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INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA FOLHA DE ROSTO PARA PRODUTOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

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Academic year: 2021

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FOLHA DE ROSTO PARA PRODUTOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

Identificação Consultor(a) / Autor(a):Marta Moraes Ramos Número do Contrato:112136

Nome do Projeto:PCT/BRA/IICA/07/009 – Desenvolvimento Territorial Oficial/Coordenador Técnico Responsável:BRENO ARAGÃO TIBÚRCIO Data /Local: 11/09/2012 – Brasília

Classificação Temas Prioritários do IICA Agroenergia e Biocombustíveis Sanidade Agropecuária Biotecnologia e Biosegurança Tecnologia e Inovação Comércio e Agronegócio Agroindústria Rural Desenvolvimento Rural x Recursos Naturais

Políticas e Comércio x Comunicação e Gestão do Conhecimento x

Agricultura Orgânica Outros: X

Modernização Institucional Palavras-Chave:

Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável, Plano Brasil sem Miséria, territórios rurais.

Resumo

Título do Produto: Documento contendo análise dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável, identificando ações e proposições de qualificação para a inclusão produtiva, no âmbito do Plano Brasil sem Miséria. Subtítulo do Produto:

Resumo do Produto: O produto permite uma visão sobre o papel e a elaboração dos PTDRS e a pressuposta interface de algumas de suas ações com o Plano Brasil sem Miséria.

Qual Objetivo Primário do Produto? Analisar a elaboração dos PTDRS.

Que Problemas o Produto deve que Resolver?

Qualificar as ações de inclusão produtiva contidas nos planos territoriais. Como se Logrou Resolver os Problemas e Atingir os Objetivos?

A consultora analisou também o Guia de Elaboração dos PTDRS. Quais Resultados mais Relevantes?

O produto traz um levantamento sobre as orientações para elaboração dos PTDRS e suas relações com o PBSM.

O Que se Deve Fazer com o Produto para Potencializar o seu Uso? Guardá-lo como registro.

INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A

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PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL BRA/IICA/07/009 – DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

PRODUTO 3: Documento contendo análise dos Planos

Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável, identificando

ações e proposições de qualificação para a inclusão produtiva, no

âmbito do Plano Brasil sem Miséria.

Marta Moraes Ramos

Brasília/DF Setembro de 2012

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SUMÁRIO

Apresentação 04

1. Introdução 05

2. O Plano Brasil Sem Miséria (PBSM) 07

3. Os Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) 12 4. Proposições de qualificação para a inclusão produtiva, no âmbito do

Plano Brasil sem Miséria e considerações finais

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Apresentação

Esse produto denominado “Documento contendo análise dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS), identificando ações e proposições de qualificação para a inclusão produtiva, no âmbito do Plano Brasil sem Miséria (PBSM)”, faz parte do Contrato 112136 do PCT/BRA/IICA/07/009 – Desenvolvimento Territorial.

O produto permite uma visão sobre o papel e a elaboração dos PTDRS e a pressuposta interface de algumas de suas ações com o PBSM.

Com este intuito, o documento possui, além da introdução ao tema, uma descrição do Plano Brasil sem Miséria e da elaboração dos Planos, e uma análise do Guia de Elaboração dos PTDRS

No item 2, intitulado O Plano Brasil sem Miséria, esta consultora descreve a criação do Plano e suas principais ações, que foram denominadas da seguinte forma: Assistência Técnica, Fomento e Sementes, Programa Água para Todos, Acesso a Mercados, e Bolsa Verde, explicando detalhadamente cada uma delas. Este item aborda ainda o foco do PBSM na inclusão produtiva dos agricultores familiares.

No item 4, intitulado Os Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS), esta consultora inicia descrevendo e analisando o Guia de Elaboração dos Plano, elaborado e proposto pela SDT. O item traz ainda, a título demonstrativo, uma descrição do PTDRS do Território da Cidadania Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul.

Finalizando o Produto, esta consultora faz proposições de qualificação para os PTDRS, visando a inclusão produtiva no âmbito do PBSM nos territórios.

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1.Introdução

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), tem desenvolvido um conjunto de políticas públicas, visando o apoio a territórios rurais que concentram parcelas expressivas do conjunto total dos agricultores familiares do país. O Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais foi criado em 2003 com o objetivo de promover e apoiar iniciativas das institucionalidades representativas dos territórios rurais, cuja finalidade seja o incremento sustentável dos níveis de qualidade de vida da população rural. Neste contexto, o trabalho da SDT junto às redes sócio-produtivas nos Territórios espalhados por todo o país resultou na demanda por apoio técnico, que os pudessem auxiliar na organização das entidades cooperativas e associativas em redes, visando a organização da comercialização nos territórios rurais, bem como auxiliar no apoio à elaboração e execução de projetos de inclusão produtiva e de comercialização, visando maior apropriação de renda pela agricultura familiar.

A área rural é uma das prioridades do Plano Brasil Sem Miséria (PBSM). Mesmo diante dos avanços alcançados no Brasil durante os últimos 8 anos no campo, onde mais de 28 mil famílias saíram da condição de pobreza, ainda estão, no campo, 47% dos 16,2 milhões de brasileiros extremamente pobres. São famílias com renda de até R$70,00 por pessoa/mês. E o Nordeste concentra 66,5% da população rural brasileira em situação de extrema pobreza com mais de cinco milhões de agricultores. A prioridade é aumentar a produção do agricultor através de orientação e acompanhamento técnico, oferta de insumos e água. Os agricultores familiares mais pobres possuem acompanhamento continuado e individualizado por equipes profissionais contratadas pelo governo federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em uma ação articulada e integrada de todas as suas secretarias e áreas. O Plano Brasil Sem Miséria oferece apoio às famílias extremamente pobres na produção de alimentos e na comercialização da produção.

Para atuação junto ao público do PBSM as ações estão estruturadas em 3 eixos, sendo: Garantia de Renda, Acesso à Serviços Públicos e Inclusão Produtiva. Embora as ações do MDA tenham reflexos nos 3 eixos, o que mais concentra suas intervenções é o eixo de inclusão produtiva de famílias agricultoras que vivem na

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extrema pobreza.

Os Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) são instrumentos inovadores de gestão e controle social das políticas de territorialidade. Eles promovem a integração entre as esferas pública e social e orientam o planejamento das políticas públicas baseado em metodologias participativas.

Os PTDRS são o insumo gerador dos projetos e das informações para a elaboração da estratégia territorial. Eles também ajudam os Colegiados a identificar os projetos estratégicos para os territórios rurais.

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2 – O Plano Brasil sem Miséria (PBSM)

Nos últimos anos, a agricultura familiar mostrou ser um importante instrumento de inclusão social e produtiva no meio rural brasileiro. Desde 2003, 4,8 milhões de brasileiros que vivem no meio rural saíram da situação de pobreza, principalmente em função do aumento da renda gerada pelo trabalho na agricultura familiar, segmento econômico que responde por 74% das pessoas ocupadas no campo.

Para superar as condições de pobreza extrema no Brasil, o governo federal lançou o Plano Brasil Sem Miséria, ação que tem como objetivo a inclusão social e produtiva de 16,2 milhões de pessoas que ainda vivem em situação de extrema pobreza no país, com renda mensal per capita de até R$ 70,00. O Brasil Sem Miséria é formado por três eixos: reforço das políticas de transferência de renda; acesso a serviços e políticas públicas; e ações de inclusão produtiva para gerar trabalho e renda.

No meio rural, o Ministério do Desenvolvimento Agrário está desenvolvendo novas ações de inclusão produtiva direcionadas a agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores, povos e comunidades tradicionais, remanescentes de comunidades quilombolas e povos indígenas.

Com assistência técnica diferenciada contratada por chamadas públicas, o Programa de Fomento a Atividades Produtivas Rurais desenvolve ações que abrangem geração de renda e segurança alimentar e nutricional, com incentivo à produção de alimentos para consumo das próprias famílias e com a comercialização de excedentes produzidos. O Programa inclui a transferência de até R$ 2.400,00 por unidade familiar, condicionada à adesão das famílias a um projeto de estruturação produtiva, elaborado e desenvolvido com orientação das equipes técnicas. Sementes de milho, feijão e hortaliças (produzidas pela Embrapa) serão distribuídas às famílias, que também terão acesso à água, tanto para consumo quanto para viabilizar a produção.

Além disso, o governo criou o Bolsa Verde, um auxílio trimestral de R$ 300,00 a famílias que preservam os recursos naturais em áreas de conservação e de assentamentos da reforma agrária ambientalmente diferenciados.

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Segue abaixo uma descrição mais detalhada das principais ações do Plano: ASSISTÊNCIA TÉCNICA - Acompanhamento das famílias de agricultores e agricultoras em extrema pobreza por equipes técnicas formadas por profissionais contratados prioritariamente na região. Parcerias com universidades e a Embrapa vão introduzir tecnologias apropriadas para aumentar a produção.

FOMENTO E SEMENTES - Apoio à produção de alimentos e à comercialização da produção. Cada família recebe um valor não reembolsável de até R$ 2.400,00, em parcelas durante dois anos, para adquirir insumos e equipamentos. Até 2014, serão atendidas 253 mil famílias. O Plano prevê também oferta de sementes de milho, feijão e hortaliças produzidas pela Embrapa e tecnologias apropriadas para cada região.

PROGRAMA ÁGUA PARA TODOS - Combina acesso à água para consumo e produção. O objetivo é atender 750 mil famílias rurais com a construção de cisternas que armazenem água para consumo e para o plantio e a criação de animais. Também será fornecido um kit irrigação para pequenas propriedades e recuperação de poços artesianos. Além disso, milhares de famílias serão beneficiadas por sistemas de água voltados para a produção.

ACESSO A MERCADOS - Ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que possibilita a compra da produção excedente para doação a famílias em situação de insegurança alimentar ou para a formação de estoques. A meta é ampliar o número de famílias pobres atendidas de 66 mil para 255 mil famílias até 2014. Haverá também ampliação das compras públicas para alimentação escolar, hospitais, universidades e presídios, e parcerias com a rede privada (supermercados e restaurantes) para compra da produção dos agricultores familiares. Com o Brasil Sem Miséria, o PAA será ampliado das atuais 66 mil famílias em situação de extrema pobreza, para 255 mil até 2014.

BOLSA VERDE - Auxílio trimestral de R$ 300,00 para famílias que garantam a manutenção e conservação dos recursos naturais.

No meio rural, onde se encontram 47% do público do plano – a meta é atender 16 milhões de pessoas em todo o país –, a prioridade é aumentar a produção do agricultor através de orientação e acompanhamento técnico, oferta de

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insumos e água. Os agricultores familiares mais pobres terão acompanhamento continuado e individualizado por equipes profissionais contratadas pelo governo federal por meio do MDA. Cada grupo de mil famílias terá a assistência de um técnico de nível superior e de dez técnicos de nível médio. Uma parceria com universidades e a Embrapa vai introduzir tecnologias apropriadas a cada família e, com isso, aumentar a produção.

O Brasil Sem Miséria vai apoiar famílias extremamente pobres na produção de alimentos e na comercialização da produção. Cada família receberá um fomento a fundo perdido de R$ 2,4 mil, pagos em parcelas semestrais, durante dois anos, para adquirir insumos e equipamentos. Até 2014, serão atendidas 250 mil famílias. O plano prevê outras ações complementares ao fomento, como a oferta de sementes da Embrapa e tecnologias apropriadas para cada região.

A inclusão produtiva é o foco do Plano Brasil Sem Miséria para o campo. As novas medidas vão estruturar a capacidade de produção da agricultura familiar com uma assistência técnica diferenciada e fomento para geração de renda. Durante o lançamento do plano, no Palácio do Planalto, no dia 2 de junho de 2011, a presidenta Dilma Rousseff destacou a criação e aperfeiçoamento de políticas para reduzir a miséria na cidade e no campo. E apontou a busca ativa das 16,2 milhões de famílias que ainda vivem em situação de miséria no país como o grande diferencial do Plano.

Na data de lançamento, a presidente Dilma lembrou que a população extremamente pobre no campo representa 47% do público foco do plano. A prioridade é a inclusão produtiva dessas famílias para aumento da produção e geração de renda. Para isso, o plano garante sementes de qualidade produzidas pela Embrapa, água, energia elétrica e fomento para estruturar a produção. Ao mesmo tempo, os agricultores receberão orientação e acompanhamento técnico para qualificação. A renda sai da venda para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para hospitais, universidades, creches e a rede privada de abastecimento, como supermercados e restaurantes.

No evento, a presidenta assinou acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) para ampliar o acesso de produtos da agricultura familiar e povos extrativistas ao varejo. E anunciou a ampliação em quatro vezes do número

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de agricultores atendidos pelo PAA. Hoje, 66 mil agricultores em situação de pobreza fornecem alimentos para o programa. A meta para 2014 é subir para 255 mil. Outra meta é ampliar de 156 mil para 445 mil o número agricultores familiares que vendem a produção para o PAA até o final de 2014.

Para acompanhar os agricultores em situação de extrema pobreza serão formadas equipes com 11 técnicos. Cada equipe atenderá mil famílias. O plano cria uma linha de fomento de R$ 2,4 mil por família para apoiar, ao longo de dois anos, a produção e a comercialização excedente dos alimentos. Cada família vai receber o valor não reembolsável, pago em parcelas durante dois anos. O pagamento será efetuado por meio do cartão do Bolsa Família. Além disso, os beneficiários mais pobres do Bolsa Família no campo receberão auxílio trimestral de R$ 300 por meio de uma Bolsa Verde para a conservação ambiental.

O foco é a inclusão produtiva dessas famílias, por meio de assistência técnica, fomento e comercialização. Assim, será possível produzir mais alimentos e ajudar o Brasil a continuar crescendo com inclusão social e sustentabilidade.

O plano lançado pela presidenta Dilma Rousseff alia transferência de renda, acesso a serviços públicos nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica, e inclusão produtiva. Ele é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa. Do público-alvo, 59% estão no Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural.

O conjunto de ações envolve a criação de novos programas e a ampliação de iniciativas já existentes, em parceria com estados, municípios, empresas públicas e privadas e organizações da sociedade civil. O objetivo é, com base nos mapas de extrema pobreza produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluir a população mais pobre nas oportunidades geradas pelo forte crescimento econômico brasileiro, elevando a renda e as condições de bem-estar da população. Por busca ativa, equipes de profissionais atuarão para localizar, cadastrar e incluir as famílias nos programas.

Os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) serão os pontos de atendimento dos programas englobados pelo Brasil Sem Miséria. As sete mil unidades existentes no País funcionam em todos os municípios e outros pontos

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serão criados.

Confira abaixo os principais números do Brasil sem Miséria: • Retirar 16,2 milhões da extrema pobreza

• Renda familiar de até R$ 70,00 por pessoa

• 59% do público alvo está no Nordeste, 40% tem até 14 anos e 47% vivem na área rural

• Qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos

• Capacitar e fortalecer a participação na coletiva seletiva de 60 mil catadores até 2014

• Viabilizar a infraestrutura para 280 mil catadores e incrementar cem redes de comercialização

• Aumentar em quatro vezes, elevando para 255 mil, o número de agricultores familiares, em situação de extrema pobreza, atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)

• Equipe de 11 técnicos para cada mil famílias de agricultores

• Fomento de R$ 2,4 mil por família, durante dois anos, para apoiar a produção e a comercialização excedente dos alimentos

• 253 mil famílias receberão sementes e insumos • 600 mil famílias terão cisternas para produção • 257 mil receberão energia elétrica

• Construir cisternas para 750 mil famílias nos próximos dois anos e meio • Implantação de sistemas complementares e coletivos de abastecimento para 272 mil famílias

• Bolsa Verde: R$ 300 para preservação ambiental • Bolsa Família incluirá 800 mil

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3- Os Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural

Sustentável (PTDRS)

3.1 Guia para Elaboração dos PTDRS

A SDT disponibiliza um Guia para auxiliar na elaboração PTDRS, no qual ressalta vários aspectos da política de desenvolvimento territorial.

O objetivo geral do Guia descrito neste Produto é a elaboração do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável de apoio à gestão social dos territórios rurais. Esta consultora detalha o Guia neste Produto, por considerá-lo o principal instrumento na elaboração dos PTDRS. Ao analisá-lo e descrevê-lo esta consultora levanta as questões principais do Guia e dos próprios PTDRS, que, até o momento, não dialogam diretamente com o Plano Brasil sem Miséria.

Os objetivos específicos do Guia são:

a) Sensibilizar e mobilizar os atores territoriais para organização da nova institucionalidade territorial (comissão provisória de articulação ou o colegiado territorial):

b) Desenvolver uma leitura aprofundada da realidade a partir do diagnóstico territorial;

c) Construir uma visão de futuro, identificando eixos de desenvolvimento, programas projetos territoriais estratégicos;

d) Criar um sistema de gestão que leve em consideração a implementação qualificada das políticas públicas de apoio ao desenvolvimento rural;

e) Aprofundar a formação e capacitação nos territórios, voltadas para a construção do desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do capital social local;

f) Possibilitar o fortalecimento das expressões culturais do território; g) Consolidar e legitimar os colegiados territoriais.

h) Fortalecer as formas de expressão das marcas de identidade territorial. Desde 2003, o Programa Desenvolvimento

Sustentável dos Territórios Rurais (Pronat) busca promover cada vez mais o protagonismo dos atores sociais para a construção e governança do desenvolvimento de seus territórios. E, para isso, embasada em experiências

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nacionais e internacionais de aprofundamento da democracia participativa, tem reforçado a necessidade de fortalecer a cultura da gestão social, a ampliação das redes sociais de cooperação, estimulando as iniciativas que reorientam as dinâmicas socioeconômicas a partir da articulação e coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais.

Entende-se que para haver uma efetiva participação e democratização do mundo rural brasileiro (desigual e em muitos casos pobre) é preciso chamar ao diálogo a sociedade civil e os poderes públicos, empoderando, sobretudo, os mais fragilizados, os quais, no caso do MDA e de outros parceiros, são os agricultores familiares, assentados da reforma e do reordenamento agrário, povos indígenas e oriundos dos quilombos, pescadores artesanais, trabalhadores (as) extrativistas e temporários, mulheres e jovens, dentre outros. Ao mesmo tempo, é imprescindível essa articulação para com outros atores, sobretudo aqueles que partilham dos ideários do desenvolvimento sustentável, em especial os responsáveis pelas políticas públicas (gestores municipais, estaduais e federais) de educação, saúde, cultura, segurança, seguridade social, infraestrutura social e produtiva e etc.

Entende-se ainda que esse empoderamento requer propostas e instrumentos adequados que facilitem os processos de conhecimento, negociação e concertação em torno das estratégias para o desenvolvimento sustentável, e esses rumos e instrumentos vêm sendo construídos a partir de um intenso esforço de planejamento territorial.

A tarefa de fomentar a consolidação do Pronat é gigantesca e também de longo prazo, sendo que, certamente, um dos principais desafios é a sua transformação em uma política de Estado. Essa política será tanto mais inovadora e efetiva quanto mais se conseguir empoderar os territórios rurais para que definam seus projetos e ações, levando em conta a abordagem territorial, as diversidades culturais existentes e os saberes das pessoas que vivem nos territórios.

Nesta perspectiva, a SDT apresenta e recomenda o Guia como um instrumento de orientação e diálogo com as redes de parceiros (Rede Nacional de Entidades Parceiras, Rede Nacional de Colaboradores, Redes Sócio-produtivas, Rede Nacional de Colegiados Territoriais, ministérios federais, governos estaduais e municipais) para a consolidação da estratégia.

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Por último, é importante destacar que o documento citado não constitui um novo guia de planejamento. É um documento que aponta algumas novas orientações a partir dos elementos constantes no Guia de Planejamento, elaborado em 2005, assim como de outros documentos referenciais da SDT. Também assume e incorpora as experiências e contribuições registradas sobre o processo de elaboração dos primeiros planos, procurando, com o olhar voltado para o presente e para o futuro, traduzir da melhor forma o entendimento desta extraordinária experiência de planejamento dos territórios rurais.

Buscando o cumprimento de sua missão, que é “apoiar a organização e o fortalecimento institucional dos atores locais na gestão participativa do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e promover a implementação e integração de políticas públicas”, a SDT, a partir de um processo de reflexão, propôs quatro áreas de resultados para o planejamento dos territórios rurais e para o desenho institucional de sua política:

a) fortalecimento da gestão social dos territórios rurais - implica na organização, planejamento e controle social por parte das instâncias colegiadas em todas as dimensões do desenvolvimento sustentável;

b) fortalecimento e ampliação das redes sociais de cooperação – diz respeito ao fortalecimento, ampliação e aperfeiçoamento das organizações territoriais, ao apoio às ações afirmativas de gênero, geração, raça, etnia e populações tradicionais, assim como à formação e o fortalecimento das redes de apoio ao desenvolvimento territorial a partir dos eixos prioritários;

c) fortalecimento da dinamização econômica dos territórios rurais - implica na ampliação, fortalecimento e diversificação: dos negócios territoriais, das organizações associativas, das bases de prestação de serviços em apoio aos negócios, comércio, associativismo e cooperativismo;

d) articulação de políticas públicas – diz respeito à articulação de políticas e programas públicos nos territórios rurais e instituições estratégicas, assim como de Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável reconhecidos e adotados como referencial para a articulação, elaboração e implementação de políticas públicas nos Territórios Rurais.

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territorial, vem criando as condições para:

a) fortalecer a gestão social a partir da organização das instâncias colegiadas territoriais e das redes de colegiados para que possam analisar e melhor compreender sua realidade, intercambiar experiências, fortalecer as práticas e culturas de planejamento, definir processualmente seus projetos estratégicos e exercer um papel central nos processos participativos e democráticos de controle social.

b) Promover ações concretas no sentido do fortalecimento das redes existentes, produtivas e não produtivas, no fortalecimento do cooperativismo solidário, na coesão das entidades e organizações parceiras e na formação de agentes de desenvolvimento.

c) Fomentar as dinâmicas da economia dos territórios, mediante o financiamento e assessoramento aos projetos territoriais, apoiando a ampliação e qualificação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), os programas de seguro da produção e garantia das safras, os programas de combate à pobreza, programas ambientais, os programas de aquisição de alimentos e, mais recentemente, também o de alimentação escolar.

A Secretaria vem também promovendo intenso debate para a organização das cadeias e sistemas produtivos relativos à agricultura familiar e economia solidária, e apostando na ampliação dos sistemas financeiros territoriais.

d) Fortalecer a articulação das políticas públicas por meio de ações como o Programa Territórios da Cidadania, visando à construção de uma proposta concreta de desenvolvimento rural permitindo, sobretudo, o planejamento, a concretização das ações, bens e serviços assim como a qualificação e o controle social.

Nesse sentido, as áreas de resultados, na estratégia do Programa da SDT, tornam-se orientadoras para se avançar no fortalecimento e consolidação dos territórios.

Para a promoção do empoderamento e do protagonismo dos atores sociais, o Pronat tem como diretriz central a gestão social do desenvolvimento sustentável. Na perspectiva da abordagem territorial, a gestão social é entendida como um processo de gerir assuntos públicos por meio da descentralização político-administrativa, redefinindo formas de organização e de relações sociais com a sustentabilidade,

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transparência e efetiva participação da sociedade, o que implica a ampliação dos níveis das capacidades humanas, sociais e organizacionais do Território.

Na prática dos territórios rurais, significa uma contínua execução do processo de organização, planejamento, coordenação e controle social por parte da sociedade civil e dos gestores públicos. Cada um destes elementos, em geral, é descrito nos documentos referenciais da SDT da seguinte forma:

Planejamento: é o momento de tomada de decisões, do estabelecimento das diretrizes e das estratégicas, a partir das capacidades e dos recursos (materiais, humanos, tecnológicos, financeiros, etc.) mobilizados e de arranjos institucionais, em função das prioridades de intervenção discutidas para os territórios e sistematizadas na forma dos planos.

Organização: é o movimento dos atores sociais de um território no sentido da organização de uma instância colegiada que se responsabilizará pela elaboração, implementação de estratégias pela promoção de seu desenvolvimento de forma sustentável. Consiste, portanto, de um espaço político de representação dos interesses dos atores sociais daquele território e de diálogo e negociação entre a sociedade civil e poderes públicos.

Coordenação: tem como objetivo a execução dos planos com a definição de papéis, atribuições e tarefas articuladas com todas as atividades, com a criação ou o fortalecimento de institucionalidades representativas do território. Implica em negociações verticais e horizontais e na preocupação com a capacitação das organizações locais existentes no sentido de fortalecer sua capacidade de intervenção e inserção nos espaços de gestão compartilhada.

Controle Social: o controle social busca o equilíbrio dinâmico entre o Estado, a Sociedade Civil e o Mercado, estabelecendo o controle de um sobre os outros. O processo de Monitoramento e Avaliação, ao constituir um sistema de informações com indicadores concertados entre os atores, contribui também para este processo. Na monitoria é acompanhado o passo-a-passo da execução das ações dentro da gestão, redirecionando-as em intervalos de curto prazo. A avaliação se refere a momentos de aprofundamento da reflexão sobre os rumos do processo de desenvolvimento e a necessidade de redirecioná-lo.

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processo de desenvolvimento sustentável com abordagem territorial, a SDT está indicando a valorização da organização dos atores. Porém, a gestão social é um resultado processual que poderá ser alcançado por esses atores a partir de instrumentos que lhes permitam conhecer, avaliar e agir sobre a realidade. E o planejamento territorial é considerado um dos principais elementos para se alcançar este objetivo.

Convém ressaltar, porém, que a forma cíclica que em geral se apresenta a gestão social tem como propósito facilitar o entendimento de um processo que é concreto, caracterizado por momentos essenciais os quais, na prática, poderão ocorrer de forma simultânea. No entanto, não deve ser visto como algo estanque porque, como se tratam de práticas humanas, o que se espera é que possibilitem acúmulos em termos de aprendizagem e de saberes sociais, os quais devem criar as condições para mudanças de comportamentos e transformações de realidades.

Por isso, a compreensão da gestão social e o seu exercício concreto é um processo profundamente formativo na vida social dos territórios.

Em apoio à gestão social do desenvolvimento territorial, e para gerar os resultados estratégicos principais, quais sejam: colegiados organizados e em funcionamento, planos elaborados, qualificados e em implementados e projetos estratégicos identificados, a SDT orienta a formulação concreta de arranjos institucionais e instrumentos metodológicos de organização, planejamento, coordenação e controle social. Esses instrumentos deverão ser vistos de forma sistêmica, e todos no sentido de organizar um colegiado, elaborar e implementar o plano territorial e definir os projetos para a aplicação dos investimentos territoriais, tanto aqueles oriundos das políticas públicas quanto dos negócios, serviços e comércios territoriais.

O primeiro desses resultados se refere à organização das instâncias colegiadas territoriais, pois esta constitui a primeira e maior prioridade dentre as ações do Programa, sendo fundamental para a elaboração e implementação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Um primeiro dado importante é o entendimento, por parte dos atores que compõem o colegiado, que esta instância tem a legitimidade ou o mandato sobre as decisões a serem tomadas quanto ao rumo do processo de desenvolvimento

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territorial. Além disso, deverão ser apontadas e organizadas as condições básicas para a gestão do plano, com tudo o que isso implica. Dito de outra forma deverão haver momentos cruciais de reflexão sobre a natureza, a situação e o plano estratégico de execução das atividades dos colegiados territoriais. Devem ser realizados eventos (oficinas, reuniões, articulações) necessários à organização ou reestruturação dos colegiados, no sentido de se criarem melhores condições para a elaboração e implementação do PTDRS.

Inclusive, a SDT recomenda que, além dos Núcleos Dirigentes e Técnicos possam ser também constituídas outras instâncias internas (câmaras temáticas, grupos de trabalho, comitê permanentes e/ou temporários, etc.), de forma que as decisões estratégicas do desenvolvimento possam ser de fato efetivadas. Recomenda-se também que sejam organizados espaços e/ou arranjos institucionais específicos para a participação mais ativa de gestores públicos locais nos colegiados, sobretudo partindo do princípio de que os mesmos são responsáveis diretos pela execução de políticas públicas.

Outro resultado estratégico definido como necessário pela SDT são os planos territoriais elaborados, qualificados e em implementação. O PTDRS é considerado o principal instrumento construído de forma participativa pelo colegiado em apoio à gestão social do desenvolvimento territorial. Para alcançar este objetivo, é necessário avançar nas discussões sobre a estratégia de sua formulação e de apropriação pelo colegiado e por todos os atores territoriais. Em termos de qualidade e utilização das informações que reúne, considera-se básico que condense as condições para a tomada de decisões sobre o futuro do território e estimule cada vez mais a cultura de planejamento.

Para qualificar essas informações e tratá-las numa dimensão territorial, a SDT ofertou a elaboração do Estudo de Potencialidade Econômica (EPE) visando aprimorar o diagnóstico do PTDRS. O EPE é um instrumento voltado para assessorar o território na sua dimensão socioeconômica, que é central no processo de desenvolvimento sustentável. Pretende, com o tempo e à medida que amadureça a cultura do planejamento, ofertar outras metodologias que apoiem a qualificação e a sistematização de informações sobre outras dimensões do diagnóstico territorial. Neste caso, porém, o diagnóstico territorial precisa dar conta dessas outras

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dimensões e, para isso, no roteiro mais amplo do diagnóstico do PTDRS estará indicado um conjunto de variáveis que se entendem necessárias à sua formulação. Esse conjunto de variáveis está disponibilizado tanto no documento orientador quanto no Sistema de Informações Territoriais (SIT) da SDT.

O PTDRS elaborado e qualificado deverá ser a expressão do conhecimento e visão de futuro dos atores locais e sua coesão social no território. Deverá apontar e alavancar iniciativas locais para o desenvolvimento sustentável, e criar condições para o acesso às oportunidades (externas) tanto privadas quantos públicas. Em se tratando das oportunidades públicas, cabe recordar que ele deve absorver os investimentos a serem realizados pelas instâncias federais e estaduais mediante as políticas sociais ou econômicas.

Para aprofundar as discussões e o planejamento dos eixos de desenvolvimento voltados as questões socioeconômicas dos territórios, que comporão PTDRS, serão elaborados os Planos Territoriais de Cadeias Produtivas, e para apoiar os empreendimentos (projetos) no processo de gestão produtiva, os Planos de Negócios dos Empreendimentos.

Cabe ainda ressaltar as ações de implementação das Bases de Serviços como iniciativa para constituição dos Sistemas Estaduais de Comercialização da Agricultura Familiar e da Economia Solidária.

O PTDRS também tem se tornado o insumo gerador dos projetos e das informações para a elaboração da estratégia de formação continuada, que se encontra em processo de formulação pela SDT, com ações voltadas para a elaboração dos Planos Territoriais de Formação.

Eixos de desenvolvimento: no capítulo referente às orientações para a prática é apresentada no guia uma definição dos que sejam os eixos de desenvolvimento no entendimento da SDT.

No processo de elaboração e qualificação dos PTDRS, os atores envolvidos devem ter sempre presentes as diversas dimensões do desenvolvimento sustentável na perspectiva territorial, quais sejam: desenvolvimento ambiental, socioeconômico, político-institucional e sociocultural educacional.

Nos territórios rurais, assim como na sociedade como um todo, as condições de reprodução da vida social e econômica de seus habitantes têm uma íntima

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relação com a natureza. Desta maneira é importante que, ao propor o estabelecimento de uma relação solidária e eqüitativa nas outras dimensões do desenvolvimento, também se pense na relação deste com a natureza.

No processo de planejamento territorial para o desenvolvimento sustentável a noção de sustentabilidade é fundamental. Nesse sentido, deve-se prever e desvendar formas não somente de preservação dos biomas existentes, em detrimento das condições de vida das populações. Da mesma forma, não se deve colocar em risco a natureza por causa dos seres humanos. Antes de tudo, precisam ser descobertas novas tecnologias de convivência com ela.

Tanto os planos territoriais quanto as políticas públicas que o apoiam não devem contribuir para o avanço na degradação da natureza do Brasil, e nem tampouco ameaçar a diversidade cultural do país. Por isso a noção de sustentabilidade embasa as demais dimensões que nortearão o processo a ser construído na elaboração e qualificação dos Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Como orientação é necessário, nesse novo momento, qualificar a compreensão das concepções entre as dimensões e seus significados, sobretudo numa perspectiva de desenvolvimento sustentável dos territórios.

O diagnóstico territorial é um componente fundamental na elaboração e qualificação do Plano.

Trata-se de uma leitura participativa da realidade numa perspectiva territorial. Para a construção do diagnóstico num território que ainda não tem PTDRS, recomendam-se dois procedimentos: 1) consultar bases de dados secundários e 2) realizar atividades de verificação e confrontação com dados primários.

Para as informações secundárias, poderá ser consultado o Sistema de Informações Territoriais (SIT), no site www.mda.gov.br/sdt, assim como outras fontes estaduais e municipais.

Para as informações primárias, poderão ser realizadas algumas atividades com grupos sociais ou setores prioritários definidos pelo colegiado.

Recomenda-se que seja constituída uma equipe territorial, a partir do Núcleo Dirigente e Núcleo Técnico do Colegiado, para apoiar a sistematização do diagnóstico territorial.

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A visão de futuro pode ser entendida como a identificação dos sonhos individuais e coletivos das comunidades e sujeitos que fazem parte do território. Dito de outra forma a visão de futura surge de uma análise sobre a situação atual do território, e define um ideal a ser alcançado num universo temporal a ser estabelecido pelo grupo. Poderá também ser elaborada a partir da analise e reflexão das dimensões de diagnóstico territorial e considerando os elementos do ambiente interno e externo para ser confrontado com os grandes sonhos e objetivos dos atores do território. A partir dessa análise os participantes do processo de planejamento poderão se indagar, por exemplo, sobre onde querem chegar com o território nos próximos dois, cinco ou dez anos. Para isso, diversas técnicas e metodologias para construção ou revisão da visão de futuro.

Os objetivos estratégicos podem ser entendidos como grandes propósitos a serem alcançados pelos atores territoriais a partir da identificação e qualificação da visão de futuro.

Podem também ser entendidos como a transformação, com sentido de viabilidade, dos propósitos e objetivos estratégicos para a realização da visão de futuro.

Os objetivos estratégicos se caracterizam por serem mensuráveis, por visarem à materialização dos grandes propósitos e por estarem numa relação direta com a temporalidade e seus respectivos cenários, visando à materialização dos mesmos.

Os valores e princípios dos PTDRS são elementos espirituais que caracterizam a diversidade cultural e social dos atores que participam do processo de planejamento enquanto projeto coletivo de vida, os quais constituem referencias para identidade espiritual da responsabilidade coletiva na implementação dos planos, gerando desse modo uma nova ética para a sustentabilidade territorial.

As diretrizes principais podem ser identificadas como as grandes linhas mestras que orientam e atraem o processo de desenvolvimento sustentável, visando enfrentar alguns grandes desafios, a destacar: as desigualdades sociais e regionais, mediante a inserção nas novas dinâmicas socioeconômicas e culturais com sustentabilidade. Ou seja, avançar para além de situações de estagnação e pobreza.

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O entendimento básico para eixo de desenvolvimento podem ser aquelas atividades norteadoras do desenvolvimento sustentável do território segundo os objetivos ou importância dentro de cada dimensão. Tendo como referência a análise das diversas dimensões e suas relações, o diagnóstico territorial deve fornecer o insumo básico para identificação dos eixos de desenvolvimento.

O Guia recomenda dois procedimentos para a identificação e elaboração dos eixos de desenvolvimento, tais como: Procedimento Dedutivo (do universal para o particular) e Procedimento Indutivo (do particular para o universal). O primeiro é recomendável para trabalhar com grupos de técnicos ou com participantes que já dominam metodologias de planejamento. O segundo para trabalhar com participantes em geral. Observação: na elaboração dos eixos de desenvolvimento poderão também ser utilizados outros métodos e técnicas de domínio e conhecimento por parte dos elaboradores e entidades parceiras.

Os programas territoriais podem ser entendidos como um conjunto de projetos interdependentes, coordenados de modo a produzirem os resultados desejados, segundo a natureza dimensional ou multidimensional dos eixos de desenvolvimento. Na implementação dos programas é importante levar em consideração os seguintes elementos:

a) A responsabilidade na qualidade da gestão; b) Ter objetivos e benefícios claramente definidos;

c) Possuir um plano e um cronograma com as datas de início e términos definidos;

d) Desenvolver um processo dinâmico de gerenciamento do desempenho (que compreenda riscos, problemas e soluções).

Todos os programas devem se caracterizar pela sua ligação com os objetivos e benefícios dos projetos, para que possam alcançar não somente o seu entendimento, mas também os resultados desejados.

Os programas também podem ser entendidos como um resumo das diretrizes dos projetos.

Recomenda-se que no processo de elaboração e qualificação dos PTDRS sejam identificados os projetos estratégicos territoriais. O entendimento sobre esses projetos será aprofundado posteriormente pelos territórios, com o apoio de outras

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metodologias, como, por exemplo, o das cadeias e sistemas produtivos priorizados pelo colegiado territorial. Para as atividades socioeconômicas poderão ser utilizados os Planos Territoriais de Cadeia Produtiva (PTCP). Já para a qualificação desses projetos em processo de gestão pelos atores territoriais poderá ser utilizada a metodologia Plano de Negócio dos Empreendimentos.

A gestão do PTDRS se caracteriza, sobretudo, pela responsabilidade do colegiado por sua implementação. Para isso, deverá se estruturar de alguma forma (câmaras temáticas, comitês, núcleos, grupos de trabalho, dentre outros) e constituir um instrumento de gestão. Este instrumento é denominado de Sistema de Gestão do Plano (SGP), cujas metas principais são:

a) Transformar as estratégias do PTDRS em ações operacionais; b) Transformar essas estratégias em tarefas para o colegiado; c) Estruturar a sinergia institucional para as estratégias do PTDRS d) Converter as estratégias em um processo contínuo e enriquecedor.

A gestão do PTDRS consiste, portanto, na implementação do plano de gestão construído durante o processo de formulação da visão de futuro, dos objetivos estratégicos, das diretrizes, dos eixos de desenvolvimento, dos programas e dos projetos estratégicos territoriais, bem como dos instrumentos para sua implementação, seu gerenciamento social, sua operacionalização (metas e resultados) e a governança sobre os acordos externos e seus instrumentos de controle social.

O gerenciamento do PTDRS se caracteriza por três fatores que devem se tornar dinâmicos na execução das metas e dos objetivos. Estes fatores são: o gerenciamento propriamente dito, a operacionalização com suas respectivas diretrizes nas metas e foco nos resultados a serem alcançados. Neste sentido, é importante também compreender que o fortalecimento da responsabilidade social dos sujeitos e/ou atores do território deve ser um dos aspectos essenciais não somente a ser definido no desenho e implementação do SGP, mas ser considerado ao longo de todo o processo. Sem este princípio o SGP terá muita dificuldade de funcionar com eficiência e eficácia.

Contudo, não basta apenas a vontade geral para isso. Para ter eficiência e eficácia na concretização de objetivos e metas é necessária também a construção

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social de indicadores que devem estar contemplados tanto no processo como nos resultados e impactos que poderão incidir na organização sistêmica do território e na sua sustentabilidade.

O PTDRS é, sem dúvida, o instrumento central de articulação e coordenação para o desenvolvimento e à implementação da estratégia dos projetos territoriais em suas diferentes escalas visando à dinamização socioeconômica e sustentável dos territórios.

Os PTDRS passam por uma etapa de qualificação.

O objetivo geral é qualificar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, em apoio à gestão social dos territórios rurais, possibilitando sua avaliação, ampliação e consolidação.

Os objetivos específicos são:

a) fortalecer a gestão dos colegiados para a implementação dos planos;

b) Avaliar, revisar e atualizar o diagnóstico territorial, considerando as dimensões do desenvolvimento sustentável;

c) Avaliar e atualizar a visão de futuro, objetivos estratégicos, eixos de desenvolvimento e programas;

d) Identificar os projetos estratégicos territoriais e a forma de gestão; e) Consolidar o colegiado territorial como gestor do plano territorial; f) fortalecer as formas de expressão das marcas de identidade territorial.

Finalizando, o Guia apresenta um roteiro referencial para apresentação do documento do PTDRS.

A apresentação da versão final do PTDRS deverá conter os seguintes itens, apontados abaixo. Recomenda-se que não seja excedido o número de 100 páginas, em papel A4, com fontes Times New Roman ou Arial, tamanho 12, e que contenha:

Página de rosto;

Informações Institucionais; Sumário;

Apresentação; Resumo Executivo;

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análises, mapas e fotografias); Visão de Futuro; Objetivos Estratégicos; Valores ou Princípios; Diretrizes Principais; Eixos de Desenvolvimento;

Programas e Projetos Estratégicos; Proposta de Gestão do Plano Territorial; Considerações Finais;

Anexos; e

Bibliografia Referencial.

Para a socialização e divulgação do PTDRS, a orientação que a SDT faz é que, em primeiro lugar, o documento seja apresentado ao colegiado territorial em cerimônia específica. Em segundo lugar, apontamos alguns procedimentos que deverão ser cumpridos após a elaboração ou qualificação do plano:

A versão final do PTDRS deverá ser disponibilizada na íntegra nas páginas virtuais da entidade parceira, da Delegacia do MDA, das entidades de ATER, do próprio colegiado territorial e de outras entidades consideradas estratégicas, como os movimentos sociais, universidades e institutos vinculados à agricultura familiar e demais públicos. A SDT se responsabilizará pela sua publicação no Sistema de Informações Territoriais. Seu objetivo maior será a consulta por parte de estudiosos, pesquisadores e técnicos, ou por quem desejar conhecer de forma mais aprofundada as informações ali compiladas;

Pelo menos uma versão integral do PTDRS deverá ser entregue para cada um dos membros do colegiado territorial que participaram do processo de elaboração e/ou qualificação. Seu objetivo visa cumprir a recomendação de devolução do plano ao colegiado e fortalecer o processo de apropriação do mesmo pelos atores locais.

O Resumo Executivo deverá ser elaborado e inserido na parte inicial do documento em versão final, porém, uma cópia deve ser distribuída ao colegiado.

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Seu foco deve ser as metas, e tem como objetivo principal a assessoria na elaboração dos projetos estratégicos territoriais.

Recomenda-se a elaboração de um folder com os principais componentes do PTDRS para divulgação das informações. Da mesma forma, recomenda-se que tanto o colegiado territorial quanto a entidade parceira adotem formas de levantar recursos junto às entidades territoriais para custear as despesas com a publicação do folder, quando não houver recursos disponíveis no contrato com a SDT.

Alguns territórios e estados vêm desenvolvendo uma Marca Territorial. Trata-se da confecção de instrumento de comunicação visual que sintetiza e expressa elementos de identidade territorial. Recomenda-se que as entidades parceiras, os envolvidos na elaboração/qualificação do PTDRS e os atores territoriais que apresentem propostas nesse sentido.

Será realizada atividade estadual de apresentação dos PTDRS, visando à sensibilização dos gestores públicos e a articulação com planos de investimento das políticas públicas estaduais.

A cargo da SDT, deverá ser realizado um evento nacional de apresentação dos PTDRS em Brasília.

4.2 Descrição do PTDRS do Território da Cidadania Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul

A título demonstrativo, seguem trechos do PTDRS Território da Cidadania Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul. O Plano descrito abaixo traz inicialmente uma descrição sobre o território.

O Território Zona Sul do Estado/RS é composto pelos municípios de Aceguá, Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Cristal, Herval, Hulha Negra, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu.

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Sustentável de Territórios Rurais da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Neste período está sendo construído e implantado um Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável estabelecido a partir das diferentes dimensões do desenvolvimento: Dimensão Econômica: resultados econômicos com níveis de eficiência através da capacidade de usar e articular recursos locais para gerar oportunidades de trabalho e renda; Dimensão sociocultural: mais eqüidade social, através da intensa participação dos cidadãos e cidadãs nas estruturas do poder; Dimensão Político-institucional: novas institucionalidades que permitam a construção de políticas territoriais negociadas; Ambiental: compreensão do meio ambiente como ativo do desenvolvimento, considerando o princípio da sustentabilidade, enfatizando o conceito de gestão da base de recursos naturais.

Com foco no desenvolvimento d agricultura familiar, o programa busca apoiar projetos estratégicos que melhorem a vida de agricultores familiares, assentados de reforma agrária, pescadores artesanais e membros das comunidades quilombolas.

O público rural beneficiário desta estratégia constitui-se no Território por cerca de 32 mil propriedades de agricultores familiares com alto potencial produtivo; 6 mil famílias de pescadores profissionais artesanais, o que representa entre 70 a 80% dos pescadores do RS; 3.969 famílias distribuídas em 117 assentamentos de reforma agrária, 40% dos assentamentos do RS e mais de 40 comunidades quilombolas.

Após essa apresentação, o PTDRS apesenta o próprio documento.

Este documento apresenta os principais eixos e programas que deverão nortear a elaboração dos projetos e orientar a aplicação dos recursos financeiros, com objetivo de promover o Desenvolvimento com igualdade e inclusão socioprodutiva.

Os eixos e os programas propostos partiram do acúmulo de demandas da agricultura familiar, estratégicas para o desenvolvimento sustentável, e estão pautados nos princípios da agroecologia, participação social, valorização da agricultura familiar e inclusão social.

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No contexto da dimensão socioconômica, uma das dimensões centrais do debate e proposição no Território, os eixos estratégicos são a Diversificação econômica e Soberania/Segurança Alimentar e Melhoria da Infraestrutura de bens e serviços, articulados com programas e projetos que alcancem estas diretrizes.

Na dimensão socioambiental: Águas e Preservação, Manutenção e Recuperação dos Ecossistemas/biomas. Articulando as ações da dimensão Sociocultural educacional o Território propõe os eixos estratégicos: Educação e Cultura e Cidadania e Acesso a direitos; e na dimensão Político institucional os eixos estratégicos são: Organização social da agricultura familiar e Apoio à Gestão Territorial.

São prioridades deste Plano:

• Reconhecimento público pela Fundação Cultural Palmares das comunidades quilombolas auto-definidas no território e implementação de programas de apoio;

• Desenvolvimento de ações voltadas à segurança hídrica, para abastecimento humano e desenvolvimento de atividades produtivas, através da criação do Programa “Água para Todos”;

• Promoção de ações de Segurança alimentar e nutricional que estimulem a produção de alimentos seguros e promovam a comercialização dos produtos da agricultura familiar, com destaque para o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA da Conab/ MAPA/MDA/MDS e para compras da agricultura familiar para a Alimentação Escolar;

• Ofertar Assistência Técnica e Extensão Rural para todos os agricultores familiares, pescadores artesanais, quilombolas e assentados de reforma agrária, articulada com as necessidades locais;

• Realizar investimentos em infraestrutura rural, principalmente em obras para saneamento, reforço da rede elétrica e manutenção das estradas vicinais;

• Criação de uma política pública específica para saneamento rural;

• Disponibilizar recursos para aquisição de máquinas e implementos agrícolas.

Para Gestão do Plano Territorial o território conta com uma estrutura de gestão formalizada e ativa, com Plano de Gestão e Regimento Interno, constituída

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por um Colegiado Territorial paritário, representativo e plural composto por 78 membros; Núcleo Dirigente, Núcleo Técnico, Fóruns Setoriais e as microrregiões. O Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – CAPA Pelotas é a entidade parceira da SDT para as ações territoriais.

Há um acúmulo de experiências e capacidade no Colegiado Territorial para discutir, deliberar, acompanhar a implantação e retroalimentação do Plano Territorial, bem como orientar e monitorar a aplicação de recursos públicos das diferentes políticas setoriais. Além das instâncias territoriais competentes, para implantação das ações propostas no presente Plano o Território conta com o apoio do Comitê de Articulação Estadual - CAE e do Comitê Gestor Nacional do Programa “Territórios da Cidadania”.

O Território possui uma dinâmica de encontros periódicos que permitem estabelecer um processo permanente de planejamento, monitoramento e avaliação do Plano e, grande capacidade de mobilização e articulação dos atores territoriais.

Este Plano é produto do constante planejamento, monitoramento e avaliação

do processo de desenvolvimento territorial iniciado em 2004 com apoio da SDT. O ponto de partida para sua elaboração é a primeira versão do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, elaborada em 2006.

O avanço para qualificação da primeira versão do Plano foi em 2008, durante a realização de quase 40 eventos, decorrentes do lançamento do Programa Territórios da Cidadania, incluindo efetivamente no processo os gestores públicos municipais dos 25 municípios deste Território, com ampliação na participação dos diferentes segmentos envolvidos com o Desenvolvimento Territorial.

O território foi o primeiro a aprovar a matriz de ações do programa, no Rio Grande do Sul, e após 12 plenárias com a participação de mais de mil pessoas entregou em mãos, em abril deste mesmo ano, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, oplano de ações integradas.

Os debates foram estabelecidos a partir do enfoque sistêmico doTerritório, consoante ao conceito adotado pela SDT que define território como “um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo a cidade e o campo, caracterizado por critérios multidimensionais – tais como o ambiente, a

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economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições – e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial.”

Para a reformulação do Plano, realizada a partir da multiplicidade de abordagens, o Território utilizou como referência proposta pelo Programa estabelecido pela SDT, que propõe as seguintes dimensões:

Dimensão Econômica - resultados econômicos com níveis de eficiência através da capacidade de usar e articular recursos locais para gerar oportunidades de trabalho e renda;

Dimensão sociocultural - mais eqüidade social, através da intensa participação dos cidadãos e cidadãs nas estruturas do poder;

Dimensão Político-institucional - novas institucionalidades que permitam a construção de políticas territoriais negociadas;

Dimensão Ambiental - compreensão do meio ambiente como ativo do desenvolvimento, considerando o princípio da sustentabilidade, enfatizando o conceito de gestão da base de recursos naturais.

Para cada dimensão foram definidos os eixos estratégicos para a promoção do desenvolvimento com sustentabilidade econômica, social, política e ambiental, com caráter multidimensional e multisetorial.

O Colegiado Territorial construiu de forma participativa um ambiente territorial para a elaboração, revisão e qualificação desta segunda versão do Plano Territorial com vistas a promoção do Desenvolvimento Rural Sustentável, ou seja, uma proposta de desenvolvimento rural com enfoque nas diferentes dimensões da sustentabilidade (econômica, social, política, cultural, ambiental e territorial).

Para tanto, estabeleceu-se um conjunto de atividades baseadas em metodologias participativas. Como base no processo de diálogo, foram identificados os limites e potencialidades para o desenvolvimento, a partir da sensibilização e contribuição dos atores para a qualificação; ampliação da participação (em número de representação) e aprofundamento do processo, estimulado pelo Programa Territórios da Cidadania.

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qualificação deste plano foi a realização de Oficinas de Qualificação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável nas quatro microrregiões.

As microrregiões foram definidas de forma participativa em plenária do Colegiado Territorial, em outubro de 2008, com base nos seguintes critérios: sistemas de produção/tipo de agricultores; concentração dos públicos prioritários (assentados, quilombolas e pescadores artesanais) e urbanização/serviços.

O Plano faz então um detalhamento e uma caracterização do Território.

O Território Zona Sul do Estado/RS possui 871.733 habitantes, o que representa em torno de 8% da população do RS e 13% da área do Estado. Pelotas é o município com maior população (339.934 ) enquanto que Pedras Altas tem a menor população (2.546). A densidade demográfica é de 23 hab/km², enquanto a do Estado é de 37,5 hab/km² (IBGE -2007). A maior densidade demográfica verifica-se em Pelotas (211,3 hab/km²) e a menor em Pedras Altas (1,85 hab/km²).

Desconsiderando os municípios de Pelotas e Rio Grande, municípios pólos do Território que concentram 60% da população total dos 25 municípios, a densidade demográfica cai para apenas 13,24 hab/km², indicando que grande parte da área do território é pouco habitada, onde predomina a lavoura empresarial de arroz e a pecuária extensiva.

Segundo o critério SDT/MDA, que considera rurais os municípios com até 50 mil habitantes e densidade demográfica até 80 hab/ km², temos no território 22 municípios rurais. A estes ainda podemos acrescentar Canguçu, que apesar de ter mais de 50 mil habitantes, a exemplo dos demais, sua economia é dependente da agropecuária.

A presença da agricultura familiar é expressiva no Território, fruto da forma de ocupação do solo e os objetivos estratégicos da Coroa

Portuguesa. Famílias açorianas numa primeira fase, e posteriormente imigrantes alemães, italianos, franceses, entre outros, receberam pequenas frações de terras para ocupar o território e diversificar a produção, principalmente com gêneros alimentícios.

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propriedades do Território, ocupando uma área de 24.000 hectares. Mão de obra disponível e adequada para as propriedades que tem pouca terra, o fumo vem substituindo culturas tradicionais na região, como milho, feijão e batatinha.

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4 – Proposições de qualificação para a inclusão produtiva, no

âmbito do Plano Brasil sem Miséria e considerações finais

Como já mencionado neste Produto, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável é o principal instrumento de apoio à gestão social por parte dos colegiados territoriais, e que deve estimular a construção de um novo modelo de desenvolvimento. De igual modo, prepara o terreno para a formulação do projeto de desenvolvimento do território, baseado na experiência de planejamento e na análise dos planos já elaborados e em implementação nos territórios. Para isso, é fundamental que:

a) Seja assegurada a participação dos integrantes do colegiado e dos demais atores sociais de todos os municípios;

b) O PTDRS não seja somente um espelho de um setor mais organizado da sociedade ou dos gestores públicos, mas antes um documento/instrumento de negociação e concertação da diversidade de pensamentos, interesses, práticas e sonhos existentes no território;

c) O PTDRS busque ser, de fato, uma manifestação da realidade do território, com um diagnóstico, uma visão de futuro, eixos de desenvolvimento, programas e projetos. Ao mesmo tempo deve ser um instrumento que possibilite cada vez mais o acesso qualificado às políticas públicas;

d) Os assessores de elaboração e qualificação do PTDRS adotem procedimentos para identificar e incluir, na redação de suas sínteses, os produtos da análise dos diversos públicos existentes nos territórios (indígenas, pescadores artesanais, comunidades tradicionais, ribeirinhos, povos extrativistas, mulheres, jovens, sistemas alternativos de produção, experiências culturais e educacionais dentre outros);

e) Entenda-se que o PTDRS ganhará mais sentido se o colegiado tiver as condições de elaborá-lo de forma crítica e criativa, aperfeiçoando-o continuamente. O colegiado deve também desenvolver as capacidades para implementá-lo. Isso significa dizer que o plano somente se concretizará a partir da consecução de todas as estratégias que possam mobilizar os recursos disponíveis no território (humanos,

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financeiros e materiais), visualizando a sua inserção sustentável nos ambientes internos e externos

f) Sejam valorizados todos os momentos de elaboração, qualificação e implementação do plano, assim como também de cada um dos seus componentes: diagnóstico territorial, visão de futuro, diretrizes, valores, estratégias, eixos, programas, projetos e gestão;

g) A extensão ou tamanho ideal de um plano seja aquela que contemple todos os atores territoriais e seus respectivos projetos e capacidades de implementação. Ou seja, o tamanho real é determinado pela priorização dos grandes eixos do desenvolvimento, dos projetos territoriais e da capacidade de gestão para de fato ser implementado.

h) Possibilite as condições necessárias para a ampliação e o fortalecimento da coesão social dos territórios.

O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável deve ser formulado tendo como base alguns componentes, que são essenciais para se alcançarem os resultados esperados.

O PTDRS deve ser um instrumento construído socialmente pelo colegiado, levando-se em consideração a diversidade de grupos e os interesses sociais, culturais, políticos e econômicos, de forma a se tornar gerador e estimulador da organização contínua do território.

Assim, somente fará sentido se for elaborado ou qualificado por pessoas que assumam as responsabilidades não somente de construí-lo ou revisá-lo, mas também de executar as metas ali propostas. Por isso, o fortalecimento do colegiado é um dos propósitos do processo de planejamento.

Além de aspectos fundamentais a serem avaliados, como missão, finalidade, valores e princípios, visão de futuro, representatividade, legitimidade, estrutura de funcionamento e condições para construir, negociar e implementar as ações e projetos do PTDRS, cada colegiado poderá considerar outros aspectos que considerar relevantes sobre si mesmo.

Nos últimos anos, a agricultura familiar tem se mostrado um importante instrumento de inclusão social e produtiva no meio rural. É em função do aumento de renda gerado pelo trabalho na agricultura familiar que milhões de brasileiros que

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