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PENSA R O PA S SA DO, COM PR EENDE R O PR E SEN T E, IDEALIZAR O FUTURO

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filozofická fakulta univerzity karlovy, 2019

PENSAR O PASSADO,

COMPREENDER O PRESENTE,

IDEALIZAR O FUTURO

Šárka Grauová, Jan Hricsina,

Karolina Válová (eds.)

(2)

KATALOGIZACE V KNIZE – NÁRODNÍ KNIHOVNA ČR

Pensar o passado, compreender o presente, idealizar o futuro (konference) (2017 : Praha, Česko)

Pensar o passado, compreender o presente, idealizar o futuro / Šárka Grauová, Jan Hricsina, Karolina Válová (eds.). – Vydání první. – Praha : Filozofi cká fakulta Univerzity Karlovy, 2019. – 254 stran. – (Varia ; 81. svazek)

Anglické a portugalská resumé

Sborník příspěvků ze stejnojmenné konference konané v září 2017 v Praze. – Obsahuje biblio-grafi e a bibliobiblio-grafi cké odkazy

ISBN 978-80-7308-954-2 (brožováno)

* 811.134.3 * 821.134.3 * 80(=134.3) * (048.8:082) – portugalština

– portugalsky psaná literatura – portugalská fi lologie

– kolektivní monografi e 80 – Filologie [11]

Tato publikace vznikla v rámci programu Progres Q14 Krize racionality a moderní myšlení, řešeného na Filozofi cké fakultě Univerzity Karlovy.

Recenzovaly

doc. PhDr. Iva Svobodová, Ph.D. PhDr. Zuzana Burianová, Ph.D.

Editors © Šárka Grauová, Jan Hricsina, Karolina Válová, 2019

© Šárka Grauová, Eduardo de Almeida Navarro, Olga A. Saprykina, Vlasta Du9 ová, Pedro Meireles, Maria do Carmo Cardoso Mendes, Silvie Špánková, Serafi na Martins, Maria João Reynaud, Rosa Maria Martelo, Viviana Bosi, Karolina Válová,

Kateřina Březinová, Fátima Silva, Fátima Oliveira and Carlos Gomes, Vesela Chergova, Ágnes Bakó, Tomás N. Castro, 2019

© Univerzita Karlova, Filozofi cká fakulta, 2019 Za obsah a jazykovou správnost odpovídají autoři Všechna práva vyhrazena

ISBN 978-80-7308-954-2 (print) ISBN 978-80-7308-955-9 (online : pdf)

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Verbos que imitam sons: notas sobre as

vozes dos animais

Tomás N. Castro

Universidade de Lisboa1 Portugal

Resumo:

Tanto na fi losofi a da linguagem, como no ensino de uma língua (o português) a estran-geiros, há um tópico que emerge frequentemente e cuja descrição padece de difi cul-dades assinaláveis: trata -se da problemática relação entre a linguagem e a expressão de coisas que se encontram no mundo, designadamente a representação de sons pro-duzidos por fenómenos naturais e, sobretudo, pelos animais. “Vozes dos animais” é, aliás, a expressão que, a partir do poema homónimo de Pedro Dinis (coligido por Mon-teverde e Antero de Quental, entre outros), se tornará na classifi cação de um conjunto de verbos que designam os sons que se supõe serem emitidos pelos animais. Importa, ainda, lembrar que, enquanto congéneres das onomatopeias, habitualmente estes vo-cábulos não se encontram lexicalizados. Partindo do poema supracitado e de alguns trabalhos clássicos sobre o tópico, estas notas pretendem oferecer um panorama dos estudos sobre este mesmo problema.

Palavras -chave: Vozes dos animais; onomatopeias; lexicografi a; fi losofi a da

lingua-gem.

A existência de linguagem remonta às origens da nossa espécie e, com maior ou menor sistematização (e sofi sticação), a possibilidade de comunicar pa-rece desempenhar um papel fundamental na grande família de animais hu-manos a que pertencemos. Quaisquer que sejam os quadrantes fi losófi cos ou linguísticos em que se possa investigar esta questão, são multímodas as tentativas de encontrar as especulativas origens da linguagem e os ensaios 1 Bolseiro de Doutoramento FCT SFRH/BD/130021/2017. Endereço postal: CFUL, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Alameda da Universidade, 1600–214 Lisboa, Portugal. Endereço electrónico: tomas.castro@campus.ul.pt.

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visando explicar os processos de comunicação. Toda esta abundância em teoria e em experiências revela não só a complexidade da matéria, mas so-bretudo a pertinácia que advém de ser um tópico recorrente e transversal a fi liações intelectuais, contextos históricos e culturais, entre outras variá-veis possívariá-veis.

Uma discussão frequente tanto para linguistas como para fi lósofos diz respeito às relações entre a realidade que nos rodeia e a linguagem que utili-zamos, com funções mais ou menos expressivas (de forma abreviada, a este poder -se -ia chamar o problema das relações entre a linguagem e o mundo). De certa forma subsidiário deste tópico, um outro emerge assiduamente — e com especial importância no ensino da língua (portuguesa), sobretudo a estrangeiros — e é de descrição igualmente laboriosa: além dos vínculos que se possa admitir entre a linguagem e a realidade (e consequentemente a expressão aproximadamente mimética dessa realidade), acontece que, nesses sistemas tendencialmente organizados que são as línguas, se encon-tram vestígios claros de imitações e representações de sons percepcionados (ou imaginados como tal), com origem em fenómenos naturais e factos que experienciamos. Naturalmente, há uma distinção prévia que é preciso esta-belecer, como sintetiza Rodrigo de Sá Nogueira:

[…] em geral os que se propõem tratar do problema da origem da linguagem, confundem e misturam inconvenientemente dois aspectos bem distintos do problema: o da origem da linguagem[,] ou seja o da origem das línguas, ou, mais pròpriamente, o da origem das formas vocabulares das várias línguas do globo, com o da origem ou, melhor, da natureza da faculdade de criar a linguagem.2

Muitas das conversas que se ouvem acerca de música ajudam a perceber este estranho fascínio da linguagem verbal em tentar nomear ou parafra-sear sons. Um exemplo clássico é aquilo que muitas vezes é dito acerca da chamada «música programática», quando se tenta estabelecer correlações entre a música em si mesma e os conteúdos imaginados, narrados, ou apre-sentados de alguma forma como fundamentalmente informativos dos con-teúdos melódicos. A Sinfonia n.° 6 de Beethoven é habitualmente chamada “Pastoral” e, aos seus cinco andamentos, o compositor acrescentou anotações que imediatamente despertam um tipo especial de atenção no ouvinte in-formado: em parte porque já sabe aquilo que irá encontrar, procura a tem-pestade num determinado passo, ou o chilrear dos pássaros e as fl autas dos pastores nos campos em outro — e, encontrando, a associação é feita quase 2 Sá Nogueira, Rodrigo de. As Onomatopeias e o Problema da Origem da Linguagem. Lisboa: Li-vraria Clássica Editora, 1950, p. 182. Respeita -se, em todas as citações, a ortografi a original.

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automaticamente; ora, acontece que tímpanos não são trovões e a relação entre os sons por ambos produzidos reside não numa igualdade formal mas antes numa semelhança identifi cada. É por isso que

[…] [p]ela sua génese, as designações, quer das coisas, quer dos actos, etc., podem ser primárias ou secundárias: são primárias, se resultam de uma

cria-ção, da criação de uma forma própria destinada a designar a coisa ou o acto;

são secundárias, se resultam de uma utilização, da utilização de uma forma já existente, destinada a designar outra coisa ou outro acto, que em alguma das suas qualidades faz lembrar a coisa ou o acto, que se pretende designar. […] O primeiro processo, que […] se baseia numa interpretação fonética, tem o nome de onomatopeia; o segundo processo, que se baseia numa comparação

sémica, tem o nome de metáfora ou, mais rigorosamente, de tropo.3

Uma coisa é a realidade e outra coisa são as «interpretações fonéticas» da realidade, da mesma maneira que interpretações fonéticas são diferentes de tropos e entidades relacionadas mediante comparações. No quotidiano, sobretudo em ambientes rurais ou com maior ligação à natureza, esta re-presentação de sons encontra expressão: dizendo “brummm” é possível tentar mimetizar uma trovoada, o que também pode ser condensado pelo verbo “trovejar”. O caso mais interessante, contudo, parece ser quando se tenta falar de assuntos relacionados com animais, nomeadamente acerca dos sons por eles produzidos, coisas que se lhes atribuem em sentido pró-prio — aquilo que um animal faz por excelência e que é de certa forma dis-tintivo da sua identidade (e não tanto como outros verbos que referem acões que lhes são reconhecidas por extensão).

O escopo deste trabalho é modesto: interessa -nos aquilo que em portu-guês se chama as «vozes dos animais», isto é, essa espécie de classifi cação que tem sido atribuída a um conjunto dos verbos que designam os sons que se supõe serem emitidos pelos animais. Para além dos casos bem conheci-dos — como o ladrar conheci-dos cães e o miar conheci-dos gatos —, há um grande número de vocábulos que não se encontram lexicalizados, talvez por serem quase congéneres das onomatopeias ou pelo uso pouco frequente a que estão vo-tados. Esta questão, no entanto, tem sido alvo de algumas recolhas merito-sas e importa que esses estudos não caiam no esquecimento. Para começar, impõe -se falar do texto mais célebre sobre este tópico. Trata -se do poema “Vozes de animais”, dado à estampa no século XIX:

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Palram pêga e papagaio

E cacareja a galinha,

Os ternos pombos arrulham,

Geme a rola inocentinha. Muge a vaca, berra o touro Grasna a rã, ruge o leão,

O gato mia, uiva o lobo Também uiva e ladra o cão.

Relincha o nobre cavalo,

Os elefantes dão urros, A tímida ovelha bala,

Zurrar é próprio dos burros. Regouga a sagaz raposa,

Brutinho muito matreiro; Nos ramos cantam as aves, Mas pia o mocho agoureiro. Sabem as aves ligeiras O canto seu variar: Fazem gorjeios às vezes, Às vezes põem -se a chilrar.

O pardal, daninho aos campos, Não aprendeu a cantar;

Como os ratos e as dòninhas, Apenas sabe chiar.

O negro corvo crocita,

Zune o mosquito enfadonho,

A serpente no deserto Solta assobio medonho.

Chia a lebre, grasna o pato,

Ouvem -se os porcos grunhir, Libando o suco das fl ores, Costuma a abelha zumbir.

Bramam os tigres, as onças, Pia, pia o pintainho,

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Cucurica e canta o galo, Late e gane o cachorrinho.

A vitelinha dá berros, O cordeirinho balidos, O macaquinho dá guinchos, A criancinha vagidos. A fala foi dada ao homem, Rei dos outros animais: Nos versos lidos acima

Se encontram em pobre rima As vozes dos principais.4

No seu artigo sobre o tema, José Leite de Vasconcellos esclarece que este poema constava do “Monteverde”, o Methodo facillimo para aprender a ler de Emilio Achilles Monteverde que foi sucessivamente republicado de 1837 em diante.5 O poema fi gura também no Almanach Familiar para Portugal e Bra-zil,6 aquele que, para Camilo Castelo Branco, terá sido o melhor almanaque

deste género alguma vez publicado no país; em São Miguel de Seide (Vila Nova de Famalicão), na Casa -Museu de Camilo, na biblioteca pessoal do poeta, encontra -se um exemplar deste almanaque com algumas anotações: na página 119 dessa mesma cópia, no fi nal da sexta estrofe do poema “Vozes d’ animaes”, eis que se podem ler, na característica ortografi a camiliana (em nossa transcrição), mais dois versos: “E grogoleja o peru, / E espeidórra -se o cu”. Este poema é igualmente replicado no Tesouro poético da infância, co-ligido por Antero de Quental em 1881. Comprova -se, deste modo, a elevada difusão destes versos durante o período de oitocentos.

Sobre o autor do poema, que assina com o nome Pedro Dinis (ou Diniz, consoante a ortografi a), pouco mais se pode dizer com grandes certezas. Ca-milo refere -se -lhe em Noites de Insónia — “Se […] estudasse português pelo

Método de Monteverde, teria aprendido nas Vozes dos animais do Sr. Pedro

Dinis como vozeam cães e porcos: «Muge a vaca; berra o touro; / Grasna a rã;

4 Apud Sá Nogueira, Rodrigo de. Elementos para um Tratado de Fonética Portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1938, p. 190, § 222.

5 Monteverde, Emilio Achilles. Methodo Facillimo para Aprender a Ler Tanto a Letra Redonda como a Manuscripta no Mais Curto Espaço de Tempo Possivel. 16ª. ed. Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, s./d., pp. 107–108.

6 Almanach Familiar para Portugal e Brazil. Publicado por Gualdino Valladares e Augusto Valladares. 1.° Anno. Braga: Typ. de A. B. da Silva, 1868, pp. 119–120.

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ruge o leão»”7 — e no Cancioneiro Alegre de Poetas Portuguezes e Brazileiros

(vol. II; 1887). Sabe -se que teve uma copiosa actividade na imprensa e que publicou, entre outros, um opúsculo Das Ordens Religiosas em Portugal (1853) e uma paródia das Folhas Caídas de GarreA (no ano seguinte). Consultando as fontes disponíveis, os dados biográfi cos são extraordinariamente pro-fusos e díspares (começando logo pelo seu nome completo), podendo até admitir -se a possibilidade de terem sido contemporâneas duas pessoas com o mesmo nome.8

Continuemos, então, na senda das vozes dos animais. A verdade é que, um século antes de Pedro Dinis, já Raphael Bluteau, no seu Vocabulario

por-tuguez e latino, incluíra algumas vozes nos verbetes “ave” (t. I, p. 660, B) e,

com maior desenvolvimento, “animal” (t. I, p. 379, A):

As diff erentes vozes, ou gritos de varios animaes.

O Boy muge, Mugit bos.

O Asno zurra, Rudit asinus. […]

A mayor parte destes verbos são latinos, & tomados de Authores classicos […] Ainda contemporâneo de Pedro Dinis, Francisco Evaristo Leoni é o autor do

curioso Genio da lingua portugueza (1858), no qual se podem encontrar, na secção com o título «Do genio imitativo, ou dos meios de que a lingua se serve para a perfeita elocução do discurso», observações úteis para estas notas. O autor começa por observar que

[…] sendo a linguagem pintura do pensamento, e, como tal, objecto de arte e de gosto, não podia deixar de participar do espirito, do genio, e do pensar do povo que a fala; assim como este mesmo, em todas as referidas causas de-pende inquestionavelmente da natureza da região que habita, do conspecto do solo, e das infl uencias de um astro mais ou menos benigno.9

7 N.° 8, de agosto de 1874; cf. Cabral, Alexandre. “Dinis, Pedro (Guilherme dos Santos).” In Dicionário de Camilo Castelo Branco. 2.ª ed. revista e aumentada. Lisboa: Editorial Caminho, 2003, p. 295.

8 Além de Inocêncio, veja -se a entrada no Dicionário de Camilo citada na nota anterior e o se-guinte capítulo (que publica inéditos do autor depois da sua biografi a): Sanches, José Dias. “Da vida e obra do escritor Pedro Diniz.” In Relíquias do Passado. Lisboa: [Composto

e Im-presso na Sociedade Industrial de Tipografi a, Limitada], [193(?)], pp. 83–105.

9 Leoni, Francisco Evaristo. Genio da Lingua Portugueza, ou Causas Racionaes e Philologicas de Todas as Reformas e Derivações da Mesma Lingua, Comprovadas com Innumeraveis Exem-plos Extrahidos dos Auctores Latinos e Vulgares. Tomo II. Lisboa: Typographia do Panorama, 1858, p. 240; excertos signifi cativos desta obra encontram -se reproduzidos em Agostinho de Campos (org.) Paladinos da Linguagem. Antologia Portuguesa, Vol. III. Paris – Lisboa: Li-vrarias Aillaud e Bertrand, 1923, pp. 66–85.

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Pouco depois, Leoni debate as capacidades expressivas do português, elo-giado pela sua riqueza de vozes onomatopaicas, («que são as que imitam os sons naturais das cousas que representam»), profusão da qual decorre a im-pressão sensitiva produzida pela sua elocução, «porque o mesmo é ouvil -as [as vozes], que conceber a idéa das coisas que signifi cam, e, ainda mais, ima-ginar que as temos presentes.»10 Logo após estas considerações, surge uma

lista assaz completa das vozes de animais que conhece:

[…] não nos podemos eximir de dar a conhecer algumas, e serão as que ’ n este momento nos ocorrem e estão a saltar dos bicos da penna: — trovão, es-talo, zabumbo, sonido, có*, estoiro, assobio, baque, tromba, batuque, rugido, barulho, catimplora, traquitana, choto, rufo, gorgeio, ronco, zurro, estron-do, zum -zum, estampiestron-do, cegarrega, zeribanda, sussurro, zão -zão, rugeruge, pincho, zapetrape, catrapuz, algazarra, trombeta, trabuzana, gargalhada, trabuco, berimbau, trinque, borbotão, fuga, estalido, ribombo, matraca, rin-cho, berro, tombo, fragor, sarrido, rojo, ruido, jorro, trote, fragua, rixa, rusga, charanga, urro, traquinada; — grasnar, gralhar, grunhir, roncar, bramar, la-tir, rosnar, uivar, zurrar, bufar, gannir, relinchar, urrar, chiar, rugir, berrar, coaxar, zumbir, balar, regougar, cacarejar, rodar, romper, rasgar, roçar, es-carrar, tussir, arrastrar, ranger, serrar, serrafaçar, roer, estrugir, remar, bra-dar, raspar, frigir, resonar, zurzir, chotar, estalar, sorver, estrabuchar, esfre-gar, zonchar, tufar, soprar, azoinar, esganniçar -se, zunir, rojar, resmunesfre-gar, resingar, renhir, fungar, serrazinar, traquinar, etc.

*[Nota:] Voz imitativa do som da pancada que se dá no alto da cabeça.]11

Na primeira metade do século XX é, porém, quando surgem os traba-lhos mais interessantes sobre as vozes dos animais em língua portuguesa, quando começam a ser alvo de uma atenção particular e não já um tópico devotado a surgir en passant. Em 1923, Cândido de Figueiredo dedica -lhes um capítulo nas Novas Refl exões sôbre a Língua Portuguesa, começando por diagnosticar o principal problema: a falta de um elenco sistemático destes verbos. Ainda que haja «milhares de animais, cujas vozes são mais ou me-nos diferentes» — e, portanto, “ás quais correspondem expressões, mais ou menos privativas” —, o uso corrente cinge -se, “quando muito, [a] uma ou 10 Leoni, op. cit., p. 292.

11 Leoni, Genio da Lingua Portugueza, p. 292–293. Nas páginas seguintes, o autor trata de cer-tos sons em particular, como por exemplo: “As [palavras] que teem relação com garganta, compõem -se da raiz gh, profundamente guA ural, que imita o som que esta infl exão pro-duz no mesmo orgão; por exemplo: gargalhada, gargalejo, gola, gargantilha, gana, gasna-te, gula, garrogasna-te, garrotilho, gole, gargantão, guloso, engulho, gosmar, engasgar -se, engulir, etc.” (p. 294).

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duas dúzias de expressões”.12 Depois de catalogar a resenha que é a “ladaínha

de Pedro Dinís”, o grande dicionarista (em cuja segunda edição do seu Novo

Dicionário da Língua Portuguesa se encontram vocabulizadas pelo menos 83

destas vozes)13 cita um aditamento que lhe escreveu:

Em quanto o trinar do rouxinol, o rugir do leão, o trucilar do tordo, o rin-char do cavalo, o pissitar do estorninho, o grassitar do pato, o gazear da garça, o regougar da raposa, o balar da ovelha, o arensar do cisne, o pupilar do pa-vão, o gloterar da cegonha, o coaxar da ran, o trinfar da andorinha, o cucu-lar do cuco, o mugir do boi, o fretenir da cigarra, o gruír do grou, o tinir da milheira, são pobres idiomas, talvez monossilábicos como o chinês; o idioma da raça canina, embora não esteja aínda escrito, como nunca escreveram a sua língua os tupis, corresponde certamente a um alfabeto mais numeroso que o russo, e tem recursos para a expressão dos mais variados sentimentos e conceitos.14

O  efeito imediato produzido pela leitura (especialmente em viva voce) é uma série de barulhos linguísticos de elevada expressividade ou para--mimetismo: dito de outra forma, as propriedades aliterativas de “o cucular do cuco” ou “o gruir do grou” fazem imediatamente retinir na nossa mente sons parecidos que conhecemos, como “cu… cu… cu…” (o cucar ou cucular do cuco) ou “grou… grou… grou…” (o grugrulhar do grou).15 O que aqui se

está a sublinhar é, pois, o forte carácter onomatopaico que algumas destas formas habitualmente detêm, e daí o interesse em estas vozes de animais constarem num dicionário analógico (que não tem uma lexicalização como a dos outros dicionários), como começa por sugerir Figueiredo.

Além do pequeno artigo supramencionado de Leite de Vasconcellos, o professor também investigou uma questão afi m desta — a das origens dos nomes dos animais — publicada em 1931, fruto de uma extensiva recolha de usos e costumes para denotar quase todas as famílias animais. O traba-lho mais importante sobre as vozes de animais de que há notícia é, por isso, 12 Figueiredo, Cândido de. “XVIII. A voz dos animais.” In Novas Refl exões sôbre a Língua

Portu-guesa. Lisboa: Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira e C.ª (Filhos), 1923, p. 165. 13 Esta contabilização foi levada a cabo por Júlio de Lemos (de quem se falará já a seguir). 14 Figueiredo, Candido de. “Arminho.” In Conto do Natal e Outros. Lisboa: Livraria Editora

Gui-marães & C.ª, 1908, pp. 60–61; cf. Figueiredo, “XVIII. A voz dos animais”, p. 167.

15 Vejam -se as seguintes observações do dicionarista: “O cucular do cuco é onomatopaico, veio do latim, e registei -o no meu Dicionário, mas, em vez de cucular, os tipógrafos inven-taram cucuiar. Fica feita a correcção, de que tomarão nota, se lhes aprouvér, os que adqui-riram a 1ª edição daquela obra”. (Figueiredo, “XVIII. A voz dos animais”, p. 168); “Além do cucular do cuco, ocorre -me, para o mesmo efeito, o verbo cucar que eu fui encontrar nas Sabichonas, de Castilho, pág. 197”. (Ibidem, p. 169).

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o Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias

e De-fi nições), publicado por Júlio de Lemos em 1946 (e com um suplemento em

1950). O lugar cimeiro que ocupa neste pequeno campo de interesse deve -se à excepcional exaustividade da recolha que empreende. A própria organi-zação deste dicionário é curiosa, já que privilegia uma consulta tendente à utilização dos verbos e não à sua defi nição, porque organiza os verbetes pelos nomes dos animais, aos quais se acrescentam os verbos associados, não sendo possível consultar independentemente um verbo; deste modo, o dicionário serve muito mais aquele que queira conjugar os verbos em detrimento de um consulente que deseje ver esclarecido a que animais se refere esse mesmo verbo desconhecido. O propósito do dicionário é pron-tamente declarado:

Afi gurando -se -me conveniente ordená -los para melhor os utilizar, quando necessários — pois que também cultivo a literatura de imaginação — nesse minuto acudiu -me a ideia de que o meu pequeno vocabulário poderia (e de-veria) ser posto à disposição dos intelectuais de Portugal e do Brasil, que nele encontrariam um prestante auxiliar.

Eis por que se publica, a título de modesto subsídio para obra congénere mais desenvolvida, que alguém venha a organizar.

Instrumento de cultura e de pronta informação, este manual há -de prestar alguns serviços aos seus consulentes.

Assim o creio. Assim seja.16

Neste dicionário há animais aos quais são consignadas entradas muito subs-tantivas – como sejam “cão”, “cavalo”, “coruja”, “gato”, “grilo”, “melro”, “par-dal”, “rã”, “rôla”, “rouxinol”, “sapo” ou “AVE – PÁSSARO” –, o que pode ter origem no frequente contacto com estes animais (resultado da sua domes-ticação), circunstância que explica a presença literária que consequente-mente os mesmos têm. Na senda do verbo conjugado supra por Camilo,17

veja -se um típico verbete deste dicionário: PERU — PIRUM

bufar — (A. Moreno) garrir — (A. Moreno)

glu -glu do — (Dic. de A. Moreno; Dic. de C. de Figueiredo; ‘Dic.’  de Morais) 16 Lemos, Júlio de. Pequeno Dicionário Luso Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias e Defi

-nições). Com uma Carta do Escritor e Filólogo Prof. Augusto Moreno. Lisboa: Edição da Re-vista de Portugal, 1946, p. 13.

17 Cf. “O grugulejar do peru é termo onomatopaico e foi usado por Camilo, nos Volcões.” Figuei-redo, “XVIII. A voz dos animais”, p. 169.

(12)

glugluglar — (Júlio Ribeiro, A Carne) gorgolejar — (A. Moreno)

grasnar — grasnido do —

gru -gru do — (Dic. de A. Moreno)

grugrulhar — (A. Moreno; C. Neto, Inverno em Flor)

grugrulejar — (Camilo, A Corja, Vulcões de Lama; Dic. de A. Moreno; Dic. de C. de Figueiredo)

grugrurejar — (A. Moreno)

grugulhar — (A. Moreno; C. Neto, Inverno em Flor) grulhar — (in Raio de Sol, Agosto de 937)

grulhos do — (C. Neto, Fogo -Fátuo) […] Bufos do (Eça, A Capital)

Cacarejo da (Manual Prático do Galinheiro)

Cuf, cuf do (Ramada Curto, “O peru e as causas” in Diário de Lisboa de Set. de 1948)

Grur -Grus do (Sousa Costa, “Nós te coroamos“, in Janeiro de Set. de1950)18

Várias características deste dicionário encontram -se tipifi cadas na entrada citada, entre as quais as variações (e oscilações) ortográfi cas no registo dos verbos, o elevado número de fontes literárias ou a quase omnipresente pre-sença dos trabalhos de dicionarização de Augusto Moreno. Observa -se tam-bém que, da origem onomatopaica das formas verbais, se segue uma forte relação de paronímia e de quase homofonia entre elas (e.g., grugrulhar, gru-grulejar, grugrurejar, grugulhar ou gorgolejar); soma -se ainda um caricato cunho de trava -línguas que advém desse mesmo carácter onomatopaico (experimente -se, ao invés de dizer “grou… grou… grou…”, proferir rápida e repetidamente “grugrulhar”, “grugrulejar” ou “grugrurejar”). Isto mesmo é explicado por Lemos no seu texto introdutório:

Não se encontram fàcilmente as palavras de formação onomatopaica que re-presentam aquelas vozes; e, quando existem, tais imitações, não passam, na generalidade, de meras tentativas.* “Embora aproximadas e inexactamente como sempre acontece nas onomatopeias”, essas palavras, assim mesmo, constituem valiosos elementos para o escritor, a quem elas não acodem de pronto.

18 Lemos, Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias e Defi nições), pp. 87–88; Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias e Defi nições). Com uma Carta do Escritor e Etnógrafo Suíço Will A. Oesch. 1.° Suplemento. Lisboa: Edi-ção de Álvaro Pinto (‘Revista de Portugal’ ), 1950, p. 54.

(13)

Não conheço nenhum trabalho desenvolvido de que os fi ccionistas pos-sam lançar mão, quando pretendam fonografar o “jubileu cantante das aves” ou a linguagem de outros irracionais. […]

*[Nota do autor:] Neste ‘Pequeno Dicionárioʼ, além de onomatopeias, incluem--se as defi nições de vozes de animais dadas por diferentes autores — até para que melhor vinquemos um ponto importante das suas impressões visuais da contemplação da Natureza.19

Este é o trabalho mais sistemático e completo sobre este tópico de que há re-gisto. A sua repercussão, contudo, parece não ter sido signifi cativa: apenas o poema de Pedro Dinis continua a ser replicado em fóruns virtuais, e listas mais ou menos abreviadas das vozes de animais têm fi gurado nas nume-rosas edições do Prontuário Ortográfi co de Magnus Bergström e Neves Reis (ainda hoje em distribuição),20 entre outras obras do mesmo género que se

encontram disponíveis.21

Interessou -nos, nestas breves notas, dar conta de um aspecto porventura menos divulgado da língua portuguesa que foi alvo de estudos no fi nal do sé-culo XIX e na primeira metade do sésé-culo XX: as vozes dos animais. Suspeita-mos que o desconhecimento hodierno deste tópico se deve sobretudo às mu-danças ocorridas nas últimas décadas em Portugal: à medida que uma parte signifi cativa da população perdeu, ou está a perder, a ligação a ambientes rurais, perdeu -se também um léxico, um conjunto de palavras que servem para falar das realidades que rodeiam os falantes — e, por isso, perdeu -se a memória e o uso das vozes de animais e substituiu -se -lhes, entre outras, a língua das mudanças tecnológicas. A vetustez do assunto, contudo, não lhe retira o interesse, e é da maior importância que não se perca o registo de mais uma importante prova da imensa riqueza de recursos da língua por-tuguesa.

19 Lemos, Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias e Defi nições), p. 11.

20 Bergström, Magnus, e Neves Reis. “Vozes de Animais.” In Prontuário Ortográfi co e Guia da Língua Portuguesa. 7.ª edição. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidade, [1968], pp. 210–211. 21 Veja -se, entre outros, Estrela, Edite, Maria Almira Soares e Maria José Leitão. “Vozes de Animais.” In Saber Escrever Saber Falar. Um Guia Completo para Usar Corretamente a Lín-gua Portuguesa. 12.ª edição revista e atualizada. Alfragide: Dom Quixote, 2013, pp. 293–296 e Pinto, José M. de Castro. “Vozes dos Animais.” In Novo Prontuário Ortográfi co. Lisboa: Plá-tano Editora, 1998, p. 347.

(14)

Bibliografi a

Almanach Familiar para Portugal e Brazil. Publicado por Gualdino Valladares

e Au-gusto Valladares. 1.° Anno. Braga: Typ. de A. B. da Silva, 1868.

Bergström, Magnus, e Neves Reis. “Vozes de animais.” In Prontuário Ortográfi co e Guia

da Língua Portuguesa. 7.ª edição. Lisboa: Empresa Nacional de Publicidade, [1968],

pp. 210–211.

Estrela, Edite, Maria Almira Soares e Maria José Leitão. “Vozes de animais.” In Saber

Escrever Saber Falar. Um guia completo para usar corretamente a língua portuguesa.

12.ª ed. revista e atualizada. Alfragide: Dom Quixote, 2013, pp. 293–296.

Figueiredo, Candido de. “XVIII. A voz dos animais.” In Novas Refl exões sôbre a Língua

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Lemos, Júlio de. Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias

e Defi nições). Com uma Carta do Escritor e Filólogo Prof. Augusto Moreno. Lisboa:

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Lemos, Júlio de. Pequeno Dicionário Luso -Brasileiro de Vozes de Animais (Onomatopeias

e Defi nições). Com uma Carta do Escritor e Etnógrafo Suíço Will A. Oesch. 1.° Suple-mento. Lisboa: Edição de Álvaro Pinto (Revista de Portugal), 1950.

Leoni, Francisco Evaristo. Genio da Lingua Portugueza, ou Causas Racionaes

e Philologi-cas de Todas as Reformas e Derivações da Mesma Lingua, Comprovadas com Innume-raveis Exemplos Extrahidos dos Auctores Latinos e Vulgares. Tomo II. Lisboa:

Typo-graphia do Panorama, 1858.

Monteiro, Ana -Rosa. Onomatopeias da Cova -da -Beira. Extracto do Tomo 1–4 do vol. XXXVIII da Revista Lusitana. Porto: Imprensa Portuguesa, 1943.

Monteverde, Emilio Achilles. Methodo Facillimo para Aprender a Ler Tanto a Letra

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Pinto, José M. de Castro. “Vozes dos animais”. In Novo Prontuário Ortográfi co. Lisboa: Plátano Editora, 1998, p. 347.

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(15)

Castro, Tomás N. 2019. “Verbos que imitam sons: notas sobre as vozes dos animais.” In

Pensar o passado, compreender o presente, idealizar o futuro, eds. Šárka Grauová, Jan

Hricsina, Karolina Válová, 241-252. Praha: Filozofická fakulta Univerzity Karlovy. ISBN 9788073089542 / 9788073089559. Errata Uma vez que este capítulo foi «revisto» por falantes não-nativos que introduziram uma série de pequenos problemas no texto, considerando que os editores do volume ignoraram as alterações necessárias requeridas pelo autor nas provas tipográficas que este enviou, e constatando que a publicação do mesmo texto ocorreu sem o zelo desejado, vê-se o autor obrigado a sanar este dano com a presente errata que é apensa ao texto, pedindo-se ao caríssimo leitor que a tenha em consideração em quaisquer leituras e citações futuras.

Página Linha Onde se lê Deve ler-se

241 4 Universidade de Lisboa Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Centro de Filosofia 243 23 acões acções 245 nota 5 Methodo Facillimo para Aprender a Ler Tanto a Letra Redonda como a Manuscripta no Mais Curto Espaço de Tempo Possivel. 16.ª ed. Methodo facillimo para aprender a ler tanto a letra redonda como a manuscripta no mais curto espaço de tempo possivel. 16.ª edição. 245 nota 6 Almanach Familiar para Portugal e

Brazil. Almanach familiar para Portugal e Brazil.

246 1 Cancioneiro Alegre de Poetas

Portuguezes e Brazileiros Cancioneiro alegre de Poetas Portuguezes e Brazileiros

246 22 e, como tal, objecto de arte e, como tal[,] objecto de arte 246 nota 8 Genio da Lingua Portugueza, ou Causas Racionaes e Philologicas de Todas as Reformas e Derivações da Mesma Lingua, Comprovadas com Innumeraveis Exemplos Extrahidos dos Auctores Latinos e Vulgares. Genio da lingua portugueza, ou causas racionaes e philologicas de todas as reformas e derivações da mesma lingua, comprovadas com innumeraveis exemplos extrahidos dos auctores latinos e vulgares.

246 nota 8 Vol. III Terceiro Volume.

247 23 *[Nota:] Voz imitativa do som da

pancada que se dá no alto da cabeça.] *[Nota:] Voz imitativa do som da pancada que se dá no alto da cabeça.

247 nota 11 Leoni, Genio da Lingua Portugueza Leoni, Genio da lingua portugueza

249 a 250 33 a 17 PERU — PIRUM bufar — (A. Moreno) garrir — (A. Moreno) glu-glu do — (Dic. de A. Moreno; Dic. de C. de Figueiredo; ‘Dic.’ de Morais) glugluglar — (Júlio Ribeiro, A Carne) gorgolejar — (A. Moreno) grasnar — grasnido do — gru-gru do — (Dic. de A. Moreno) grugrulhar — (A. Moreno; C. Neto, Inverno em Flor) grugrulejar — (Camilo, A Corja, Vulcões de Lama; Dic. de A. Moreno; Dic. de C. de Figueiredo) PERU — PIRUM bufar — (A. Moreno) garrir — (A. Moreno) glu-glu do — (’Dic.’ de A. Moreno; ’Dic.’ de C. de Figueiredo; ’Dic.’ de Morais) glugluglar — (Júlio Ribeiro, ’A Carne’) gorgolejar — (A. Moreno) grasnar — grasnido do — gru-gru do — (’Dic.’ de A. Moreno) grugrulhar — (A. Moreno; C. Neto,

’Inverno em Flor’)

grugrulejar — (Camilo, ’A Corja’,

’Vulcões de Lama’; ’Dic.’ de A.

Moreno; ’Dic.’ de C. de Figueiredo)

(16)

grugrurejar — (A. Moreno) grugulhar — (A. Moreno; C. Neto, Inverno em Flor) grulhar — (in Raio de Sol, Agosto de 937) grulhos do — (C. Neto, Fogo-Fátuo) [...] Bufos do (Eça, A Capital) Cacarejo da (Manual Prático do Galinheiro) Cuf, cuf do (Ramada Curto, “O peru e as causas” in Diário de Lisboa de Set. de 1948) Grur-Grus do (Sousa Costa, “Nós te coroamos“, in Janeiro de Set. de1950) grugrurejar — (A. Moreno)

grugulhar — (A. Moreno; C. Neto,

’Inverno em Flor’)

grulhar — (in ’Raio de Sol’, Agosto de 937)

grulhos do — (C. Neto, ’Fogo-Fátuo’) [...] Bufos do (Eça, ‘A Capital’)

Cacarejo da (‘Manual Prático do

Galinheiro’)

Cuf, cuf do (Ramada Curto, O peru e as

causas in ‘Diário de Lisboa’ de

Set. de 1948)

Grur-Grus do (Sousa Costa, Nós te

coroamos, in ‘Janeiro’ de Set.

de 950)

249 nota 16 Edição da Revista de Portugal Edição da «Revista de Portugal»

251 nota 21 Um Guia Completo para Usar

Corretamente a Língua Portuguesa. Um guia completo para usar corretamente a língua portuguesa.

252 2 Almanach Familiar para Portugal e

Brazil. Almanach familiar para Portugal e Brazil.

252 15-16 “Vozes de animais e relações fónicas

do homem com êles”. “Vozes de Animais e Relações Fónicas do Homem com Êles”.

252 19-20 Edição da Revista de Portugal Edição da «Revista de Portugal» 252 22-23 Com uma Carta do Escritor e Etnógrafo Suíço Will A. Oesch. 1.° Suplemento. Lisboa: Edição de Álvaro Pinto (Revista de Portugal) Com uma Carta do Escritor e Etnógrafo Suíço Will A. Oesch. 1.° Suplemento. Lisboa: Edição de Álvaro Pinto (’Revista de Portugal’) 252 24-26 Genio da Lingua Portugueza, ou Causas Racionaes e Philologicas de Todas as Reformas e Derivações da Mesma Lingua, Comprovadas com Innumeraveis Exemplos Extrahidos dos Auctores Latinos e Vulgares. Genio da lingua portugueza, ou causas racionaes e philologicas de todas as reformas e derivações da mesma lingua, comprovadas com innumeraveis exemplos extrahidos dos auctores latinos e vulgares. 252 30-31 Methodo Facillimo para Aprender a Ler Tanto a Letra Re- donda como a Manuscripta no Mais Curto Espaço de Tempo Possivel. 16.ª ed. Methodo facillimo para aprender a ler tanto a letra redonda como a manuscripta no mais curto espaço de tempo possivel. 16.ª edição.

Referências

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