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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina. Curso de Graduação Disciplina de Doenças Infecciosas LEPTOSPIROSE.

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(1)

Universidade Federal do Ceará

Faculdade de Medicina

Curso de Graduação

Disciplina de Doenças Infecciosas

LEPTOSPIROSE

(2)

Histórico

l

Antes da descoberta da etiologia

– Febre do outono ou dos 7 dias (Japão)

– Febre dos cortadores de cana (Austrália)

– Febre dos criadores de porcos

– Febre dos pântanos (Europa)

– Febre de Fort Bragg (EUA)

– Doença de Weil

l

Após descoberta da etiologia (1914)

(3)

Etiologia

l 

Spirochaetaceae

–  Treponema –  Borrelia –  Leptospira l 

Leptospiras

–  Bactérias finas, espiraladas, móveis –  Extremidades em gancho

–  Aeróbio estrito –  Gram-negativo –  Par de flagelos

(4)

Etiologia

l 

Leptospiras – Classificação sorológica

l 

1 Espécie (L. interrogans); 2 Complexos

– L. interrogans

Patogênico

23 sorogrupos; 218 sorotipos

– L. biflexa

Saprófita de vida livre

Não-patogênica

(5)

Etiologia

l 

Leptospiras – Classificação genômica

l 

Sequência 16S RNA ribossômico

l 

14 Espécies

–  Patogênicas •  L. interrogans –  Não patogênicas •  L. biflexa –  Patogenicidade indeterminada •  L. inadai

(6)

Etiologia

l 

L. interrogans - Sorotipos importantes

–  icterohaemorrhagiae –  pomona

–  grippotyphosa –  canicola

–  copenhageni

l 

Determinadas cepas se correlacionam com

algumas espécies de animais e com formas

clínicas específicas

(7)

Epidemiologia

l  Ocorre no mundo todo

l  Principalmente em paises tropicais

l  Durante estação chuvosa

l  Associada a más condições de higiene

l  Zoonose

l  Afeta mais de 160 espécies animais domésticos e

selvagens (mamíferos, anfíbios, répteis)

l  Roedores são os mais importantes

l  Outros: cães, gatos, caprinos, ovinos, eqüinos,

(8)

Epidemiologia

l  Zoonose; Endêmica

l  Homem é hospedeiro acidental

l  Acomete mais homens que mulheres

l  Em roedores, estabelece simbiose e persiste em túbulos

renais por toda a vida; reservatórios

l  Leptospira em água pode sobreviver por meses

l  Sensível à luz solar direta e desinfetantes a base de cloro

l  Transmissão: contato direto com urina, sangue, tecidos de

animais infectados ou exposição a ambiente contaminado (água, solo); ingesta de alimento ou água contaminados; inalação de gotículas contaminadas; interhumana

(9)

Epidemiologia

l 

Doença ocupacional

l 

Profissões de risco

–  Veterinários –  Trabalhadores rurais –  Açougueiros –  Militares –  Pescadores

(10)

Epidemiologia

l 

Exposição durante atividades de lazer

–  Natação em lagos e rios –  Canoagem

–  Windsurf –  Rafting

l 

Após desastres naturais

–  Enchentes –  Tempestades –  Furacões

(11)

Epidemiologia no Brasil

l  Endêmica

l  Cerca de 2.000 casos/ano

l  Incidência: 1,9/100.000

l  Letaldade: 12%

l  Epidemias urbanas anuais

l  Surtos em áreas rurais

l  Surtos relacionados a desastres naturais

l  Doença de notificação compulsória

(12)

Casos de Leptospirose no Brasil -

1987 a 2001

1594 3077 2508 2409 3014 2094 1728 2893 4256 5576 3308 3438 3515 4128 2663 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 0 1 2 3 4 5

Anos

N

ú

me

ro d

e c

as

os

(13)
(14)

Epidemiologia no Ceará

l  1985 – Primeiros casos diagnosticados

l  Cerca de 90 casos por ano; 85% masc.

l  70% de Fortaleza

l  Várzea Alegre (2008): surto com 68 casos entre

plantadores de arroz

l  Maranguape (2010): surto entre militares

l  Maior incidência no período chuvoso

l  Tendência epidêmica nos anos de maior índice

pluviométrico

l  Doença de notificação compulsória

(15)
(16)
(17)
(18)

Epidemiologia no Ceará

l 

Casos internados no HUWC (85-98)

–  142 pacientes com Lepto + IRA –  Homens (78%)

–  Idade média: 41 anos

–  Construção civil (22%); doméstica (17%);

agricultor (13%); comerciante, estudante, aposentado (6%); entregador (2%)

–  Diálise: 81%

(19)

Definição de Caso Suspeito

Indivíduo com febre, cefaléia e mialgia que apresente pelo menos um dos seguintes critérios:

Critério 1: Antecedentes epidemiológicos sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos

sintomas.

(20)

Definição de Caso Suspeito

Critério 2: Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas.

(21)

Definição de Caso Confirmado

Paciente com sinais e sintomas clínicos compatíveis associados a um ou mais dos seguintes resultados de exames:

(22)

Patogênese

l  Porta de entrada

–  Pele lesada

–  Mucosa (conjuntiva, orofaringe) –  Trato respiratório (aerossóis)

l  Disseminação hematogênica

–  Sangue, tecidos, LCR

l  Vasculite sistêmica

–  Principal alteração patológica

–  Alteração da permeabilidade capilar

–  Responsável pelas manifestações + importantes da doença

(23)

Patogênese

l 

Rins e fígado

–  Principais órgãos afetados

l 

Rins

–  Leptospiras migram para o interstício e

túbulos renais

–  Nefrite intersticial –  Necrose tubular

l 

Fígado

–  Necrose centrolobular

–  Proliferação das células de Kupffer –  Não há necrose hepatocelular

(24)

Patogênese

l 

Pulmão

–  Hemorragia l 

Musculatura esquelética

–  Edema –  Vacuolização de miofibrilas –  Necrose focal l 

Vasculite

–  Comprometimento da microcirculação –  Aumento da permeabilidade capilar

(25)

Patogênese

l 

Resposta imune

–  Imunidade humoral específica p/ sorotipo –  Formação de anticorpos (IgM, IgG)

–  Imunocomplexos Ac-Ag –  Opsonização e fagocitose –  Clareamento sanguíneo

–  Eliminação das leptospiras dos tecidos

–  Persistem leptospiras em rins, olhos e SNC –  Produz resposta inflamatória

(26)

Manifestações Clínicas

l 

Período de incubação

–  5 a 14 dias (1 a 30 dias) l 

Infecção assintomática

–  15 a 40% l 

Infecção sintomática

–  Amplo espectro –  Padrão bifásico •  Fase septicêmica •  Fase imune

–  Forma leve a moderada em > 90% (Anictérica) –  Forma grave em 5 a 10% (Sd. de Weil)

(27)

Manifestações Clínicas

l 

Forma leve a moderada (anictérica)

–  Fase septicêmica (doença febril aguda)

•  Febre (38-40oC), calafrios, cefaléia (>95%)

•  Mialgia (panturrilha, dorso, abdome) (>80%)

•  Náuseas, vômitos(30-60%)

•  Hemorragia conjuntival (30-40%)

•  Rash pré-tibial (macular; maculopapular; eritematoso;

hemorrágico) (<10%)

•  Confusão mental; hepatomegalia; esplenomegalia

–  Resolução espontânea em 1 semana –  Óbito é raro

(28)

Manifestações Clínicas

l 

Forma leve a moderada (anictérica)

–  Fase imune

–  Duração: 4 a 30 dias

–  Ocorre em apenas 20% dos pacientes –  Recorrência de sintomas após 1 a 3 dias

•  Meningite asséptica (80%)

•  Hemorragia conjuntival

•  Uveíte, irite, iridociclite, corioretinite

•  Rash pré-tibial

(29)

Manifestações Clínicas

l  Forma grave (Síndrome de Weil)

–  5 a 10% dos casos

–  Tríade: Icterícia, IRA e sangramento –  Mortalidade varia de 5 a 40%

–  Fase inicial idêntica a forma anictérica –  Pode não ter padrão bifásico

–  Após 4 a 9 dias surgem:

•  Febre alta (>40oC)

•  Icterícia

•  Disfunção renal

(30)

Manifestações Clínicas

l 

Síndrome de Weil

–  Disfunção hepática –  Icterícia rubínica

•  Sem grandes elevações de transaminases (< 200 U/l)

•  Pode ocorrer isoladamente

•  Quando se associa a IRA = pior prognóstico

–  Disfunção renal

•  Freqüentemente associada a disfunção hepática

•  IRA não-oligúrica e normo ou hipocalêmica

•  Nefrite intersticial + NTA

•  Diálise pode ser necessária

(31)

Manifestações Clínicas

l 

Síndrome de Weil

–  Envolvimento pulmonar

•  Freqüente; pneumonite hemorrágica

•  Tosse, dispnéia, dor torácica; hemoptise

•  Insuficiência respiratória; SARA

–  Outras manifestações

•  Epistaxe, petéquias, púrpura, equimoses

•  Sangramento digestivo

•  HSA; hemorragia adrenal

•  Rabdomiólise

•  Hemólise

•  Miocardite; pericardite; arritmia; ICC

(32)

Manifestações Clínicas

l 

Síndrome de Weil – Fatores de Risco para

Óbito

–  > 40 anos

–  Alteração do sensório

–  IRA (oligúria, hipercalemia, Cr > 3,0) –  Insuficiência respiratória

–  Hipotensão –  Arritmias

(33)

Alterações laboratoriais

l 

Sumário de urina

–  Leucócitos, hemácias, cilindros –  Proteinúria

l 

Séricas

–  Elevação Ur, Cr, bilirrubinas, FA

–  Elevação leve de TGO e TGP (< 200 U/L) –  Elevação de CPK (50%)

–  Acidose metabólica

l 

Hematológicas

–  Leucocitose com desvio a esquerda –  Trombocitopenia (50%)

(34)

Alterações laboratoriais

l

LCR

– Pleocitose

– Proteinorraquia elevada

– Glicorraquia normal

l

Radiologia

– Infiltrado alveolar

(35)
(36)

Diagnóstico

l

Epidemiologia

l

Clínica

(37)

Diagnóstico

l 

Microbiológico

–  Visualização direta (campo escuro, prata) –  Isolamento

•  Sangue e LCR - Fase leptospirêmica (7-10 dias)

•  Urina – Fase imune (após 7 dias)

•  Meios: –  Fletcher –  Stuart –  Ellinghausen-McCullough-Johnson-Harris •  Laboratório especializado •  6 a 16 semanas

•  Permite identificação do sorotipo

(38)

Diagnóstico

l

Sorológico

– Microaglutinação

– Hemaglutinação

– ELISA

– Após 2 semanas de doença

– Diagnóstico retrospectivo

l

Outros métodos

– Imunohistoquímica

– PCR

(39)
(40)

Diagnóstico diferencial

l

Malária

l

Febre amarela

l

Hepatites virais

l

Dengue

l

Hantavirose

l

Febre tifóide

l

Ricketsiose

l

Septicemia

(41)

Tratamento

l  Penicilina G cristalina

–  Mais indicado para a Sd. De Weil –  Reação de Jarisch-Herxheimer

l  Outros ATB

–  Amoxicilina, ampicilina, tetraciclina, doxiciclina –  Ceftriaxona

l  Diálise

l  Terapia intensiva

l  Suporte nutricional

(42)

Prevenção

l 

Melhoria das condições sanitárias

l 

Evitar exposição

l 

Controle de roedores

l 

Vacinação

–  Animais –  Homem l 

Quimioprofilaxia

–  Doxiciclina

(43)

Fontes

l 

Leptospirosis (Cap. 344). Cecil.

l 

Leptospirosis (Cap. 240). Mandell

l 

Leptospirose: Diagnóstico e Manejo Clínico.

SVS/MS, 2014.

Referências

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