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Diagnóstico das manifestações patológicas em empreendimento hoteleiro de pequeno porte no município de Imbituba: Levantamento, avaliação e reparação das principais ocorrências

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Academic year: 2021

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CARLOS RAFAEL BRINQUES LOURENCI LARISSA FERNANDA TEIXEIRA DE SOUZA LIMA

DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM

EMPREENDIMENTO HOTELEIRO DE PEQUENO PORTE NO MUNICÍPIO DE IMBITUBA: LEVANTAMENTO, AVALIAÇÃO E REPARAÇÃO DAS PRINCIPAIS

OCORRÊNCIAS

Tubarão 2019

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CARLOS RAFAEL BRINQUES LOURENCI LARISSA FERNANDA TEIXEIRA DE SOUZA LIMA

DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM

EMPREENDIMENTO HOTELEIRO DE PEQUENO PORTE NO MUNICÍPIO DE IMBITUBA: LEVANTAMENTO, AVALIAÇÃO E REPARAÇÃO DAS PRINCIPAIS

OCORRÊNCIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Rennan Medeiros, MSc.

Tubarão 2019

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente aos nossos familiares e amigos, que foram de fundamental importância nos apoiando durante todo o processo não só da produção desta pesquisa, mas também por todo o período da graduação.

A Pousada Morro das Palmeiras e sua equipe por nos ceder o espaço e nos dar todo o suporte necessário para elaboração deste trabalho.

Ao nosso professor orientador Rennan Medeiros por todo o suporte, atenção, compreensão e incentivo para o desenvolvimento do trabalho, nos fornecendo todo seu

know-how técnico e a sua experiência, bem como o seu tempo e paciência para atender e solucionar

a todas as nossas dúvidas.

Agradecemos de antemão aos professores Maurício Motta e Paulo Matos, que compõe a banca avaliadora por terem aceitado participar da mesma e da apresentação desta pesquisa.

A todos nossos colegas de graduação que estiveram presentes em todos esses anos de curso e que nos auxiliaram não só quanto a questões relacionadas a academia, mas também sendo responsáveis por ampliar nossas relações interpessoais e nos apresentar diferentes visões sobre o mundo como um todo.

Agradecemos a todos aqueles que fizeram parte da nossa formação e foram ferramentas fundamentais para a realização dessa etapa tão importante nas nossas vidas.

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RESUMO

A área de estudo de Patologias tem como finalidade o estudo das manifestações patológicas que podem ocorrer nas edificações, bem como suas possíveis causas, origens, mecanismos de ocorrência, medidas preventivas e processos de reparo. Além de garantir o desempenho e a durabilidade das construções, esta área é de extrema importância em termos de desenvolvimento dos níveis de controle de qualidade de todos os processos. Prevenir a ocorrência de problemas patológicos está ligado diretamente com o desempenho das edificações, realizar as manutenções periódicas garante que o desempenho mínimo seja alcançado, atingindo a vida útil prevista. A presente pesquisa tem como objetivo principal o levantamento dos problemas patológicos ocorrentes na Pousada Morro das Palmeiras, localizada no município de Imbituba/SC. Para a realização desse estudo fez-se uso do método desenvolvido por Lichtenstein de diagnóstico de patologias em edificações, realizando vistorias ao local, consulta a bibliografia especializada na área, registros fotográficos, assim como, entrevistas com os proprietários do empreendimento. Entre as patologias catalogadas, foi possível verificar que as fissuras estão em maior incidência. As análises realizadas foram capazes de fornecer material para o desenvolvimento de soluções para o reparo e a recuperação dos elementos e estruturas afetados pelos problemas patológicos ocorrentes. O estudo mostrou-se de extrema importância para a corroboração das premissas levantadas pelos autores utilizados como referencial teórico, de que, um maior controle e rigorosidade nos processos construtivos e na execução dos mesmos é capaz de prevenir grande parte dos problemas patológicos nas edificações. Percebe-se que vícios construtivos e metodologias atrasadas são uma realidade no contexto nacional da construção civil e, a partir de pequenas práticas, é possível melhor o desempenho e a durabilidade das edificações, melhorando assim, o conforto e a qualidade de vida dos usuários.

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ABSTRACT

The Pathologies study field has the purpose of studying the pathological manifestations that can occur in buildings, as well as their possible causes, sources, symptoms, preventive measures and repair processes. In addition to ensuring the performance and durability of buildings, this area is extremely important in terms of developing the quality control levels of all processes. Prevent the occurrence of pathological problems is directly related to the performance of the buildings, perform planned maintenance ensures that the minimum performance is reached, achieving the expected functional requirements. The present research has as main objective the survey of the pathological problems occurring at Pousada Morro das Palmeiras, located in the city of Imbituba / SC. In order to carry out this study, the method developed by Lichtenstein was used to diagnose pathologies in buildings, conducting site surveys, consulting the specialized bibliography in the area, photographic records as well as interviews with the owners of the property. Among the pathologies cataloged, it was possible to verify that the fissures are the main problem. The analyzes were able to provide material to appoint solutions for the repair and recovery of the elements and structures affected by the pathological problems that occurred. The study was extremely important to confirm the assumptions raised by the authors used as a theoretical reference that, greater control and strict quality of the construction processes and in the execution of the same is able to prevent a great part of the pathological problems in the buildings. It can be seen that constructive habits and obsolete methodologies are a reality in the national context of construction and, from the best practices, it is possible to improve the performance and durability of buildings, thus improving the comfort and quality of users’ life.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Incidência de manifestações patológicas mais recorentes em estruturas de concreto

armado aparente ... 19

Figura 2 - Gráfico de Sitter ... 20

Figura 3 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de diferentes fenômenos patológicos ... 21

Figura 4 - Círculo da qualidade para a Construção Civil ... 23

Figura 5 - Infiltração em parede devido a ruptura de tubulação ... 24

Figura 6 - Eflorescência em encontro de vigas em pavimento de garagem ... 25

Figura 7 - Imagem que mostra as fissuras disseminadas ou fissuras de mapeamento ... 27

Figura 8 - Exemplo de fissura horizontal, normalmente ocasionada devido aos esforços excessivos de tração... 28

Figura 9 - Fissuras verticais, ocasionadas causadas pelos diferentes índices de dilatação dos materiais ou por carregamentos concentrados excessivos ... 28

Figura 10 - Exemplo de fissura diagonal, típica de quando ocorre recalque de fundações ... 29

Figura 11 - Exemplo de fissuração típica de viga submetida a solicitações de flexão ... 29

Figura 12 – Exemplo de deformação de estrutura engastada, devido a variação de temperatura ... 30

Figura 13 - Fissuração provocada por torção ... 30

Figura 14 - Possível fissuração de edificação assente parte em aterro ... 31

Figura 15 - O efeito do ataque dos ácidos no concreto ... 31

Figura 16 - Fissuras verticais em parede de alvenaria causadas por dilatação das tesouras de madeira ... 32

Figura 17 - Pousada Morro das Palmeiras ... 34

Figura 18 – Procedimento de diagnóstico de manifestações patológicas ... 39

Figura 19 - Mapeamento das ocorrências encontradas no empreendimento ... 40

Figura 20 - Incidência das manifestações patológicas observadas ... 41

Figura 21 - Imagens externas Casa Encantada, Star, Marina e Visual ... 43

Figura 22 - Imagens externas Casa Norte, Meio e Sul ... 44

Figura 23 - Fissura vertical ocasionada por movimentação térmica ... 45

Figura 24 - Fissura causada por deficiência de amarração ... 46

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Figura 26 - Classificação das fissuras encontradas no empreendimento... 47

Figura 27 - Fissura por recalque de fundação na casa 05 - Norte ... 49

Figura 28 - Fissura causada por recalque de fundação na casa 06 - Meio ... 50

Figura 29 - Fissura observada na Casa 01 - Bosque ... 50

Figura 30 - Vista lateral do quarto 01 na Casa 01 - Bosque ... 51

Figura 31 - Eflorescência parede externa Casa 07 - Sul ... 52

Figura 32 - Manchas de umidade na Casa Bosque ... 53

Figura 33 - Acompanhamento das manchas de umidade na Casa 10 - Pico ... 54

Figura 34 - Descolamento de revestimento na Casa 08 - Octógono ... 55

Figura 35 - Descolamento de revestimento na Casa Pico ... 56

Figura 36 - Representação tratamento de fissuras por variação térmica ... 58

Figura 37 - Detalhe sistema de impermeabilização posterior... 60

Figura 38 - Representação impermeabilização de parede externa ... 60

Figura 39 - Representação do assentamento de piso ... 61

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Análise das fissuras ocasionadas por variação térmica ... 45

Quadro 2 - Análise das fissuras por detalhes construtivos incorretos ... 48

Quadro 3 - Análise das fissuras causadas por recalque de fundação ... 51

Quadro 4 - Análise das eflorescências em reboco e blocos cerâmicos ... 53

Quadro 5 - Análise das manchas de umidade por capilaridade ... 55

Quadro 6 - Análise dos problemas patológicos relacionados aos revestimentos ... 57

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. C.E.B. – Comité Euro-Internacional de Du Betón. NBR – Norma Brasileira

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 16

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA ... 17

1.3 RELEVÂNCIA SOCIAL E CIENTÍFICA DO ESTUDO ... 18

1.4 OBJETIVOS ... 18

1.4.1 Objetivo geral ... 18

1.4.2 Objetivos específicos ... 18

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 19

2.1 PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES ... 19

2.1.1 Origem das Patologias ... 20

2.1.2 Desempenho ... 21

2.1.3 Vida útil (VU) ... 22

2.1.4 Durabilidade ... 22

2.1.5 Manutenção... 23

2.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES ... 24

2.2.1 Manchas de umidade e mofo ... 24

2.2.2 Eflorescência ... 25

2.2.3 Fissura ... 26

2.2.3.1 Classificação das fissuras quanto a abertura ... 26

2.2.3.2 Classificação das fissuras quanto a atividade ... 27

2.2.3.3 Classificação das fissuras quanto à forma ... 27

2.2.3.4 Classificação das fissuras segundo a direção ... 28

2.2.3.5 Classificação das fissuras segundo a causa ... 29

2.2.4 Descolamento de revestimentos... 32

3 METODOLOGIA ... 33

3.1 A OBRA ESTUDADA ... 33

3.2 COLETA DE DADOS ... 34

3.3 MÉTODO LICHTENSTEIN DE DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES ... 35

3.3.1 Levantamento de subsídios ... 36

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3.3.3 Definição da conduta ... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 40

4.1 PROBLEMAS PATOLÓGICOS MANIFESTADOS ... 41

4.2 ANÁLISE INDIVIDUAL DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS CATALOGADOS .. 42

4.2.1 Fissuras ... 42

4.2.1.1 Fissuras por variação térmica ... 42

4.2.1.2 Fissuras por detalhe construtivo incorreto ... 45

4.2.1.3 Fissura por recalque de fundação ... 48

4.2.2 Patologias ocasionadas pela umidade ... 52

4.2.2.1 Eflorescência ... 52

4.2.2.2 Manchas de umidade e mofos ... 53

4.2.3 Manifestações em revestimentos ... 55

4.2.3.1 Descolamento de revestimento ... 55

4.3 SOLUÇÕES E PROPOSTAS DE REPAROS ... 57

4.3.1 Fissuras ... 57

4.3.1.1 Fissuras por variação térmica ... 57

4.3.1.2 Fissuras causadas por detalhes construtivos incorretos ... 58

4.3.2 Manchas de umidade ... 59 4.3.3 Descolamento de revestimentos... 60 4.3.3.1 Pisos ... 60 4.3.3.2 Parede ... 62 4.3.4 Reforço de fundações ... 62 5 CONCLUSÃO ... 64 REFERÊNCIAS ... 66

APÊNDICE A – OCORRÊNCIAS OBSERVADAS NA POUSADA MORRO DAS PALMEIRAS ... 68

APÊNDICE B - REGISTROS FOTOGRÁFICOS DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS NO EMPREENDIMENTO ... 70

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1 INTRODUÇÃO

A Engenharia Civil tem como um dos objetivos o estudo dos processos construtivos das edificações e esteve presente desde o princípio da civilização. Além da função de proteção e moradia, os edifícios são projetados visando atender as necessidades do homem, sendo muitas vezes, o local onde serão possíveis desenvolver as atividades primordiais para a sociedade. Com o passar dos anos e o aumento da demanda, os profissionais desta área necessitam estar à par de novas tecnologias e processos executivos, que possam eliminar, prevenir ou minimizar o aparecimento de problemas e erros nas etapas construtivas. Através de pesquisa, análise dos processos e das anomalias, que tais conhecimentos são adquiridos e aprimorados.

O crescimento exponencial da população mundial mostrou uma grande problemática dentro do ramo da construção civil. Trata-se do desenvolvimento tecnológico capaz de acompanhar esta crescente demanda e para solucionar os novos desafios decorrentes dela. O cenário começa a mudar e percebe-se a necessidade da adoção de maiores riscos, forçando assim, o estudo das novas tecnologias e as análises a respeito das estruturas, materiais, técnicas, bem como dos erros ocorrentes nesse processo (SOUZA; RIPPER, 1998).

Uma das principais preocupações dos profissionais da área da construção civil, são falhas construtivas, já que as mesmas podem desencadear uma série de manifestações patológicas que interferem diretamente no desempenho e durabilidade das edificações. O estudo das patologiasvisa a identificação dos problemas patológicos, bem como suas possíveis causas, mecanismos de ocorrência, origem, medidas preventivas e processos de reparo.

Os erros construtivos podem ocorrer durante todo o processo construtivo. Para Lima (2015), o processo construtivo se divide nas etapas de: planejamento, projeto, fabricação dos materiais e componentes, execução e uso. Tendo em vista estes fatores, as manifestações patológicas apresentam características diferenciadas conforme a sua etapa de origem, ficando a cargo do profissional realizar diagnóstico para o desenvolvimento das soluções adequadas.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O estudo foi realizado na Pousada Morro das Palmeiras, na Praia do Rosa, localizada no município de Imbituba, no estado de Santa Catarina. A cidade é considerada a capital nacional da Baleia-Franca segundo a Lei 12.282/2010, tendo o turismo como uma das mais importantes fontes de arrecadação, juntamente com o porto. A praia é a única no Brasil

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que está entre as 30 baías mais belas do planeta e eleita como um dos 10 paraísos desconhecidos do mundo (COLDWELL, 2010).

O empreendimento é classificado do tipo hoteleiro e organiza-se em 13 casas distribuídas sobre uma área de 18.000 m². As edificações possuem idades variadas entre 4 e 17 anos e são construções que combinam alguns tipos de sistemas construtivos. Desta forma, são consideradas edificações mistas que mesclam elementos em alvenaria cerâmica, madeira e concreto armado.

Através de vistoria ao local e inspeção visual foram apontadas as manifestações patológicas mais recorrentes presentes nas edificações. Neste capítulo serão apresentados a justificativa para escolha do tema, tal como os objetivos estabelecidos para conclusão dos resultados da pesquisa.

1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA

O estudo das patologias construtivas é uma das áreas que vêm despertando o interesse dos profissionais nos últimos tempos. Esse fenômeno pode ser explicado, já que o cenário construtivo atual ressalta uma maior importância na qualidade e durabilidade das edificações, bem como, a utilização de novas tecnologias com o objetivo de prevenir o aparecimento de anomalias, e como solução para os chamados vícios construtivos.

As manifestações patológicas nas edificações estão relacionadas diretamente com o comprometimento ao conforto dos usuários. O conforto é uma característica apresentada pelas edificações que afeta o desempenho dos servidores e clientes nos meios de hospitalidade. O problema das condições desfavoráveis de conforto ambiental no meio de hospitalidade como causa do desempenho inadequado na prestação dos serviços é geralmente apontado sem a indicação sistemática de suas causas.

Desta forma, percebe-se a importância do estudo das patologias nas edificações (no caso do objeto de estudo, um empreendimento hoteleiro de pequeno porte), verifica-se que a presença das manifestações patológicas acarreta uma série de problemas relacionados ao conforto dos hóspedes. Sendo assim, reflete na qualidade dos serviços oferecidos e na lucratividade do empreendimento como um todo.

Tendo em vista o que foi apresentado, levanta-se a prorrogativa de quais as

principais causas e origens das manifestações patológicas presentes na Pousada Morro das Palmeiras, como as mesmas afetam o desempenho das edificações como um todo e, quais as possíveis soluções de reparo e recuperação das anomalias encontradas.

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1.3 RELEVÂNCIA SOCIAL E CIENTÍFICA DO ESTUDO

O estudo das patologias construtivas representa grande importância no ponto de vista de resistência, durabilidade, qualidade e desempenho das edificações. A presente pesquisa possui como intuito diagnosticar as manifestações patológicas em pequenas edificações mistas. Desta forma, entende-se a relevância social do estudo no ponto de vista demonstrativo dos riscos e os prejuízos causados pelas patologias construtivas, bem como, incentivar o desenvolvimento de medidas preventivas e corretivas.

Observa-se a relevância científica deste estudo no momento em que se tornará base de dados para futuras pesquisas relacionadas com o tema, além de ser uma ferramenta que auxiliará no desenvolvimento das metodologias de estudo utilizadas para a realização de pesquisas no campo das patologias construtivas e auxílio para docentes e discentes de universidades que poderão discutir efetivamente os registos encontrados na investigação.

1.4 OBJETIVOS

Neste item serão apresentados os objetivos gerais e específicos desta pesquisa.

1.4.1 Objetivo geral

Investigar as manifestações patológicas presentes em um empreendimento hoteleiro localizado no município de Imbituba.

1.4.2 Objetivos específicos

a) Identificar e classificar os tipos de manifestações patológicas ocorrentes em pequenas edificações com base na literatura pesquisada;

b) Investigar as manifestações patológicas encontradas no local de estudo, c) Propor possíveis causas, origens, mecanismos de ocorrência, prognóstico e

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo serão apresentados os conceitos fundamentais e comportamentais das manifestações patológicas além da sua influência no funcionamento das edificações.

2.1 PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES

O conceito de Patologia tanto na Medicina como na Engenharia Civil, refere-se à ciência que visa o estudo e o diagnóstico dos aspectos relacionados as doenças, com relação a sua origem, sintomas, desenvolvimento e suas consequências (MICHAELIS, 1998).

Na Engenharia utiliza-se o termo Patologia das Construções para descrever a área que se ocupa no estudo das manifestações patológicas, desde os seus sintomas, mecanismos de ocorrência, causas e origens. Quando tratamos dessa área, se faz necessário a realização de uma série de etapas que irão auxiliar no desenvolvimento do diagnóstico do problema. O diagnóstico dará sequência aos processos de terapia, onde serão levantadas as correções e possíveis soluções para as manifestações patológicas diagnosticadas. O diagnóstico dos problemas patológicos consiste no cumprimento das etapas de: identificação dos sintomas; mecanismos de ocorrência; origem; causas e consequências (HELENE, 1992).

De maneia geral, podemos concluir que os problemas patológicos apresentam sintomas visíveis e externos, que auxiliam no processo de diagnóstico e análise das ocorrências. Helene (1992), propõe que os sintomas mais comuns nas edificações que utilizam sistema estrutural de concreto armado são as fissuras, eflorescências, corrosão de armadura, manchas de umidade, entre outros. A relação proposta pelo autor está exposta na Figura 1, adaptado do autor.

Figura 1 - Incidência de manifestações patológicas mais recorentes em estruturas de concreto armado aparente

Fonte: Adaptado de Helene (1992, p. 19).

Manchas superficiais 22% Fissuras 21% Corrosão de armadura 20% Ninhos 20% Flecha excessiva 10% Degradação química 7%

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Usualmente separa-se os problemas patológicos em dois grupos: os que interferem na segurança da estrutura e aqueles que comprometem as condições de higiene e saúde. Outro fator que deve ser levado em consideração quando trata-se de patologias construtivas são os custos de intervenção. Os problemas tendem a se agravar com o passar do tempo, sendo assim exigem medidas diferentes dependendo das suas idades. De uma maneira geral, é possível afirmar que os custos de intervenção crescem exponencialmente dependendo da fase construtiva na qual são realizados. Uma grande maioria dos autores utiliza de como referente a

Lei de Sitter1, proposta por este autor que relaciona os custos de intervenção conforme as fases

da construção. Na Figura 2, é possível observar este gráfico.

Figura 2 - Gráfico de Sitter

Fonte: Adaptado de Helene (1992, p. 23)

Desta forma, é possível concluir que quanto mais cedo um problema patológico for identificado e suas intervenções forem realizadas, menor será o custo para o empreendimento.

2.1.1 Origem das Patologias

No trabalho de pesquisa realizado por Azevedo (2011), presente no livro Concreto: Ciência e Tecnologia, v.2, o autor explica que a construção de um empreendimento, de qualquer que seja o tipo, envolve diferentes tipos de fases. O autor referência a primeira como sendo a

1 Sitter propõe que adiar terapias implica em maiores custos de realização, que aumentam em progressão geométrica na regra dos cinco, portanto em razão igual a cinco. Chamamos de progressão geométricas (PG) qualquer sequência onde cada termo, a partir do segundo, é igual ao anterior multiplicado por uma constante denominada razão da PG. A regra dos cinco é uma progressão geométrica de razão dos 5.

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fase de projeto ou concepção, que tem por objetivo definir os critérios gerais a serem seguidos

no desenvolvimento do empreendimento. Dando continuidade no sistema construtivo citado por Azevedo (2011), o autor denomina a segunda como sendo a fase de construção ou

execução, onde podem ser destacadas as atividades de execução das fundações e a escolha e

utilização dos materiais, os quais podem influenciar no desempenho da estrutura. E, por fim, o autor apresenta a fase de utilização e manutenção, onde a obra é concluída e entregue ao proprietário, o qual fará o uso do empreendimento, cabendo a ele cuidar para que as características da estrutura sejam mantidas.

A durabilidade de uma edificação dependerá muito da execução de cada uma das fases , assim como, da utilização de materiais adequados, pois são por meio do desempenho de cada fase que terão origem as anomalias construtivas, afetando a durabilidade de um empreendimento.

2.1.2 Desempenho

Conforme a NBR 15575 (ABNT, 2013) pode-se conceituar como desempenho das edificações a capacidade dos sistemas construtivos de atender as condições de uso para as quais foram projetados durante a vida útil. Esse fator pode ser relacionado com várias etapas construtivas, desde o projeto, à execução, utilização de materiais de qualidade e utilização de programas de manutenção corretiva e preventiva. Souza e Ripper (1998) propõe uma relação entre o tempo, desempenho e as intervenções realizadas para desgaste natural, acidente ou reforço. A Figura 3 representa essa relação.

Figura 3 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de diferentes fenômenos patológicos

Fonte: Souza e Ripper (1998, p. 18).

Percebe-se a relação existente entre o desempenho e o tempo e que, as intervenções são inevitáveis durante a vida de uma edificação. Se as mesmas são realizadas em período

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previsto em projeto e de forma preventiva, o comprometimento da estrutura é significativamente menor do que a realização de uma intervenção no caso de um acidente.

2.1.3 Vida útil (VU)

Pode-se conceituar vida útil como sendo um intervalo de tempo no qual uma edificação e os seus sistemas construtivos atendem as necessidades das atividades para as quais foram projetados. Para que as condições sejam atendidas, atenta-se para a periocidade adequada das manutenções, previstas em projeto, e da conservação da obra como um todo. Lembrando que a vida útil de uma construção é muitas vezes confundida com o prazo de garantia legal; porém, em termos gerais, a vida útil se estende por um intervalo de tempo significativamente maior que a do prazo de garantia.

Segundo a NBR 15575 (ABNT, 2013), alguns fatores podem interferir na vida útil de uma edificação, desde a qualidade dos materiais utilizados até a utilização correta da construção e seus elementos por parte dos usuários. Além disso deve ser levado em consideração: limpeza, manutenção, mudanças no entorno do local da obra e alterações climáticas. Desta forma, o conceito de vida útil é composto por um conjunto de atividades que interferem diretamente na mesma. Outro aspecto relacionado com esse termo é a associação entre a vida útil e a durabilidade.

2.1.4 Durabilidade

Conceitua-se durabilidade como a capacidade de uma edificação de atender as exigências a qual é submetida, durante o intervalo de tempo previsto em projeto. Desta forma, compreende-se a relação, antes mencionada, entre esse conceito e a vida útil da edificação.

Segundo Souza e Ripper (1998), a durabilidade ainda pode ser conceituada como a propriedade que relaciona as características de deterioração dos materiais que compõe os sistemas construtivos e os sistemas como um todo, distinguindo-as dos efeitos naturais quanto a efeitos agressivos ambientais e assim, definindo a vida útil da edificação.

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2.1.5 Manutenção

Conceitua-se manutenção como um conjunto de atividades e condutas, que tem por objetivo garantir o desempenho mínimo satisfatório das edificações, e por consequência, aumentar a vida útil da obra em questão (SOUZA; RIPPER, 1998).

Recomenda-se que as manutenções sejam realizadas de forma periódica e, se possível, estar descritas em um plano de manutenções elaborado pelos profissionais responsáveis pelo projeto e execução do empreendimento. Sabe-se que os materiais e as estruturas não possuem durabilidade indeterminada. Desta forma, se faz necessário a realização de medidas preventivas para a preservação das suas propriedades e funções esperadas. Além de estar ligada diretamente com os conceitos de vida útil, durabilidade e desempenho, a manutenção reflete também nas questões relacionadas com os custos. A realização das atividades previstas no plano de manutenções pode impedir o surgimento de ocorrências que possam acarretar custos excedentes para a edificação.

Vale ressaltar que, em termos de responsabilidade, os usuários são corresponsáveis quanto aos sistemas de manutenções. Tanto aqueles que utilizam, proprietários ou investidores devem estar preparados para assumir os custos relacionados às atividades de conservação periódicas e se comprometer a respeitar e seguir os planos propostos em projeto pelos profissionais responsáveis (SOUZA; RIPPER, 1998). Para exemplificara a importância do usuário para a qualidade de uma edificação, a C.E.B.2 traz o chamado “Círculo de Qualidade para a Construção Civil”, como mostrado na Figura 4.

Figura 4 - Círculo da qualidade para a Construção Civil

Fonte: Adaptado de Souza e Ripper (1998, p. 22).

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2.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES

2.2.1 Manchas de umidade e mofo

As machas de umidade são uma das manifestações de maior evidência nas edificações. Elas podem ter diferentes aspectos e são originadas por um conjunto de fatores diferentes, sendo o excesso de umidade um dos principais. Segundo Souza (2008), os principais problemas ocasionados pelo excesso de umidade estão relacionados ao conforto dos usuários e aos possíveis prejuízos funcionais e financeiros da edificação. Do ponto de visto do conforto, pode-se ressaltar que o aparecimento de manchas de umidade acarreta danos relacionados ao conforto visual dos usuários e desta forma, influencia no bem-estar dos mesmos. Baldissera e Braga (2006) ressaltam que o conforto visual pode ser associado a qualidade de vida daqueles que utilizarão do ambiente em questão, relacionando-se ainda à forma com que essa comunidade responderá à essas sensações de forma positiva.

Quanto a manchas de umidade, Perez (1988) sugere a seguinte classificação quanto a causa: durante a fase executiva, onde a umidade está presente nos materiais construtivos e que com o passar do tempo tende a desaparecer; pela absorção e capilaridade dos materiais, onde a umidade surge através da absorção de agua, proveniente do solo, de início através das fundações e que pode vir a passar para fachadas e pisos; por condensação, aquela que é resultado do vapor d`agua que se condensa em ambientes como banheiros, saunas, cozinhas, garagens; por vazamentos, essa umidade é reflexo de vazamentos nas instalações de agua; e por fim, pela infiltração, através da penetração da água da chuva nos elementos construtivos do exterior da edificação. A Figura 5 exemplifica um caso de manchas de umidade causado por infiltração em parede devido a ruptura de tubulação.

Figura 5 - Infiltração em parede devido a ruptura de tubulação

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2.2.2 Eflorescência

É provocada quando água, com pouco ou com nenhum íon de cálcio entra em contato com pasta de cimento Portland, podendo hidrolisar ou dissolver produtos contendo cálcio. Quando o material lixiviado entra em contato com o dióxido de carbono (CO2) do ar resultam em crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície.

Pode ocorrer em qualquer elemento da edificação, podendo ser apenas estética ou ser agressiva. Souza (2008), destaca que no primeiro comportamento, ela altera a aparência do elemento onde está depositada e, no segundo, devido aos sais constituintes, pode causar degradação profunda. Observa-se um contraste de cor maior quando se tem sais (eflorescência branca) e uma base de tijolos vermelhos.

Para ocorrer eflorescência (Figura 6) três fatores devem ser observados. São eles, presença de água, pressão hidrostática e presença de sais solúveis nos materiais. Caso qualquer um dos fatores não esteja presente, não haverá a formação desta manifestação. De acordo com Uemoto (1988), alguns fatores externos também auxiliam para que este tipo de manifestação patológica ocorra. Tais como a quantidade de solução que irá aflorar, o aumento do tempo de contato que atua na solubilização de maior teor de sais, a elevação de temperatura, a qual aumenta a velocidade de evaporação e gera um favorecimento na solubilização dos sais e. a permeabilidade dos elementos, permitindo que esta migração da solução para a superfície ocorra.

Figura 6 - Eflorescência em encontro de vigas em pavimento de garagem

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2.2.3 Fissura

A fissuração é uma das manifestações mais comuns nas estruturas de concreto armado e alvenarias. Elas representam grandes prejuízos, tanto do ponto de vista econômico, quanto na qualidade e conforto dos usuários, e por consequência, na durabilidade das edificações. Tal problema pode ser ocasionado por uma série de fatores, dentre eles movimentações térmicas, atuação de sobrecargas, recalques de fundação, deformações dos elementos estruturais, reações químicas nos materiais de construção, retração dos produtos à base de cimento, corrosão de armaduras, movimentações higroscópicas, entre outros. Segundo Thomaz (1989), o surgimento das fissuras é decorrente de falhas que vão desde a fase do projeto até́ a utilização dos usuários. Cabe aos profissionais da construção civil considerar uma série de fatores, como o reconhecimento das diferentes propriedades dos materiais, fatores relacionados à segurança, estética e funcionalidade, bem como custos relativos a manutenção e vida útil da edificação. A NBR 15575 (2013), define fissura de um componente estrutural como sendo o seccionamento na superfície ou em toda seção transversal do componente, com abertura capilar, provocado por tensões normais ou tangenciais.

As fissuras podem ser classificadas segundo diferentes critérios: abertura, atividade, forma, causa, direção, as tensões envolvidas, tipo, entre outras.

2.2.3.1 Classificação das fissuras quanto a abertura

Oliveira (2012), propõe a classificação quanto a abertura, sendo ela: fissuras, aquelas aberturas de até 0,5mm; trincas, aberturas entre 0,5 e 1,5mm; rachaduras, as que atingem de 1,5 a 5,0mm; fendas, as aberturas entre 5,0 e 10mm; e por fim, as brechas que são aberturas que passam de 10mm de espessura. A Tabela 1 sintetiza a classificação proposta pelo autor.

Tabela 1 - Quadro referencial da espessura das aberturas e sua classificação

Anomalias Aberturas (mm) Fissura Até 0,5 Trinca De 0,5 a 1,5 Rachadura De 1,5 a 5,0 Fenda De 5,0 a 10,0 Brecha Acima de 10,0 Fonte: Adaptado de Oliveira (2012, p. 10).

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2.2.3.2 Classificação das fissuras quanto a atividade

Outra maneira de classificar as fissuras é quanto a sua atividade, isto é, se estão ativas ou passivas. Segundo Duarte (1998), as fissuras ativas são assim chamadas por se tratar de elementos onde a espessura da abertura muda de acordo com a mudança de alguma condição exterior. Esse tipo de fissura se comporta como uma espécie de junta induzida pela estrutura e varia de acordo com as variações térmicas naturais do dia a dia ou sazonais, além de surgirem como consequência de recalques de fundação ou sobrepeso na estrutura.

Já as fissuras passivas, são aquelas que, após o monitoramento e acompanhamento, não apresentam alterações nas dimensões de suas aberturas, podendo ser consideradas em estado estabilizado. Desta forma, esse tipo de fissura não irá apresentar variações com o decorrer do tempo, e podem ser resultados de carregamentos que gerem deformações imediatas.

2.2.3.3 Classificação das fissuras quanto à forma

De acordo com Duarte (1998), as fissuras ainda podem ser classificadas quanto a sua forma, denominadas assim de fissuras isoladas ou disseminadas. Como o nome já remete, fissuras isoladas são assim denominadas pois seguem uma direção predominante. Essa direção acompanha juntas de argamassas ou parte de componentes, podem ainda, seguir fiadas horizontais ou verticais e, podendo prolongar-se pela interface dos componentes da alvenaria e a junta de argamassa.

Em contrapartida, as fissuras disseminadas (Figura 7) são aquelas cuja forma se apresenta em formato de rede e sua aparição é mais comuns em revestimentos. Em revestimentos argamassados são denominadas também de fissuras de mapeamento, devido a essa característica.

Figura 7 - Imagem que mostra as fissuras disseminadas ou fissuras de mapeamento

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2.2.3.4 Classificação das fissuras segundo a direção

Seguindo com as classificações das fissuras, encontra-se a classificação segundo a direção. Eldridge (1982) categoriza as fissuras em horizontais (Figura 8), verticais (Figura 9) e diagonais (Figura 10). Cada um desses grupos desenvolve essas características de acordo com as causas específicas.

Figura 8 - Exemplo de fissura horizontal, normalmente ocasionada devido aos esforços excessivos de tração

Fonte: Autores (2019).

Figura 9 - Fissuras verticais, ocasionadas causadas pelos diferentes índices de dilatação dos materiais ou por carregamentos concentrados excessivos

Fonte: Autores (2019).

Faz-se uso desse tipo de classificação durante uma análise preliminar do problema, já que esta auxilia no diagnóstico completo e contribui para a identificação da possível causa e origem do surgimento da fissura.

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Figura 10 - Exemplo de fissura diagonal, típica de quando ocorre recalque de fundações

Fonte: Autores (2019).

2.2.3.5 Classificação das fissuras segundo a causa

Duarte (1998) propõe a classificação de fissuras segundo o seu fenômeno causador, que podem ser agrupadas da seguinte forma:

a) fissuras causadas por excessivo carregamento de compressão (sobrecargas): Quando uma estrutura recebe cargas de compressão acima do seu limite de resistência, se manifestam diversos tipos de fissuras diferentes (Figura 11), que irão depender das características físicas do concreto.

Figura 11 - Exemplo de fissuração típica de viga submetida a solicitações de flexão

Fonte: Thomaz (1989, p. 50)

b) fissuras causadas por variações de temperatura (movimentações térmicas): As variações de temperatura ou umidade expandem ou contraem as estruturas, provocando uma mudança volumétrica no conjunto da edificação. Se a expansão for restringida por algum motivo, seja ele um engaste da estrutura ou falta de juntas de dilatação, e ultrapasse os limites da resistência e da propriedade elástica dos materiais, poderão surgir as fissuras (Figura 12). Todo material se dilata com o calor e se contrai com o frio, assim como, se expande quando há a presença de umidade.

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Figura 12 – Exemplo de deformação de estrutura engastada, devido a variação de temperatura

Fonte: Aguiar (2003, p. 47).

c) fissuras causadas pela deformação de elementos da estrutura de concreto armado: As diversas cargas atuantes sobre as estruturas (flexão, a tração, a compressão, o cisalhamento e torção) geram tensões que levam à deformação da peça estrutural. O aparecimento das fissuras (Figura 13) é causado por um conjunto de fatores internos e externos, que precisa ser interpretado. As causas mecânicas e físicas podem ser entendidas como a variação de carregamento desconhecido anteriormente pela estrutura e a exposição desta às variações de temperatura.

Figura 13 - Fissuração provocada por torção

Fonte: Rede Rehabilitar (1996).

d) fissuras causadas por recalques de fundações: Um dos maiores causadores de fissuras nas alvenarias e estruturas é chamado recalque diferencial. Quando os apoios de uma estrutura se encontram deslocados do seu estado original de construção, estes provocam novas tensões que não estavam previstas originalmente no projeto, provocando fissuras na edificação (Figura 14).

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Figura 14 - Possível fissuração de edificação assente parte em aterro

Fonte: MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID (2008).

e) fissuras causadas por reações químicas: O concreto é susceptível a ataques de ácidos, por ser um material básico, poroso e com presença de água na sua composição. As chuvas ácidas dos centros urbanos e a exposição a ácidos de processos industriais, são os grandes responsáveis pela deterioração da pasta do concreto e do agregado, se este for do tipo calcário. A redução da alcalinidade do concreto resulta na perda da película protetora da armadura, expondo o aço a ataques corrosivos (Figura 15).

Figura 15 - O efeito do ataque dos ácidos no concreto

Fonte: Aguiar (2003, p. 56).

g) fissuras causadas por detalhes construtivos incorretos (Figura 16): ocorrem por deficiências e incorreções na execução dos detalhes, não sendo levadas em consideração propriedades físicas dos materiais, impermeabilidade e estanqueidade das alvenarias e das construções, formas corretas de execução das alvenarias, projetos de detalhamentos, entre outros.

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Figura 16 - Fissuras verticais em parede de alvenaria causadas por dilatação das tesouras de madeira

Fonte: Duarte (1998, p. 29).

As classificações de fissuras segundo as causas de Duarte (1998) e Thomaz (1989) são muito semelhantes e ambas são adequadas para o estudo das fissuras em alvenarias porque demonstram a equivalência entre as causas e as formas de manifestação.

2.2.4 Descolamento de revestimentos

Os descolamentos podem ser definidos como o processo de separação das camadas dos revestimentos argamassados, que podem se estender à toda a dimensão da alvenaria ou apenas a áreas restritas (SEGAT et al., 2005). De uma forma geral as causas mais comuns que provocam esses descolamentos são: infiltração de umidade combinada com a existência de cal parcialmente extinta, que desencadeia um processo de hidratação depois da aplicação, provocando volume e expansão; aplicação da argamassa, sem a preparação correta, sobre material que possua alto nível de absorção de agua; utilização de argamassa com traço incorreto; utilização de materiais com excesso de finos, o que dificulta o processo de carbonatação da cal; realização da pintura sem respeitar as idades de cura; falha na execução, quando o lançamento é realizado sem a forca exigida, fazendo que o material não adquira o contato adequado com o substrato; falta de preparação de bases de superfície lisas, comprometendo a aderência do revestimento (SEGAT et al., 2005). Além dos prejuízos ligados a estética, esse tipo de manifestação pode causar danos aos usuários, podendo resultar na queda de placas e desprendimento de material nocivo à saúde dos mesmos.

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3 METODOLOGIA

Objetivando o estudo das manifestações patológicas existentes na Pousada Morro da Palmeiras, no município de Imbituba/SC, para descrevê-las e caracterizá-las, utilizaram-se dos materiais e métodos descritos a seguir.

Para entender a importância da pesquisa científica para a sociedade, parte-se do pressuposto de que a pesquisa é capaz de influenciar na maneira de se pensar e na criação de julgamentos e de se enxergar o cotidiano como um todo. Segundo Demo (2017), uma das habilidades mais decisivas para a vida em sociedade e na economia é saber produzir conhecimento próprio de marca científica. Faz-se necessário no âmbito acadêmico compreender o que é a pesquisa, como torná-la em ferramenta de construção de conhecimento e como faze-la.

A pesquisa científica é de extrema importância para a sociedade como um todo. Ela é ferramenta fundamental para o desenvolvimento do conhecimento, compreensão dos fenômenos do cotidiano, respondendo as mais diversas indagações por parte dos pesquisadores. É a partir dela que as hipóteses a respeito da natureza e a essas questões podem ser corroboradas e validadas. Uma das características mais marcantes dos seres humanos é sua curiosidade e sua manente necessidade de obter respostas para explicar o mundo ao seu redor, sendo assim, percebe-se a importância e o papel da ciência e da pesquisa na vida de todos. (SILVA, 2015).

O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa exploratória e descritiva e de abordagem qualitativa. Por se tratar de um estudo de caso, a abordagem é de cunho qualitativa, porém fez-se uso de estudos quantitativos com o intuito de gerar resultados popularizáveis e na determinação de parâmetros de análise. Como método de procedimento de pesquisa, fez-se uso de técnicas de documentações diretas e indiretas. Quanto a documentação indireta, utilizou-se de pesquisa bibliográfica e documental; já quanto a documentação direta, foi empregado a pesquisa de campo.

3.1 A OBRA ESTUDADA

Conforme já mencionado, a pesquisa consiste no levantamento das manifestações patológicas na Pousada Morro das Palmeiras, localizada no município de Imbituba/SC. O empreendimento é do ramo hoteleiro e pode ser considerado como que de pequeno porte. Com o objetivo de melhor atender os hóspedes e colaboradores fizeram-se necessário medidas para que os problemas apresentados fossem solucionados.

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O empreendimento é formado por 15 edificações, dispostas sobre uma área de aproximadamente 1800m2, com idades que variam de 4 a 7 anos de construção. As construções apresentam vários tipos de sistemas construtivos e são classificadas como mistas, misturando elementos de alvenaria, concreto armado e madeira. Como característica marcante do empreendimento como um todo, encontra-se a preocupação de fazer uso de materiais em sua forma mais natural possível, delimitando assim, as formas orgânicas e que remetem a natureza presentes no local.

Figura 17 - Pousada Morro das Palmeiras

Fonte: Autores (2019).

Sempre que apresentada alguma manifestação patológica, esta era corrigida superficialmente, com o intuito apenas de melhorar o conforto visual por parte dos usuários. Quando começou a apresentar problemas mais generalizados e mais graves, fez-se então necessária a investigação aprofundada das manifestações patológicas mais recorrentes. Os proprietários concordaram em disponibilizar a propriedade para as intervenções propostas por esta pesquisa. Desta forma, será possível aplicar o que foi levantado, e realizar o monitoramento das soluções recomendadas.

3.2 COLETA DE DADOS

Para delimitar o referencial teórico foram coletados dados de livros, artigos científicos, teses e dissertações, normas técnicas, entrevistas, observação direta e coleta de materiais in loco.

Destaca-se novamente, a importância da revisão bibliográfica para a veracidade das informações utilizadas como embasamento para a construção do conhecimento referente ao tema. Para que isso, fez-se uso de bibliografias contidas em repositórios científicos e bases de dados acadêmicas, que agregam credibilidade e confiabilidade para o estudo.

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As normas técnicas utilizadas, foram de fundamental importância, visto que as mesmas são utilizadas como referência no ambiente da construção civil de forma unificada em todo o país. Sendo assim, foram elaboradas por especialistas e são constantemente revisadas para que as determinações ali contidas estejam de acordo com as descobertas e estudos realizados no mundo acadêmico, desta forma, se adequando as mais diversas realidades.

Durante o processo de entrevistas e observação direta, foi possível levantar várias características dos problemas investigados, além de entender o funcionamento do empreendimento, distinguir as situações mais propícias para os fenômenos e, desta forma, auxiliar no processo de análise de resultados do estudo.

Para a realização da pesquisa fez-se uso do método desenvolvido por Lichtenstein de diagnóstico de patologias em edificações. Foram realizadas três visitas ao local para o levantamento de dados e informações. Durante as visitas foram realizados registros fotográficos que auxiliaram no processo de análise dos problemas patológicos. Esses registros foram organizados no Apêndice B da presente pesquisa, para verificação.

3.3 MÉTODO LICHTENSTEIN DE DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES

Quando tratamos de manifestações patológicas em edificações, são vários os autores que trazem métodos e técnicas para realizar os procedimentos de diagnóstico e identificação das mesmas. Com o intuito de aplicar uma metodologia já testada e consolidada, para o desenvolvimento desse estudo foi utilizado os modelos do método apresentado por Norberto Lichtenstein3. O autor propõe que o procedimento de diagnóstico seja dividido em três partes principais, sendo elas:

• Levantamento de subsídios: onde serão organizadas a maior quantidade de informações para a compreensão dos fenômenos;

• Diagnóstico da situação: fase na qual será realizado o entendimento do fenômeno, o porquê do seu surgimento e como ele ocorre;

• Definição da conduta: momento onde serão propostas alternativas de correção e solução dos problemas patológicos.

3 Norberto Lichtenstein, mestre em Engenharia e professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil

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3.3.1 Levantamento de subsídios

Durante a fase inicial, o profissional inicia o levantamento das informações necessárias que auxiliarão no entendimento e caracterização do fenômeno. É durante ela que este irá fazer uso de seus sentidos e de alguns instrumentos técnicos específicos que muitas vezes podem levar ao diagnóstico da manifestação patológica na fase inicial.

Quando tratamos de problemas patológicos em edificações, Lichtenstein (1986) ressalta que devesse lembrar que as manifestações patológicas não deveriam ser investigadas apenas quando o desempenho da edificação e seus componentes estiverem insatisfatórios. Quando os problemas patológicos se encontram em sua fase patogênica e é possível observar os seus sintomas, é necessário entender que para que estas pudessem se tornar perceptíveis, já ocorrera uma série de interações com os agentes agressivos que ocasionaram o surgimento desse problema. Esta afirmação do autor, corrobora com que fora citado no Capítulo 2, quando foi desenvolvido os conceitos de origem das manifestações patológicas e desempenho das edificações.

Desta forma, a detecção inicial de um problema patológico muitas vezes é realizada através das queixas dos usuários. São eles que, através de observações percebem as primeiras manifestações do problema. Sendo assim, a etapa de conversa e coleta de informações com os usuários da edificação se torna de extrema importância, visto que os mesmos podem fornecer dados fundamentais para o diagnóstico.

Após a indicação do problema patológico realizado pelos usuários ou através das inspeções periódicas, é realizado a vistoria ao local. Lichtenstein (1986) propõe que alguns quesitos devem ser cumpridos durante a realização dessa fase, sendo eles:

• Determinação da existência e da gravidade do problema patológico; • Definição da extensão e do alcance do exame;

• Caracterização dos materiais e das ocorrências, onde serão utilizados dos sentidos humanos e dos instrumentos técnicos;

• Registro dos resultados.

Realizada as entrevistas com os usuários e as vistorias ao local, inicia-se o processo de levantamento das informações referentes ao histórico, não só das manifestações, mas também da edificação como um todo. A essa etapa dá-se o nome de anamnese e, através desta, é possível traçar a evolução do problema patológico.

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3.3.2 Diagnóstico da situação

Entende-se que as patologias nas edificações são resultado da ação de um ou mais agentes agressivos e que fazem com que os componentes construtivos tenham seu desempenho afetado de alguma forma.

A partir dos levantamentos iniciais, anamnese do local, vistorias e exames laboratoriais e complementares, é possível entender como a edificação funciona, os agentes agressivos aos quais ela está submetida, bem como os fatores do ambiente no entorno, situação dos usuários e do desempenho e eficácia dos componentes da edificação. Cabe ao profissional que está realizando o procedimento de diagnóstico, interpretar as informações levantadas durante a fase inicial do processo. A partir da interpretação do quadro geral do problema patológico é possível iniciar o levantamento das hipóteses relacionadas à origem do mesmo, suas possíveis causas, mecanismos de ocorrência. Desta forma, esse conjunto de dados proporciona subsídio para a definição das condutas necessárias para a solução dos problemas. Lichtenstein (1986) salienta que quanto maior a quantidade e a qualidade dos dados levantados maior será a redução das incertezas quanto ao processo de diagnóstico. Deve-se levar em consideração outro fator, de extrema importância quanto tratamos de patologias construtivas, de que devido às particularidades de cada edificação e a grande quantidade de etapas construtivas, cada edifício se torna único. Desta forma, os problemas patológicos devem ser analisados caso a caso, não podendo ser tratados de forma genérica.

3.3.3 Definição da conduta

Após o desenvolvimento do diagnóstico e de levantadas as hipóteses relacionadas a caracterização dos problemas patológicos, evolui-se para a etapa de definição de conduta a ser tomada. Nesta etapa são definidos os procedimentos e as possibilidades de recuperação ou reparo das estruturas. Tem-se que a conduta à ser tomada tem como objetivo atingir o desempenho ideal da edificação; mas vale lembrar que este acaba se tornando um norteamento para a tomada de decisões. A partir das intervenções, os níveis de desempenho iniciais tem pouca possibilidade de serem atingidos, como já fora mostrado no Capítulo 2 na Figura 3, onde os autores Souza e Ripper (1998), propõe um gráfico que relaciona o desempenho das edificações com o tempo e com os possíveis fenômenos e intervenções que possam surgir.

Lichtenstein (1986), sugere que a definição da conduta deva levar em consideração parâmetros básicos, sendo eles:

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• Grau de incerteza sobre os efeitos: lembrando que toda alternativa está associada com um grau de incerteza quanto aos seus efeitos, as intervenções que serão propostas durante a definição da conduta trabalham com uma probabilidade de se mostrarem eficientes ou não, bem como as diferentes maneiras de responder a essas, dependendo das peculiaridades de cada edificação;

• Relação custo/benefício: este ponto representa grande importância, visto que o usuário devido ao desconhecimento técnico, muitas vezes se atenta apenas aos custos relacionados às intervenções e soluções propostas. Fica a cargo do profissional, levar em consideração esse fator e trabalhar dentro das possibilidades as quais lhe são oferecidas, sendo capaz de se adaptar à diferentes realidades e situações.;

• Disponibilidade de tecnologia para a execução dos serviços: este parâmetro está diretamente relacionado com o anterior. O cenário nacional se encontra defasado dos costumes e práticas adotadas. As tecnologias construtivas existem, porém ainda são poucos os fornecedores no mercado e os custos são relativamente altos.

Desenvolvendo as definições de condutas a serem realizadas, finaliza-se o procedimento de diagnóstico de problemas patológicos em edificações proposto por Lichtenstein. O mesmo pode ser resumido através do fluxograma na Figura 18.

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Figura 18 – Procedimento de diagnóstico de manifestações patológicas

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados obtidos a partir das observações serviram de base para o desenvolvimento das análises a respeito das manifestações patológicas mais incidentes no local de estudo. O diagnóstico das ocorrências observados foi realizado através do levantamento das possíveis causas dos fenômenos, bem como, sua origem e os mecanismos de ocorrência. Desta forma, foi possível desenvolver propostas de reparo e soluções para tais problemas.

Os resultados foram organizados fazendo uso de mapas e quadros gráficos que, desta forma, auxiliaram na disposição das informações de forma clara e que permitisse com facilidade o entendimento dos mesmos. Como o empreendimento analisado apresenta características distintas entre as casas que o compõe, fez-se uso de um mapeamento das principais ocorrências apresentadas no local. A Figura 19, apresenta esse mapeamento e foi utilizado uma legenda com cores diferentes para facilitar o entendimento.

Figura 19 - Mapeamento das ocorrências encontradas no empreendimento

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O mapeamento indicando os problemas encontrados em cada casa demonstra, de forma prática, a situação do empreendimento como um todo. A partir da análise do mapa, é possível identificar que as manifestações patológicas mais incidentes na posada Morro das Palmeiras são as fissuras ativas e inativas.

4.1 PROBLEMAS PATOLÓGICOS MANIFESTADOS

Tomando como base o mapeamento do empreendimento (Figura 19), os problemas patológicos encontrados foram catalogados em formato de quadro como é possível verificar no Apêndice A. Neste, levantou-se as informações relacionadas a cada casa, como identificação, área construída e ano de construção, bem como a análise das ocorrências observadas. Para tal, a investigação abordou a localização dos fenômenos, suas possíveis causas, origens e mecanismos de ocorrência.

A partir do que fora apresentado no Apêndice A, é possível analisar que os problemas patológicos se repetem em várias das edificações. Desta forma, com o intuito da melhor apresentação dos resultados, a classificação das ocorrências será realizada pelo seu tipo e não pelo local onde se manifestam. O gráfico representado na Figura 20 foi elaborado tomando como base os dados do Apêndice A e a partir dele podemos observar as relações de proporção quanto ao tipo de manifestação patológica no empreendimento. Observa-se que as manifestações que apresentam maior incidência são as fissuras, representando certa de 71% do total de ocorrências. As mesmas foram classificadas quanto a sua causa, como proposto por Duarte (1998) e assim, foi possível visualizar que as fissuras causadas por detalhes construtivos incorretos e por recalque de fundação foram as mais encontradas.

Figura 20 - Incidência das manifestações patológicas observadas

Fonte: Autores (2019). Descolamento de revestimento 5% Desgaste de revestimento 6% Eflorescência 6% Fissura detalhe construtivo incorreto 31% Fissura por recalque de

fundação 23% Fissura por variação

térmica 17% Manchas de umidade 6% Mofo e bolor 6%

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Devido as características do empreendimento, deve se levar em consideração que o mesmo foi construído em partes e em intervalos de tempo distintos. Assim, é preciso apontar que os processos executivos ocorreram em datas diferentes, e os materiais também apresentam características distintas entre si, por mais que o empreendimento prese por um mesmo sistema construtivo misto.

Outro ponto que deve ser levado em consideração é de que a pousada se estende por uma grande área geográfica, e que, o terreno onde está inserida possui significativas diferenças altimétricas. Fator este que pode influenciar diretamente em questões como fluxo de água proveniente da chuva, diferenças nas características do solo e da vegetação do entorno.

Sendo assim, os problemas patológicos serão classificados devido ao seu tipo, e durante a análise individual dos mesmos serão levantadas as peculiaridades de cada local onde se manifestam, ressaltados as possíveis diferenças que as características externas possam a vir influenciar.

4.2 ANÁLISE INDIVIDUAL DOS PROBLEMAS PATOLÓGICOS CATALOGADOS

4.2.1 Fissuras

4.2.1.1 Fissuras por variação térmica

Uma das principais características da pousada Morro das Palmeiras são os sistemas construtivos que foram utilizados na construção das casas. Como é possível observar nas Figura 21 e Figura 22, essas edificações mesclam elementos de alvenaria com madeira e outros materiais construtivos. Esse tipo de construção demanda de grandes cuidados, visto que, cada material possui características específicas como coeficiente de dilatação, índice de absorção de água, além de outros comportamentos físicos e químicos. Os processos de variação térmica podem ter influências externas, como ação do fogo sobre a estrutura, mudanças climáticas, o por influências internas, como o calor gerado durante o processo de hidratação do cimento. A movimentação dos elementos construtivos distintos dentro de um mesmo sistema faz com que haja o surgimento de fissuras na direção do encontro desses elementos.

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Figura 21 - Imagens externas Casa Encantada, Star, Marina e Visual

Fonte: Autores (2019).

Tendo como base o que foi descrito anteriormente, já era de se esperar que esse tipo de fenômeno fosse ocorrente em grande parte do empreendimento, representando aproximadamente 17% das manifestações patológicas observadas.

Thomaz (1989) ressalva que as fissuras ocasionadas devido a variação térmica raramente podem vir a ocasionar o comprometimento da estrutura como um todo. O autor diz que quando há o surgimento da fissuração devido as movimentações térmicas dos elementos, normalmente esta ocorre pelo fato da estrutura não possuir juntas de dilatação, que auxiliariam na absorção das deformações gerados pelas variações dos materiais.

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Figura 22 - Imagens externas Casa Norte, Meio e Sul

Fonte: Autores (2019).

Na Figura 23, é possível observar uma fissura na direção vertical no encontro de três tipos de materiais diferentes. Esse registro fotográfico foi realizado na Casa 09 – Roscadinha. Observa-se que o fenômeno surgiu no encontro da alvenaria, formada por tijolos cerâmicos e pedra natural, com a estrutura de madeira. Essa configuração é típica das fissuras ocasionadas por variação térmica, percebe-se o destacamento de toda a alvenaria.

Verifica-se através do Apêndice B que foram catalogadas fissuras desse tipo nas casas 02 – Encantada, 04 – Star, 09 – Roscadinha, 12 – Marina, 14 – Visual. Como dito anteriormente este tipo de manifestação patológica não apresenta grandes compromissos a integridade estrutural da edificação, porém abre frente para entrada de agentes agressivos. De maneira resumida tem-se a análise desse tipo de fenômeno no Quadro 1 abaixo.

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Figura 23 - Fissura vertical ocasionada por movimentação térmica

Fonte: Autores (2019).

Quadro 1 - Análise das fissuras ocasionadas por variação térmica

TIPO DE FENÔMENO INCIDÊNCIA ANÁLISE

Fissura ocasionada por variação térmica • Casa 02 – Encantada • Casa 04 – Star • Casa 09 - Rosacadinha • Casa 12 – Marina • Casa 14 - Visual Possíveis causas

Variação térmica no encontro

entre diferentes materiais

(madeira das vigas e a alvenaria cerâmica).

Origem

Fase de projeto durante a escolha dos materiais e a forma de “amarrar” os mesmos.

Mecanismo de ocorrência

Movimentação dos diferentes

elementos construtivos do

mesmo sistema faz com que haja o surgimento de fissuras na direção do encontro desses elementos.

Fonte: Autores (2019).

4.2.1.2 Fissuras por detalhe construtivo incorreto

Magalhães (2004) trata as fissuras ocasionadas por detalhes construtivos aquelas que surgem devido a deficiências nos processos executivos. O autor classifica estas fissuras em causadas por ancoragem de elementos construtivos e por deficiência de amarração. Esta classificação proposta surge como uma alternativa para classificar fenômenos que se originam a partir de uma combinação de causas possíveis.

Observa-se na Figura 24 uma fissura ocasionada por deficiência de amarração. No caso, a imagem é da área externa no encontro entre as Casas 08 e 09. Estas casas foram construídas em datas diferentes: 2006 e 2011 respectivamente. Ambas edificações possuem a característica de compartilhar uma parede em comum, sendo a parede externa da Casa Roscada (casa 08) utilizada como parede interna da Casa Roscadinha (casa 09). Durante o processo construtivo da

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edificação nova não foi adotado nenhum tipo de solução para amarração da nova estrutura, desta forma, gerando uma região fragilizada do ponto de vista das tensões suportadas pelos sistemas.

Figura 24 - Fissura causada por deficiência de amarração

Fonte: Autores (2019).

Neste caso em específico, durante a primeira vistoria, levantou-se a hipótese de que essa fissura pudesse ser ocasionada apenas por variação térmica, no encontro da viga da casa 09 com a alvenaria da casa 08. Porém, na segunda vistoria, verificou-se de que a fissura estava ativa, sendo resultado de uma deficiência na fase executiva durante o processo de amarração entre as estruturas.

Dentro ainda das fissuras ocasionadas por detalhes construtivos incorretos, é passível de inclusão dos fenômenos incidentes próximos as aberturas. Essas fissuras ocorrem de forma inclinada e são decorrentes quando as contravergas não incapazes de absorver os esforços concentrados ocorrentes nas extremidades inferiores das janelas. A Figura 25 ilustra a configuração típica dessa manifestação patológica.

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Figura 25 - Fissura diagonal próximo a abertura na Casa 05 - Norte

Fonte: Autores (2019).

Conclui-se que as fissuras ocasionadas por detalhes construtivos incorretos são originadas na fase executiva e na fase de projeto. Dentro do empreendimento esse tipo de problema patológico representa certa de 44% de todos os tipos de fissuras presentes, como ilustra o gráfico na Figura 26.

Figura 26 - Classificação das fissuras encontradas no empreendimento

Fonte: Autores (2019).

O Quadro 2 ilustra a análise desses tipos de problemas patológico.

Fissura detalhe construtivo

incorreto 44%

Fissura por recalque de fundação

32% Fissura por variação térmica

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Quadro 2 - Análise das fissuras por detalhes construtivos incorretos

TIPO DE FENÔMENO INCIDÊNCIA ANÁLISE

Fissura ocasionada por deficiência de amarração

• Casa 08 – Roscada • Casa 09 - Roscadinha

Possíveis causas

Deficiência do processo de

amarração dos diferentes

elementos construtivos de um mesmo sistema.

Origem Fase executiva

Mecanismo de ocorrência

Movimentação dos diferentes

elementos construtivos do

mesmo sistema faz com que haja o surgimento de fissuras na direção do encontro desses elementos.

Fissura diagonal próximo às aberturas • Casa 02 – Encantada • Casa 05 – Norte • Casa 06 – Meio • Casa 07 – Sul • Casa 08 – Roscada • Casa 09 – Roscadinha • Casa 10 – Pico • Casa 12 – Marina • Casa 14 - Visual Possíveis causas

Contravergas são ineficientes

na absorção das tensões

geradas nas extremidades das aberturas.

Origem

Durante a fase de projeto as vergas e contravergas devem ser dimensionadas a vim de absorver os esforços gerados pelas aberturas.

Mecanismo de ocorrência

Nas extremidades das

aberturas tensões são geradas de forma concentrada fazendo com que a região se torne frágil e há o aparecimento de tais fissuras na direção destas. Fonte: Autores (2019).

4.2.1.3 Fissura por recalque de fundação

Thomaz (1989) trata os recalques de fundação como sendo o adensamento de camadas profundas de solo. Quando esse fenômeno ocorre ele acaba ocasionando o aparecimento de fissuras, normalmente em 45º devido a movimentação das fundações da edificação. Na Figura 27, é possível observar uma fissura na casa 05 – Norte, na direção diagonal. A fissura em questão, durante a primeira observação, foi marcada e teve sua atividade monitorada, sendo possível verificar que a mesma está em movimentação e é um indicativo de um recalque que acomete as casas 05 – Norte, 06 – Meio e 07 – Sul.

Referências

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