ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO FINAL DE LITERATURA - 2017 Nome: __________________________ Nº____ 3ª Série _______ Professor : Fernando Nota: ______ (Valor: 2,0) I – Introdução Caro aluno,
Neste ano, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto, não assimilou completamente os conteúdos necessários. É chegado o momento de retomar os assuntos estudados para complementar seus conhecimentos.
O presente roteiro tem por objetivo auxiliar a organização de seus estudos, para que os assuntos fundamentais discutidos neste ano sejam efetivamente assimilados. Para tanto, você fará um trabalho que visa ao resgate de informações fundamentais para a sequência de seus estudos em Literatura.
II - Procedimento de estudo
Leia suas anotações de aula, faça resumos dos capítulos do livro
didático e resolva as listas de exercícios (disponíveis no Classroom) referentes às obras de Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Machado de Assis, Helena Morley, Pepetela, Graciliano Ramos, José de Alencar, Aluísio Azevedo e Eça de Queirós. É possível ainda consultar o
material de revisão do Poliedro.
É fundamental a releitura de Iracema, de José de Alencar, A cidade
e as Serras, de Eça de Queirós, Minha Vida de Menina, de Helena Morley, O Cortiço, de Aluísio Azevedo, Claro Enigma, de Carlos Drummond de
Andrade, Mayombe, de Pepetela, Sagarana, de João Guimarães Rosa, e
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que estudamos
neste ano, observando as análises realizadas em sala de aula, sobretudo, a
partir das listas de exercícios. Importantes também são as relações entre os livros estudados da lista Fuvest / Unicamp, tão enfatizadas neste ano e no decorrer de todo o Ensino Médio.
Releia suas anotações das aulas e as obras analisadas ao longo do ano. Além disso, sugerimos que estude por meio das provas mensais e bimestrais e também faça resumos dos seguintes capítulos do livro
didático (Literatura: tempos, leitores e leituras. Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara):
● Romantismo;
● Realismo em Portugal; ● Realismo no Brasil;
● Primeira, segunda e terceira gerações modernistas no Brasil.
Atenção: não será necessário entregar os resumos, trata-se de uma sugestão
para seus estudos.
III - Trabalho
Texto para a questão 01.
Tirei a carteira, escolhi uma nota de cinco mil-réis, – a menos limpa, – e dei-lha [a Quincas Borba]. Ele recebeu-ma com os olhos cintilantes de cobiça. Levantou a nota ao ar, e agitou-a entusiasmado.
— In hoc signo vinces!* bradou.
E depois beijou-a, com muitos ademanes de ternura, e tão ruidosa expansão, que me produziu um sentimento misto de nojo e lástima. Ele, que era arguto, entendeu-me; ficou sério, grotescamente sério, e pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos, uma nota de cinco mil-réis.
— Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu. — Sim? acudiu ele, dando um bote para mim.
— Trabalhando, concluí eu.
* “In hoc signo vinces!”: citação em latim que significa “Com este sinal vencerás” (frase que teria aparecido no céu, junto de uma cruz, ao imperador Constantino, antes de uma batalha).
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.)
Q 01.
(FUVEST 2013 - adaptada)
No excerto acima, narra-se parte doencontro de Brás Cubas com Quincas Borba, quando este, reduzido à miséria, mendigava nas ruas do Rio de Janeiro. Tendo em vista a autobiografia de Brás Cubas e as considerações que, ao longo de suas Memórias póstumas, ele tece a respeito do tema do trabalho, comente o conselho que, no excerto, ele dá a Quincas Borba: “— Trabalhando, concluí eu”.
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Textos para a questão 02.
Texto 1
AMAR
Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade, Claro Enigma.
Texto 2
FRAGA E SOMBRA
A sombra azul da tarde nos confrange. Baixa, severa, a luz crepuscular. Um sino toca, e não saber quem tange é como se este som nascesse do ar. Música breve, noite longa. O alfanje que sono e sonho ceifa devagar mal se desenha, fino, ante a falange das nuvens esquecidas de passar. Os dois apenas, entre céu e terra, sentimos o espetáculo do mundo, feito de mar ausente e abstrata serra. E calcamos em nós, sob o profundo instinto de existir, outra mais pura vontade de anular a criatura.
Carlos Drummond de Andrade, Claro Enigma.
Q. 02.
Os poemas (textos 1 e 2) encontram-se em “Notícias amorosas”,segunda parte do livro Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. O poeta apresenta, nesse momento da obra, uma contínua visão sobre o amor, ao longo de sete poemas.
Apoiando-se em sua leitura, faça uma breve comparação entre os textos, explicando a concepção de amor de acordo com as ideias de vazio e de ausência, que atravessam os poemas “Amar” e “Fraga e sombra”.
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Texto para a questão 03.
Tinha a obrigação de trabalhar para os outros, naturalmente, conhecia do seu lugar. Bem. Nascera com esse destino, ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possível melhorar de situação, espantar-se-ia. (...) Era a sina. O pai vivera assim, o avô também. E para trás não existia família. Cortar mandacaru, ensebar látegos - aquilo estava no sangue. Conformava-se, não pretendia mais nada. Se lhe dessem o que era dele, estava certo. Não davam. Era um desgraçado, era como um cachorro, só recebia ossos. Por que seria que os homens ricos ainda lhe tomavam uma parte dos ossos? Fazia até nojo pessoas importantes se ocuparem com semelhantes porcarias.
(Graciliano Ramos, Vidas secas.)
Q 03.
(UNICAMP 2008 – adaptada) O trecho acima é do capítulo “Contas”, daobra Vidas secas, de Graciliano Ramos. Apoiando-se na referência que Fabiano faz aos “homens ricos”, que visão podemos dizer que ele tem de sua própria condição?
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Texto para a questão 04.
O casal de pretos, que moravam junto com ele, era quem mandava e desmandava na casa, não trabalhando um nada e vivendo no estadão. Mas, ele, tinham-no visto mourejar até dentro da noite de Deus, quando havia luar claro.
Nos domingos, tinha o seu gosto de tomar descanso: batendo mato, o dia inteiro, sem sossego, sem espingarda nenhuma e nem nenhuma arma para caçar; e, de tardinha, fazendo parte com as velhas corocas que rezavam o terço ou os meses dos santos. Mas fugia às léguas de viola ou sanfona, ou de qualquer outra qualidade de música que escuma tristezas no coração.
(João Guimarães Rosa, "A hora e a vez de Augusto Matraga", in: Sagarana.)
Q 04.
Comente a passagem do conto “A hora e vez de Augusto Matraga” acima, retomando elementos importantes do enredo e um dos temas cruciais da obra Sagarana: a travessia._______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8