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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO

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Relatório

Externato Cinderela (Amadora)

Área Territorial de Inspeção do Sul

Processo NUP 10.03.24/00109/EMS/19

O

RGANIZAÇÃO E

F

UNCIONAMENTO DOS

E

STABELECIMENTOS DE

E

NSINO

P

ARTICULAR E

C

OOPERATIVO

(2)

I.

E

NQUADRAMENTO

1. Preâmbulo

A atividade Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (OFEEPC) integra o plano de atividades da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, visando:

• Promover uma escola que se mobiliza e organiza para proporcionar uma educação inclusiva,

para todos e cada um, tendo como referencial da sua ação educativa o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória;

• Assegurar o cumprimento do dever de transparência1.

• Verificar a existência das estruturas de gestão pedagógica.

• Confirmar o cumprimento das matrizes curriculares.

• Apreciar a fiabilidade dos registos de avaliação e de certificação.

• Analisar a organização dos procedimentos administrativos.

• Verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis ao nível:

• dos recursos humanos;

• dos recursos materiais;

• dos procedimentos de segurança.

• Verificar a correção dos procedimentos de execução dos contratos de apoio à família.

De acordo com a metodologia desta atividade, em resultado de cada intervenção é elaborado um projeto de relatório, o qual é remetido ao estabelecimento de educação e ou ensino intervencionado, para pronúncia no prazo de 10 dias, podendo, neste período, ser demonstrada a correção de eventuais desconformidades. Esta pronúncia é refletida no documento, que então se converte em relatório, o qual é homologado e remetido à escola.

Se o relatório identificar eventuais incumprimentos em matérias que não são da competência da IGEC, o documento homologado é igualmente remetido à(s) entidade(s) competente(s) nessa(s) matéria(s).

Após a receção, pela escola, do relatório homologado, decorre um período de 60 dias para implementação das medidas necessárias ao cumprimento das recomendações nele incluídas, devendo a escola comunicar à IGEC as diligências efetuadas nesse sentido, apresentando os correspondentes comprovativos.

Findo este prazo, a IGEC verifica o cumprimento das supramencionadas recomendações (intervenção sequencial) e, caso persistam situações não corrigidas, comunica esse facto à tutela, ou aos serviços da administração educativa competentes.

1 Artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de

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2. Introdução

A presente intervenção foi determinada por despacho de 19 de setembro de 2019 da chefe da Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul, e foi executada pela equipa de inspeção constituída pelos inspetores João Henriques e Teresa Jesus entre os dias 8 e 14 de outubro de 2019.

Ao longo das três etapas da intervenção (preparação, trabalho de campo e elaboração do relatório) foram consultados documentos diversos da escola (alvará e respetivos averbamentos, projeto educativo, regulamento interno, documentos de planificação e operacionalização do currículo, processos individuais das crianças e dos alunos, processos individuais dos docentes, listas e horários dos grupos e das turmas, medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios, licenças e relatórios das inspeções de segurança, livros de manutenção, documentação relativa a contratos e apoio à família), foram realizadas entrevistas com docentes, alunos, um representante dos pais e encarregados de educação e o responsável pela segurança, e foi realizada uma visita às instalações.

A equipa regista a atitude de mobilização dos responsáveis e professores do Externato com quem interagiu no decurso da intervenção.

3. Audiência prévia

Em 22 de novembro de 2019 o presidente da direção pedagógica exerceu o direito de audiência prévia, através de mensagem de correio eletrónico (NID E/17184/EMS/19).

II.

R

ELATÓRIO

1. Identificação e caracterização da escola

Autorização de funcionamento:

Alvará n.º 1959, emitido em 10 de fevereiro de 1971, pela Inspeção Superior do Ensino Particular Designação:

Externato Cinderela (neste documento também designado por Externato) Endereço:

▪ Edifício onde funcionam as valências de educação pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico – Rua Dr. Quirino Rosa, n.º 5 e n.º 7, 2720-208 Amadora

▪ Edifício onde funciona a valência de 2.º ciclo do ensino básico – Avenida Manuel Alpedrinha, n.º 34, 2720-355 Amadora

Entidade titular:

(4)

Oferta educativa:

Educação pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico Direção pedagógica:

À data da intervenção no Externato a direção pedagógica averbada no alvará é constituída por Cidália Maria Godinho Subtil de Carvalho e André Vasco Monteiro Pinto, não estando especificado quem é o presidente deste órgão.

*

Em sede de audiência prévia foi apresentado o ofício 67504/2019/DSRLVT-EMAG-UIEE-VT, de 11-11-2019, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, que identifica André Vasco Monteiro Pinto como presidente da direção pedagógica e informa que o respetivo aditamento ao alvará será posteriormente remetido ao Externato pela Direção-Geral da Administração Escolar.

* Lotação e frequência:

A comunidade escolar é constituída por 63 crianças da educação pré-escolar (EPE), 85 alunos do 1.º ciclo do ensino básico (1.º CEB) e 23 do 2.º ciclo (2.º CEB), respeitando a lotação definida na autorização de funcionamento: EPE – 70; 1.º CEB – 96; e 2.º CEB - 47.

Os três grupos da educação pré-escolar, que são constituídos por crianças com idades compreendidas entre os três anos e a idade de ingresso no ensino básico, respeitam o limite máximo por sala de atividade legalmente definido.

Contratos celebrados com o Estado2:

O Externato tem vindo a celebrar contratos de apoio à família, de desenvolvimento e simples, estando encerrados os relativos ao ano letivo 2018-2019.

Transparência:

Na página da internet do Externato (www.externatocinderela.pt) é divulgada a sua oferta educativa, não constando aí, todavia, informação rigorosa e suficiente acerca dos seguintes aspetos: autorização de funcionamento, projeto educativo e regulamento interno, órgãos de direção, corpo docente, direitos e deveres dos alunos, incluindo as mensalidades e demais encargos devidos. Não é elaborada e entregue aos encarregados de educação a tabela de preços completa dos serviços obrigatórios e facultativos.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica declarou:

O Externato encontra-se a selecionar um novo servidor e ou empresa, capaz de nos dar capacidade para conforme este ponto, nos termos do n.º 2 do artigo 39.º, permitir que o sítio de internet do Externato possa colocar como divulgação pública os vários elementos em falta, identificados pelo relatório de inspeção.

Esta matéria será objeto de confirmação em sede de intervenção sequencial. *

Livro de reclamações:

O Externato dispõe de livro de reclamações, sendo publicitada a sua existência através de letreiro

2 Título I, Capítulo II, Secção III do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º

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que identifica a entidade competente para apreciar as reclamações e a respetiva morada. O livro mantém o triplicado da única reclamação aí registada, que foi atempadamente remetida à Inspeção-Geral da Educação e Ciência para análise.

Outros aspetos relevantes:

O Externato oferece, também, a valência de creche com o alvará n.º 2/2005, emitido em 19 de abril de 2005, pelo Instituto da Segurança Social, I.P.

2. Documentos estruturantes

O Externato formalizou o seu projeto educativo, documento que define a missão, visão, valores e objetivos. Porém, este não consagra as opções estruturantes de natureza curricular, nos termos do n.º 5 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica remeteu uma nova versão do projeto educativo do Externato, no qual estão consagradas as opções estruturantes de natureza curricular, incluindo as matrizes curriculares aplicadas.

*

As estratégias de concretização e de desenvolvimento do currículo estão previstas no “plano de atividades para o desenvolvimento do currículo” e nos “planos” de grupo e de turma. Estes documentos não espelham uma contextualização do currículo nem refletem os princípios orientadores da educação inclusiva. Registam, contudo, as opções relativas ao planeamento, à realização e à avaliação do ensino e das aprendizagens, ainda que este último aspeto deva merecer uma reflexão aprofundada sobre as suas dimensões formativa e reguladora do processo de ensino e de aprendizagem.

Os documentos curriculares das disciplinas criadas pelo Externato no âmbito de oferta complementar (1.º e 2.º anos – inglês e 3.º e 4.º anos - tecnologias da informação e comunicação) foram aprovados pelo conselho pedagógico.

As estratégias de concretização do currículo, na educação pré-escolar, respeitam as orientações curriculares homologadas pelo Despacho n.º 9180/2016, de 19 de julho.

A estratégia de educação para a cidadania aprovada pelo Externato incorpora os domínios a desenvolver, conforme o anexo VIII da Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto. Todavia, não refere os projetos a realizar pelos alunos que concretizam, na comunidade, as aprendizagens a desenvolver, nem as parcerias a estabelecer com entidades da comunidade, numa perspetiva de trabalho em rede, com vista à concretização dos projetos. A avaliação da estratégia de educação para a cidadania do Externato não está definida no documento.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica informou que:

Ficou definido no último Conselho Pedagógico, pelos seus intervenientes, por forma a responder aos pontos 6.1 e 6.2 do relatório de inspeção, três áreas de intervenção a abordar, para a criação de parcerias e projetos, sendo elas, a Área da sustentabilidade, o apoio à comunidade idosa da nossa freguesia, estabelecendo um plano de apoio e intervenção, com os lares que se encontram nas proximidades do nosso

(6)

Externato, e o apoio, às forças de segurança e prevenção existentes, no âmbito das causas de solidariedade. Assim, ficou também definido e aguardamos que os alunos se manifestem através de questionário aplicado em sala de aula, para que os mesmos participem na tomada de decisão e escolha dos projetos.

Esta matéria será objeto de confirmação em sede de intervenção sequencial. *

As opções curriculares do Externato, como é o caso das decisões tomadas no âmbito da gestão da carga horária, foram comunicadas aos encarregados de educação no início do ano letivo.

O regulamento interno reflete os direitos e os deveres da comunidade escolar, bem como o regime disciplinar dos alunos. Todavia, não define quais os serviços de utilização obrigatória e de utilização facultativa, nem as normas e condições a observar nessa utilização.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica remeteu a nova versão do regulamento interno que contempla a definição clara dos serviços de utilização obrigatória e de utilização facultativa.

*

3. Organização do currículo

Na educação pré-escolar a organização curricular apresentada evidencia a oferta de 25 horas semanais de atividades educativas planeadas, realizadas e avaliadas pela educadora de infância. As matrizes aprovadas para os 1.º e 2.º anos de escolaridade foram elaboradas nos termos do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro, garantindo a existência de todas as disciplinas inscritas nas matrizes curriculares-base e superando o total anual por ano de escolaridade (1650 minutos). Contudo, os totais anuais por componente do currículo, a saber: a componente do currículo de educação artística e educação física (240 minutos/semana) e a componente de apoio ao estudo e de oferta complementar (120 minutos/semana), são inferiores aos estipulados nas matrizes curriculares-base, 300 e 180 minutos, respetivamente.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica remeteu a versão alterada do projeto educativo e a matriz curricular aprovada pelo conselho pedagógico para o 1.º CEB. Estes documentos mostram que as matrizes curriculares aprovadas pelo Externato para os 1.º e 2.º anos respeitam os totais anuais das componentes do currículo de educação artística e educação física (300 minutos/semana) e de apoio ao estudo e oferta complementar (180 minutos/semana) previstos na matriz curricular-base.

Porém, mostram também que apelidam a componente de educação artística de “expressões artísticas”, o que não coincide com a terminologia constante da matriz curricular-base.

*

As matrizes aprovadas para os 3.º e 4.º anos de escolaridade foram elaboradas nos termos do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, alterado pelos decretos-leis n.º 91/2013, de 10 de julho, n.º 176/2014, de 12 de dezembro, e n.º 17/2016, de 4 de abril. Essas matrizes apresentam cargas curriculares semanais que superam os totais anuais definidos na matriz curricular nacional para

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cada ano (1650 minutos) e para as disciplinas de português (3.º ano – 510 minutos; 4.º ano – 450 minutos) e de matemática (480 minutos). No entanto, não integram a disciplina de apoio ao estudo.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica remeteu a versão alterada do projeto educativo e as matrizes curriculares aprovadas pelo conselho pedagógico para o 1.º CEB. Estes documentos mostram que as matrizes curriculares aprovadas pelo Externato para os 3.º e 4.º anos de escolaridade passaram a contemplar a componente de apoio ao estudo, no entanto, com uma duração de 60 minutos/semana, tempo inferior ao estipulado na matriz curricular nacional (90 minutos/semana). De igual modo, apelidam a componente de expressões artísticas e físico-motoras de “expressões artísticas”, o que não coincide com a matriz curricular nacional.

*

As matrizes curriculares para os 5.º e 6.º anos de escolaridade, elaboradas nos termos do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, e da Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto, integram todas as disciplinas inscritas na matriz curricular-base e respeitam o cumprimento dos totais anuais por componente do currículo e por ano de escolaridade.

4. Avaliação

O conselho pedagógico definiu e aprovou os critérios de avaliação para todos os níveis de educação e ensino, os quais constam do “plano de atividades para o desenvolvimento do currículo”, tendo sido divulgados a professores, alunos e encarregados de educação.

Na educação pré-escolar são elaborados documentos que sustentam a avaliação das aprendizagens e dos progressos das crianças, de acordo com as orientações curriculares para este nível de educação.

No ensino básico os registos de avaliação são formalizados em suporte de papel. No 1.º CEB, a informação resultante da avaliação sumativa materializa-se na atribuição de uma menção qualitativa de Muito Bom, Bom, Suficiente e Insuficiente, em cada disciplina, que, contudo, não é acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução das aprendizagens.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica remeteu dois exemplares de fichas de registo de avaliação sumativa por período letivo, havendo espaço para a realização de uma apreciação descritiva sobre a evolução das aprendizagens feitas pelo aluno, com a inclusão de áreas a melhorar ou a consolidar. Todavia, as menções qualitativas nelas referenciadas são Muito Bom, Bom, Suficiente, Insuficiente e Fraco, excedendo este último nível o determinado no n.º 1 do artigo 13.º do Despacho Normativo n.º 1-F/2016, de 5 de abril, e no n.º 1 do artigo 23.º da Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto (aplicáveis de acordo com os prazos de produção de efeitos previstos no artigo 51.º desta portaria).

*

No 2.º CEB, as classificações são publicadas e expressas numa escala de 1 a 5 em todas as disciplinas.

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5. Organização dos serviços administrativos

O Externato dispõe de serviços administrativos adequados e organizados.

Os processos individuais das crianças e dos alunos analisados (20), escolhidos de modo aleatório (seis da educação pré-escolar, oito do 1.º CEB e seis do 2.º CEB), estão organizados e atualizados e integram elementos fundamentais de identificação das crianças e ou dos alunos, registos biográficos e fichas de registo de avaliação. Estes processos acompanham a transição das crianças e dos alunos quando ocorre mudança de escola.

As crianças e alunos estão abrangidos por um seguro escolar.

Os processos individuais dos docentes (amostra constituída por quatro, neles incluídos os relativos aos elementos da direção pedagógica e à professora de inglês do 1.º CEB) estão organizados e incluem elementos fundamentais de identificação do docente, comprovativos de habilitações profissionais e académicas e comprovativos de robustez física e perfil psíquico.

A disciplina de inglês dos 3.º e 4.º anos de escolaridade é lecionada por docente com licenciatura em Filologia Germânica (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 28-07-1980), mas que não detém habilitação profissional para a docência, contrariando o disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14 de maio, retificado pela Declaração de Retificação n.º 32/2014, de 27 de junho, e alterado pelos decretos-leis n.º 176/2014, de 12 de dezembro, e n.º 16/2018, de 7 de março.

*

Em sede de audiência prévia, o presidente da direção pedagógica apresentou cópia de requerimento dirigido pela docente ao Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares em 10-08-2015.

Contudo, este documento apresenta referências contraditórias, na medida em que a docente declara ser titular de qualificação profissional para a docência no grupo de recrutamento 120, mas requer a emissão de declaração da experiência de Ensino de Inglês no 1.º Ciclo do Ensino Básico, prestado em Estabelecimentos de Ensino Particulares e Cooperativos (…) para efeitos de pedido de certificação da qualificação profissional para o grupo de recrutamento 120 – inglês do 1.º Ciclo do Ensino Básico.

Por outro lado, não foi apresentado o certificado de habilitação profissional para a docência que terá sido enviado à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares anexo ao requerimento, nem a resposta eventualmente recebida desta entidade.

Assim, esta matéria será apreciada em sede de verificação sequencial. *

O Externato aplica mecanismos de controlo da assiduidade e efetua registos mensais do serviço prestado pelos docentes.

A entidade titular do Externato pediu a todos os trabalhadores os respetivos certificados de registo criminal, que estão isentos dos registos mencionados nas alíneas a), b) e c) do n.º 4 do artigo 2.º da Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto.

(9)

6. Instalações e equipamentos educativos

O Externato apresentou à Autoridade Nacional de Proteção Civil as medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios (imóveis sitos na rua Dr. Quirino Rosa, n.º 5 e 7 e na Avenida Manuel Alpedrinha, n.º 34, ambos na Reboleira – Amadora), as quais mereceram pareceres favoráveis, conforme ofícios de 18 e 19 de dezembro de 2012. Tratando-se de edifícios da 2.º categoria de risco de incêndio, deveriam ter sido submetidos a inspeções regulares obrigatórias de cinco em cinco anos, o que ainda não aconteceu, pelo que não foi dado cumprimento ao artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, alterado e republicado pela Lei n.º 123/2019, de 18 de outubro.

*

Em sede de audiência prévia o presidente da direção pedagógica informou, anexando documento comprovativo, que requereu à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em 9 de novembro de 2019, a inspeção regular obrigatória.

*

Os certificados comprovativos da realização de vistorias ou inspeções às instalações de gás e aos extintores de incêndio encontram-se atualizados. Nos pontos de manuseamento de alimentos (cozinha e refeitório) está salvaguardada a aplicação dos princípios da análise dos perigos e do controlo dos pontos críticos (HACCP).

O Externato instituiu os livros de manutenção dos equipamentos desportivos e de jogo e de recreio, este último no decurso da presente intervenção, e dispõe de documento comprovativo do cumprimento das condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada.

Os diferentes espaços (salas de atividades/aulas, laboratório de ciências e sala de educação visual e tecnológica, instalações para educação física e desposto, biblioteca/centro de recursos e espaços exteriores) são adequados no que respeita à organização e ao apetrechamento.

7. Contratos de apoio à família

O contrato de apoio à família de desenvolvimento, relativo ao ano de 2018-2019, abrangeu 17 crianças, o que correspondeu a uma comparticipação global do Estado de 12 144,92 €. Já o contrato simples, relativo ao mesmo ano, abrangeu 29 alunos dos 1.º e 2.º CEB, a que correspondeu uma comparticipação de 21 768,47 €.

Os valores das anuidades declarados nos mapas resumo (anexo II) dos processos de candidatura aos contratos de apoio à família – desenvolvimento e simples – não estão calculados de acordo com o ponto 5.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro, dado que na fórmula de cálculo foram considerados 11 meses e não 10, como determinado nas orientações dadas pela Direção-Geral da Administração Escola.

Da análise dos processos relativos aos contratos antes referidos (17 de desenvolvimento e 20 simples) constatou-se que o valor da comparticipação do Estado foi integralmente entregue às famílias beneficiárias desses contratos.

(10)

III.

R

ECOMENDAÇÕES

1. Proceder à designação do presidente da direção pedagógica, nos termos do n.º 1 do artigo

32.º e do n.º 6 do artigo 40.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

2. Requerer o averbamento, na autorização de funcionamento, da identificação do diretor

pedagógico ou do presidente da direção pedagógica em exercício, no respeito pelo disposto no n.º 1 do artigo 32.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

3. Promover a divulgação pública de informação rigorosa e suficiente, nos termos do n.º 2 do

artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro, sobre:

3.1. Autorização de funcionamento (alínea a)).

3.2. Projeto educativo e regulamento interno (alínea b)).

3.3. Órgãos de direção da escola (alínea d)).

3.4. Corpo docente (alínea e)).

3.5. Direitos e deveres dos alunos, incluindo as mensalidades e demais encargos devidos (alínea f)).

4. Incluir no projeto educativo as opções estruturantes de natureza curricular, nos termos do n.º

5 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

5. Incluir, no projeto educativo e ou em outros instrumentos de planeamento curricular

elaborados pela escola, as matrizes curriculares que correspondem à sua apropriação contextualizada do currículo, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

6. Reformular a estratégia de educação para a cidadania do Externato, definindo, no respeito

pelo n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro:

6.1. Os projetos a desenvolver pelos alunos que concretizam na comunidade as aprendizagens a desenvolver;

6.2. As parcerias a estabelecer com entidades da comunidade numa perspetiva de trabalho em rede, com vista à concretização dos projetos;

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6.3. A avaliação da estratégia de educação para cidadania do Externato.

7. Incluir no regulamento interno a definição clara dos serviços de utilização obrigatória e dos

serviços de utilização facultativa, nos termos do ponto 4.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

8. Incluir no regulamento interno a definição clara das normas e condições a observar na

utilização dos serviços obrigatórios e dos serviços facultativos, nos termos do ponto 4.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

9. Proceder à reformulação dos documentos orientadores da escola de modo a incluir as linhas

de atuação para a criação de uma cultura de escola inclusiva, nos termos dos artigos 3.º e 5.º do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.

10. Reformular as opções estruturantes de natureza curricular relativas ao 1.º ciclo do ensino

básico feitas pelos órgãos do Externato - de acordo com o calendário de produção de efeitos estabelecido no artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro - de modo a dar cumprimento à matriz legalmente aprovada, nomeadamente:

10.1. Nos anos aos quais se aplicam as matrizes aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, retificado pela Declaração de Retificação n.º 29-A/2018, de 4 de setembro, assegurando o cumprimento do tempo semanal das componentes de currículo de educação física e educação artística e de apoio ao estudo e oferta complementar. Recomendação cumprida conforme documentos apresentados em sede de audiência prévia.

10.2. Nos anos aos quais se aplicam as matrizes aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, alterado pelos decretos-leis n.º 91/2013, de 10 de julho, n.º 176/2014, de 12 de dezembro, e n.º 17/2016, de 4 de abril, assegurando:

10.2.1. A existência de todas as disciplinas e componentes de currículo;

Recomendação cumprida conforme documentos apresentados em sede de audiência prévia.

10.2.2. O cumprimento do respetivo tempo semanal.

11. Complementar a informação qualitativa resultante da avaliação sumativa no 1.º ciclo do

ensino básico com uma apreciação descritiva sobre as aprendizagens dos alunos, nos termos do n.º 1 do artigo 13.º do Despacho Normativo n.º 1-F/2016, de 5 de abril, e do n.º 1 do artigo 23.º da Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto, de acordo com os prazos de produção de efeitos previstos no artigo 51.º desta portaria.

Recomendação cumprida conforme alegações e documentos apresentados em sede de audiência prévia.

12. Regularizar a situação relativa à existência de docente sem habilitações profissionais para a

docência da disciplina de inglês nos 3.º e 4.º anos de escolaridade, em cumprimento do disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14 de maio, retificado pela Declaração de Retificação n.º 32/2014, de 27 de junho, e alterado pelos decretos-leis n.º 176/2014, de

(12)

12 de dezembro, e n.º 16/2018, de 7 de março, e no artigo 45.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.

IV.

P

ROPOSTAS

Propõe-se que:

1. O relatório seja homologado, nos termos do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 276/2007,

de 31 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de fevereiro, e pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro.

2. O relatório homologado seja remetido:

2.1. Ao Externato Cinderela, para conhecimento e cumprimento das recomendações apresentadas no capítulo III deste relatório.

2.2. Proposta removida no seguimento dos documentos e alegações apresentados em sede

de audiência prévia.

3. Seja dado conhecimento à Direção-Geral da Administração Escolar, para os devidos efeitos,

do exposto no 2.º parágrafo da secção II.7 supra.

Local: Lisboa 10-01-2020 A equipa: João Henriques Teresa de Jesus

V.

H

OMOLOGAÇÃO

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área

Territorial de Inspeção do Sul

Filomena Nunes Aldeias

10-01-2020

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Ministro da Educação – nos termos do Despacho n.º 3407/2020, de 19 de fevereiro, publicado

no Diário da República, 2.ª série, n.º 55, de 18 de março de 2020

Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Assinado de forma digital por Luís Alberto Santos Nunes Capela

Referências

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