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PRÉ-DESPACHO HIDROTÉRMICO EM AMBIENTE COMPETITIVO VIA OTIMIZAÇÃO POR ENXAME DE PARTÍCULAS

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PR ´E-DESPACHO HIDROT ´ERMICO EM AMBIENTE COMPETITIVO VIA OTIMIZA ¸C ˜AO POR ENXAME DE PART´ICULAS

Sidney Cerqueira∗, Sergio A. Trov˜ao∗, Osvaldo R. Saavedra∗ ∗Universidade Federal do Maranh˜ao-UFMA

Av. dos Portugueses s/n S˜ao Lu´ıs-Maranh˜ao

Emails: sidney.cerqueira@live.com, ats.sergio@gmail.com, o.saavedra@ieee.org

Abstract— This paper presents the solution of the Hydrothermal Unit-Commitment problem through of the meta-heuristic Particle Swarm Optimization. The problem consists in determining the optimal scheduling of generators (thermoelectric and hydroelectric plants) that are part of a portfolio of generator company acting in a competitive environment. The main goal is to maximize the profit of generator company based on forecasting price and respected thermal, hydraulic and market constraints assigned to the problem. For study case, the technique is applied to part of a portfolio of generator company subsystem northeastern Brazil. Analysis are performed considering all the restrictions, without start-up costs and with the goal of energy restriction. Keywords— Unit Commitment, Energy Market, Particle Swarm Optimization, Hydrothermal Scheduling.

Resumo— Este trabalho apresenta a solu¸c˜ao do problema do Pr´e-despacho Hidrot´ermico atrav´es da meta-heur´ıstica Otimiza¸c˜ao por Enxame de Part´ıculas. O problema consiste na determina¸c˜ao da programa¸c˜ao ´otima dos geradores (termel´etricas e hidrel´etricas) que fazem parte do portf´olio de uma companhia geradora atuando em ambiente competitivo. O objetivo maior ´e maximizar o lucro da companhia geradora baseado na previs˜ao de pre¸co hor´ario e respeitando as restri¸c˜oes t´ermicas, hidr´aulicas e de mercado atribu´ıdas ao problema. Para estudo de caso a t´ecnica ´e aplicada a parte do portf´olio de uma companhia geradora do subsistema nordeste brasileiro. S˜ao feitas an´alises considerando todas as restri¸c˜oes, sem custo de partida e com a restri¸c˜ao de meta energ´etica. Palavras-chave— Pr´e-Despacho, Mercados de Energia, Otimiza¸c˜ao por Enxame de Part´ıculas, Coordena¸c˜ao hidrot´ermica

1 Nota¸c˜ao

t - ´ındice dos intervalos de tempo; i - ´ındice dos geradores t´ermicos; j - ´ındice dos geradores hidr´aulicos; T - intervalo de tempo total; NT - n´umero de geradores t´ermicos; NH - n´umero de geradores Hidr´aulicos; NG - n´umero total de geradores;

Ci - fun¸c˜ao de custo t´ermica: aix2+ bix + ci ; u(i, j, t) - estado do gerador i, j na hora t ; P T (i, t) - potˆencia do gerador t´ermico i na hora t ; P H(j, t) - potˆencia do gerador hidr´aulico j na hora t ; P B(t) - potˆencia do contrato bilateral na hora t ; π(t) - pre¸co da energia na hora t ;

πC(t) - pre¸co do contrato bilateral na hora t ; Ton - contador de horas para gerador ligado (on); Tof f - contador de horas para gerador desligado (off); U T - tempo de up-time;

DT - tempo de down-time; M - restri¸c˜ao de meta energ´etica.

Pspot - parcela destinada ao mercado spot; CP - custo de partida das unidades; q(j, t) - vaz˜ao da planta j na hora t; s(j, t) - vertimento da planta j na hora t; v(j, t) - volume da planta j na hora t;

I(j, t) - vaz˜ao incremental na planta j na hora t ; Nu - n´umero de plantas rio acima;

τn - tempo de deslocamento entre reservat´orios; Xdk - posi¸c˜ao d na itera¸c˜ao k;

Vdk - velocidade da part´ıcula d na itera¸c˜ao k; w - peso de in´ercia;

P best - melhor posi¸c˜ao da part´ıcula; Gbest - melhor posi¸c˜ao global no enxame; c1,c2 - fatores de aprendizagem;

r1,r2 - n´umeros randˆomicos [0,1]; Npar - n´umero de part´ıculas.

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2 Introdu¸c˜ao

Com as recentes reestrutura¸c˜oes ocorridas no se-tor el´etrico, onde o principal objetivo foi a in-ser¸c˜ao da competitividade, as companhias gera-doras (GENCO’s) mudaram de um ambiente re-gulado onde tinham a obriga¸c˜ao de satisfazer a demanda ao menor custo poss´ıvel, para um am-biente desregulado, cujo objetivo ´e aumentar seu lucro n˜ao sendo mandat´orio satisfazer a demanda (Shahidehpour et al., 2002).

Variados modelos de mercados foram propos-tos e implementados em diversas regi˜oes/pa´ıses. Em sua maioria, varia¸c˜oes de dois modelos b´ asi-cos: (i) em bolsa (pool), onde a energia ´e nego-ciada a curto prazo e os agentes participam com ofertas de pre¸co e quantidade de energia para cada hora do dia seguinte (e.g. day ahead market); e (ii) bilateral, onde a energia ´e negociada livre-mente entre geradores e cargas. Gerallivre-mente o mo-delo utilizado ´e um h´ıbrido entre estes dois mode-los, onde a GENCO pode negociar no mercado de curto prazo ou optar por realizar contratos bi-laterais com pre¸co e quantidade de energia fixos, reduzindo os riscos ocorridos devido volatilidade dos pre¸cos no curto prazo(Bisanovic et al., 2008). Sobre este ambiente competitivo, cada GENCO do sistema necessita encontrar a programa¸c˜ao ho-r´aria ´otima de seu portf´olio de geradores, que ma-ximize seus lucros baseada na previs˜ao de pre¸cos e demanda atendendo as restri¸c˜oes operacionais e de mercado.

A programa¸c˜ao hor´aria, usualmente denomi-nada de Pr´e-Despacho de Potˆencia (PD), tˆem como objetivo a defini¸c˜ao de quais unidades de-vem estar ligadas/desligadas e seus respectivos pontos de opera¸c˜ao. A grande parte dos mode-los de PD estudados s˜ao aplicados apenas a siste-mas t´ermicos (Pereira-Neto et al., 2005), (Conejo, Nogales e Arroyo, 2002). Os modelos de PD consi-derando sistema hidrot´ermico tornam o problema mais complexo que o tradicional PD puramente t´ermico, pois, considera o compromisso entre as decis˜oes de gera¸c˜ao do presente e do futuro al´em de adicionar as restri¸c˜oes hidra´ulicas (Jimenez e Paucar, 2007). Uma revis˜ao sobre o problema do PD pode ser encontrada em (Padhy, 2004).

Este trabalho prop˜oe o uso da meta-heur´ıstica Otimiza¸c˜ao por Enxame de Part´ıculas (OEP) ali-ada a uma vers˜ao bin´aria proposta em (Kennedy e Eberhart, 1997) para solu¸c˜ao do PD hidrot´ermico em ambiente competitivo. O OEP mostrou ser um algoritmo robusto, f´acil de encontrar a solu¸c˜ao glo-bal e f´acil de implementar em compara¸c˜ao com ou-tros t´ecnicas inteligentes sendo amplamente estu-dado e aplicado na literatura (Sinha et al., 2003), (Samudi et al., 2008), (Zhang et al., 2010).

A metodologia prop˜oe-se como uma ferra-menta de suporte a decis˜ao para GENCO’s para a maximiza¸c˜ao do lucro. O foco deste trabalho est´a

em realizar um PD onde a GENCO ir´a verificar a programa¸c˜ao ´otima para o pr´oximo dia, que se implementada ir´a maximizar seu lucro, aplicado a sistemas com predominˆancia hidra´ulica incluindo as restri¸c˜oes operacionais e restri¸c˜oes de contratos bilaterais. Tamb´em s˜ao inclu´ıdos os custos de par-tida (t´ermico e hidra´ulico), pois esses tˆem um real impacto na receita das companhias geradoras.

Diversas t´ecnicas tˆem sido relatadas conside-rando o problema do PD. Em (Yamin e Shahideh-pour, 2003) ´e aplicada uma t´ecnica h´ıbrida en-tre Algoritmo Gen´etico e Relaxa¸c˜ao de Lagrange (RL) para resolver o problema considerando PD baseado no pre¸co (PDBP) e restri¸c˜oes de reserva de potˆencia. J´a em (Pereira-Neto et al., 2005) ´e aplicado um algoritmo h´ıbrido utilizando Estrat´ e-gias Evolutivas e RL a um PDBP considerando o efeito e importˆancia da reserva fria. Em am-bos, o estudo foi realizado em sistemas t´ermicos. Em (da Silva et al., 2010) e (Fran¸ca e Nepomu-ceno, 2010) o PD hidrot´ermico foi resolvido subs-tituindo as restri¸c˜oes hidr´aulicas por uma ´unica restri¸c˜ao, meta energ´etica, deixando o problema hidr´aulico menos complexo. Essa restri¸c˜ao ´e im-posta pelo planejamento de m´edio/longo prazo. Em (Pindoriya e Singh, 2009) o PD ´e resolvido atrav´es do OEP considerando o gerenciamento do risco e incertezas dos pre¸cos. T´ecnicas ba-seadas em programa¸c˜ao linear foram estudadas em (Conejo, Arroyo, Contreras e Villamor, 2002), (Conejo, Nogales e Arroyo, 2002).

As pr´oximas se¸c˜oes deste artigo est˜ao organi-zadas da seguinte maneira. Na Se¸c˜ao 3 ´e formu-lado o problema e todas as restri¸c˜oes considera-das. Na se¸c˜ao 4 ´e mostrado o OEP e o algoritmo aplicado ao Pr´e-Despacho. J´a na se¸c˜ao 5 s˜ao re-alizadas simula¸c˜oes e an´alises para valida¸c˜ao da metodologia e por fim na se¸c˜ao 6 s˜ao apresenta-das as conclus˜oes deste trabalho.

3 Formula¸c˜ao do problema

O Pr´e-Despacho ´e um problema de otimiza¸c˜ao complexo que envolve vari´aveis discretas e cont´ı-nuas. Em ambiente competitivo ´e executado para determinar a produ¸c˜ao ´otima de energia durante o per´ıodo programado enquanto todas as restri-¸

c˜oes s˜ao satisfeitas. O lucro total da GENCO ´e dado pela diferen¸ca entre a receita e o custo. Ma-tematicamente o Pr´e-Despacho em ambiente com-petitivo pode ser formulado como segue (Dicorato et al., 2009): max: T X t=1 F (t) (1) F (t) = π(t) · Pspot(t) + πC(t) · P B(t) − NG X n=1 CP (t) − NT X i=1 Ci(P T (i, t)) (2)

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Pspot(t) = NT X i=1 P T (i, t) · u(i, t)+ NH X j=1 P H(j, t) · u(j, t) − P B(t) (3)

O termo π · Pspot da equa¸c˜ao 3 corresponde a receita esperada da venda de energia no mer-cado spot. O termo πC· P B representa a receita proveniente do contrato bilateral. Os termos CP e Ci(P T (i, t)) s˜ao respectivamente os custos de partida e o custos de produ¸c˜ao dos geradores t´ er-micos. Aqui, devido a ´agua ser um combust´ıvel “gr´atis”, os custos de produ¸c˜ao hidr´aulica ser˜ao

negligenciados.

3.1 Restri¸c˜oes

A - Limites operacionais dos geradores: dada pe-las potˆencias m´aximas e m´ınimas dos gerado-res,

P Tmin· u(i, t) ≤ P T ≤ P Tmax· u(i, t), (4)

P Hmin· u(i, t) ≤ P H(j, t) ≤ P Hmax· u(j, t). (5) B - Restri¸c˜oes hidr´aulicas: vaz˜ao, volume dos re-servat´orios e equa¸c˜ao de continuidade hidr´ au-lica respectivamente, qmin(j) < q(j) < qmax(j), (6) vmin(j) < v(j) < vmax(j), (7) v(j, t) =v(j, t − 1) + I(j, t) − q(j, t) − s(j, t)+ N u X n=1 (qn(j − τn) + s(j − τn)) (8)

C - M´ınimo up-time e down-time: Uma vez que o gerador est´a ligado/desligado, deve perma-necer um tempo m´ınimo antes de ser desli-gado/ligado novamente.

[(u(t) − u(t − 1)) · (Ton(t − 1) − U T )] ≤ 0 [u(t) − u(t − 1)) · (Tof f(t − 1) − DT )] ≥ 0

(9)

onde, os contadores de tempo Ton e Tof f po-dem ser expressos por:

Ton = (1 + Ton,(t−1)) · u(t)

Tof f = (1 + Tof f,(t−1)) · (1 − u(t))(10) Esta restri¸c˜ao tamb´em pode ser aplicada aos geradores hidr´aulicos (Bisanovic et al., 2008), por´em para este estudo ´e negligenciada.

D - O volume esperado no in´ıcio e final do hori-zonte de programa¸c˜ao ´e definido pelo plane-jamento de longo/m´edio prazo, e ´e modelado como:

v(t)|t=0= v0

v(t)|t=T = vT (11)

E - Restri¸c˜ao de mercado: As somas das potˆ en-cias (t´ermicas e hidr´aulicas) na hora t, tˆem que ser maior ou igual `a potˆencia do contrato bilateral na hora t,

X

P T (i, t) +XP H(j, t) ≥ P B(t) (12)

A fun¸c˜ao de produ¸c˜ao hidr´aulica ´e dada por:

P H = q · ρ · h (13)

onde ρ ´e produtibilidade espec´ıfica ((M W/((m3/s)m)) do gerador e h ´e altura de queda entre o n´ıvel de montante e jusante.

A receita proveniente do contrato bilateral ´e praticamente constante, pois os pre¸cos e energia a ser entregue j´a s˜ao conhecidos. Nesta formula¸c˜ao tamb´em s˜ao inclu´ıdos os custos de partida (CP ) dos geradores t´ermicos e hidr´aulicos. Estes custos tˆem impacto real na receita da GENCO.

A restri¸c˜ao de meta energ´etica estudada em (Fran¸ca e Nepomuceno, 2010) e (da Silva et al., 2010) consiste em manter a gera¸c˜ao di´aria total de cada usina igual a um valor previamente calculado por um modelo de planejamento de m´edio/longo prazo. Deste modo, se esta restri¸c˜ao for atendida, as restri¸c˜oes hidr´aulicas ser˜ao pouco violadas, po-dendo ser desprezadas. Esta restri¸c˜ao ´e formulada como segue: NH X j=1 T X t=1 u(j) · P H(j, t) = M (j) (14)

O PD ´e um problema de programa¸c˜ao inteira-mista. A primeira parte do problema a ser resol-vido ´e o sub-problema em que se decide quais ser˜ao os geradores ligados/desligados e a segunda parte calcular o montante de gera¸c˜ao em cada hora.

4 Otimiza¸c˜ao por enxame de part´ıculas 4.1 OEP

A Otimiza¸c˜ao por Enxames de Part´ıculas foi intro-duzido por (Kennedy e Eberhart, 1995) e emergiu de experiˆencias com algoritmos que implementam uma met´afora do “comportamento social” obser-vado em muitas esp´ecies de animais.

O m´etodo do OEP, em particular, se destaca por sua simplicidade, eficiˆencia e robustez. Uma caracter´ıstica interessante deste m´etodo ´e mar-cada por uma busca de car´ater global no in´ıcio do

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procedimento que, ao longo das itera¸c˜oes, torna-se local, quando ocorre a convergˆencia final das par-t´ıculas (Samudi et al., 2008). Esta caracter´ıstica, al´em de aumentar a probabilidade de encontrar o ´

otimo global, garante uma boa precis˜ao do valor obtido e uma boa explora¸c˜ao da regi˜ao pr´oxima ao ´otimo, possibilitando uma boa representa¸c˜ao da regi˜ao de confian¸ca das part´ıculas.

No algoritmo cada part´ıcula ´e candidata `a so-lu¸c˜ao do problema e corresponde a um ponto no espa¸co de busca. Essas solu¸c˜oes, ou part´ıculas, tˆem associado um valor que ´e avaliado individual-mente e que indica a adequa¸c˜ao da part´ıcula como solu¸c˜ao do problema. Al´em disso, essas part´ıculas tˆem tamb´em associadas uma velocidade que de-fine a dire¸c˜ao de seu movimento. Cada part´ıcula modifica sua velocidade levando em conta a sua melhor posi¸c˜ao (Pbest ) e tamb´em a melhor posi-¸

c˜ao do grupo (Gbest ), levando este, ao longo do tempo, a alcan¸car seu objetivo.

O OEP ´e um algoritmo que possui um vetor de velocidades Xd = [Xd1, Xd2, ..., XdD] e outro de posi¸c˜ao Vd= [Vd1, Vd2, ..., VdD], onde D ´e a di-mens˜ao do problema. A posi¸c˜ao de cada part´ıcula ´e atualizada de acordo com a velocidade atual, o saber adquirido pela part´ıcula e o saber adquirido pelo bando(Zhang et al., 2010).

A atualiza¸c˜ao da velocidade ´e dada pela equa-¸ c˜ao: Vdk= w · V k−1 d + c1· r1· (P bestk−1d − X k−1 d )+ c2· r2· (Gbestk−1d − X k−1 d ) (15)

A atualiza¸c˜ao da posi¸c˜ao ´e dada por:

Xdk= Xdk−1+ V k

d para d = 1, 2, ..., Npar (16)

Os parˆametros de confian¸ca (c1e c2) s˜ao ajus-tados de acordo com o problema, pois s˜ao utiliza-dos para a atualiza¸c˜ao do vetor velocidade.

O peso inercial w ir´a controlar a explora¸c˜ao da part´ıcula no espa¸co de busca. A fun¸c˜ao que determina esse peso ´e dada por 17:

w = wmax−

wmax− wmin itermax

× iter (17)

Sendo wmax e wmin s˜ao respectivamente o peso inercial m´aximo e m´ınimo, itermax ´e o n´ u-mero de m´aximo de itera¸c˜oes e iter ´e a itera¸c˜ao do algoritmo.

Para verifica¸c˜ao das viola¸c˜oes das restri¸c˜oes, s˜ao adicionadas a fun¸c˜ao objetivo, penalidades que ir˜ao manipular as part´ıculas para o espa¸co de convergˆencia. A fun¸c˜ao penalizada fica como segue: f (t) = F (t) + N v X n=1 (V IOL(i, j))2· λ(i, j), (18)

Onde Nv ´e o n´umero total de viola¸c˜oes das part´ıculas, V IOL(i, j) ´e o total de viola¸c˜oes e λ(i, j) ´e o fator de penalidade.

4.2 A vers˜ao bin´aria do OEP

Para solu¸c˜ao de problemas bin´arios, a vers˜ao origi-nal do OEP foi modificada (Kennedy e Eberhart, 1997)(Pindoriya e Singh, 2009). Com esta modi-fica¸c˜ao, Xd e P best assumem apenas valores 0 ou 1. A velocidade Vd ir´a determinar a probabilidade de Xd ter valor 1 ou 0, usando a fun¸c˜ao sigmoide Pr como segue:

P r(Vd) = 1 1 + exp(−Vd)

(19)

Um n´umero randˆomico ´e ent˜ao gerado e deste modo Xdrecebe o valor 1 se o n´umero randˆomico ´e menor que P r(Vd), caso contr´ario recebe o valor 0. Desta forma:

X = 

1 se rand() < P r(Vd);

0 caso contrario. (20)

4.3 OEP aplicado ao PD hidrot´ermico

O algoritmo proposto para solu¸c˜ao do PD hidro-t´ermico utiliza as potˆencias dos geradores como part´ıculas. Como este problema tamb´em envolve vari´aveis bin´arias, as part´ıculas dever˜ao ser com-postas por uma parte cont´ınua e outra parte dis-creta. Para um per´ıodo de programa¸c˜ao de 24hs, temos as part´ıculas representadas como segue:

Xi= " P1, P2, ...PT | {z } continua , u1, u2, ..., uT | {z } binaria # (21)

Assim, P representa `as potˆencias e u o es-tado(On/Off) dos geradores.

O algoritmo ´e o seguinte:

1. Inicializar a popula¸c˜ao com valores randˆomicos dentro dos limites de gera¸c˜ao;

2. Inicializar velocidades das part´ıculas; 3. Gerar estado atrav´es da equa¸c˜ao 20; 4. Considerar popula¸c˜ao inicial como Pbest; 5. Calcular vaz˜ao e volume para cada planta hidr´

au-lica utilizando equa¸c˜oes 13 e 8;

6. Verificar se as restri¸c˜oes foram violadas. Calcu-lar o fitness (18) para cada part´ıcula aplicando `a penalidade quando houver necessidade;

7. Iniciar la¸co do OEP e contador de itera¸c˜oes; 8. Atualizar velocidade (15) e posi¸c˜ao(16) da

part´ı-cula;

(5)

10. Repetir passos 5, 6, 8 e 10 a cada itera¸c˜ao, at´e que a condi¸c˜ao de parada seja atendida;

11. Retornar valores de Gbest; 12. Fim.

Como as part´ıculas contˆem partes discretas e cont´ınuas, os valores Gbest e Pbest tem estrutura semelhante.

5 Estudo de caso

Nesta se¸c˜ao ´e apresentado um estudo de caso con-siderando uma GENCO contendo um portf´olio de 5 geradores. O estudo foi aplicado a um per´ıodo de programa¸c˜ao de 24hs, com discretiza¸c˜ao em base hor´aria. Para an´alise dos resultados, foram reali-zados trˆes testes: Caso 1 - considerando restri¸c˜oes t´ermicas, hidra´ulicas e contrato bilateral; Caso 2 sem considerar os custos de partida; e Caso 3 -retirando as restri¸c˜oes hidr´aulicas e substituindo por meta energ´etica.

5.1 Sistema Teste

O sistema ´e composto de 5 geradores, sendo 3 hi-dra´ulicos e 2 t´ermicos. Os dados referentes aos geradores hidr´aulicos e t´ermicos s˜ao apresentados nas Tabelas 1 e 2 respectivamente. Estes dados foram obtidos e adaptados de (dos Santos, 2011).

Tabela 1: Dados dos geradores hidr´aulicos

Gerador 1 2 3 vmax(Hm3) 19528 34177 10782 vmin(Hm3) 4250.00 5448.00 7233.00 qmax(m3/s) 923.30 4277.70 3305.00 qmin(m3/s) 0 0 0 v0(Hm3) 16500 28500 10000 I(m3/s) 455.86 1859.88 186.64 Pmax(M W ) 396 1050 1500 Pmin(M W ) 0 0 0 M (M W ) 5000 12600 24900

ρ 8,564e-03 9,023e-03 8,93e-03

As vaz˜oes incrementais s˜ao consideradas cons-tantes para o per´ıodo de planejamento e s˜ao dadas na Tabela 1. Os valores dos custos de partida ado-tados s˜ao de 3R$/M W nominal da m´aquina, de acordo com estudo realizado em (Nilsson e Sjelv-gren, 1997). As trˆes plantas hidr´aulicas est˜ao em cascata conforme Figura 1. O tempo de espera para o deslocamento de ´agua entre os reservat´ o-rios ´e de 1 hora. Foi adotado sj = 0.

Os pre¸cos da energia previstos para o dia se-guinte s˜ao dados na Tabela 3 juntamente com os pre¸cos e quantidade de energia do contrato bilate-ral realizado pela GENCO.

Figura 1: Topologia hidr´aulica.

Tabela 2: Dados dos geradores t´ermicos.

Gerador 1 2 Pmax(M W ) 400 400 Pmin(MW) 50 50 U T (h) 4 4 DT (h) 2 2 a(R$/M W2) 0,040 0,060 b(R$/M W ) 4,2 5,4 c(R$) 400 500

Tabela 3: Previs˜ao de pre¸cos e energia

h π πC P B h π πC P B 1 37.1 31.2 100 13 49.2 42.5 269.3 2 36.6 31.2 100.2 14 48.1 42.5 296.6 3 30.6 31.2 101.5 15 44.8 34.4 322.3 4 29.2 31.2 104.7 16 43.9 34.4 344.7 5 34.1 31.2 110.6 17 42.5 34.4 362.2 6 40.4 31.2 119.7 18 43.8 34.4 372.6 7 42.6 34.4 132.7 19 44.4 42.5 374.1 8 43.4 34.4 148.2 20 47.4 42.5 364.1 9 46.7 42.5 167.6 21 47.9 45 340 10 50.7 42.5 190.3 22 43.1 45 299.1 11 50.3 42.5 215 23 42.5 35.1 238.4 12 51.1 42.5 241.7 24 38.4 35.1 154.7

Os parˆametros do OEP utilizados s˜ao dados na Tabela 4. Para estes parˆametros o algoritmo obteve os melhores resultados.

Tabela 4: Parˆametros do OEP c1 e c2 pop wmax wmin Ite

2.0 100 0.9 0.2 300

5.2 An´alise dos resultados 5.2.1 Caso 1

Na Tabela 5 s˜ao mostrados a programa¸c˜ao ´otima encontrada para Caso 1. Os geradores G1, G2 s˜ao os geradores t´ermicos e G3, G4, G5 s˜ao os gerado-res hidr´aulicos. As restri¸c˜oes de limites de vaz˜ao, volume e operacionais foram atendidas. Impor-tante destacar que a gera¸c˜ao do conjunto de gera-dores atende a contrato bilateral em todo o hori-zonte de estudo. Observando a Tabela 5,

(6)

verifica-se que a restri¸c˜ao de m´ınimo up/down time foi respeitada. Para este caso, a GENCO obteve um lucro de R$ 1.567.223,3. O tempo computacional foi de 1,6s. A porcentagem de venda no mercado spot ´e 88,76% e 11,24% no contrato bilateral.

Tabela 5: Potˆencias dos geradores em MW.

h G1 G2 G3 G4 G5 1 50,0 0,0 389,0 549,8 0,0 2 348,8 400,0 0,0 1050,0 1479,0 3 50,0 400,0 91,0 733,5 0,0 4 281,4 400,0 0,0 902,8 0,0 5 50,0 374,0 0,0 1023,2 0,0 6 327,9 50,0 155,3 196,6 0,0 7 188,0 400,0 336,4 1050,0 0,0 8 400,0 50,0 209,0 829,3 1500,0 9 253,2 0,0 0,0 1050,0 1482,0 10 162,0 0,0 53,3 1050,0 1500,0 11 108,8 0,0 0,0 0,0 934,4 12 0,0 0,0 0,0 1050,0 1500,0 13 0,0 0,0 396,0 221,5 1500,0 14 50,0 0,0 270,2 707,5 803,1 15 197,9 0,0 0,0 0,0 1401,2 16 173,2 0,0 0,0 1050,0 1250,9 17 51,2 0,0 204,3 764,9 767,6 18 50,0 0,0 396,0 0,0 1495,3 19 153,8 210,3 304,4 935,3 1500,0 20 83,1 50,0 0,0 1028,5 1500,0 21 232,1 217,8 394,4 927,3 1441,4 22 374,9 61,7 396,0 0,0 369,9 23 193,7 50,0 209,9 0,0 1496,9 24 312,8 50,0 85,2 0,0 904,6

Na Figura 2 ´e mostrado o perfil das vaz˜oes das plantas hidr´aulicas. A vaz˜ao turbinada, apre-senta uma varia¸c˜ao alta, e ´e a maior respons´avel na varia¸c˜ao hor´aria da potˆencia gerada.

Figura 2: Vaz˜oes no per´ıodo programado.

5.2.2 Caso 2

Este teste desconsidera o custo de partida dos ge-radores t´ermicos e hidr´aulicos. Esta an´alise visa verificar o impacto desses custos na programa¸c˜ao de curto prazo. O lucro total encontrado a partir da programa¸c˜ao sem levar em conta os custos de partida foi de R$ 1.626.973,45. Note que o lucro apresentado ´e lucro real, ou seja, considerando to-das as restri¸c˜oes. O PD realizado, por´em,

descon-siderou os custos de partida, assim a programa¸c˜ao resultante ´e diferente da encontrada no Caso 1.

Este teste mostra sensibilidade do problema quando negligenciada alguma restri¸c˜ao imposta. Esse efeito ´e ainda maior quando o problema ´e visto dentro de um ambiente competitivo, onde a perda monet´aria para GENCO pode ser significa-tiva. Neste caso, se fosse considerado os custos de partida para a programa¸c˜ao encontrada, teri-amos um decr´escimo no lucro, que passaria a ser R$1.554.855,2. O perfil da gera¸c˜ao de sa´ıda ´e mos-trado na Figura 3.

Figura 3: Perfil das potˆencias para o segundo caso.

Podemos observar pela Figura 3, um aumento de produtividade dos geradores G2 e G5 no inter-valo de tempo programado.

5.2.3 Caso 3

Considerando agora as mesmas condi¸c˜oes do caso 1 e que as restri¸c˜oes hidr´aulicas foram substitu´ıdas por uma ´unica restri¸c˜ao de meta energ´etica. As metas de cada gerador s˜ao dadas na Tabela 1.

Para este caso, o lucro obtido ´e de R$1.599.190,92. Nota-se que a gera¸c˜ao hidr´ au-lica teve mais liberdade de gera¸c˜ao e consequen-temente houve um aumento de sua produ¸c˜ao, re-duzindo assim a produ¸c˜ao t´ermica, que pode ser observado na Figura 4. Isso causa uma diminui¸c˜ao dos custos de produ¸c˜ao t´ermica.

A GENCO teve um acr´escimo de 2,04% em seu lucro em rela¸c˜ao ao caso 1. A porcentagem de venda no spot agora ´e 88,56% e no bilateral de 11,44%. Al´em disso houve um significativo ga-nho computacional em rela¸c˜ao aos casos 1 e 2. O tempo computacional foi de 1,03s. Vale destacar que as vari´aveis de vaz˜ao e volume, se mantiveram dentro de seus limites operacionais.

(7)

Figura 4: Perfil das potˆencias para o terceiro caso.

A Figura 5 mostra a curva de convergˆencia para os casos 1 e 3. Nota-se, que o Caso 3 teve um processo de convergˆencia bem mais r´apido que o Caso 1. Isto se deve a relaxa¸c˜ao das restri¸c˜oes hidr´aulicas durante o processo de otimiza¸c˜ao.

Figura 5: Curvas de convergˆencia

6 Conclus˜oes

Neste trabalho o PD foi formulado e resolvido para sistemas hidrot´ermicos considerando custos de partida, restri¸c˜oes hidr´aulicas e t´ermicas. Este modelo pode ser usado em mercados em que a GENCO ´e respons´avel por submeter seus lances para o Operador do Sistema de modo a maximi-zar seus lucros baseado na previs˜ao de pre¸cos. O OEP mostrou ser um algoritmo eficiente para so-lu¸c˜ao do problema e r´apido na procura do ´otimo global. O modelo incluiu ainda restri¸c˜oes de con-trato bilateral. Foram verificados e comparados os resultados obtidos com e sem meta energ´etica, mostrando uma diferen¸ca de 2,04 %. Isso nos mostra que o uso de meta energ´etica torna o pro-blema menos complexo computacionalmente e a diferen¸ca para a programa¸c˜ao com restri¸c˜oes hi-dr´aulicas ´e pequena.

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Referências

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