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Curso de Urgências e Emergências Ginecológicas. Violência Sexual

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Violência Sexual

Curso de Urgências e

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Violência Sexual

• Violência contra a Mulher:

• qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto privada

• Tipos de Violência : • Doméstica • Sexual • De gênero • Intrafamiliar • Física • Psicológica • Econômica • Institucional

WHO (World Health Organization).World report on violence and health.2012

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Violência Sexual

Até Julho de 2009

Código Penal Crimes contra a Liberdade Sexual

Art. 213 – Estupro

Art. 214 – Atentado Violento ao Pudor Art. 215 – Posse sexual Mediante Fraude

Art. 216 – Atentado ao Pudor mediante fraude Art. 216 A – Assédio Sexual

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Violência Sexual

• Estupro

( Lei Nº 12.015, de 7 de agosto de 2009)

 Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

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Violência Sexual

Lei Maria da Penha Lei nº 11.340 de 7/08/2006

coíbe a violência doméstica e familiar

contra a mulher

Maria da Penha é o símbolo da luta contra a violência doméstica e sexual no Brasil

1983, por duas vezes, seu marido tentou assassiná-la (na 1ª vez por arma de fogo e na 2ª vez por eletrocussão e

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VIOLÊNCIA SEXUAL

• Pesquisa do IPEA de set/2013 sobre a Lei Maria da Penha: – não teve impacto no número de assassinatos de

mulheres decorrentes de conflitos de gênero no Brasil. – O instituto estima que cerca de 50 mil homicídios

motivados por questões relacionadas ao gênero

ocorreram entre 2001 e 2011 – ou seja, mais de 5.000 mortes por ano, ou uma a cada uma hora e meia

• 40% dos homicídios de mulheres são cometidos por parceiro íntimo

– 09/11/2015:

o "efeito Maria da Penha" reduziu as taxas de mortalidade em apenas cinco Estados brasileiros (Rio de Janeiro, Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco e São Paulo), enquanto as unidades de federação restantes cresceram em ritmos variados.

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VIOLÊNCIA SEXUAL

• Criação do Capítulo:

– Dos Crimes Contra Vulnerável

• Art. 217-A Prevê Estupro de Vulnerável

• Art. 218 – Induzimento de menor de 14 anos a

satisfazer a lascívia de outrem

• Art. 218A – Satisfação de lascívia mediante a

presença de criança ou adolescente

• Art. 218B – Favorecimento da protituição ou outra

forma de exploração sexual de vulnerável.

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VIOLÊNCIA SEXUAL

Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os

dados da Saúde - IPEA março-2014

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• Outros tipos de Violência:

– Violência pelo parceiro ou parceira íntimo (a)

• Agressão física

• Intimidação e humilhação

• Sexo a força ou por coerção ou outro tipo de atividade sexual

• Comportamento controlador

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18 anos: a idade mais perigosa para mulheres no Brasil 9 NOV 2015

Enquanto quase metade dos homicídios masculinos ocorre na rua (48,2%) e apenas 10% no domicílio, entre as mulheres a proporção é assustadoramente mais equilibrada: 31,2% ocorre na rua e 27,1%, no domicilio. Os números mais

recentes mostram que morrem 66,7% mais mulheres negras do que brancas no Brasil.

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• Principais causas de mortes entre

mulheres:

– Problemas cardiovasculares

– Complicações da gravidez, parto e pós-parto

– Câncer (mama, pulmão, colo do útero, pele)

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(13)

Como documentar os Atendimentos

de Urgência de Violência Sexual

Violência

Sexual

Atendimento

de Urgência

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Violência Sexual

Delegacia de Polícia:

• Boletim de Ocorrência Policial

• A denúncia é o que instaura o Inquérito Policial, que pode culminar na responsabilização do agressor

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Violência Sexual

• IML/Hospital de Referência

– Exame pericial indireto

• Coleta de material biológico para sua utilização como prova nos processos criminais favorecendo, assim, a responsabilização dos agressores

• Rede de custódia

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Violência Sexual

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Violência Sexual

Obrigatoriedade do Atendimento:

A recusa ao atendimento é caracterizada como omissão de socorro de acordo com o Art.13 & 2° Código Penal.

• A exigência de apresentação de Boletim de Ocorrência e laudo IML para atendimento é ilegal.

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Violência Sexual

 Documentação do Atendimento:

Ficha de Notificação Compulsória

Prontuário Médico

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Violência Sexual

 Prontuário Médico:

 história clínica  exame físico:

 estado geral e sinais vitais

 inspeção dos membros, face, couro cabeludo, pescoço, troncos, mama, abdome, perna, face interna das coxas, nádegas

 exame ginecológico e anal

 descrição das lesões ou achados suspeitos  propedêutica instituída

 profilaxia

 tratamentos e prescrição

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Violência Sexual

Prontuário Médico:

 a maioria das vítimas não apresenta lesões (escoriações, mordidas, queimaduras, arranhaduras, equimoses,

hematomas)

 não significa que não houve violência

 quando há lesão o prontuário deve conter sua descrição e localização

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Himen íntegro Adulta

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Himen íntegro Menina 6 anos

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(28)

Ruptura as 7 horas Equimose as 3 horas

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Normal

Meninas de 9 anos com laceração recente

Introito Pré-puberal normal

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Corpo estranho

Úlcera infecciosa não DST em menina 4 anos

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Hematoma após agressão sexual

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Condiloma em menino de 9 anos

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Violência Sexual

 Documentar a confirmação da gravidez

decorrente da violência sexual

 cálculo da idade gestacional x correlação com a

ocorrência do ato

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Anticoncepção de emergência

– Indicação: todas pacientes expostas a gravidez por contato certo ou duvidoso com sêmen

– Período: até 5 dias após o crime sexual

– Esquemas (via oral ou vaginal):

• Levonorgestrel : 2 cp VO em dose única ou 1 cp VO de 12/12h

• Anticoncepcional oral combinado: 4 cp VO (contra-indicado quando for usado o retroviral nelfinavir ou ritonavir, e nos casos de AVC e tromboembolismo)

– 4 cp VO em dose única ou 2 cp VO de 12/12h

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

(35)

Prevenção de DST’s não virais

– Período: até 5 dias após o crime sexual. Pode ser postergarda em casos excepcionais.

PENICILINA G BENZATINA 2,4 milhões UI IM dose única

• Profilaxia da sífilis (1,2 milhões UI em cada nádega)

CEFTRIAXONA 250MG IM dose única ou Ciprofloxacino 500 mg VO em dose única

• Profilaxia da gonorréia

AZITROMICINA 1g VO dose única

• Profilaxia da clamidia e do cancro mole

METRONIDAZOL 2g VO dose única

• Profilaxia da tricomoníase

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

(36)

Exposição ao Material Biológico de Risco

– Risco na exposição não sexual: HIV (0,3%),

HCV (3,0%), HBV (30%)

– Profilaxia anti-HIV: eficaz em até 72h

– Profilaxia anti-HBV: eficaz em até 7 dias

– Idealmente nas primeiras horas

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Tipo de Material Biológico

Com risco de transmissão do HIV Sem risco de transmissão do HIV*

• Sangue e outros

materiais contendo

sangue

• Sêmen

• Fluidos vaginais

• Líquidos de serosas

(peritoneal, pleural,

pericárdico

• Suor

• Lágrima

• Fezes

• Urina

• Vômito

• Secreções nasais

• Saliva (exceto em

ambientes odontógicos)

*Presença de sangue: potencialmente infectantes

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Prevenção de infecção pelo HIV

Esquema para mulheres ou adolescentes > 45kg

:

Tenofovir 300mg + lamivudina 300mg 1 comprimido 1x ao dia

+

Atazanavir 300mg 1 comprimido 1x ao dia

+

Ritonavir 100mg 1 comprimido 1x ao dia

• Duração: 28 dias (7 + 21)

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Prevenção de DST’s virais

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Prevenção de infecção pelo HIV

Indicação: casos de penetração anal/vaginal com

ou sem coito oral.

Período:

até 72 horas após o crime sexual

.

Contra-indicado se for usado preservativo

masculino ou feminino durante o crime sexual ou

se for feito o teste rápido anti-HIV no agressor com

resultado negativo.

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Prevenção de infecção pelo HIV

– Procurar facilitar a adesão ao tratamento pois é proporcional a efetividade

– Lembrar de interações medicamentosas com tuberculostáticos, hipnóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes.

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Prevenção de Hepatite B

– Indicação: casos de violência com exposição ao sêmen, sangue ou outros fluidos corporais do agressor.

– Período: até 14 dias após o crime sexual

– Contra-indicada em mulheres e crianças imunizadas corretamente – Esquema em mulheres, gestantes e crianças não imunizadas ou que

desconhecem o status vacinal:

• Aplicar a 1ª dose da vacina, IM, no deltóide, ou completar a dose que falta.

• No caso de aplicar a 1ª dose, orientar receber a 2ª dose com 1 mês, e a 3ª dose com 6 meses depois.

• Dose única da Imunoglobulina humana anti-hepatite B, IM, 0,06ml/kg.

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Profilaxia do Tétano

– Indicação: casos de lesões pérfuro-cortantes

– Período: até 72 h após a lesão . Geralmente é realizada no Posto de Saúde com prescrição realizada no atendimento médico.

– Indicação para uso da Vacina anti-tetânica, com qualquer tipo de ferimento:

• História incerta de vacinação contra tétano ou vacinação com doses incompletas

• Quando a última dose da vacina foi há mais de 10 anos

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Situações especiais:

• Violência sexual cometida pelo agressor do mesmo gênero

– Quais profilaxias???? – Seguimento igual

– Atendimento e acolhimento igual

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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• Violência sexual cometida pelo agressor do mesmo gênero (mulher/mulher)

– colher as sorologias dessas pacientes da mesma forma que de outras vítimas

– considerar o risco de Tricomoníase que é comum nas práticas dedo-vagina e dedo-ânus e tomar a decisão compartilhada na prescrição de metronidazol de 2 g

– quanto ao vírus do HIV, o CDC cita alguns estudos em que o risco de transmissão entre casais homossexuais femininos é muito raro. Então considerar risco e benefício na

prescrição do retroviral

– quanto a Clamídia, o CDC orienta o rastreio entre homossexuais femininas e considerar o tratamento da gonorreia também

– a transmissão de sífilis pelo sexo oral é rara mas já foi constatada. Mas seu risco é muito pequeno. A principio não recomendaria o tratamento e aguardaria a sorologia

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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ABORTO

Ato Portaria No 1.508 /GM, de 01 de setembro de 2005

Dispõe sobre o Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez nos casos previstos em lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS

De acordo com o art 128, inciso II do Código Penal, o abortamento

é permitido quando a gravidez resulta de estupro, crime tipificado no art 213 do Código Penal.

Nesse caso exige-se o consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

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ABORTO

A legislação brasileira considera o aborto legal em casos em que houver risco de vida para a mãe, quando o feto for anencéfalo ou quando a gravidez for resultante de um estupro.

RETROCESSO

Projeto de lei 5.069 – que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 10/2015 e ainda será votado em plenário:

▫ a mulher será obrigada antes a comparecer a uma delegacia para registrar ocorrência e se submeter a um exame de corpo de delito para comprovar o abuso

▫ o projeto também torna crime induzir uma pessoa a abortar ou prestar qualquer auxílio nesse sentido, exceto nos casos de aborto legal.

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Gravidez Decorrente da Violência Sexual Objeção de Consciência

“Assim, é garantido ao médico(a) a objeção de consciência e o direito de recusa em realizar o abortamento em casos de gravidez resultante de violência sexual. No entanto, é dever do(a) médico(a) informar à mulher sobre seus direitos e, no caso de objeção de consciência, deve garantir a atenção ao abortamento por outro(a) profissional da instituição ou de outro serviço. Não se pode negar o pronto atendimento à mulher em qualquer caso de abortamento, afastando-se, assim, situações de negligência, omissão ou postergação de conduta que viole a lei, o código de ética profissional, e os direitos humanos das mulheres.”

“É dever do Estado e dos gestores de saúde manter nos hospitais públicos profissionais que não manifestem objeção de consciência e que realizem o abortamento previsto por lei. Caso a mulher venha sofrer prejuízo de ordem moral, física ou psíquica, em decorrência da omissão, poderá recorrer a responsabilização pessoal e/ou institucional.”

Norma Técnica de Atendimento às

Vítimas de Violência Sexual

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Norma Técnica de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

Gravidez Decorrente da Violência Sexual

-Consentimento por escrito se maior de 18 anos

-Entre 16 e 18 anos, a adolescente deve ser assistida pelos pais ou pelo representante legal, que se

manifestam com ela.

-Se a adolescente ou criança tem idade menor que 16 anos, deve ser representada pelos pais ou por

seu representante legal, que se manifestam por ela.

- O consentimento do(a) representante legal também é necessário se a mulher, por qualquer razão, não tiver condição de discernimento e expressão de sua vontade, a exemplo das deficientes mentais

- sempre que a mulher ou adolescente tiver condições de discernimento e de expressão de sua vontade, deverá também consentir. Tambémdeverá ser respeitada a sua vontade se não consentir com o abortamento, que não deverá ser praticado, ainda que os seus representantes legais assim o queiram.

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Norma Técnica de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

Gravidez Decorrente da Violência Sexual - Procedimentos

- Determinação da idade Gestacional

- História clínica e exame físico - Gestação até 12 semanas:

- aspiração intra-uterina (manual ou a vácuo) - curetagem uterina

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Norma Técnica de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

Gravidez Decorrente da Violência Sexual - Procedimentos

- Gestação maior de 12 semanas e até 20 semanas:

- Misoprostol 200μg via vaginal a cada 12 horas, durante 48 horas. O tratamento pode ser repetido após intervalo de três a cinco dias, em caso de insucesso.

- A aspiração intra-uterina e a curetagem não são recomendadas como métodos de interrupção de gestações com mais de 12 semanas.

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-Norma Técnica de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

Gravidez Decorrente da Violência Sexual - Procedimentos

- Gestação maior de 22 semanas:

- Não se recomenda a interrupção da gravidez após 20-22 semanas de idade gestacional pelos riscos maternos .

- A mulher deve ser informada da impossibilidade de atender a solicitação e aconselhada ao acompanhamento pré-natal especializado, facilitando-se o acesso aos procedimentos de adoção, se assim o desejar.

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Acompanhamento Ambulatorial - 6 meses Consultas bimestrais Controle laboratorial Contracepção Intercorrências clínicas/psicológicas

Norma Técnica de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

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Anti-HCV ---Anti-HCV Anti-HBc IgM ---Anti-HBc IgM HbsAg ---HbsAg ---VDRL VDRL ---VDRL HIV HIV HIV ---HIV ---TGO e TGP TGO e TGP ---Plaquetas Plaquetas ---Hemograma Hemograma 6 meses 3 meses 6 semanas 2 semanas 1º. Atendimento

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Referências

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