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Teor e qualidade do óleo essencial de hortelã-japonesa cultivada em hidroponia com diferentes concentrações de potássio.

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Teor e qualidade do óleo essencial de hortelã-japonesa cultivada em

hidroponia com diferentes concentrações de potássio.

Tânea Maria Bisognin Garlet1, Osmar Souza dos Santos2, Sandro Luis Peter Medeiros2, Miriam Anders Apel3, Ademir Farias Morel4, Euclésio Simionatto4, Andrieli Hedlund Bandeira5 .

1Aluna de Pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM,

97105-900 - Santa Maria, RS; 2Eng. Agrônomo, Professor do Depto. de Fitotecnia da UFSM;

3Pesquisadora do Depto. de Farmácia, UFRGS; 4Pesquisador do Depto. de Química, UFSM; 5Acadêmica do Curso de Agronomia, UFSM. E-mail: taneagarlet@unicruz.edu.br

RESUMO

O cultivo sem solo de espécies aromáticas vem despertando interesse como uma forma econômica de produzir material vegetal de alta qualidade e produtividade. Objetivou-se verificar a produção de fitomassa de folhas, o teor de óleo essencial e a sua composição química em Mentha arvensis L., cultivada em diferentes concentrações de potássio nas soluções hidropônicas, em NFT. A dose estimada de K para ótimo rendimento de folhas frescas corresponde a 412,8 mg L-1. O teor de óleo essencial aumentou com o acréscimo de K na solução hidropônica, isso pode estar relacionado com estresse osmótico, devido ao excesso de aplicação de KCl no meio. No entanto, verifica-se maior rendimento de óleo essencial em g planta-1 na solução de 552 mg L-1 de K. A concentração de mentol no óleo é maior nas plantas submetidas à maior dose de K, ocorrendo o contrário com alfa-pineno, beta-pineno, limoneno, mentona e acetato de mentila. Assim, quando o objetivo do produtor for conseguir plantas com elevado teor de mentol, então as soluções mais concentradas em K são as indicadas. Entretanto, aumentos nas concentrações desse nutriente podem levar à diminuição na produtividade de fitomassa de folhas.

Palavras-chave: Mentha arvensis L., KCl, óleo volátil, planta medicinal. ABSTRACT

Essential oil content and quality of japanese mint cultivated under hudropony with different potassium concentrations

The cultivation without soil of aromatic species is nowadays calling the attention of mint growers as an economic way of producing vegetable material of high quality and with higher productivity. This research work aimed to check leaf phytomass production, the content of essential oil and its chemical composition in Mentha arvensis L. cultivated in different potassium (K) concentrations in hydroponic solutions, in NFT. The estimated dosage of K for

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excellent fresh leaves yield corresponds to 412,8 mg L-1. The content of essential oil increased with the addition of K in the hydroponic solution, and this may be related to the osmotic stress, due to the excess of KCl application in the solution. However, it is observed a greater essential oil yield in g plant-1 in the solution with 552 mg L-1 of K. Menthol concentration in the oil is higher in the plants submitted to a higher K dosage, the reverse being observed for alpha-pineno, betha-pineno, limonene, menthona and menthyl acetate. Thus, when the main goal of the farmer is to grow plants with higher menthol content, the more concentrated K solutions are indicated. However, increases in the concentrations of this nutrient may cause a decrease in the productivity of leaf phytomass.

Keywords: Mentha arvensis , KCl, volatile oil, medicinal plant. INTRODUÇÃO

As plantas aromáticas produzem metabólitos secundários que parecem não exercer função direta no crescimento e desenvolvimento, mas servem como proteção contra a herbivoria. Esses metabólitos presentes em tricomas glandulares e cavidades secretoras de folhas, caules e flores correspondem a óleos essenciais que são uma mistura complexa de diversos componentes derivados do ácido mevalônico, sendo denominados isoprenos ou terpenos (Croteau et al., 2000). Mentha arvensis L., a conhecida hortelã-japonesa da família Lamiaceae, produz óleo essencial rico em mentol, usado na indústria farmacêutica, alimentícia e do tabaco.

O cultivo sem solo de espécies aromáticas vem despertando interesse como forma econômica de produzir material vegetal de alta qualidade e produtividade. Mairapetyan (1999) afirma que plantas aromáticas cultivadas em sistema hidropônico apresentam elevada produtividade, com três a seis vezes mais óleo essencial por planta do que em sistemas convencionais de cultivo. O ambiente favorável das estufas aliado à nutrição eficiente das plantas permite crescimento mais rápido, encurtando o ciclo produtivo e aumentando a produtividade (Santos, 2000). O manejo dos nutrientes é fundamental para o balanço entre crescimento e produção de óleo essencial em Mentha (Brown et al., 2003).

Objetivou-se, neste trabalho, verificar a produção de fitomassa de folhas, o teor de óleo essencial e a sua composição química em Mentha arvensis L., cultivada em diferentes concentrações de potássio (K) nas soluções hidropônicas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido, nos meses de outubro a dezembro de 2004, na Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS, no Núcleo de Pesquisas em Ecofisiologia

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e Hidroponia (NUPECH), utilizando-se a técnica do fluxo laminar de nutrientes (NFT). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco repetições. Foram estudadas quatro concentrações de K (tratamentos) na solução nutritiva (276, 414, 552 e 690 mg L-1). A solução nutritiva padrão de K (276 mg L-1) foi calculada a partir de dados obtidos com M. arvensis por Paulus et al. (2004), sendo que para variação da dose de K acrescentou-se KCl. O espaçamento dentro dos canais de cultivo foi de 0,25 m e entre os canais foi de 0,40 m, correspondendo à densidade de 10 plantas m-2. Realizou-se a colheita das plantas aos 62 dias de após o plantio, em dezembro de 2004, quando as plantas estavam em início de floração, para melhor aproveitamento do óleo essencial. As folhas foram retiradas e pesadas para determinação de fitomassa fresca, sendo após acondicionadas em sacos plásticos e mantidas em freezer até o momento da extração do óleo em aparelho de Clevenger. Para o teor de óleo essencial utilizaram-se quatro repetições de 100 g de folhas. As análises de constituição química do óleo essencial foram conduzidas em Cromatógrafo Gasoso acoplado a Espectrômetro de Massa (CG-EM Shimadzu, QP-5000), da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. A identificação dos constituintes foi efetuada por comparação de seus respectivos espectros de massas e índices de retenção com amostras autênticas e dados obtidos na literatura (ADAMS, 2001) ou ainda por comparação com espectros de massas registrados em banco de dados como NIST 62 e NIST 12 (National Institute of Standars and Technology). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e interpretados por meio de análise de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observando-se os dados apresentados na Tabela 1, verifica-se que as concentrações de K influenciaram significativamente a fitomassa fresca de folhas e o teor de óleo essencial de Mentha arvensis (P<0,01). A dose estimada de K para máxima produtividade de folhas frescas corresponde a 412,8 mg L-1. O teor de óleo essencial aumentou com o acréscimo de K na solução hidropônica, isso pode estar relacionado com estresse osmótico, devido ao excesso de aplicação de KCl no meio. De acordo com Tuomi et al. (1991) apud Maia (1998) a concentração de metabólitos secundários utilizados para defesa do vegetal tende a apresentar concentração inversa às taxas de crescimento, fato confirmado neste trabalho, uma vez que na dose de K de 690 mg L-1 houve redução no rendimento de fitomassa fresca de folhas, no entanto o rendimento de óleo essencial em g planta-1 foi maior na solução com 552 mg L-1 de K.

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Tabela 1. Rendimento de fitomassa fresca de folhas estimada pela equação de regressão:

y = 134,34 + 0,3839x – 0,000465x2 (R2=0,8739**), teor de óleo essencial estimado pela

equação de regressão: y = 0,6030 + 0,000676x (R2=0,9400**) e óleo essencial em g planta-1 de Mentha arvensis L. cultivada em diferentes concentrações de K na solução hidropônica.

Óleo essencial Concentração de K (mg L-1) Fitomassa fresca

(g planta –1) Teor (%) g planta -1 276 204,85 0,79 1,62 414 213,51 0,88 1,88 552 204,45 0,98 2,00 690 177,67 1,07 1,90 Coeficiente de variação (%) 7,32 9,61

A destilação das folhas de Mentha arvensis resultou em óleos essenciais com composições apresentadas na Tabela 2, onde se observa a predominância de mentol em todos os tratamentos, o que justifica o forte odor dessas plantas que apresentam ação refrescante.

Tabela 2. Composição do óleo essencial (%), obtida em CG-EM, de Mentha arvensis L.

cultivada em solução nutritiva com diferentes concentrações de potássio, colhida aos 62 dias após o plantio. 1TR= tempo de retenção médio. 2IK= Índice de Kovats.

Concentração de K (mg L-1) 1TR (min.) 2IK Componente (%) 276 414 552 690 Média Alfa-pineno* 0,43 0,37 0,23 0,17 0,30 5,182 930 Sabinenons 0,23 0,37 0,20 0,23 0,26 5,804 961 Beta-pineno* 0,57 0,40 0,27 0,23 0,37 5,869 964 Mircenons 0,33 0,30 0,33 0,40 0,34 6,041 980 Limoneno* 2,30 1,77 1,27 1,00 1,58 6,638 1019 1,8-cineolns 0,13 0,10 0,13 0,10 0,12 6,679 1024 Linalolns 0,13 0,23 0,17 0,13 0,17 7,609 1093 Mentona** 26,47 23,93 19,97 13,83 21,05 8,384 1151 Iso-mentonans 5,90 6,40 5,67 5,80 5,94 8,491 1157 Mentol* 57,13 60,20 65,30 71,20 63,46 8,685 1182 Alfa-terpineolns 0,10 0,10 0,13 0,13 0,12 8,865 1195 Pulegonans 0,27 0,23 0,37 0,30 0,29 9,357 1228 Piperitonans 1,53 1,63 1,33 1,30 1,45 9,534 1248 Acetato de mentila* 1,17 1,07 0,57 0,63 0,86 9,875 1284 Beta-cariofilenons 0,70 0,63 0,77 0,60 0,67 11,265 1403 Germacreno Dns 1,03 0,93 1,00 0,93 0,97 11,835 1463

** e * = significativo a 1% e 5% de probabilidade de erro pelo teste F, respectivamente; ns = não significativo.

A concentração de mentol no óleo é maior nas plantas submetidas à maior dose de K, ocorrendo o contrário com alfa-pineno, beta-pineno, limoneno, mentona e acetato de mentila,

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conforme pode ser constatado através das equações de regressão da Tabela 3. Esses dados indicam que o K provavelmente tenha interferido em enzimas da rota metabólica, que levam à conversão de compostos intermediários até mentol.

Dessa forma, quando o objetivo do produtor for conseguir plantas com elevado teor de mentol, então as soluções mais concentradas em K são as indicadas. Entretanto, aumentos nas concentrações desse nutriente podem levar à diminuição no crescimento, reduzindo a produção de fitomassa de folhas.

Tabela 3. Equações de regressão, coeficientes de determinação (R2) e coeficientes de variação (CV) para os componentes do óleo essencial de Mentha arvensis L. que apresentaram significância pelo teste F.

Componente (%) Equação R2 CV (%) Alfa-pineno y = 0,627 – 0,00067x 0,9800* 25,46 Beta-pineno y = 0,763 – 0,00082x 0,9323* 27,27 Limoneno y = 3,123 – 0,00319x 0,9800* 29,57 Mentona y = 35,703 – 0,03034x 0,9641** 11,07 Mentol y = 46,903 + 0,03427x 0,9817* 7,59 Acetato de mentila y = 1,593 – 0,00152x 0,8043* 23,54 LITERATURA CITADA

ADAMS, R. P. Identification of essencial oils components by gas cromatography/ quadrupole mass spectroscopy. Illinois: Allured Publ. Corp. Carol Stream, 2001.

BROWN, B. et al. The critical role of nutrient management in mint production. Better Crops, v. 87, n. 4, p. 9-11, 2003.

CROTEAU, R. et al. Natural products (secondary metabolites). In: Buchanam, B.B. et al. Biochemistry & molecular biology of plants. Rockville: Courier Companies, 2000. p. 1250-1318.

MAIA, N. B. Produção e qualidade do óleo essencial de duas espécies de menta cultivadas em soluções nutritivas. Piracicaba. 1998b. 105p. Tese (Doutorado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

MAIRAPETYAN, S.K. et al. Aromatic plant culture in open–air hidroponics. Acta horticulturae, Wageningen, n. 502, p. 33-41, 1999.

PAULUS, D. et al. Rendimento de biomassa e óleo essencial de menta japonesa (Mentha arvensis L.) Revista brasileira de plantas medicinais, Botucatu, v.7, n.1, p. 34-42, 2004. SANTOS, O. S. Hidroponia da alface. Santa Maria: UFSM, 2000, 160p.

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