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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS

NATURALMENTE INFECTADAS POR Neospora caninum

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Gilson Antonio Pessoa

Santa Maria, RS, Brasil

2010

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por

Gilson Antonio Pessoa

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Medicina Veterinária

Preventiva, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção de grau de

Mestre em Medicina Veterinária

Orientador: Carlos Antônio Mondino Silva

Co-orientadora: Mara Iolanda Batistella Rubin

Santa Maria, RS, Brasil

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Pedro e Maria de Lourdes, pela vida, educação, dedicação, carinho, amor e incentivo ao longo desta caminhada.

À Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade de estudo. Ao Programa de Pós-Graduação em Medicina veterinária

Ao CNPQ pela bolsa.

Ao Dr. Carlos Antonio Mondino Silva pelos ensinamentos ao longo da vida acadêmica e pela orientação no mestrado.

À Dra. Mara Iolanda Batistella Rubin, pela compreensão e pela disponibilidade de supervisão e orientação durante a graduação e pós-graduação, sempre com extrema dedicação aos valiosos ensinamentos transmitidos.

À equipe do LADOPAR, em especial, a Prof. Dra. Fernanda Silveira Flôres Vogel.

Ao Instituto Biológico de São Paulo. Ao professor José Henrique Souza Silva.

À equipe Embryolab e da Clínica de Eqüinos pelos conhecimentos compartilhados, auxílios, companheirismo e amizade. Em especial aos pós-graduandos (Carlos Eduardo Leonardi, Denize da Rosa Fraga, Fernando Feldens Vasconcelos e Ricardo Pozzobon) durante este período de convivência.

Aos estagiários do Embryolab que atualmente se fazem presente e os que já passaram por esta equipe. Agradecimento especial às bolsistas: Vanessa Dalcin, Janislene Mach Trentin, Ana Paula Burin Fruet.

À Ana Paula pelo carinho, amizade, compreensão e amor em todos os momentos.

Aos Med. Vet. Jovani Becker, Luis Afonso, Jaline Falkemberg, Neimar Cavazzini, Verner Gerke, George Peroty e Felipe Secco pelo auxílio durante as atividades de campo.

A todos os proprietários que gentilmente cederam suas propriedades para execução do projeto sem medir esforços nas exaustivas jornadas de trabalho, inclusive aos finais de semana.

Aos demais verdadeiros amigos, que confiaram a mim a verdadeira amizade e que contribuíram para que essa etapa fosse alcançada.

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EPÍGRAFE

―É muito melhor ousar fazer coisas grandiosas, triunfar gloriosamente, mesmo que com alguns fracassos no meio do caminho, do que se igualar aquelas pobres almas que não aproveitam nem sofrem muito, pois vivem na penumbra cinza de quem não sabe o que é a vitória nem a derrota‖

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Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS NATURALMENTE INFECTADAS POR Neospora caninum

AUTOR: GILSON ANTONIO PESSOA

ORIENTADOR: CARLOS ANTONIO MONDINO SILVA CO-ORIENTADOR: MARA IOLANDA BATISTELLA RUBIN

Santa Maria, 13 de Agosto de 2010

A exigência de melhor desempenho reprodutivo das matrizes se faz necessário para minimizar as perdas econômicas de forma direta na reprodução do rebanho ou indireta que reflete na produção. O aborto é uma das causas que refletem negativamente no desempenho reprodutivo. A infecção pelo Neospora caninum é uma importante causa de abortamento em rebanhos leiteiros em todo o mundo. As perdas reprodutivas na indústria leiteira decorrente de abortos por neosporose são diversas desde custos que incluem assistência profissional, descarte de animais e diminuição na produção de leite. O aborto além da perda da gestação e do período que a fêmea fica improdutiva no rebanho pode levar a retenção de placenta e infecções uterinas, que por sua vez aumentam o período para nova concepção. Considerando-se a importância da neosporose em rebanhos leiteiros, esta pesquisa verificou a influência deste agente sobre parâmetros reprodutivos de fêmeas de aptidão leiteira soropositiva e comparou aos parâmetros de soronegativas. O estudo foi efetuado em seis rebanhos composto por 839 vacas e 395 novilhas. A soroprevalência para vacas foi de 20,4% (171/839) e nas novilhas 18,2% (72/395). Foram verificados 30,4% de aborto nas fêmeas soropositivas e 3,2% nas soronegativas. Dezesseis fetos foram coletados das vacas soropositivas, sendo sete destes positivos a reação Transcriptase reversa nested PCR. A principal causa infecciosa identificada nos animais soronegativos foi Leptospira sp. O desempenho reprodutivo foi inferior para vacas abortadas, sendo maior o número de inseminações para concepção e o intervalo do aborto até uma nova concepção nas fêmeas que tiveram infecção uterina. A ocorrência de retenção de placenta e infecções uterinas foram maiores nas vacas abortadas tanto soronegativas como soropositivas. Os dados obtidos nestes rebanhos permitem concluir que quanto maior o percentual de vacas soropositivas, maior será o impacto negativo sobre os índices reprodutivos.

Palavras-chave: Neosporose, aborto, concepção, endometrite, retenção placenta,

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ABSTRACT

Master’s dissertation

Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária Universidade Federal de Santa Maria

EFFECT OF Neospora caninum INFECTION ON REPRODUCTIVE PARAMETERS OF DAIRY COWS

AUTHOR: GILSON ANTONIO PESSOA ADVISER: CARLOS ANTONIO MONDINO SILVA CO ADVISER: MARA IOLANDA BATISTELLA RUBIN

Santa Maria August 13, 2010

The demand for better reproductive performance of the dairy cows is necessary to minimize economic losses direct by improvably herd fertility or indirect by milk production. Abortion is one of the reasons that reflect negatively on the reproductive performance of a herd. Neospora caninum infection is recognized as an important cause of abortion in dairy cattle worldwide. Reproductive losses in the dairy industry due to neosporosis abortions include professional assistance, reduced milk production and culling. Abortion beyond the loss of pregnancy and the period that the female is unproductive in the herd may lead to retained placenta and uterine infections. Considering the importance of N. caninum infection in dairy cattle, this study evaluated the influence on reproductive parameters of seropositive and seronegative dairy cows. The study was performed on six herds with a total of 839 cows and 395 heifers. The percentage of seropositive cows was 20.4% (171/839) and 18.2% (72/395) in heifers. Abort occurred on 30.4% in seropositive and 3.2% in seronegative dams. Sixteen fetuses obtained from seropositive cows, seven showed a positive RT nested PCR reaction. The main infectious cause of abortion in N. caninum seronegative cows was Leptospira sp. Occurrence of retained placenta and uterine infections was higher in cows that had aborted. The reproductive performance was lower in aborted cows as a higher number of inseminations were needed to obtain conception and a greater interval between abortion and the next conception in cows that had abort and had uterine infection. The data showed evidence that the higher the percentage of seropositive cows in the herds, the greater the negative impact on reproductive rates.

Keywords: Neosporosis, abortion, endometritis, retention fetal membranes,

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Formas do parasita encontradas no hospedeiro intermediário... 14 Figura 2 - Cão ingerindo membranas fetais após aborto de vaca leiteira soropositiva ... 16 Figura 3 - Transmissão transplacentária endógena e exógena do Neospora caninum ... 17 Figura 4 - Diagnóstico de aborto associado a Neospora caninum... 23 Figura 5 - Demonstração da resposta imune celular durante a gestação em resposta a infecção por Neospora caninum .... ... 27 Figura 6 - Corte histológico de placentoma após morte fetal ... ...

CAPÍTULO I

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Figure 1 - Band 11 and 12 presented positive DNA marker in RT nestedPCR for N. caninum in two different fetus tissue collected from seropositive dams for

N. caninum……… 51

Figure 2. Distribution of days for conception in seropositive and seronegative dams according of number of insemination. ……… 53 Figure 3. Interval from calving or abortion to conception in Holstein dams seropositive or seronegative for Neospora caninum……… 54

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LISTA DE TABELAS

Table 1. Categories of dairy cows observed with respective serological status and numbers of abortions………... 49

Table 2. Abortion in cow and heifers from six Holstein herds, numbers of recovered fetus from females of different serological status, identification DNA of N. caninum by RT nPCR in fetus aborted from seropositve cows and investigation other causes of abortion in seronegative dams. ……… 50

Table 3. Occurrence of retained fetal membranes (RFM), post abortion and parturition endometritis grades (G1, G2, G3) in seronegative and seropositive dams from six commercial Holsteins herds. ………. 52

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ... 10

2 – REVISÃO DE LITERATURA ... 12

2.1 – Neospora caninum e neosporose bovina ... 12

2.1.1 - Característica do Neospora caninum ... 12

2.1.2 - Ciclo biológico e formas infectantes ... 13

2.1.3 - Transmissão da infecção ... 15

2.1.4 - Soroprevalência ... 18

2.1.5 - Diagnóstico ... 20

2.1.6 - Patogênese da neosporose bovina ... 23

2.1.7 - Perdas econômicas ... 28

2.2 – Desempenho reprodutivo de vacas leiteiras... 29

3 – CAPÍTULO I: MANUSCRITO ……… 31

Effect of Neospora caninum infection on reproductive parameters of dairy cows… 32 4 – CONCLUSÕES... 55

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1. INTRODUÇÃO

A fêmea produtora de leite é um animal com extraordinária capacidade produtiva. A produção de leite por animal tem aumentado continuamente em todo o mundo. Todavia, estes animais têm importante valor econômico na propriedade e representam grande desafio ao Médico Veterinário. Conciliar alta produtividade com bons índices reprodutivos tem sido uma árdua tarefa. Em respostas aos crescentes desafios na atividade produtiva e reprodutiva de rebanhos leiteiros, técnicos e pesquisadores estão empenhados em cada vez mais encontrar novas soluções e descobrir fatores que contribuem com baixos índices reprodutivos em rebanhos leiteiros.

O desempenho reprodutivo influencia substancialmente a lucratividade do rebanho (WEAVER, 1992). Conforme Domecq et al. (1991), a ineficiência reprodutiva é o mais importante e o mais frustrante problema no rebanho leiteiro. Isto porque as perdas advindas destes problemas são altas; e mais frustrante porque suas causas não são fáceis de serem determinadas devido à etiologia multifatorial.

O aborto é definido como a eliminação prematura do feto, representa um problema em rebanhos bovinos de todo o mundo devido ao significativo impacto econômico que estas perdas ocasionam (CORBELLINI, 2001). Sua ocorrência reflete negativamente no desempenho reprodutivo de um rebanho.

Existem várias causas de perdas embrionárias e abortos em bovinos, portanto a identificação dos prováveis agentes etiológicos causadores dessas enfermidades é crucial para que sejam adotadas medidas preventivas de controle dessas doenças (SARTOR et al., 2005). O sucesso no diagnóstico do aborto depende da remessa de fetos e placenta a laboratórios especializados, a realização de necropsia, incluindo coleta adequada de materiais e a execução de exames histopatológicos, microbiológicos, imunoistoquímicos, sorológicos e micológicos (KIRKBRIDE, 1990). Diagnósticos etiológicos conduzidos em fetos bovinos abortados revelaram que a maioria dos casos com causa determinada deve-se a agentes infecciosos (ANDERSON et al., 1990; KIRKBRIDE, 1992).

Neospora caninum (N. caninum), um protozoário pertencente ao filo Apicomplexa, primeiramente detectado em cães na Noruega (BJERKÅS et al., 1984), descrito e nomeado em 1988 por Dubey et al. (1988) foi identificado como o

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agente causador de abortos em bovinos (ANDERSON et al., 1991), impulsionando o desenvolvimento dos primeiros estudos sobre a neosporose nesta espécie. A infecção pelo N. caninum é reconhecida como uma importante causa de abortos em rebanhos leiteiros em todo o mundo (THILSTEAD; DUBEY, 1989; DUBEY; LINDSAY, 1996). No Brasil, há relatos de diagnóstico de infecção por N. caninum em fetos bovinos abortados (GONDIM et al., 1999; CORBELLINI et al., 2000). Informações sobre N. caninum ou das lesões originadas em fetos bovinos abortados são achados esporádicos, sendo necessários mais estudos epidemiológicos da neosporose que permitam conhecer a prevalência, os fatores de risco associados, sua importância, tanto econômica como sanitária (DUBEY, 1999a,b; JENKINS et al., 2002).

Dubey (2003) relata a inexistência de estudos com estimativas reais de perdas reprodutivas da indústria leiteira bovina sobre os danos relativos à neosporose. Custos indiretos incluem assistência profissional, descarte de animais e diminuição na produção de leite (THURMOND; HIETALA, 1997; HERNANDEZ et al., 2001).

No Texas, uma estimativa foi conduzida com modelos estatísticos de custos de produção de rebanho de corte indicando de U$ 23 a U$ 35 por animal infectado em um rebanho com 20% de soroprevalência (KASARI et al.,1999). Já no Canadá, Chi et al. (2002) estimaram perdas de $2304 por ano por rebanho leiteiro com 50 animais baseado em um nível de 20% de soroprevalência para Neospora caninum.

O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho reprodutivo pós puerperal de fêmeas leiteiras soropositivas e soronegativas para Neospora caninum.

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2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - Neospora caninum e neosporose bovina

2.1.1 - Característica do Neospora caninum

Neospora caninum pertence ao filo Apicomplexa, classe Sporozoa, subclasse Coccidia, ordem Eucoccidia, subordem Eimeriina e família Sarcocystidae, assim como os gêneros Toxoplasma, Sarcocystis, Hammondia e Besnoitia (DUBEY et al., 1988; ELLIS et al., 1994).

Os integrantes da família Sarcocystidae se caracterizam por terem ciclos biológicos heteróxenos, ou seja, formam cistos em hospedeiros intermediários de diferentes espécies de herbívoros e possuem como hospedeiros definitivos diferentes espécies de carnívoros, que eliminam oocistos nas fezes, que esporularão no meio ambiente, contendo em seu interior dois esporocistos com quatro esporozoítos (DUBEY, LINDSAY, 1996).

Cabe destacar quatro espécies estreitamente relacionadas em ruminantes: N. caninum, T. gondii, H. hammondi e H. heydorni, com oocistos de tamanho similar, no entanto apresentam diferenças biológicas e estruturais que justificam a existência do gênero Neospora (DUBEY et al., 2002a; DUBEY et al., 2002b). Do ponto de vista biológico, são notáveis as diferenças quanto à composição antigênica, o ciclo biológico e as manifestações clínicas da infecção causada pelos integrantes da família Sarcocystidae. O emprego de provas diagnósticas sorológicas específicas tem permitido diferenciar o N. caninum de outras espécies graças à sua composição antigênica.

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2.1.2 - Ciclo biológico e formas infectantes

Com relação ao ciclo biológico, até 1998 eram conhecidos apenas algumas espécies hospedeiras no ciclo biológico do N. caninum e a única via de transmissão demonstrada era a transplacentária. Os estudos experimentais de McAllister et al. (1998) foram definitivos no conhecimento da biologia deste parasita, pois demonstraram o papel do cão como hospedeiro definitivo e conseqüentemente, o modo de transmissão horizontal. Mais recentemente, observou-se que o coiote (Canis latrans) também pode eliminar oocistos nas fezes, demonstrando ser também hospedeiro definitivo do N. caninum e também se definiu que é um parasita intracelular obrigatório (GONDIM et al., 2004). Os hospedeiros intermediários já descritos foram: bovinos, bubalinos, eqüinos, ovinos e outras espécies (DUBEY, 2003). E mais recentemente as aves (Gallus domesticus) também foram relatadas como sendo hospedeiro intermediário natural do N. caninum (COSTA et al., 2008).

Os três estágios reconhecidos do parasita são taquizoítos (Figura 1), bradizoítos e oocistos (LINDSAY; DUBEY, 2000). Os taquizoítos e cistos teciduais (bradizoítos) são os estágios intracelulares encontrados nos hospedeiros intermediários. Os taquizoítos dividem-se rapidamente em várias células do hospedeiro, ocasionando áreas de necrose e disseminando a infecção aos órgãos durante a fase de infecção aguda, tendo predileção pelo sistema retículo-endotelial (macrófagos e linfócitos) (MÜLLER et al., 2002). Os bradizoítos (contidos nos cistos teciduais) dividem-se lentamente e são encontrados no sistema nervoso central (SNC), nervos periféricos, retina, músculo esquelético e cardíaco, podendo persistir durante anos sem manifestações clínicas significativas no hospedeiro (DUBEY; LINDSAY, 1996; DUBEY, 1999a; MÜLLER et al., 2002).

O oocisto de N. caninum tem aproximadamente 10µm de tamanho. Cada oocisto esporulado tem dois esporocistos (8,4 x 6,1µm) contendo quatro esporozoitos (6,5 x 2,0µm) (LINDSAY et al., 1999). O cão ingere os cistos teciduais desenvolvendo os oocistos (forma infectante) pela reprodução sexuada do protozoário nas células do epitélio intestinal. Os oocistos são eliminados pelas fezes na forma não esporulada, transformando-se em oocistos esporulados em 48 horas após a saída do trato intestinal, contaminando as pastagens, alimentos e água consumidos pelos hospedeiros intermediários (DUBEY et al., 2006).

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Figura 1 - Formas do parasita encontradas no hospedeiro intermediário. A-H: Taquizoítos N. caninum (A-C), Cistos teciduais (D-H) obtidos de cérebro e medula espinhal de bovino. A- Grupo de taquizoítos em cérebro de feto. B– Formas extracelulares. C– Grupo de taquizoítos intracelulares. D-G– Pequenos cistos teciduais em cérebro de feto abortado. H- Cisto tecidual com em neurônio na medula espinhal de um bezerro de 3 dias de idade. HE. X600. Adaptado de Dubey, J.P. Pathogenesis of Bovine Neosporosis. J. Comp. Path., vol 134, 267-289, 2006.

Os taquizoítos penetram na célula hospedeira mediante invasão ativa em menos de cinco minutos, localizando-se no interior de um vacúolo parasitóforo no citoplasma. Este fenômeno de invasão celular tem sido amplamente estudado em cultivos celulares e leva a um reconhecimento prévio e adesão à célula hospedeira (BUXTON et al., 2002). No interior do vacúolo parasitóforo, os taquizoítos se multiplicam mediante endodiogenia e uma célula pode alojar 100 taquizoítos. Após a ruptura celular, os taquizoítos saem para o meio extracelular e em poucas horas iniciam os mecanismos de adesão e invasão de novas células (HEMPHILL et al., 1996). A destruição celular e a enfermidade dependem da habilidade do taquizoíto

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em penetrar e multiplicar-se na célula hospedeira e da habilidade do hospedeiro em inibir a multiplicação do parasita (DUBEY et al, 2006).

2.1.3 – Transmissão da infecção

Neospora caninum é transmitido com eficiência em bovinos. Tanto a transmissão horizontal quanto a transmissão vertical são importantes rotas no desenvolvimento da infecção, vitais para manutenção do parasita e circulação no hospedeiro. A transmissão pós-natal e congênita são termos alternativos para designar transmissão horizontal e vertical (DUBEY et al., 2006).

A transmissão horizontal ocorre quando um hospedeiro ingere alimentos contaminados com oocistos ou músculo contendo taquizoitos. Esta transmissão está relacionada com neosporose aguda. Em ruminantes domésticos a transmissão ocorre através de alimentos contaminados com oocistos eliminados por fezes de cães (FRENCH et al., 1999).

A presença de cães em propriedades leiteiras é uma possível fonte de excreção de oocistos nestes ambientes. Durante o nosso estudo foi possível observar o contato dos cães com as vacas. Na figura 2 éstá demonstrado um caso de ingestão de membranas fetais por um cão após a ocorrência de aborto em vaca soropositiva durante o período da realização desta pesquisa.

Os termos transmissão transplacental exógena e transmissão transplacental endógena foram propostos por Trees e Williams (2005) para descrever a forma mais precisa da origem e rota de infecção fetal de origem placentária. A transmissão transplacental exógena ocorre após uma infecção primária, derivada de oocistos, infectando uma fêmea gestante, enquanto que a transmissão transplacentária endógena ocorre em fêmeas gestantes persistentemente infectadas após reativação da infecção durante a gestação (Figura 3).

A transmissão vertical (transplacentária endógena), principal via de infecção, contribui para persistência da infecção no rebanho e pode gerar aborto, no entanto na maioria dos casos leva ao nascimento de bezerros persistentemente infectados (DAVINSON et al., 1999). McCann et al. (2007) demonstraram, em infecção experimental com oocistos em novilhas, pode ocorrer infecção transplacentária

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exógena, porém é improvável que ocorra infecção transplacentária endógena na gestação subseqüente. No entanto, as bezerras congenitamente infectadas pela transmissão transplacentária endógena podem ter uma infecção persistente e induzir a transmissão transplacentária endógena quando gestarem. Este é um importante ponto no ciclo de transmissão, e pode ser crucial na manutenção da infecção na população bovina (FRENCH et al., 1999).

Figura 2 - Cão ingerindo membranas fetais após aborto de vaca leiteira soropositiva (Pessoa, 2009).

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Figura 3 - Transmissão transplacentária endógena e exógena do Nesopora caninum. Adaptado de: McAllister, M. M. Disponível em:http://vetmed.illinois.edu/faculty/path/images/Neosporalifecycle2007.jpg. Acesso em: 02/06/2010.

A análise da infecção congênita pesquisada por Romero et al. (2002) e Dijkstra et al. (2003) revelou que a taxa de infecção diminui com o aumento do número de partos da fêmea, sugerindo que vacas podem eventualmente desenvolver um nível imunológico que previne a transmissão transplacentária endógena. Dijkstra et al. (2003) observaram que a taxa de infecção congênita diminui com o avanço da idade em fêmeas soropositivas, em novilhas a transmissão é de 80%, já para vacas na segunda parição 71% e diminui para 67% e 66% para vacas na terceira e quarta parição, respectivamente. Vacas soropositivas têm 95,2% de probabilidade de transmissão vertical do N. caninum (DAVISON et al., 1999).

Neopora caninum pode ser excretado no leite e secreções uterinas de vacas infectadas (DUBEY et al, 2006). O DNA de N. caninum já foi encontrado no sêmen de touros naturalmente infectados (CAETANO da SILVA et al., 2004; FERRE et al.,

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2005). Posteriormente, a inoculação intra-uterina de 4 a 5 x 105 taquizoitos conduzida em novilhas por Serrano-Martinez et al. (2007) induziu a infecção persistente, morte fetal e infertilidade. No entanto, Osoro et al. (2009), verificaram que a transmissão venérea é improvável de ocorrer em condições a campo por touros naturalmente infectados. Com isso, a transferência de embriões é uma técnica recomendada para controle da transmissão transplacentária endógena (BAILLARGEON et al., 2001).

2.1.4 – Soroprevalência

A ocorrência de N. caninum foi identificada em rebanhos bovinos de corte e leite em diversos países dos cinco continentes e relacionada a casos de abortos endêmico, esporádico ou surtos epidêmicos (YILDIZ et al., 2009).

No Brasil, o primeiro relato de estudo sorológico em bovinos para N. caninum foi descrito por Brautigan et al. (1996), no Mato Grosso do Sul e São Paulo. Logo após, Gondim e Sartor (1997) publicaram o primeiro estudo de soroprevalência em bovinos leiteiros no estado de São Paulo. Já Gondim et al. (1999) isolaram pela primeira vez no Brasil o N. caninum de um feto bovino abortado aos 8 meses de gestação proveniente de um rebanho composto por animais cruzados das raças Holandesa com Gir.

O comportamento cosmopolita do parasita também tem sido relatado em cães urbanos e rurais. Em cães a prevalência conforme demonstrada por Dubey e Lindsay (1996) foi de 0,25-16,6% na Suécia. Nos EUA, o percentual de cães soropositivos foi de 7% (CHEADLE et al., 1999). Na Nova Zelândia, há uma alta prevalência em cães urbanos (30,7%), em fazendas leiteiras e de corte (74,5%) e criações de ovinos (96,8%), conforme foi publicada por Antony e Williamsom (2003). No Rio Grande do Sul, Cunha Filho et al. (2008) encontraram anticorpos anti-N. caninum em cães em 5,5% das amostras da área urbana e 20,4% das provenientes de área rural.

Em rebanhos leiteiros, o percentual de animais soropositivos é variável e, justamente nestes rebanhos encontra-se a maior soroprevalência. No Brasil, prevalência de 14,0% em bovinos leiteiros foi detectada na Bahia (GONDIM et al.,

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1999). No Rio Grande do Sul, as vacas com histórico de aborto apresentaram soropositividade de 23% para N. caninum, enquanto que a prevalência foi de 8,3% nas vacas sem histórico de aborto. Além disso, o protozoário foi detectado em 81,8% dos fetos examinados por imunoistoquímica (CORBELLINI et al., 2002). Esta mesma equipe verificou o nível de risco da soroprevalência de N. caninum no Rio Grande do Sul e observou uma média de 17,8% (CORBELLINI et al., 2006).

RAGOZO et al. (2003) verificaram um percentual de 14,7% a 29% de anticorpos anti-N. caninum ao determinar a ocorrência em soros bovinos provenientes de seis estados brasileiros. A soroprevalência média em rebanhos leiteiros sem vacinação para os agentes testados com problemas reprodutivos (natimortos, repetição cio e abortos) foi 15% para N. caninum, associado com 55,5% e 62,5% dos animais reagentes para BVDV e BHV-1, respectivamente (MINEO et al., 2006). Vogel et al. (2006) detectaram 11,4% em bovinos, 14,6% em bubalinos e 3,2% em ovinos de anticorpos para N. caninum em amostras no Rio Grande do Sul. Em rebanhos leiteiros com ocorrência de abortos endêmicos, Guedes et al. (2008), identificaram 91,2% das vacas soropositivas a N. caninum

Na Argentina, a incidência chega a 18,9% e 43,1% em vacas de corte e leite com histórico de abortos, respectivamente (MOORE et al, 2002; MOORE et al., 2003). Em 2004, Kashiwazaki et al. relataram soroprevalência de 56,7% em vacas leiteiras no Uruguai. Também nesse país, Bañales et al. (2006) verificaram uma soroprevalência de 13,9% em gado de corte.

Conforme descrito na revisão de Dubey e Schares (2006), a soroprevalência em rebanhos leiteiros apresenta variação marcante, em diversos países como Alemanha (1,6-27%), Canadá (6,7-25,5%), Chile (15,7-30,2%), Costa Rica (39,7-43,3%), França (5,6-26%), Japão (5,7-20%), Nova Zelândia (7,6-46,7%).

Abortos epidêmicos ocorrem quando mais de 20% das fêmeas de um rebanho abortam e pode estar relacionado com infecção horizontal recente e alta correlação com a presença de cães soropositivos nas propriedades (WOUDA et al., 1998).

Bjorkman et al. (2003) verificaram que em rebanhos com alta soropositividade para N. caninum as vacas tiveram risco de aborto de 2,5 a 5,5% comparadas a soronegativas. Já Corbellini et al. (2002) verificaram no Rio Grande do Sul que vacas soropositivas apresentam 3,3 vezes mais chance de aborto comparadas as vacas soronegativas.

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2.1.5 – Diagnóstico

Além de realizar o diagnóstico laboratorial para confirmar a etiologia do aborto, o uso adequado da investigação, dados obtidos no exame clínico e as lesões dos animais afetados (fêmeas que abortam e seus fetos) devem ser considerados, tendo em vista outras possíveis causas infecciosas (DUBEY e SCHARES, 2006; DEL FAVA et al., 2007).

A primeira prova que foi utilizada no diagnóstico da infecção foi a imunofluorescência indireta (IFI). A partir desta importante modalidade diagnóstica, outros métodos como ELISA, aglutinação direta e ―western blot‖ têm sido aplicados (ATKINSON et al., 2000).

As técnicas indiretas apresentam uma elevada sensibilidade e especificidade permitindo o diagnóstico da infecção in vivo nos animais e o estudo da importância dos hospedeiros no ciclo biológico do parasita, ou na epidemiologia da infecção (DUBEY e SCHARES, 2006).

O diagnóstico definitivo do aborto por N. caninum é efetuado pela demonstração do parasita nos tecidos de fetos abortados (IHQ, PCR), quase sempre dificultada devido à autólise (CHAHAN et al., 2003; DUBEY e SCHARES et al.,2006). Com isso, métodos sorológicos podem ser realizados tanto com o soro da mãe como do feto: IFI, ensaios imunoenzimáticos (ELISA), Imunoblotting (IB) e aglutinação direta (JENKINS et al., 2002).

Na realização de exames sorológicos altos níveis de IgG são detectados nas primeiras semanas até 3-6 meses após infecção experimental (WILLIAMS et al., 2000). O estudo desenvolvido por De Marez et al. (1999) não detectaram nenhum nível de IgA em bovinos infectados com oocistos. Os anticorpos específicos podem persistir por toda vida e ocorrer flutuações com o tempo de acordo com nível de imunidade da fêmea (DUBEY e SCHARES et al.,2006).

Para avaliar se os abortos em um rebanho são atribuíveis a N. caninum pode ser usado um modelo epidemiológico. Para isso, a estratégia de diagnóstico deve incluir a sorologia de uma amostra de vacas abortadas e não-abortadas conforme proposto por Thurmond e Hietala (1995). Quando N. caninum contribuiu com o aborto, a proporção de vacas abortadas soropositivas deve ser significativamente (P<0,05) mais alta do que a proporção de vacas soropositivas não-abortadas.

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Estimar a prevalência da infecção no rebanho é um importante passo inicial para o desenvolvimento de estratégias para controlar os abortos por N. caninum. O conhecimento sobre a prevalência é necessário para selecionar as estratégias práticas e eficientes para o controle. O descarte, por exemplo, pode ser um método viável se a prevalência for baixa, mas não é realista do ponto de vista econômico se a prevalência for alta.

A vacinação com N. caninum inativado pode dificultar a interpretação sorológica, já que animais vacinados desenvolvem anticorpos semelhantes aos naturalmente infectados (DUBEY e SCHARES et al.,2006). Para verificar a infecção congênita, os recém nascidos devem ser examinados via sorologia antes da ingestão do colostro (WOUDA et al., 1998).

Baszler et al. (1999) utilizaram um protocolo de diagnóstico de rotina do N. caninum em fetos bovinos abortados empregando conjuntamente o estudo das alterações histopatológicas, identificação do parasita por Imunohistoquímica (IHQ) e Reação em cadeia da polimerase (PCR). Posteriormente, CORBELLINI et al. (2002), DUBEY e SCHARES, (2006) relataram que a detecção do agente no feto para confirmar a causa do aborto pode ser realizada pela histologia e IHQ.

Uggla et al. (1998) detectaram DNA de N. caninum em cérebros de dois bezerros inoculados experimentalmente com taquizoítos de N. caninum. Os parasitas não foram detectados por isolamento em cultivo celular e pela IHQ, demonstrando a sensibilidade da PCR em relação à estes diagnósticos. Södgem et al. (2001) apontaram a reação da PCR como uma técnica mais sensível para diagnóstico de neosporose em fetos bovinos abortados. Cabral et al. (2009) definem a nested-PCR como uma técnica eficiente para detecção de DNA de N. caninum em fetos bovinos.

A detecção do agente pela técnica de PCR tem vantagem de ser aplicada em tecidos frescos ou em tecidos que não poderiam ser aplicadas outras técnicas, como amostras em autólise ou congeladas (DUBEY e SCHARES, 2006). A metodologia para diagnóstico da neosporose foi desenvolvido por esses autores e está representada na figura 4.

No diagnóstico diferencial, outras doenças infecciosas devem ser investigadas. Entre elas cita-se a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), diarréia viral bovina (BVD), Brucella abortus, Lepstospira spp., Listeriose e outras infecções bacterianas ou

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fúngicas (ÁLVAREZ-GARCIA, 2003). Conforme Marvulo et al. (2009), no Rio Grande do Sul a prevalência de animais positivos para Brucelose foi de 1,0%, sendo que a maior concentração de focos em algumas regiões ocorre em rebanhos de corte.

Nas regiões onde a monta natural é conduzida (fazendas de cria extensiva de rebanho bovino) é necessário incluir o diagnóstico do Tritrichomonas foetus e Campylobacter foetus var. venerealis. Em ambos os casos, o quadro típico é a repetição de cio devido à mortalidade embrionária e fetal prematura, além da possibilidade de ocorrência de piometra nas vacas. No diagnóstico diferencial (Figura 5) do aborto devem-se considerar as causas não infecciosas de origem alimentar, iatrogênica, tóxica e genética, ainda que sua demonstração seja mais complexa (ÁLVAREZ-GARCIA, 2003).

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Figura 4 - Diagnóstico de aborto associado a N. caninum. Adaptado de: Dubey e Schares et al. (2006).

2.1.6 – Patogênese da neosporose bovina

A maior fonte das infecções em rebanhos leiteiros é a transmissão transplacentária, em vacas naturalmente infectadas (ALMERIA et al., 2003). Os ruminantes adultos soropositivos são tipicamente assintomáticos. Toda infecção fetal ocorre em decorrência de uma parasitemia materna, porém a doença também pode

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se desenvolver em vacas que já tiveram uma infecção persistente anterior a gestação (BUXTON et al., 2002). Em 1999, Davinson et al. relataram que 95% dos bezerros nasciam clinicamente sadios, porém soropositivos e que uma minoria dos fetos apresentava infecção que conduzia ao aborto.

De acordo com Innes et al. (2001), a reativação da infecção depende de fatores oportunistas que podem regular a eficiência da resposta imunológica para que ocorra a parasitemia. Infecções experimentais com N. caninum no início da gestação resultaram em morte fetal (WILLIAMS et al., 2000). Vacas não gestantes quando foram experimentalmente infectadas não desenvolveram sinais clínicos significativos (DUBEY et al., 2006).

O controle da parasitemia é regulado pelos mecanismos do sistema imune celular (BARTLEY et al., 2004) com significativa importância na proteção do sistema desenvolvida por linfócitos T citotóxicos, os quais são responsáveis pela morte de células autólogas infectadas por N. caninum os linfócitos T CD4+ (STASKA et al., 2003). Este grau de proteção ocorre no início da gestação, no entanto a partir do segundo terço de gestação estes parâmetros de imunidade são modificados e a proliferação celular em resposta a antígenos específicos a N. caninum diminui. Conseqüentemente, há redução na produção de interferon-gamma (INF-γ) (INNES et al., 2001).

A hipótese sustentada por BECH-SÀBAT et al (2007) é de que o aumento da progesterona produzido experimentalmente através da suplementação a partir do 120º dia de gestação aumenta o índice de aborto e que este fato esteja provavelmente relacionado com redução excessiva da resposta imune celular mediada por linfócitos T.

O estudo da resposta imune local e sistêmica foi conduzido em vacas gestantes infectadas com N. caninum aos 70, 140 e 210 dias de gestação. Os produtos que nasceram das vacas infectadas aos 70 dias de gestação nasceram soronegativos, bem como não foram constatadas evidências de resposta imune mediada por células (INNES et al., 2000).

A resposta imune mediada por células exerce uma grande importância na redução da multiplicação do N. caninum dentro do hospedeiro (ALMERIA et al., 2003). Esta resposta celular (Linfócitos T) se caracteriza pela produção de citocinas como as interleucinas (IL-12) e INF-γ (WILLIAMS et al., 2000). Em testes realizados

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in vitro foi demonstrado que a produção de citocinas Th-1, IL-12 e INF-γ inibem a multiplicação de taquizoítos, logo garantem proteção imunológica no hospedeiro (YAMANE et al., 2000). Durante a gestação é possível que ocorra imunomodulação e respostas induzidas por INF- γ que podem inclusive causar aborto (ALEMRIA et al., 2003).

Conforme Maley et al. (2003), antes dos 100 dias de gestação o feto bovino é incapaz de responder imunologicamente contra patógenos, porém após os 150 dias o feto já está apto a responder contra infecção e no terço final gestação pode não ocorrer reconhecimento imunológico e conseqüentemente, não há manifestação clinica. Por esta razão, no primeiro trimestre, o feto é excepcionalmente vulnerável a infecção por N. caninum e sua sobrevivência pode tornar improvável (DUBEY et al., 2006). No segundo terço da gestação, o feto pode preparar uma resposta imune a infecção (ALMERIA et al., 2003; INNES et al., 2005), no entanto esta pode não ser suficiente para sobreviver a infecção (DUBEY et al., 2006). Já no terço final da gestação, o feto é capaz de produzir a resposta imune e ser competente contra qualquer patógeno. Desta forma, a maioria das transmissões neste período resultam no nascimento de bezerros clinicamente sadios, mas persistentemente infectados (INNES et al., 2005, DUBEY et al., 2006).

Vacas com infecção crônica apresentam resposta imunológica mediada por células no primeiro trimestre da gestação. A citocina Th-1 garante a imunidade celular, no entanto produz outras pró-inflamatórias como INF-γ, IL-12, e TNF-α (Fator de necrose tumoral-alfa) presentes ou ausentes em baixas concentrações na placenta (MALEY et al., 2003). Esta resposta imune realiza o controle da infecção do protozoário, no entanto a produção de óxido nítrico para debelar o protozoário pode levar à morte do feto (QUINN et al., 2002). A partir dos 150 dias de gestação, decorrente do aumento da produção de progesterona há aumento da imunidade humoral (produção de Th-2) e a produção de IL-4, IL-5, IL-10 garante o desenvolvimento fetal (QUINN et al., 2002). Estas citocinas não controlam a infecção e com o aumento da carga parasitária para a mãe há aumento no risco de infecção congênita, além da IL-10 suprimir a produção de INF-γ, diminuindo a capacidade da mãe em controlar a multiplicação do N. caninum (INNES et al., 2000).

Assim, a infecção no primeiro trimestre tem alto risco de aborto, pois há baixos níveis de progesterona e baixa produção de Th-2. Já no terceiro trimestre há

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aumento de Th-2 diminuindo o risco de aborto (Figura 5) (QUINN et al., 2002). No entanto, Bech-Sábat et al. (2007) sugerem que a suplementação com progesterona em vacas com altos títulos de anticorpos pode ter maior risco de abortos, em decorrência da exacerbada resposta no sistema imune mediado por células. Se vacas com altos títulos de anticorpos indicam maior produção de Th-2 comparado a Th-1, logo a suplementação de progesterona pode diminuir ainda mais os níveis de Th-1 e também favorecer o aborto (BECH-SÀBAT et al., 2007). Como na toxoplasmose e em outras infecções parasitárias intracelulares, o mecanismo imunológico mediado por células desempenham um papel importante na redução da multiplicação do parasita dentro do hospedeiro, reduzindo a parasitemia. Assim, certo equilíbrio da resposta Th1-Th2 durante o período de gestação parece necessário. A ocorrência de um equilíbrio das respostas imune celular e humoral durante gestação parece muito mais próxima da realidade do que somente a resposta humoral (WILCZYŃSKI, 2005).

Em 1996, ENGELAND et al sugeriram que a infecção placentária e a inflamação podem induzir a luteólise, causando contração uterina prematura e expulsão fetal. Infecções experimentais demonstraram severas lesões na placenta e destruição do tecido materno-fetal (Figura 6) com resposta inflamatória não-supurativa (MACALDOWIE et al., 2004).

A imunossupressão em animais pode resultar reativação da infecção e aborto ou transmissão congênita. Nesse sentido, Björkman et al. (2000) sugerem que a infecção por BVDV cause imunossupressão e pode promover a ação de outros agentes patogénicos, tais como N. caninum. No entanto, outros investigadores não encontraram uma clara associação entre as infecções (GOTTSTEIN et al. 1998, HÄSSING e GOTTSTEIN, 2002). Do mesmo modo, a presença de micotoxinas em alimentos, vacinas, altas temperaturas e os fatores dietéticos, têm sido propostas como fatores que podem ser imunossupressores envolvidos no desencadeamento da doença (THURMOND et al.,1995b).

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Figura 5 - Demonstração da resposta imune celular durante a gestação em resposta a infecção por N. caninum. Adaptada de Buxton et al. (2002). 1- Gestação de 0-60 dias ausência de reconhecimento fetal a infecção. 2- Desenho demonstrando a Invasão da célula hospedeira por taquizoíto de N. caninum. Imagen retirada de: Buxton, D. et al. The comparative pathogenesis of neosporosis. Trends in Parasitology, v.18, n.12, 2002. Os taquizoítos penetram na corrente sanguinea e tem predileção pelo sistema nervoso central do feto. 3- Cérebro de feto bovino apresentando focos de necrose e taquizoítos de N. caninum. 4- Patogênese do aborto no primeiro e segundo terço da gestação de acordo com a resposta imune materna. 5- Os taquizoítos de N. caninum causam lesão na placenta 6-Resposta imune materna no terço final da gestação levando ao nascimento da progênie persistentemente infectada.

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Figura 6 - Corte histológico de placentoma após morte fetal. Placentoma após morte fetal apresentando extensiva autólise e necrose do trofoblasto fetal bem como necrose do estroma envolvendo septo maternal e as vilosidades fetais (seta). Separação do cotilédone fetal (FC) da carúncula maternal (MC). HE.x100. Adaptado de Macaldowie et al. (2004).

2.1.7 - Perdas econômicas

Neosporose tem importante impacto na produção bovina. Não há estudos estimando as reais perdas da indústria leiteira bovina sobre os danos agregados à neosporose (DUBEY, 2003). Custos indiretos incluem auxílio profissional, aborto, descarte de animais e diminuição na produção de leite (THURMOND; HIETALA, 1997; HERNANDEZ et al., 2001). Conforme Anderson et al (1995), cerca de 2,5-24,4% dos abortos no Estados Unidos são causados por neosporose. No México, Morales et al. (2001) identificaram que a maior taxa (77%) de aborto é provocada por neosporose

As pesquisas ainda apresentam dados contraditórios ao referir perdas produtivas na cadeia produtiva de leite. Em 2001, Hernandez et al. relataram que 3-4% de diminuição na produção de leite em vacas soropositivas, enquanto que Romero et al. (2005) na Costa Rica não encontraram diferenças na produção e reprodução de vacas soropositivas com soroprevalência média de 39%.

Para a indústria canadense, as perdas econômicas por N. caninum representam alto valor. A perda estimada foi de CAD$ 1.426,11 num rebanho

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infectado com 61 matrizes com soroprevalência de 20%, sendo que 50% das perdas foram atribuídas somente a abortos (HADDAD et al., 2005). Tiwari et al. (2007) afirmam que novilhas soropositivas tem uma produção de 161kg de leite a menos que as fêmeas soronegativas considerando-se 305d de lactação.

Estas divergências entre autores nos leva a realizar uma hipótese de qual é o impacto desta enfermidade sobre rebanhos leiteiros no aspecto reprodutivo, visto que algumas publicações não levam em conta todos os parâmetros reprodutivos, mas apenas aborto ou nova concepção.

2.2 – Desempenho reprodutivo de vacas leiteiras

Os índices reprodutivos do rebanho são de extrema importância para a produção. Quando há atraso na concepção em vacas, a lactação estende-se além do período considerado adequado (305 dias) provocando diminuição na produção média da vaca (PHILLIPS, 1998). No manejo reprodutivo de um rebanho devem ser observados alguns parâmetros como: involução uterina, retorno atividade ovariana, eficiência detecção de cio e taxa de concepção (WEAVER, 1992). Intervalos entre partos (IEP) refletem a produção do rebanho, logo intervalos menores que 14 meses tem maior produção que intervalos acima de 14 meses. O ideal é um IEP médio de 12 meses para o rebanho (BALL e PETERS, 2004). O IEP é influenciado pela taxa de detecção de estro, taxa de concepção, intervalo parto concepção (DOMECQ et al., 1991).

STEVENSON e CALL (1988) não encontraram evidências de relação direta entre natimortos e desempenho reprodutivo. Entretanto, segundo esses autores, vacas com abortos e natimortos correm risco de apresentarem outras doenças, como prolápso de útero, retenção de placenta e, conseqüentemente, metrite e endometrite, interferindo assim, indiretamente na eficiência reprodutiva.

Roberts (1971) relatou que vacas abortadas têm maior risco de retenção de placenta na proporção conforme tempo de gestação 1:7 aos 121-150 dias, 1:6 aos 151-180 dias, 1:3 aos 181-210 dias, 1:2,2 aos 211-240 dias e 1:1,7 dos 241 aos 250 dias. Além disso, a maioria dos abortos de origem infecciosa tem alta correlação com retenção de placenta e posterior endometrite (BAIER e SCHAETZ et al., 1981). A retenção de placenta é decorrente da falha na separação da porção da vilosidade

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do cotilédone fetal com a cripta da carúncula materna devido à falha na maturação destas estruturas (ROBERTS, 1971). Em 1986, Martin et al. afirmaram que a retenção de placenta aumentava em quatro dias para o primeiro serviço, em 19 dias o período para nova concepção e 0,2 serviços por concepção.

As perdas reprodutivas e o desempenho de vacas soropositivas ainda são controversos na literatura. López-Gatius et al. (2004) analisaram um rebanho composto por novilhas e vacas leiteiras com percentual de 15% de soropositivas e verificaram 11,9% de abortos, sendo que o maior efeito abortivo da infecção ocorre após 90 dias de gestação, concentrando 79,4% dos abortos dos animais soropositivos. López-Gatius et al. (2005) também avaliaram três rebanhos leiteiros com média de 12% de fêmeas soropositivas e constataram 30% de abortos no grupo soropositivas e 4% no grupo soronegativas. Neste mesmo estudo a prenhez foi de 34% nas vacas soronegativas e 32% nas soropositvas. A média de inseminações por concepção foi 2,9 (desvio padrão de 1 a 16 inseminações), logo, estes autores afirmam que não detectaram efeito da infecção por N. caninum sobre a fertilidade. Entretanto, em 2003 Moore et al. demonstraram efeito de perdas reprodutivas em rebanhos de corte na Argentina ao comparar a causa dos abortos por N. caninum x Tritrichomonas foetus, sendo que todos os abortos registrados foram causados por N. caninum. Recentemente Andreotti et al. (2010) verificaram, em rebanhos de corte alto impacto na reprodução, sendo o índice de gestação de 44,11% para vacas soropositivas e 59,12% para vacas soronegativas.

Os diversos dados encontrados na literatura apontam para perdas econômicas provocadas por neosporose, no entanto, ainda são ausentes dados sobre parâmetros reprodutivos e acompanhamento do puerpério de fêmeas soropositivas pós-aborto. Considerando-se a importância da infecção por Neospora caninum em rebanhos leiteiros, esta pesquisa foi conduzida em 6 rebanhos de leiteiros com 1234 fêmeas da Raça Holandesa para identificar a influência de N. caninum sobre os parâmetros reprodutivos: número de inseminações/concepção, intervalo parto ou aborto/primeiro serviço, intervalo parto ou aborto/concepção, ocorrência de retenção placenta e infecções uterinas pós aborto.

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2. CAPITULO I

MANUSCRITO

Trabalho a ser submetido para publicação

Effect of Neospora caninum infection on reproductive parameters of dairy cows

Gilson Antonio Pessoa, Carlos Antonio Mondino Silva, Mara Iolanda Batistella Rubin, Fernanda Flores Vogel, Janislene M. Trentin, Vanessa Calderaro Dalcin, Denize Costa da Rosa, Carlos Eduardo Leonardi, Ana Paula Martini.

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32 Table 1. Herds Cows and heifers n Positive (%) Negative (%) Positive aborted (%) Negative aborted (%) Total aborted (%) 1 Cows (137) 14 (10.2a) 123(89.8a) 4 (28.6a) 3 (2.4a) 7 (5,15a) Heifers (85) 11 (12.9a) 74 (87.0a) 3 (27.6a) 1(1.3a) 4 (4,7a) 2 Cows (144) 28 (19.4 a ) 116 (80.6a) 8 (28.6a) 4 (3.4a) 12 (8.3a) Heifers (82) 22 (26.8b) 60 (73.2b) 5 (22.7a) 2 (3.3a) 7 (8.5a) 3 Cows (153) 44 (28.8 ab ) 109 (71.2ab) 12 (27.3a) 6 (5.5a) 18 (11.7ab) Heifers (86) 16 (18.6ab) 70 (81.4ab) 6 (37.5a) 2 (2.9a) 8 (9.3ab) 4 Cows (72) 26 (36.1 b ) 46 (63.9b) 10 (38.5a) 3 (6.5a) 13 (18.0b) Heifers (30) 8 (26.7b) 22 (73.3b) 3 (37.5a) 1 (4.5a) 4 (13.3b) 5 Cows (153) 38 (24.8ab) 115 (75.2ab) 14 (36.8a) 2 (1.7a) 16 (10.4a) Heifers (42) 8 (19.0ab) 34 (80.9ab) 2 (25.0a) 3 (8.8a) 5 (11.9ab) 6 Cows (180) 21 (11.6a) 159 (88.3a) 5 (23.8a) 3 (1.9a) 8 (4.4a) Heifers (70) 7 (10.0a) 63 (90.0a) 2 (28.6a) 2 (3.2a) 4 (5.7a) Total (1234) Cows (839) 171(20.4a) 668(79.6a) 53 (30.9a) 21 (3.1a) 74 (8.8a) Heifers (395) 72 (18.2a) 323(81.8a) 21 (29.2a) 11 (3.4a) 32 (8.1a)

The analysis was performed between cows and heifers in the herds (same column). The different letters indicates difference at level of 5% significance.

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Table 2. Herds Dams (n) Recovered fetuses from soropositive dams n DNA identification in fetuses from Seropositive dams n Recovered fetuses from Soronegative dams n Identification other causes abortion in Seronegative dams (n) 1 Cows (7) 1/4 1/1 1/3 Staphylococcus spp.(1) Heifers (4) 0/3 0/0 0/1 - 2 Cows (12) 1/8 0/1 1/4 - Heifers (7) 2/5 1/2 1/2 Leptospira conpenhague (1)

3 Cows (18) 1/12 0/1 2/6 Leptospira hardjo(1)

Heifers (8) 1/6 1/1 0/2 -

4 Cows (13) 2/10 1/2 1/3 Aspergillus sp.(1)

Heifers (4) 1/3 0/1 0/1 -

5 Cows (16) 4/14 2/4 1/2 -

Heifers (5) 1/2 0/0 0/3 -

6 Cows (8) 2/5 1/2 2/3 Leptospira hardjo (1)

Heifers (4) 0/2 0/0 0/2 -

Total n

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Table 3. Groups RFM (%) G1(%) G2 (%) G3 (%) Seronegative partured n= 959 73 (7.6)a** 106 (11.0)a** 39 (4.0)a* 27 (2.8)a Seronegative aborted n=32 6 (17.6)b** 9 (26.5)b** 6 (17.6)b* 3 (8.8)a Seropositive partured n=169 (%) 9 (5.3)a** 12 (7.1)a** 5 (2.9)a* 4 (2.4)a Seropositive aborted n=74 (%) 13 (17.5)b** 19(25.6)b** 14 (18.9)b** 9 (12)a

*P < 0.05 and **P < 0.01. The letters different in the same column indicate difference between groups in the same pathology postpartum observed.

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4 CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa foi verificado que vacas que abortaram tiveram maior ocorrência de retenção de placenta e maior predisposição a infecção uterina. Desta forma, quanto maior soroprevalência para N. caninun no rebanho maior o risco de aborto, infecção uterina e conseqüente aumento no número de inseminações artificiais para concepção e do intervalo/concepção.

A realização anual de exame sorológico no rebanho bem como a determinação da causa do aborto através da detecção do agente em tecidos fetais por técnica moleculares é de extrema importância para direcionar o manejo sanitário do rebanho. Mais estudos com diferentes níveis de soroprevalência em rebanhos são necessários para correlacionar o nível de infecção e o impacto reprodutivo, bem como definir ocorrência de infecções uterinas relacionada com imunidade da fêmea.

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