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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO MESTRADO EM CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA (PROCIMH) LABORATÓRIO DE BIOCIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA (LABIMH)

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

MESTRADO EM CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA (PROCIMH) LABORATÓRIO DE BIOCIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA (LABIMH)

EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO, DO FLEXIONAMENTO E DO DESEMPENHO DE ATLETAS DE NATAÇÃO NOS NÍVEIS DE

BIOMARCADORES MUSCULARES CK E LDH

Jader de Andrade Bezerra

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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ii

JADER DE ANDRADE BEZERRA

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco

EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO, DO FLEXIONAMENTO E DO DESEMPENHO DE ATLETAS DE NATAÇÃO NOS NÍVEIS DE

BIOMARCADORES MUSCULARES CK E LDH

Dissertação do curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco, apresentado como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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iii

EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO, DO FLEXIONAMENTO E DO DESEMPENHO DE ATLETAS DE NATAÇÃO NOS NÍVEIS DE

BIOMARCADORES MUSCULARES CK E LDH

Elaborado por Jader de Andrade Bezerra Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco

BANCA EXAMINADORA

Rio de Janeiro, ____ de ________________ de 2008.

________________________________ Prof. Dr. Estélio Henrique Martin Dantas

Presidente

________________________________ Prof. Dr. Pascol Muniz Torres

________________________________ Prof. Dr. Wagner de Jesus Pinto

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela existência, saúde e proteção.

Aos meus pais, Jaime Batista Bezerra e Maria de Lourdes de Andrade Bezerra, pelo apoio em todas as etapas de minha vida, pelo carinho e ensinamentos necessários à uma existência com mais sabedoria.

A minha esposa, Maria do Socorro Silva da Costa, pelo carinho, companheirismo e paciência.

Ao mestre e grande ser humano, Professor Estélio Henrique Martin Dantas, pela confiança e estímulo à busca de uma melhor qualificação profissional.

Ao Professor Dr. Pascol Muniz Torres, pelo apoio dado nesse momento. Ao Professor Dr. Dr. Wagner de Jesus Pinto, pela contribuição no desenvolvimento e correção da dissertação.

Ao Professor Ms. Mauro Cesar Gurgel de Carvalho, pela contribuição no dada na análise e interpretação estatística.

A atenciosa Leonor, pela grande ajuda prestada nos tramites administrativos em todo percurso acadêmico.

À todos os professores, funcionários e colegas do Mestrado, colegas de profissão da Universidade Federal do Acre, pela junção de forças que muito contribuiu para meu crescimento pessoal e profissional.

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vi

RESUMO

EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO, DO FLEXIONAMENTO E DO DESEMPENHO DE ATLETAS DE NATAÇÃO NOS NÍVEIS DE

BIOMARCADORES MUSCULARES CK E LDH

Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar o efeito agudo do

alongamento, do Flexionamento e do desempenho nos níveis de microlesões musculares, verificadas por meio dos marcadores: CK e LDH. Metodologia: Participaram do estudo 16 nadadores com idade 15.4±1.3 anos e com histórico de pelo menos dois anos de treinamento. Foram formados três grupos, num primeiro momento, os 16 nadadores foram submetidos ao momento de controle, sendo caracterizados então como Grupo de Controle (GC), onde foram coletados amostras de sangue em repouso, e após 90 minutos, onde os sujeitos não foram submetidos a nenhum esforço físico. Em seguida os avaliados foram, randomicamente, divididos em dois grupos: Grupo Experimental um (GE1) N= 08, e Grupo Experimental dois (GE2) N= 08. O GE1 foi submetido a uma rotina de alongamento do tipo estático. O GE2 foi submetido a uma rotina de FNP, em seguida os grupos foram submetidos a mesma sessão de treinamento de natação, após a sessão de treinamento foi coletada nova amostra de sangue. Para se verificar a correlação entre o desempenho dos atletas e os níveis de CKtotal e LDH, foi comparado os tempos dos atletas nas provas de 50, 100 e 200 metros com os valores de CKtotal e LDH após a intervenção. Resultados: O GE1 não apresentou diferença significa para a variável CKtotal p= 0,074 e para a variável LDH foi verificada diferença significativa p=0,012>0,05. O GE2 apresentou diferença significativa para CKtotal p=0,012 e para LDH p=0,003. O desempenho dos atletas mostrou correlação significativa com os níveis de CKtotal e LDH. Conclusão: Uma rotina de FNP, realizada antes do treinamento, contribui para o aumento dos níveis de CKtotal e LDH. O alongamento, não mostrou relação com o aumento dos níveis de CKtotal e LDH. Quanto maior for o desempenho do atleta, menores serão níveis de CKtotal e LDH após uma sessão de treinamento realizada em intensidades elevadas.

Palavras-chave: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva; Alongamento

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vii

ABSTRACT

ACUTE EFFECT OF THE STRETCHING, OF FLEXIBILIZING AND THE PERFORMANCE THE ATHLETES THE SWIMMING IN THE LEVEL OF

BIOMARKERS MUSCULAR CK AND LDH

Objective: the objective of this study was to verify of the acute effect of the

stretching (sub maximum), the proprioceptive neuromuscular facilitation (FNP) and performance in the levels of muscular micro injuries, verified by the biomarkers CK and LDH. Methodology: sixteen swimmers took part with the age of 15,4±1,3 years old and with a historic approximately two years of training. Three groups were formed, in the first moment the sixteen swimmers were submitted to the control moment, been characterized as control group (GC) where were collected samples of resting blood, and after 90 minutes where the subjects were not submitted to any physical effort. After that the evaluated were, ran domically, and divided in two experimental groups: experimental group One (GE1) n=08 and experimental two (GE2) n=08. The GE1 was submitted to a routine of stretching static type. The GE2 was submitted to a routine of FNP and after the groups were submitted to the same session of swimming training and after was collected new sample of blood. To verify the correlation between the performance of the athletes in the level of CK and LDH it was compared the time of the athletes in the tests of 50, 100 e 200 meters with the values of CK e LDH after the intervention. Result: the GE1 didn’t presented significative difference Cktotal p=0,074 and for a variable LDH was verified significative difference p=0,012. The GE2 presented significant difference Cktotal p=0,012 and LDH p=0,003. The performance of the athletes showed significative correlation with the levels of CK and LDH. Conclusion: A routine of FNP, realized before the training, contribute to the increase of CKtotal and LDH levels, biomarkers of muscular injuries. The stretching (sub maximum), did not show relation with the increase of the level of CKtotal and LDH. A bigger the performance of the athletes less will be the level of CK and LDH after training session realized in elevated intensities.

Key Words: proprioceptive neuromuscular facilitation; stretching and muscular

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viii

SUMÁRIO

Página

Sumário... viii

Lista de Anexos, Tabelas e Gráficos... x

Definição de Termos e Abreviaturas... xi

CAPÍTULO I – Circunstâncias do Estudo... 1

1.1. Introdução... 1

1.2. Inserção na Ciência da Motricidade Humana ... 4

1.3. Problematização... 5

1.4. Identificação das Variáveis... 7

1.5. Objetivos do Estudo... 8

1.6. Hipóteses do Estudo... 9

CAPÍTULO II - Referencial Teórico... 11

2.1. A Flexibilidade... 11

2.2. Marcadores Bioquímicos Creatina Quinase e Lactato Desidrogenase 14 2.2.1. Metabolismos do CK... 14

2.2.2. Metabolismo do LDH... 15

2.3. Desempenho Atlético e lesões musculares... 20

CAPÍTULO III – Metodologia... 24

3.1. Modelo do Estudo... 24

3.2. Universo, Amostragem e Amostra... 24

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ix

3.2.2. Amostragem... 24

3.2.3. Amostra... 26

3.3. Ética da Pesquisa... 27

3.4. Materiais e Métodos... 27

3.5. Procedimentos de Análise de Dados... 28

3.5.1. Procedimentos... 28

3.5.2. Protocolos que serão utilizados... 28

3.5.3. Determinação dos tempos nas provas de 50m, 100m e 200m... 29

3.5.4. Determinação dos níveis de CKtotal, CKMB, AST e LDH ... 29

3.5.6. Intervenção... 29

3.6. Tratamento dos dados... 31

3.7. Tratamento estatístico... 31

3.8. Limitações do método... 32

CAPÍTULO IV – Apresentação e Discussão dos Resultados... 33

4.1. Apresentação dos Resultados... 33

4.2. Discussão dos Resultados... 41

CAPÍTULO V – Conclusões e Recomendações... 47

5.1. Conclusões... 47

5.2. Recomendações... 48

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x

LISTA DE ANEXOS

Página

1. Anexo I - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa... 56

2. Anexo II - Artigo do projeto piloto ... 58

3. Anexo III – Artigo do objetivo específico I ... 74

4. Anexo IV - Artigo do objetivo específico II ... 93

5. Anexo V - Artigo do objetivo específico III ... 108

6. Anexo VII - Artigo do objetivo Geral ... 120

7. Anexo VIII - Dados brutos ... 148

LISTA DE TABELAS Página Tabela 1: Análise Descritiva... 34

Tabela 2: Teste de Normalidade de Shapiro-wilk... 35

Tabela 3: Oneway – Anova... 36

Tabela 4: Teste de Tukey... 36

Tabela 5: Análise Descritiva... 39

Tabela 6: Teste de Correlação de Pearson... 40

LISTA DE GRÁFICOS Página Gráfico 1: CKtotal Pré e Pós-testes... 37

Gráfico 2: CKMB Pré e Pós-testes... 38

Gráfico 3: LDH Pré e Pós-testes... 38

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DEFINIÇÃO DE TERMOS E ABREVIATURAS

As definições dos termos e abreviaturas deste estudo têm como objetivo auxiliar o leitor quanto ao entendimento e ao esclarecimento de seus significados.

Flexibilidade - É a qualidade física responsável pela execução voluntária

de um movimento de amplitude angular máxima, por uma ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão (Dantas, 2005).

Alongamento - Forma de trabalho sub-máximo que visa a manutenção

dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos em amplitude normal, com o mínimo de restrição física possível (Dantas, 2005).

Flexionamento - Forma de trabalho que visa obter melhoria da

flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores às originais (Dantas, 2005).

Lesão - Dano produzido em estrutura ou órgão (Lederman, 2001).

Creatina Quinase (CK) - Enzima que atua sobre a creatina fosfato,

separando a creatina de um fosfato inorgânico (Wilmore e Costill, 2001).

Lactato Desidrogenase (LDH) – Enzima que catalisa a redução do

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CAPÍTULO I

1. CIRCUNSTÂNCIAS DO ESTUDO

1.1.INTRODUÇÃO

Diversos processos fisiológicos e mecânicos estão envolvidos no treinamento da flexibilidade, desde a utilização de exercícios de alongamento até exercícios de flexionamento, e ainda não se está bem claro até que ponto e em que momento o treinamento da flexibilidade pode aumentar os níveis de microlessões musculares e se isso pode trazer benefício ou prejuízo ao atleta.

A plasticidade do tecido muscular esquelético permite sua adaptação a vários estados de demandas funcionais (Mujica et. al. 2000), o que, com o treinamento corresponde ao aumento da tolerância ao exercício desencadeando processos adaptativos de caráter mecânico, metabólico e eletrofisiológico (Coyle, 1990), de acordo com as especificidades de cada modalidade esportiva.

A contração muscular ativa, que objetiva ocasionar inibição autogênica do músculo flexionado, e posterior relaxamento muscular reflexo, associado com uma ação passiva utilizada no método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Burke, et. al. 2000), um dos métodos mais recomendados para o aumento da amplitude articular (Massara, et. AL 1995); (Surburg, et. al. 1997), muitas vezes é incluído antes da sessão de treinamento, sem a devida análise do real impacto que terá na musculatura envolvida nesta ação. Além disso,

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(Thacker et al., 2004); (Feland e Marin, 2004); (Shirier, 2004) sugerem que este método aumenta de sobremaneira o risco de desenvolver lesões.

Outro aspecto importante é a utilização completa dos arcos articulares especificamente envolvidos nos gestos desportivos. Por esse motivo, atletas de todas as modalidades esportivas utilizam de diversos métodos na busca da flexibilidade ideal nos segmentos musculares empenhados, pois quanto mais alta for à exigência de performance, mais atenção deve ser dada à flexibilidade (Dantas 2005, p. 149).

Não se pode deixar de considerar ainda, o nível de performance do atleta envolvido no treinamento, fato importante ao considerarmos a sobrecarga imposta na musculatura envolvida no treinamento, pois para que o treinamento surta o efeito desejado, as sessões de treino devem ser suficientemente intensas para promover a quebra da homeostase celular e, conseqüentemente, a adaptação e a melhora da performance (Smith, et. al. 2003); (Armstrong, et. al. 2002). Essa sobrecarga intensa gera microlesões musculares induzidas pelo esforço físico, que segundo (Clarkson et. al. 2002), aparecem depois de exercícios que não são freqüentemente realizados, ou quando envolvem um grande volume e uma alta intensidade no treinamento, sendo estabelecida uma relação entre o aumento da atividade de enzimas musculares plasmáticas com o aumento dos esforços causados pelos exercícios ou com os estados de lesões musculares (Ribeiro, et. al. 2006), sendo assim, quando o agente estressante for excessivo e/ou a recuperação insuficiente, efeitos indesejados podem surgir, elevando os processos de microlesões musculares (Angelini, 2004).

(15)

As microlesões musculares provocadas pelo treinamento são normalmente atribuídas à desorganização na estrutura das fibras musculares, mais especificamente a ruptura, alargamento ou prolongamento da linha Z (Friden e Lieber 2001). O dano muscular também parece ocorrer em outros componentes celulares como o sarcolema, os túbulos transversos e as próprias miofibrilas após o treinamento de força (Clarkson e Hubal 2002).

O método indireto adotado para análise do dano muscular é o mais utilizado nos estudos em função da facilidade de coleta e, sobretudo, pelo baixo custo quando comparado aos métodos diretos (Foschini1 D. et. al., 2007). A creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), fragmentos da cadeia pesada de miosina (MHC), troponina-I e mioglobina, freqüentemente são encontradas como marcadores de dano muscular, isso porque essas moléculas são citoplasmáticas e não têm a capacidade de atravessar a barreira da membrana sarcoplasmática (Willoughby D. S. et. al., 2003). O aumento da concentração sérica dessas moléculas é utilizado como indicativo de dano na membrana muscular e em outras estruturas teciduais (Foschini1 D. et. al., 2007). Dentre essas moléculas, a CK é frequentemente descrita como melhor marcador indireto de dano ao tecido muscular, sobretudo após o exercício de força ou outros exercícios que exijam ações predominantemente excêntricas (Clarkson PM et. al., 2002); (Nosaka K et. al., 2002) e (Nosaka K et. al., 2005).

Portanto, avaliar o risco do aparecimento de lesões musculares através de marcadores bioquímicos de dano muscular, é uma forma criteriosa para se estabelecer as reais conseqüências da realização previa de exercícios de

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flexibilidade realizados antes de uma sessão de treinamento, no qual, poderão nos fornecer informações sobre possíveis lesões causadas ou não, pela utilização do método FNP. Outro ponto importante a ser investigado, é a existência de correlação entre os níveis de microlesão muscular e a performance esportiva do atleta após uma sessão de treinamento em intensidade elevada.

Por este motivo, este estudo visa verificar o efeito agudo do alongamento, do flexionamento por FNP e da performance nos níveis séricos de marcadores bioquímicos de microlesão do tecido muscular, avaliada através da análise dos marcadores CKtotal e LDH em adultos jovens.

1.2. Inserção na Ciência da Motricidade Humana

A Ciência da Motricidade Humana é entendida como uma interpretação científica acerca do valor do movimento de um ente do Ser do Homem nas perspectivas cultural, humanizada e de vida existencial (Beltrão et al., 2002). Por esse motivo, este estudo procura interpretar de forma científica a cultura do movimento do homem em uma perspectiva humanizada, utilizando de instrumentos investigativos para poder melhor compreender este ente do Ser do Homem, utilizando para isso a interpretação do movimento estudado. Os 16 entes estudados do sexo masculino, com idades compreendidas entre 14 a 18 anos, são atletas da Federação de Desportos Aquáticos do Acre, que treinam no clube AABB, situada na cidade de Rio Branco - Acre.

A carência de conhecimento a cerca do objeto de estudo, é um dos motivos relevantes para a investigação, pois no mundo da cultura o homem vive em

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estado permanente de carência, tentando absorver da realidade algo que satisfaça suas necessidades. Neste sentido a identificação das necessidades e carências de diferentes naturezas do Homem e o preenchimento positivo destas, com valor, torna-se peça fundamental para construção de sua presença e seu lugar na história (Beresford, 1999).

Partindo-se do pressuposto que o presente estudo suprirá tais carências, estará sendo agregado um valor, que segundo (Beresford 1999), é tudo aquilo que preenche positivamente uma carência, uma privação ou vacuidade de natureza metafísica, pois em termos de conhecimento humano, não há fatos e/ou fenômenos em si mesmos, mas sim o que o homem em estado de alguma carência consegue captar da realidade tentando suprir tal carência (Beltrão, Beresford e Macario, 2002).

É preciso enfatizar que a produção de ciência na Educação Física no Brasil vem crescendo nos últimos anos, pricipalmente estudos inseridos no contexto da motricidade humana e na interdisciplinaridade com a CMH, sendo que uma área nunca conseguirá abranger toda sua identidade, porque sempre haverá uma outra possibilidade. Destro dessa perpectiva, este estudo, pertencente à Àrea Temática de Parâmetros Biofísicos da Motricidade Humana, à Linha de Pesquisa Aspectos Ergogênicos, Fisiológicos e Bioquímicos do Treinamento das Qualidades Físicas.

1.3. PROBLEMATIZAÇÃO

A performance esportiva é uma qualidade inerente a poucos sujeitos, sendo que seu alto grau de desempenho depende de muitos fatores, passando

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principalmente pelo correto planejamento e prescrição do treinamento, sendo que, seu desempenho pode ser influenciado por diversos fatores, pois quando essas variáveis não são controladas podem proporcionar danos severos ao atleta.

Uma delas, a flexibilidade, qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão (Dantas, 2005, p. 57) é treinada através de vários métodos, objetivando, uma melhora na capacidade motora do homem, através do aperfeiçoamento motor, de uma melhor eficiência mecânica, expressividade e consciência corporal (Dantas, 2005, p. 77-83). Como a prática desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares especificamente envolvidos nos gestos desportivos, fica muito difícil, se não impossível, a performance de alto rendimento sem se dispor de um bom nível de flexibilidade nos segmentos musculares empenhados. Quanto mais alta for a exigência de performance, mais atenção deve ser dada à flexibilidade. Por esses motivos, treinar a flexibilidade é uma necessidade encontrada praticamente por todos os preparadores físicos, devido à extrema importância que esta qualidade física apresenta para os desportos (Achour, Jr. 2002).

No entanto, ainda não se está bem claro até que ponto, e em que momento, o treinamento da flexibilidade realizado antes de uma sessão de treinamento específica pode aumentar os níveis de biomarcadores musculares e se isso pode ser benéfico ou prejudicial ao atleta, pois diversos processos fisiológicos e mecânicos estão envolvidos no treinamento da flexibilidade, desde a

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utilização de exercícios de alongamento a exercícios de flexionamento. Herbert e Gabriel (2002), não encontraram evidências claras de que exercícios de flexibilidade realizados antes e após a prática do treinamento provocassem efeito protetor à dor muscular de início tardio e a reduções significativas no risco de lesões musculares.

Muitos são os métodos utilizados para se avaliar o desempenho e o risco de lesões durante o treinamento. Analisar biomarcadores sanguíneos têm se tornado uma prática regular, já que a atividade metabólica constitui em uma parte essencial dos processos adaptativos, incluindo a adaptação da atividade muscular. Portanto, diversas metodologias são aplicadas com o objetivo de avaliar e aprimorar as qualidades físicas dos atletas e assim atingir ou mantê-los com alto nível de desempenho.

Como o método a ser aplicado na realização de exercícios de flexibilidade, antes do treinamento aumentando ou não os danos na musculatura é um assunto importante para os profissionais da saúde que trabalham com a motricidade humana, ressalta-se o problema: treinar a flexibilidade antes de uma sessão de treinamento específica carreta danos maiores na musculatura do atleta?

1.4. IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS

As variáveis serão apresentadas nas formas independentes, dependentes e intervenientes.

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1.4.1. Variáveis independentes

A variável independente trata-se das sessões de treinamento, sendo elas: uma rotina de alongamento, uma rotina de flexionamento do tipo facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) e uma sessão de treinamento de natação. 1.4.2. Variáveis dependentes

- As variáveis dependentes tratam-se dos níveis de CKtotal, CKMB e LDH. 1.4.3. Variáveis intervenientes

- CKtotal, CKMB e LDH no indivíduo avaliado com níveis elevados no teste basal, níveis estabelecidos por padrões de normalidade clínico.

Para controle destas intervenientes o grupo amostral evitará a utilização de ergogênicos e fármacos, durante e um mês antes da prática do estudo e a utilização de exame laboratorial prévio para diagnóstico de possíveis distúrbios que possam influenciar os testes. Durante o experimento também será coletado amostras de GGT para controle da variável interveniente, níves de CK, provenientes de vias hepáticas.

1.5. OBJETIVOS DO ESTUDO 1.5.1. Objetivo geral

- Verificar o efeito agudo do alongamento, do flexionamento e do desempenho de nadadores em provas rápidas, nos níveis séricos de marcadores bioquímicos de microlesão do tecido muscular, avaliada através dos níveis plasmáticos das enzimas CKtotal, CKMB e LDH em atletas de natação.

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1.5.2. Objetivos específicos

- Verificar os níveis séricos dos marcadores bioquímicos CKtotal, CKMB, e LDH, após uma sessão de treinamento de natação precedida por uma rotina de alongamento.

- Mensurar os níveis séricos dos marcadores bioquímicos, CKtotal, CKMB, e LDH, após uma sessão de treinamento de natação precedida por uma rotina de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

- Correlacionar os níveis CKtotal, CKMB, LDH após uma sessão de treinamento de natação com o desempenho em atletas de natação.

1.6. HIPÓTESES

Ho1 - A investigação pressupõe que uma rotina de alongamento realizada antes de uma sessão de treinamento de natação com intensidade elevada, não contribui significativamente p>0,05, para o aumento das concentrações plasmáticas de CKtotal, CKMB e LDH.

Ho2 - A investigação pressupõe que uma rotina de flexionamento do tipo (FNP) realizada antes de uma sessão de treinamento de natação com intensidade elevada, não contribui significativamente p>0,05, para o aumento das concentrações plasmáticas de CKtotal, CKMB e LDH.

Ho3 - A investigação pressupõe que não existe correlação significativa p>0,05entre os níveis de CKtotal, CKMB e LDH, com os níveis de desempenho de atletas de natação.

Hs1 - A investigação pressupõe que uma rotina de alongamento, realizada antes de uma sessão de treinamento de natação com intensidade elevada,

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contribui significativamente p<0,05, para o aumenta das concentrações plasmáticas e CKtotal, CKMB e LDH.

Hs2 - A investigação pressupõe que uma rotina de flexionamento do tipo FNP, realizada antes de uma sessão de treinamento de natação com intensidade elevada, contribui significativamente p<0,05, para o aumento das concentrações plasmáticas e CKtotal, CKMB e LDH.

Hs3 - A investigação pressupõe que existe correlação significativa p<0,05, entre os nívies de CKtotal, CKMB e LDH, com os níveis de desempenho de atletas de natação.

Quadro 1: Estudos submetidos à publicação

Objetivo Título Periódico

Piloto

A Influência Aguda da Facilitação

Neuromuscular Proprioceptiva nos níveis de Microlesão Muscular de Atletas de Voleibol.

APUNTS, Medicina de L’esporte

Esp 1

Efeito agudo do alongamento nos níveis de marcadores de microlesão muscular em nadadores

Revista de Educação Física do Exercito

Esp 2

Efeito agudo da facilitação neuromuscular proprioceptiva, nos níveis de marcadores de dano muscular

Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano

Esp 3

Correlação entre o desempenho em provas rápidas de natação com os níveis de

marcadores de microlesão muscular

Fitness & Performance Journal

Geral

Efeito agudo do alongamento, da facilitação neuromuscular proprioceptiva (fnp), e da performance nos níveis de biomarcadores musculares em nadadores

British Journal of Sports Medicine

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CAPÍTULO II

2. REVISÃO DE LITERATURA

O presente estudo versará sobre os temas relacionados à investigação proposta, enfatizando os aspéctos relacionados, à flexibilidade e às reações que envolvem os marcadores bioquímicos estudados, para dar suporte teórico ao experimento realizado.

2.1. FLEXIBILIDADE

A Flexibilidade foi definida (Dantas, 2005, p. 57) como: “Qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão.”

Segundo o American College of Sports Medicine – (ACSM 2002), flexibilidade é a amplitude absoluta de movimento alcançável em uma articulação ou conjunto de articulações em um esforço momentâneo, com a ajuda de um parceiro ou equipamento.

Thacker et al. (2004) a classificam como uma propriedade intrínseca do tecido corporal que determina a amplitude de movimento alcançável por uma articulação ou grupos de articulações sem causar lesão.

Portanto, uma boa flexibilidade, dentro dos limites ideais, pode trazer grandes benefícios, tanto para atletas quanto para não atletas. Porém,

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diferentemente das outras qualidades físicas, para a flexibilidade geralmente o melhor não é chegar aos limites máximos, mas sim ao “nível ótimo”, isto é, apenas o necessário para o bom desempenho de um determinado movimento. 2.1.2. Métodos de Treinamento da Flexibilidade

Quando se estuda o treinamento da flexibilidade, verifica-se que existem dois resultados absolutamente distintos, dependendo do grau de amplitude utilizado máximo ou submáximo.

A lógica da diferenciação das formas de trabalho em função dos diferentes níveis de intensidade acarreta a necessidade de se estabelecer diferenças entre as formas máximas e submáximas de treinamento da flexibilidade. Assim, o trabalho submáximo será denominado de Alongamento e o máximo de Flexionamento. (Alter, 1997), indica que se pode trabalhar a flexibilidade (flexibility) de duas formas: stretching (alongamento) e overstretching (sobrealongamento).

É importante se enfatizar que o fator diferenciador entre o alongamento e o flexionamento é exclusivamente a intensidade e não a velocidade de execução ou a estrutura do aparelho locomotor que é prioritariamente afetada (Dantas, 2005 p.102)

Dentre os métodos utilizados com mais freqüência para se aumentar os níveis de amplitude articular destacam-se o passivo, o estático, o isométrico, o balístico e a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) (Feland e Marin, 2004), um dos métodos mais recomendados para o aumento da amplitude articular (Massara, et. al 1995); (Surburg, et. al. 1997).

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Este método utiliza-se da influência recíproca entre o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi de um músculo entre si e com os do músculo antagonista para obter maiores amplitudes de movimento (Dantas, 2005). A contração muscular ativa, que objetiva ocasionar inibição autogênica do músculo flexionado, e posterior relaxamento muscular reflexo, associado com uma ação passiva utilizada no método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Burke, et. al. 2000), muitas vezes é incluído antes da sessão de treinamento, sem a devida análise do real impacto que terá a musculatura envolvida nesta ação. 2.1.2. Flexibilidade, Performance e Lesão

Realizar exercícios de flexibilidade previamente a sessões de treinamento é uma prática realizada por muitos adeptos da prática de exercícios físicos e muitos atletas de diversas modalidades e nível de treinamento. Essa prática é estimulada por muitos técnicos e atletas por associarem esse tipo de intervenção à prevenção de lesões.

Herbert e Gabriel (2002), não encontraram evidências claras de que a realização de exercícios de flexibilidade realizados antes e após a prática do treinamento provocassem efeito protetor à dor muscular de início tardio e a reduções significativas no risco de lesões musculares. Weerapong, et al., (2004) sugerem que, a prática prévia de exercícios de flexibilidade pode melhorar o rendimento esportivo, além de ser um meio eficaz na prevenção de lesões. Thacker, et al., (2004) relata que não há evidências suficientes para afirmar ou negar que rotinas de alongamento (trabalhos sub-máximos) e flexionamento

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(trabalhos Máximos) realizadas antes ou depois do treinamento pode prevenir lesões de atletas competitivos ou recreativos.

Danos teciduais geralmente ocorrem como resultado de exercícios de contração excêntrica (Alter, 1999); (Brown, et al. 1999), onde o músculo alonga-se sob uma tensão maior do que aquela possível de ser desenvolvida durante outros tipos de contrações, distendendo os elementos dos tecidos conjuntivos relacionados aos tendões e às fibras musculares (Fox et al., 1991). Thacker et al., (2004); Feland e Marin, (2004) e Shirier, (2004) sugerem que a FNP, método utilizado para o aumento da amplitude articular pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver lesões. Portanto, exercícios para aumento da flexibilidade que implique em estiramento extremo das estruturas músculo-conjuntivas trazem consigo o risco de lesões (Dantas, 2005).

2.2. MARCADORES BIOQUÍMICOS, CREATINA QUINASE E LACTATO DESIDROGENASE

2.2.1. Metabolismo do CK

A fonte imediata de energia para a contração muscular é o composto de alta energia adenosina trifosfato – ATP (Wilmore e Costill 2001), (Maughan et. al. 2000).

As células heterotróficas obtêm energia livre, de natureza química, por meio do catabolismo de moléculas nutrientes, utilizando-a para sintetizar ATP a partir do ADP e Pi Lehninger (2005). A creatina quinase (CK) catalisa a reação, reversível, phosphocreatine (PCr) + o ADP + H+ <=> creatina (Cr) + ATP (Bruton,

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J. D. et. al. 2003). O sufixo quinase é um nome comum dado a todas as enzimas que catalisam a transferência do grupo fosfato terminal do ATP para um receptor qualquer, como por exemplo, a creatina quinase (Lehninger et al., 1995: 301).

A Creatina kinase (CK) encontra-se principalmente no músculo esquelético e cardíaco, está localizada no sarcolema e no espaço intermembranar mitocondrial (Ehlers et al., 2002). Um aumento na atividade sérica indica o grau de lesão celular. A reação da creatina quinase é de equilíbrio e, portanto, reversível. Isso ocorre após o exercício, quando a carga energética da célula encontra-se aumentada e há suficiente energia disponível para refosforilar a creatina (Maughan, et al., 2000: 51). De acordo com o estudo de (Gleeson 2002), alguns marcadores como o controle da atividade da enzima creatina quinase plasmática, é potencialmente útil, não somente como um marcador para impedir um overtraining, mas como uma forma de identificar o estado recente da deterioração muscular ou uma sobrecarga temporária.

A CK, está presente no corpo em 3 isômeros: no músculo esquelético, no músculo cardíaco e no tecido cerebral (Ehlers et al., 2002). Portanto, tem seus níveis sericos aumentados, quando apresenta alguma lesão muscular (Totsuka et al., 2002); (Clakson et al., 2006).

A concentração normal, em repouso, da CK para homens está entre 55 e 170 unidades por litro de sangue (Cade et al., 1991); (Ehlers et al., 2002).

2.2.2. Metabolismo da LDH

A Lactato Desidrogenase (LDH) é uma enzima que cataliza a redução do Piruvato formando o isômero L do ácido lático (lactato em pH 7). O equilíbrio

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global dessas reações favorece fortemente a formação de lactato, como fica evidenciado pela variação de energia livre padrão acentuadamente grande e negativa (Lehninger, 2005). A enzima lactato desidrogenase possui 5 isoformas dentro do organismo, que são ativadas de acordo com o centro precursor de sua atividade. As isoformas mais conhecidas e estudadas são a LDH 1 e 2 produzida pelo coração ou LDH cardíaca e, a LDH 4 e 5 liberada pelos músculos, ou LDH muscular. A enzima LDH faz parte de um complexo sistema metabólico conhecido como glicólise. Sob condições anaeróbicas, o NADH gerado pela glicólise não pode ser reoxidado pelo O2. O NAD+ precisa, portanto, ser regenerado através de outras reações, como a redução do piruvato a lactato. O destino de 2 moléculas de piruvato em condições anaeróbicas produz 2 moléculas de lactato, catalisada pela lactato desidrogenase. Como a redução de 2 moléculas de piruvato em 2 moléculas de lactato regenera 2 moléculas de NAD+, o processo global se equilibra e pode continuar indefinidamente. O lactato formado ainda pode ser reciclado, por exemplo, no fígado, onde é convertido glicose novamente através do Ciclo de Cori (gliconeogênese). Para a LDH encontramos um padrão de normalidade em níveis de repouso variando entre 110 a 210 u/L

Em um estudo com marcadores bioquímicos após uma ultramaratona, observou-se que imediatamente após a competição os níveis de LDH estavam significativamente mais altos, e assim permaneciam por até 2 dias após o evento. Esses altos níveis refletem a contínua liberação de enzimas dos músculos e do fígado, (WU et al., 2004).

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2.2.3. CK e LDH como Marcadores de Microlesão Muscular

Lesões musculares são comuns em todos os esportes e muitas vezes causadas por contusões, tensão ou laceração, que podem levar o atleta a permanecer meses em tratamento. Uma das formas mais comuns de lesão muscular, a laceração, é geralmente provocada por uma força tensiva excessiva que aplicada no músculo, leva a uma tensão elevada das miofibrilas podendo provocar ruptura próximo à junção músculotendínea (Jarvinen, et al., 2005).

Um dos métodos usados para diagnosticar este dano muscular é através do aumento da CK e da LDH (Cade et al., 1991); (Ehlers et al., 2002); (Ohkuwa et al., 1984); (Wu et al., 2004). A concentração plasmática de CK aumenta após atividades físicas, servindo como um marcador de lesões musculares (Clarkson et al., 2002).

Quando as células são lesadas estas liberaram enzimas na circulação e a elevação de enzimas e isoenzimas produzidas pelo miocárdio e o músculo esquelético, constituem um importante método auxiliar para diagnosticar determinados danos no organismo. A avaliação funcional de atletas inclui uma variedade de variáveis, sendo a creatine kinase (CK) e desydrogenase lactate (LDH) um indicador do grau de adaptação metabólica ao treinamento físico do músculos de esqueleto (Brancaccio, 2006).

Gleeson, (2002) afirma que uma forma prática de descobrir a deterioração muscular após o desempenho de atletas, ou durante o treinamento intenso, é a elevação de proteínas musculares no plasma sanguíneo, que pode ser conseqüência do aumento da atividade da LDH.

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Clarkson et. al. (2002) afirma que microlesões musculares induzidas pelo esforço físico, aparecem depois de exercícios que não são freqüentemente realizados ou quando envolvem um grande volume e uma alta intensidade no treinamento.

A Creatina Quinase (CK) encontra-se principalmente nos músculos, portanto tem seus níveis sericos aumentados, quando apresenta alguma lesão muscular (Totsuka, et al., 2002); (Clarkson, et al., 2006). A presença destas enzimas no sangue em níveis elevados pode ser utilizada como parâmetro bioquímico para a identificação de microlesões no tecido muscular causados por algum tipo de estresse físico, (Paschalis, et al., 2005).

Ehlers, e Thomas, (2002), em estudo sobre a concentração de CK em jogadores de Futebol Americano, avaliaram 12 indivíduos com idade de 20,9 ± 1,6 anos. Foi mensurada a alteração de CK durante 10 dias de treino com sessões duplas diárias (duas sessões de treino por dia) e os sujeitos chegaram a patamares de 5124.7 ± 5518.1 U/L, sendo os valores iniciais de 203,8 ± 67 U/L. Este valor inicial relativamente já elevado se justifica pelo fato de os sujeitos participarem de um programa de condicionamento físico antes mesmo da realização do estudo. E os valores extremamente elevados podem estar relacionados ao contato físico de alto impacto muscular durante o treinamento e os jogos praticados pelos atletas.

Cade et al. (1991) estudaram 40 membros da equipe de natação da Universidade da Florida usando CK e LDH como marcadores de lesão muscular, em um período de 6 meses de treinamento intensivo. No estudo foi verificado que

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os indivíduos chegaram a apresentar concentração média de CK de 500 ± 180 U/L.

No estudo realizado por Wu et al. (2001) foram diagnosticadas as mudanças hematológicas e bioquímicas de corredores antes e após uma competição de longa distância de ultra-maratona. Devido às características da prova os atletas chegaram a apresentar valores extremos de LDH de 1.420,50 ± 598,50 U/L após a corrida, tendo valores iniciais pré-corrida de 367,50 ± 105,60 u/L. Mesmo 9 dias após a competição ainda apresentavam concentração de LDH na faixa de 582,70 ± 207,90, destacando a intensidade da prova.

Fellmann, N. (1988) encontrou diferentes variações de CK e LDH em atletas corredores de longas distâncias comparadas com corredores de triathlon. A LDH dos corredores aumentou 04 vezes contra 1.5 vezes dos triatletas, e comparando o nível de CK, na corrida foi 10 vezes maior do que no triathlon, consideram essa diferença devido a própria característica traumática que a corrida impõe.

Em revisão realizada por Lapin, et. al. (2007), sobre as respostas metabólicas e hormonais ao treinamento físico, concluiu que o exercício físico resulta em inúmeras adaptações fisiológicas, bioquímicas e neurológicas no organismo. Contudo, quando praticado com o objetivo de obtenção de altos rendimentos, observa-se um aumento na concentração de metabólitos bioquímicos (íons de hidrogênio, amônia, creatinina, alteração do pH, entre outros), aumento na concentração de hormônios (cortisol, testosterona, glucagon, adrenalina, entre outros) e enzimas intramusculares (CPK, LDH, entre outras), e

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que o monitoramento destes parâmetros, associados a testes de capacidade física e avaliações nutricionais, certamente auxiliam na obtenção de melhores rendimentos com o menor desgaste do atleta e indivíduos praticantes regulares de exercício físico.

Adaptações fisiológicas associadas às atividades físicas dependem da intensidade e duração do esforço, portanto avaliação prévia do perfil bioquímico pode ser um instrumento importante para a análise de estudos ligados ao metabolismo do esforço, já que possibilita a identificação precoce de alterações que possam prejudicar os resultados, a performance física e a saúde de atletas submetidos a estresse (Silva, L. M. L. et. al 2005).

2.3. DESEMPENHO ATLÉTICO E LESÕES MUSCULARES

O treinamento desportivo procura otimizar a performance do atleta, e sua evolução está ligada à capacidade da utilização dos sistemas energéticos e à competência de tolerar as cargas altas de trabalho (Dantas, 2005).

Issurin (2001) afirma que muitos métodos são associados com as velocidades de treinamento usadas na natação como: o percentual máximo da velocidade individual em competição ou treino, o percentual de esforço máximo contra resistência da água, a concentração de ácido lático acumulado durante atividade, a qual corresponde às diferentes velocidades, bem como a experiência e o bom senso do técnico. Por tanto, quando se objetiva a performance é comum nadar a uma intensidade relativamente alta (80-100% do VO2 máx.), sendo o percentual de VO2 máx. um bom indicativo da capacidade aeróbica do nadador,

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que demonstra a condição do atleta em mantê-lo durante um período de tempo prolongado, sem acumular grandes quantidades de lactato. O lactato sanguíneo é o limitador da atividade muscular do nadador e pode ser usado como índice de adaptação deste ao treinamento, e segundo Powers & Howley (1997), o valor de concentração do lactato em 4 mmol/l é utilizado como um indicador do limiar anaeróbico, podendo em certos casos, especialmente nos fundistas, ser menor essa concentração. Conforme Gomes, et. al. (2003), o limiar anaeróbico representa o nível de esforço do exercício onde o lactato se acumula rapidamente devido a uma maior produção do que a capacidade de remoção do lactato do sangue. Afirmam ainda, que a lactacidemia é importante para a prescrição e avaliação do treinamento, pois pode ser um indicador do esforço metabólico melhorando o desempenho de atletas de natação.

O limiar anaeróbico significa realmente a velocidade na qual o metabolismo aeróbico e os mecanismos de remoção do lactato estão operando numa capacidade próxima do máximo. O treinamento de natação para competidores de velocidade de alto rendimento deve ser capaz de preparar o atleta com eficiência desenvolvendo suas capacidades e potencialidades, força, resistência muscular de curta duração (Bompa, 2002).

Pelo fato do atleta de alto rendimento estar sempre sendo exigido o seu máximo as lesões musculares decorrentes do treinamento são freqüentes, por esse motivo, todo cuidado deve ser tomado antes e depois das sessões de treinamento, sendo assim, a prevenção e acompanhamento do periódico do atleta, são ferramentas essenciais durante todo o processo de treinamento.

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As Lesões Desportivas (LD) são classificadas segundo dois critérios: i) aguda (LDA), caracterizada pela evolução imediata ou ii) crônica (LDC) decorrente de evolução cumulativa. Neste sentido, as LDA são ocorrências provenientes de acidentes e imprevistos, enquanto as LDC são geradas a partir da ação repetitiva de gestos desportivos (Gonçalves A. 1997).

O nível de aptidão física apresenta uma importante relação com as LD, especificamente ao investigar homens e mulheres em treinamento de combate das Forças Armadas nos EUA, identificou-se que: i) as mulheres apresentam risco de LD duas vezes maior do que os homens; ii) baixos níveis de aptidão física, independente do sexo, foram associados às LD; iii) os fumantes possuem chances aumentadas de se lesionarem e iv) foi observada a necessidade de realização de estudos adicionais para melhor entendimento da interação entre aptidão física e LD (Knapik et.al (2001).

Van Mechelem W. (1993) investigou a relação entre a lesão no músculo adutor com a força muscular e flexibilidade em jogadores de hockey no gelo, concluindo que o teste de flexibilidade (sentar-e-alcançar) pode ser utilizado para inferir a possibilidade de ocorrências de lesões no respectivo músculo.

Watson, AW (2001) reconhecendo existir importantes relações entre nível de aptidão física, particularmente das variáveis composição corporal, flexibilidade e força muscular, e a ocorrência LD, apontaram a urgência da realização de mais estudos para comprovar essas afirmações.

Domingues et. al. (2005) verificou a associação entre o nível de aptidão física (percentual de gordura corporal, flexibilidade e resistência muscular

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abdominal e dos membros superiores) e característica da modalidade (individual ou coletiva) com LD, em atletas de ambos os sexos, integrantes das equipes de representação da cidade de Sorocaba/SP, que disputaram os Jogos Regionais/2002 na cidade de Itatiba-SP. Conclui que os atletas independentemente do sexo, com gordura corporal elevada, baixa flexibilidade, resistência muscular de membros superiores reduzida e que praticam modalidades coletivas, apresentam risco aumentado de se lesionarem. Especificamente, sugere-se que a aptidão física seja efetivamente considerada nas estratégias de prevenção de LD.

Uma das formas de se avaliar o risco do aparecimento de lesões musculares é através de marcadores bioquímicos de dano muscular. Microlesões musculares induzidas pelo esforço físico aparecem depois de exercícios, particularmente quando envolvem um grande volume e uma alta intensidade no treinamento (Clarkson, et. al. 2002).

A Avaliação funcional de atletas incluindo a análise dos níveis enzimáticos de Creatine Kinase (CK) e a Lactato desidrogenase (LDH), pode indicar o grau de adaptação metabólica e nível de treinamento físico dos músculos esqueléticos. Ambas as enzimas são envolvidas no metabolismo do músculo, e a concentração delas no soro, normalmente é muito baixa, como resultado de desgaste fisiológico da célula (Brancaccio, et. al., 2006).

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24 CAPÍTULO III

3. METODOLOGIA

3.1. MODELO DO ESTUDO

O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa com delineamento do tipo quase experimental, pois neste tipo de delineamento as variáveis independentes, sessões de alongamento, flexionamento e treinamento de natação, serão manipuladas para observar o efeito sobre as variáveis dependentes, níveis de CKtotal, CKMB e LDH. Neste modelo será utilizado um ambiente real onde o grupo não poderá ser formado aleatoriamente, sendo necessário a elaboração de um grupo intencional, principalmente evitando os efeitos de possíveis interferências, sendo caracterizado pela utilização de um grupo, submetido aos exercícios físicos.

3.2. UNIVERSO, AMOSTRAGEM E AMOSTRA

3.2.1. Universo da amostra

O universo foi constituído de 100 (cem) atletas de natação, do gênero masculino, com idade de 14 a 18 anos.

3.2.2. Amostragem

Foi realizado um estudo por amostragem intencional, em praticantes de natação, selecionados pela faixa etária de idade cronológica, pertencente ao

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quadro de atletas da Federação Acreana de Natação. A amostra será definida de forma intencional, composta por atletas com melhores tempos em provas de 50, 100 e 200 metros em natação.

O critério de escolha dos sujeitos da pesquisa se justifica pela proposta do estudo que buscar entender como as variáveis dependentes estudadas se manifestam em atletas com essas características. Como critérios de exclusão, serão exclusos da pesquisa, os sujeitos que apresentem: histórico de lesão muscular, dano muscular promovido por injeção intramuscular, cirurgia recente ou ingestão de algum medicamento que interfira no resultado da pesquisa tais como: ampicilina, anfotericina B, Álcool e alguns anestésicos: aspirina, captropil, colchicina, clofibrato, dexametasona (decadron), furosemida (lasix), lovostatin, lítio, lidocaína, morfina proponol e succinilcolina, pois estes estão associados a níveis elevados de CK. E ainda, doenças hepáticas, distrofia muscular, anemias, ou consumo de drogas como: álcool, anestésicos, aspirina, clofibrato, fluorestos, mitrimicina, narcóticos e procainamida. Será realizado um exame inicial para detecção de possíveis debilidades ou patologias, pois estas podem estar associados a níveis elevados de CK, CKMB e LDH. Para controle dessas variáveis, será realizado uma avaliação física e exame laboratorial para detecção de possíveis debilidades ou doenças. Durante o experimento será coletada amostra de GGT para controle da variável interveniente, níves de CK provenientes de vias hepáticas. Os indivíduos, serão previamente esclarecidos sobre os propósitos da investigação e procedimentos aos quais seriam submetidos, assinarão um termo de consentimento livre e esclarecido e

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responderão o questionário de PAR-Q. A intervenção será realizada na piscina do clube AABB, por possuir profundidade, tamanho e raias adequadas ao procedimento experimental.

3.2.3. Amostra

A amostra para a investigação foi composta por N= 16 sujeitos, do sexo masculino, com idades entre 14 (quatorze) e 18 (dezoito) anos, divididos em três grupos GE1 (grupo experimental 1), GE2 (grupo experimental 2) e GC (Grupo controle). Em um primeiro momento, os dezesseis nadadores foram submetidos ao momento de controle, sendo caracterizados então como Grupo de Controle (GC), onde foram coletados amostras de sangue em repouso, durante 90 minutos os sujeitos não foram submetidos a nenhum esforço físico, esse tempo é o período proporcional a intervenção que os mesmos seriam submetidos no experimento, após esse intervalo foi coletado nova amostra de sangue. Em seguida os avaliados foram divididos aletoriamente em dois grupos: Grupo Experimental 1 (GE1) N= 08, e Grupo Experimental 2 (GE2) N= 08. O GE1 foi submetido a uma rotina de alongamento do tipo estático. O GE2 foi submetido a uma rotina de FNP, composta por 20 exercícios. Após as rotinas de alongamento e flexionamento foram coletadas novas amostras de sangue (Pós-teste 1). Em seguida os grupos foram submetidos a uma sessão de treinamento de natação, após a sessão de treinamento de natação foi coletada nova amostra de sangue (Pós-teste 2) para verificação das alterações nas variáveis dependentes estudadas.

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3.3.ÉTICA DA PESQUISA

O presente estudo atendeu as normas para a realização de pesquisa em seres humanos, resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996.

Todos os participantes do estudo assinarão o Termo de Participação Consentida (contendo: objetivo do estudo, procedimentos de avaliação, possíveis conseqüências, procedimentos de emergência, caráter de voluntariedade da participação do sujeito e isenção de responsabilidade por parte do avaliador, e por parte da Instituição que abrigou o tratamento experimental e da UCB). Além disso, foi elaborado um Termo de Informação à Instituição na qual se realizou a pesquisa, com os mesmos itens do termo de participação consentida.

O estudo teve o seu projeto de pesquisa submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal do Acre. Após sua aprovação pelo Comitê e pela banca de pré-qualificação, o projeto entrou em fase de execução, e, decorridas o procedimento de análise do resultado, foi concluído na sua parte experimental.

3.4. MATERIAIS E MÉTODOS

3.4.1. Instrumentos

Este ponto do estudo procurou-se descrever diferentes tipos de instrumentos, caracterizando-os pela: marca, modelo e país de fabricação, sendo descritos abaixo:

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3.4.2. Determinação dos níveis de CKtotal, CKMM, LDH e GGT

Para análise dos marcadores bioquímicos foram utilizados os seguintes equipamentos: Bioquímica: Aparelho Cobas Mira Plus, fabricado pela Roche USA.

3.5. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS 3.5.1. Procedimentos

Os dados foram coletados antes e após a aplicação dos exercícios, através de várias avaliações. O pré-teste constou de anamnese: questionário de Par-Q; teste de 50, 100 e 200 metros em nado Crawl e exame laboratorial (enzimáticos e imunoquímicos) para determinação dos níveis de CKtotal, CKMB, LDH e GGT. Após a intervenção, foi realizado o pós-teste que constou de exames laboratoriais (enzimáticos e imunoquímicos) para determinação das variações níveis de CKtotal, CKMB, LDH e GGT, respeitando o tempo de coleta em função da capacidade de ação com o meio.

3.5.2. Protocolos que foram utilizados

Todos os protocolos de testes que foram utilizados neste estudo respeitaram os critérios de autenticidade científica: validade, confiança e objetividade. De acordo com Fernandes Filho, (2003), a validade é o mais importante dos três critérios de autenticidade científica e assume um papel central nos processos de seleção e construção dos testes.

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3.5.3. Determinação dos tempos realizados nos teste de 50m, 100m e 200m. Para a determinação dos tempos que foram realizados nos tiros de 50m, 100m e 200m, foi utilizado o tempo atingido no campeonato (Copa Amazônica de Natação), ocorrido 07 (sete) dia antes do estudo experimental.

3.5.4. Determinação dos níveis de CKtotal, CKMB, AST e LDH

A coleta sanguínea (pré-teste) ocorreu antes da realização da primeira sessão de exercícios, na parte da manhã, em seguida foi realizado a intervenção e em seguida uma nova coleta sanguínea para análise das variações nos marcadores estudados (pós-teste).

A análise bioquímica para diagnóstico dos níveis de CKtotal CKMB, LDH e GGT, foi utilizado a determinação automatizada com o aparelho COBAS MIRA PLUS, fabricado pela ROCHE USA, através do método Enzimático, tendo como reagentes LABTEST, pelo laboratório de análises clínicas Santa Casa, que designou um profissional habilitado para realizar o procedimento da coleta sanguínea.

3.5.6. Intervenção

A rotina de alongamento.

Foi composta por 20 exercícios segundo a rotina de alongamento-estiramento passivo proposta por (Dantas, 2005), realizado através da manutenção de posturas de grande amplitude, sem extrapolar o limite máximo do movimento, durante um tempo de 04 (quatro) a 06 (seis) segundos. As regiões alongadas foram: Região Cervical: Flexão e extensão; Flexão direita e esquerda; Rotação;

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Circundução. Articulação do ombro: Adução do Braço na horizontal; Abdução superior; Extensão; Adução. Cotovelo: Extensão; Supinação-pronação. Punhos: Flexão; Extensão. Coluna: Flexão anterior uma perna sobre a outra; Extensão; Rotação; Flexão de 90˚. Coxofemoral: Flexão da coxa com a perna flexionada; Extensão da coxa com a perna flexionada; Abdução; Abdução.

A rotina de flexionamento (FNP)

O método utilizado foi Scientific Strentching for Sport – 3S, composta por 20 exercícios segundo a rotina de flexionamento FNP proposta por (Dantas, 2005). Cintura Escapular: Retração; protração; Rotação Inferior; Rotação Superior; Extensão do Braço. Membros superiores: Flexão do antebraço; Extensão da mão. Coluna: Flexão; Extensão. Coxofemoral: Flexão; Extensão; Abdução; Adução; Abdução-espacato. Joelho: Flexão. Combinado: Abdução das pernas, flexão e flexão lateral da coluna; Flexão do tronco sobre as coxas com as pernas flexionadas e pés unidos; Abdução da coxa. O método conciste de três etapas: 1º passo: mobilização do seguimento corporal até o seu limite de amplitude; 2º passo: realização de uma contração isométrica máxima durante 08 (oito) segundos; 3º passo: forçamento do movimento além do limite original, durante o relaxamento da musculatura do atleta após a contração.

Sessão de treinamento em Natação

O aquecimento na piscina foi composto de 100 m livre, 2x50 pernada crawl, 4x25 crawl com velocidade crescente e 100 medley, perfazendo um total de 400 metros e devendo durar cerca de 10 minutos. O descanso entre as séries foi de 10 a 20 segundos.

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A parte principal, cujo conteúdo visou atingir o objetivo proposto do treinamento, teve caráter físico. Esta última foi formada por quatro séries de repetições em 50, 100 e 200 metros nado crawl, perfazendo um total de 1400 metros. Esperava-se que os atletas nadassem a uma velocidade acima de 85, 90, 95 e 100% da sua melhor marca para a distância, o que caracterizaria o esforço máximo que o atleta pode suportar em treinamento. Essa intensidade foi calculada através do melhor tempo que cada atleta obteve nas respectivas provas, atingidas no campeonato realizado pelos atletas (Copa Amazônica de Natação), que ocorreu 07 (sete) dias antes do estudo experimental.

3.6. TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados foram organizados em tabelas e gráficos, para uma melhor visualização dos resultados, estando distribuídos em dados coletados previamente e posteriormente aos exercícios. Constam em seguida as variações dos resultados obtidos com análise estatística, dentro do critério de rejeição/aceitação no valor de alpha ≤ 0,05.

3.7. TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Os dados utilizados através da manipulação experimental foram estudados através de estatística descritiva e inferencial. Buscando-se por meios do instrumento descritivo demonstrar os valores de tendência central e de dispersão, enfatizando-se as médias e os desvios-padrão respectivos. Para efeitos ilustrativos estes valores foram representados em tabelas e gráficos

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correspondentes. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilks para se verificar a normalidade dos dados. Como foi satisfeita essa normalidade utilizou-se de teste paramétrico através da analise de multi-variância anova-one-way (teste f), buscando-se a identificação de possíveis significâncias diferenciais nas comparações. Utilizou-se o teste posterior (post-hoc) de Tukey, objetivando-se a identificação de interações decorridas das comparações. Para se verificar a correlação entre o desempenho e os níveis de CK e LDH, foi utilizado o teste de Correlação de Pearson. As hipóteses inerentes ao estudo em questão foram testadas dentro do critério de rejeição/aceitação no valor de alpha ≤ 0,05. Não serão inseridas nas análises dados que forem reconhecidas como espúris.

3.8. LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Como limitações do método utilizado no experimento, que não puderam ser controlados devido à questões financeiras foram:

- Falta de exames complementares para observar se as alterações bioquímicas eram influenciadas por outros agentes estressores e de má funcionabilidade do corpo.

- Controle da temperatura ambiente, pois os sujeitos realizaram os testes em piscina aberta e sem aquecimento.

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33 CAPÍTULO IV

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.

Neste capítulo os resultados serão apresentados e discutidos para que se possa entender o comportamento das variáveis estudadas.

A partir de agora serão mostrados e discutidos alguns biomarcadores sanguíneos que poderão elucidar a existência de influência do alongamento, do flexionamento e do desempenho de atletas em biomarcadores específicos do músculo esquelético CK e LDH.

Neste primeiro momento estão descritos os resultados relacionados à influência do alongamento e do flexionamento nos níveis dos biomarcadores CKtotal, CKMB, LDH e GGT.

As enzimas musculares são liberadas na circulação durante lesões das células musculares. Suas atividades têm sido úteis como biomarcadoras na fisiologia do exercício e na medicina esportiva para detecção de degradação muscular e sobrecarga de trabalho (TOTSUKA et al, 2002).

Na Tabela 1, estão descritos os resultados da análise descritiva obtidos pelo grupo controle e experimental.

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Tabela 1: Análise descritiva CK; CKMB; LDH e GGT, Pré e Pós intervenção.

ENZIMAS GRUPOS TESTES N Média Mediana Desvio

Padrão Erro Padrão CV CKtotal GC Pré teste 16 219.8 214.0 67.1 16.8 30.54% Pós-teste 16 219.7 212.0 68.0 17.0 30.94% GE1 Pré-teste 8 231.1 212.0 73.3 25.9 31.73% Pós-teste 1 8 227.4 216.0 74.9 26.5 33.92% Pós-teste 2 8 307.9 281.0 91.8 32.5 29.81% GE2 Pré-teste 8 208.3 196.5 65.0 23.0 31.20% Pós-teste 1 8 211.4 197.5 61.9 21.9 29.28% Pós-teste 2 8 340.9 354.0 97.0 34.3 28.45% CKMB GC Pré teste 16 24.2 24.5 4.9 1.2 20.15% Pós-teste 16 25.1 26.0 5.2 1.3 20.88% GE1 Pré-teste 8 26.8 26.5 5.4 1.9 20.06% Pós-teste 1 8 23.6 22.5 6.1 2.2 25.99% Pós-teste 2 8 30.8 29.5 5.8 2.0 18.70% GE2 Pré-teste 8 23.4 26.0 4.8 1.7 20.70% Pós-teste 1 8 22.0 22.0 3.7 1.3 16.66% Pós-teste 2 8 30.5 31.0 5.2 1.9 17.17% LDH GC Pré teste 16 292.1 291.0 29.3 7.3 10.02% Pós-teste 16 284.8 291.0 34.0 8.5 11.94% GE1 Pré-teste 8 287.9 291.0 33.2 11.7 11.52% Pós-teste 1 8 304.3 303.0 20.5 7.3 6.75% Pós-teste 2 8 339.4 339.0 31.9 11.3 9.39% GE2 Pré-teste 8 281.8 291.0 36.8 13.0 13.07% Pós-teste 1 8 294.0 291.0 37.7 13.3 12.83% Pós-teste 2 8 357.9 364.0 33.6 11.9 9.39% GGT GC Pré teste 16 20.5 18.0 9.7 2.4 47.16% Pós-teste 16 20.1 17.5 9.7 2.4 48.17% GE1 Pré-teste 8 18.9 19.0 4.6 1.6 24.60% Pós-teste 1 8 19.5 18.0 5.0 1.8 25.86% Pós-teste 2 8 19.0 18.5 3.1 1.1 16.40% GE2 Pré-teste 8 21.3 16.5 13.2 4.7 62.32% Pós-teste 1 8 21.1 18.0 13.5 4.8 63.83% Pós-teste 2 8 23.1 19.5 13.5 4.8 58.54%

Na tabela 2, estão descritos os resultados obtidos no teste de normalidade Shapiro-Wilk, utilizado para se verificar a homogeneidade da amostra.

(47)

Tabela 2. Teste de normalidade Shapiro-Wilk, Pré e Pós-teste, CK; CKMB; LDH e GGT.

ENZIMAS GRUPOS - TESTES Statistic Df Sig.

CKtotal GC - Pré teste 0.932 16 0.266 GC - Pós-teste 0.942 16 0.371 GE1- Pré-teste 0.928 8 0.498 GE1 - Pós-teste 1 0.926 8 0.483 GE1 - Pós-teste 2 0.912 8 0.369 GE2 - Pré-teste 0.917 8 0.403 GE2 - Pós-teste 1 0.911 8 0.363 GE2 - Pós-teste 2 0.899 8 0.284 CKMB GC - Pré teste 0.960 16 0.661 GC - Pós-teste 0.941 16 0.368 GE1- Pré-teste 0.937 8 0.583 GE1 - Pós-teste 1 0.891 8 0.237 GE1 - Pós-teste 2 0.941 8 0.620 GE2 - Pré-teste 0.808 8 0.035 GE2 - Pós-teste 1 0.921 8 0.441 GE2 - Pós-teste 2 0.947 8 0.677 LDH GC - Pré teste 0.964 16 0.742 GC - Pós-teste 0.850 16 0.014 GE1- Pré-teste 0.881 8 0.194 GE1 - Pós-teste 1 0.912 8 0.371 GE1 - Pós-teste 2 0.966 8 0.869 GE2 - Pré-teste 0.871 8 0.156 GE2 - Pós-teste 1 0.952 8 0.735 GE2 - Pós-teste 2 0.856 8 0.109 GGT GC - Pré teste 0.740 16 0.000 GC - Pós-teste 0.770 16 0.001 GE1- Pré-teste 0.976 8 0.943 GE1 - Pós-teste 1 0.937 8 0.578 GE1 - Pós-teste 2 0.883 8 0.202 GE2 - Pré-teste 0.782 8 0.018 GE2 - Pós-teste 1 0.764 8 0.012 GE2 - Pós-teste 2 0.825 8 0.053

O teste de Shapiro-Wilk demonstrou que as variâncias se comportam de forma homogênea. Esse resultado permite o uso da ONE-WAY ANOVA, para se verificar possíveis diferenças entres os testes e os grupos. Na tabela 3 estão descritos os resultados da ONE-WAY ANOVA.

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Tabela 3. Teste Oneway Anova, Pré e Pós intervenção, CK; CKMB; LDH e GGT

ENZIMA Soma dos

Quadrados Df

Média dos

Quadrados f Sig.

CKtotal Entre Grupos 147881.638 7 21125.948 3.851 0.001* Intra Grupos 394989.750 72 5485.969 CKMB Entre Grupos 625.675 7 89.382 3.362 0.004* Intra Grupos 1914.125 72 26.585 LDH Entre Grupos 47885.987 7 6840.855 6.540 0.0001* Intra Grupos 75312.000 72 1046.000 GGT Entre Grupos 112.138 7 16.020 .165 0.991 Intra Grupos 6983.063 72 96.987

* O nível mínimo de significância estabelecido foi de α = 0,05.

A ANOVA não é capaz de discriminar, qual ou quais Grupos, ou teste se diferem significativamente, portanto, optou-se pelo teste de acompanhamento de Tukey, Tabela 04.

Tabela 4. Teste de Tukey, CK; CKMB; LDH e GGT

ENZIMAS (I) Grupos (J) Grupos Diferença entre

as médias (I-J)

Erro

padrão Sig.

CKtotal GC Pré- teste GC Pós- teste 0.1250 26.18675 1.000

GE1 Pré-teste GE1 Pós-teste 1 3.7500 37.03366 1.000 GE1 Pós-teste 2 -76.7500 37.03366 0.442 GE2 Pré-teste GE2 Pós-teste 1 -3.1250 37.03366 1.000 GE2 Pós-teste 2 -132.6250 37.03366 0.014*

CKMB GC Pré- teste GC Pós- teste -0.8750 1.82295 1.000

GE1 Pré-teste GE1 Pós-teste 1 3.1250 2.57804 0.926 GE1 Pós-teste 2 -4.0000 2.57804 0.777 GE2 Pré-teste GE2 Pós-teste 1 1.3750 2.57804 0.999 GE2 Pós-teste 2 -7.1250 2.57804 0.121 LDH GC Pré- teste GC Pós- teste 7.2500 11.43460 0.998 GE1 Pré-teste GE1 Pós-teste 1 -16.3750 16.17096 0.971 GE1 Pós-teste 2 -51.5000 16.17096 0.042* GE2 Pré-teste GE2 Pós-teste 1 -12.2500 16.17096 0.995 GE2 Pós-teste 2 -76.1250 16.17096 0.0001* GGT GC Pré- teste GC Pós- teste .4375 3.48186 1.000

GE1 Pré-teste GE1 Pós-teste 1 -.6250 4.92410 1.000 GE1 Pós-teste 2 -.1250 4.92410 1.000 GE2 Pré-teste GE2 Pós-teste 1 .1250 4.92410 1.000 GE2 Pós-teste 2 -1.8750 4.92410 1.000 * O nível mínimo de significância estabelecido foi de α = 0,05.

Nenhuma diferença foi encontrada no grupo controle após intervenção. Na atividade das enzimas CKtotal e LDH verificou-se um aumento, significativo (p=0,014) e (p= 0,0001) no pós-teste 2 do grupo experimental GE2, tabela 4.

Referências

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