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Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy Escola de Odontologia. Alexandre Mascarenhas Villela

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Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”

Escola de Odontologia

Alexandre Mascarenhas Villela

Análise comparativa da infiltração marginal apical de três cimentos endodônticos através de um processo de diafanização

Duque de Caxias 2007

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Alexandre Mascarenhas Villela

Análise comparativa da infiltração marginal apical de três cimentos endodônticos através de um processo de diafanização

Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Odontologia com área de concentração em Endodontia.

Orientador: Prof. Dr. Rivail Antonio Sergio Fidel.

Duque de Caxias 2007

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V735a Villela, Alexandre Mascarenhas.

Análise comparativa da infiltração marginal apical de três cimentos endodônticos através de um processo de diafanização / Alexandre Mascarenhas Villela; orientador: Rivail Antonio Sérgio Fidel.- Duque de Caxias, RJ, 2007.

75 f.: il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, Escola de Odontologia, 2007.

Bibliografia: f. 67-73

1.Odontologia. 2. Endodontia. 3. Cimentos dentários. 4. Obturação do canaI radicular. I. Fidel, Rivail Antonio Sergio. II. Título.

CDD – 617.6

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Dedico este trabalho;

Aos meus pais, Carlos Henrique e Nelly, responsáveis pelos meus princípios básicos: caráter, lealdade e honestidade. Princípios estes dos quais tanto me orgulham e procuro aplicar na minha vida profissional e pessoal, inclusive como meta para educação dos meus filhos.

À minha família do coração, Stela, Galvãozinho, Karina e Cyntia, que me acolheu com um carinho de mãe e irmãos, em um dos momentos mais difíceis da minha vida. Graças a vocês este sonho se tornou uma realidade. Obrigado por tudo o que vocês fizeram por mim. Tenho orgulho de me sentir parte desta família.

À minha esposa Mônica que está sempre ao meu lado nos bons momentos, mas, principalmente, apoiando-me nas dificuldades da minha vida. Obrigado pelo amor, carinho, confiança e seu incansável incentivo.

Aos meus filhos, Pedro, Matheus e Beatriz, minhas grandes alegrias. Os maiores motivos, que me dão força para continuar a enfrentar as dificuldades e os obstáculos da vida.

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“As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém, leais com o que pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos.”

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Agradeço especialmente;

Ao Professor, Doutor Rivail Antonio Sergio Fidel e a Professora Doutora Sandra Rivera Fidel que me receberam no Mestrado de forma tão acolhedora. Gostaria de registrar minha eterna gratidão pelo carinho e dedicação, como professores e orientadores, e principalmente, como amigos que tanto me envaidece.

“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia.

É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.”

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Agradeço também;

A DEUS, por me conceder a vida com saúde e êxito, tanto material como espiritual, paz e serenidade ao lado da minha família e meus amigos.

Aos meus irmãos, Patricia (in memorian), Virginia e Henrique, pelos grandes momentos que vivemos juntos.

À minha amiga, sócia e irmã de coração, Samira, que sempre me motivou e apoiou nesta trajetória.

À Flávia, minha sobrinha e afilhada, meu orgulho, satisfação e motivação por dar continuidade à profissão com a mesma dedicação e afinco, características dos dentistas da família.

Aos meus colegas do Curso de Mestrado, Jaqueline, Rosana, Rosangela, Ricardo e especialmente ao Leandro e à Katiana pelo apoio que me foi dado, sem o qual esta trajetória seria muito mais difícil.

Ao Professor e amigo Edson Jorge Lima Moreira, por seu profissionalismo, caráter e simplicidade: um exemplo a ser seguido.

Ao amigo Fernando Marques da Cunha que me ajudou de forma impecável na realização das fotografias, que certamente contribuíram para o engrandecimento deste estudo.

À amiga e professora Sahadia que me assessorou na correção desta dissertação. Aos amigos e colegas, Aquilles Siquara, Andréa Pires, Camila Gomes e Vanessa Gaspari, que me ajudaram a tornar realidade o nosso curso de atualização.

A todos que de alguma forma contribuíram para que este sonho se tornasse realidade.

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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”

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RESUMO

O sucesso do tratamento endodôntico está diretamente relacionado à correta execução de todas as suas fases, desde o diagnóstico até a sua proservação. A obturação do sistema dos canais radiculares não foge a esta regra e merece uma atenção especial por se tratar da fase que finaliza o tratamento propriamente dito. O material obturador deve vedar todo o sistema de canais radiculares, espaço antes ocupado pela polpa radicular, promovendo um selamento hermético e tridimensional. Ao longo dos anos, vários materiais já foram testados, porém, atualmente o uso da guta-percha (material sólido) associado a um cimento endodôntico (material plástico) é quase uma unanimidade. A guta-percha deve ser o principal material da obturação, devendo ocupar o maior espaço possível da luz do sistema de canais radiculares. Entretanto, os cimentos endodônticos têm demonstrado influenciar, de maneira direta, o sucesso do tratamento endodôntico. Inúmeras pesquisas foram e ainda estão sendo realizadas na tentativa de desenvolver um cimento que englobe todas as características físico-químicas e biológicas de um material obturador. O presente estudo teve como objetivo avaliar comparativamente a capacidade de selamento marginal apical dos cimentos: Sealer 26®, Acroseal® e EndoREZ®. Todos os experimentos foram realizados no Laboratório de Pesquisa de Endodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Concluiu-se que nenhum dos cimentos testados foi capaz de impedir a infiltração marginal apical em todos os dentes testados. Após análise estatística, os cimentos Sealer 26® e o cimento Acroseal® não apresentaram diferenças estatisticamente significantes, ao contrário do cimento EndoREZ® que apresentou um resultado muito inferior e estatisticamente significante.

Palavras-chaves: endodontia; cimentos endodônticos; selamemto marginal apical; diafanização.

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ABSTRACT

Comparative study of the apical marginal leakage of three commercial endodontic sealers by clearing teeth.

The success of any endodontic treatment is directly related to the correct execution of all its phases, ranging from diagnosis through its proservation. The obturation of the root canal system does not escape this rule and deserves special attention, since that is the phase which finishes the treatment. The filling material must seal the whole root canals system, a space previously filled by the root pulp, promoting a three-dimensional air-tight sealing. Throughout the years, various materials have already been tested, however the use of gutta-percha (solid material) associated with an endodontic sealer (plastic material) is nowadays largely accepted as a best practice among top level professionals. Gutta-percha must be the main material of the obturation, occupying the largest possible space of the light of the root canal system. However, the endodontic sealer has shown direct influence in the success of the endodontic treatment. A countless number of researches have been and are still being carried out as an attempt to develop a sealer which includes all the physical-chemical and biological characteristics of a filling material. The present study had as objective a comparative evaluation of the apical marginal sealing capability of the sealers: Sealer 26®, Acroseal® and EndoREZ®. All the experiments were carried out at the Endodontic Research Laboratory of the College of Odonthology of the University of the State of Rio de Janeiro. The conclusion was that none of the sealer tested was capable of avoiding apical marginal leakage in all teeth tested. According to statistical analyses, Sealer 26® and Acroseal® sealers did not present statistically significant differences, while EndoREZ® sealer presented a much inferior and statistically significant result.

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LISTA DE FIGURAS

PÁGINA

Figura 1 - Apresentação comercial do cimento EndoREZ® (Ultradent) ... 49

Figura 2 - Apresentação comercial do cimento EndoREZ® (Ultradent) com o aplicador do cimento ... 49

Figura 3 - Apresentação comercial do cimento Sealer 26® (Dentsply) ... 50

Figura 4 - Apresentação comercial do cimento Acroseal® (Septodont) ... 50

Figuras 7a e 7b – Dentes diafanizados do grupo de controle positivo... 54

Figura 8a e 8b – Dentes diafanizados do grupo de controle negativo ... ... 55

Figura 9a e 9b – Dentes diafanizados do grupo I (Sealer 26®) ... 55

Figura 10a e 10b – Dentes diafanizados do grupo II (EndoREZ®)... 56

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LISTA DE TABELAS

PÁGINA Tabela 1 - Marca comercial, composição química e fabricante dos cimentos

utilizados... 48 Tabela 2 - Valores obtidos em pixel pela observação da infiltração marginal

apical dos canais radiculares obturados... 52 Tabela 3 - Valores obtidos em pixel da maior infiltração marginal apical dos

canais radiculares obturados observados entre P1 e P2 de cada dente... 53

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SUMÁRIO PÁGINA 1. INTRODUÇÃO... 21 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 25 3. PROPOSIÇÃO ... 41 4. MATERIAL E MÉTODOS ... 43 6. RESULTADO ... ... 51 5. DISCUSSÃO ... 57 6. CONCLUSÕES ... ... 64 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... ... 66 8. ANEXO ... 74

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INTRODUÇÃO

A terapia endodôntica tem por objetivo prevenir bem como tratar as alterações pulpares e suas repercussões sobre os tecidos periapicais e, conseqüentemente, no organismo (LEONARDO, 1988).

A grande maioria das doenças endodônticas, assim como os insucessos no seu tratamento, está relacionada à presença de microrganismos. Os fatores não microbianos são exceções que ocorrem em raríssimos casos (HIZATUGO, 2002). Por este motivo, o tratamento endodôntico visa criar condições adversas à presença e proliferação dos microrganismos na cavidade pulpar e, por conseguinte, na região periapical. (ESTRELA, 1999).

O tratamento endodôntico consta de diversas fases, todas igualmente importantes e inter-relacionadas. Sob o prisma da investigação científica, vale ressaltar a importância da interação entre as diversas etapas da terapia endodôntica e o valor de cada uma delas, desde a anamnese do paciente até a completa obturação do sistema de canais radiculares, culminando com a integração da função e no controle clínico-radiográfico do resultado a longo prazo. Mesmo assim, destaca-se a importância da obturação pela necessidade de obtenção de um selamento hermético tridimensional de todo o sistema de canais radiculares, principalmente na região apical. Este selamento visa impedir a percolação e a micro infiltração do exudato periapical para o interior do sistema de canais radiculares, evitando a reinfecção e, ainda, criar um ambiente biologicamente favorável para que se processe o reparo dos tecidos. Segundo ESTRELA (1999), o selamento do espaço vazio torna-se crítico, não no sentido de que a ausência de material obturador represente fracasso no procedimento endodôntico, mas, com certeza, torná-lo mais suscetível ao insucesso. Cerca de 60% dos fracassos observados neste

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tipo de tratamento são decorrentes da obturação incompleta dos espaços do sistema de canais radiculares. (INGLE, BAKLAND, 1994).

Para que estes objetivos sejam alcançados, o material obturador assume papel de extrema importância. Segundo relata McELROY (1955), já foram utilizados inúmeros materiais obturadores do sistema de canais radiculares. Atualmente a guta-percha tem sido preconizada de forma quase unânime. Das vantagens comprovadas deste material destaca-se: sua capacidade de condensação e de adaptação às irregularidades e ao contorno do canal seja pelo método de condensação lateral ou vertical; de poder ser amolecida e plastificada pelo calor ou pelos solventes orgânicos (eucaliptol, clorofórmio, xilol, terebintina e óleo de laranja); ser inerte; ter uma estabilidade dimensional; ser tolerada pelos tecidos (não alergênica); não alterar a cor do dente; ser radiopaca; poder ser removida, se necessário, com certa facilidade. Porém é indiscutível a necessidade da utilização de cimentos obturadores, pois, apesar da guta-percha possuir grande poder de adaptação, ela não possui capacidade de aderência às paredes dos canais radiculares nem de escoamento (EVANS e SIMON, 1986; SMITH e STEIMAN, 1994).

O cimento obturador realiza várias funções durante a obturação do sistema de canais radiculares: lubrifica e ajuda o assentamento do cone principal de guta-percha, funciona como agente de união entre a guta-percha e a parede do canal e preenche os espaços anatômicos que o material obturador não alcançou. Os cimentos endodônticos, embora utilizados como agentes coadjuvantes na obturação dos sistemas de canais radiculares, têm demonstrado influenciar o sucesso do tratamento endodôntico. Inúmeros cimentos obturadores foram desenvolvidos no decorrer dos anos. Estes cimentos obturadores são classificados de acordo com seu componente químico principal, sendo classificados como cimentos à base de: óxido de zinco e eugenol, hidróxido de cálcio, ionômero de vidro e resinas sintéticas (epóxi ou acrílicas). As propriedades necessárias para um bom cimento obturador são:

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biocompatibilidade, tempo de endurecimento, radiopacidade, escoamento e, principalmente, capacidade de selamento. A qualidade da obturação de canais radiculares somente pode ser avaliada clinicamente pelo exame radiográfico, não existindo, ainda, nenhum método para se avaliar in vivo, qualitativamente, a impermeabilização proporcionada pelo selamento apical endodôntico. O uso de corante, associado à diafanização da unidade dentária, tem sido a que mais se aproxima da real condição clínica, pois, além de permitir a avaliação da infiltração marginal apical ocorrida, possibilita a visualização tridimensional dos dentes e possibilita a observação da área de maior infiltração de cada elemento estudado (HASSELGREN e TRONSTAD, 1975; MATLOFF et al., 1982; ROBERTSON e LEEB, 1982; DALAT e SPANGBERG, 1994; ROPER, 1996 e SANTA CECÍLIA et al., 1997).

Ainda não existe um cimento obturador que tenha a capacidade de selamento ideal necessário, por este motivo, acreditamos que o mais interessante é utilizar aquele que mais se aproxima do ideal.

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REVISÃO DA LITERATURA

Em 1902, TAYLER já preconizava alguns requisitos necessários para um material obturador dos canais radiculares. Na época, o autor utilizava a massa de vidraceiro com a qual, segundo ele, conseguia bons resultados.

LEVIN, também em 1902, publicou a fórmula de massa de vidraceiro, preconizando-a como o melhor material para a obturação dos canais radiculares que ele já havia utilizado e relatou que o material atendia aos requisitos estipulados por TAYLER.

PRINZ (1912) relatou que o principal objetivo da obturação do canal radicular consiste na substituição do órgão pulpar por um material sólido, inerte e insolúvel. Este autor salientou que a não obturação do canal radicular permite a infiltração de líquidos que servirão de substrato nutriente para os microrganismos presentes nos canalículos dentinários de um canal radicular previamente infectado. Neste trabalho, o autor preconizou a obturação do canal radicular com um composto à base de parafina, descreveu a técnica para seu uso, enumerou as vantagens do referido material como cimento obturador do canal radicular e, ainda, estabeleceu que os materiais obturadores de canais radiculares devem apresentar os seguintes requisitos: não provocar a putrefação dos tecidos, possuir propriedades anti-sépticas permanentes, ser de fácil introdução no interior do canal radicular, não irritar os tecidos periapicais, nem alterar a cor da estrutura dental, manter inalteradas as suas formas, ser de fácil remoção, não apresentar porosidade, promover obturação hermética do canal radicular e ser radiopaco.

CALLAHAN (1914) recomendou o uso de uma solução de resina dissolvida em clorofórmio para o selamento dos canalículos dentinários. Este autor relatou ser uma técnica: simples, fácil, rápida e capaz de selar todos os canalículos e forames que se encontravam

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aberto. O autor enfatizou, ainda, a necessidade de um correto preparo do canal radicular para a melhor realização dos procedimentos.

RICKERT (1927), preocupado em relação ao controle da infecção focal e com a melhoria da obturação do sistema de canais radiculares, após muitos trabalhos e exaustivas investigações para se obter um material obturador, publicou a fórmula de um cimento que até hoje é utilizado e ficou conhecido como Cimento de Rickert®. A fórmula consiste em: pó de prata precipitada 24,74%, óxido de zinco 34%, bi-timol (Aristol) 10,55% e resina natural 30,71%. Este pó reage com um líquido composto de eugenol e bálsamo do Canadá. Este foi, sem dúvida, um grande passo em direção a busca de um material obturador de uso exclusivo da Endodontia.

FISHER (1927) citou os requisitos ideais de um material obturador do sistema de canais radiculares deveria possuir: selar hermeticamente o canal radicular, não ser irritante aos tecidos, nem sofrer alteração dimensional após o endurecimento, ser passível de esterilização, insolúvel, radiopaco, de fácil remoção, caso necessário, impermeável aos tecidos tissulares e não alterar a cor das estruturas dentais. Estes são os requisitos necessários preconizados até os dias atuais.

De acordo com COOLDGLE (1927), o primeiro requisito para um cimento endodôntico ideal é ser plástico o suficiente no momento da inserção, para adaptar-se às várias formas e contornos de cada canal radicular.

PUTRERBAUGH (1928) divulgou um estudo muito importante a respeito de materiais obturadores, abrangendo conceitos utilizados na atualidade. O autor teceu considerações sobre a necessidade de um correto preparo da região cervical do canal para que se possa ter um acesso adequado à sua região apical. Depois, enfatizou a necessidade de uma obturação hermética do canal radicular. O autor foi um dos primeiros pesquisadores a se preocupar com a biocompatibilidade dos materiais obturadores dos canais radiculares e

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defendeu a não incorporação de agentes anti-sépticos , preconizando a manutenção de uma rigorosa cadeia asséptica a fim de evitar esta necessidade.

BUCKLEY (1931) afirmou que devido à impossibilidade de se esterilizar toda a massa canalicular de dentina, as extremidades internas dos canalículos devem ser hermeticamente seladas para prevenir a infecção ou reinfecção dos tecidos periapicais tendo como objetivo da obturação a manutenção da saúde do tecido periapical.

BUCHBINDER (1931), preocupado com a alteração dimensional de alguns materiais obturadores, testou a guta-percha dissolvida tanto em clorofórmio como em eucaliptol, e o cimento de Rickert. O método preconizado por este investigador consistia em preencher os tubos de vidro com materiais testados e imergi-los em água com corante. À medida que o material deslocava-se das paredes dos tubos de vidro, se formavam bolhas de ar visíveis e ocorria a penetração do corante. Com o resultado, o autor salientou que o cimento de Rickert apresentou melhor resultado que os demais materiais testados. Além da pesquisa, o autor mencionou os requisitos que um cimento deve possuir, porém não acrescentou nada de diferente aos requisitos propostos por PRINZ (1912) e FISHER (1927).

GROSMAN (1936), a semelhança de RICKERT, propôs um cimento obturador do sistema de canais radiculares à base de óxido de zinco e eugenol e com prata em sua composição, com o objetivo de aproveitar as propriedades oligodinâmicas deste metal. O cimento proposto apresenta a seguinte formulação: pó - prata pulverizada, resina hidrogenada e óxido de zinco; líquido – eugenol e solução de cloreto de zinco a 4%.

McELROY (1955) relatou em seu estudo inúmeros materiais obturadores do sistema de canais radiculares que já foram utilizados como, por exemplo: fosfato tricálcico com eugenol; óxido de zinco e ácido clorídrico; carvão animal pulverizado com iodofórmio; pontas de madeira de laranjeira associadas a uma pasta de iodofórmio e fenol; oxicloreto de zinco e lã mineral; estanho em folha; chumbo em folha coberto com pasta de fenol e iodo;

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pontas de madeira embebidas em bicarbonato ou mercúrio a 0,5%; madeira avermelhada (cedro) associada à parafina; partes iguais de óxido de zinco e iodofórmio transformados em pasta com creosoto; pontas de algodão saturadas com óleo de canela ou fenol canforado; iodeto de timol e parafina misturada com ajuda de calor brando; fenil salicilato e bálsamo; amálgama de cobre; pasta de óxido de zinco e eugenol; dentina de cachorro; marfim pulverizado e dentina humana.

Em 1984, efetivou-se uma série de normas e testes para a avaliação dos materiais obturadores dos sistemas de canais radiculares, divulgada no ano anterior pela American

Dental Association. Tal fato reveste-se de muita importância, passando então a existir

procedimentos padronizados, com finalidade específica para a avaliação das propriedades físicas dos materiais em pauta. Sua última atualização foi realizada em abril de 2000.

SCELZA et al. (1986) verificaram o efeito do ácido cítrico (solução a 10%) na remoção da smear layer comumente existente na superfície do canal radicular após a biomecânica. O ácido cítrico mostrou-se eficaz quando utilizado como irrigante final seguido de irrigação com água destilada, deixando os túbulos dentinários desobstruídos.

WHITE e GOLDMAN (1984) observaram a penetração de material obturador nos túbulos dentinários na ausência da smear layer, indicando que tal penetração aumenta a interface entre o material obturador e a parede dentinária, diminuindo a infiltração apical.

De acordo com INGLE e TAINTOR (1989), a obturação incompleta do sistema de canais radiculares tem um papel relevante no prognóstico da terapia endodôntica, visto que até 60% dos insucessos podem ser atribuídos à obturação incompleta de canais. Segundo os autores, isto é possivelmente uma conseqüência da complexidade da anatomia dos canais radiculares, com irregularidades, anastomoses, a existência de istmos e canais acessórios.

CHACCUR et al. (1989), com objetivo de avaliar a impermeabilidade do selamento do canal radicular, compararam a qualidade radiográfica da obturação no terço apical com os

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resultados da infiltração do corante de azul de metileno. A análise radiográfica revelou diferenças, inclusive quanto à individualidade de cada examinador. A mensuração da infiltração apical do corante azul de metileno denotou certa concordância entre os conceitos atribuídos à qualidade da obturação e à extensão do infiltrado.

WU e WESSELINK (1993) comprovaram a importância que se tem dado às infiltrações apicais, relatando que durante as duas décadas, houve um aumento de trabalhos publicados sobre este assunto na literatura endodôntica. Entre 1975 e 1976, estes estudos ocupavam 2,9% dos artigos científicos publicados no Journal of Endodontics. Este percentual aumentou para 21,3% entre 1989 e 1990.

SIQUEIRA e GARCIA FILHO (1994) avaliaram as propriedades seladoras de três cimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio. Trinta e três dentes foram instrumentados e obturados pela técnica da condensação vertical utilizando os cimentos: Sealapex®, Sealer 26® e CRCS®. Depois de imersos em solução de azul de metileno a 2% por sete dias, foi observado que o Sealer 26® obteve menor média de infiltração. Não houve diferença estatística significativa entre os mesmos.

FIDEL et al. (1994) estudaram a adesão de cimentos obturadores de canais radiculares contendo hidróxido de cálcio (Sealer 26®, Apexit® e Sealapex®) à dentina humana com e sem aplicação de EDTA. Os autores concluíram que o Sealapex® e o Apexit® proporcionaram a menor adesão e que a aplicação do EDTA à dentina aumentava a adesão dos cimentos, com exceção do Sealapex®. Verificaram também, que o cimento Sealer 26® apresentou grandes propriedades adesivas, sendo capaz de penetrar nos canalículos dentinários, aumentando a interface cimento/parede dentinária.

FACHIN, SPERB e KOHLER (1995) avaliaram a capacidade seladora de três cimentos endodônticos: Fillcanal®, Sealer 26® e N-Rickert®, em dentes obturados pela técnica de condensação lateral da guta-percha. Utilizaram como agente identificador da infiltração

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marginal apical tinta nanquim, na qual os dentes ficaram imersos por 72 horas. A seguir, realizou-se a diafanização de todos os dentes. Os resultados evidenciaram níveis menores de infiltração quando o cimento Fillcanal® foi utilizado, seguido pelo cimento N-Rickert® e Sealer 26®, apresentando diferença significativa entre os grupos.

BONETTI FILHO et al. (1995) avaliaram a capacidade seladora de cimentos obturadores através do corante de azul de metileno. Trinta e nove incisivos centrais superiores extraídos de humanos foram instrumentados e obturados com os cimentos Fillcanal®, Ketac-Endo® e Sealer 26®. Através das infiltrações de corantes e da análise estatística, concluiu-se que o cimento Sealer 26 foi o que apresentou melhor capacidade seladora, com infiltração média de 0,51 mm, seguido do Fillcanal® com 1,45 mm e do Ketac-Endo® com 3,55 mm de infiltração.

HOLLAND et al. (1996) avaliaram a capacidade de selamento dos cimentos endodônticos Sealapex®, CRCS®, Apexit® e Sealer 26®, todos contendo hidróxido de cálcio e um cimento contendo óxido de zinco e eugenol, usado como controle. Os dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral da guta-percha e, a seguir, imersos em solução de azul de metileno a 2% por 12 horas, sob vácuo contínuo. Para a aferição dos resultados, os dentes foram cortados no sentido longitudinal e os níveis de infiltração marginal apical, medidos com o auxílio de lupa esterioscópica dotada de ocular milimetrada. Os resultados mostram diferenças estatísticas significantes, entre os cimentos testados, que puderam ser agrupados da seguinte forma: Sealapex®, Apexit® e Sealer 26®, apresentando melhores resultados, seguidos pelo CRCS®, e, por último, o grupo controle (óxido de zinco e eugenol) que mostrou maiores índices de infiltração marginal apical.

TANOMARU FILHO et al. (1996) avaliaram dois cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio (Sealapex® e Sealer 26®) quanto à capacidade de selamento apical, tendo como controle o cimento de óxido de zinco e eugenol. Trinta caninos humanos foram

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obturados com os materiais em questão e imersos em solução aquosa de azul de metileno a 2% por sete dias. Após este período os dentes foram seccionados e examinados microscopicamente. Os resultados apontaram o Sealer 26® como o melhor cimento quanto à propriedade física referida, sendo a diferença estatisticamente significativa quando comparado com os outros cimentos estudados.

ROPER (1996) avaliou in vitro a micro infiltração marginal apical promovida pela obturação de canais radiculares com quatro cimentos obturadores dos canais radiculares (AH Plus®, Sealer 26®, Tubliseal® e Root Roth 511®) através da técnica de condensação lateral e concluiu que o Sealer 26®, AH Plus® e Tubliseal® tinham uma capacidade similar em prevenir a infiltração e que o cimento Root Roth 511® era inferior a estes. O autor salientou ainda que o método de diafanização é simples, fácil e não oneroso, permitindo uma visualização tridimensional da profundidade da penetração linear.

ANTONOPOULOS et al. (1998) compararam os métodos de penetração de corante conduzidos passivamente, sob pressão negativa e sob aumento da pressão do ar. Utilizaram as técnicas de condensação lateral da guta-percha e do cone único. Os resultados revelaram não haver diferença estatística entre o método de penetração passiva e o método sob pressão negativa. A penetração de corante promovida sob condições de alta pressão foi significativamente menor. As técnicas de condensação lateral e do cone único demonstraram capacidade de selamento similares. Os autores concluíram que, para avaliar o selamento apical em obturações in vitro, não é necessário o uso de pressão negativa.

VALERA et al. (1998) avaliaram o selamento marginal apical de canais radiculares obturados com os cimentos endodônticos (Sealapex®, Apexit®, Sealer 26® e Ketac Endo®). Utilizaram-se 136 raízes, cujos canais radiculares, após o preparo biomecânico, foram obturados pela técnica da condensação lateral ativa com os cimentos em estudo. Metade das amostras, imediatamente após as obturações, foi imersa na solução de azul de metileno a 2% e

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a outra metade, após 06 meses de armazenamento, em plasma sangüíneo humano. Observou-se que os cimentos (Sealapex® e Sealer 26®) apresentaram infiltrações médias estatisticamente iguais entre si e menores que as observadas para os demais cimentos (p < 0,05). As amostras foram imersas no corante imediatamente após a obturação dos canais, apresentaram infiltração média menor (0,829 mm) do que aquelas mantidas por 06 meses em plasma sangüíneo humano (1,275 mm). Estas diferenças foram estatisticamente significantes.

FERRAZ (1999) avaliou a infiltração marginal apical em dentes obturados pelas técnicas de obturação termomecânica híbrida, ultra-sônica e da condensação lateral da guta-percha. Utilizou o cimento endodôntico Sealer 26® (Dentsply) com todas as técnicas de obturação. Como identificadora da infiltração marginal apical, foi usado a tinta nanquim, seguida da diafanização dos dentes. A infiltração linear do corante foi aferida em microscópio de mensuração. Os resultados não evidenciaram diferenças estatisticamente significantes entre as técnicas estudadas.

SANTA CECÍLIA et al. (1999) estudaram de modo comparativo, o selamento apical proporcionado pelas técnicas de obturação Thermafil® e da condensação lateral da guta-percha em canais radiculares retos e curvos. Depois de obturados, os dentes foram imersos em tinta nanquim sob vácuo por 10 minutos, e por mais 168 horas de modo passivo. Posteriormente, os dentes foram diafanizados e se verificaram as infiltrações por meio de microscopia óptica e ocular milimetrada. Os resultados evidenciaram que não havia diferença estatisticamente significante entre as técnicas utilizadas. Os autores observaram ainda, que as obturações dos canais radiculares retos apresentavam níveis de infiltração apical maiores do que as obturações dos canais radiculares curvos.

VALERA et al. (2000) analisaram a morfologia dos cimentos: Sealapex®, Apexit®, Sealer 26® (cimentos que contêm hidróxido de cálcio) e Ketac-Endo® (cimento de ionômero de vidro), através da microscopia de força atômica, verificando-se as características de suas

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partículas após a obturação dos canais radiculares e após um período de seis meses de contato com o plasma sanguíneo humano. Utilizaram-se 16 dentes unirradiculares humanos extraídos e incluídos em blocos de resina após o preparo biomecânico. As raízes foram divididas em quatro grupos de quatro raízes cada e os canais radiculares foram obturados pela técnica de condensação lateral passiva com os cimentos em estudo. Verificou-se que o cimento Apexit® foi o que mais sofreu desintegração após seis meses de imersão em plasma sanguíneo humano, seguido pelo Ketac Endo® e o Sealapex®. Dentre todos os cimentos estudados, o Sealer 26® mostrou-se o mais uniforme e com a menor desintegração.

LYROUDIA et al. (2000) apresentaram um novo método para quantificar a infiltração marginal apical, que consiste na reconstrução tridimensional da raiz por meio de digitalização de imagens. Para reproduzir este método, os autores sugerem que, após a obturação dos dentes a serem estudados, eles devem ser imersos em tinta nanquim por cinco dias e, a seguir, a raiz deve ser seccionada no sentido transversal em cortes seriados de 0,75 mm. Os cortes obtidos devem ser fotografados e as imagens digitalizadas. Com o auxílio do programa de computador EIKONA3D, quantifica-se a infiltração apical. O método de reconstrução tridimensional mostrou-se uma ferramenta útil no estudo da infiltração apical.

OLIVER et al. (2001) analisaram in vitro a infiltração apical de tintura de 116 dentes humanos que tinham sido obturados nos últimos seis meses e extraídos por várias razões não citadas no trabalho. Estes dentes foram submersos em azul de metileno a 2% para avaliar a extensão da penetração de tintura nas obturações. Houve diferença significativa entre as médias de penetração de tintura entre os grupos de sucesso e insucesso.

BRANDÃO et al. (2001) avaliaram dois cimentos endodônticos ionoméricos (Ketac-Endo® e Vidrion Endo®), comparando-os ao Sealer 26®. A metodologia utilizada foi a de infiltração apical com o uso do corante azul de metileno a 1%, em obturações, utilizando-se a técnica do cone único em raízes de dentes extraídos. Foram selecionados 36 dentes

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unirradiculares com apenas um canal, extraídos e armazenados em solução fisiológica. Os resultados mostraram não haver diferença estatística entre a infiltração dos grupos dos cimentos ionoméricos quando comparados entre eles (Teste de Student-Newman-Keuls), porém ela ocorreu entre estes e o Sealer 26®, que apresentou as menores médias de infiltração.

SOUZA et al. (2001) analisaram a eficácia de alguns cimentos, com diferentes componentes básicos, no selamento apical após obturação dos canais radiculares. Trinta dentes unirradiculares foram preparados biomecanicamente e obturados pela técnica da condensação lateral convencional com cones de guta-percha e os seguintes cimentos: Endomethasone®, Sealer 26® e Sealapex®. Sete dias após o tratamento, a eficácia do selamento foi analisada com lupa esterioscópica e ocular micrometrada, através da infiltração de uma solução de azul de metileno a 2% em ambiente com vácuo. A análise estatística dos resultados demonstrou que o cimento Endomethasone® produziu significativamente infiltrações mais profundas, enquanto que para os cimentos a base de hidróxido de cálcio (Sealer 26® e Sealapex®) não houve diferença significante.

SCELZA et al. (2002) avaliaram a capacidade de quelação dos íons de cálcio da dentina dos canais radiculares, quando empregado EDTA a 17% e ácido cítrico a 10% . Não houve diferença estatisticamente significante.

MATHIAS NETO et al. (2003) compararam in vitro a desobstrução dos túbulos dentinários e a quelação de Ca++, utilizando trinta dentes instrumentados, aleatoriamente distribuídos em três grupos de dez elementos que receberam a irrigação final com 10ml de Bardac 2250 a 0,5 %; 10ml de ácido cítrico a 10 %; e 10ml de hipoclorito de sódio a 5 % (grupo controle). Dois métodos foram utilizados para verificar a eficácia das soluções: o estudo pelo espectofotômetro de absorção atômica e a leitura ao microscópio eletrônico de varredura. Concluiu-se que o ácido cítrico a 10 % apresentou-se melhor na captura de Ca++ e

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na remoção de smear layer, e que eles não apresentaram diferenças estatisticamente significativas quanto à remoção de smear layer.

VALOIS e CASTRO (2002) avaliaram a capacidade de selamento marginal apical dos cimentos endodônticos Kerr Pulp Canal Sealer EWT®, Endofill®, Sealer 26® e AH Plus®. Para isto, 40 pré-molares inferiores humanos foram instrumentados até a lima #40 e distribuídos aleatoriamente, de modo a formar 04 grupos com 10 dentes cada. Em seguida, os espécimes foram impermeabilizados, obturados com a técnica de condensação lateral e armazenados em 100% de umidade a 37°C por dois dias. Após este procedimento, as amostras foram mantidas em um recipiente com tinta nanquim por 5 dias, quando, então, passaram pelo processo de diafanização. A penetração linear do corante foi quantificada por meio do uso de uma lupa esterioscópica. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente pelo teste ANOVA, que demonstrou não haver diferença significante entre os grupos.

KARDON et al. (2003) avaliaram a capacidade de selamento do cimento EndoREZ®. Utilizaram-se 64 dentes unirradiculares humanos que foram removidas as coroas, instrumentados e divididos em 03 grupos, com 20 raízes em cada grupo e, 04 raízes como controle. No grupo A, os canais radiculares foram obturadas com cimento EndoREZ® com a técnica do cone único de guta-percha. No grupo B, os canais radiculares foram obturados com o cimento AH Plus®, utilizando também a técnica do cone único de guta-percha. No grupo C, os canais radiculares foram obturados utilizando o cimento AH Plus®, com a técnica de condensação vertical de guta-percha. Todas as raízes dentárias foram colocadas por 07 dias em ambiente com 100% de umidade e temperatura de 37ºC. Os grupos foram comparados entre si pelo comprimento da infiltração apical. A infiltração do grupo A foi significativamente maior que os outros dois grupos. Não houve diferença significante de infiltração entre os grupos B e C.

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ZMENER e PAMEIJER (2004) avaliaram a evolução clínica e radiográfica dos dentes obturados com EndoREZ® associado à guta-percha. Para tal, foram avaliados 180 pacientes submetidos ao tratamento endodôntico, em um total de 295 canais radiculares instrumentados com a técnica tradicional e obturados com a técnica de condensação lateral de guta-percha e o cimento EndoREZ®. Os tratamentos endodônticos foram realizados em sessão única. Os resultados foram obtidos através do acompanhamento clínico e radiográfico de 14 e 24 meses. Os pacientes foram reavaliados clinicamente e radiografados para comparação com as radiografias iniciais. Dos 180 pacientes, 145 retornaram para reavaliação. O sucesso de tratamento endodôntico foi baseado em ausência de sintomatologia clínica e a radiopacidade radiográfica, em que foi observada a presença do ligamento periodontal normal ou com discreto aumento, e redução de áreas radiolúcidas nos casos em que o paciente apresentou-se com abscessos com tais áreas a nível periapical. Foi obtido um sucesso em 91,3% dos casos. Observou-se ainda que 49 dos 55 dentes (89,1%) onde havia área radiolúcida periapical, revelaram reparo total ou parcial após a proservação. De 12 e 24 meses, 83 dos 90 (92,2%) sem área radiolúcida periapical não apresentaram mudanças em sua proservação e os pacientes relataram ausência de sintomatologia. Dentre estes, 13 (9,0%) casos foram avaliados como insucesso.

TANOMARU et al. (2004) avaliaram o selamento apical proporcionado por cimento endodôntico à base de hidróxido de cálcio (Sealapex®), resina epóxica (sealer 26®), óxido de zinco e eugenol (Endofill®) e polidimetilsiloxano (RoekoSeal®). Foram utilizados dentes caninos extraídos de humanos. Após abertura coronária, padronização da abertura apical e preparo biomecânico dos canais radiculares, os dentes foram divididos em grupos. Realizada a impermeabilização da superfície dentinária externa, os canais radiculares foram obturados com cones de guta-percha e um dos cimentos analisados. Após imersão em solução de azul de metileno a 2%, sob vácuo, por 48 horas, foi realizada fratura longitudinal para análise da

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infiltração apical. Os resultados demonstram que os cimentos Sealer 26®, Sealapex® e RoekoSeal® proporcionaram selamento apical semelhante entre si, com menor infiltração que o cimento Endofill® .

SCELZA et al. (2004) avaliaram quatro cimentos endodônticos (Tubliseal®, Sealapex®, Seaterplus® e AH Plus®) quanto à capacidade de selamento apical. Quarenta dentes humanos foram obturados com os cimentos analisados, imersos em solução aquosa de azul de metileno a 2% e mantidos em estufa a 37°C por sete dias. Após este período, os dentes foram seccionados e analisados pelo sistema de Imagem Pro Plus®. Os resultados apontaram o Tubliseal® como o melhor cimento quanto a esta propriedade avaliada, sendo que a diferença foi estatisticamente significante quando comparado com os demais cimentos pesquisados.

SEVIMAY e KALAYCI (2005) avaliaram a capacidade de selamento apical e a adaptação dentinária no canal radicular de dois cimentos resinosos: o EndoREZ® e o AH Plus®. Foram utilizados 55 dentes extraídos unirradiculares superiores anteriores humanos. Os dentes foram instrumentados com a técnica de step-back e removido o smear layer com EDTA a 17%. Os dentes foram divididos em dois grupos de 25 dentes cada e cinco dentes foram utilizados como controle. Os dentes foram obturados com a técnica de obturação lateral de guta-percha e utilizados no grupo I o cimento AH Plus® enquanto que no grupo II foi utilizado o cimento EndoREZ®. Em cada grupo, 20 dentes foram submetidos ao teste de escoamento apical e os 05 dentes restantes foram submetidos à microscopia eletrônica de varredura (MEV) para avaliação. Pelo teste de escoamento apical, os dentes foram cobertos por esmalte de unha e cera pegajosa até 01 mm apical e colocado em um local com azul de metileno a 2% por 7 dias. Após este período, os dentes foram seccionados longitudinalmente e medido a infiltração apical. Houve uma diferença significativa entre os dois cimentos, onde a penetração do AH Plus® foi de 2,87 mm (+/- 0,43) enquanto que do EndoREZ® foi de 4,54 mm (+/- 0,36). No teste sob microscopia eletrônica de varredura (MEV), foi demonstrado que

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ambos os cimentos tiveram boa adaptação e penetração nos terços coronários e médios dos canais radiculares. Os autores concluíram que o cimento AH Plus® obteve um selamento apical e adaptação à dentina melhor que o EndoREZ®.

TAY et al. (2005) examinaram a eficiência da obturação de canais radiculares utilizando o cimento EndoREZ® com cones de guta-percha. Após a instrumentação, os dentes foram submetidos a uma irrigação final com EDTA. Em seus resultados, foram observados tanto nas interfaces entre a dentina e o cimento como também entre a guta-percha e o cimento espaços vazios, não obturados.

ORUCOGLU et al. (2005) avaliaram in vitro a infiltração apical ao utilizar os cimentos: AH Plus®, Diaket® e EndoREZ® utilizando um novo método de medição computadorizado de avaliação da infiltração apical. Para isto os autores utilizaram 45 dentes pré-molares humanos extraídos, unirradiculares e com apenas um canal. As coroas dos dentes foram removidas e os canais radiculares foram instrumentados utilizando as limas rotatórias GT com a técnica de obturação crown down. As raízes foram aleatoriamente divididas em 3 grupos de 15 espécimes cada. Cada grupo foi obturado com um tipo de cimento avaliado e guta-percha com a técnica de condensação lateral. Todas as raízes foram armazenadas por 7 dias em 100% de umidade à temperatura de 37o C. Após este período os terços apicais das raízes foram submetidas à medição computadorizada de infiltração de fluidos. A análise estatística indicou que o grupo obturado com o cimento Diaket® mostrou menos infiltração do que os outros dois avaliados.

Freitas et al. (2006) avaliaram a capacidade de selamento apical dos cimentos endodônticos à base de óxido de zinco e eugenol: Intrafill® (SS White), Target® e Endofill® e ao cimento resinoso Sealer 26® (Dentisply). Foram utilizados cem incisivos centrais superiores humanos que, após a padronização do comprimento e do diâmetro do forame, foram instrumentados pela técnica de Oregon Adaptada por De Deus, sob irrigação com

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hipoclorito de sódio a 2,5%. Os dentes foram divididos em cinco grupos com 20 elementos cada. Quatro grupos experimentais foram obturados pela técnica da condensação lateral da guta-percha e um dos seguintes cimentos: Intrafill®, Endofill®, Target®, e Sealer 26®. Os dentes foram imersos em corante de azul de metileno a 2% a 37ºC por 72 horas, e após esse período foram lavados e seccionados longitudinalmente para análise da infiltração apical. A extensão de penetração de corante foi quantitativamente determinada com uma lupa esterioscópica e um software para a análise de imagens. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística que revelou não haver diferença estatisticamente significativa entre os cimentos Intrafill®, Target® e Endofil®, porém esses três cimentos apresentaram médias de máxima penetração do corante significativamente superiores àquelas encontradas para o cimento Sealer 26®.

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PROPOSIÇÃO

O presente estudo tem como objetivo avaliar, através de um método de diafanização, a infiltração marginal apical de três cimentos de uso endodôntico: Sealer 26® (Dentsply), Acroseal® (Septodont) e Endorez® (Ultradent).

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MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 36 incisivos centrais superiores humanos extraídos, obtidos do banco de dentes do laboratório de pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) que se encontravam estocados há mais de 10 anos. Este estudo teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), conforme o anexo I. Os elementos dentários foram limpos e conservados em formol a 10% até o momento do uso, sendo lavados em água corrente por uma hora e secos com gaze.

Realizou-se a cavidade de acesso de acordo com Ingle (INGLE, 1976). O limite de instrumentação foi determinado individualmente, pela introdução de uma lima tipo K #10 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça), cuja extremidade coincida com o forame apical, fato este observado com um auxílio de uma lupa com aumento de 4X (Bio Arte, São Paulo, Brasil). O comprimento de trabalho foi calculado recuando 1 mm desta medida. Após obtenção das medidas, foram utilizadas as brocas Gates-Glidden (Maillefer, Ballaigeus, Suíça) na seqüência #4, #3, #2 e #1 e limas do tipo K (Maillefer, Ballaigeus, Suíça), utilizando a técnica preconizada pela Disciplina de Endodontia da UNIGRANRIO, pela qual todos os dentes foram instrumentados até a lima tipo K #45 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça). Após a instrumentação, verificou-se a manutenção da patência do forame apical com uma lima tipo K #15 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça). A irrigação foi realizada com hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária marca Q-BOA®) acorde Marchesan et al. (1998), alternada com os instrumentos. Após o término do preparo, para remoção do smear-layer, foi preenchido todo o canal radicular com ácido cítrico a 10% (Extractum – Farmácia de manipulação, Bahia, Brasil), acorde White e Goldman (1989), Scelza et al. (2002) e Mathias Neto et al. (2003), e agitada em seu interior com auxílio de uma broca lentulo #40 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça)

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acionada por micromotor, durante 30 segundos. Esta solução permaneceu em repouso dentro do canal por 5 minutos. Após este procedimento, os canais radiculares foram irrigados novamente com hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária marca Q-BOA®) e na seqüência, irrigados com soro fisiológico. A secagem dos canais radiculares foi realizada com a utilização de cones de papel absorvente (Tanari – Tanariman Industrial, Ltda., Amazonas, Brasil).

Após o preparo, as unidades dentárias foram divididas aleatoriamente em 03 grupos com 10 dentes cada e dois grupos de 03 dentes cada (controle positivo e controle negativo).

Para a obturação dos canais radiculares fez-se o uso da técnica de condensação lateral como descrita por De Deus, (DE DEUS, 1992). Utilizou-se 03 tipos de cimentos obturadores distintos, um para cada grupo. Os cimentos obturadores dos canais radiculares testados neste estudo foram o EndoREZ® (fig. 01 e 02), Sealer 26® (fig. 03) e o Acroseal® (fig.04). Estes cimentos estão listados na Tabela 1, que demonstra a marca comercial, suas composições químicas e os fabricantes.

Grupo I - 10 dentes obturados com a técnica de obturação de condensação lateral e o cimento Sealer 26® (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro, Brasil).

Grupo II - 10 dentes obturados com a técnica de obturação de condensação lateral e o cimento EndoREZ® (Ultradent, Utha, Estados Unidos).

Grupo III - 10 dentes obturados com a técnica de obturação de condensação lateral e o cimento Acroseal® (Septodont, França).

Grupo IV - 03 dentes obturados com a técnica de obturação de condensação lateral sem cimento endodôntico (controle positivo).

Grupo V – 03 dentes obturados com a técnica de obturação de condensação lateral impermeabilizados em todo o seu comprimento, sendo totalmente isolado (controle negativo).

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Utilizaram-se, em todos os grupos, como cone principal, os cones M (Endopoints Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro, Brasil), sendo suas pontas calibradas com a régua calibradora (Maillefer, Ballaigeus, Suíça) nº 45 adaptado para obturação. Os cones foram testados no interior dos canais até atingirem o limite apical da obturação, de maneira firme e sem sofrer distorções. Uma vez escolhido o cone principal, foi realizada a obturação propriamente dita, segundo as normas descritas abaixo:

- Os cimentos foram manipulados de acordo com as características e instruções recomendadas pelo fabricante.

- Os cimentos obturadores foram introduzidos nos canais radiculares com os cones de guta-percha selecionados até observar o extravasamento do cimento pelo forame apical. Esta manobra foi realizada com auxílio de uma pinça prendendo os cones em seu comprimento de trabalho, introduzindo-os com movimentos firmes e curtos de vai e vem e penetração, até atingir o limite desejado, o comprimento de trabalho.

- Os cones secundários MF (Endopoints Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro, Brasil) foram condensados lateralmente ao cone principal com a inserção do espaçador digital #25 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça) entre o cone principal e as paredes do canal, com movimentos simultâneos de penetração e oscilatória em sentido apical, de forma passiva. A obturação foi considerada completa quando o espaçador digital #25 (Maillefer, Ballaigeus, Suíça) não penetrou no terço cervical radicular.

- Em seguida, o excesso de cone a nível coronário foi cortado na embocadura dos canais radiculares com um instrumento previamente bem aquecido, o instrumento de Lucas® (J&R, Minas Gerais, Brasil), cortando os cones de guta-percha em sentido lateral. Logo após, foi feito uma leve compressão vertical com o lado do instrumento correspondente a um condensador (frio) para acomodação da obturação.

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- Foi feita a seguir a limpeza da cavidade coronária com álcool isopropílico a 70%, secando-o em seguida.

Os acessos coronários foram selados com cimento provisório Tempore® (DFL Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro, Brasil).

Nos Grupos I, II, III, e V, os dentes tiveram sua superfície externa impermeabilizada com duas camadas de cianocrilato (Super Bonder® - Lactolite), com exceção de 2 mm aquém do forame apical.

No Grupo VI, os dentes tiveram sua superfície totalmente impermeabilizada com duas camadas de cianocrilato (Super Bonder® - Lactolite).

Os dentes foram armazenados em uma câmara umidificadora com ±100% de URA em temperatura de 37°C por 03 dias para aguardar o tempo de endurecimento dos cimentos testados. Decorrido este tempo, os dentes foram mantidos em um recipiente contendo tinta nanquim (Faber Castell, São Paulo, Brasil) a 37°C por um período de 05 dias.

Após este tempo, os dentes foram removidos do corante e lavados em água corrente por 01 hora. A seguir, foi removida a camada impermeabilizante das superfícies dos elementos dentários com auxílio de lâmina de bisturi e os mesmos submetidos ao processo de diafanização, de acordo com o preconizado pelo Laboratório de Pesquisa em Endodontia da FO-UERJ, acorde ARRUDA et al.(2002):

Os dentes foram submetidos ao processo de descalcificação em solução de ácido clorídrico a 10% (Laboratório de pesquisa - FO-UERJ). Depois de descalcificados, foram lavados por 4 horas em água corrente e submetidos ao processo de desidratação em série ascendente de álcool (70%, 80%, 90%, 100%), sendo deixados em cada um destes por 6 horas.

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Após a desidratação, os dentes foram imersos em uma solução de salicilato de metila (Reagen- Quimibrás Indústrias Químicas S.A., Rio de Janeiro, Brasil) para que pudesse ser obtida a clarificação dos espécimes.

Para medir a infiltração marginal apical da tinta nanquim, cada dente diafanizado foi fotografado duas vezes, uma para cada lado proximal, utilizando-se uma máquina fotográfica digital Nikon D50, com uma lente Micro Nikkor 60 mm.

As fotos foram levadas ao microcomputador e avaliadas através do software Image Tool® 3.0, o qual aferiu medidas em pixel para o comprimento linear de infiltração do nanquim na raiz dos dentes estudados (Tabela 2). Foram avaliadas as maiores infiltrações encontradas entre as proximais. Tais medidas foram anotadas em uma planilha (Tabela 3) e os dados foram submetidos à análise estatística.

TABELA 1: Marca comercial, composição química e fabricante dos cimentos utilizados.

MARCAS COMERCIAIS COMPOSIÇÃO FABRICANTES

ACROSEAL® Base

- Methenamina - Enoxolona - Agente Radiopaco Catalizador

- DGEBA - Resina Epóxica - Hidróxido de Cálcio - Agente Radiopaco Septodont SEALER 26® Pó - Hidróxido de cálcio - Óxido de bismuto - Hexametileno tetramina - Dióxido de titânio Resina

- Resina epóxica bisfenol

Dentsply Indústria e Comércio LTDA

ENDOREZ® Não informado pelo fabricante Ultradent

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Figura 1 – Apresentação comercial do EndoREZ®

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Figura 3 – Apresentação comercial do Sealer 26®

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RESULTADO

As medidas, em pixel, obtidas das infiltrações nas raízes estudadas, em cada grupo, foram dispostas na tabela 2.

TABELA 2: Valores obtidos em pixel pela observação da infiltração marginal apical dos canais radiculares obturados.

Grupo I (Sealer 26® ) Grupo II (EndoREZ® ) Grupo II (Acroseal® ) Controle positivo Controle negativo Dente P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 1 0 11 106 125 80 81 1100 1182 0 0 2 0 126 309 188 78 62 1031 886 0 0 3 186 129 315 243 0 0 363 339 0 0 4 73 97 456 474 0 0 5 0 0 612 655 99 109 6 0 0 193 190 0 0 7 93 0 142 93 0 41 8 0 0 312 804 37 50 9 0 0 0 0 0 0 10 0 0 194 215 67 0 Média 35,2 36,3 263,9 298,7 36,1 34,3 831,3 802,3 0 0 * P1 = Proximal 1 e P2 = Proximal 2.

Após a obtenção dos valores da tabela 2, foram avaliadas as maiores infiltrações encontradas entre as proximais. Tais medidas foram anotadas em uma nova tabela (Tabela 3) e os dados foram submetidos à análise estatística.

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TABELA 3 Valores obtidos em pixel da maior infiltração marginal apical dos canais radiculares obturados observados entre P1 e P2 de cada dente.

Dente Grupo I (Sealer 26® ) Grupo II (EndoREZ® ) Grupo II (Acroseal® ) Controle positivo Controle negativo 1 11 125 81 1182 0 2 126 309 78 1031 0 3 186 315 0 363 0 4 97 474 0 5 0 655 109 6 0 193 0 7 93 142 41 8 0 804 50 9 0 0 0 10 0 215 67 Média 51,3 323,2 42,6 858,7 0

No grupo I, foi observado que o cimento Sealer 26® obteve a média de 51,3 pixels, sendo 0 pixel o menor resultado e 186 pixels a maior. O cimento EndoREZ® (grupo II) apresentou uma média de 323,2 pixels, sendo 0 pixel e 804 pixels, respectivamente, a menor e a maior distância de penetração da solução marcadora. Para o cimento Acroseal® (grupo III), a média apurada foi de 42,6, com 0 pixel o menor valor e o maior de 109 pixels. O grupo IV (controle positivo), obteve a média de 858,7 pixels, sendo 363 pixels a menor infiltração e 1182 pixels a maior. Com relação ao controle negativo (grupo V), não houve infiltração em nenhum dos dentes.

Com o objetivo de comparar os cimentos endodônticos testados (Sealer 26®, EndoREZ® e Acroseal®) em relação à máxima penetração do corante nanquim, realizou-se a avaliação estatística pela análise de variância (ANOVA). Tendo em vista a não normalidade

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dos dentes, foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis nos grupos I, II e III, revelando que existe pelo menos um grupo com diferença estatística na infiltração marginal apical (H= 13,37 e P=0,00). Desta forma foi aplicado o teste de comparações múltiplas de Tukey com nível de significância igual a 5% (Tabela 4).

TABELA 4. Teste de Tukey com nível de significância igual a 5%

Figura 7a e 7b - Fotos dos dentes diafanizados do controle positivo Comparações entre Grupos P < .05

II vs III Sim

II vs I Sim

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Figura 8a e 8b - Fotos dos dentes diafanizados do controle negativo

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Figura 10a e 10b - Dentes diafanizados do grupo II. (EndoREZ® )

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DISCUSSÃO

A obturação hermética e tridimensional, conjuntamente com a limpeza e formatação do sistema de canais radiculares (SCR), são fundamentais para o êxito da terapia endodôntica.

Há algum tempo, autores como RICKERT, 1927; COOLDGLE, 1927; BUCKEY, 1931 e BUCHBINDER, 1931 concluíram que a utilização do cimento na obturação dos canais radiculares é indispensável, visto que a guta-percha é um excelente material obturador, apesar de não ter propriedades de selamento satisfatória. Com a utilização dos cimentos endodônticos, a obturação torna-se mais homogênea e minimiza a probabilidade de microinfiltração do exudato periapical para o interior do canal, dificultando sua reinfecção (EVANS e SIMON, 1986; LIMKANGWALMONGKOL, 1991 e SMITH e STEIMAN, 1994). Mesmo com a sua utilização, os canais radiculares obturados podem tornar-se recontaminados devido à percolação de fluidos oriundos dos tecidos perirradiculares (LOPES e SIQUEIRA Jr., 2004). De acordo com HOVLAND e DUMSHA (1985), a infiltração de fluidos no corpo da obturação pode ocorrer nas interfaces do cimento com a dentina, do cimento com o cone de guta-percha, por dentro do cimento ou pela dissolução do mesmo. Conclui-se, então, que o ponto crítico para o selamento hermético da obturação é o cimento obturador dos canais radiculares. Por este motivo, torna-se necessário a análise da capacidade de selamento apical dos cimentos endodônticos que existem no mercado, a fim de verificarmos aquele que melhor desempenha esta propriedade.

A especificação número 57 da American Dental Association, tem por finalidade a avaliação das propriedades físicas dos materiais obturadores do sistema de canais radiculares. Esta especificação determina os testes de: escoamento, tempo de trabalho, tempo de endurecimento, espessura do filme, alteração dimensional após endurecimento, solubilidade e radiopacidade. No entanto, não prevê nenhum modelo de estudo para os testes de adesividade

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e infiltração. Em razão da importância já relatada da capacidade de selamento do cimento endodôntico, torna-se importante acrescentar estes testes a esta especificação. Certamente isto daria maior credibilidade aos cimentos endodônticos que existem atualmente no mercado e aos que por ventura venham a ser lançados.

No presente estudo, foram utilizados cimentos resinosos, visto que vários trabalhos têm demonstrado uma maior eficiência dos cimentos à base de epóxi do que os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol no que diz respeito à sua adesão e à infiltração marginal (LIMKANGWALMONGKOL, 1991; FIDEL, 1994; BONETTI FILHO, 1995; TANOMARU FILHO, 2001 e FREITAS, 2006). Entretanto, deve-se ressaltar que, estes cimentos não proporcionam uma boa resposta biológica periapical favorável (DE ALMEIDA, 2000), sendo também insolúveis, o que os torna de difícil remoção em casos de retratamentos. A superioridade dos cimentos à base de resina epóxi deve-se à sua capacidade de penetração nos canalículos dentinários, favorecendo um aumento da interação cimento/dentina. Mesmo assim, todos os cimentos testados permitiram a infiltração apical marginal do corante, tendo este fato sido observado em 21 dos 30 dentes estudados dos grupos em avaliação, ou seja, cerca de 70 % das amostras (Tabela 2). Estes achados estão de acordo com outros trabalhos nos quais, independente da técnica de obturação e da composição química das substâncias empregadas, todos os cimentos endodônticos permitiram algum grau de infiltração (BONETTI FILHO, 1995; HOVLAND e DUMSHA, 1985; LIMKANGWALMONGKOL, 1991; LOPES e SIQUEIRA Jr. 2004; SMITH e STEIMAN, 1994; FRETAS, 2006). No entanto, é interessante notar que em 22 casos, ou seja, 73 % das amostras, não foram observados a presença do nanquim no corpo da obturação, pois não infiltraram ou infiltraram apenas na área entre a guta-percha e o forame apical, distância esta normalmente respeitada quando da definição do limite de trabalho e obturação. Se levarmos em consideração apenas os cimentos endodônticos: Sealer 26® e o Acroseal®, se verificou que em 18 casos, ou seja,

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90% das amostras não houve infiltração ou infiltraram apenas na área entre a guta-percha e o forame apical. Assim os resultados do presente estudo indicam que os cimentos, embora não impeçam, retardam a percolação marginal de fluidos em canais radiculares obturados. Esta afirmativa pode ser comprovada pelo grupo controle positivo (Figuras 7a e 7b), sem a utilização de cimento endodôntico obturador, que resultou em severa infiltração marginal apical. Estes achados estão de acordo com outros trabalhos semelhantes (EVANS e SIMONS, 1986; HATA , 1995; SMITH e STEIMAN, 1994).

Neste estudo foram utilizados os cimentos: Sealer 26® (Dentsply) (Figura 3), que demonstrou em vários estudos já realizados (SIQUEIRA, 1994 e 2001; FIDEL, 1994; BONETTI FILHO,1995; HOLLAND, 1996; TANOMARU, 1996, 2001 e 2004; VALERA, 1998 e 2000; BRANDÃO, 2001; SOUSA, 2001; VALOIS, CASTRO, 2002; FREITAS, 2006), ser um cimento que possui grande capacidade de selamento apical; o cimento EndoREZ® (Ultradent) (Figura 1), por se tratar de um cimento relativamente novo no mercado, até então com poucos estudos publicados, que apresenta uma nova proposta para sua manipulação e também na sua utilização; e o cimento Acroseal® (Septodont) (Figura 4), um cimento recém lançado no mercado, que até o momento, não encontramos na literatura, à nossa disposição, outros trabalhos referentes a sua capacidade de selamento apical.

A formação do magma dentinário, resultante do preparo biomecânico, constitui um fator restritivo ao selamento do material obturador (WHITE e GOLDMAN, 1989). O magma dentinário depositado sobre a superfície da dentina, compromete o vedamento proporcionado pela obturação. Neste estudo, para remoção do magma dentinário, foi utilizada a irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5% alternado com ácido cítrico a 10%, baseados nos estudos de SCELZA (1986 e 2002) e MATHIAS NETO (2003).

A técnica de condensação lateral foi eleita para obturação dos canais radiculares dos dentes utilizados neste estudo, por ser a mais difundida mundialmente e por ter o autor, maior

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domínio desta técnica em relação às demais. Esta técnica tem encontrado muitos críticos, que se apóiam no fato da mesma não oferecer uma obturação tridimensional do sistema de canais radiculares (BEER, 1987; DALAT e SPANGBERG, 1994). No entanto, até o presente momento, não existem evidências científicas de que outras técnicas de obturação propostas na literatura sejam superiores a ela em condições convencionais (LOPES e SIQUEIRA Jr., 2004 e SANTA CECÍLIA, 1999).

De acordo com vários autores (HASSELGREN e TRONSTAD, 1975; DALAT e SPANGBERG, 1994; ROPER, 1976; SANTA CECÍLIA., 1997 e LYROUDIA, 2000), a qualidade da obturação de canais radiculares somente pode ser avaliada clinicamente pelo exame radiográfico, não existindo, ainda, nenhum método para se avaliar in vivo, qualitativamente, a impermeabilização proporcionada pelo selamento apical endodôntico. A forma mais tradicional de se testar a capacidade seladora dos cimentos endodônticos in vitro é por meio da infiltração de corante. Diversos métodos são propostos na literatura para a observação da extensão da infiltração no corpo da obturação (GOLDMAN, 1989; MALTOFF, 1982; ROBERTSON e LEEB, 1982; DALAT e SPANGBERG, 1994; DE ALMEIDA, 2000; SIQUEIRA Jr., 2001 e FREITAS, 2006). Neste estudo, a técnica da diafanização foi utilizada, pois, além de permitir a avaliação da infiltração marginal apical ocorrida, possibilitou a visualização tridimensional dos dentes. Este fato favoreceu a observação da área de maior infiltração de cada elemento estudado.

A tinta nanquim foi utilizada como corante por realçar a área infiltrada, o que tornou fácil sua visualização para avaliação. Vale ressaltar que este corante apresenta algumas desvantagens. Tem sido relatado que o peso molecular e o tamanho das moléculas da tinta de nanquim são menores que os de outras moléculas encontradas no canal radicular, como a bacteriana (BEHRENT, 1996; DALAT e SPANGBERG, 1994; MATTOFF, 1982). Sendo assim, esta substância pode não representar fielmente as moléculas dos fluidos oriundos dos

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