca e outra estação das grandes precipitações pluviométricas, evidenciados por seis meses quentes com oscilações de extremos quentes a frios secos, e seis meses chuvosos.

Nesta variação sazonal a estação das chuvas tem seu início em geral, no mês de setembro chegando até o mês de abril. Os meses de dezembro a março, correspondentes ao verão se caracterizam por um aumento acentuado nas chuvas regionais, e 80% delas caem durante este espaço de tempo.

As temperaturas localmente se situam na faixa de 24º a 36ºC, no decurso desta estação, e a pluviometria média da região é de 1.700 mm. A pluviometria máxima mensal de 15 mm a 300 mm, aproximadamente, com uma mínima

mensal de 20 mm a 50 mm, durante a estação seca (Maitelli, 2005) (Tabela 1).

Tabela 1 – Médias das temperaturas e das precipitações na Estação Climática de Tangará

da Serra no mês de agosto de 2014.

Meses J F M A M J Jl A S O N D M/T

MaTM°C 32,1 31,7 31,7 33,6 32,1 30,9 31,7 33,4 32,7 32,9 33,7 33,2 32,4

MiTM°C 21,3 22 20,9 20,6 18,6 15,9 15,7 17,5 19,3 21,2 21,8 21,3 19,6

PM mm 312,4 271,6 231,2 148,7 47,4 18,2 11,1 12,7 59,1 138,6 196,7 278 1448,2

A umidade relativa do ar varia e pode atingir os 80%, durante a estação chuvosa, enquanto que na estação seca ela é de aproximadamente 50%.

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Na estação seca predomina um calor intenso, e as chuvas são esparsas e podem ocorrer quando acontece uma queda sensível na temperatura. A temperatura varia de 16º a 36ºC.

5.2. Quadro Geológico Regional

A área estudada e circunvizinhanças sob o ponto de vista geológico estão representadas pela predominância de rochas ígneas intrusivas, e por uma sequência de rochas metassedimentares que evidenciam episódios que tiveram lugar desde o Pré-Cambriano Superior, passando pelo Cretáceo Superior até as Aluviões Recentes.

Toda esta sequência compreende as unidades litoestratigráficas e litodêmicas (Mendes, 1996): Grupo Aguapeí, Suíte Intrusiva Rio Branco, Grupo Alto Paraguai e Grupo Araras (Pré-Cambriano Superior), Grupo Parecis (Cretáceo Superior), Coberturas Detrito-Lateríticas referidas ao Terciário e as Aluviões Recentes [Almeida, 1964, Barros et al. 1982, Schobbenhaus et al. 1984, Campos et al. 1986, Weska, 1996, Weska et al. 1996, Bittencourt Rosa et al. 1996, 2002, 2006, 2012, Lacerda Filho et al. 2004 (CPRM, 2004), Nogueira e Riccomini, 2006, Weska, 2006 e IBGE, 2009] (Figura 2).

a) Grupo Aguapeí

Esta unidade teve sua primeira referência feita pela LASA - Engenharia e Prospecções S.A. (1968), num levantamento Fotogeológico e Geoquímico realizado na Região Centro-Oeste do Estado de Mato Grosso, no vale do rio Jauru. Inicialmente estes metassedimentos foram chamados por Barbosa (1966) de Grupo Cubecranquém, todavia Figueiredo et al. (1974) denominaram-no de Unidade Aguapeí, e a partir de dados de Barros et al. (1982), a denominação de Grupo Aguapeí foi dada por Souza e Hildred em 1980.

O Grupo Aguapeí está constituído da base para o topo pelas Formações Fortuna, Vale da Promissão e Morro Cristalino.

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A Formação Fortuna está constituída por metarenitos ortoquartzíticos, metarenitos feldspáticos contendo níveis conglomeráticos e meta-conglomerados oligomíticos. Apresentam as estratificações plano-paralela e cruzada.

A Formação Vale da Promissão regionalmente constitui-se de metassiltitos sericíticos, filitos e ardósias e subordinadamente metarenitos. Contatos transicionais são evidenciados na base e no topo desta unidade, no setor sul da área da Fazenda Salto das Nuvens.

A Formação Morro Cristalino está representada por metarenitos feldspáticos e ortoquartzíticos, metarcóseos com estratificações plano-paralela e cruzada tabular. Apresentam segundo Barros et al. (1982) finas intercalações de metassiltitos e por vezes ardósias (Figura 3).

Figura 3 – Exposição da Formação Morro Cristalino em corte de estrada no Perímetro

Urbano da localidade de São Jorge, município de Tangará da Serra representada por metarenitos feldspáticos e ortoquartzíticos, metarcóseos com estratificações plano-paralela e cruzada tabular. Apresentam finas intercalações de metassiltitos e por vezes ardósias (Fotografia – Antonio Carlos de Oliveira Rodrigues, maio, 2014).

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Esta unidade ocorre em parte do alto curso e no médio curso do rio Juba se estendendo até a localidade de Terra Santa, e delimitada no flanco NW–SE, com a Chapada dos Parecis.

b) Suíte Intrusiva Rio Branco

A esta unidade litodêmica (Mendes, 1996) está relacionada à sequência plutovulcânica constituída de rochas básicas (diabásios e gabros) e ácidas (riodacitos, granitos pórfiros, andesitos e dacitos) definida por Barros et al. (1982), como Grupo Rio Branco e redefinida como Suíte Intrusiva Rio Branco por Campos et al. (1986) e confirmada por Lacerda Filho et al. (2004).

Esta unidade ocorre preferencialmente, na região da serra homônima no município de Salto do Céu, e na área de estudos se estende até o setor sul da Fazenda Salto das Nuvens.

A primeira referência acerca, da ocorrência de gabros no rio Formoso foi feita por Vieira (1965). Localmente, esta unidade litodêmica se apresenta em contato discordante com a Formação Salto das Nuvens (Grupo Parecis).

A Suíte Intrusiva Rio Branco está representada pela presença de rochas ígneas básicas, e mais precisamente, gabros, que ocorrem no setor sudeste da localidade de São Jorge, dispostas nas formas de diques e soleiras ou sills (Barros et al. 1982). Estas rochas localmente são escuras de granulação grossa e se distribuem na forma de matacões (Figura 4).

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Figura 4 – Aspectos da distribuição no terreno dos matacões de gabro, pertencentes à

unidade litodêmica Suite Intrusiva Rio Branco no setor sudeste da localidade de São Jorge, município de Tangará da Serra (Fotografia – Deocleciano Bittencourt Rosa, setembro

2014).

c) Grupo Alto Paraguai

Esta unidade litoestratigráfica foi descrita inicialmente por Almeida (1964), como um conjunto de serras paralelas conhecido como Província Serrana, representada segundo Barros et al. (1982), por um amplo arco de concavidade voltada para sudeste, que compreendia da base para o topo as Formações Bauxi, Moenda, Raizama, Sepotuba e Diamantino (Barros et al. 1982).

A Formação Bauxi apresenta-se constituída por arenitos quartzosos, arcóseos e intercalações subordinadas de argilitos e siltitos. Não aflora na área de estudos.

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A Formação Moenda engloba paraconglomerados na sua porção basal e são frequentes arenitos da Formação Bauxi. Esta unidade não possui afloramentos nas áreas de TI - Rio Formoso, e também na bacia hidrográfica do rio Juba.

A Formação Raizama mostra-se constituída por arenitos contendo intercalações de conglomerados e apresentando às estratificações: plano-paralela (Figura 5), e cruzada, marcas de onda, e se apresentando, às vezes, intensamente, dobrada.

Figura 5 – Corte de estrada com exposição da Formação Raizama, constituída por arenitos

contendo intercalações de conglomerados. Podemos observar a estratificação plano-paralela. Local – Distrito de São Jorge, rodovia estadual MT-170, município de Tangará da Serra (Fotografia – Deocleciano Bittencourt Rosa, maio 2014).

A Formação Sepotuba apresenta-se constituída por folhelhos e siltitos calcíferos, finamente laminados, às vezes maciços com intercalações subordinadas de arcóseos finos a muito finos (Barros et al. 1982) (Figura 6).

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Figura 6 – Detalhe em afloramento da Formação Sepotuba constituída por folhelhos e

siltitos calcíferos, finamente laminados, às vezes maciços com intercalações subordinadas de arcóseos finos a muito finos (Fotografia – Deocleciano Bittencourt Rosa, maio 2014).

No topo do Grupo Alto Paraguai está posicionada a Formação Diamantino, em cuja seção basal são comuns intercalações pronunciadas de siltitos e arcóseos calcíferos, com o topo evidenciando uma composição em arcóseos finos a muito finos, contendo marcas de onda

Esta sequência de rochas segundo Barros et al. (1982), compreende um amplo arco de concavidade voltada para sudeste, e tal como vimos anteriormente, apresenta-se como um conjunto de serras paralelas com duas direções gerais dominantes: uma NE-SW, separando a Depressão Cuiabana da Depressão Alto Paraguai, e a outra E-W, dividindo a Depressão Cuiabana da Depressão Interplanáltica de Paranatinga.

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d) Grupo Araras

O Grupo Araras descrito primeiramente, por Almeida (1964) e reestudado por Nogueira e Riccomini (2006).

Constitui-se na base de calcário calcítico e dolomítico calcítico. Na seção média e no topo aparecem dolomitos microcristalinos, intraformacionais e camadas de cherts. Estas rochas compreendem grande parte da conhecida Serra das Araras na Província Serrana (Figura 7).

Figura 7 – Panorâmica ao fundo da Serra das Araras na área de estudos que se constitui na

base de calcário calcítico e dolomítico calcítico. Na seção média e no topo aparecem dolomitos microcristalinos, intraformacionais e camadas de cherts (Fotografia – Antonio

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e) Grupo Parecis

Tal como vimos anteriormente, alguns estudos foram realizados sobre o Grupo Parecis, a fim de caracterizá-lo geológica e litologicamente.

Em razão da extensão territorial geográfico-geológica desta unidade e de suas características, Barros et al. (1982), propuseram a denominação de Grupo Parecis, que corresponde ao conjunto litológico que delimita as Bacias do Alto Rio Paraguai e Amazônica.

Uma síntese de dados acerca das unidades litoestratigráficas Grupos Bauru e Parecis foi recentemente, publicada por Weska (2006), enfatizando a constituição litológica destas unidades posicionadas no período Cretáceo Superior no Estado de Mato Grosso.

Esse autor fez uma revisão do Grupo Parecis em comparação com o Grupo Bauru. E por ser o primeiro mais antigo na escala geológica do estado. Weska (2006) apresenta uma nova coluna estratigráfica, somente com a presença do Grupo Parecis, com a seguinte constituição litológica, assim distribuída da

base para o topo: Formações Paredão Grande (Tapirapuã), Salto das Nuvens,

Cachoeira do Bom Jardim e Utiariti.

Convém ressaltar que às Formações Paredão Grande (Weska 1996) e Cachoeira do Bom Jardim eram integrantes do Grupo Bauru, assim como, as Formações Salto das Nuvens e Utiariti do Grupo Parecis.

Nestes estudos as Formações Salto das Nuvens e Utiariti, substituem respectivamente às Formações Quilombinho e Cambambe, que eram partes integrantes da constituição geológica do Grupo Bauru.

E importante frisar que o Grupo Bauru, segundo Almeida (1946), foi estudado e reconhecido, primeiramente, por Gonzaga de Campos (1905), para os sedimentos areno-calcários do Planalto do Rio Paraná no Estado de São Paulo, designando-os como “Grês de Bauru”. Esta unidade litoestratigráfica foi alçada a categoria de grupo no Estado de São Paulo por Soares et al. (1980). O Grupo Bauru foi confirmado por Weska (1987), em estudos na Chapada dos Guimarães, no Estado de Mato Grosso.

Estas unidades foram correlacionadas, segundo Oliveira (1992) e Oliveira et

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Weska (1987), e que depois foram reconhecidas nos municípios de Dom Aquino e Poxoréu por Araújo et al. (1991), Maciel e Ribeiro (1991) e Pisani e Arrais (1991), quando foram alçadas à categoria de formações por Weska et

al. (1993), nesta faixa de predominância desde a localidade de Passagem do

Mamão no município de Chapada dos Guimarães, até os municípios de Dom Aquino e Poxoréu, e confirmadas por Weska (1996), até o município de General Carneiro.

Para o Projeto RADAMBRASIL, Hugo Silva et al. (1980), assim como, a CPRM (2004) fazem alusões a unidade litoestratigráfica Arenito da Fazenda Casa Branca, ou Formação Arenito Fazenda Casa Branca de idade relatada ao período Carbonífero (Hugo Silva et al.1974, 1980), que Bittencourt Rosa et al. (2002) consideram como uma extensão para o Norte do Estado de Mato Grosso do Grupo Parecis.

Formação Paredão Grande (Antiga - Formação Tapirapuã) – A Formação

Paredão Grande foi descrita por Weska (1996) e Weska et al. (1996), na localidade de Paredão Grande no município de General Carneiro, no setor sudeste do Estado de Mato Grosso, e constitui a base do Grupo Parecis. A partir dos dados de Barros et al. (1982), esta unidade era anteriormente conhecida localmente, como a Formação Tapirapuã, denominação esta atribuída a Barros et al. (1982).

Está constituída por um conjunto de rochas vulcânicas que incluem piroclásticas, de granulação fina a grossa, e derrames de olivina basaltos a traquiandesitos interdigitados nas Formações Salto das Nuvens (Figura 8), e Cachoeira do Bom Jardim.

Estão presentes também, soleiras ou sills, diques de basaltos alcalinos, diabásios e gabros de espessuras variadas, que correspondem a rochas escuras, ou então esverdeadas, de granulação fina a média, que quando possuem vesículas, em razão do resfriamento rápido do derrame basáltico, se constituem em excelentes aquíferos.

Nas cercanias do povoado de São Jorge a Formação Paredão Grande está constituída por basaltos alterados, aflorantes em matacões ou então em lajeiros, nos terrenos ao lado a rodovia estadual MT- 170.

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Figura 8 – Aspectos das rochas ígneas básicas representadas por basaltos pertencentes à

Formação Paredão Grande interdigitados nos arenitos da Formação Salto das Nuvens, aflorantes nas margens da rodovia estadual MT-358, nas cercanias do povoado de São Jorge (Fotografia – Antonio Carlos de Oliveira Rodrigues, julho 2014).

Formação Salto das Nuvens – Esta unidade litoestratigráfica foi inicialmente

estudada por Barros et al. (1982), e segundo Oliveira (1992) e Oliveira et al. (1992), está correlacionada com àquelas definidas nas regiões de: Chapada dos Guimarães por Weska (1987) e Dom Aquino e Poxoréu por Pisani e Arrais (1991), Maciel e Ribeiro (1991) e Araujo et al. (1991), cujas seções tipos foram descritas respectivamente, como Fácies Quilombinho em terrenos da fazenda homônima na Chapada dos Guimarães por Weska (1987), e depois nos municípios de Dom Aquino e Poxoréu por Weska et al. (1993), quando foi elevada a categoria de uma formação.

Esta unidade foi reestudada por Weska (2006) e aflora em contato com a Suite Intrusiva Rio Branco e a Formação Vale da Promissão na área da Fazenda Salto das Nuvens.

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A Formação Salto das Nuvens aflora também, em contato por falhamento com as Formações Paredão Grande e Botucatu, no sudeste do Estado de Mato Grosso. Esta unidade agrega depósitos de borda de escarpa na forma de conglomerados polimíticos, nos quais 90% dos clastos são constituintes vulcânicos da Formação Paredão Grande, sendo os 10% restantes representados por seixos e matacões das Formações Raizama (Grupo Alto Paraguai), Aquidauana, Palermo e Botucatu (Weska et al. 1996). Na área de estudos esses conglomerados exibem gradação inversa com diversos ciclos de alternância entre os conglomerados e lentes de argila e arenitos argilosos, alguns com estratificações plano-paralela e cruzada.

Esta unidade ocorre na forma de matacões (Figura 9) e lajeiros ao lado da rodovia estadual MT-170, na área conhecida como Caiapônia. Pode ocorrer também, intertrapeada com os basaltos alterados pertencentes à Formação Paredão Grande, tal como vimos anteriormente.

Figura 9 – Exposição de rocha arenítica vermelho-esbranquiçada, pertencente à Formação

Salto das Nuvens aflorante na localidade de Caiapônia no canto sudoeste do distrito de São Jorge, na forma de matacões nas margens da rodovia estadual MT-170 (Fotografia –

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Formação Cachoeira do Bom Jardim – A Formação Cachoeira do Bom

Jardim é reconhecidamente a unidade litoestratigráfica intermediária do Grupo Parecis, estando correlacionada segundo Oliveira (1992) e Oliveira et al. (1992) com as unidades definidas nas regiões de Chapada dos Guimarães, por Weska (1987), e em Poxoréu e Dom Aquino por Pisani e Arrais (1991), Maciel e Ribeiro (1991) e Araújo et al. (1991), cujas seções tipos foram descritas respectivamente, segundo Oliveira (1992), como Fácies Cachoeira do Bom Jardim, denominação esta proveniente da região da Cachoeira do Bom Jardim, situada na Chapada dos Guimarães definida por Weska (1987) e depois nos municípios de Dom Aquino e Poxoréu por Weska et al. (1993), quando foi alçada litoestratigraficamente à posição de formação, estudada por Weska (1996), e reestudada por Weska (2006).

Apresenta-se constituída litologicamente por conglomerados basais cíclicos, grossos a finos, petromíticos, com grânulos, seixos e matacões de rochas básicas, quartzo arenitos, ou por vezes silicosos e arcabouço do tipo “clast

supported”. Níveis de calcretes predominam próximos a estes conglomerados,

assim como também arenitos conglomeráticos, arenitos finos a médios, com cimento silicoso e raras vezes carbonático, intercalando lentes de argila e siltitos argilosos ocorrendo no topo. A espessura média é de 80 metros.

Esta unidade litoestratigráfica não aflora na área estudada.

Formação Utiariti – Esta unidade litoestratigráfica constitui o topo do Grupo

Parecis e é predominante nas nascentes do rio Juba.

Segundo Weska (2006) esta unidade está também, correlacionada com aquelas definidas nas regiões de Chapada dos Guimarães por Weska (1987), e em Dom Aquino e Poxoréu, cujas seções tipos foram descritas respectivamente por Weska (1987), como Fácies Cambambe na região do Morro do Cambambe, na Chapada dos Guimarães. Depois foi reconhecida nos municípios de Dom Aquino e Poxoréu por Pisani e Arrais (1991), Maciel e Ribeiro (1991) e Araujo et al. (1991), quando foi elevada à classe de Formação Cambambe por Weska et al. (1993), e agora reestudada por Weska (2006), como a Formação Utiariti, pertencente ao topo do Grupo Parecis.

Está constituída litologicamente por conglomerados basais cíclicos, oligomíticos, com seixos e raros matacões de arenitos e quartzo, com matriz

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arenosa e cimento silicoso. Arenitos conglomeráticos, silcretes, níveis de opalas brancas leitosas, arenitos e siltitos argilosos predominam da porção intermediária até o topo e, por vezes, intercalados por lentes de microconglomerados.

f) Coberturas Detrito-Lateríticas

As Coberturas Detrito-Lateríticas ou Lateritas constituem crostas de óxido de ferro de cor avermelhada escura a pardo-amarelada, e ocorrem de forma maciça, ou então em oólitos e pisólitos. Podem ocorrer irregularmente. As formas maciças se caracterizam por níveis de crostas regulares com espessuras de alguns centímetros (0,5 a 5 cm). As lateritas oolíticas e pisolíticas contêm nódulos de segregação de óxido de ferro, e as forma irregulares constituem níveis de crostas irregulares. Em certos pontos podem ser encontrados grãos de quartzo dispersos na crosta laterítica.

g) Aluviões Recentes

Estas aluviões correspondem a um conjunto de sedimentos localizados nas margens e nos leitos dos rios e córregos regionais, que sofrem a influência periódica das cheias, ficando na maior parte do tempo alagadas. Por isso são produtos do transporte de solos por intervenção das correntes de água, os quais vão formando camadas sucessivas em distintos horizontes com depósitos constituídos predominantemente, de areias, argilas, silte, concreções ferruginosas, entre outros. Na área de drenagem do rio Juba (Figura 10) e de seus tributários essas aluviões, muitas vezes são constituídas por areia fina a média.

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Figura 10 – Aluviões atuais do córrego Aldeia Queimada, um dos principais formadores do

rio Juba. Uma grande contribuição em areia é parte integrante destas aluviões (Fotografia –

Antonio Carlos de Oliveira Rodrigues, julho 2013).

5.3. Solos

Os solos regionais estão representados por: Solos Concrecionários, Latossolos, Argissolos, Neossolos Regolíticos¸ Litólicos e Quartzarênicos, Nitossolos e Organossolos (EMBRAPA, 1999, 2006 e Bittencourt Rosa et al. 2002, 2006, 2012).

Solos Concrecionários – A ocorrência destes solos está relacionada às rochas

das Formações Vale da Promissão, Morro Cristalino, Salto das Nuvens e Utiariti e a Suíte Intrusiva Rio Branco, nos terrenos do Distrito de São Jorge e suas adjacências e, principalmente, na Suíte Intrusiva Rio Branco no setor sudeste da bacia do rio Juba, em seu alto curso (Figura 11).

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Figura 11 – Solos concrecionários e cambissolos associados a um talus de Nitossolos

provenientes da alteração dos gabros da Suíte Intrusiva Rio Branco. Local – São Jorge (Fotografia – Deocleciano Bittencourt Rosa, maio 2014).

Latossolos – Correspondem aos tipos de solos que ocorrem no setor noroeste

da área em foco. Os Latossolos primam por um horizonte A1 pouco desenvolvido que não ultrapassa 20 cm de espessura, geralmente, com pequenos teores de matéria orgânica, com estrutura, textura e coloração que variam de um local para outro (Braun 1962).

Estão caracterizados quimicamente por um pH ácido na faixa de 4,4. Os álcalis como Ca, Mg e K não são representativos nestes solos.

Argissolos – Este tipo de solo apresenta características distintas, onde os

sedimentos dão origem a solos pobres, com teores de alumínio trocáveis, sendo notadamente, bem drenados e bem lixiviados e, que se desenvolvem regionalmente de materiais de origens das mais diversificadas nas áreas de

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