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Ao contratar um profissional de auditoria interna capacitado, com competência legal, este tem como missão, desencadear o que esta impedindo a empresa

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1. INTRODUÇÃO

Com o processo de avanço da globalização passou a existir uma grande preocupação com o controle interno dentro das organizações, afim de previnir erros e reduzir fraudes. No que diz respeito a integridade, confiabilidade, legalidade, legitimidade e clareza das ações desenvolvidas na empresa, passou a existir uma necessidade maior destas garantias.

Nesse sentido a auditoria entra para fazer jus a estes resultados. O que se percebe em um mercado cada vez mais acirrado, são exigências que precisam ser supridas, tais como transmitir segurança nas informações e demonstrações, com um maior controle e planejamento de gestão, eficiência e eficácia na realização das atividades, tanto para os gestores, quanto para os empresarios, investidores, fisco e qualquer parte interessada.

A auditoria pode ser definida como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e demonstrações financeiras de determinada entidade. Tem como função examinar todos os procedimentos utilizados nas empresas para controle, através de verificações conferir se estão dentro dos princípios fundamentais de contabilidade, além de assegurar a fidelidade dos registros e proporcionar credibilidade das informações levantadas. A NBC T 11 (1997, p.2), conceitua a auditoria das demonstrações contábeis como sendo:

[...] o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação especifica. (NBC T 11, 1997, p.2)

Por sua vez Sá (1998, p.25), define auditoria como “uma tecnologia aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil”. Com intuito de apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre a situação patrimonial.

Diante disto, a auditoria se apresenta como forma de confirmar a exatidão das informações registradas, a fim de proporcionar confiabilidade nos dados levantados, possibilitando melhores tomadas de decisões.

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Já para Attie (2010, p.5) “a auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”.

Para Hernandez (2004), a auditoria pode ser classificada em três tipos, Auditoria da Fazenda ou Fiscal (Federal, Estadual, Municipal), Auditoria Independente Externa e Auditoria Interna ou Operacional.

De acordo com Pinheiro e Cunha (2003, p.4) “O auditor fiscal tem o objetivo de observar o cumprimento das obrigações tributárias, trabalhistas e sociais, ao examinar a situação de um contribuinte.”

Hernandez (2004) fala que, a auditoria externa é aquela feita por profissional liberal ou independente, seu vinculo com a empresa auditada é por contrato de prestação de serviço, tendo como objetivo expressar a opinião quanto às demonstrações financeiras, se estas estão apresentadas de acordo com princípios de contabilidade e se esses princípios foram aplicados de forma consistente em relação ao período anterior.

Já a auditoria interna é exercida por um colaborador da entidade a ser auditada, seu vinculo se da por contrato de trabalho, tem como objetivo o exame dos controles internos e avaliação da eficiência e eficácia da gestão, no intuito de promover melhorias nos controles operacionais e na gestão de recursos.

Oliveira (2006) diz que, os trabalhos de auditoria interna são realizados por um empregado da empresa, com o objetivo principal de atender as necessidades da administração, a fim de comprovar e aperfeiçoar as normas e políticas internas, sem ficar restrito aos aspectos contábeis, tem como preocupação a prevenção e a descoberta de erros ou fraudes.

Para a auditoria dentro das organizações, temos o seguinte conceito: A auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. (ATTIE, 2007, p.34).

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Ao contratar um profissional de auditoria interna capacitado, com competência legal, este tem como missão, desencadear o que esta impedindo a empresa de se desenvolver, de crescer e obter mais lucros.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO

A auditoria conforme Hernandez (2004), nasceu na Itália, entre o século XV ou XVI, diante as necessidades de controle do antigo império. De acordo com outros autores, tais como Almeida (2010), a auditoria surgiu na antiga Suméria, comprovados por meio de provas arqueológicas de inspeções e verificações de registros a mais de 4.500 anos antes de Cristo.

Pinheiro e Cunha (2003), relatam que o termo auditoria vem do latim

audire1, este foi ampliado pelos ingleses como auditing2 denominando assim a tecnologia contábil da revisão.

Com a globalização, a evolução da contabilidade se tornou imprescindível à administração das empresas, assim a auditoria começou a ganhar espaço, esta deixou de ser considerada como mera observação, passando a ir muito além disso no processo de orientação, interpretação e previsão de fatos, tornando se dinâmica e andando em constante evolução. Nesse sentido,

[...] a grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como consequência do crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos. (FRANCO e MARRA 2001, p. 39).

Nos primórdios do século XX, as empresas eram familiares, porém com a expansão do capitalismo, houve crescimento das empresas socitárias e dos investidores, isso gerou a necessidade de mais controle e confiabilidade tanto nos lançamentos contábeis como na inspeção das atividades, surgindo assim à premência da auditoria.

A auditoria e o controle interno nas empresas, representam um papel primordial para a confiabilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis, também garante maior confiabilidade para a administração e maior garantia para os investidores. Assim como relatam Franco e Marra (2001, p.26), “[...] para mensurar a adequação e confiabilidade dos registros e das demonstrações contábeis, a Contabilidade utiliza-se também de uma técnica que lhe é própria, chamada auditoria

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Audire – ouvir (PINHEIRO e CUNHA, 2003, p.3) 2

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[...]”. Bem como de outra ferramenta, que segundo Scanfone (2010, p.48) “[...] a Controladoria poderá transmitir aos seus gestores informações de alta confiança e precisão, pois o seu controle permanente permite que se tenha essas informações em tempo real.”

Diante do contexto apresentado, o assunto exposto apresenta o seguinte problema: A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade. Com base nos levantamentos feitos pelo auditor interno e utilização da ferramenta gerencial de controle interno é possível se precaver de erros e fraudes, proporcionando decisões eficazes nas organizações privadas?

A partir do problema em questão, pode-se ter as possíveis hipóteses: Porque atesta a integridade e fidedignidade dos dados contábeis e das informações gerenciais, que irão subsidiar as tomadas de decisão dos dirigentes; Porque assessora a administração no desempenho de suas funções e responsabilidades, fortalecendo o controle interno; Identifica áreas problemáticas e sugere correções.

Como objeto de pesquisa serão estudadas concepções de auditores internos que atuam em organizações privadas. Elevando as atividades desenvolvidas pela auditoria interna e a responsabilidade do auditor, considerando a opinião dos responsáveis por essa área em relação à tomada de decisões de forma eficaz, bem como a utilização desta ferramenta gerencial para reduzir erros, irregularidades e sugerir métodos de prevenção do patrimônio das organizações.

2.1 JUSTIFICATIVA

O contexto apresentado, visa compreender até que ponto a auditoria interna tem importância ou não no processo decisório das empresas em busca da redução de erros e fraudes. O estudo procura levantar as principais hipóteses que geram o problema apresentado, através de embasamento científico, referenciais teóricos e testes de variáveis, no intuito de entender os processos e identificar de que forma as empresas podem alcançar resultados satisfatórios, com a garantia de maior controle, usando as principais ferramentas do controle interno. Nesse sentido o tema se

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justifica, pela contribuição tanto para o meio acadêmico no que diz respeito ao enriquecimento do conhecimento, como, para os empresários no que se refere às deficiências que podem ser encontradas no processo de gestão e nos sistemas de Controle Interno através da Auditoria Interna.

2.2 OBJETIVOS 2.2.1 Geral

Entender a importância da Auditoria Interna na estrutura organizacional, atraves das atividades e os procedimentos realizados pelo controle interno ou auditor interno, afim de identificar a procedência e a confiabilidade das informações, no intuito de ajudar a administração na condução dos negócios da empresa.

2.2.2 Específicos

Compreender como a auditoria interna pode auxiliar os gestores, através de informações úteis e atuais, facilitando a execução de seu trabalho.

Observar quais as contribuições para os sócios e acionistas, de se ter dados legais dentro das normas e procedimentos contábeis. Verificar se através das informações levantadas pelo auditor interno, é possível previnir erros e fraudes e tomar decisões eficazes.

2.3 METODOLOGIA

A metodologia de desenvolvimento da pesquisa pretende basear-se em análise bibliográfica, coleta de dados com a intenção de investigar e identificar possíveis erros e fraudes através do trabalho de auditoria interna, levantando formas de prevenção para evitar estes desconfortos e consequentemente proporcionar melhores tomadas de decisões.

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A análise será feita por meio de gráficos e quadros, utilizando o método de pesquisa quantitativo e abordagem comparativa, pois quando se trata de capital humano, as pessoas possuem características diferenciadas a todo o momento e, estão em constante transformação.

Quanto à forma de abordagem do problema o estudo é considerado qualitativo, pois “é mais subjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento das atividades sociais e humanas.” (COLLIS e HUSSEY, 2005, p. 26), ou seja, permite interpretações e estimula o pensamento sobre determinado tema ou objeto. No caso da auditoria, esta não pode se limitar a um tratamento processualístico, pois, desconheceria o comportamento das pessoas que muitas vezes são motivadas a cometer atos ilícitos.

Inicialmente será feito o levantamento bibliográfico com o propósito de conhecer o problema através dos conceitos, causas, custos, efeitos. Logo o intuito de conhecer os transtornos gerados por decisões precipitadas, sem o auxilio da ferramenta gerencial de auditoria interna, fazem parte do objeto pesquisado.

Pesquisa bibliográfica é considerada por Andrade (2010, p.128), como sendo:

Uma etapa fundamental da pesquisa de campo. Além de proporcionar uma revisão sobre a literatura referente ao assunto, a pesquisa bibliográfica vai possibilitar a determinação dos objetivos, a construção das hipóteses e oferecer elementos para fundamentar a justificativa da escolha do tema. (ANDRADE, 2010, p.128).

Serão realizados levantamentos sobre o uso da auditoria interna na intenção de entender a realidade do problema dentro das organizações, contudo, serão feitas algumas comparações baseadas nos dados coletados, buscando por meio desse compreender o índice de erros e irregularidades gerados pela falta de informações contábeis, bem como conhecer ferramentas para melhorar as atividades dentro das organizações.

Vergara (2004) explica que, na coleta de dados deve-se correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los e se optar pela formulação de questões, a correlação deve ser feita entre questões e meios para respondê-las, dos quais se incluem a observação, o questionário, o formulário e a entrevista.

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2.4 REFERENCIAL TEÓRICO

A ferramenta gerencial de controle interno tem o papel de gerar informações contábeis, permitindo ao empresário tomadas de decisões assertivas e em tempo hábil. A auditoria interna tem como função acompanhar e identificar problemas de cada departamento com imparcialidade, integridade e objetividade, é uma espécie de termômetro que demonstra o desenvolvimento das atividades internas da organização. Dentro de um parâmetro administrativo a auditoria interna, tem a função de uma ferramenta de gestão, em busca de decisões consistentes e ao mesmo tempo correta. Tanto é que, para Almeida (1996, p.50):

O controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.(ALMEIDA, 1996, p.50).

Para que a administração planeje, organize, dirige e controle o desempenho de maneira a possibilitar o alcance dos objetivos e metas estabelecidos, é necessário conhecer a realidade financeira, econômica e operacional da organização. De acordo com Prado (2010), o suporte necessário para auxiliar na melhoria dos negócios, identificando as áreas problemáticas e sugerindo correções é a auditoria interna, essa ferramenta proporciona meios para se obter melhores resultados como um todo no que diz respeito as questões patrimoniais e financeiras.

Attie (1985, p.61), destaca que os “controles contábeis compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos relacionados com a salvaguarda do patrimônio da propriedade dos registros contábeis”.

O controle é uma das atividades que compõem o processo administrativo, consiste em analisar se as ações efetivas estão de acordo com as planejadas. Controlar é comparar se o resultados das execuções estão de acordo com os padrões estabelecidos, com a finalidade de corrigi-los se necessário.

Neste contexto pode-se entender que controle interno é o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados

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contábeis, promover a eficiência operacional e estimular a prática das políticas traçadas pela administração. Assim,

Controle interno, controles internos e sistema ou estrutura de controle(s) interno(s) são expressões sinônimas, utilizadas para referir-se ao processo composto pelas regras de estrutura organizacional e pelo conjunto de políticas e procedimentos adotados por uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação, que permite prever, observar, dirigir ou governar eventos que possam impactar na consecução de seus objetivos. É, pois, um processo organizacional de responsabilidade da própria gestão, adotado com o intuito de assegurar uma razoável margem de garantia de que os objetivos da organização sejam atingidos. (NETO e SILVA, 2009, p.4).

Desta maneira, pode-se entender que o controle interno utiliza a auditoria interna para auxiliar na obtenção de informações, afim de averiguar a situação patrimonial e financeira da instituição, assim, caso necessário facilita a captação de recursos junto a terceiros, como empréstimos bancários, abrir o capital para novos investidores, dentre outras coisas. Além de conseguir recursos financeiros, também possibilita que os gestores evitem prejuízos irrecuperáveis, através da qualidade e precisão das informações levantadas.

A auditoria interna, de acordo com Audibra (1991), é ação independente e imparcial de assessoramento a administração das empresas, com a finalidade de verificar e avaliar a adequação e eficácia dos sistemas de controle, bem como garantir a qualidade e execução das atividades previamente planejadas.

Consiste em levantar dados e informações confiáveis, sobre a real situação patrimonial, financeira, econômica e operacional da instituição.

A auditoria vem a ser uma ramificação da contabilidade, a fim de testar os lançamentos contábeis e emitir o parecer sobre eles. Não somente examinar as informações contábeis, como também os documentos, livros, registros e operações das empresas. Tendo também como finalidade combater a fraudes e prevenir irregularidades nas empresas, conforme Crepaldi (2004, p.23), “[...] é uma atividade necessária e fundamental para a confiança dos usuários da informação contábil.”

A contabilidade foi à primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar ao administrador, sendo ela a formadora de uma especialização denominada auditoria, destinada a ser usada como uma ferramenta de confirmação da própria contabilidade. (ATTIE, 1998, p.61)

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Assim sendo, a auditoria confirma a veracidade das informações patrimoniais e financeiras, fornecendo informações seguras e transparentes no intuito de posicionar os administradores a realidade da empresa, auxiliando também em suas tomadas de decisões e fazendo com que seus sócios e acionistas tenham maior confiança no andamento dos negócios.

A auditoria pode ser realizada em qualquer empresa, seja ela com ou sem fins lucrativos, porém a lei das sociedades anônimas determinou que as companhias abertas, além de observar as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), serão obrigatoriamente auditadas por auditor independente registrado na mesma comissão.

Os tipos de auditoria para Hernandez (2004) são três, Auditoria da Fazenda ou Fiscal (Federal, Estadual, Municipal), Auditoria Independente Externa e Auditoria Interna ou Operacional. Para Vicente (2011, p. 11) são 10: Auditoria Interna, Auditoria Operacional, Auditoria de cumprimento normativo ou compliance audit3,

Auditoria de gestão, Auditoria de Sistema, Auditoria fiscal e tributária, Auditoria Ambiental (1), Auditoria Ambiental (2) e Auditoria das Demonstrações Contábeis.

A origem latina do termo auditor é (aquele que ouve, o ouvinte), porém para alguns autores, assim como Attie (1998), a origem da auditoria viria da Inglaterra, com o significado de to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar).

O auditor deve ser um profissional que construa uma reputação impecável, com padrões morais e éticos. Pois seu trabalho é totalmente crítico e exige raciocínio e julgamento amplo das entidades auditadas.

Seu julgamento será a base que outras pessoas exerçam seus próprios julgamentos em relação às informações contidas nas demonstrações financeiras, e daí seu comprometimento por ser um juiz de um dado comprovável atuando de forma capacitada e lícita na emissão de suas opiniões. (Attie, 1998, p.27).

A auditoria deve destacar-se pela construção de uma boa reputação, com base nos padrões, normas e ética contábil. O papel que o auditor exerce ao assinar um parecer de auditoria que acompanha as demonstrações financeiras, impõe atitude de prevenção, pois este profissional tem força moral suficiente para demonstrar

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credibilidade de forma clara e precisa, independente das circunstâncias vividas pela organização. Conforme Jund (2004, p.27), “Auditoria interna tem que ser parte da solução e não mais parte do problema.”

Sendo fundamental ser uma pessoa equilibrada e que obedeça as normas e princípios de auditoria. Seu papel é expressar sua opinião com base na auditoria sem que haja nenhuma intervenção pessoal e tão somente técnica.

Os tipos de auditor para Vicente (2011, p. 39) são: Auditor Interno e Auditor Independente ou Externo.

A forma de atuação da auditoria interna é determinada pela administração; mesmo havendo diferenças fundamentais entre os objetivos da auditoria interna e o do auditor independente, os meios utilizados por ambos podem ser semelhantes e convergentes; mas, independentes do grau de autonomia e de independência do auditor interno, toda a responsabilidade pelos trabalhos é do auditor independente. (VICENTE, 2011, p.39).

O auditor interno é um funcionário contratado pela empresa para cumprimento dos objetivos da entidade e verificação das informações e sua conformidade com as leis e os regulamentos internos. Já os auditores independentes não são funcionários e sim contratados para efetuar o trabalho das verificações contábeis na empresa em certo período.

Assim como cada profissão possui normas e regras que devem ser seguidas, a auditoria não é diferente. As normas brasileiras de auditoria são regras ditadas pelos órgãos reguladores da profissão contábil no Brasil. Tem como finalidade a regulação da profissão e atividades, bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos auditores no desenvolver de seus trabalhos.

Araújo (1998, p.113), define as normas de auditoria como sendo: “[...] regras ou preceitos fundamentais que o auditor deve respeitar em relação aos objetivos a serem alcançados, aos procedimentos e técnicas de auditoria utilizados, ao relatório que deve ser elaborado [...].”

Para Attie (1992, p.122):

O conhecimento do auditor acerca dos princípios e técnicas contábeis, e que lhe é necessário para a condução de suas tarefas, varia, obviamente, de acordo com a natureza e profundidade da ótica com que elabora seu trabalho; as técnicas contábeis, o mecanismo do processo contábil. (ATTIE, 1992, p.122).

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No Brasil, conforme destaca Almeida (2008), essas normas são emitidas por um conjunto de órgãos, são eles: CFC, IBRACON, Banco Central do Brasil, a CVM e a Superintendência de Seguros Privados. Já no âmbito internacional, essas normas são emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC), que também emitem pronunciamentos através da Comissão de Normas Internacionais de Auditoria, as quais contém orientações aos países membros do órgão.

Tais regras são estipuladas no intuito de fazer com que os profissionais da área falem a mesma linguagem, independente do País onde estejam atuando, facilitando o entendimento para qualquer pessoa que analise o as demonstrações contábeis e o parecer. Salazar (2004, p.23), fala que “As normas de auditoria servem para nortear o trabalho do auditor e proporcionar melhor qualidade dos trabalhos por ele realizados.”

Uma das principais normas em vigor no Brasil é a Resolução CFC n° 1.203, de 27 de novembro de 2009, que aprova a NBC TA 200, falando sobre os objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria.

3. AUDITORIA

3.1 CONCEITO DE AUDITORIA

Conceitua-se auditoria como sendo o estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e demonstrações financeiras de determinada instituição, cujo objetivo é examinar todos os procedimentos utilizados nas empresas para controle, através de verificações conferir se estão dentro das disposições planejadas e estabelecidas previamente e se seguem os princípios fundamentais de contabilidade, assegurando a fidelidade dos registros e proporcionando credibilidade das informações levantadas. Gil (1999, p.59), conceita auditoria da seguinte maneira,

[...] é uma função administrativa que exerce a verificação/ constatação/ validação, via testes e analises dos resultados dos testes, com conseqüente emissão de opinião, em momento independente das demais três funções

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administrativas (planejamento, execução, controle), consoante os três níveis empresariais principais (operacional, tático e estratégico).

Já a NBC T 11 (1997, p.2), conceitua a auditoria das demonstrações contábeis como sendo:

[...] o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação especifica.(NBC T 11, 1997, p.2)

Neste sentido, a auditoria se apresenta como a verificação das demonstrações contábeis e todos os documentos pertinentes, de forma a garantir a exatidão dos registros, com a finalidade de proporcionar a confiabilidade das informações levantadas, afim de possibilitar melhores tomadas de decisões. Galo e Barbosa (2006, p.4) afirmam que, “A Auditoria é a técnica utilizada pela contabilidade para poder atingir plenamente sua finalidade.”

Attie (2010, p.5) define a auditoria como “uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”.

3.1.1 NORMAS DE AUDITORIA

A auditoria como as demais profissões possui normas e regras que devem ser seguidas. O objetivo desses princípios é manter um padrão ao qual, todos os profissionais da área falem a mesma linguagem. Tais preceitos são ditados pelos órgãos reguladores da profissão contábil no Brasil. Tem como finalidade a regulação da profissão e atividades, bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos auditores no desenvolver de seus trabalhos.

Araújo (1998) define normas brasileiras de auditoria como sendo preceitos e regras fundamentais, que o auditor deve respeitar em relação aos objetivos a serem alcançados. Tais regulamentos estabelecem diretrizes e técnicas a serem seguidas pelos profissionais, no decorrer de suas atividades e elaboração de seu parecer. Conforme Marques (2014, p. 127) “O auditor deve sempre estar atualizado junto com os

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Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e com as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), sendo isso voltado para sua profissão de auditor [...]”.

Consoante a isso Attie (1998, p.55), destaca que:

As normas têm a finalidade de estabelecer os padrões técnicos e de comportamento, visando alcançar uma situação coletiva e individualmente desejável. Na auditoria, estas normas objetivam qualificação na condução dos trabalhos e garantia de atuação suficiente e tecnicamente consistente do auditor e do parecer diante dos usuários da mesma. (ATTIE, 1998, p.55).

É importante o auditor conhecer os princípios, técnicas e normas que o regem para uma melhor “[...] condução de suas tarefas, que varia, obviamente, de acordo com a natureza e profundidade da ótica com que elabora seu trabalho [...]”(ATTIE, 1992, p.122).

Almeida (2008), destaca que no Brasil, essas normas são emitidas por um conjunto de órgãos, são eles: CFC, IBRACON, Banco Central do Brasil, CVM e a Superintendência de Seguros Privados. No âmbito internacional, essas normas são emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC), que também emitem pronunciamentos através da Comissão de Normas Internacionais de Auditoria, as quais contém orientações aos países membros do órgão.

Independente do País ao qual o auditor esteja atuando, com o objetivo de facilitar o entendimento da analise de qualquer demonstração contábil ou parecer por um outro profissional da área, faz se necessário uma padronização de linguagem, ditadas pelas normas e regras que os regem. Salazar (2004, p.23), fala que “As normas de auditoria servem para nortear o trabalho do auditor e proporcionar melhor qualidade dos trabalhos por ele realizados.” Attie (1998, p.55) destaca que,

As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, uma vez que eles se relacionam com ações a serem praticadas, conquanto as normas tratam das medidas de qualidade na execução destas ações e dos objetivos a serem alcançados através dos procedimentos. As normas dizem respeito não apenas às qualidades profissionais do auditor, mas também a sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do relatório emitido. ( ATTIE, 1998, p.55).

Uma das principais normas em vigor no Brasil é a Resolução CFC n° 1.203, de 27 de novembro de 2009, que aprova a NBC TA 200, falando sobre os

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objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria.

Também temos a NBC T-12 da Auditoria Interna que regulamenta especificamente este tipo de auditoria, conceituando e objetivando suas principais finalidades, além de demonstrar em bases legais como o trabalho deverá ser executado.

Especificamente para a auditoria interna das instituições financeiras, tem-se a Resolução 2.554 de 24/09/1998, que fala sobre a implantação e implementação de sistemas de controles internos, já a Resolução 3.056 de 19/12/2002, dispõe sobre a auditoria interna das instituições financeiras e demais instituições a funcionar pelo BACEN e a Carta-Circular 2.894 de 01/02/2000 que cita sobre a documentação relativa as operações praticadas pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN.

Apesar de órgãos como o BACEN e a SUSEP emitirem normas de auditoria, Albuquerque (2009, p.25), ressalta que é importante dizer que tais normas “[...] são de caráter complementar, enquanto aquelas editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade são aplicadas universalmente nos exames de Auditoria realizados no Brasil. [...]”.

As normas de auditoria são regras que conduzem o auditor no desempenho de suas funções a agir de forma legal, demonstrando clareza na execução de seu trabalho e emissão do parecer, afim de sugerir melhores resultados para a organização.

3.1.2 O AUDITOR

A origem latina do termo auditor é (aquele que ouve, o ouvinte), porém para alguns autores, assim como Attie (1998), a origem da auditoria viria da Inglaterra, com o significado de to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar).

O profissional contábil que trabalha com auditoria deve construir uma reputação, com padrões morais e éticos. Seu trabalho é critico e exige raciocínio e julgamento amplo. Seu conhecimento deve ser bastante extenso em legislações, tributos, normas e procedimentos de auditoria, dentre outras áreas pertinentes, pois

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durante seu trabalho procurará obter elementos de satisfação que o levem a fundamentar e emitir sua opinião sobre o objeto de estudo.

Seu julgamento será a base que outras pessoas exerçam seus próprios julgamentos em relação às informações contidas nas demonstrações financeiras, e daí seu comprometimento por ser um juiz de um dado comprovável atuando de forma capacitada e lícita na emissão de suas opiniões. (ATTIE, 1998, p.27).

A auditoria deve destacar-se pela construção de uma boa reputação, com base nos padrões, normas e ética contábil. O papel que o auditor exerce ao assinar um parecer de auditoria que acompanha as demonstrações financeiras, impõe atitude de prevenção, pois este profissional tem força moral suficiente para demonstrar credibilidade de forma clara e precisa, independente das circunstâncias vividas pela organização. Conforme Jund (2004, p.27), “Auditoria interna tem que ser parte da solução e não mais parte do problema.”

Sendo fundamental ser uma pessoa equilibrada e que obedeça as normas e princípios de auditoria. Seu papel é expressar sua opinião com base nos documentos estudados sem que haja nenhuma intervenção pessoal e tão somente técnica.

3.1.3 O PERFIL DO AUDITOR

O profissional de auditoria deve ser imparcial, ético, cuidadoso e ter zelo ao máximo na realização de seus trabalhos e exposições de suas conclusões. Neste sentido percebe-se a necessidade de autonomia e credibilidade do auditor para poder revisar e avaliar políticas e planos, procedimentos, normas, registros e operações, em busca de qualidade excepcional dos relacionamentos profissionais, indo a fundo na origem dos problemas detectados afim de buscar possíveis soluções, agindo com respeito, paciência, educação, criatividade e senso critico. Além de conhecer a fundo a área de atuação, tendo competência suficiente no desempenho de sua profissão.

Para Attie (1992, p.60), o responsável pela auditoria interna precisa “[...] ter competência técnica essencial ao exercício profissional entre esses atributos, encontra-se a competência na aplicação de normas e procedimentos e técnicas de auditoria interna.”

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Segundo Pinho (2007 apud GELBCKE 1999), o auditor interno deve possuir como atributos naturais, objetividade e habilidade para entender sistemas e controles, capacidade de aprender sempre e estar sintonizado com as necessidades de conhecimento do mercado, sendo prestativo, leal, honesto, objetivo e ter diligência, também deve demonstrar zelo no desempenho de seus trabalhos,

O zelo profissional implica cuidado e competência razoáveis, não infalibilidade ou desempenho excepcionalmente bom. Não se exige do auditor zeloso que faça auditorias pormenorizadas de todas as transações, mas que realize exames e verificações em grau e extensão razoáveis. Por esses motivos, o auditor interno não pode garantir com absoluta segurança que não haja irregularidades ou inobservância de normas ou princípios. (ATTIE, 2007, p. 39).

Nas palavras de Pinho (2007, p. 45), “[...] o auditor contábil tem como perfil básico: conhecimento do negócio; perspicácia; conhecimento específico e de áreas afins; capacidade de análise e síntese; habilidades de comunicação.”

Na era da globalização o profissional contábil deve ficar atento aos novos desafios que surgem constantemente, deve acompanhar o mercado competitivo de forma que venha melhorar a qualidade de sua prestação de serviço e sempre estar atento aos novos paradigmas que surgem, para se aperfeiçoar constantemente. Outrossim,

Para que o profissional contábil suporte os desafios que se sucedem, surge o esforço no sentido de evoluir os conhecimentos específicos, globais e emocionais como ferramenta indispensável do ser humano no processo de geração de informações contábil, tanto em termos técnicos quanto comportamentais. Iniciativa, coragem, ética, visão de futuro, habilidade de negociação, flexibilidade, capacidade de inovar e criar, e, sobretudo, conhecimento de sua área de atuação, são alguns desafios apontados para o profissional contábil atual. (CORDEIRO e DUARTE, 2006, p.70)

Entende-se que o profissional de auditoria para melhor desempenho de suas funções, deve ter conhecimento técnico amplo, ética, adaptabilidade, imparcialidade, comprometimento, comunicação objetiva, capacidade de apresentar soluções rápidas, senso crítico e manter ativa a educação continua, para melhor execução de seus trabalhos.

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3.2 TIPOS DE AUDITORIA

Existem diversos tipos de auditoria, Marques (2010), destaca as seguintes: auditoria contábil, auditoria de demonstrações financeiras, auditoria fiscal, auditoria de segurança de informações e auditoria social. Já para Hernandez (2004) são três os tipos de auditoria: Auditoria da Fazenda ou Fiscal (Federal, Estadual, Municipal), Auditoria Independente Externa e Auditoria Interna ou Operacional. No entanto Vicente (2011, p. 11), destaca 10 modalidades: Auditoria Interna, Auditoria Operacional, Auditoria de cumprimento normativo ou compliance audit4, Auditoria de

gestão, Auditoria de Sistema, Auditoria fiscal e tributária, Auditoria Ambiental (1), Auditoria Ambiental (2) e Auditoria das Demonstrações Contábeis.

Segundo Hernandez (2004), a auditoria da fazenda é realizada por um funcionário público, seu vinculo com a organização auditada se da por força de lei, esta tem como objetivo verificar a observância e cumprimento dos preceitos legais vigentes para apuração e recolhimento de diversos tributos, com a finalidade de evitar a sonegação fiscal.

Conforme Lourenço (2000), a auditoria fiscal ou da fazenda tem como objetivo fazer um exame da situação fiscal da entidade, tendo em vista o controle de sua regularidade fiscal. Esta regularidade deve estar de acordo com os princípios definidos pelas normas e doutrinas fiscais, as normas de incidência, liquidação e cobrança, regras de retenção na fonte e obrigações contabilísticas e declarativas. De acordo com Crepaldi,

O objetivo do exame das demonstrações financeiras é expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas e assegurar que elas representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, aplicados com uniformidade durante os períodos. (CREPALDI, 2007, p. 3).

A auditoria externa é realizada por um profissional liberal ou independente, com vinculo com a empresa auditada apenas por contrato de prestação de serviço. Tem como objetivo expressar opinião quanto às demonstrações financeiras e verificar se os

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princípios contábeis estão sendo aplicados de acordo com a legislação, auxiliando os administradores com informações da situação real da organização.

A auditoria externa é aquela exercida por profissional liberal ou independente, sem qualquer subordinação com a empresa, tendo como objetivo primordial expressar a opinião se as demonstrações financeiras estão apresentadas de acordo com princípios de contabilidade geralmente aceitos e se esses princípios foram aplicados de forma consistente em relação ao período anterior. (PINHEIRO e CUNHA, 2003, p.4).

A auditoria interna se diferencia da externa, por ter um colaborador com vinculo empregatício dentro da instituição, seu objetivo é o exame dos controles internos e avaliação da eficiência e eficácia da gestão, com a finalidade de sugerir melhorias no processo organizacional, que segundo Oliveira (2006) busca atender as necessidades da administração, no intuito de aperfeiçoar as normas e políticas internas, sem se restringir aos aspectos contábeis, tem como preocupação a prevenção e a descoberta de erros e fraudes. Hoog e Carlin (2008, p.61), define auditoria interna da seguinte maneira, “É aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente”.

Com a necessidade de acompanhamento diário das atividades administrativas, os gestores se viram na necessidade de contratar um profissional qualificado para executar essas avaliações, fazendo com que a auditoria interna se torne uma ramificação da auditoria externa. Para a auditoria dentro das organizações, temos o seguinte conceito:

Constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficiência dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade. (CREPALDI, 2007, p.25).

Independente do tipo de auditoria o objetivo principal sempre é o mesmo,

O objetivo principal da auditoria é o de proporcionar credibilidade às informações divulgadas através dos balanços e demais peças contábeis pelas sociedades empresárias em geral, fazendo com que os bens, direitos obrigações estejam demonstrados e valorizados dentro das práticas contábeis. (HOOG e CARLIN, 2008, p. 54).

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Entretanto, pode-se perceber que a finalidade da auditoria varia de acordo com o usuário da informação. Pinheiro e Cunha (2003) dizem que para o fisco, o objetivo principal da auditoria é verificar se o contribuinte esta cumprindo com as obrigações tributárias, trabalhistas e sociais. Porém para os empresários se torna uma assessoria que auxilia nas tomadas de decisões. (QUEIROZ, 2009).

Deve-se lembrar que a auditoria interna é um departamento que trabalha em conjunto com o controle interno.

3.3 CONTROLE INTERNO

O controle interno é o mecanismo de controlar processos dentro de uma organização. Esta atividade esta diretamente ligada à administração ou gestão organizacional. Seu objetivo é averiguar situações e documentações em busca de melhoria continua e adequação dos métodos de trabalho para obtenção de eficácia. Pode ser conceituado como o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos integrados com a intenção de assegurar o alcance dos objetivos da administração. Attie (1998, p. 112 e 113), afirma que:

(...) controle interno compreende todos os meios planejados numa empresa para dirigir, restringir, governar e conferir suas várias atividades com o propósito de fazer cumprir os seus objetivos. (...) é oportuno para analisar o crescimento e a diversificação de uma empresa. (...) previne que funcionários possam cair em tentação dado a possíveis problemas pessoais ou financeiros e incorrer em atos ilícitos.

Pinho (2007, p.47), conceitua controle interno da seguinte maneira: “Controle interno é um conjunto de normas criadas pela entidade que permeia todas as atividades e via à eficácia organizacional. Reflete o estilo gerencial, a estruturação dos negócios e a cultura organizacional.”

Desta forma, pode se perceber que o controle interno é um departamento alocado dentro das empresas, ao qual executa procedimentos parecidos com os do auditor interno, levantando informações gerenciais que buscam a eficácia da gestão empresarial, fazendo o uso das normas e procedimentos pertinentes a área. Conforme Queiroz (2009, p.6):

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[...] controles internos são práticas operacionais usadas para ajudar a administração a garantir o alcance de seus objetivos. Os controles internos permitem que os departamentos de uma organização operem dentro das normas legais e de acordo com o planejamento estratégico da entidade, e são ferramentas gerenciais utilizadas pelos gestores e servirão como instrumentos de informações para as tomadas de decisões. (QUEIROZ, 2009, p.6).

Para Morais (2012, p. 3-4):

O controle interno pode ser definido como o planejamento organizacional e todos os métodos e procedimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a aderência às políticas definidas pela direção. É um processo executado pelo conselho de administração, gerência e outras pessoas de uma organização, desenhado para fornecer segurança razoável sobre o alcance do objetivo compreendendo: - eficácia e eficiência operacional;

- mensuração de desempenho e divulgação financeira; - proteção do patrimônio;

- cumprimento de leis e regulamentações;

- fidedignidade da informação utilizada para o processo decisório e gerencial; - observação às políticas e diretrizes estabelecidas pela direção.

(MORAIS, 2012, p. 3-4).

Conforme Pinho (2007 apud ANDRADE 1999) o controle interno tem suas classificações, podendo ser: controles contábeis – com relação a estrutura contábil; controles gerenciais – ações que possibilitem o aumento da probabilidade de alcance de objetivos e metas; controles operacionais – para acompanhar ciclos de negócios, estabelecendo medidas de proteção e condições necessárias para acompanhamento ou até redirecionamento dos negócios; controles de sistemas informatizados – proteção física, lógica e a segurança de informações e dados da organização.

Neste sentido o Ibracon (2005) diz que o auditor classifica esses controles internos como ambiente de controle, controles internos que podem ser gerenciais, independentes, de processamento e salvaguarda de ativos e controles gerais que abrangem a administração como um todo.

No que tange as atividades do controle interno, podemos dizer que é o departamento que conhece a empresa no geral, sendo interligado a contabilidade, ao departamento financeiro e áreas correlacionadas, onde através das informações obtidas com as movimentações e rotinas financeiras busca-se redução de custos e melhoria nos processos. Já a auditoria interna é um departamento que depende das

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informações do controle interno como um todo da empresa, porém esta mais focado em examinar as documentações e através do parecer tirar suas conclusões com relação ao que foi verificado, posicionando a empresa quanto a situação por ela vivida, sendo totalmente imparcial nas informações levantadas.

O controle interno é um departamento responsável por definir procedimentos e medidas para evitar falhas de ordem operacional, acompanhar a execução das atividades em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, buscando evitar erros de ordem intensional ou não, protegendo assim a fidelidade das informações geradas, garantindo segurança de forma a fornecer subsídos aos gestores quanto à tomada de decisão.

A auditoria interna por sua vez, faz a revisão, avaliação e acompanhamento dos controles internos, verificando o melhor cumprimento das políticas traçadas pela administração e se estão sendo cumpridas as normas fundamentadas em lei para cada atividade. (QUEIROZ, 2009, p.12).

O controle interno na visão de Santos et al (2006, p.7) “[...] permite menor ocorrência de erros e fraudes e facilita o trabalho da auditoria evitando ocorrências danosas ao patrimônio.”

3.4 AUDITORIA INTERNA

Diferente dos auditores externos, os auditores internos são empregados da organização, que além de revisarem os controles internos e os procedimentos operacionais, auxiliam a administração na execução de suas atividades. É uma assessoria parcialmente independente, destinada a posicionar diretamente a presidência da organização no cumprimento e controle de suas funções. Conforme Almeida (1996, p.5) “O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo trabalho examina.” Attie (2007, p.34) que comenta:

A auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

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São feitas todas essas avaliações e verificações, com a finalidade de observar se as práticas internas de gestão e controle estão sendo eficazes para atingir os objetivos e metas esperados pela administração. No intuito de reduzir as ocorrências de erros, fraudes e inconformidades econômicas. Outrosim,

A auditoria tem por objeto a revisão e avaliação do sistema de controle interno da empresa, o conjunto de diretrizes, políticas, sistemas e procedimentos criados pela empresa no sentido de, por um lado, nortear a atuação de todos na empresa, e por outro, assegurar o seu patrimônio contra danos, fraudes, roubos, prejuízos de natureza material ou não. (QUEIROZ 2009, p. 11 apud CASSARRO 1997).

Conforme o mesmo autor (2009) a principal finalidade da auditoria interna é verificar os procedimentos e analisar as qualidades das informações para melhor auxiliar a gerência nas tomadas de decisões. Apresentando aperfeiçoamento nos processos que não estão em conformidade, garantindo que os controles internos estão devidamente aplicados e definir melhorias continuas para alcance dos resultados planejados. Pois este departamento de acordo com Perez Junior (2004), desempenha o papel de assessor organizacional, enquanto que os gestores se tornam usuários da atividade de auditoria.

Em um ambiente cada vez mais competitivo e globalizado, a auditoria interna vem ganhando espaço no mercado. Com a necessidade de um maior e mais detalhado controle dentro das organizações, este profissional tem se destacado para atender de forma eficaz os gestores nas resoluções de problemas e auxilio na elaboração de planejamento de ações estratégicas para crescer em seus negócios. Castelli (2011), fala que a globalização fez com que as empresas reconhecessem que para sobreviver em um ambiente em constantes mudanças, era necessário um maior controle interno, com um processo de gestão estruturado na forma de ciclo com planejamento, execução e controle destas rotinas.

Este processo de controle interno faz com que a auditoria interna assuma um papel hegemônico dentro desses estabelecimentos, ao qual foca diretamente na

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melhoria dos controles e métodos, com a função de Staff5, orientando a respeito dos fatos observados, com busca constante de aperfeiçoamento das atividades.

Os empresários e administradores com visão deste crescimento constante que tem sido vivido no mundo da globalização, ao qual dentro deste contexto buscam a certeza do cumprimento da legislação, avaliando benefícios sejam eles contábeis, operacionais ou administrativos, buscam desenvolver dentro da entidade cargos de autonomia para os auditores que os possibilite ter controle e acesso livre a documentos que outrora somente os administradores tinham conhecimento.

De acordo com Queiroz (2009), a auditoria interna tem como um dos papeis mais importantes assessorar os gestores através de informações que possibilitem o cumprimento de suas funções de maneira melhor e mais eficaz, sugerindo mudanças organizacionais, porém o profissional de auditoria não possui responsabilidade ou autoridade para faze-las. No entanto, este fornece subsídios para que a administração decida qual melhor alternativa a ser tomada, garantindo a segurança das operações.

3.4.1 AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA GERENCIAL

Com o quadro de mudanças constantes que temos vivido, os empresários passaram a não ver mais os auditores como uma obrigatoriedade ou custo, mas sim como um aliado na tomada de decisões e um diferencial no mercado competitivo.

No entendimento de Guimarães (1999, p. 2), “A auditoria financeira ou contabilística visa essencialmente dar credibilidade à informação financeira de forma a que seja útil à tomada de decisão por parte dos diferentes destinatários/utilizadores dessa informação”.

O controle interno é um dos mais importantes instrumentos de coordenação e condução administrativa, tem o papel de gerar informações contábeis, reduzindo riscos e consequências graves, permitindo ao empresário a tomada de decisões assertivas e em tempo hábil. Tem como missão acompanhar e identificar

5 Staff: s.m. (pal. ing.) Quadro dos dirigentes de uma empresa, de um organismo. Grupo de pessoas que assessora

um dirigente, um político etc. Grupo de pessoas que trabalham em conjunto; pessoal: staff médico. (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS).

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problemas de cada departamento com imparcialidade, integridade e objetividade, é uma espécie de termômetro que demonstra o desenvolvimento das atividades internas da organização. Em caracter administrativo a auditoria interna, tem a incumbência de uma ferramenta de gestão, em busca de decisões consistentes e ao mesmo tempo corretas. Tanto é que Queiroz destaca:

O controle interno é uma importante ferramenta para o controle de resultados sendo que procuram garantir integridade dos ativos patrimoniais garantindo que os objetivos traçados pela administração sejam alcançados na sua plenitude. [...]

Nesse enfoque, controles internos são práticas operacionais usadas para ajudar a administração a garantir o alcance de seus objetivos. Os controles internos permitem que os departamentos de uma organização operem dentro das normas legais e de acordo com o planejamento estratégico da entidade, e são ferramentas gerenciais utilizadas pelos gestores e servirão como instrumentos de informações para as tomadas de decisões. (QUEIROZ, 2009, p.6).

Cientes desses beneficios, a administração precisa de um profissional que planeje, organize e controle o desempenho de forma que facilite o alcance dos objetivos e metas estabelecidos, para isso é importante conhecer a realidade financeira, econômica e operacional da empresa. Conforme Padro (2010), este suporte que auxilia na melhoria das condução dos negócios, identificando as áreas problematicas e propondo correções, ferramenta que possibilita meios para alcance de resultados eficazes como um todo em relação as questões patrimoniais e financeiras chama-se auditoria interna. Neste sentido, Queiroz (2009, p.6) destaca que auditoria interna e controle interno são:

[...] todos os processos e rotinas, de natureza administrativa ou contábil, destinados a fazer com que na empresa os colaboradores respeitem as políticas traçadas pela administração, que os ativos tenham sua integridade protegida, e as operações sejam adequadamente registradas, em sua totalidade, nos registros contábeis e fidedignamente retratadas pelas demonstrações financeiras. (QUEIROZ, 2009, p. 6).

Portanto, este conceito pode ser compreendido como um plano de procedimentos e métodos que protegem o patrimônio da propriedade dos registros contábeis. Atividade que estrutura o direcionamento organizacional, através de analises e ações efetivas de acordo com as planejadas previamente, comparando se os resultados das execuções estão de acordo com os padrões estabelecidos, com o

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propósito de corrigi-los caso necessário. Medidas que são adotadas como forma de proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover o alcance de eficiência operacional e estimular a prática das políticas esboçadas pela administração. Assim, como retrata Neto e Silva (2009, p.4), que essas regras e procedimentos são utilizados na intenção de garantir “[...] a vigilância, fiscalização e verificação, que permite prever, observar, dirigir ou governar eventos que possam impactar na consecução de seus objetivos.” Que por sua vez tem a finalidade de chegar ao objetivo principal, com a segurança de certa margem de garantia.

Todos esses controles, averiguações, verificações, obtenção de informações, tem um alvo a ser conquistado. No caso para as empresas, pode-se destacar a facilidade em captar recursos junto a terceiros, como empréstimos bancários, abertura de capital para novos investidores, dentre diversas coisas, como evitar o desgaste de prejuízos irrecuperáveis, através da qualidade e precisão das informações levantadas. Outrosim, “[...] Os interessados em colocar recursos no Terceiro Setor, sentem-se mais seguros com a Auditoria para verificação da adequada utilização desses desembolsos.” (LIMA, 2010, p.16).

Sá (2009, p. 25) menciona que,

A tendência moderna representa uma evolução relativa que primitivamente se atribuía à auditoria de que se limitava ao campo de simples verificação; o conceito hoje é dinâmico e prossegue em evolução, atribuindo-se à auditoria outras importantes funções, abrangendo todo o organismo da empresa e da sua administração. Mas, segundo ainda a trajetória dinâmica que se imprimiu à própria doutrina da Contabilidade, a técnica da auditoria vai ainda além e passa ao regime da orientação, da interpretação e até da previsão de fatos, segundo evidenciam os melhores estudos sobre o assunto.

Assim sendo, auditoria interna consiste em levantar dados confiáveis, sobre a situação real patrimonial, financeira, econômica e operacional da empresa. Após examinar essas informações, o auditor emite um parecer ao qual demonstra em forma de relatório a realidade do ambiente estudado, tendo como uma das principais finalidades combater os erros e fraudes e previnir possíveis irregularidades. Neste sentido, Franco e Marra (2001, p.31), diz que:

O conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quais compreendem registros contábeis, pápeis, documentos, fichas, arquivos e

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anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio administrado, cuja informação mereça confiança, desde que tais informações possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes.

Portanto, pode se entender auditoria como a confirmação da veracidade de informações seguras e transparentes com a intenção de posicionar os gestores quanto a realidade organizacional, auxiliando no processo de tomadas de decisões e fazendo com que os sócios e acionistas tenham maior confiança no andamento dos negócios. Por ser uma operação segundo Attie (2009, p.6), “[...] fundamentalmente crítica, voltada às regras em vigor por força das normas implantadas para o controle do patrimônio, testando sua atividade e cerceando as possibilidades de riscos e erros.”

3.5 ERROS E FRAUDES 3.5.1 ERROS

A auditoria interna tem como objetivo prever, detectar e impedir que anomalias venham acontecer nas organizações. Muitas vezes os gestores não conseguem entender que tipo de anomalia vem acontecendo na empresa, pode ser um erro ou uma fraude cometidos por pessoas envolvidas na organização.

Para Santos et al (2006, p.4), “O auditor tem a obrigação de comunicar a fraude ou erro à administração da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não sejam adotadas.”

Erros são ações cometidas involuntariamente, sem o intuito de causar dano, ou seja, não é feito intencionalmente. Segundo Sá (2011, p. 13), “O erro é um vício involuntário, de escrituração e ou de demonstrações, contábil.”

Pode ser considerado como erros, aqueles feitos na escrituração, interpretação equivocada das variações patrimoniais, aplicação incorreta de normas e regulamentos, levando a empresa a uma situação irreal, onde as consequências podem ser devastadoras. De acordo com La Rocque (1999, p. 51), “Os erros conscientes ou não levam a empresa para má situação, levando a penalidade do fisco e acarretando

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muitas perdas. Os erros são injustificáveis, uma vez que feita auditoria por pessoas qualificadas”. Florentino (1979, p. 230), descreve que:

Os erros quando ocorrem, não são intencionais nem dolosos, pois são consequência das falhas humanas. No setor contabil os erros poderão ser geralmente classificados como segue:

a) Omissão de registros e/ou lançamentos;

b) Registros e/ou lançamentos processados por valores diferentes dos reais; c) Registros e/ou lançamentos processados em fichas, formulários ou contas diferentes das que deveriam ter sido manipuladas;

d) Registros e/ou lançamentos processados em duplicidade; e) Erros em somas, cálculos ou obtenções de saldos;

f) Registros e/ou lançamentos processados em colunas erradas.” (FLORENTINO, 1979, p. 230).

Como erros são ações impensadas, o auditor no desenvolvimento de seus trabalhos, como afirma Sá (1998), tem obrigação de localizá-los e sugerir correções, porém não é de sua responsabilidade a execução da correção dos mesmos.

Outrosim, o Dicionário Brasileiro Globo (1996), difere erros de fraudes, relatando que erro é o desvio do caminho, da opinião, falta, culpa, já a fraude é o engano, contrabando, burla, dolo.

3.5.2 FRAUDES

Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade e Interpretação Técnica (NBC T11-IT 03), o termo fraude refere-se “a ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis”.

Cunha e Cornachione (2003, p.80), conceituam fraude como:

Qualquer meio usado por uma pessoa com a finalidade de obter uma vantagem injusta sobre outra pessoa seja por ato ou omissão, por meio de conduta intencional ou má-fé, ou seja, constitui fraude tanto fazer-se quanto omitir-se de fazer algo, podendo esta conduta ser intencional, não necessariamente com o intuito de prejudicar alguém, ou de má-fé, onde a intenção é dolosa ou criminosa.

Sá e Hoog (2005, p.19), definem fraude como “[...] um ato doloso cometido de forma premeditada, planejada, com a finalidade de obter proveito com o prejuízo de

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terceiros.” Já o dicionário da língua portuguesa Aurélio (2003, p.261) define fraude como “Abuso de confiança”.

Pode-se entender que fraude é o meio usado com o objetivo de obter vantagem injusta sobre outra pessoa. Nas empresas deve-se levar em conta que a fraude não prospera sem a participação ou a omissão de pessoas, que através de suas atitudes e comportamentos facilitam o ato ilícito, sem avaliar as consequências advindas dessas ações, que muitas vezes causam impactos irreparáveis.

Correia (2010), afirma que as micro e pequenas empresas que possuem poucos empregados, que por sua vez desempenham várias funções na empresa, facilita a ocorrência de erros e fraudes, visto que as pessoas criam um vinculo grande de amizade e um encoberta o outro.

Sá e Hoog (2005, p. 19), afirmam que “a fraude é um ato doloso cometido de forma premeditada, planejada, com a finalidade de obter proveito com o prejuízo de terceiros”.

No entanto, percebe-se que de forma ampla, fraude é o “abuso de confiança”, que tem por objetivo obter vantagem injusta sobre outra pessoa, caracterizada como conduta dolosa ou culposa, ao qual um individuo tira proveito da situação por meio de ação ou omissão de algo, utilizando-se de conduta intencional ou má-fé. (DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA AURÉLIO, 2003, p.261). Do qual no Art. 18, Lei 2.848/1940 do Código Penal é caracterizado como crime e os conceituam da seguinte forma, crime doloso é aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, leva-a adiante, produzindo o resultado intencionalmente, é considerado como a vontade consciente dirigida a realizar ou a aceitar uma conduta descrita perante a lei como um crime. Já o crime culpuso é quando o agente tem uma conduta voluntária, sem intenção de produzir o resultado ilícito, porém, previsível, que poderia ser evitado, porém produzido devido a ação com imprudência, negligência ou imperícia.

Para Bandeira (2008), culpa é aquilo que é feito contra o dever, proveniente de negligencia ou de ignorância, tendo a possibilidade de prever resultados danosos, já o dolo é a ação com intenção de prejudicar, engano, induzir outra pessoa à prática de um ato em proveito ou prejuízo próprio ou de terceiros. Cook e Winkle (1983, p. 75) ainda diz que “Normalmente, a fraude consiste em fazer-se uma

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declaração reconhecidamente falsa ou despida de fundamento razoável, bem como omitir um fato material, necessário para refletir a verdade.”

Diferente dos erros, as fraudes são manipuladas ou preparadas para beneficiar o defraudador, para apresentar valores contábeis artificiais ou para lesar o Fisco. As fraudes podem ser cometidas:

a) por fornecedor ou terceiros, contra a empresa; b) pelos próprios empregados da empresa;

c) pela direção ou administração da empresa; (GUIDO et al 2006, p.7).

4. A CONTRIBUIÇÃO DA AUDITORIA INTERNA PARA A REDUÇÃO DE ERROS E FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES PRIVADAS

Defini-se como empresa privada toda entidade com fins lucrativos, que não depende do capital público para sobreviver, mas possuí seus recursos próprios, estabelecidos em contrato social por seus proprietários. Referente a isso Fulgencio (2007, p.251) conceitua empresa privada da seguinte forma: “[...] São empresas cujo capital é detido na sua maioria pelos agentes econômicos privados, e cujo objetivo final é o lucro.”

Semelhante a isso Drucker (1995) afirma que as organizações privadas e os órgãos públicos existem para atende a sociedade, tem como finalidade social especifica suprir as necessidades da população no que tange aos serviços ou produtos de sua missão. Logo,

A função da empresa privada traduz-se no desempenho econômico, o qual constitui seu fundamento lógico e finalidade. As empresas existem para fornecer bens e serviços aos seus clientes e excedentes econômicos à sociedade. Essas atividades demandam um capital que precisa ser coberto pelo lucro alcançado pela empresa. O objetivo último da empresa é obter lucro, subtraído o custo do capital investido. A lucratividade é uma necessidade vital da empresa. (INSTITUTO ETHOS, 2005, p.306).

A partir daí, existe a preocupação de manter controle interno, referente às atividades e bens desenvolvidos, como forma de evitar custos excessivos, prestar um serviço de melhor qualidade, alcançar um maior número de clientes, ter credibilidade e confiança dos consumidores, ser ética no mercado, e como resultado obter um maior número de clientes e maior lucratividade.

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Ao contrário dos auditores externos, os auditores internos são funcionários da empresa e se preocupam tanto com os aspectos operacionais quanto com as demonstrações contábeis e financeiras. É uma assessoria parcialmente independente, destinada a posicionar diretamente a presidência da organização.

Para que sua avaliação seja confiável, deve ter livre acesso aos documentos e departamentos, com a finalidade de avaliar se as práticas internas de gestão e controle estão sendo eficazes para atingir as metas esperadas pela administração. A tendência é minimizar as ocorrências de fraudes, erros e inconformidades econômicas. Outrosim,

Com o aumento da competitividade em função da globalização da economia e das exigências de novos mercados, passamos a conviver diariamente com novos conceitos em produtos e serviços, a que chamamos qualidade. As normas ISO 9000 definem claramente as exigências que devem ser perseguidas a fim de obtermos a qualidade. O auditor interno mais uma vez é chamado a dar sua contribuição, assessorando a alta administração. Podemos dizer que a Auditoria da Qualidade é uma avaliação planejada, programada e documentada, executada por pessoas independentes da área auditada, visando a verificar a eficácia de um sistema implantado, buscando atingir os objetivos e padrões preestabelecidos, servindo como mecanismo de retro alimentação e aperfeiçoamento do próprio sistema. (CERQUEIRA e REIS, 2006, p.2).

O resultado esperado pela auditoria interna é acrescentar valores ao resultado da organização, com maior grau de profundidade, apresentando aperfeiçoamento nos processos que não estão em conformidade, garantindo que os controles internos estão devidamente aplicados. Por sua vez, como destaca Fabris (2006, p.5) uma das maiores contribuições da auditoria interna está na “[...] capacidade ampla e constante de avaliar os controles e procedimentos evitando erros, fraudes e distorções dos resultados desejados pela administração com informações em tempo hábil para a tomada de decisões.”

São vários os benefícios que a auditoria interna desenvolve dentro de uma entidade. Diretores, administradores e gestores na maioria das vezes buscam maximizar os lucros e minimizar os custos, mas esquecem que os benefícios vão mais alem como, por exemplo, agilizar processos internos e os manter em pleno funcionamento dentro de um padrão pré definido pela administração.

Por se tratar de uma função que tem a autonomia em praticamente todas as áreas da instituição, a auditoria interna pode sim, ajudar na tomada de decisão,

Referências

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