• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL PPGPV ELISÂNGELA ALVES DOS SANTOS FELIX MELO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL PPGPV ELISÂNGELA ALVES DOS SANTOS FELIX MELO"

Copied!
100
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL – PPGPV

ELISÂNGELA ALVES DOS SANTOS FELIX MELO

ÁCAROS ASSOCIADOS A ARECÁCEAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA E ORNAMENTAL NA BAHIA

ILHÉUS – BAHIA 2020

(2)

ELISÂNGELA ALVES DOS SANTOS FELIX MELO

ÁCAROS ASSOCIADOS A ARECÁCEAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA E ORNAMENTAL NA BAHIA

Tese apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Produção Vegetal

Área de concentração: Proteção de Plantas Orientador: Prof. Dr. Anibal Ramadan Oliveira Co-orientadora: Profa. Dra. Denise Navia Magalhães Ferreira

Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida Leão Bittencourt

ILHÉUS – BAHIA 2020

(3)

M528 Melo, Elisângela Alves dos Santos Felix.

Ácaros associados a arecáceas de importância

agrícola e ornamental na Bahia / Elisângela Alves

dos Santos Felix Melo. – Ilhéus, BA: UESC, 2020.

104 f.: il.

Orientador: Anibal Ramadan Oliveira.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Santa

Cruz. Programa de Pós-graduação em Produção

Vegetal.

Inclui referências.

1. Ácaros. 2. Ácaros de plantas. 3. Controle

biológico. 4. Phytoseiidae. 5. Raoiella indica. I.

Título.

(4)

ELISÂNGELA ALVES DOS SANTOS FELIX MELO

ÁCAROS ASSOCIADOS A ARECÁCEAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA E ORNAMENTAL NA BAHIA

Tese apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Produção Vegetal.

Ilhéus-BA, 28 de fevereiro de 2020.

ILHÉUS – BAHIA 2020

(5)

Aos meus pais, Elias e Zelita, pelo exemplo de vida. Ao meu esposo, Marcos Antônio, pelo estímulo, compreensão e cuidado.

Aos meus filhos, Laura e Miguel, por todos os momentos de carinho e amor incondicional.

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que em todos os momentos me deu discernimento e sabedoria para concluir cada etapa deste trabalho.

À Universidade Estadual de Santa Cruz e ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal (PPGPV) por possibilitar a realização do curso e do trabalho.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela concessão da bolsa de estudos.

À minha família, ao meu esposo, Marcos Antônio Melo, e aos meus filhos, Laura e Miguel, pelo carinho, cuidado, compreensão e apoio em tudo que precisei.

Aos meus pais, Elias e Zelita, pelo incentivo e suporte na hora que precisei. Aos amigos, torcendo sempre pelo meu sucesso.

Ao meu orientador, Aníbal Ramadan Oliveira, pela paciência, compromisso, incentivo e ensinamentos que contribuíram não só na minha formação profissional, mas também no meu crescimento como pessoa.

À minha co-orientadora, Denise Navia Magalhães Ferreira, pelas identificação dos Eriophyoidea, por todo apoio, paciência e contribuição para a execução deste trabalho.

À minha co-orientadora, Maria Aparecida Leão Bittencourt, que sempre me deu inspiração e por ser minha referência na carreira acadêmica. Obrigada pela colaboração, correções e sugestões.

À minha colega, Adeilma N. de Carvalho, por auxíliar na identificação dos ácaros da família Phytoseiidae.

Ao meu colega, André S. G. Sousa, pelas identificações dos ácaros da família Tarsonemidae. Aos meus colegas do Laboratório de Entomologia da UESC, Amanda, Bárbara, Rafaela, Kaélem, Maily, Mírian, Poliane e Rodrigo, pelo bom convívio, deixando o ambiente de trabalho mais leve, compartilhando as tarefas e conhecimentos.

(7)

ÁCAROS ASSOCIADOS A ARECÁCEAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA E ORNAMENTAL NA BAHIA

RESUMO

O objetivo geral desse estudo foi contribuir para o conhecimento dos ácaros associados a arecáceas de importância econômica na Bahia. Verificou-se a presença do ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica Hirst, em 13 municípios das regiões Litoral Norte, Recôncavo, Centro Norte e Sul da Bahia, em nove espécies de Arecaceae, causando danos em coqueiros (Cocos nucifera L.) e em palma-de-manila (Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore). Além de R. indica, foram identificadas 22 espécies nominais e cinco morfoespécies de Prostigmata, pertencentes a 21 gêneros de nove famílias. Dessas espécies, 12 são fitófagas, representantes de três famílias são predadoras e 12 espécies são de hábitos alimentares não determinados. No estudo, a maioria dos ácaros Prostigmata montados em lâminas de microscopia pertenceu a Eriophyoidea, sendo 90% representantes de Phytoptidae Murray, identificadas de Bactris gasipaes Kunth e Euterpe oleraceae Mart., sendo a espécie Retracrus pupunha Reis & Navia a mais frequente. Oligonychus pratensis (Banks) e Tetranychus neocaledonicus André foram as espécies de Tetranychidae observadas causando danos no coqueiro. Entre os ácaros predadores Prostigmata, a espécie mais abundante foi Bdella uekermanni Hernandes, Daud & Feres. Também foram observadas espécies de Cunaxidae Thor e Stigmaeidae Oudemans. Phytoseiidae (Mesostigmata) foi a principal família, representada por 25 espécies, incluindo a descrição de uma nova espécie de Typhlodromips, além das descrições dos machos de Neoseiulus recifensis Gondim & Moraes e Cocoseius elsavaldor Denmark & Andrews. Uma chave com os ácaros Phytoseiidae que ocorrem em Arecaceae na Bahia foi elaborada. Sete espécies de fitoseiídeos foram observadas associadas ao ácaro-vermelho-das-palmeiras, sendo Amblyseius largoensis (Muma), Iphiseiodes zuluagai Demark & Muma e N. recifensis, as mais abundantes.

(8)

MITES ASSOCIATED WITH ARECACEAE OF AGRICULTURAL AND ORNAMENTAL IMPORTANCE IN BAHIA

ABSTRACT

The general objective of this study was to contribute to the knowledge of mites associated with palm trees of economic importance in Bahia. The presence of the red palm mite, Raoiella indica Hirst, was verified in 13 municipalities of the Northern Coast, Recôncavo, Northern and Southern regions of Bahia, in nine species of Arecaceae, causing damage to coconut trees (Cocos nucifera L.) and in manila palm (Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore). In addition to R. indica, 22 nominal species and five morph-species of Prostigmata were identified, belonging to 21 genera of nine families. Of those species, 12 are phytophagous, three are predators and 12 were of undetermined feeding habits. Most of the Prostigmata mites mounted on microscopic slides belonged to Eriophyoidea, with 90% representing Phytoptidae Murray, identified from Bactris gasipaes Kunth and Euterpe oleraceae Mart., with Retracrus pupunha Reis & Navia being the most frequent. Oligonychus pratensis (Banks) and Tetranychus neocaledonicus André were the species of Tetranychidae observed causing damage to the coconut tree. Among the Prostigmata predatory mites, the most abundant species was Bdella uekermanni Hernandes, Daud & Feres. Species of Cunaxidae Thor and Stigmaeidae Oudemans were also observed. Phytoseiidae (Mesostigmata) was the main family, represented by 25 species, including the description of a new species of Typhlodromips, in addition to the descriptions of the males of Neoseiulus recifensis Gondim & Moraes and Cocoseius elsavaldor Denmark & Andrews. A key to Phytoseiidae mites that occurs in Arecaceae in Bahia was elaborated. Seven species of phytoseiids were observed associated with the red palm mite, being Amblyseius largoensis (Muma), Iphiseiodes zuluagai Demark & Muma and N. recifensis the most abundant.

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 Palmeiras de importância econômica ... 11

1.2 Ácaros de importância agrícola... 13

1.2.1 Ácaros fitófagos... 13 1.2.2 Tetranychidae... 14 1.2.3 Tenuipalpidae... 15 1.2.4 Eriophyoidea... 17 1.2.5 Tarsonemidae... 18 1.2.6 Ácaros predadores... 19 1.3 Objetivos... 21 REFERÊNCIAS ... 22

2 O ÁCARO-VERMELHO-DAS-PALMEIRAS, Raoiella indica HIRST (ACARI: TENUIPALPIDAE): PLANTAS HOSPEDEIRAS E ÁCAROS PREDADORES PHYTOSEIIDAE ASSOCIADOS NA BAHIA, BRASIL... 30 Resumo ... 30 Abstract... 31 2.1 Introdução ... 32 2.2 Material e Métodos ... 34 2.3 Resultados e Discussão ... 37 Referências ... 44

3 ÁCAROS PROSTIGMATA ASSOCIADOS A PALMEIRAS (ARECACEAE) DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E ORNAMENTAL NA BAHIA, BRASIL... 48

Resumo ... 48 Abstract... 49 3.1 Introdução ... 50 3.2 Material e Métodos ... 52 3.3 Resultados e Discussão... 54 Referências... 68

(10)

PALM TREES FROM BAHIA, NORTHEASTERN BRAZIL: A NEW Typhlodromips SPECIES, NEW REPORTS AND A

TAXONOMIC KEY... 73

Abstract... 73

4.1 Introduction... 73

4.2 Material and methods... 74

4.3 Results ... 77

4.4 Discussion... 89

4.5 Key to the Phytoseiidae species registered in Arecaceae in Bahia (females) ... 90

References... 95

5 A DESCRIPTION OF THE MALE OF Cocoseius elsalvador DENMARK AND ANDREWS (ACARI: PHYTOSEIIDAE: TYPHLODROMINAE)... 99

Abstract... 99

Resumo... 99

(11)

1 INTRODUÇÃO

1.1 Palmeiras de importância econômica

Arecaceae é a única família da ordem Arecales e se destaca por ser uma das famílias botânicas com maior número de espécies, apresentando formas e tamanhos bastante variados, sendo, em sua maioria, nativas dos trópicos e subtrópicos (DRANSFIELD et al., 2008; LEITMAN et al., 2020; LORENZI et al., 2004). As palmeiras, como são popularmente conhecidas as plantas desta família, são representadas por cerca de 2.700 espécies e 240 gêneros (DRANSFIELD et al., 2008; LORENZI et al., 2004), sendo o coqueiro (Cocos nucifera L.) considerado a espécie mais importante (FOALE; HARRIES, 2009; MARTINS; CUENCA, 2018). Além do coqueiro, várias espécies apresentam grande importância econômica, fornecendo diferentes produtos, como alimentos para o homem e para a fauna, produtos para construção de abrigos, cera, óleo, produtos para artesanato em geral e fibras para a indústria (GAZZANEO et al., 2005; GUIMARÃES; SILVA, 2012; HENDERSON, 1995; SILVA et al., 2020). Muitas palmeiras ainda são utilizadas como ornamentais, apresentando grande valor de mercado para fins de utilização em paisagismo (LEITMAN et al., 2020; LORENZI et al., 2004).

No Brasil ocorrem cerca de 400 espécies de Arecaceae nativas e exóticas, presentes em quase todas as formações vegetais (LORENZI et al., 2004). As espécies economicamente mais importantes no Brasil são o coqueiro, o dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.), a piaçaveira (Attalea funifera Mart. ex Spreng.), a pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), o açaízeiro (Euterpe oleracea Martius), o buritizeiro (Mauritia flexuosa L.), o babaçuzeiro (Attalea brasiliensis Glassman) (Attalea speciosa Mart.), a carnaubeira (Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore) e o palmiteiro juçara (Euterpe edulis Mart.) (FERREIRA; WARWICK; SIQUEIRA, 2018; PINHEIRO et al., 2015; ZAMBRANA et al., 2007). Entre as espécies registradas no Nordeste (LEITMAN et al., 2020), destacam-se, além das espécies acima, o licuri, Syagrus coronata (Mart.) Becc., a macaúba, Acrocomia intumenscens Drude, a pindoba, Attalea oleifera Barb. Rodr., e o catolé, Syagrus cearensis Noblick, por terem

(12)

importância econômica reconhecida como frutíferas ou fornecedoras de óleo ou cera (BONDAR, 1964; MEDEIROS-COSTA, 2002). O coqueiro, o dendezeiro, a piaçaveira, a pupunheira e o açaízeiro são as palmeiras de maior importância cultivadas na Bahia.

O coqueiro é considerado uma das mais importantes fruteiras perenes cultivadas no Brasil, com 70% da produção concentrada no Nordeste brasileiro, sendo a Bahia o principal estado produtor, responsável por 33% da produção nordestina (BAHIA, 2020; CUENCA, 2018; CUENCA; FERREIRA; MARTINS, 2018; IBGE, 2020). Tem grande valor agronômico, agroindustrial, socioeconômico, alimentar e na sustentabilidade dos ecossistemas baianos, compondo paisagens litorâneas ou como fonte de renda para pequenos produtores e na agricultura familiar (BARRETO et al., 2009; CUENCA, 2018; FERREIRA; WARWICK; SIQUEIRA, 2018; IBGE, 2020; MARTINS; JESUS JR., 2014).

Os cultivos da pupunheira e do açaizeiro vêm crescendo nos últimos anos na Bahia, principalmente para a produção de palmito (IBGE, 2020; MAPA, 2020; SILVA et al., 2006; SILVA et al., 2020). Além da produção do palmito, a polpa do açaizeiro, extraída dos frutos, é um produto bastante apreciado como uma bebida concentrada, nutritiva e de alto valor calórico, conhecida por açaí (SILVA et al., 2006). Embora o volume de produção do açaí na Bahia seja menor que na região Norte do Brasil, de onde o açaizeiro é nativo e onde são encontradas populações espontâneas, sendo o Pará o principal estado produtor, a produção baiana tem crescido consideravelmente (SILVA et al., 2006). Devido à formação de seus caules em touceiras (ou perfilhos), tanto a pupunheira quanto o açaizeiro permitem a coleta de palmito sem destruir as plantas inteiras, já que a principal forma de adquirir os produtos dessa palmeira é através do extrativismo (SILVA et al., 2005, 2006).

O dendezeiro é uma espécie originária da África, tendo sido introduzida no Brasil pelos escravos africanos no período colonial (BRAZÍLIO et al., 2012). Os frutos, as sementes, as folhas e o estipe dessa planta são utilizados na alimentação humana e animal, na produção de óleos, ceras, produtos artesanais, construções rústicas, como substrato na agricultura e também como substituto do óleo diesel (VENTURIERI et al., 2009). A cultura do dendezeiro no Brasil se concentra, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste, sendo a Bahia o segundo maior produtor nacional, atrás do Pará (BRAZÍLIO et al., 2012).

A piaçaveira é uma palmeira nativa da Bahia, que produz fibra de importante valor econômico, sendo cerca de 95% produzida nesse estado, o principal produtor nacional (GUIMARÃES; SILVA, 2012). Além de contribuir na geração de empregos diretos e indiretos, apresenta importância ecológica, servindo de abrigo, proteção e alimento para artrópodes e outros organismos, podendo também ser plantada em áreas degradadas

(13)

(GUIMARÃES; SILVA, 2012). Na Bahia, a exploração comercial ocorre em vários municípios, sendo que o número de produtores interessados nessa cultura vem crescendo, tornando-se assim uma boa opção para a diversificação agrícola e econômica no Sul da Bahia (CASALI, 2012; GUIMARÃES; SILVA, 2012).

Arranjos de cultivos mistos de palmeiras com outras frutíferas possibilitam situações mais vantajosas que na monocultura (QUEIROZ; BIANCO, 2009). Nesses arranjos, onde duas ou mais espécies compõem o sistema, é promovida a diversificação e distribuição da produção, racionalização do uso de mão-de-obra e maior equilíbrio ambiental, tendo como base a preservação e a otimização do uso dos recursos ambientais, como nutrientes, água e radiação solar, gerando renda ao produtor (HENDERSON, 1995; OLIVEIRA et al., 2011).

Apesar das espécies de arecáceas serem de grande importância econômica, a expansão de áreas plantadas, tanto em monocultura como consorciados, pode contribuir para o aumento gradativo das populações de patógenos, insetos e ácaros de importância agrícola (MORAES; FLECHTMANN, 2008; MOURA, 2017). A incidência de pragas, entre elas várias espécies de ácaros fitófagos, é um dos principais fatores que afetam a produção das arecáceas, causando perdas consideráveis nos cultivos. O estudo da acarofauna dessas plantas, portanto, torna-se importante para ampliação do conhecimento dos ácaros pragas, visando seu manejo/controle, e dos ácaros predadores, que atuam como inimigos naturais e que são importantes agentes de controle biológico (SOUZA; GUZZO; MOURA, 2017).

1.2 Ácaros de importância agrícola

1.2.1 Ácaros fitófagos

Os ácaros fitófagos se alimentam de plantas e podem ser extremamente nocivos aos seus hospedeiros e, consequentemente, à produção vegetal (HOY, 2011; JEPPSON et al., 1975). Cerca de 30 espécies de ácaros fitófagos são identificadas como causadoras de danos econômicos significativos a diferentes espécies de plantas cultivadas no Brasil, causando redução da produção devido a seu alto potencial reprodutivo (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Alimentam-se através da sucção do conteúdo das células, fazendo com que, com a morte celular, frequentemente apareçam deformações ou pontos cloróticos pela ausência do citoplasma e dos cloroplastos, evoluindo para necrose e reduzindo a área foliar fotossintética das plantas (HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Os danos podem ser diretos,

(14)

decorrentes da alimentação, ou indiretos, pela injeção de toxinas ou transmissão/disseminação de fitopatógenos (HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Dentre os ácaros fitófagos de importância agrícola se destacam os ácaro pertencentes às famílias/superfamílias Tetranychidae, Tenuipalpidae, Eriophyoidea e Tarsonemidae, as quais incluem pragas que provocam danos a grande número de espécies vegetais de valor econômico (HOY, 2011; JEPPSON et al., 1975; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

1.2.2 Tetranychidae

A família Tetranychidae, composta por ácaros exclusivamente fitófagos vulgarmente conhecidos como ―ácaros-de-teia‖ (MORAES; FLECHTMANN, 2008), compreende um grupo com aproximadamente 1.300 espécies descritas, em sua maioria polífagas (HOY, 2011; JEPPSON et al., 1975; MIGEON; DORKELD, 2020). Possuem as quelíceras transformadas em estiletes, com os quais perfuram a parede celular para se alimentarem do conteúdo das células da epiderme e do parênquima vegetais, levando à redução da fotossíntese e aumento da transpiração (MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Os ácaros tetraniquídeos passam pelas fases de ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto (HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008). O desenvolvimento das fases imaturas pode durar de uma a duas semanas e os adultos vivem em média um mês, sendo que cada fêmea pode depositar de algumas dezenas a quase duas centenas de ovos (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Dependendo das condições e da espécie, essas colônias geralmente ficam protegidas sob uma camada de teia tecida pelos ácaros na superfície das folhas, que os protege contra predadores, condições ambientais adversas (ex. chuva intensa), e também serve como local de deposição de ovos. Em altas populações, observa-se grande quantidade de teia, principalmente no ápice das plantas, o que parece facilitar sua dispersão (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Em geral, podem se disseminar a curtas e longas distâncias por meio do vento, dos insetos e de aves que visitam as plantas, bem como da atividade humana, pelo transporte de material infestado, uso de implementos agrícolas e circulação entre áreas infestadas e sadias (BONATO; GUTIERREZ, 1999; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Cerca de 100 espécies de Tetranychidae são reconhecidas por poderem causar perdas em cultivos agrícolas e em plantas ornamentais no mundo (HOY, 2011; MIGEON; DORKELD, 2020; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Espécies pragas dessa família são registradas, geralmente, em numerosas colônias, podendo causar severos danos às plantas em

(15)

curto espaço de tempo quando em condições propícias de temperatura, umidade e disponibilidade de alimento (HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Tetranychus Dufour é o principal representante desta família, sendo o ácaro-rajado, T. urticae (Koch), o ácaro praga de maior importância mundial (HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008), infestando diversas culturas de importância agrícola, sendo que cerca de oito espécies de Tetranychus ocorrem em palmeiras (MIGEON; DORKELD, 2020). Tetranychus mexicanus (McGregor) e Tetranychus neocaledonicus André têm sido relatadas como pragas do coqueiro no Brasil (TEODORO et al., 2015), sendo a segunda também relatada em pupunheira em São Paulo (LAWSON-BALAGBO et al., 2008; SANTANA; FLECHTMANN, 1998). Também Tetranychus palmarum Flechtmann e Noronha foi registrada em dendezeiro no estado do Pará (FLECHTMANN; NORONHA, 2011; MIGEON; DORKELD, 2020).

Algumas espécies de Oligonychus Berlese ocorrem em palmeiras, sendo que 22 espécies deste gênero ocorrem em coqueiro em todo o mundo (MIGEON; DORKELD, 2020). Oligonychus biharensis (Hirst), Oligonychus coffeae (Nietner), Oligonychus mangiferus (Rahman e Sapra), Oligonychus pratensis (Banks), Oligonychus punicae (Hirst) e Oligonychus yothersi (McGregor) foram reportados em palmeiras no Brasil, sendo Oligonychus pratensis bastante polífago, ocorrendo em Arenga sp., C. nucifera, Phoenix canariensis Hort. ex Chabaud, Phoenix dactylifera L., Phoenix roebelenii O'Brien, Pritchardia pacifica Seem & H.Wendl e Washingtonia filifera (Linden) H. Wendl. (FERES et al., 2009; JEPPSON et al., 1975; MIGEON; DORKELD, 2020; PRITCHARD; BAKER, 1955; TUTLE; BAKER, 1968).

Recentemente, O. pratensis foi reportado causando danos em plantios comerciais de coqueiros adultos e mudas em várias localidades nos estados da Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco e Sergipe (FERREIRA et al., 2019). Neste estudo os autores relataram o primeiro registro da espécie no açaizeiro, E. oleraceae, no licurizeiro, S. coronata, e na palmeira-leque, P. pacifica, como novos hospedeiros para a espécie no Brasil.

1.2.3 Tenuipalpidae

A família Tenuipalpidae concentra cerca de 1.100 espécies em 40 gêneros distribuídos mundialmente (BEARD; SEEMAN; BAUCHAN, 2014; CASTRO et al., 2015; MESA et al., 2009). Cerca de 230 espécies de Tenuipalpidae foram descritas da região neotropical e

(16)

aproximadamente 20 do Brasil (BEARD et al., 2015; CASTRO et al., 2016, 2018; MESA et al., 2009; NAVIA et al., 2013b). Esses ácaros são conhecidos como ácaros-planos ou falsos-ácaros-de-teia (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Embora os ácaros tenuipalpídeos sejam exclusivamente fitófagos, o número de espécies consideradas pragas é reduzido. Apesar disso, existem algumas espécies pragas de grande importância, que podem causar danos diretos ou indiretos, injetando toxinas e/ou como vetores de diferentes vírus, os quais são causadores de doenças em plantas (MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Os gêneros de Tenuipalpidae que incluem a maioria das espécies que causam danos econômicos às plantas são Brevipalpus Donnadieu e Tenuipalpus Donnadieu, sendo Brevipalpus considerado o gênero de maior importância agrícola da família (MESA et al., 2009; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Apesar de poucas espécies causarem danos econômicos, alguns tenuipalpídeos pragas podem afetar seriamente culturas relevantes para o agronegócio, como citros, café, maracujá e outras (CHILDERS et al., 2003; MESA et al., 2009; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

O ácaro-da-leprose-dos-citros é a praga mais importante dentre os Tenuipalpidae, por ser transmissor do vírus responsável pela leprose-dos-citros, uma das doenças mais importantes da citricultura (BASTIANEL et al., 2010; RAMOS-GONZALEZ et al., 2016; HOY et al., 2011; TASSI et al., 2017). Esse ácaro foi por muitos anos referido em publicações científicas brasileiras como Brevipalpus phoenicis (Geijskes), porém Beard et al. (2015) demonstraram a existência de um complexo de espécies morfologicamente similares a B. phoenicis no país, de modo que o ácaro-da-leprose-dos-citros vem sendo atualmente identificado como B. yothersi (Geijskes). Embora espécimes de Brevipalpus identificados como B. phoenicis já tenham sido relatados em coqueiro na Bahia, não foram detectados danos significativos às plantas (LAWSON-BALAGBO et al., 2008).

O ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica Hirst, é outro tenuipalpídeo de grande importância econômica. É uma espécie nativa de áreas tropicais e subtropicais da Ásia que invadiu recentemente a região Neotropical (ETIENNE; FLECHTMANN, 2006; NAVIA et al., 2011; VÁSQUEZ et al., 2008). Foi detectado pela primeira vez no Brasil em 2009 (NAVIA et al., 2011) e atualmente tem sido registrado nos territórios dos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo e Sergipe (HATA et al., 2017; MELO et al., 2018; NAVIA et al., 2011, 2015; OLIVEIRA et al., 2016; SOUZA, 2018; TEODORO et al., 2016).

(17)

Embora R. indica ataque principalmente as palmeiras, com mais de 80% dos seus hospedeiros pertencentes à família Arecaeae (CARRILLO et al., 2012; TEODORO et al., 2016), cerca de 100 espécies em 58 gêneros de plantas já foram relatadas até o momento como hospedeiras do ácaro-vermelho-das-palmeiras no mundo, nas famílias Arecaceae, Cannaceae, Cycadaceae, Heliconiaceae, Musaceae, Pandanaceae, Strelitizaceae e Zingiberaceae (CARRILLO et al., 2012; MELO et al., 2018; NAVIA et al., 2015; SOUZA, 2018; TEODORO et al., 2016).

No coqueiro e em outras palmeiras ornamentais os danos causados por este ácaro podem ser severos, principalmente em mudas e plantas jovens (SOUZA, 2018; TEODORO et al., 2016). As infestações desse ácaro causam amarelecimento, ressecamento completo das folhas e, quando em altas populações, podem causar a morte das plantas jovens (FLECHTMANN; ETIENNE, 2004). Além da redução do número de mudas e necessidade de replantes, o ataque de R. indica pode causar atraso no desenvolvimento vegetativo, com perdas na quantidade e qualidade da safra. Além das plantas jovens este ácaro pode atacar plantas adultas de diferentes espécies, inclusive palmeiras ornamentais (NAVIA et al., 2015).

Raoiella indica vive em colônias na superfície abaxial das folhas de coqueiro (TEODORO et al., 2016), em grupos que variam em número de 20 a 300 indivíduos, entre ovos, larvas, protoninfas e deutoninfas (KANE et al., 2012). Em altas populações, já foi estimado que esta praga causa impacto negativo sobre espécies de palmeiras e bananeiras, chegando a ser responsável por 70–90% de redução da produção em algumas ilhas do Caribe (HOY, 2011; RODA et al., 2012).

1.2.4 Eriophyoidea

A superfamília Eriophyoidea é constituída por ácaros exclusivamente fitófagos, conhecidos como microácaros por causa de suas reduzidas dimensões (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Com aproximadamente 3.500 espécies agrupadas em pouco mais de 300 gêneros pertencentes às famílias Eriophyidae, Diptilomiopidae e Phytoptidae (AMRINE; STASNY; FLECHTMANN, 2003), são superados apenas pelos tetraniquídeos em termos de importância econômica como ácaros-praga mundialmente, sendo os ácaros fitófagos mais diversos encontrados em palmeiras (GONDIM JR. et al., 2000; MORAES; FLECHTMANN, 2008; NAVIA et al., 2013a).

(18)

Espécies de Eriophyoidea são, em geral, bastante especializadas, e seus hábitos biológicos específicos frequentemente permitem que se desenvolvam em ambientes confinados como, por exemplo, nas bainhas das folhas, brotos terminais, gemas, galhas e eríneos, além da superfície das folhas, dependendo da espécie (GERSON; SMILEY; OCHOA, 2003; MORAES; FLECHTMANN, 2008). Além do fato da maioria dos microácaros serem bastante específicos, atacando apenas uma espécie vegetal, gênero ou família específica de planta, esta relação estreita com os hospedeiros frequentemente induz à formação de galhas, eríneos e mal-formações na planta em resposta à inoculação de substâncias no ato da alimentação (GALVÃO et al., 2012; MORAES; FLECHTMANN, 2008; NAVIA et al., 2005; 2013a).

Navia et al. (2007) apresentaram uma revisão sobre os ácaros Eriophyoidea encontrados em Arecaceae em todo o mundo, relatando 62 espécies pertencentes a 31 gêneros associadas a 54 espécies em 25 gêneros de palmeiras. Alguns microácaros são considerados de grande importância econômica no Brasil como, por exemplo, o ácaro-da-necrose-do-coqueiro, Aceria guerreronis Keifer, a principal espécie de ácaro que ataca palmeiras no país (MORAES; FLECHTMANN, 2008), podendo provocar necrose, deformação e/ou redução e queda prematura dos frutos do coqueiro (MORAES; ZACARIAS, 2002; MOURA, 2017), embora sua prevalência nos folíolos seja baixa ou inexistente (LAWSON-BALAGBO et al., 2008; NAVIA et al., 2013a; OLIVEIRA; MORAES; DIAS, 2012).

Outros microácaros de importância secundária que atacam o coqueiro são o ácaro-da-mancha-anelar, Amrineus cocofolius Flechtmann (Eriophyidae), e Retracrus johnstoni Keifer (Phytoptidae). Amrineus cocofolius, aparentemente, não afeta de forma significativa a produção da cultura, causando apenas um dano estético nos frutos (MORAES; FLECHTMANN, 2008). Seu ataque acontece nas proximidades das margens distais das brácteas, tanto em frutos no estágio inicial de formação como em estágios mais avançados, o que ocasiona a formação de uma necrose transversal no fruto, distante das brácteas (NAVIA et al., 2005). Já R. johnstoni, que até o momento foi encontrado causando danos apenas em folíolos de coqueiros, aparentemente não chega a prejudicar a produtividade da cultura (MORAES; FLECHTMANN, 2008).

(19)

A família Tarsonemidae tem aproximadamente 550 espécies, agrupadas em aproximadamente 45 gêneros (LIN; ZHANG, 2002; SEEMAN et al., 2018). Estes ácaros são de hábitos alimentares bastante variados, podendo alimentar-se de fungos, algas e plantas (MORAES; FLECHTMANN, 2008). A espécie de maior importância para a agricultura é o ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus (Banks), espécie polífaga que ataca diversas culturas de grande importância agrícola (HOY, 2011; KRANTZ et al., 2009; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Dentre os tarsonemídeos de palmeiras destacam-se as espécies Steneotarsonemus furcatus De Leon, o ácaro-da-mancha-longitudinal-do-coqueiro, e Steneotarsonemus concavuscutum Lofego e Gondim Jr., ambas consideradas espécies importantes para a cultura do coqueiro (LAWSON-BALAGBO et al., 2008; MORAES; FLECHTMANN, 2008; REIS et al., 2008). Estes ácaros estabelecem colônias sobre a epiderme, entre as pétalas florais e o carpelo (GONDIM JR.; OLIVEIRA, 2001; NAVIA; FLECHTMANN, 2005), podendo ser encontrados nas proximidades das margens distais das brácteas na superfície dos frutos e também sob as brácteas (MORAES; FLECHTMANN, 2008; NAVIA; FLECHTMANN, 2005). Suas maiores populações encontram-se em frutos jovens e os danos ocasionados pelo ataque desses ácaros lembram aqueles causados pelo ácaro-da-necrose-do-coqueiro, como descoloração inicial da superfície dos frutos seguida de necrose e fendilhamento longitudinal, porém não se desenvolvendo em formato triangular (GONDIM JR.; OLIVEIRA, 2001; MORAES; FLECHTMANN, 2008; NAVIA; FLECHTMANN, 2005).

1.2.6 Ácaros predadores

O controle biológico de ácaros fitófagos envolve principalmente o uso de ácaros predadores, especialmente os pertencentes à família Phytoseiidae (Mesostigmata), embora espécies predadoras com potencial para o controle de ácaros fitófagos também possam ser encontradas em outras famílias da ordem Mesostigmata, como Ascidae, Blattisocidae e Melicharidae, e da ordem Prostigmata, como Bdellidae, Cheyletidae, Cunaxidae e Stigmaeidae (GERSON; SMILEY; OCHOA, 2003; HOY, 2011; MORAES; FLECHTMANN, 2008; YANINEK; MORAES, 1991). O controle biológico com esses ácaros, promovido em programas de manejo integrado, pode ocorrer nos modos clássico, aplicado ou ainda naturalmente, quando a população de inimigos naturais vive espontaneamente nos agroecossistemas, mantendo as populações de ácaros fitófagos em

(20)

baixas densidades (HASTIE et al., 2010; HOY, 2011; SARMENTO et al., 2011; McMURTRY; MORAES; SOURASSOU, 2013).

A família Phytoseiidae é constituída por mais de 2.700 espécies descritas, agrupadas em aproximadamente 91 gêneros, divididos em três subfamílias: Amblyseiinae, Typhlodrominae e Phytoseiinae (DEMITE et al., 2020). Amblyseiinae é a subfamília com maior diversidade de espécies descritas, com 1.748 espécies em 65 gêneros, seguida por Typhlodrominae, com 732 espécies em 23 gêneros, e Phytoseiinae, com 229 espécies em 3 gêneros. Os gêneros Amblyseius, Neoseiulus, Euseius, Typhlodromips e Proprioseiopsis estão entre aqueles com maior número de espécies relatadas (MORAES; FLECHTMANN, 2008; DEMITE; McMURTRY; MORAES, 2014). Das cerca de 200 espécie válidas registradas no Brasil atualmente, 78 já foram reportadas na Bahia (ARGOLO et al., 2017; DEMITE et al., 2020).

Dentre as várias espécies de Phytoseiidae utilizadas eficientemente no controle biológico de ácaros fitófagos destacam-se, principalmente, Phytoseiulus spp. e Neoseiulus californicus McGregor, que se mostram eficientes no controle do ácaro-rajado, T. urticae e outros Tetranychidae, além de espécies dos gêneros Galendromus, Typhlodromus, Amblyseius e alguns Euseius, que incluem, em maior ou menor grau, o consumo de ácaros fitófagos em suas dietas (GERSON; SMILEY; OCHOA, 2003; HOY, 2011).

A maioria dos ácaros predadores de ácaros fitófagos em palmeiras pertence à família Phytoseiidae, mas espécies das famílias Ascidae, Melicharidae e Bdellidae também têm sido registradas como inimigos naturais importantes (GONDIM JR.; MORAES, 2001; LAWSON-BALAGBO et al., 2008; SOUZA et al., 2012; TAYLOR et al., 2012). Os Phytoseiidae mais abundantes em coqueiros do Nordeste são Amblyseius largoensis (Muma), Neoseiulus paspalivorus (De Leon), Neoseiulus baraki (Athias- Henriot) e Euseius alatus De Leon, sendo N. paspalivorus e o melicarídeo Proctolaelaps bickleyi (Bram) (Melicharidae) considerados agentes promissores de controle biológico do ácaro-da-necrose-do-coqueiro (LAWSON-BALAGBO et al., 2007, 2008).

A maioria dos ácaros que incluem o hábito predador relatada em palmeiras na Bahia é representada por espécies de Phytoseiidae (ARGOLO et al., 2017; DEMITE et al., 2020; LAWSON-BALAGBO et al., 2008; SOUZA et al., 2015), sendo grande parte dos trabalhos relacionada ao levantamentos e a descrições de espécies (ARGOLO et al., 2017; CARVALHO et al., 2017, 2019; SOUZA et al., 2010, 2012, 2015). Os caracteres morfológicos de maior importância na identificação e no estudo taxonômico desses ácaros incluem, entre outros, o aspecto do escudo dorsal, que pode ser liso ou ornamentado, o

(21)

número e a posição dos poros e lirifissuras no mesmo, a extensão do peritrema, a forma do escudo peritremal, a quetotaxia, envolvendo o tamanho, a forma e o número de setas presentes no corpo, a presença ou ausência de macrosetas nas pernas, o formato do escudo esternal, que pode ser estreito ou largo e possuir a parte posterior côncava ou reta, o formato dos escudos genital e ventrianal, o número de dentes nas quelíceras e o formato da espermateca e do espermadáctilo (CHANT; McMURTRY, 2007; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Algumas espécies de Bdellidae têm potencial como agentes de controle biológico de ácaros fitófagos (GERSON; SMILEY; OCHOA, 2003), sendo que Bdella distincta Baker & Balogh já foi relatada em coqueiro no Brasil (HERNANDES; DAUD; FERES, 2008) e Bdella ueckermanni Hernandes, Daud & Feres foi o predador mais abundante associado ao ácaro-da-necrose-do-coqueiro em um plantio no litoral Sul da Bahia (SOUZA et al., 2012).

Os ácaros Prostigmata das famílias Cunaxidae, Cheyletidae, Stigmaeidae e Tydeidae são habitantes do solo, serrapilheira e outros substratos, sendo frequentemente encontrados sobre plantas (MORAES; FLECHTMANN, 2008). As três primeiras são compostas principalmente de ácaros predadores, associadas a ácaros fitófagos nas plantas, enquanto espécies de Tydeidae possuem hábito generalista, podendo alimentar-se de diferentes materiais de origem vegetal e animal (GERSON; SMILEY; OCHOA, 2003; MATIOLI, 2009; MORAES; FLECHTMANN, 2008; ZHANG, 2003). A diversidade de Cunaxidae, Cheyletidae, Stigmaeidae, Tydeidae e de outros grupos de Prostigmata associados a palmeiras na Bahia ainda é pouco conhecida, com poucos trabalhos publicados (LAWSON-BALAGBO et al., 2008; SOUZA et al., 2012).

1.3 Objetivos

Verificar a diversidade de ácaros associados à arecáceas de importância econômica e ornamental na Bahia, com os seguintes objetivos específicos:

 Determinar plantas hospedeiras, possíveis danos causados e ácaros Phytoseiidae associados ao ácaro-vermelho-das-palmeiras (AVP), Raoiella indica.

(22)

 Identificar espécies de Prostigmata associadas às palmeiras em áreas das regiões Litoral Norte, Recôncavo, Centro Norte e Sul da Bahia, relatando a ocorrência de possíveis danos causados pelos ácaros nas palmeiras de importância econômica.

 Determinar as espécies de Phytoseiidae associadas às palmeiras de importância econômica e ornamental, com a elaboração de uma lista e uma chave de identificação das espécies que ocorrem em Arecaceae na Bahia.

Descrever o macho de Cocoseius elsalvador com base em espécimes coletados em palmeiras na Bahia e em Pernambuco.

REFERÊNCIAS

AMRINE, J.W. Jr.; STASNY, T.A.H.; FLECHTMANN, C.H. Revised keys to world genera of Eriophyoidea (Acari: Prostigmata). Indira Publishing House, 2003. 244p.

ARGOLO P.S. et al. Phytoseiid mites (Acari: Phytoseiidae) associated with tropical

ornamental plants, with a checklist and a key to the species of Bahia, Brazil. Zootaxa. v. 3700 n. 3, p. 301-347, 2017.

BAHIA. Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia. Sistema de Informações do Mercado Agrícola. Disponível em: <http://www.sagri.pa.gov.br/SIMA>. Acesso em: 26 jan. 2020. BARRETO, L.G. et al. Estratégias para uso e desenvolvimento dos produtos e co-produtos do coco seco com ênfase na pequena produção. In CINTRA, F.L.D. et al. (ed). Fundamentos tecnológicos para a revitalização das áreas cultivadas com coqueiro gigante no Nordeste do Brasil. Aracajú. Embrapa tabuleiros Costeiros. p. 26-36. 2009.

BASTIANEL, M. et al. Citrus leprosis: centennial of an unusual mite virus pathosystem. Plant Disease. v. 94, n. 1, p. 284-292, 2010.

BEARD, J.J. et al. Brevipalpus phoenicis (Geijskes) species complex (Acari: Tenuipalpidae)-a closer look. ZootTenuipalpidae)-axTenuipalpidae)-a. v. 3944, n. 1, p. 1-67, 2015.

BEARD, J.J.; SEEMAN, O.D.; BAUCHAN, G.R. Tenuipalpidae (Acari: Trombidiformes) from Casuarinaceae (Fagales). Zootaxa. v. 3778, n. 1, p. 1-157, 2014.

BONATO, O; GUTIERREZ, J. Effect of mating status on the fecundity and longevity of four spider mite species (Acari: Tetranychidae). Experimental and Applied Acarology. v.23, p. 623-632, 1999.

(23)

BRAZÍLIO, M. et al. O dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.). Bioenergia em Revista: Diálogos. Brasil. v. 2, n. 1, p. 27-45, 2012.

CARRILLO, D. et al. A review of the natural enemies of the red palm mite, Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae). Experimental and Applied Acarology. v. 57, p. 347-360, 2012. CARVALHO, A.N. et al. New morphological data for Leonseius regularis (De Leon) (Acari: Phytoseiidae) and a description of a new species of the genus from Brazil. Systematic and Applied Acarology. v. 24, n. 11, p. 2119-2132, 2019.

CARVALHO, A.N. et al. Three new species of phytoseiid mites (Acari: Phytoseiidae) from Bahia State, Brazil. Zootaxa. v. 4272, n. 1, p. 142-150, 2017.

CASALI, B.L. A piaçaveira desponta como cultura de destaque na economia da região do Sul da Bahia. Ituberá, 2012. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/piacava.htm>. Acesso em: 7 Jan. 2020.

CASTRO, E.B. et al. A new species of Tenuipalpus Donnadieu (Acari: Tenuipalpidae) from Brazil, with ontogeny of chaetotaxy. Systematic and Applied Acarology. v. 20, n. 3, p. 339-357, 2015.

CASTRO, E.B. et al. Definition of Tenuipalpus sensu stricto (Acari, Tenuipalpidae), with redescription of Tenuipalpus caudatus (Dugès) and description of a new species from Costa Rica. International Journal of Acarology. v. 42, n. 2, p. 106-126, 2016.

CASTRO, E.B. et al. Two new species of Tenuipalpus sensu stricto (Acari: Tenuipalpidae) from Brazil, with a discussion on the ontogeny of leg setae. Zootaxa. v. 4540, n. 1, p. 178-210, 2018.

CHANT, D.A.; McMURTRY, J.A. Illustrated Keys and Diagnoses for the Genera and Subgenera of the Phytoseiidae of the World (Acari: Mesostigmata). Indira Publishing House, Michigan, 2007. 220p.

CHILDERS, C.C. et al. Citrus leprosis and its status in Florida and Texas: past and present. Experimental and Applied Acarology. v. 30, n. 1-3, p. 181-202, 2003.

CUENCA, M.A.G. Mercado e cadeia produtiva. In: FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R. N.; SIQUEIRA, L.A. (ed). A cultura do coqueiro no Brasil. 3. ed., rev. e ampl. – Brasília, DF: Embrapa – SPI; Aracaju: Embrapa- CPAT, 2018. p. 47-73.

CUENCA, M.A.G; FERREIRA, J.M.S.; MARTINS, C.R. Importância e evolução da

cocoicultura no Brasil In: FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. (ed). A cultura do coqueiro no Brasil. 3. ed., rev. e ampl. – Brasília, DF: Embrapa – SPI; Aracaju: Embrapa- CPAT, 2018. p. 47-73.

DEMITE, P.R.; McMURTRY, J.A.; MORAES, G.J. Phytoseiidae Database: a website for taxonomic and distributional information on phytoseiid mites (Acari). Zootaxa. v. 3795, n. 5, p. 571–577, 2014.

(24)

DEMITE, P.R. et al. Phytoseiidae Database. 2020. Disponível em: < http://www.lea.esalq.usp.br/phytoseiidae>. Acesso em: 23 Jan. 2020.

DRANSFIELD, J. et al. Genera Palmarum: The Evolution and Classification of Palms. Kew Publishing, Royal Botanical Gardens. 2008.732p.

ETIENNE, J.; FLECHTMANN, C.H.W. First record of Raoiella indica (Hirst, 1924) (Acari: Tenuipalpidae) in Guadeloupe and Saint Martin, West Indies. International Journal of Acarology. v. 32, p.331-332, 2006.

FERREIRA, J.M.S et al. Ocorrência e sintomas de ataque dos ácaros Oligonychus pratensis (Banks) e Tetranychus neocaledonicus André (Acari: Tetranychidae) em coqueiro-anão-verde no Brasil. Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2019. 22 p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos, 228).

FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. (ed). A cultura do coqueiro no Brasil. 3. ed., rev. e ampl. – Brasília, DF: Embrapa – SPI; Aracajú: Embrapa- CPAT. 2018. 508p.

FERES, R.J.F. et al. Ácaros (Arachnida, Acari) de plantas ornamentais na região Noroeste do estado de São Paulo, Brasil: inventário e descrição dos sintomas causados pelos fitófagos. Revista Brasileira de Entomologia. v. 53, p. 466-474, 2009.

FLECHTMANN, C.H.W.; ETIENNE, J. The red palm mite, Raoiella indica Hirst, a threat to palms in the Americas (Acari: Prostigmata: Tenuipalpidae). Systematic and Applied

Acarology. v. 9, p. 109-110, 2004.

FLECHTMANN, C.H.W.; NORONHA, A.C.S. A new red spider mite from the African oil palm from Brazil. Systematic and Applied Acarology. v. 16, n. 1, p. 67-72, 2011.

FOALE, M.; HARRIES, H. Farm and Forestry Production and Marketing Profile for Coconut (Cocos nucifera). In: ELEVITCH, C.R. (ed.). Specialty Crops for Pacific Island Agroforestry, Holualoa, Hawaíi: Permanent Agriculture Resources (PAR), 2009. Disponível em:

<https://agroforestry.org/images/pdfs/Coconut_specialty_crop.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2020. GALVÃO A.S. et al. Dispersal strategies of Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae), a coconut pest. Experimental and Applied Acarology. v. 57, p. 1-13, 2012.

GAZZANEO, L. et al. Knowledge and use of medicinal plants by local specialists in a region of tlantic Forest in the state of Pernambuco (Northeastern Brasil). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine. v. 1, p. 1-9. 2005.

GERSON, U.; SMILEY, R.L.; OCHOA, R. Mites (Acari) for pest control. Blackwell Science Ltd., UK, 2003. 539p.

GONDIM JR., M.G.C. et al. Mite (Arthopoda: Acari) associates of palm (Arecaceae) in Brazil. IV. Descriptions of four new species in the Eriophyoidea. Systematic and Applied Acarology. v. 5, p.99-110, 2000.

(25)

GONDIM JR., M.G.C.; MORAES, G.J. Phytoseiid mites (Acari: Phytoseiidae) associated with palm trees (Arecaceae) in Brazil. Systematic and Applied Acarology. v. 6 p. 65-94, 2001.

GUIMARÃES, C.A.L; SILVA, L.A.M. Piaçaveira da Bahia (Attalea funifera Martius): do extrativismo à cultura agrícola. Ilhéus, BA, Editus. 2012. 262p.

HASTIE, E. et al. Inventário de ácaros predadores associados a fitoácaros em plantas de las famílias Arecaceae y Musaceae. Revista de Proteccíon Vegetal. v. 25, n. 1, P. 17- 15, 2010. HATA, F.T. et al. First report of Raoiella indica (Hirst) (Acari: Tenuipalpidae) in Southern Brazil. Neotropical Entomology. v. 46, p. 356-359, 2017.

HENDERSON, A. The Palms of the Amazon. New York. Oxford University Press. 362 p. 1995.

HERNANDES, F.A.; DAUD, R.D.; FERES, R.J.F. Two new species of Bdellidae (Acari: Prostigmata) from Brazil. International Journal of Acarology. v. 34, n. 1, p. 1-4, 2008. HOY, M.A. Agricultural Acarology. Introduction to integrated mite management. CRC. Press, 2011. 407p.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática. Banco de dados agregrados. Área destinada à colheita, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das lavouras permanentes. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/estados/perfil.php?sigla>. Acesso em: 16 jan. 2020.

JEPPSON, L.R., KEIFER, H.H., BAKER E.W. Mites injurious to economic plants Berkeley: University of California Press, 1975, 614 p.

KANE, E.C. et al. Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae): an exploding mite pest in the neotropics. Experimental and Applied Acarology. v. 57, p. 215-225, 2012.

KRANTZ, G.W.; WALTER, D.E. A Manual of Acarology. Texas Tech University Press; Lubbock. 807p. 2009.

LAWSON-BALAGBO, L.M. et al. Exploration of the acarine fauna on coconut palm in Brazil with Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae) and its natural enemies. Bulletin of Entomologycal Research. v. 98, n. 1, p. 83-96, 2008.

LAWSON-BALAGBO, L.M. et al. Life history of the predatory mites Neoseiulus paspalivorus and Proctolaelaps bickleyi, candidates for biological control of Aceria guerreronis. Experimental and Applied Acarology. v. 43, p. 49-61, 2007.

LEITMAN, P. et al. 2020. Arecaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Jan. Disponível em:

(26)

LIN, J.Z.; ZHANG, Z.Q. Tarsonemidae of the world: key to genera, geographical distribution, systematic catalogue & annotated bibliography. Systematic and Applied Acarology Society. 440p. 2002.

LORENZI, H. et al. Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 2004. 416 p.

MAPA. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2020. Palmeira pupunha se destaca como matéria-prima do palmito e na preservação de árvores nativas. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/noticias/palmeira-pupunha-se-destaca-como-materia-prima-do-palmito-e-na-preservacao-de-arvores-nativas> Acesso em 24 de jan. 2020. MARTINS, C.R.; CUENCA, M.A.G. Panorama da produção e comércio mundial. In:

FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. (ed). A cultura do coqueiro no Brasil. 3. ed., rev. e ampl. – Brasília, DF: Embrapa – SPI; Aracaju: Embrapa- CPAT, p. 13-23. 2018.

MARTINS; JESUS JR., L.A. Produção e comercialização de coco no Brasil frente ao comercio interncional: Panorama 2014. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2014. 51p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos, 184).

MATIOLI, A. L. et al. Genetic similarity among Agistemus pallinii Matioli et al (Acari: Stigmaeidae) Found in Citrus Orchards in Viçosa, Minas Gerais state, Brazil. Neotropical Entomology. v. 38, n. 2, p. 262-266, 2009.

McMURTRY, J.A.; MORAES, G.J.; SOURASSOU, N.F. Revision of the lifestyles of phytoseiid mites (Acari: Phytoseiidae) and implications for biological control strategies. Systematic and Applied Acarology. v. 18 n. 4, p. 297-320, 2013.

MEDEIROS-COSTA, J.T. As espécies de palmeiras (Arecaceae) do Estado de Pernambuco, Brasil. In: TABARELLI. M.; SILVA, J. M. C. (Ed.) Diagnóstico da biodiversidade de Pernambuco. Recife, SECTMA; Massangana. P. 229-236, 2002. MELO, J.W.S. et al. The invasive red palm mite, Raoiella indica Hirst (Acari:

Tenuipalpidae), in Brazil: range extension and arrival into the most threatened area, the Northeast Region. International Journal of Acarology. v. 44, p. 146 -149, 2018.

MESA N.C. et al. A Catalogue of the Tenuipalpidae (Acari of the world with a key to genera. Zootaxa. 2098: p. 1-185, 2009.

MIGEON, A.; DORKELD, F. 2020. Spider Mites Web: a comprehensive database for the Tetranychidae. Disponível em <http://www.montpellier.inra.fr/CBGP/spmweb> Acesso: 23 de jan. 2020.

MORAES, G.J.; FLECHTMANN, C.H.W. Manual de acarologia: Acarologia básica e ácaros de plantas cultivadas no Brasil. Ribeirão Preto – SP: Holos, 2008. 288 p.

MORAES, G.J. de; ZACARIAS, M.S. Use of predatory mites for control of eriophyid mites, p. 78–88. In: FERNANDO, L.C.P.; MORAES, G.J. de; WICKRAMANANDA, I.R. (eds.).

(27)

Proceedings of the international workshop on coconut mite (Aceria guerreronis). Sri Lanka: Coconut Research Institute, 117 p., 2002.

MOURA, J.I.L. Manejo integrado de praga das palmeiras. 1 ed. Ilhéus BA. CEPLAC/ ESMAI. 2017. 186p.

NAVIA, D. et al. Acarofauna associada a frutos de coqueiro (Cocos nucifera L.) de algumas localidades das Américas. Neotropical Entomology. v. 34, n. 2 p. 349-354, 2005.

NAVIA, D. et al. Ácaro-Vermelho-das-Palmeiras Raoiella indica Hirst. In: VILELA, E. F. ZUCCHI, R. A. (ed.), Pragas introduzidas no Brasil: Insetos e ácaros Piracicaba: FEALQ, p. 418-452, 2015.

NAVIA, D. et al. A review of the status of the coconut mite, Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae), a major tropical mite pest. Experimental and Applied Acarology. v. 59, p. 67–94, 2013a.

NAVIA, D. et al. Cryptic diversity in Brevipalpus mites (Tenuipalpidae). Zoologica Scripta. v. 42, n. 4, p. 406-426, 2013b.

NAVIA, D. et al. Eriophyoid mites (Acari: Eriophyoidea) associated with palm trees. Zootaxa. v. 1389, p. 1-30, 2007.

NAVIA. D. et al. First report of the red palm mite, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), in Brazil. Neotropical Entomology. v. 40, n. 3, p. 409-411, 2011.

NAVIA, D.; FLECHTMANN, C.H.W. A new genus and five new species of Eriophyoidea (Prostigmata) associated with palm trees from Brazilian Amazon. Zootaxa. v. 1078, p. 41-58 2005.

OLIVEIRA, D.C. et al. Palmeiras do Maranhão: Onde canta o Sabiá. São Luís: Aquarela, 2011. 232p.

OLIVEIRA, D.C. et al. First report of the red palm mite, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), in southeastern Brazil. Florida Entomolgist. v. 99, p. 123-125, 2016.

OLIVEIRA, D.C.; MORAES, G.J.; DIAS, C.T.S. Status of Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) as a pest of coconut in the state of Sao Paulo, Southeastern Brazil.

Neotropical Entomology. v. 41, p. 315-323, 2012.

PINHEIRO, R.M et al. Florística e fitossociologia de comunidades de palmeiras na Reserva Florestal Humaitá. Enciclopédia Biosfera. v. 11, n. 22, p. 276-292, 2015.

PRITCHARD, A.E.; BAKER, E.W. A revision of the spider mite family Tetranychidae. Memoirs series, Pacific Coast Entomological Society. v. 2, 1955. 472 p.

QUEIROZ, M.S.M.; BIANCO, R. morfologia e desenvolvimento germinativo de Oenocarpus bacaba mart. (Arecaceae) da Amazônia Ocidental. Árvore. v. 33, n. 6, p.1037-1042, 2009.

(28)

RAMOS-GONZALEZ, P.L. et al. Phylogenetic and molecular variability studies reveal a new genetic clade of Citrus leprosis virus C. Viruses. v. 643, n. 8, p.1-25, 2016.

REIS, A.C. et al. Population Dynamics of Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) and Associated Predators on Coconut Fruits in Northeastern Brazil. Neotropical Entomoloy. v. 37, n. 4, p. 457-462, 2008.

RODA, A. et al. Spatial distributions of the red palm mite, Raoiella indica (Acari: Tenuipalpidae) on coconut and their implications for development of efficient sampling plants. Experimental and Applied Acarology. v. 57, p. 291-308, 2012.

SANTANA, D.L.Q.; FLECHTMANN, C.H.W. Mite (Arthropoda, Acari) associates of palms (Arecaceae) in Brazil. Present status and new records. Revista Brasileira de Zoologia. v. 15, p. 959 - 963, 1998.

SARMENTO, R.A. et al Suitability of the predatory mites Iphiseiodes zuluagai and Euseius concordis in controlling Polyphagotarsonemus latus and Tetranychus bastosi on Jatropha curcas plants in Brazil. Experimental and Applied Acarology. v. 53, p. 203-214, 2011. SEEMAN, O.D. et al. A new tribe of tarsonemid mites (Trombidiformes: Heterostigmatina) parasitic on tetrigid grasshoppers (Orthoptera). Zootaxa. v. 4418, n. 1, p. 001-054, 2018. SILVA, I.M. et al. Análise dos retornos sociais oriundos de adoção tecnológica na cultura do açaí no estado do Pará Amazônia: Ciência e Desenvolvimento. v. 2, n. 3, p. 25-37, 2006. SILVA, M.G.C.P.C. Agronegócio palmito de pupunha no estado da Bahia. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/pupunha.pdf >Acesso em 24 de jan. 2020.

SILVA, S.E.L. et al. O Cultivo do Açaizeiro. Comunicado Técnico n. 29: Embrapa Amazônia Oriental, Belém, 4p. 2005.

SOUZA, I.V. Registro, distribuição geográfica e hospedeiros do ácaro-vermelho-das-palmeiras, Raoiella indica Hirst, 1924 (Acari: Tenuipalpidae) em Alagoas, e sua flutuação populacional em Sergipe. Tese (doutorado em Proteção de Plantas) – Universidade Federal de Alagoas. Centro de Ciências Agrárias. Rio Largo, 2018.

SOUZA, I.V. et al. A new specie of the genus Typhlodromips De Leon (Acari: Phytoseiidae) from the state of Bahia, Brazil. International Journal of Acarology. v. 36, n.1, p. 49-52, 2010.

SOUZA, I.V. et al. Population dynamics of Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae) and other mites associated with coconut fruits in Una, state of Bahia, northeastern Brazil. Experimental and Applied Acarology. v. 58, n. 3, p. 221-233, 2012.

SOUZA, I.V.; GUZZO, E. C.; MOURA, J.I.L. 2017. Ácaro-da-necrose-do-coqueiro Aceria guerreronis Keifer (Arachnida: Acari: Eriophyidae). In: MOURA, J. I. L. Manejo integrado de pragas das palmeiras. 1. ed. – Ilhéus, BA. CEPLAC/ESMAI. 2017. p. 129-140.

SOUZA, I.V. et al. Phytoseiid mites from tropical fruit trees in Bahia State, Brazil (Acari, Phytoseiidae). ZooKeys. v. 533, p. 99-131, 2015.

(29)

TASSI, A.D. et al. Virus-vector relationship in the Citrus leprosis pathosystem. Experimental and applied acarology. v. 71, p. 227-241, 2017.

TUTLE, D.M.; BAKER, E.W. Spider mites of southwestern United States and a review of the family Tetranychidae. Tucson, University of Arizona Press, 1968. 143p.

TAYLOR, B. et al. Within-season dynamics of red palm mite (Raoiella indica) and phytoseiid predators on two host palm species in South-West India. Experimental and Applied Acarology. v. 57, n. 3-4, p. 331–345, 2012.

TEODORO, A.V. et al. Ácaro-Vermelho-das- Palmeiras Raoiella Indica: Nova Praga de Coqueiro no Brasil. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2016. 22 p. (Embrapa

Tabuleiros Costeiros. Documentos, 210).

TEODORO, A.V. et al. Bioecologia e manejo dos principais ácaros-praga do coqueiro no Brasil. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2015. 12 p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Comunicado Técnico, 169).

VÁSQUEZ, C. et al. First Report of Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) in South America, Neotropical Entomology. v. 37, n. 6 p.739-740, 2008.

VENTURIERI, A. et al. Relação entre ocorrência do amarelecimento fatal do dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) e variáveis ambientais no estado do Pará. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2009, Natal-RN. Anais XIV, Natal: INPE, 25-30 abril, 2009, p. 523-530.

YANINEK, J.S.; MORAES, G.J. A synopsis of classical biological control of mites in agriculture. In: DUSBABECK, F.; BUKVA, V. (ed.). Modern acarology. Prague: SPB Academic Publ. p. 133-149. 1991.

ZAMBRANA, N.Y.P. et al. Diversity of palm uses in the western Amazon. Biodiversity and Conservation. v. 16, n. 10, p. 2771-2787, 2007.

ZHANG, Z.Q. Mites of greenhouses: identification, biology and control. CAB International, Wallingford. 2003. 244 p.

(30)

2 O ÁCARO-VERMELHO-DAS-PALMEIRAS, Raoiella indica HIRST (ACARI: TENUIPALPIDAE): PLANTAS HOSPEDEIRAS E ÁCAROS PREDADORES PHYTOSEIIDAE ASSOCIADOS NA BAHIA, BRASIL 1

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de plantas hospedeiras e ácaros Phytoseiidae associados ao Ácaro-Vermelho-das-Palmeiras (AVP), Raoiella indica Hirst (Tenuipalpidae), na Bahia. As coletas das amostras e observações em campo foram realizadas em 14 municípios de sete regiões do centro-leste da Bahia durante o período de abril de 2016 a outubro de 2019. As amostras de palmeiras (Arecaceae) de importância agrícola e ornamental e de outras famílias botânicas já relatadas na literatura como hospedeiras do AVP foram trazidas para o laboratório de Entomologia da UESC, onde foram feitas as inspeções e a montagem dos ácaros em lâminas de microscopia para identificação. Verificou-se a presença de R. indica em 13 dos municípios estudados, não sendo confirmada a presença do AVP apenas em Arataca. O AVP foi encontrado em 14 espécies de plantas hospedeiras, sendo que nove destas eram Arecaeae. As infestações mais elevadas foram observadas em coqueiros (Cocos nucifera L.) e em palma-de-manila (Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore), em áreas urbanas nos municípios de Camaçari e Lauro de Freitas, Litoral norte da Bahia. As espécies de fitoseiídeos associadas às amostras com o AVP foram Amblyseius largoensis (Muma), Amblyseius tamatavensis Blommers, Amblyseius operculatus (De Leon), Iphiseiodes zuluagai Demark e Muma, Leonseius elbanhawyi Carvalho et al., Neoseiulus recifensis Gondim e Moraes e Proprioseiopsis neotropicus Ehara. Amblyseius largoensis e N. recifensis foram observados alimentando-se de R. indica. A predação de R. indica por A. largoensis já havia sido relatada, entretanto a de N. recifensis é citado pela primeira vez e pode ser útil na definição de táticas de manejo como o controle biológico conservativo do AVP em municípios da Bahia e mesmo de outros estados onde este ácaro ocorre.

Palavras-chave: Arecaceae. Coqueiro. Heliconiaceae. Phytoseiidae. Controle Biológico.

1

(31)

2 THE RED PALM MITE, Raoiella indica HIRST (ACARI: TENUIPALPIDAE): HOST PLANTS AND ASSOCIATED PREDATORY MITES PHYTOSEIIDAE IN BAHIA, BRAZIL

ABSTRACT

The objective of this work was to provide a survey of host plants and Phytoseiidae mites associated with the Red Palm Mite (RPM), Raoiella indica Hirst (Tenuipalpidae), in Bahia. Field collections and field observations were conducted in 14 municipalities of seven regions of Center-Eastern Bahia during the period from April 2016 to October 2019. Samples of palm trees (Arecaceae) of agricultural and ornamental importance and from other botanical families already reported in the literature as hosts of the RPM were brought to the UESC entomology laboratory, where inspections and mounting of mites found on microscopic slides for identification were carried out. The presence of R. indica was detected in nine of the municipalities studied, and the presence of RPM was not confirmed only in Arataca. The RPM was found in 14 host plant species, nine of which were Arecaeae. The highest infestations were observed in coconut trees (Cocos nucifera L.) and in manila palm (Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore) in urban areas in the municipalities of Camaçari and Lauro de Freitas, northern coast of Bahia. The phytoseiid species associated with the RPM samples were Amblyseius largoensis (Muma), Amblyseius tamatavensis Blommers, Amblyseius operculatus (De Leon), Iphiseiodes zuluagai Demark and Muma, Leonseius elbanhawyi Carvalho et al., Neoseiulus recifensis Gondim and Moraes and Proprioseiopsis neotropicus Ehara. Amblyseius largoensis and N. recifensis were observed feeding on R. indica. The predation of R. indica by A. largoensis had already been reported, but N. recifensis is mentioned for the first time as a predator of RPM and can be useful in defining management tactics such as the conservative biological control of R. indica in municipalities in Bahia and even in other states where this mite occurs.

(32)

2.1 Introdução

O Ácaro-Vermelho-das-Palmeiras (AVP), Raoiella indica Hirst (Tenuipalpidae), foi relatado pela primeira vez na região Neotropical em 2004 (FLECHTMANN; ETIENNE, 2004). Este ácaro tem sido considerado uma praga de importância econômica para o coqueiro, podendo causar também sintomas severos a espécies de Musaceae e de outras famílias botânicas (ETIENNE; FLECHTMANN, 2006; FLECHTMANN; ETIENNE, 2004; RODA et al., 2008). Após a detecção do AVP nas ilhas caribenhas, a praga não só atingiu grandes populações como se disseminou rapidamente para a América do Sul, do Norte e Central, ampliando seu número de hospedeiros, atacando várias espécies de palmeiras (Arecaceae) e espécies de Cannaceae, Cycadaceae, Heliconiaceae, Musaceae, Pandanaceae, Strelitziaceae e Zingiberaceae, incluindo espécies exóticas e nativas, em áreas cultivadas ou naturais (CARRILLO; PEÑA, 2012; COCCO; HOY 2009; GONDIM et al., 2012; NAVIA et al., 2015).

No Brasil, o AVP foi relatado pela primeira vez em 2009 em amostras de folhas de coqueiro e bananeira na área urbana de Boa Vista, capital do estado de Roraima (NAVIA et al., 2011). Autoridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil estabeleceram medidas de quarentena que restringiram o movimento de material vegetal de hospedeiros de áreas infestadas para outras regiões do território brasileiro (NAVIA et al., 2015). No entanto, apesar dos reforços para contenção da praga, a mesma foi encontrada dois anos depois na área urbana de Manaus, Amazonas, (RODRIGUES; ANTONY, 2011). Raoiella indica permaneceu restrita à região Norte do Brasil por cerca de cinco anos, até ser detectada em 2016 no Sudeste do país, no estado de São Paulo (OLIVEIRA et al., 2016) e, em seguida, no sul do Paraná (HATA et al., 2017). Este histórico sugere que o AVP pode ter se dispersado do Norte para o Sudeste do país por meio da atividade humana, como o transporte de material vegetal, principalmente palmeiras ornamentais, e movimentação de pessoas entre essas áreas (NAVIA et al., 2015). Raoiella indica teve seu status de praga quarentenária perdido devido à expansão da sua distribuição no país, sendo registrado em diversos estados, inclusive aqueles que constituem os principais

(33)

produtores de coco no Nordeste do país (MELO et al., 2018; NAVIA et al., 2015; TEODORO et al., 2016).

Raoiella indica foi identificada pela primeira vez no estado da Bahia no final de outubro de 2016, por meio de pesquisas fitossanitárias realizadas pela equipe da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB). Os técnicos relataram que a espécie foi inicialmente encontrada confinada em lojas de paisagismo em um condomínio fechado no Litoral Norte da Bahia, nos municípios de Camaçari e Mata de São João, respectivamente, atacando coqueiros e a palmeira ornamental Veitchia merrillii (Becc.) H.E. Moore (TEODORO et al., 2016). Em setembro de 2017, foi emitido um comunicado da ADAB alertando sobre a presença do AVP em áreas de produção de coqueiros no município de Conde.

Os mais recentes estudos relatam que o AVP pode se reproduzir em cerca de 100 espécies de plantas monocotiledôneas, sendo cerca de 80% pertencentes a Arecaceae, e dada à capacidade desta espécie em colonizar e causar danos em diversas espécies vegetais e palmeiras é de suma importância avaliar quais os possíveis hospedeiros do AVP para que os cultivos sejam planejados, evitando o plantio conjunto de plantas que favoreçam o desenvolvimento de R. indica (CARRILLO; PEÑA, 2012; GÓMEZ-MOYA et al., 2017; GONDIM JR. et al., 2012; NAVIA et al., 2015; SOUZA, 2018).

A alimentação do AVP causa amarelecimento e necrose foliar, até severa redução da condutância estomática que, além de interferir nas atividades de trocas gasosas, podem expor células vegetais a ataques de outros patógenos (COCCO; HOY, 2009; OCHOA et al., 2011). Raoiella indica vive na superfície abaxial das folhas de coqueiro, onde os ovos são depositados, encontrados em grupos, variando em número de uma a três centenas de ovos e 20 a 300 indivíduos, entre larvas, protoninfas, deutoninfas e adultos. Não há dados quanto à distribuição AVP em outras plantas (KANE et al., 2012; TEODORO et al., 2016).

Desde sua introdução no Caribe, R. indica tem sido observada em grandes populações e com impacto negativo sobre palmeiras e bananeiras, principalmente, chegando a ser responsável por 70–90% de redução da produção em algumas ilhas do Caribe (NAVIA et al., 2015; RODA et al., 2012).

Diversos métodos têm sido avaliados para minimizar os danos causados por R. indica nas Américas, sobretudo o controle biológico com o uso de ácaros predadores. Pesquisas realizadas para avaliar a fauna de inimigos naturais associados a R. indica indicam que o fitoseíideo Amblyseius largoensis (Muma) é a espécie predominante associada ao AVP nas Américas, de forma que têm sido realizados estudos para avaliar seu potencial como agente de

(34)

controle biológico deste ácaro (CARRILLO; PEÑA, 2012; CARRILLO et al., 2014; DOMINGOS et al., 2013; HOY, 2012; RODRÍGUEZ et al., 2010; TAYLOR et al., 2012).

Assim como em outros países, o controle biológico é, provavelmente, a estratégia mais promissora para o manejo do AVP no Brasil, além do fato de que ainda não foram registrados produtos químicos para o controle deste ácaro no país (AGROFIT, 2020). Os inimigos naturais deste ácaro na Bahia ainda não foram determinados, o que é fundamental visando a adoção de medidas de manejo para minimizar o impacto deste ácaro fitófago (NAVIA et al., 2015). Especula-se que o AVP possa ter importância significativa na Bahia, devido ao fato do estado contar com extensas plantações de coqueiros e bananeiras, hospedeiros primários do ácaro, além de outras palmeiras, musáceas e helicônias, bem como de condições climáticas favoráveis ao seu estabelecimento (MELO et al., 2018; NAVIA et al., 2015).

Considerando-se o recente registro de R. indica na Bahia e a importância socioeconômica das palmeiras, principalmente do coqueiro, no estado, se faz necessária uma avaliação do status do AVP como praga. Nesse contexto, esse trabalho buscou determinar os hospedeiros, danos e ácaros predadores Phytoseiidae associados ao AVP na Bahia.

2.2 Material e Métodos

2.2.1 Levantamentos realizados para detecção de R. indica na Bahia

Para determinar a presença de R. indica, foram realizadas expedições ao Litoral Norte, onde a Agencia de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) já havia alertado sobre a presença do AVP, além de coletas em municípios do Litoral Norte, Recôncavo, Centro Norte, Sul e Oeste da Bahia (Tabela 1). No Litoral Norte as inspeções foram realizadas em áreas urbanas nos municípios de Camaçari, Lauro de Freitas e Conde, principalmente ao longo de estradas, praças, lojas e viveiros de mudas.

Em cada ponto de amostragem foram escolhidas, em média, cinco plantas de cada espécie vegetal (Arecaceae) de forma aleatória. De cada planta foram coletados 20 folíolos, totalizando 100 folíolos, tomados da região mediana da copa (RODA et al., 2012). Foram coletadas amostras de folíolos das principais palmeiras de importância agrícola no estado, sendo o coqueiro, a piaçaveira (Attalea funifera Mart. ex Spreng), a pupunheira (Bactris gasipaes Kunth), o dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) e o açaizeiro (Euterpe oleracea Martius), além de palmeiras ornamentais e plantas de outras famílias botânicas. Para as

Referências

Documentos relacionados

First report of Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) and its damage to coconut palms in Puerto Rico and Culebra Island. Red palm mite Raoiella indica

CELIA APARECIDA FIAMENGHI DOS SANTOS MATOS, Prefeita do Município de Mirassolândia, Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais que lhes foram conferidas por lei,

Descrevem-se os fundamentos filosóficos e teóricos dos principais mestres da pedagogia, onde se busca no construtivismo através da gênese do conhecimento de Piaget,

Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Estadual de Santa Cruz (BA) – UESC. Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no

O ácaro-das-gemas-do-cacaueiro, Aceria reyesi (Nuzzaci 1973) (Eriophyidae), relatado como causador de sérios danos ao cacaueiro nas Américas Central e do Sul, é estudado com base em

Comumente, a ocorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos DTA está associada à presença de alguns fatores de risco, que podem ser identificados na inspeção sanitária

Categoria : Moto 03 - Forca Livre Nacional

Até então, os associados de Rotary Clubs no mundo todo já contribuíram mais de US$1 bilhão em prol da erradicação da poliomielite, uma causa levantada pelo Rotary em 1985. Em 1988,