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Livro Prático Do Professor 10º Ano Português

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Academic year: 2021

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(1)

ENTRE PALAVRAS

10

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o

Ano

António Vilas-Boas

Manuel Vieira

LIVRO PRA´TICO

DO PROFESSOR

“

Programa e Metas Curriculares

de Português – 10 .

o

Ano

“

Quadro Comparativo Programa

e Metas Curriculares

vs Manual

“

Guião de Exploração dos Recursos

Multimédia

“

31 Grelhas de Planificação – Expressão

Oral e Escrita

“

32 Grelhas de avaliação – Expressão

Oral e Escrita

(2)

LIVRO PRA´TICO

DO PROFESSOR

PORTUGUÊS • 10.

o

Ano

António Vilas-Boas

Manuel Vieira

(3)

1.

Apresentação do projeto

... 4

2.

Guião de exploração dos recursos

multimédia

... 8

3.

Programa e Metas Curriculares

... 18

Quadro comparativo do

Programa

e Metas Curriculares

de

Português

vs

Manual

... 40

4.

Grelhas de planificação

– expressão oral

... 60

– escrita

... 67

5.

Grelhas de avaliação

– expressão oral

... 92

– escrita

... 99

Transcrição de recurso áudio

112

(4)

1.

Apresentação

do projeto

(5)

Apresentação do projeto

Entre Palavras 10

O projeto Entre Palavras 10 nasceu para responder às cada vez maiores necessidades de apoio sentidas pelos professores de português do Ensino Secundário, face aos novos desafios que o novo Programa e Metas Curriculares lhes vêm colocar.

O mais importante destes desafios talvez seja o recentrar das aprendizagens no texto literário (Educação Literá-ria) e no conceito de «texto complexo» (Leitura), circunstanciadamente definido no preâmbulo do Programa, os quais em conjunto irão ocupar mais de 50% dos tempos letivos previstos para o 10.o ano e para os restantes anos do ciclo.

Na Leitura, os alunos entrarão em contacto quer com um leque de géneros textuais muito compacto (apenas quatro: relato de viagem, exposição sobre um tema, artigo de divulgação científica e apreciação crítica) quer com um extenso programa de leitura literária – a Educação Literária – organizado diacronicamente (do século XII ao século XVI) e disponibilizado nos diversos modos literários: o texto poético (lírico e épico), o texto narrativo (em prosa e em verso) e o texto dramático.

Os restantes domínios articulam-se com a Leitura/Educação Literária, particularmente a Escrita (cf. descritores das Metas Curriculares EL10) e a Gramática (o português: génese, variação e mudança; sintaxe; lexicologia). A Orali-dade – na dupla vertente de compreensão do oral e expressão oral – desenvolve-se em ativiOrali-dades que promovem, no caso da compreensão, o contacto com géneros da publicidade e da informação como o anúncio publicitário, a reporta-gem e o documentário e, no caso da expressão, a síntese e a apreciação crítica.

Estrutura do

Entre Palavras 10

– um Manual que cumpre o Programa

Nas páginas iniciais, apresenta-se, desde logo, a estrutura do Manual, nas páginas 2 e 3. Seguidamente, surge o índice geral dos conteúdos, o índice remissivo de conteúdos programáticos existentes no Manual e, por fim, o Projeto de Leitura.

O Manual inclui sete sequências didáticas e um anexo informativo no final.

Sequência 1

Textos não literários

• Conjunto de textos dos géneros prescritos no Programa: relato de viagem, exposição sobre um tema, artigo de divulgação científica e apreciação crítica

• Atividades de Leitura articuladas com Gramática, Escrita e Oralidade

• Textos de apoio

• Teste de avaliação de conhecimentos

Sequência 2

Poesia trovadoresca

• Contextualização histórico-literária

• Cantigas de amigo, de amor e de escárnio e maldizer

• Atividades de Educação Literária articuladas com Gramática, Escrita e Oralidade

• Esquemas e textos de apoio acompanhados de questionamento breve no domínio da Leitura

• Teste de avaliação de conhecimentos

Sequência 3

Fernão Lopes,

Crónica de D. João I

• Contextualização histórico-literária

Textos da Crónica de D. João I (excertos dos Capítulos 11, 115 e 148)

• Atividades de Educação Literária articuladas com Escrita, Gramática e Oralidade

• Textos de apoio acompanhados de questionamento breve no domínio da Leitura

• Teste de avaliação de conhecimentos

Sequência 4 Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira • Contextualização histórico-literária • Texto integral

• Atividades de Educação Literária articuladas com Escrita, Gramática e Oralidade

• Esquemas e textos de apoio acompanhados de questionamento breve no domínio da Leitura

(6)

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor • 5 E D I T ÁV E L FOTOCOPIÁVEL Sequência 5 Luís de Camões, Rimas • Contextualização histórico-literária

• Leitura de textos no âmbito da Educação Literária da corrente tradicional (Redondi-lhas) e da corrente clássica (Sonetos) articulada com Escrita, Gramática e Oralidade

• Esquemas e textos de apoio acompanhados ou não de breve questionamento no domí-nio da Leitura e da Escrita

• Teste de avaliação de conhecimentos

Sequência 6

Luís de Camões, Os Lusíadas

• Contextualização histórico-literária

Leitura de textos no âmbito da Educação Literária selecionados de Os Lusíadas de acor-do com o preceituaacor-do no Programa, seguinacor-do as linhas temáticas da constituição da matéria épica e das reflexões do Poeta

• Esquemas e textos de apoio acompanhados de questionamento breve no domínio da Leitura

• Teste de avaliação de conhecimentos

Sequência 7

História trágico- -marítima

• Contextualização histórico-literária

Leitura de textos no âmbito da Educação Literária selecionados da História trágico-

-marítima e articulada com os domínios da Escrita, da Gramática e da Oralidade

• Teste de avaliação de conhecimentos

Anexo Informativo • Sistematizações informativas de conceitos básicos sobre narrativa, poesia e drama e de gramática

O apoio exclusivo ao Professor

O projeto Entre Palavras 10 integra os componentes a seguir indicados para apoio exclusivo da prática letiva.

Pasta do Professor

Planificações e Planos de Aula

• Integra uma proposta de planificação anual das sequências didáticas, com proposta de distribuição e de gestão dos tempos letivos e entrecruzamento dos tópicos de conteúdo do Programa e os descritores das Metas Curriculares

• 81 planos de aulas organizados pelas sequências didáticas, acompanhados pelos des-critores de desempenho

Livro Prático do Professor

• Contém:

– descrição da constituição do projeto Entre Palavras 10

– transcrição do Programa e Metas Curriculares de Português para o 10.o

Ano – quadro comparativo do Programa e Metas Curriculares vs Manual

– guião de exploração de recursos multimédia

– 31 grelhas de planificação da Expressão oral e Escrita – 32 grelhas de avaliação da Expressão oral e Escrita – transcrição do recurso áudio da sequência 3 do Manual

• Materiais fotocopiáveis e disponíveis em formato editável em .

(7)

Pasta do Professor

Livro de Testes

• Inclui:

– 2 testes de diagnóstico

– 15 testes de avaliação (modelo IAVE adaptados) – dois testes por sequência didática do Manual, com exceção da sequência 2 (Poesia trovadoresca) que inclui 3 testes – 7 testes de Compreensão do Oral

– critérios gerais de classificação – matrizes de conteúdos – grelha de correção/cotação – cenários de resposta

• Materiais fotocopiáveis e disponíveis em formato editável em .

Como ensinar… Oralidade e Escrita

Descreve, passo a passo, os processos de planificação, de produção (apresentação / re-dação) e de avaliação de atividades de Expressão oral e de Escrita em estreita relação com as propostas do Manual.

• CD Áudio – no Manual (Edição do Professor), encontram-se remissões para os conteúdos integrantes deste CD, com a identificação da respetiva faixa.

Todos os componentes do projeto Entre Palavras 10 estão disponíveis na Aula Digital. O componente multimédia integra todos os recursos associados ao Manual e já mencionados, bem como outros recursos adicionais, nomea-damente testes interativos, apresentações em PowerPoint, fichas informativas dos conteúdos gramaticais que visam a dinamização de aulas mais atrativas e motivadoras.

•Site do Projeto – www.entrepalavras10.asa.pt

O apoio ao Aluno

Além do Manual (Edição do Aluno), o apoio ao aluno na sedimentação das suas aprendizagens faz-se através dos recursos indicados seguidamente.

Caderno de Atividades

• Apresenta inúmeras atividades para consolidação e treino das aprendizagens nos do-mínios da Gramática e da Escrita.

• Dispõe de propostas organizadas e diferenciadas através de dois níveis de dificuldade.

O que é? + Auto da Feira

• Inclui dois componentes num só:

– O que é?: perguntas e respostas mais frequentes sobre os domínios da Leitura / Educação Literária e da Gramática relacionadas com os conteúdos essenciais do Programa de 10.o

ano;

– Auto da Feira: texto integral com propostas de atividade no domínio da Educação Literária.

(8)

2.

Guião de exploração

dos recursos

(9)

Guião de exploração dos recursos multimédia

Versão completa disponível em

• DVD – Farsa de Inês Pereira

O projeto Entre Palavras 10 inclui a representação integral da peça Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, le-vada a cena por um elenco de atores profissionais. Esta produção audiovisual foi concebida especialmente para o contexto pedagógico da disciplina de Português. Desta forma, o aluno poderá acompanhar a interação entre as personagens e toda a dinâmica que um texto dramático com esta estrutura acarreta.

Na versão de demonstração, estará apenas disponível um excerto da peça, na plataforma .

• 20 Aula Digital

Possibilita explorar facilmente todo o projeto. Permite aceder a um vasto conjunto de conteúdos multimédia associados ao Manual:

áudios;

vídeos;

apresentações em PowerPoint (relativas a contextualizações histórico-literárias, sínteses das sequências didáticas, fichas informativas de conteúdos gramaticais e galeria de imagens existentes nas sequências didáticas);

fichas informativas dos conteúdos gramaticais;

grelhas de planificação disponibilizadas em formato editável (Word) e em PDF;

grelhas de avaliação disponibilizadas em formato editável (Word) e em PDF;

testes de avaliação disponibilizados em formato editável (Word);

testes interativos.

O quadro seguinte apresenta uma proposta de exploração de recursos multimédia presentes na versão de demonstração – sequência 6, Luís de Camões, Os Lusíadas –, com indicação dos descritores de desempenho das Metas Curriculares. Apresenta, igualmente, a tipologia de recursos que estarão disponíveis na ver-são integral do .

Os recursos multimédia são de muita utilidade em contexto de sala de aula, possibilitando, em articulação com os restantes componentes do projeto, o desenvolvimento de aulas mais motivadoras. Apresentam-se, seguidamente, os recursos multimédia disponíveis neste projeto.

(10)

9

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

214

Áudios que visam enquadrar o aluno no universo camoniano ao nível de linguagem, estrutura e estilo presentes em Os Lusíadas. Invocação Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 14.4. Fazer inferências, fundamentando. 14.7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto. 14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 16.2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

• Utilizar o áudio, numa primeira fase, para o aluno se adaptar à estrutura e à linguagem específicas desta epopeia –

Os Lusíadas.

• Fazer um levantamento do vocabulário que possa suscitar dúvida, nomeadamente, os vocábulos mais eruditos ou os que apresentam um sentido diferente consoante o contexto em que são usados.

• Trabalhar os recursos expressivos que surgem ao longo do áudio.

• Propor, para trabalho de pares, a redação de um texto pequeno em que os alunos devem assumir o papel do poeta e revelar qual o intuito de escrever estes versos.

• Áudios

Recursos que servem de apoio às atividades propostas no Manual. Os alunos podem beneficiar da leitura expres-siva e modalizante das cantigas de amigo, de amor, de escárnio e maldizer, bem como dos textos da poesia lírica e épica camoniana. A poesia trovadoresca, a lírica camoniana e Os Lusíadas são as temáticas mais apoiadas por esta tipologia de recursos.

(11)

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

224

Reflexões sobre a fragilidade da vida humana Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 14.4. Fazer inferências, fundamentando. 14.6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 14.7. Estabelecer relações de sentido: a) entre as diversas partes constitutivas de um texto. 14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 15.3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 16.2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

• Utilizar o áudio, numa primeira fase, para o aluno se adaptar à estrutura e à linguagem específicas desta epopeia –

Os Lusíadas.

• Fazer um levantamento do vocabulário que possa suscitar dúvida, nomeadamente, os vocábulos mais eruditos ou os que apresentam um sentido diferente consoante o contexto em que são usados.

• Promover um debate com a turma para se refletir sobre a fragilidade humana. Estabelecer uma ligação entre a época de Luís de Camões (Portugal no século XVI) e os dias de hoje.

244

A Ilha dos Amores II – O seu significado Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 14.4. Fazer inferências, fundamentando.

• Utilizar o áudio, numa primeira fase, para o aluno se adaptar à estrutura e à linguagem específicas desta epopeia –

Os Lusíadas.

• Fazer um levantamento do vocabulário que possa suscitar dúvida, nomeadamente, os vocábulos mais eruditos ou os que apresentam um sentido diferente consoante o contexto em que são usados.

(12)

11

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

244 A Ilha dos Amores II – O seu significado 14.6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 16.2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

• Trabalhar os recursos expressivos e perguntas de interpretação relacionados com o episódio da

Ilha dos Amores à medida que os

alunos vão ouvindo o áudio.

• Explicar todo o significado e simbologia que representa A Ilha

dos Amores em Os Lusíadas.

259 Reflexões finais do Poeta; conselhos ao rei D. Sebastião

Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 14.4. Fazer inferências, fundamentando. 14.6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 14.7. Estabelecer relações de sentido: a) entre as diversas partes constitutivas de um texto. 14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

• Utilizar o áudio, numa primeira fase, para o aluno se adaptar à estrutura e à linguagem específicas desta epopeia – Os Lusíadas.

• Fazer um levantamento do vocabulário que possa suscitar dúvida, nomeadamente, os vocábulos mais eruditos ou os que apresentam um sentido diferente consoante o contexto em que são usados.

• Promover um debate sobre os conselhos que o Poeta dá ao rei D. Sebastião (emoções,

sentimentos, entre outros que são transmitidos).

Total de áudios disponíveis no projeto: cerca de 35 (4 na versão de demonstração)

(13)

• Apresentações em PowerPoint

Apresentações em PowerPoint que contextualizam e sintetizam os conteúdos apresentados em cada sequência do Manual. Cada sequência conta ainda com uma galeria de imagens.

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

208

Os Lusíadas – Contextualização histórica e

literária

Apresentação em PowerPoint com a contextualização histórica e literária de Os Lusíadas.

Educação literária 14.11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia e auto ou farsa.

• Ao iniciar o estudo sobre

Os Lusíadas, apresentar este

PowerPoint possibilita ao aluno contextualizar a epopeia tanto no contexto histórico como no contexto literário português.

• Abordar o contexto cultural, histórico e literário de Portugal no século XVI.

• Identificar os principais

movimentos culturais e sociais que estavam impostos no mundo, no século XVI, e questionar os alunos sobre o que conhecem desta época.

208

Os Lusíadas – Estrutura e resumo dos episódios

Apresentação em PowerPoint que revela a estrutura e o resumo dos episódios de Os Lusíadas em forma de esquemas. Educação Literária 14.11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia.

• O PowerPoint poderá ser apresentado em sala de aula, pelo professor, após a leitura e a análise de cada episódio/excerto, para uma sistematização do seu conteúdo. Poderá ser também utilizado pelo aluno, fora da sala de aula, como complemento ao estudo.

• Após o estudo de cada episódio/ excerto, o professor poderá apresentar os diapositivos com alguns espaços por preencher. Individualmente ou em grupo, deverão, nos seus cadernos, completar os esquemas com a informação necessária.

(14)

13

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

210

Os Lusíadas – Resumo dos cantos

Apresentação em PowerPoint que apresenta a sistematização de todos os cantos de Os Lusíadas.

Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 14.4. Fazer inferências, fundamentando. 14.6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 14.7. Estabelecer relações de sentido: a) entre as diversas partes constitutivas de um texto. 14.8. Identificar características do texto poético no que diz respeito a:

a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava); b) métrica (redondilha maior e redondilha menor; decassílabo); 14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

• Recorrer a este PowerPoint ao longo do estudo de Os Lusíadas, para introduzir o estudo de cada episódio/excerto, a fim de os integrar nas estruturas externa e interna da obra.

• Sugerir aos alunos a leitura do resumo do canto que está a ser abordado para consolidarem os conteúdos aprendidos.

268

Galeria de imagens 6

Apresentação em PowerPoint que contém as imagens e ilustrações mais marcantes relacionadas com o tema de Os Lusíadas. Educação Literária 14. Ler e interpretar textos literários. 15. Apreciar textos literários. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais.

• Para fazer a introdução a qualquer conteúdo de Os Lusíadas, o professor poderá começar por mostrar uma imagem alusiva ao tema que quer desenvolver, através de uma imagem apelativa. Desta forma, o aluno conseguirá relacionar um contexto a uma imagem, apreendendo, assim, mais facilmente os conteúdos expositivos.

(15)

Página do Manual

Recurso Objetivos/descritores Sugestões de exploração

268

Galeria de imagens 6 • Este PowerPoint poderá ser apresentado em qualquer altura em contexto de sala de aula, mas também pode ajudar na aprendizagem dos alunos em casa.

• Propor, para trabalho de pares, a redação de um texto pequeno, tendo como ponto de partida uma imagem apresentada neste PowerPoint.

268

Síntese da Sequência 6

Apresentação em PowerPoint que apresenta, de forma sumariada e objetiva, os conteúdos apresentados ao longo da sequência 6.

Educação Literária 14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 14.8. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia e auto ou farsa. 15.1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 15.2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

16.2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

• O professor poderá dar oportunidade aos alunos para regularem o seu processo de aprendizagem e apelar aos conhecimentos relativos aos conteúdos em questão fazendo, assim, uma revisão deste.

• No fim, os alunos poderão, individualmente, em pares, em grande grupo ou juntamente com o professor, proceder a uma sistematização das ideias principais referentes à unidade.

• Propor, para trabalho de pares, a redação de um texto pequeno, tendo como ponto de partida uma imagem apresentada neste PowerPoint.

(16)

15

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

• Vídeos

Total de vídeos disponíveis no projeto: cerca de 4

Recursos multimédia que garantem a possibilidade de concretização de algumas das atividades de Compreensão do Oral sugeridas no Manual.

• Fichas informativas

Total de fichas informativas no projeto: 7 (1 na versão de demonstração)

Fichas informativas, em formato PDF, com os conteúdos gramaticais presentes no Anexo Informativo do Manual.

• Grelhas de planificação

Total de grelhas de planificação em Word e PDF no projeto: cerca de 40 (8 na versão de demonstração)

As grelhas de planificação apoiam dois domínios: expressão oral e escrita. O aluno poderá avaliar o trabalho que desenvolveu, seguindo os vários tópicos apresentados nestas grelhas. Estas grelhas de planificação surgem remetidas, na banda do professor, ao longo do Manual e são disponibilizadas em formato editável (Word) e em PDF na plataforma .

• Grelhas de avaliação

Total de grelhas de avaliação em Word e PDF no projeto: cerca de 40 (8 na versão de demonstração)

As grelhas de avaliação apoiam, igualmente, dois domínios: expressão oral e escrita. O aluno poderá avaliar o tra-balho que desenvolveu, seguindo os vários tópicos apresentados nestas grelhas. Estas grelhas de avaliação surgem remetidas, na banda do professor, ao longo do Manual e são disponibilizadas em formato editável (Word) e em PDF.

• Testes de avaliação

Total de testes de avaliação no projeto: 22 (1 na versão de demonstração)

Os testes de avaliação de conhecimentos, apresentados no final de cada sequência do Manual, são disponibili-zados em formato editável (Word).

Os testes de diagnóstico, os testes-modelo IAVE, os testes de compreensão do oral, disponíveis no Livro de Testes em papel, são disponibilizados em formato editável (Word) e em PDF.

• Testes interativos

Total de testes interativos no projeto: 7 (1 na versão de demonstração)

(17)
(18)

3.

Programa

e Metas

(19)

Programa e Metas Curriculares

de Português – Ensino Secundário

Consultores

Ana Cristina Macário Lopes – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Carlos Ceia – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Carlos Reis – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Inês Duarte – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Isabel Rocheta – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

João Costa – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa José Augusto Cardoso Bernardes – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Justino Magalhães – Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

Margarida Braga Neves – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Maria Alzira Seixo – Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Maria Antónia Coutinho – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Maria de Lourdes Paixão – professora do Ensino Secundário

Maria Luísa Castanheira Neves – Escola Secundária José Falcão, Coimbra Paula Morão – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Ruth Navas – Escola Secundária Emídio Navarro, Almada

Violante F. Magalhães – Escola Superior de Educação João de Deus, Lisboa

1.

Introdução

Elaborado na sequência do disposto no Despacho n.o 5306/2012, de 18 de abril, o Programa de Português do Ensino

Secundário organiza-se em cinco domínios – Oralidade, Leitura, Escrita, Educação Literária e Gramática –, tendo em vista a articulação curricular horizontal e vertical dos conteúdos, a adequação ao público-alvo e a promoção do exer-cício da cidadania.

Nesse sentido, o Programa articula-se em torno de duas opções fundamentais: i) a ancoragem no conceito de texto complexo e respetivos parâmetros, na linha de publicações de referência como Education Today: The OECD Perspective

e o ACT 2006. Reading Between the Lines: What the ACT Reveals About College Readiness in Reading; ii) a focalização

no trabalho sobre os textos (orais e escritos), mediada pela noção de género, no quadro de uma pedagogia global da língua que pressupõe o diálogo entre domínios.

Assenta-se, pois, num paradigma de complexidade crescente, fundamentalmente associado à progressão por gé-neros nos domínios da Oralidade, da Leitura e da Escrita, e explícito na valorização do literário, texto complexo por excelência, onde convergem todas as hipóteses de realização da língua. Há, entretanto, especificidades a ter em conta. Assim, enquanto o trabalho a desenvolver em domínios como a Oralidade, a Leitura e a Escrita releva fundamental-mente de uma conceção escalar (textos e géneros vão sendo progressivafundamental-mente mais complexos), no domínio da Edu-cação Literária prevalece o princípio da representatividade, invariavelmente mobilizador de outros critérios centrais em qualquer dos géneros literários previstos. São eles o valor histórico-cultural e o valor patrimonial associados ao estudo do Português, nas suas dimensões diacrónica e sincrónica. Outrossim se sublinha o pressuposto do diálogo entre culturas, objetivo primordial do Projeto de Leitura, que acrescenta às aprendizagens do domínio da Educação Literária o contacto direto com outros textos em português (de língua portuguesa e em tradução portuguesa).

(20)

19

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

A não coincidência dos domínios da Leitura e da Educação Literária, no seguimento das Metas Curriculares do Ensino Básico, consagra, por sua vez, dois pressupostos essenciais: o direito de acesso a um capital cultural comum, que é função do sistema educativo, e o reconhecimento da diversidade dos usos da língua, numa ótica de valorização dos textos, predominantemente não literários nos domínios da Oralidade, da Leitura e da Escrita. A questão releva, portanto, de um quadro mais abrangente de articulação entre domínios, incluindo o da Gramática, onde se espera que o desenvolvimento da consciência linguística e metalinguística corresponda a uma efetiva melhoria dos desempenhos no uso da língua. É, nesse sentido, de destacar a exploração de um mesmo género de texto em diferentes domínios, em nome de um desenvolvimento articulado e progressivo das capacidades de interpretar, expor e argumentar, decisivas neste nível de ensino.

A progressiva complexificação da noção de literacia e a construção do seu gradual distanciamento relativamente à noção, mais restrita, de alfabetização vieram exigir, nos últimos anos, uma reflexão mais elaborada sobre os objetivos expectáveis para a compreensão e a produção textuais. O patamar internacionalmente reconhecido como horizonte de referência para o qual tender, em termos de leitura, sublinha agora, e cada vez mais, a importância da compreensão e da interpretação de textos relevantes e não a mera recolha de informação explícita.

O Ensino Secundário representa uma etapa decisiva neste processo, quer porque os alunos que o frequentam se orientam para o prosseguimento de estudos, quer porque o seu ingresso no circuito laboral exige um conjunto de capacidades em que compreensão e interpretação, tomadas no seu sentido mais amplo, se tornam fatores decisivos.

O presente Programa repousa sobre a articulação destas questões com a defesa explícita, em documentos de referência recentemente produzidos em diferentes contextos de ensino da língua e da cultura maternas, da centrali-dade do texto complexo, cuja caracterização mais significativa é aqui realizada. Trata-se, por um lado, do conjunto de documentos que, no quadro da OCDE, se organizam em torno das orientações de referência para a educação do século XXI (disponível em http://www.oecd.org/site/educeri21st/40554299.pdf) e se articulam com Education Today: The

OECD Perspective, publicação trienal sobre políticas educativas, e com as avaliações, igualmente trienais, conduzidas

através do projeto PISA, que focam sempre, na avaliação das capacidades de leitura, a sua relação com o texto com-plexo; e, por outro, dos estudos que, nos Estados Unidos, deram origem às opções constantes dos Common Standards (o relatório ACT, 2006).

O texto complexo é entendido, nos Common Standards (National Governors, 2010), como um dos pilares sobre que assenta o desenvolvimento de uma literacia mais compreensiva e inclusiva. A complexidade textual não depende apenas dos diferentes géneros de textos considerados, embora alguns não a convoquem de forma tão evidente como outros. Ela pode manifestar-se, por exemplo, em textos de dominância informativa, expositiva ou argumentativa (Dolz e Schneuwly 1996 e 2004), tanto literários como não literários.

A consideração da complexidade textual é articulada nos Common Standards com um modelo que permite a sua mensurabilidade, baseado em fatores qualitativos (níveis de sentido ou de intenção; de estrutura; de convenção lin-guística, de clareza e de ativação de conhecimentos); em elementos quantitativos (tamanho das palavras e sua fre-quência; vocabulário; extensão das frases e coesão textual); em variáveis referentes ao leitor (seus conhecimentos, motivações e interesses) e às tarefas que lhe são pedidas (objetivo e complexidade das questões). A este propósito, é especialmente elucidativo o Apêndice A dos Common Standards, disponível em http://www.corestandards.org/as-sets/Appendix_A.pdf.

Ora, optando o Programa de Português do Ensino Secundário por trabalhar a relação com o texto através de uma exigência de complexidade textual, é nesta ótica, desejavelmente transversal ao currículo, que devem ser entendidos os géneros e os textos propostos, bem como os critérios que sustentam a sua progressão. A relação dos textos comple-xos com a aquisição e o treino da linguagem conceptual é decisiva neste contexto. Como lembra Bauerlein (2011, 29), os textos complexos podem ir desde «uma decisão do Supremo Tribunal a um poema épico ou a um tratado de ética», sublinhando-se o facto de todos serem caracterizados por «um sentido denso, uma estrutura elaborada, um vocabulário sofisticado e intenções autorais subtis». Por outro lado, ainda segundo o autor, a incapacidade de compreensão destes e doutros textos prende-se com «a falta de experiência» em lidar com textos que requeiram um «trabalho mais lento».

(21)

Na verdade, os textos complexos exigem específicas disposições dos leitores que podem ser treinadas através das estratégias de leitura postas em prática. Bauerlein destaca, entre elas:

1) a vontade de experimentar e compreender, assente na consciência da planificação e da composição cuidadas. Um texto complexo não é apenas o que transmite informação, mas o que exprime também valores e perspetivas e o que permite, pois, exercitar as capacidades de observação e de análise crítica dos seus leitores ou ouvintes. É nesses valores e perspetivas que se deve reconhecer a capacidade de lidar com a informação recebida, e, por isso, de a com-preender e utilizar em novos contextos, na escola e fora da escola;

2) a existência de poucas interrupções – os textos complexos implicam o treino de um trabalho de pensamento assente na continuidade do raciocínio e, por isso, pouco compatível com formas de comunicação como emails, twitters ou sms. Requerem uma certa forma de lentidão e de concentração que repousa sobre a inexistência de constantes interrupções;

3) a recetividade para aprofundar o pensamento – ao treinar a compreensão de que nem tudo é imediata e facil-mente exposto, treina-se aquilo que é uma etapa necessária à descoberta e ao treino da vontade de prosseguir em direção a uma etapa posterior.

É hoje possível argumentar que a complexidade textual se apresenta como uma das variáveis decisivas na com-preensão da leitura e, concomitantemente, na produção textual, em particular escrita. É ela que permite o desenvol-vimento de capacidades de compreensão mais elaboradas e robustas, que naturalmente tenderão a refletir-se nas opções realizadas ao longo da vida, quer dentro da escola, quer fora dela:

(…) pode ser duro para os alunos confrontarem-se com um texto que os obriga a deterem-se nele, selecionando palavras, destrinçando frases, esforçando-se por estabelecer conexões. Os professores podem sentir-se tentados a facilitar a vida aos estudantes evitando textos difíceis. O problema é que o trabalho mais fácil não torna os leitores mais capazes. O professor tem de estimular a persistência dos alunos, especialmente quando o trabalho se torna mais exigente. A recompensa resulta da capa-cidade de perseverar. (Shanahan, Fischer e Frey 2012, 62; tradução nossa)1

Uma das principais questões comuns a todos os domínios do Programa prende-se com a tomada de consciência das diferenças de complexidade de pensamento existentes entre formas de compreensão literal e de compreensão inferencial. Se já nas Metas Curriculares do Ensino Básico se insistia num trabalho progressivo e fortalecido em torno da capacidade de ler inferencialmente, ele torna-se crucial no Ensino Secundário.

O presente Programa valoriza o texto literário no ensino do Português, dada a forma diversificada como nele se oferece a complexidade textual. A literatura é um domínio decisivo na compreensão do texto complexo e na aquisição da linguagem conceptual, constituindo, além disso, um repositório essencial da memória de uma comunidade, um inestimável património que deve ser conhecido e estudado. Cumpre, nesse sentido, sublinhar o potencial de criação representado na leitura dos clássicos, enquanto corpus seleto de textos que nunca estão lidos, na sua dialética entre memória e reinvenção.

No elenco dos textos complexos, o texto literário ocupa um lugar relevante porque nele convergem todas as hi-póteses discursivas de realização da língua. Ao contemplar um conjunto de fatores que implicam a sedimentação da compreensão histórica, cultural e estética, o texto literário permite o estudo da rede de relações (semânticas, poéticas e simbólicas), da riqueza conceptual e formal, da estrutura, do estilo, do vocabulário e dos objetivos que definem um texto complexo (cf. ACT, 2006). Para tal, pressupõe o Programa também uma adequada contextualização das obras a estudar, para que elas não surjam aos olhos dos alunos “como ilhas sonâmbulas num lago preguiçoso; ou como aci-dentes num percurso de lógica dificilmente apreensível” (Gusmão 2011, 188).

1 «(…) it can be tough for students to hang in there and stick with a text that they have to labor through, looking up words, puzzling over sentences,

straining to make connections. Teachers may be tempted to try to make it easier for students by avoiding difficult texts. The problem is easier work is less likely to make readers stronger. Teachers need to motivate students to keep trying, especially when the level of work is increasing.

(22)

21

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

A organização diacrónica dos conteúdos da Educação Literária pressupõe a leitura dos textos em contexto, indisso-ciável da reflexão sincrónica, e não deverá traduzir-se em leituras meramente reprodutivas ou destituídas de sentido crítico, já que, parafraseando Aguiar e Silva (2010, 239), contexto algum obriga a dizer, muito menos de modo único. Mais do que insistir no uso de vocabulário técnico específico dos estudos literários, o Programa privilegia o contacto direto com os textos e a construção de leituras fundamentadas, combinando reflexão e fruição, como é de esperar em quem termina a escolaridade obrigatória.

Predominantemente não literários, os textos a estudar nos domínios da Oralidade, da Leitura e da Escrita, em qualquer dos géneros previstos, obedecem às opções científicas acima mencionadas. Trata-se de fazer concentrar o estudo do texto em torno de operações cognitivas complexas, em contextos onde a estruturação do pensamento e do discurso é prioritária. Oralidade, Leitura e Escrita são, assim, entendidas e valorizadas como formas de intervenção e de socialização.

Fazendo parte da experiência dos alunos, que ouvem e leem, por exemplo, reportagens, artigos de divulgação científica, poemas ou contos, a noção de género não é exclusiva do discurso literário, na medida em que todo o texto consubstancia um género que adota e recria (cf. Adam e Heidmann 2007; Coutinho e Miranda 2009). Nela se concretiza um primeiro nível de complexidade, que diz respeito ao facto de todos os textos envolverem a interação de fatores diversos: temáticos, linguísticos, estruturais, relativos ao contexto de produção e às disposições dos leitores. Justifica-se deste modo a articulação do trabalho sobre os textos com a noção de género, entendido aqui como género textual.

A convergência de textos pertencentes aos mesmos géneros ou a géneros afins pretende surgir como uma es-tratégia de reforço sistemático das operações cognitivas mais complexas, havendo, pois, vantagem em explorar, de forma estruturada, as relações entre os diferentes domínios. A tónica é colocada, por um lado, na capacidade de o aluno expor informação e opiniões relevantes, objetivamente enunciadas e comprovadas por exemplos e factos; e, por outro, na capacidade de construir argumentos substantivos, logicamente encadeados para o desenvolvimento de um raciocínio com vista à sua conclusão.

Considerado como estratégico na organização do presente Programa, o domínio da Leitura e as opções, nele, pela observação e pela análise de textos complexos de diversos géneros ganham em ser articuladas com as escolhas rea-lizadas no domínio da Oralidade, onde a aprendizagem do oral formal é determinante. Ambos os domínios têm como objetivos fundamentais o desenvolvimento das capacidades de avaliação crítica, de exposição e de argumentação lógi-ca, quer através da sua observação em textos orais e escritos, quer através do treino da produção textual. Valoriza-se ainda o trabalho realizado pelo aluno na turma, que permite o treino tanto das apresentações formais sobre tópicos relevantes, como de debates com diferentes graus de formalidade, em pequenos ou grandes grupos.

Uma outra opção reside na importância dada ao domínio da Escrita e ao peso crescente que lhe é atribuído. Come-ça-se pela capacidade de sintetizar textos, essencial na aquisição de conhecimentos; passa-se, seguidamente, para o aprofundamento da capacidade de expor temas de forma planificada e coerente; finalmente, elegem-se a apreciação crítica e o texto de opinião como géneros que representam, neste nível, o coroar do desenvolvimento da expressão escrita. Este percurso deriva da convicção de que a escrita apresenta dois grandes objetivos, que Shanahan (2004) de-signa como «aprender» e «pensar». Escrever para aprender e escrever para pensar, na sua articulação com o ler para

escrever (Pereira 2005), são capacidades que pressupõem o concurso da Oralidade, da Leitura, da Educação Literária

e da Gramática.

No que diz respeito ao domínio da Gramática, é objetivo deste Programa que os alunos consolidem conhecimentos no plano da Sintaxe e realizem um percurso coerente e sustentado no plano da Formação, Mudança e Variação da Lín-gua, no da Semântica e no da Análise do Discurso e Linguística Textual.

(23)

O estudo da Gramática assenta no pressuposto de que as aprendizagens dos diferentes domínios do Programa convocam um trabalho estruturado e rigoroso de reflexão, de explicitação e de sistematização gramatical, em linha com o que afirma Ana Maria Brito:

Nunca é demais recordar que o objetivo da disciplina de Língua Portuguesa ou Português nos En-sinos Básico e Secundário é a melhoria da competência linguística, oral e escrita, dos alunos e por essa razão a análise a desenvolver em sala de aula desta disciplina há de convocar toda a refle-xão linguística, independentemente das fronteiras que do ponto de vista da investigação sabemos existirem. (Brito 2011,168)

Os conteúdos e descritores de desempenho relativos à Gramática devem, pois, ser trabalhados na perspetiva de um adequado desenvolvimento da consciência linguística e metalinguística, de uma cabal compreensão dos textos e do uso competente da língua oral e escrita.

Em suma, defende-se uma perspetiva integradora do ensino do Português, que valoriza as suas dimensões cultural, literária e linguística e que encontra a sua especificação nas Metas Curriculares que fazem parte do presente docu-mento, através do elenco dos desempenhos esperados na sua concretização didática.

2.

OBJETIVOS GERAIS

1. Compreender textos orais de complexidade crescente e de diferentes géneros, apreciando a sua intenção e a sua eficácia comunicativas.

2. Utilizar uma expressão oral correta, fluente e adequada a diversas situações de comunicação.

3. Produzir textos orais de acordo com os géneros definidos no Programa.

4. Ler e interpretar textos escritos de complexidade crescente e de diversos géneros, apreciando criticamente o seu conteúdo e desenvolvendo a consciência reflexiva das suas funcionalidades.

5. Produzir textos de complexidade crescente e de diferentes géneros, com diversas finalidades e em diferentes situações de comunicação, demonstrando um domínio adequado da língua e das técnicas de escrita.

6. Ler, interpretar e apreciar textos literários, portugueses e estrangeiros, de diferentes épocas e géneros literá-rios.

7. Aprofundar a capacidade de compreensão inferencial.

8. Desenvolver a consciência linguística e metalinguística, mobilizando-a para melhores desempenhos no uso da língua.

(24)

23

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

3.

Conteúdos programáticos – 10.º Ano

Domínios Tópicos de conteúdo

10.o Ano ORALIDADE Compreensão do Oral Reportagem Documentário Anúncio publicitário

Marcas de género comuns:

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados; recursos ver-bais e não verver-bais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, silêncio e olhar).

Marcas de género específicas:

– reportagem: variedade de temas, multiplicidade de intervenientes, meios e pontos de vista (alternância da 1.a

e da 3.a

pessoa), informação seletiva, relação entre o todo e as partes; – documentário: variedade de temas, proximidade com o real, informação seletiva e repre-sentativa (cobertura de um tema ou acontecimento, ilustração de uma perspetiva sobre determinado assunto), diversidade de registos (marcas de subjetividade);

– anúncio publicitário: caráter apelativo (tempos e modos verbais, entoação, neologismos), multimodalidade (conjugação de diferentes linguagens e recursos expressivos, verbais e não verbais), eficácia comunicativa e poder sugestivo.

Expressão Oral Síntese

Apreciação crítica (de reportagem,

de documentário, de entrevista, de livro, de filme, de exposição ou outra manifestação cultural)

Marcas de género comuns:

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, uso adequado de ferramentas tecnológicas de suporte à intervenção oral), correção linguística. Marcas de género específicas:

– síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobiliza-ção de informa(mobiliza-ção seletiva, conectores);

– apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

LEITURA

Relato de viagem

Artigo de divulgação científica Exposição sobre um tema Apreciação crítica (de filme, de peça de teatro, de livro, de exposição ou outra manifestação cultural)

Marcas de género comuns:

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos para-textuais (e.g. título e subtítulo, epígrafe, prefácio, notas de rodapé ou notas finais, bibliogra-fia, índice e ilustração).

Marcas de género específicas:

– relato de viagem: variedade de temas, discurso pessoal (prevalência da 1.a pessoa),

dimensões narrativa e descritiva, multimodalidade (diversidade de formatos e recursos); – artigo de divulgação científica: caráter expositivo, informação seletiva, hierarquização das

ideias, explicitação das fontes, rigor e objetividade;

– exposição sobre um tema: caráter demonstrativo, elucidação evidente do tema (funda-mentação das ideias), concisão e objetividade, valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores…);

– apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

ESCRITA

Síntese

Exposição sobre um tema Apreciação crítica

Marcas de género comuns:

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos para-textuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustra-ção), correção linguística.

(25)

Domínios Tópicos de conteúdo 10.o Ano

ESCRITA

Marcas de género específicas:

– síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobiliza-ção de informa(mobiliza-ção seletiva, conectores);

– exposição sobre um tema: caráter demonstrativo, elucidação evidente do tema (funda-mentação das ideias), concisão e objetividade, valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores…);

– apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

EDUCAÇÃO LITERÁRIA 1. Poesia trovadoresca Cantigas de amigo (escolher 4) Cantigas de amor (escolher 2) Cantigas de escárnio e maldizer (escolher 2) Contextualização histórico-literária. Representações de afetos e emoções:

– variedade do sentimento amoroso (cantiga de amigo); – confidência amorosa (cantiga de amigo);

– relação com a Natureza (cantiga de amigo); – a coita de amor e o elogio cortês (cantiga de amor);

– a dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica de costumes (cantigas de escár-nio e maldizer).

Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias. Linguagem, estilo e estrutura:

– cantiga de amigo: caracterização temática e formal (paralelismo e refrão); – cantiga de amor: caracterização temática;

– cantiga de escárnio e maldizer: caracterização temática; – recursos expressivos: a comparação, a ironia e a personificação. 2. Fernão Lopes, Crónica de D. João I: – excertos de 2 capítulos (11, 115 ou 148 da 1.a Parte) Contexto histórico.

Afirmação da consciência coletiva. Atores (individuais e coletivos).

3. Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira (integral)

OU

Auto da Feira (integral)

Caracterização das personagens. Relações entre as personagens. A representação do quotidiano. A dimensão satírica.

Caracterização das personagens. Relações entre as personagens. A representação do quotidiano. A dimensão religiosa.

A representação alegórica. Linguagem, estilo e estrutura:

– características do texto dramático;

– o auto ou a farsa: natureza e estrutura da obra;

– recursos expressivos: a alegoria, a comparação, a interrogação retórica, a ironia, a metá-fora e a metonímia.

(26)

25

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

Domínios Tópicos de conteúdo

10.o Ano

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

4. Luís de Camões, Rimas

Redondilhas (escolher 4)

Sonetos (escolher 8)

Contextualização histórico-literária.

A representação da amada. A representação da Natureza.

A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor. A reflexão sobre a vida pessoal.

O tema do desconcerto. O tema da mudança.

Linguagem, estilo e estrutura: – a lírica tradicional; – a inspiração clássica;

– discurso pessoal e marcas de subjetividade; – soneto: características;

– métrica (redondilha e decassílabo), rima e esquema rimático;

– recursos expressivos: a aliteração, a anáfora, a antítese, a apóstrofe e a metáfora. 5. Luís de Camões,

Os Lusíadas: – visão global;

– a constituição da matéria épica: canto I, ests. 1 a 18; canto IX, ests. 52, 53, 66 a 70, 89 a 95; canto X, ests. 75 a 91;

– reflexões do Poeta: canto I, ests. 105 e 106; canto V, ests. 92 a 100; canto VII, ests. 78 a 87; canto VIII, ests. 96 a 99; canto IX, ests. 88 a 95; canto X, ests. 145 a 156.

Imaginário épico:

– matéria épica: feitos históricos e viagem; – sublimidade do canto;

– mitificação do herói. Reflexões do poeta.

Linguagem, estilo e estrutura:

– a epopeia: natureza e estrutura da obra; – o conteúdo de cada canto;

– os quatro planos: viagem, mitologia, História de Portugal e reflexões do poeta. Sua inter-dependência;

– estrofe e métrica;

– recursos expressivos: a anáfora, a anástrofe, a apóstrofe, a comparação, a enumeração, a hipérbole, a interrogação retórica, a metáfora, a metonímia e a personificação

6. História Trágico-Marítima: “As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)” (excertos).2

Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

GRAMÁTICA

1. O português: génese, variação e mudança

1.1. Principais etapas da formação e da evolução do português a) do latim ao galego-português:

– o latim vulgar e a romanização; – substratos e superstratos; – as principais línguas românicas.

2 No caso da História Trágico-Marítima, indica-se a adaptação de António Sérgio (Lisboa: Sá Costa, várias edições), tendo em conta as

(27)

Domínios Tópicos de conteúdo 10.o Ano

GRAMÁTICA

b) do português antigo ao português contemporâneo: – o português antigo (séculos XII-XV);

– o português clássico (séculos XVI-XVIII);

– o português contemporâneo (a partir do século XIX). 1.2. Fonética e fonologia

a) processos fonológicos de inserção: prótese, epêntese e paragoge; b) processos fonológicos de supressão: aférese, síncope e apócope;

c) processos fonológicos de alteração: sonorização, palatalização, redução vocálica, contração (crase e sinérese), vocaliza-ção, metátese, assimilação e dissimilação.

1.3. Etimologia a) étimo;

b) palavras divergentes e palavras convergentes. 1.4. Geografia do português no mundo

a) português europeu e português não europeu; b) principais crioulos de base portuguesa.

2. Sintaxe

2.1. Funções sintáticas

a) retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico, a saber: sujeito, predicado, vocativo, com-plemento direto, comcom-plemento indireto, comcom-plemento oblíquo, predicativo do sujeito, comcom-plemento agente da passiva, modificador, modificador do nome (restritivo e apositivo);

b) predicativo do complemento direto, complemento do nome e complemento do adjetivo. 2.2. A frase complexa: coordenação e subordinação

a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico:

– orações coordenadas copulativas, adversativas, disjuntivas, conclusivas e explicativas;

– orações subordinadas substantivas (relativas e completivas), adjetivas (relativas restritivas e explicativas) e adverbiais (causais, temporais, finais, condicionais, consecutivas, concessivas e comparativas);

– oração subordinante;

b) divisão e classificação de orações.

3. Lexicologia

3.1. Arcaísmos e neologismos. 3.2. Campo lexical e campo semântico.

(28)

27

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

Projeto de Leitura

O Projeto de Leitura, assumido por cada aluno, deve ser concretizado nos três anos do Ensino Secundário e pres-supõe a leitura, por ano, de uma ou duas obras de literaturas de língua portuguesa ou traduzidas para português, escolhida(s) da lista apresentada neste Programa.

Este Projeto tem em vista diferentes formas de relacionamento com a Educação Literária, tais como: confronto com autores coetâneos dos estudados; escolha de obras que dialoguem com as analisadas; existência de temas comuns aos indicados no Programa. Podem ainda ser exploradas várias formas de relacionamento com o domínio da Leitura, nomea-damente a proposta de obras que pertençam a alguns dos géneros a estudar nesse domínio (por exemplo, relatos de viagem, diários, memórias). A articulação com a Oralidade e a Escrita far-se-á mediante a concretização de atividades inerentes a estes domínios, consoante o ano de escolaridade e de acordo com o estabelecido entre professor e alunos.

Obras propostas para o Projeto de Leitura – 10.0 Ano

AA.VV.

Alves, Adalberto Amado, Jorge Anónimo

Andresen, Sophia de Mello Breyner Brandão, Raul Calvino, Italo Carey, Peter Castro, Ferreira de Cervantes, Miguel Chatwin, Bruce Dante Alighieri Defoe, Daniel Dinis, Júlio Eco, Umberto Énard, Mathias Faria, Almeida Ferreira, António Gedeão, António Homero Lispector, Clarice Lopes, Baltazar Maalouf, Amin Magris, Claudio Marco Pólo Meireles, Cecília Moraes, Vinicius de Nemésio, Vitorino Ondjaki Pepetela Pérez-Reverte, Arturo Petrarca

Poe, Edgar Allan Rui, Manuel Scott, Walter Shakespeare, William Swift, Jonathan Telles, Lygia Fagundes Virgílio

Zimler, Richard

Antologia do Cancioneiro Geral (poemas escolhidos) O Meu Coração é Árabe (poemas escolhidos) Capitães da Areia

Lazarilho de Tormes Navegações

As Ilhas Desconhecidas As Cidades Invisíveis O Japão é um Lugar Estranho A Selva

D. Quixote de la Mancha (excertos escolhidos) Na Patagónia

A Divina Comédia (excertos escolhidos) Robinson Crusoé

Serões da Província O Nome da Rosa

Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes O Murmúrio do Mundo: A Índia Revisitada Castro

Poesia Completa (poemas escolhidos) Odisseia (excertos escolhidos) Contos

Chiquinho

As Cruzadas Vistas pelos Árabes Danúbio

Viagens (excertos escolhidos) Antologia Poética (poemas escolhidos) Antologia Poética (poemas escolhidos) Vida e Obra do Infante D. Henrique Os da Minha Rua

Parábola do Cágado Velho A Tábua de Flandres Rimas (poemas escolhidos) Contos Fantásticos Quem me dera ser Onda Ivanhoe

A Tempestade As Viagens de Gulliver Ciranda de Pedra

Eneida (excertos escolhidos) O Último Cabalista de Lisboa

(29)

4.

Metodologia

Os conteúdos e os respetivos descritores de desempenho presentes no Programa e Metas Curriculares de Por-tuguês do Ensino Secundário foram concebidos de modo a permitirem formas de conjugação dos diversos domínios criadoras de sinergias propiciadoras de aprendizagens mais sustentadas. Assim, salienta-se a perspetiva integrada de desenvolvimento dos domínios da Oralidade, da Leitura e da Escrita (com incidência, ano a ano, em textos predomi-nantemente não literários, de diferentes géneros), na sua articulação com a Educação Literária e com a Gramática.

Cabe ao professor, no uso dos seus conhecimentos científicos, pedagógicos e didáticos, adotar os procedimentos metodológicos que considere mais adequados a uma aprendizagem bem sucedida dos conteúdos indicados em cada domínio, traduzida na consecução das Metas Curriculares preconizadas, tendo em conta especificidades científico- -didáticas da disciplina, na sua articulação curricular horizontal e vertical. Não se pretendendo interferir na autonomia que cabe às escolas e aos professores de Português, considera-se que deve haver uma correspondência clara e funda-mentada entre atividades e descritores de desempenho, que permita aos alunos a realização de um percurso sólido no sentido da aquisição dos saberes contemplados no Programa.

Independentemente da metodologia selecionada em contexto escolar, cumpre salientar a importância a conferir à organização adequada dos conteúdos programáticos, ao uso da memória, à qualidade e à quantidade da informação, à disponibilização de modelos e sua análise, à compreensão de regularidades que levam à aquisição de quadros concep-tuais de referência, assim como à exercitação inerente à consolidação e manifestação dos desempenhos requeridos. É, pois, fundamental que o professor organize o seu ensino estabelecendo uma programação que contemple todos os descritores de desempenho previstos nas Metas Curriculares, através de uma gestão do tempo que atenda à natureza e ao grau de exigência de cada um deles.

Apresentam-se, de seguida, um quadro global de distribuição dos géneros por domínios (Oralidade, Leitura e Escri-ta) e uma proposta de atribuição de tempos letivos às diversas rubricas, que poderão servir de base à elaboração de diferentes planificações em cada escola, tomando-se como referência uma carga letiva de 128 tempos no 10.o e no

11.o ano e de 160 no 12.o ano.

Como decorre do exposto, a gestão do Programa pressupõe a articulação entre domínios, funcionando a proposta de atribuição dos tempos letivos como indicativa do peso relativo dos diferentes conteúdos programáticos.

(30)

29

Entre Palavras 10 r Livro Prático do Professor r

Oralidade, Leitura e Escrita: distribuição dos géneros

Géneros

10.0 Ano 11.0 Ano 12.0 Ano

CO EO L E CO EO L E CO EO L E

Reportagem Documentário Anúncio publicitário Relato de viagem

Artigo de divulgação científica Diário Memórias Discurso político Síntese Exposição Apreciação crítica Texto / artigo de opinião Diálogo argumentativo Debate

CO: Compreensão do Oral; EO: Expressão Oral; L: Leitura; E: Escrita.

Proposta de atribuição de tempos letivos

A presente proposta indica apenas o peso relativo dos cinco domínios. A sua concretização terá em conta o facto de, em cada aula, dever existir uma articulação entre os vários domínios considerados pertinentes.

Domínio Tempos ORALIDADE Compreensão do Oral Expressão Oral 14 (6) (8) LEITURA 14 ESCRITA 18 EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Poesia trovadoresca

– Fernão Lopes, Crónica de D. João I

– Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira ou Auto da Feira – Luís de Camões, Rimas

– Luís de Camões, Os Lusíadas – História Trágico-Marítima 46 (8) (4) (8) (9) (15) (2) (continua)

(31)

Domínio Tempos

GRAMÁTICA

O português: génese, variação e mudança

– Principais etapas da formação e evolução do português – Fonética e fonologia

– Etimologia

– Geografia do português no mundo Sintaxe

– Funções sintáticas – Frase complexa Lexicologia

– Arcaísmos e neologismos – Campo lexical e campo semântico

– Processos irregulares de formação de palavras

18 (2) (3) (2) (1) (4) (3) (1) (1) (1) Avaliação escrita 18 Total 128

5.

Avaliação

O Decreto-Lei n.o 139/2012, de 5 de julho, estabelece os princípios orientadores da organização, da gestão e do

desenvolvimento dos currículos do Ensino Básico e do Ensino Secundário, bem como da avaliação dos conhecimentos adquiridos e das capacidades desenvolvidas pelos alunos destes níveis de ensino.

Os resultados dos processos avaliativos devem contribuir para a regulação do ensino, de modo que se possam superar, em tempo útil e de forma apropriada, dificuldades de aprendizagem, ao mesmo tempo que se reforçam os progressos verificados. Tal implica uma avaliação processualmente diversificada, em termos de estratégias e de re-cursos, que permita aos alunos uma maior consciência dos desempenhos esperados e dos progressos obtidos.

As Metas Curriculares que acompanham este Programa constituem o documento de referência de todos os proces-sos avaliativos, de acordo com o estabelecido nos descritores de desempenho. A classificação resultante da avaliação interna no final de cada período traduzirá, portanto, o nível de consecução dos desempenhos descritos.

6.

Bibliografia

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(32)

31

Entre Palavras 10 Livro Prático do Professor

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Referências

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