• Nenhum resultado encontrado

Resposta Brasileira à Crise Financeira Externa

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Resposta Brasileira à Crise Financeira Externa"

Copied!
25
0
0

Texto

(1)

Resposta Brasileira à Crise

Financeira Externa

Yoshiaki Nakano

Escola de Economia de São Paulo da

Fundação Getulio Vergas

(2)

Resposta brasileira à crise

financeira exterma

I. Será que a crise financeira iniciada nos Estados

Unidos, por contágio, vai novamente

desencadear uma crise de balanço de

pagamentos?

II. Depois de 25 anos de semi-estagnação o Brasil

voltou a crescer nos últimos quatro anos, com

crescimento baseado no mercado interno e

recuperação de investimentos em resposta a

deslocamentos de expectativas de longo prazo.

Será que estamos constituindo um novo modelo

de crescimento para o novo contexto global

pós-crise?

(3)

Crise financeira internacional

• A atual crise financeira iniciada com o fim da bolha imobiliária

nos Estados Unidos tornou-se sistêmica e já é considerada o estouro da “maior bolha de crédito da história”.

• Está provocando um gigantesca contração de crédito e

elevação da taxa real de juros internacional que já chegou ao Brasil com queda generalizada no preços dos ativos

financeiros.

• A crise será duradoura com desdobramentos ainda

imprevisíveis.

• Vai desencadear recessão na Europa, Japão e nos Estados

Unidos que poderá ser prolongada e deslocar o pólo de

crescimento da economia mundial para China e Leste da Ásia.

• Representará o fim de um longo ciclo de crescimento centrado

nos Estados Unidos e alavancado pela forte expansão de crédito.

• É provável que a era de superabundância de liquidez e baixa

taxa real de juros de longo prazo dos últimos 15/20 anos tenha chegado ao fim.

(4)

Riscos de Crise de Balanço de

Pagamentos

1998

2008

Taxa de câmbio Apreciada e regime fixo

Apreciada, regime administrado com banda aleatória móvel.

Déficit nas transações correntes

3,5% do PIB 2,51 % do PIB (Jan-Jun 2008)

Dívida externa 28,6% do PIB 18,3% do PIB

Reservas cambiais/M2 0, 25 0,35 Reservas/Dívida de curto prazo 0,5 326,5 Serviço da dívida externa/Exportações 126,5% 22,5%

(5)

Riscos de Crise de Balanço de

Pagamentos

1998

2008

Déficit público 7,9% do PIB 2,2% do PIB

Política fiscal Expansionista, com dívida pública crescente Expansionista, com dívida pública decrescente Exposição das empresas privadas em dólar 28,8% do exigível total em 12/2000 9,7% do exigível total em 12/2006 Financiamento via mercado de capitais 9,5% do exigível total em 12/2000 29,3% do exigível total em 12/2006 Risco-Brasil - EMBI 1200 em 12/1998 220 em 12/2007

(6)

Riscos de Crise de Balanço de

Pagamentos

1998

2008

Ciclo Preço de Commodities Pico em 1997, em declínio Pico em Julho, em declínio, mas nível muito mais elevado

Exportações 6,1% do PIB 12,2% do PIB

Inflação Medo de explosão com desvalorização

do real

Em declínio e sob controle

PIB do Brasil % 0,0% 5,4%

PIB Mundial Crescimento rápido Desaceleração

Vulnerabilidade Externa do Brasil

Extremamente elevada

(7)

TAXA REAL DE CAMBIO (2000 = 100) E SALDO EM TRANSAÇOES CORRENTES (% PIB) 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 1T 08 2T -8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0

(8)

Saldo de Transações Correntes % PIB -2,8 -3,5 -4,0 -3,8 -4,2 -1,5 0,8 1,3 0,1 -2,5 -0,2 -0,3 1,6 1,8 -4,3 -2,4 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

(9)

Dívida Externa % PIB 28,6 40,8 42,5 21,3 18,6 18,3 45,1 36,6 33,2 41,2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

(10)

Reservas Internacionais % M2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 1 9 9 8 .0 1 1 9 9 8 .0 8 1 9 9 9 .0 3 1 9 9 9 .1 0 2 0 0 0 .0 5 2 0 0 0 .1 2 2 0 0 1 .0 7 2 0 0 2 .0 2 2 0 0 2 .0 9 2 0 0 3 .0 4 2 0 0 3 .1 1 2 0 0 4 .0 6 2 0 0 5 .0 1 2 0 0 5 .0 8 2 0 0 6 .0 3 2 0 0 6 .1 0 2 0 0 7 .0 5 2 0 0 7 .1 2 2 0 0 8 .0 7

(11)

Necessidade de Financiamento do Setor Público (% PIB)* 7,9 4,8 9,4 3,3 2,8 2,9 2,2 10,0 2,3 4,5 0 2 4 6 8 10 12 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

(12)

Dívida Total Setor Público - Líquida % PIB 30 35 40 45 50 55 60 1 9 9 8 .0 1 1 9 9 8 .0 9 1 9 9 9 .0 5 2 0 0 0 .0 1 2 0 0 0 .0 9 2 0 0 1 .0 5 2 0 0 2 .0 1 2 0 0 2 .0 9 2 0 0 3 .0 5 2 0 0 4 .0 1 2 0 0 4 .0 9 2 0 0 5 .0 5 2 0 0 6 .0 1 2 0 0 6 .0 9 2 0 0 7 .0 5 2 0 0 8 .0 1

(13)

CRB Spot Index (1967=100) (monthly close) January 1947 - August 2008

50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 1947 1951 1955 1959 1963 1967 1971 1975 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 2007

© Com m odity Research Bureau Index Value

(14)

Exportações (FOB) % PIB 6,1 10,5 12,0 13,2 13,4 12,2 12,9 8,2 14,5 8,5 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

(15)

Conclusões

• A probabilidade de uma crise de balanço de pagamentos no

curto prazo, com parada súbita de fluxo de capitais, é pequena.

• Se déficit nas transações correntes persistir e preços das

commodities continuar caindo, existe grande probabilidade de crise no médio prazo.

• Se depreciação cambial persistir suficientemente e reverter o

déficit nas transações correntes, o crescimento econômico poderá se sustentar por longo prazo, se for acompanhado de mudanças e for adotada uma seqüência consistente de medidas de política fiscal e monetária.

• Mas com a depreciação do real, o Banco Central poderá elevar

(16)

5° Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas

Resposta brasileira: novo

modelo de crescimento ?

• Depois de 25 anos de semi-estagnação, o Brasil vem

crescendo a taxa média de 4,5% a.a. nos últimos 4 anos e

com grande chance de entrar numa trajetória sustentada.

• A recuperação da economia iniciada em meados de 2003

com expansão das exportações, com forte melhora nos

termos de troca, desencadeou internamente a criação de

um mecanismo dinâmico de geração de emprego,

ampliação da folha de salário real, com aumento de

produtividade e crescimento baseado na ampliação do

mercado interno.

• Assim, os investimentos vem aumentando com

significativa recuperação nos lucros das empresas e

manutenção do custo unitário de trabalho.

(17)

Resposta brasileira: novo

modelo de crescimento ?

• O aumento do salário mínimo e expansão do crédito

foram decisões de política que deram um forte

impulso a este processo.

• A classe C em incorporação ao mercado de

consumo representa quase 90 milhões de pessoas.

• Será que constituímos um novo modelo de

crescimento centrado na expansão sustentada do

mercado interno baseado na dinâmica do consumo

de massa?

(18)

Dinâmica do novo modelo de

crescimento

• A dinâmica de mercado de consumo de massa está

baseada na constituição de um círculo virtuoso no

qual a ampliação dos investimentos em capital físico

se faz com a geração de novos empregos e

aproximação sucessiva da fronteira tecnológica. Isto

envolve aprendizagem e desenvolvimento da

capacidade inovação dos empresários e qualificação

dos trabalhadores para sustentar o aumento da

produtividade cujos ganhos devem distribuídos para

os salários. Assim, a ampliação do tamanho do

mercado e ganhos de escala aumentam também os

lucros que, por sua vez, realimentam os

(19)

Alguns deslocamentos na economia

brasileira que sustentam o modelo

Alguns fatos estão provocando deslocamentos nas expectativas de longo prazo e na percepção dos agentes econômicos e políticos:

O sucesso da estratégia de crescimento chinesa, indiana e outros

países do leste da Ásia provocou um choque nos termos de troca com forte aumento do preço de alimentos, metais, aço e petróleo.

O fim do consenso de Washington esta redefinindo o papel do estado

no desenvolvimento.

Estes deslocamentos nas expectativas de lucratividade a longo prazo,

estão atraindo investimentos em setores como agronegócios, etanol, petróleo, minérios de ferro, aço, ferrovia, portos.

Além disso, temos um deslocamento inesperado com a descoberta do

pré-sal, com a possibilidade de implantar um grande complexo tecnológico e industrial voltado a extração do petróleo.

Portanto, existem oportunidades reais para que a taxa de investimento

aumente persistentemente para 25% do PIB e termos um crescimento acelerado e sustentado .

(20)

Os desafios para consolidar o

modelo

• Para que o circulo virtuoso se perpetue é necessário:

– Completar e consolidar a revolução do mercado de capitais – Ampliar a integração comercial ao mercado global

– Aperfeiçoar o regime de câmbio administrado com banda

aleatória e móvel de forma a evitar a apreciação excessiva do real.

• Resolver a questão distributiva do pré-sal.

• Aumentar a poupança públicaa e Montar uma nova

estrutura pública, fora da burocracia, para ter

capacidade de planejamento, conhecimento

tecnológico, gestão e execução de projetos de

infra-estrutura e novo complexo industrial do setor de

(21)

POUPANÇA, INVESTIMENTO E TAXA REAL DE CÂMBIO -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 19701971197219731974197519761977197819791980198119821983198419851986198719881989199019911992199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007 2008 T2 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250

(22)

CUSTO UNITÁRIO DO TRABALHO NA INDÚSTRIA MÉDIA 12 MESES DEFLATOR: INPC 60 80 100 120 140 160 180 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 jul/08

(23)

Elaboração: FIESP

Média de Rentabilidade das Empresas

4,92 13,88 12,88 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1°Período(1995 - 2001) R$/US$ 1,45 2°Período (2002 - 2004) R$/US$ 2,98 3°Período (2005 - 2007) R$/US$ 2,19

(24)

Efeito do Câmbio no Índice de Endividamento Médio e da Margem Bruta Média da Economia Brasileira 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 mar /95 ju n /95 set/ 95 d ez /95 mar /96 ju n /96 set/ 96 d ez /96 mar /97 ju n /97 set/ 97 d ez /97 mar /98 ju n /98 set/ 98 d ez /98 mar /99 ju n /99 set/ 99 d ez /99 mar /00 ju n /00 set/ 00 d ez /00 mar /01 ju n /01 set/ 01 d ez /01 mar /02 ju n /02 set/ 02 d ez /02 mar /03 ju n /03 set/ 03 d ez /03 mar /04 ju n /04 set/ 04 d ez /04 mar /05 ju n /05 set/ 05 d ez /05 mar /06 ju n /06 set/ 06 d ez /06 mar /07 ju n /07 set/ 07 d ez /07 Ín d ice d e En d ivi d amen to / T axa de C âmb io 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 M ar g em B ru ta M éd ia %

Índice de Endividamento Médio Taxa de Câmbio Margem Bruta Média Elaboração: FIESP

(25)

Crescimento do PIB (Real %) 0,0 1,3 2,7 1,1 3,8 5,4 3,2 4,3 5,7 0,3 0 1 2 3 4 5 6 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 4,5

Referências

Documentos relacionados

submetidos a procedimentos obstétricos na clínica cirúrgica de cães e gatos do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa, no período de 11 de maio a 11 de novembro de

• O aluno que não for aprovado na prova final, deverá fazer a recuperação final com conteúdo relacionado à matéria do 2º semestre, onde todas as

Média dos valores de número de nódulos (NN), massa de matéria seca de nódulos (MSN) e de parte aérea (MSPA), eficiência relativa (ER), teor (TNPA) e acúmulo (ANPA) de nitrogênio

Visita da delegação da Comissão LIBE do PE ao Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (GEAA) em La Valeta, Malta, de 29 a 30 de outubro de 2013 A visita da delegação da

Na minha opinião o veiculo mais importante para a divulgação da veiculo mais importante para a divulgação da marca a Ocidente marca a Ocidente foi mesmo o MIUI, visto que esta

USO DO DESENHO PROJETIVO DA AUTOIMAGEM COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE MULHERES TOXICÔMANAS VÍTIMAS..

Pode-se perceber que a COTRISOJA, como uma organização que está inserida em uma comunidade e dependente desta para a concretização de seus objetivos não foge de

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção