ESOFAGITE
EOSINOFÍLICA – EoE
Uma nova enfermidade a ser
considerada pelo Pediatra.
EoE está sendo considerada como a
SEGUNDA causa mais freqüente de
esofagite crônica em países
industrializados e a PRIMEIRA causa de
disfagia em pacientes jovens.
Prevalência 1/2000 casos - EUA e
Europa.
Final anos 70 primeiros casos
Avaliar outras causas para
eosinofilia esofágica:
• DRGE
• Infecções fúngicas ou parasitárias • Doença de Crohn
• Vasculites alérgicas
• Doenças de tecido conjuntivo • Hipersensibilidade a drogas • Síndrome hipereosinofílica • ...
EE EoE
•
Guidelines –
2007
– updated
2011
•
Lucendo et al; Guidelines on eosinophilic
esophagitis:evidence-based statements and
recommendations for diagnosis and
management in children and adults.
United European Gastroenterol J.
2017
Apr;5(3):335-358. doi:
EoE
- Patologia crônica imuno alérgica mediada .
- Sintomas clínicos relacionados à disfunção esofagiana - Inflamação eosinofílica .
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA COM BIÓPSIAS * Macroscopia: alterações inflamatórias – fibrose
restritas ao esôfago.
* Microscopia (AP) – 1 ou mais biópsias com > 15 eosinófilos / cga . Descartadas outras causas.
EoE
- Patologia crônica imuno mediada .
- Sintomas clínicos relacionados à disfunção esofagiana - Inflamação eosinofílica .
ENDOSOCOPIA DIGESTIVA ALTA COM BIÓPSIAS * Macroscopia: alterações inflamatórias – fibrose
restritas ao esôfago.
• Microscopia (AP) – 1 ou mais biópsias com > 15 eosinófilos / cga . – mínimo 6 biópsias
EoE
*
Incidência 1-20casos novos/
100.000 hab/ano
Prevalência 13 a 49casos/100.000 hab
•
Sexo masculino
•
Rinite, Asma e Eczema são mais comuns em
pacientes com EoE comparado à população geral.
•
EoE é uma forma distinta de alergia alimentar.
•
89 pacientes
•
M > F
•
Média- 8 anos
•
38% Eosinofilia esofágica
•
7% Eosinofilia esofágica
responsiva a IBP
•
14% EoE
•
24,9% assintomáticos
•
23,5%sintomas
inespecíficos
DIAGNÓSTICO
•
História Clínica
•
Endoscopia digestiva alta com biópsia esôfago
estômago e duodeno.
•
Histopatologia
•
Investigação de Alergia Alimentar
EDA
•
DIAGNÓSTICO
• Mínimo 6 biópsias esôfago
• Sensibilidade aumenta com o n biópsias • Biopsiar tb áreas normais:
- 10% adultos EoE –EDA macro normal - 32% crianças EoE – EDA macro normal
Biopsiar estômago e duodeno – (gastroenterite eosinofílica).
Entender a história natural da EoE é de vital importância na discussão dos objetivos do tratamento.
Se EoE for uma condição auto-limitada, terapia por curtos períodos ou apenas observação clínica podem ser apropriadas.
Por outro lado, um curso crônico e progressivo justifica intervenção precoce e terapia de manutenção a longo prazo.
Infelizmente, pouco se sabe sobre a história natural da EoE, o que faz com o seu tratamento se torne um verdadeiro desafio,
Objetivos do tratamento da
EoE
•
Melhora clínica /alívio dos sintomas.
•
Melhora na qualidade de vida.
•
TERAPIA DOS 3 D:
•
DRUGS
•
DIET
Opções terapêuticas EOE
* Drugs:
corticoterapia tópica deglutidacorticoterapia sistêmica-excepcionalmente IBP (inibidor bomba próton)
Na escolha do tratamento,
considerar:
- complicações da doença
- complicações do tratamento
Corticoterapia tópica
deglutida
• Inibem citoquinas pró-inflamatórias na mucosa, reduzindo a migração de eosinófilos.
• Numerosos estudos – crianças e adultos – mostram melhora
histológica com ctc deglutidos comparados com placebo, PORÉM variados graus de melhora clínica. (até 90%)
• Rapidez de resposta combinada com segurança ( estimada ). • Off label em EoE (nenhuma formulação é aprovada
especificamente para EoE ).
• Efeito adverso: candidíase oral e esofágica – 10%- 15%. • Recorrência clínico-histopatológica após suspensão da
medicação(14 a 91%).
• Fluticasona e Budesonida .
• Liacouras CA et al. - Eosinophilic esophagitis : Updated consensus recomendations for children and adults. –J Allergy Clin Immunol – july 2011
Corticoterapia tópica deglutida
• Proprionato de Fluticasona – aerosol dosimetrado. -crianças: 88 a 440mcg/dia 2x/dia
-adultos: 440 a 880mcg/dia 2x/dia
Budesonida – solução viscosa (2 flaconetes =1mg + 10 envelopes sucralose 1gr= 8ml)
- < 10 anos : 1mg /dia (2 flaconetes) - >10 anos : 2 mg/dia (4 flaconetes)
(viscosa deglutida maior remissão histológica 64% x 27% aerosol deglutido)
Ciclesonida –pequenas séries de casos – necessita estudos extras. Ingestão de líquidos e sólidos somente após 30 minutos.
Singla, Moawad – Diagnosis and Management of Eosinophilic Esophagitis Clinical and Translational Gastroenterology ;
Corticoterapia sistêmica
• Tratam a inflamação
• Reservados para situações de emergência : * Disfagia grave
* Hospitalização e perda de peso por não conseguir alimentar-se.
Suspender após 6 – 8 semanas após nova EDA.
IBP – Inibidores de bomba de prótons
• Previne a expressão de eotaxina -3 (efeito anti inflamatório)
• Diminui a acidez esofagogástrica ( efeito anti ácido) • Restabelece a barreira mucosa (efeito barreira)
...
nas limitações e incertezas do uso de
corticóides em EoE...
• Pacientes relutantes em usar corticoterapia prolongada.
• Efeitos colaterais incertos a longo prazo. • Formulações off-label.
• Recorrência clínico-histopatológica após supressão da medicação.
• TERAPIA DIETÉTICA SE TORNA ATRATIVA.
EoE: RELAÇÃO COM
ANTÍGENOS ALIMENTARES ?
•
1995 Kelly & Sampson
• Densa infiltração de eosinófilos no esôfago de 10 crianças com DRGE intratável – não responsivas às terapias anti refluxo.
• Sintomas e histologia melhoraram com a eliminação de proteínas
alimentares intactas e a reintrodução controlada dos alimentos resultou em recorrência dos sintomas.
• Completa remissão – 8 pacientes; remissão parcial – 2 pacientes.
• Eosinofilia média: 41 eos/cga 1 eos/cga ( 0 eosinófilos em 5 pacientes). • Alimentos desencadeantes identificados em 9/10 crianças: LV(7), soja (4),
trigo (2), amendoim (2), ovo (1).
Na discussão terapêutica é importante enfatizar que dietas restritivas com remoção de múltiplos alimentos são realizadas por um curto período. O objetivo a longo prazo é a identificação e a eliminação exclusiva do alimento
identificado.
O tratamento dietético requer um paciente e um médico motivados!
Inexistem estudos prospectivos controlados comparando tratamento da EoE com esteróides X tratamento dietético.
Na terapia de indução (primária):Tratamentos combinados dietéticos +
corticosteróides não são recomendados visto que os esteróides interferem na detecção de eosinofilia que serve de indicador de atividade da doença
EoE – Diferentes tipos de dietas:
•
DIETA ELEMENTAR
•
DIETAS DE ELIMINAÇÃO DIRECIONADAS
POR TESTES.
DIETA ELEMENTAR
•
A ingestão se limita à fórmula a base de
aminoácidos livres – ausência de proteína
intacta.
•
“ no table foods”
•
Neocate ( Support), Alfamino ( Nestlé),
DIETA DE ELIMINAÇÃO DIRECIONADA POR
TESTES:
• EoE – patologia imuno-alérgica.
* Busca de uma dieta mais confortável e mais factível. * Maior adesão ao tratamento.
2002 – Spergel et al. – JACI
PRICK TEST ( SPT ) PATCH TESTE (APT)
• Objetivo: IDENTIFICAR ALÉRGENOS ALIMENTARES E
DIRECIONAR DIETAS.
• 24 crianças.
•
SPT e APT por si só não determinam o
diagnóstico de alergia alimentar em
pacientes com EoE, mas apenas direcionam
a dieta de eliminação na investigação do
alimento desencadeante. Deve ser
demonstrada a remissão
clínico-histopatológica seguida de reintrodução
deste alimento à dieta com recrudescência
dos sintomas e histologia ( repetidas EDA
com biópsias).
DIETA DE ELIMINAÇÃO EMPÍRICA
•
Dificuldades da dieta elementar + sensibilidade e
especificidade relativamente baixas das dietas
direcionadas por testes...
•
2006 – Kagawalla :
SFED – dieta baseada na eliminação de 6
grupos alimentares:
Leite, ovo, trigo, soja, amendoim(castanhas),
Variações da SFED:
*
4FED – dieta 4 alimentos ( uptodate 2015 adultos -Spergel).* SFED – 6 alimentos + alimentos positivos SPT e APT. * SFED – 6 alimentos + alimentos regionais comumente
envolvidos em alergias alimentares.
* Dieta direcionada por SPT e APT + leite de vaca. ( uptodate 2015 –crianças - Spergel )
Taxa de sucesso varia de acordo com tipo de dieta
• Dieta elementar – 98%
• Dieta alérgeno específica ( testes alérgicos ) + exclusão empírica do leite de vaca – 77%
• Dieta de exclusão dos 6 grupos alimentares SFED – 75%
• Dieta de exclusão dos 4 grupos alimentares (lv, soja, ovo, trigo) – 54- 71%
• Dieta de exclusão dos 2 grupos ( leite e trigo)- 40% • Dieta alérgeno específica – 33%
• Javier Ml et al. Update on dietary theraphy for eosinophilic esophagitis in children and
•
Em todas as dietas há a necessidade da
reintrodução do alimento suspeito excluído,
bem como de Endoscopias digestivas com
Identificação dos alérgenos em crianças
SFED
DILATAÇÃO ESOFÁGICA
• COMPLICAÇÕES
FIBROESTENÓTICAS. • Bem tolerada e promove
alívio sintomático imediato e prolongado.
• Nenhum efeito na
inflamação eosinofílica. • Deve ser considerada em
pacientes que não
respondem inicialmente a dietas ou corticoterapia. • Monoterapia
primária(adultos).
EDA “FOLLOW UP”
• Durante o tratamento da EoE , repetidas EDA com biópsia são realizadas para avaliar a resposta às terapias instituídas.
• Método utilizado para avaliar a severidade da inflamação esofágica.
• A frequência do monitoramento endoscópico varia de acordo com a terapia instituída e suas alterações devido à dissociação
clínico-histopatológica. (8 a 12 semanas)
“N” – fem – dn junho/1999 (18 anos)
•
Aos 8 meses – fórmula – urticária e vômitos
•
Aos 2 anos – avaliação Alergista, acompanhamento e
adequação de dieta. Diagnóstico de Asma e Rinite –
instituído tratamento profilático. SPT POSITIVO LV E
BETALACTOGLOBULINA. (vários SPT idênticos)
•
Escapes – urticária e vômitos.
*2006 – primeira Anafilaxia após 1 “gole” leite de vaca
– urticária, rouquidão, dispnéia- PS: Adrenalina.
•
Reações cada vez mais graves e com mínimas
quantidades de proteína do leite.
(
p.ex: pastel frito na mesma gordura, lanche mesma chapa lanche com queijo, paçoquinha, mortadela,presunto, chocolate”sem lactose”...)
•
Várias anafilaxias com atendimento em PS e uso de
Adrenalina - sintomas cutâneos e respiratórios ( be ).
•
2011 IgE LV 100, IgE caseína 100, IgE alfa
lactoalbumina 100, IgE beta lactoglobulina.
•
Dez 2011 – discutido caso com Dra Ariana –
•
2012 – Dessensibilização?
•
2013 – EDA – pré “talvez futura” dessensibilização –
EDA final 2013 - Nathalia
EDA início 2014 – Pós IBP
Confirmado diagnóstico EDA
• Discutido Dra Ariana – eliminada possibilidade de Dessensibilização pela EoE.
• Iniciado tratamento corticoterapia deglutida :Fluticasona aerosol – dose máxima.
• Persistiam quadros de anafilaxia por alimentos “contaminados” com LV.
• Testes alérgicos – SPT e Patch teste – ambos negativos.(abril 2014)
• Iniciou com engasgos episódicos com alimentos secos. Toma água para “descer”.
• setembro – 2014 – Discutido caso com Dr J Spergel: Amplio dieta de prova ? Sugestão: trocar o modo de administrar o corticóide deglutido de Flixotide aerossol para budesonida viscosa.
• Início Outubro ( antes de trocar medicação )Impactação alimentar – Broncoscopia retirada do alimento.
• Troca do ctc aerosol deglutido para VISCOSO
• Espaçamento dos sintomas(engasgos) até desaparecimento dos mesmos. Não mais impactação alimentar.
• Após EDA 2016 – reduzida dose ctc deglutido viscoso