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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Campus Jataí ANÁLISE TOPO E MICROCLIMÁTICA DA RPPN - POUSADA DAS ARARAS SERRANÓPOLIS-GO. Regina Maria Lopes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Campus Jataí

ANÁLISE TOPO E MICROCLIMÁTICA DA RPPN - POUSADA DAS ARARAS SERRANÓPOLIS-GO

Regina Maria Lopes

Orientadora: Profª. Dra. Zilda de Fátima Mariano

JATAÍ (GO) 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Campus Jataí

ANÁLISE TOPO E MICROCLIMÁTICA DA RPPN- POUSADA DAS ARARAS SERRANÓPOLIS-GO

Regina Maria Lopes

Orientadora: Profª. Dra. Zilda de Fátima Mariano

Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia, Campus Jataí, da Universidade Federal de Goiás. Sob a orientação da Profª. Dra. Zilda de Fátima Mariano. Área de concentração: Organização do Espaço nos Domínios do Cerrado Brasileiro. Para obtenção do título de Mestre em Geografia, linha de pesquisa: Análise Ambiental.

JATAÍ (GO) 2011

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) BSCAJ/UFG

L864a

Lopes, Regina Maria.

Análise topo e microclimática da RPPN – Pousada das Araras Serranópolis - GO/ Regina Maria Lopes. - 2011.

97 f. : il., figs, tabs.

Orientadora: Profª. Drª. Zilda de Fátima Mariano

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Campus Jataí, 2011.

Bibliografia.

Inclui lista de figuras, quadros e tabelas.

1. Climatologia 2. Microclima 3. Monitoramento Ambiental I. Título.

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TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuita-mente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.

1. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese 2. Identificação da Tese ou Dissertação

Autor (a): Regina Maria Lopes

E-mail: Lopesgeo@yahoo.com.br

Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ X ]Sim [ ] Não Vínculo empregatício do autor Bolsista de Demanda Social (DS)

Agência de fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior

Sigla: Capes

País: Brasil UF: CNPJ:

Título: ANÁLISE TOPO E MICROCLIMÁTICA DA RPPN- POUSADA DAS ARARAS SERRANÓ-POLIS-GO

Palavras-chave: temperatura do ar, topoclima, microclima e vegetação

Título em outra língua: Analysis of top and microclimate RPPN – Pousada das Araras, Serranópolis - Brazil Palavras-chave em outra língua: air temperature, topoclima, microclimate and vegetation. Área de concentração: Organização do Espaço nos Domínios do Cerrado Brasileiro.

Data defesa: (dd/mm/aaaa) 28/07/2011

Programa de Pós-Graduação: Geografia, Campus Jataí, da Universidade Federal de Goiás. Orientador (a): Zilda de Fátima Mariano.

E-mail: zildamariano@hotmail.com

*Necessita do CPF quando não constar no SisPG

3. Informações de acesso ao documento:

Liberação para disponibilização? 1 [ X ] total [ ] parcial

Em caso de disponibilização parcial, assinale as permissões:

[ ] Capítulos. Especifique: __________________________________________________

[ ] Outras restrições: _____________________________________________________

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______________________________________ Data: ____ / ____ / _____ Assinatura do (a) autor (a)

1 Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita

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Aos meus pais, pela vida e educação; Ao meu marido Cabral, pelo amor... E para minha pequena Rafaela, a minha grande inspiração. Dedico!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e oportunidade de ampliar os meus conhecimentos.

A minha orientadora Dra. Zilda de Fátima Mariano, com quem aprendi durante a minha graduação, e pela coragem de me orientar no mestrado, e fazer parte de um momento, em que dividimos as minhas angústias, buscas acadêmicas, como também, momentos de alegria, como adrenalina de fazer rapel na cachoeira do Diogo, lembra? E ainda, os momentos de descontração nos trabalhos de campo. Muito obrigada, pela orientação e dedicação na realização desta pesquisa!

Ao meu esposo Cabral, pelo apoio e incentivo durante este curso, que também se aventurou com a gente nos trabalhos de campo, pois quando a Rafaela nasceu eu não pude ir ao campo, ele foi coletar os dados pra mim... perdeu até a placa do carro, nas poças de água e atoleiros, lembra? E ainda, na minha ausência, pela dedicação e cuidados com a nossa filha Rafaela. A toda a minha família pelo apoio, em especial as minhas irmãs Maria, Dani e Edi, que não mediram esforços para cuidar da minha filha Rafaela, quando tive de me ausentar.

A “cumadi” Marlene, pela ajuda nos trabalhos de campo, que compartilhou com a gente, as “coceiras” que tivemos com os carrapatos que trouxemos do campo (risos).

A Universidade Federal de Goiás campus Jataí/UFG, pela iniciativa e realização do Programa de Pós-Graduação em Geografia.

A todos os professores, pela contribuição do meu aprendizado, em especial ao Prof. Dr. Hildeu Ferreira da Assunção, pelas várias explicações sobre “gradiente térmico”, aos coordenadores (Professores Dr. Dimas Moraes Peixinho e João Batista Pereira Cabral) e as secretárias (Karla e Kênia) do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Campus Jataí/UFG, pela troca de conhecimentos, muito obrigada!

À CAPES, por ter apoiado este trabalho com a concessão de bolsa de estudos.

Aos proprietários da Reserva Pousada das Araras, (Reni e Karla) pela autorização da realização desta pesquisa na Pousada das Araras.

Aos bolsistas do laboratório de climatologia do Campus de Jataí/UFG, Danilo, Lázara e em especial ao José Ricardo, pelo apoio técnico nos trabalhos de campo e de laboratório, muito obrigada!

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Ao técnico do laboratório de geoinformação do Campus Jataí/UFG, Alécio Perini, pelo apoio técnico com os mapas.

A todos os colegas do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Campus Jataí/UFG, em especial a Mirian, Simone e Francis, pela convivência e amizade.

Muito obrigada a todos!

Foi muito bom conviver e aprender com todos vocês, sucesso e muito trabalho pra gente!!! Obrigada, a todos aqueles que nos ajudaram e compartilharam dos nossos trabalhos de campo.

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RESUMO

A área de estudo localiza-se na RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, Pousada das Araras. Possui uma área de 175 ha, a 40 km da cidade de Serranópolis-GO, a qual encontra-se no Sudoeste Goiano, a cerca de 450 km da capital, Goiânia, entre as coordenadas UTM 393493 (S) e 7959379 (W). O objetivo desta pesquisa foi analisar a variabilidade climática na escala local, topo e microclimática, utilizando dados de temperatura do ar e umidade relativa do ar. Os dados de temperatura e umidade do ar foram coletados com termohigrômetros instalados em cotas altimétricas distintas e com características diferentes de paisagem (nascente, vegetação arbórea e campo aberto), no período de abril de 2010 a março de 2011. A metodologia aplicada à análise dos fatores climáticos utilizou a escala local e topoclimática, proposta por Thorntwaite em (1953) apud Smith (1975) e citada por Ribeiro (1993). Assim, para a análise dos elementos climáticos, temperatura do ar e umidade relativa do ar, utilizou-se a escala microclimática proposta por Geiger (1961, p. 5) definida “como sendo o estudo da camada de ar junto ao solo, com altura convencionada de 2 m”. Utilizou-se a regressão linear para determinar o coeficiente de determinação (r) e o coeficiente de correlação (R²), por meio da planilha de cálculos eletrônicos. Na escala local, a variação da temperatura média oscilou entre 19,7 a 25,6ºC, e a umidade relativa do ar, entre 48 a 87%. Na escala topoclimática, às 9h, constatou-se que a temperatura do ar, entre os pontos P1 ao P5, apresentou, em alguns meses, correlação (R²) abaixo de 80%; às 15h, a correlação foi quase sempre acima dos 80%. Às 21h, constatou-se que ocorreu a inversão térmica, entre os pontos P1 e P5. Na escala microclimática, os resultados da espacialização dos elementos climáticos apresentou que a vegetação contribui para a variabilidade dos elementos climáticos, considerando o relevo, à exposição da vertente e a declividade. Com base nas observações realizadas na área de estudo, verificou-se que existe uma variabilidade da temperatura e umidade do ar na escala local, topo e microclimática, considerando os demais fatores geográficos, como solo, vegetação e relevo, da área da Pousada das Araras.

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ABSTRACT

The study area is located in the PRNP - Private Reserva Particular Pousada das Araras, has an area of 175 ha, 40 km from Serranópolis-GO, Southwest Goiás, about 450 km from the capital Goiania, among UTM coordinates 393493.8538 (S) and 7959379.326 (W). The purpose of this study was to analyze climate variability on a local scale, microclimate and top, using data from air temperature, relative y humidity. The data of temperature and humidity were collected thermohygrometer installed at different altitudes and with different landscape features (source, woody vegetation and grassland) in the period April 2010 to March 2011. The methodology applied to the analysis of climatic factors used the local and topoclimática, proposed by Ribeiro (1993) cited in Thorntwaite (1953) cited in Smith (1975). Thus, for the analysis of climatic elements air temperature and relative humidity, used the microclimatic scale proposed by Geiger (1961, p. 5) which defined "as the study of the layer of air near the ground, with height conventional 2 m. We used the linear regression to determine the coefficient of determination (r) and correlation coefficient (R ²), through the electronic spreadsheet. A local scale variation in the average temperature ranged from 19.7 to 25.6 º C and relative humidity between 48 to 87%. On the scale topoclimática 9am, it was found that the air temperature between the points P1 to P5, presented in a few months correlation (R ²) below 80%, at 15h the correlation was almost always above 80%. At 21h, it was found that the inversion occurred between the points P1 and P5. Microclimate on the scale, the results of the spatial distribution of climatic elements, showed that vegetation, soil and rainfall, contributed to the variability of climatic elements, considering the topography, exposure and steepness of the slope. Based on observations made in the study area, it was found that there is variability in temperature and humidity, on a local scale, microclimate and the top, considering the other geographical factors such as soil, vegetation and topography, the area of Pousada das Araras.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Página

Mapa 1 - Localização da área de estudo ... 28

Mapa 2 - Distribuição das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, nos estados brasileiros ... 29

Fotografia 1 - Pinturas rupestre (A) e (B) no sítio arqueológico, na área de estudo ... 30

Fotografia 2 - Vista parcial da vegetação no período chuvoso (A) e no período seco (B) ... 34

Fotografia 3 - Termohigrômetro (Data logger modelo HT-4000 ... 35

Fotografia 4 – Construção do mini-abrigo metereorológico (A) e instalação (B) ... 36

Mapa 3 - Localização dos pontos de coletas, na área da Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 37

Fotografia 5 – Vista da nascente (A) e instalação do termohigrômetro no P1(B) ... 38

Fotografia 6 – Vista da sede (A); termohigrômetro instalados a 1,5 m (B) no P2... 38

Fotografia 7 - Montagem do termohigrômetro no P3... 39

Fotografia 8 - Preparação da instalação (A) e termohigrômetro instalado, (B) no P4 .. 40

Fotografia 9 – Instlação do termohigrômetro no P5... 40

Fotografia 10 - Termo-higrômetros instalados no P6 (A) e P7 (B) ... 41

Fotografia 11 – Localização dos pontos P8 (A) e P9 (B) ... 42

Gráfico 1 – Varição da temperatura média do ar, no período de abril de 2010 a março de 2011 ... 46

Gráfico 2 – Variação da umidade média relativa do ar, no período de abril de 010 a março de 2011 ... 47

Gráfico 3 - Temperatura média do ar, para os horários das 9, 15 e 21h, entre abril de 2010 a março de 2011 ... 49

Gráfico 4 - Umidade média relativa do ar, para os horários das 9, 15 e 21h, entre os meses de abril de 2010 a março de 2011 ... 50

Desenho 1 - Perfil altimétrico com indicação dos pontos da trilha da Pousada das Araras ... 51

Mapa 4 – Hipsometria da Pousada das Araras Serranópolis-GO... 52

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Mapa 6 – Exposição das vertentes na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 54 Gráfico 5 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de maio de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 55 Gráfico 6 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de junho de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 56 Gráfico 7 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de julho de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 57 Gráfico 8 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de agosto de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 58 Gráfico 9 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de setembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 59 Gráfico 10 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de outubrode 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 60 Gráfico 11 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de novembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 61 Gráfico 12 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de dezembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 62 Gráfico 13 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de janeiro de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 63 Gráfico 14 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de fevereiro de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 64 Gráfico 15 - Relação da temperatura média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de março de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 65 Gráfico 16 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de maio de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 66 Gráfico 17 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de junho de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 67 Gráfico 18 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de julho de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 68 Gráfico 19 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de agosto de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 69 Gráfico 20 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de setembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 70

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Gráfico 21 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de outubro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO ... 71 Gráfico 22 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de novembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 72 Gráfico 23 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de dezembro de 2010, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 73 Gráfico 24 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de janeiro de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 74 Gráfico 25 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de fevereiro de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 75 Gráfico 26 - Relação da umidade relativa média do ar e a altitude às 9, 15 e 21h no mês de março de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 76 Fotografia 12 – Pontos P1 (A) e P2 (B), sem dossel fechado... 79 Mapa 7 – Vegetação da Pousada das Araras Serranópolis-GO... 80 Fotografia 13 – Diferença entre as localidades – P4 (A), com vegetação e P5 (B) com vegetação e paredão de rocha, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 81 Mapa 8 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de maio de

2010... 83 Mapa 9 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de junho de

2010... 85 Mapa 10 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de julho de

2010... 86 Mapa 11 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de agosto de

2010... 87 Mapa 12 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de setembro de

2010... 88 Mapa 13 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

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2010... 89 Mapa 14 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de novembro de

2010... 90 Mapa 15 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de dezembro de

2010... 91 Mapa 16 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de janeiro de

2010... 92 Mapa 17 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de fevereiro de 2010... 93 Mapa 18 – Variação espacial da temperatura máxima (A), mínima (B), umidade

máxima (C), mínima (D) do ar, no mês de maio de

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LISTA DE QUADRO

Pág Quadro 1 – Identificação e georeferenciamento dos pontos de coleta com

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Média da temperatura do ar, máxima (TX), mínima (TN) e amplitude térmica (AT), dos pontos P1 ao P9 e a média geral dos pontos, entre os meses de maio

de 2010 a março de 2011, na Pousada das Araras Serranópolis-GO... 78 Tabela 2 – Temperatura do ar, máxima (TX) mínima (TN) e amplitude térmica (AT),

no P2 e P3 abaixo do dossel e acima do dossel no período de maio 2010 a março de

(17)

SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO ... 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19

2.1 Escalas do clima... 19

2.2 Escala topoclimática e microclimática... 22

2.3 Aspectos sobre a caracterização climática de Goiás... 25

2.4 Aspectos sobre caracterização climática do Sudoeste Goiano e Serranópolis-GO.. 26

3 MATERIAL E MÉTODOS... 28

3.1 Material... 28

3.1.1 Localização da área de estudo... 28

3.1.2 Histórico... 28 3.1.3. Geologia... 32 3.1.4. Geomorfologia... 32 3.1.5 Pedologia... 32 3.1.6 Clima... 33 3.1.7 Vegetação... 34 3.2 MÉTODOS... 35 3.2.1 Procedimentos operacionais... 35

3.2.1.1 Aparelhos utilizados e instalações... 35

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3.2.1.3 Instalação dos aparelhos termohigrômetros... 36

3.2.2 Procedimentos Metodológicos... 43

3.2.2.1 Metodologia aplicada na escala local, para os elementos climáticos temperatura do ar, umidade relativa do ar, na Pousada das Araras... 43

3.2.2.2 Metodologia aplicada na escala topoclimática da Pousada das Araras... 43

3.2.2.3 Metodologia aplicada para a determinação da correlação... 44

3.2.2.4 Metodologia aplicada na escala microclimática, da Pousada das Araras... 44

3.2.2.5 Metodologia aplicada na determinação da declividade e exposição das vertentes... 45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 46

4.1 Variação da temperatura do ar e umidade relativa do ar, no período de abril de 2010 a março de 2011, na Pousada das Araras... 46

4.2 Variação da temperatura e umidade do ar, nos horários das 9, 15, e 21h no período de abril de 2010 a março de 2011, na Pousada das Araras... 47

4.3 Aspectos topoclimáticos da Pousada das Araras... 50

4.3.1 Hipsometria, declividade, exposição das vertentes da Pousada das Araras... 50

4.3.2 Relação existente entre temperatura média do ar e a altitude na Pousada das Araras, nos horários das 9h, 15h e 21h... 54

4.3.3 Relação existente entre umidade média do ar e a altitude na Pousada das Araras, nos horários das 9h, 15h e 21h... 65

4.3.4. Aspectos microclimátimos da Pousada das Araras... 77

4.3.4.1 Análise espacial da variação da temperatura (máxima, mínima) e umidade relativa do ar, (máxima e mínima), do período de maio de 2010 a março de 2011... 89

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 95

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1 INTRODUÇÃO

A RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, Pousada das Araras, no município de Serranópolis-GO, foi fundada em 1996 através de uma parceria entre a Universidade Católica de Goiás e os proprietários da Fazenda Pedraria, Ivana de Souza Braga Ramos e Marcos Ramos da Silva. Recebeu o título de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em 24 de dezembro de 1998, através da Portaria nº. 173/IBAMA, tornando-se, assim, Patrimônio Histórico Brasileiro.

A Reserva apresenta um sítio arqueológico com pinturas rupestres, bem como um Cerrado stricto sensu, rico em plantas frutíferas e medicinais. Tais características contribuíram para que o local se transformasse em um atrativo turístico ambiental.

Algumas pesquisas foram desenvolvidas na Reserva. Em 1999, a Funatura realizou o plano de manejo para a Reserva Pousada das Araras; em 2002, Zortéa realizou um levantamento das espécies de morcegos em áreas de Cerrado; Souza (2005) pesquisou sobre o desgaste da pintura rupestre e dos abrigos na reserva; e Souza, em 2009, enfocou a vegetação florística e comunidades vegetais, mostrando a alta diversidade nas espécies estudadas.

Neste sentido, a inexistência de estudos na Pousada das Araras sobre caracterização microclimática, envolvendo, principalmente, registros como temperatura do ar e umidade relativa do ar, levou a realização dessa pesquisa.

Assim, a proposta foi em relação à dimensão espacial (extensão) e temporal (duração), pois a noção de escala em climatologia implica uma ordem hierárquica das grandezas climáticas, tanto espaciais quanto temporais. Mendonça e Dani-Oliveira (2007) consideram a organização das escalas espacial e temporal do clima em três níveis, de acordo com a ordem de grandeza: Macroclima, Mesoclima e Microclima.

As pesquisas sobre análise topoclimática e microclimática, em diferentes ambientes, demonstram a importância de compreender os elementos climáticos, como temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, vento e evapotranspiração, entre outros fatores que contribuem para o planejamento climático e ambiental de uma determinada área.

Esta pesquisa visa analisar as características dos elementos climáticos: temperatura e umidade do ar, na escala local considerando o topoclima e o microclima na área de abrangência da Pousada das Araras e os demais fatores geográficos, como relevo, solo, geologia, vegetação e outros, dentro da dinâmica do ambiente.

O objetivo geral desta pesquisa, por conseguinte, foi analisar a variação climática na escala local, topoclimática e microclimática da Reserva Pousada das Araras, utilizando dados

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de temperatura do ar, umidade relativa do ar, no período de abril de 2010 a março de 2011. Por sua vez, os objetivos específicos foram: a) analisar a variação temporal da temperatura do ar, da umidade relativa do ar b) verificar a variabilidade espacial dos elementos: temperatura do ar, umidade relativa do ar; c) analisar os elementos climáticos na escala topoclimática; d) analisar os elementos climáticos na escala microclimática.

(21)

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Escalas do clima

O estudo e a análise do clima são de fundamental importância para a ciência. Os fenômenos atmosféricos estão diretamente ligados à preservação da vida em nosso planeta. E, desta forma, não podem ser ignorados, desde a escala planetária até a escala microclimática.

Vários autores apresentam as suas considerações a respeito das escalas do clima: Geiger (1961); Monteiro (1976); Ribeiro (1993); Tarifa (1994); Nunes (1998); Sant’Anna Neto (2000) e Conti (2000); Pereira e Angellocci (2002); Mendonça e Dani-Oliveira (2007); Ayoade (2007), Jesus (2008) Serafini Júnior et al (2008); Armani (2009); Lima e Galvani (2009); Galvani (2010).

Geiger (1961, p. 7) definiu a “microclimatologia como sendo o estudo da camada de ar junto ao solo, e com altura inferior a convencionada, de 2 m”. Os estudos realizados por Geiger foram de grande importância para as bases teóricas da microclimatologia.

Monteiro (1976) considerou certa dificuldade de estabelecer as taxonomias a respeito das escalas do clima na geografia física. Para o autor, tais taxonomias deveriam ser elaboradas conjuntamente com a geomorfologia e a climatologia. No entanto, desta perspectiva deriva a proposta de Monteiro (1976), na qual o autor elaborou as categorias taxonômicas da organização geográfica do clima e suas articulações com o “Clima Urbano”.

Ribeiro (1993, p. 288) caracteriza que “o fenômeno climático é constituído por um conjunto de elementos de naturezas diversas e que convivem ao mesmo tempo no mesmo espaço, em regime de trocas energéticas e interdependentes”. O mesmo autor ressalta que a definição da intensidade, frequência e, finalmente, de uma tipologia climática dependerá, basicamente, da adequação da abordagem espaço-temporal com o conjunto de técnicas analíticas empregadas no processo da pesquisa.

A proposta taxonômica de Ribeiro (1993, p. 289) apresenta três níveis interativos:

macroclimático: interação entre radiação solar, curvatura da terra e movimentos de rotação e translação; mesoclimático: interação entre energia disponível para processos de evaporação e geração de campos de pressão e feições do meio terrestre; e microclimático: interação entre sistemas ambientais particulares na modificação dos fluxos de energia, umidade, massa e momentum.

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O autor apresenta uma distinção entre as escalas superiores e as escalas inferiores. Aquelas são mais próximas do nível planetário e estas são inferiores, isto é, mais próximas da superfície terrestre. Indicando, assim, que os processos climáticos em escala inferiores repercutiriam de forma limitada na escala superior e que os processos físicos interativos em escalas superiores modificariam sucessivamente o comportamento da atmosfera em escalas inferiores.

Apresentam, ainda, as ordens de grandeza têmporo-espacial para os fenômenos climáticos, propostas por Ribeiro (1993, p. 289), que são: clima zonal, clima regional; clima local ou mesoclima, topoclima e microclima,

o clima zonal define a circulação geral da atmosfera, com extensão horizontal de 1.000 a 5.000 km, e vertical, abrangendo toda a atmosfera, com duração de um estado climático de uma semana a seis meses”. O clima regional gerado pela ação modificadora da circulação geral da atmosfera provocada por fatores de superfície que engendram os centros de ação. Sua extensão horizontal situa-se entre 150 e 2.500 km, limitando- se a vertical à abaixo da tropopausa. Os estados de tempo durariam de 1 a 30 dias. O clima local ou mesoclima pelas variações no interior do clima regional graças a feições fisiográficas - com destaque para o relevo - ou antrópicas - como alteração da cobertura do solo e composição da atmosfera. A escala espacial de abrangência varia de 1,5 a 800 km, embora geralmente se considere a amplitude de variação média entre 15 e l50 km, as variações estariam compreendidas entre 12 horas e uma semana. O topoclima derivação do clima local dada à rugosidade do terreno. Sua extensão horizontal se estende de 0,5 a 5 km, e a vertical, de 50 a 100 m. A duração dos processos seria bastante efêmera. O microclima: definido pela amplitude das trocas gasosas e energéticas entre feições ou estruturas particularizadas dispostas na superfície terrestre e o ar que as envolve. Seus limites são de dificil definição, variando de 0,1 a 10.000 m.

Para Tarifa (1994), as alterações climáticas resultantes das atividades humanas devem ser avaliadas em função da magnitude e abrangência dos impactos e modificações no clima, tornando, dessa forma, necessário a caracterização dos controles climáticos de macro escala, bem como suas interações com os ambientes biogeo-físicos. Dessa forma, a realidade climática deve, objetivamente, ser caracterizada por unidades com grandezas escalares diferenciadas, cujas dimensões variam desde o nível zonal até o nível microclimático.

No nível zonal, os principais controles climáticos são a latitude, a altitude, a distância dos oceanos e a circulação geral da atmosfera. Os climas zonais, por sua vez, podem ser desdobrados em unidades menores (climas regionais) nas quais outros parâmetros, tais como o relevo, a frequência, o regime e a sazonalidade dos sistemas atmosféricos estruturam unidades climáticas regionais.

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Segundo Nunes (1998, p. 2 apud ORLANSKI (1975) coloca, a dinâmica atmosférica é estuda de maneira a se diferenciar quanto à escala espaço-temporal:

macroclima: cujos estudos teriam por meta predizer a evolução do padrão de tempo (dinâmica de grande escala), abrangendo milhares de km e tempo de uma semana; mesoclima: intermediário, envolvendo grande números de observações e processos abrangendo de 10 a 1.000km e muitos dias e microclima: que procuraria explicar o comportamento do ambiente imediato em que vive o homem, abrangendo processos da ordem de vários metros e minutos.

Segundo Pereira et al (2002, p. 33) definem, “as escalas dos fenômenos atmosféricos são representados pela macro-escala que trata dos fenômenos em escala regional ou geográfica, que caracteriza o clima de grandes áreas pelos fatores geográficos (latitude e altitude)”.

Ayoade (2007, p. 4) ressalta que “os vários fenômenos atmosféricos, que vão desde as zonas planetárias até os sistemas de ventos locais, constituem um único espectro contínuo dos sistemas climáticos”.

Para Ayoade (2007, p. 4), as subdivisões da climatologia podem ser: a macroclimatologia, a qual está relacionada com os aspectos dos “climas de amplas áreas da terra e com os movimentos atmosféricos em larga escala que afetam o clima”; a mesoclimatologia, que se relaciona ao estudo do clima em “áreas relativamente pequenas, como por exemplo, o estudo do clima urbano e dos sistemas locais”; e a microclimatologia que estuda o “clima próximo da superfície ou de áreas muito pequenas”.

Para Mendonça e Dani-Oliveira (2007, p. 23), a noção de escala em climatologia implica uma ordem hierárquica das grandezas climáticas, tanto espaciais quanto temporais. Os autores consideram a organização das escalas espacial e temporal do clima, em três níveis de acordo com a ordem de grandeza:

Macroclima: é a maior das unidades climáticas que faz o compartimento do clima no globo e compreende áreas muito extensas da superfície da terra. Sua abrangência vai desde o Planeta (clima global), passando por faixas ou zonas (clima zonal), até extensas regiões (clima regional). Mesoclima: é uma unidade intermediária entre as ordens de grandeza superior e inferior do clima. O clima regional, o local e topoclima também se configuram em subunidades do mesoclima. Microclima: unidade escalar climática sua extensão pode ir de alguns centímetros a até algumas dezenas de m², tendo autores que consideram até a centena de m².

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Jesus (2008) ressalta que é a partir do nível escalar da mesoescala em direção às escalas inferiores do clima que se percebem as correlações mais complexas e mais interativas entre o sistema climático e a sociedade. As intervenções antrópicas são capazes de produzir microclimas e alterar substancialmente o clima local, projetando seus efeitos gradativamente no âmbito das escalas intermediárias do clima (climas sub-regionais e mesoclimas).

Serafini Júnior et al (2008) ressaltam que para a elaboração do plano de manejo do Parque Estadual Intervales, além da escala regional e da escala local, também foi identificada a necessidade técnica de se estabelecer escalas intermediárias e complementares. Para este estudo, os autores estabeleceram as escalas Sub-Regional, Topoclimática e Microclimática, para um maior detalhamento das características climatológicas, verificando, deste modo, as relações existentes entre os atributos climatológicos analisados em escalas com níveis de detalhamento maior.

Galvani (2010) ressalta que a escala global ou macroclima é a maior das unidades climáticas que faz o compartimento do clima do globo e compreende áreas muito extensas da superfície da Terra, abrangem desde o Planeta até faixas ou zonas. As zonas da Terra (Tropical, Temperada, Polar) são as unidades mais conhecidas desta dimensão, mas alguns espaços regionais de grande amplitude também se enquadram, como é o caso do clima dos oceanos, continentes, de um grande país etc.

Lima e Galvani (2009), em estudo realizado em área de manguezal, trabalharam com a escala microclimática, e adotaram o conceito de microclima proposto por Geiger (1961), para analisar a interação dos elementos climáticos daquela área.

Esta pesquisa insere-se num contexto de pesquisas da climatologia geográfica e, a fim de entender a relação dos elementos climáticos na Pousada das Araras, utilizou-se da escala local, topoclimática e microclimática.

2.2 Escala topoclimática e microclimática

A escala topoclimática foi introduzida por Thorntwaite em 1953 (citado por SMITH, 1975) no sentido de ampliar a significância do gradiente horizontal da variação dos elementos climáticos (RIBEIRO, 1993).

Armani (2009) indica que diversos trabalhos foram realizados para verificar o comportamento das variáveis climatológicas na escala topo e microclimática. Igualmente, destacam-se os trabalhos sistematizados por Geiger (1961) que, através de extensas pesquisas

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sobre microclimatologia, estabeleceu métodos e técnicas para pesquisas em escalas climáticas de detalhe.

Geiger (1961 p. 6) definiu a microclimatologia como “sendo o estudo da camada de ar junto ao solo, e com altura inferior a convencionada de 2 m”. Segundo Monteiro (1976), o próprio Geiger, mais adiante, flexionaria um pouco a rigidez do limite traçado, considerando-o apenas um referencial necessáriconsiderando-o a prática agrícconsiderando-ola.

Para Romero (1988, p.30), “condicionar, determinar e originar microclimas são as principais características dos fatores climáticos locais, que determinam o clima específico de uma determinada área (cidade, bairro, rua, etc.), os fatores climáticos locais são os seguintes: topografia, superfície do solo e vegetação”.

Pinto et al (1998) demonstram a relevância da análise geográfica em parceria com a climatologia em dados tão dinâmicos quanto os elementos climáticos. As sucessivas situações atmosféricas diferenciadas em questão temporal e quantitativa possibilitam um reconhecimento do clima local.

De acordo com Ribeiro (1993), a escala topoclimática corresponde a uma derivação do clima local devida a rugosidade do terreno, que tem como consequência a energização diferenciada do terreno, durante o período diurno, para as diversas faces de exposição à radiação solar.

Armani (2009, p. 3) destaca que trabalhos desenvolvidos em escala de análise, denominadas de “topo e microclimática, envolvem técnicas de análise especiais, com equipamentos especiais, instalados conforme os objetivos do trabalho”.

Para Galvani (2010), a escala topoclimática apresenta as características da topografia (forma, exposição e declividade do terreno) e produzem alterações, principalmente na quantidade de energia recebida do Sol. O topoclima está relacionado com a derivação do clima local e com as condições do relevo, ou seja, a altitude será um fator determinante nos estudos realizados nesta escala.

O mesmo autor ressalta que nesta escala definida pelos efeitos do relevo e da paisagem, busca-se entender as relações existentes entre os atributos climáticos e as características topográficas, a partir dos dados registrados e armazenados nos equipamentos instalados ao longo da área de estudo. Enfatiza, ainda, que os fatores que influenciam nesta escala são a topografia, exposição/orientação e forma das vertentes e inclinações, que resultam a ganho de energia diferente.

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De acordo com Lima (2009, p. 45), “as pesquisas realizadas na área da climatologia na geografia têm, em sua maioria, enfocado a escala regional. Mas, com a necessidade de desenvolver análises ambientais em escalas mais detalhadas, as análises microclimáticas acabaram ganhando destaque e os mesmos já vêm sendo desenvolvidos a algum tempo, conforme Geiger em1961”.

Um dos principais objetivos da microclimatogia, segundo Sediyama et al (1986, p. 36),

é o entendimento das interações envolvidas no microambiente, ou seja, que permita descrever os processos que determinam os fatores físicos do ambiente”. Os autores afirmam que o “microclima envolve condições ambientes próximas à superfície da terra, onde as condições particulares de cobertura do solo, em contato com a camada de ar, desempenham um papel muito importante.

Para Pereira, et al (2002, p. 32), a “escala microclimática é caracteriza por condicionar o clima em pequena escala (microclima), sendo função do tipo de cobertura do terreno (solo nu, gramado, floresta, cultura rasteira, represa etc.), que determina o balanço local de energia”. Os autores ressaltam que o fator principal é a cobertura do terreno, da qual cada tipo tem influência própria sobre o microclima.

Lima (2009) apud Stoutjesdijk e Barkman (1992) ressaltam que o microclima refere-se à interação que ocorre entre a superfície e os demais elementos climáticos (radiação solar, temperatura do solo e do ar, umidade, vento etc.).

De acordo com Monteiro e Azevedo (2005), os estudos do microclima no interior de áreas de floresta no Brasil têm sido um assunto pouco explorado pela climatologia, contudo, estes são importantes, pois revelam a influência das formações vegetais no clima das áreas circunvizinhas, como também demonstram as diferenças entre o clima no interior e no exterior da área vegetada.

Para Lima (2009), a vegetação é um dos principais controles climáticos para a determinação de microclima, já que estes estão essencialmente ligados ao uso e/ou cobertura do solo. Ressalta, ainda, que a caracterização de uma cobertura vegetal em sua estrutura e distribuição espacial dos elementos vegetais representa o ponto de partida para o estudo de fenômenos físicos e fisiológicos que ocorrem em seu interior.

A escala microclimática para Galvani (2010) é a escala de maior aproximação, para análise, entre os fatores que influenciam os pequenos deslocamentos de ar, a cobertura de solo e a vegetação (estrutura do dossel).

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Para Nascimento (2011, p. 14), baseado em Coltri (2006), o estudo do clima urbano é responsável pela “compreensão do clima da cidade”, enfocando uma análise “espacial local (clima local) que se estende a níveis regionais (clima regional) e globais (clima zonal/global), destacando-se, em cada escala, a influência urbana”.

2.3 Aspectos sobre a caracterização climática de Goiás

Conforme Nimer (1989, p. 394), o clima da região Centro-Oeste brasileira é influenciado pelos fatores físico-geográficos (posicionamento continental, extensão latitudinal e relevo) e dinâmicos (circulação atmosférica). Segundo Mariano (2005), baseado em Nimer (1989, p. 394), a região do Estado de Goiás está sujeita a dois sistemas de circulação atmosférica:

Sistema de Correntes perturbadas de Oeste: entre o final da Primavera e o início do Outono. Esta região é constantemente invadida por ventos de W e NW trazidos pelas linhas de instabilidade tropicais (IT), acarretando chuvas e trovoadas. Sistema de Correntes perturbadas do Sul: é representada pela invasão do anticiclone polar. Durante o Verão provoca chuvas frontais e pré-frontais. No Inverno, o anticiclone polar invade com mais força e freqüência esta região, deixando o céu limpo, e a atmosfera mais seca, com declínio da temperatura.

O posicionamento geográfico da região determina o clima tropical, com pequenas invasões de ar frio de origem polar, durante a primavera-verão, acarretando temperaturas elevadas, sobretudo na primavera, ocasião em que o Sol passa pelos paralelos da região, dirigindo-se para o Sul, época em que a estação chuvosa ainda não se iniciou. Portanto, na primavera-verão é muito frequente a temperatura máxima diária acima de 30,0ºC (NIMER, 1989).

Nascimento (2011) ressalta que a região Centro-Oeste sofre influência do sistema atmosférico da zona de convergência do atlântico sul (ZCAS) baseado em Nimer (1976) que considera como sendo as linhas de instabilidades tropicais (IT’s). Esse sistema atmosférico resulta da intensificação do calor e da umidade provenientes do encontro das massas de ar quente e úmida da Amazônia e do Atlântico Sul.

De acordo com Scopel et al. (1995), a região apresenta um clima tropical, mesotérmico e térmico com estações definidas pelo regime sazonal de chuvas. Climaticamente caracteriza-se por apresentar uma estação chuvosa de outubro a abril e maio, com cerca de 1650 mm de precipitação e outra estação seca nos restantes dos meses, a temperatura na maioria dos meses varia entre 20 e 30ºC.

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Segundo Lobato (2002), o clima do estado de Goiás apresenta um gradiente de aumento de temperatura no sentido Leste-Oeste, com as menores médias térmicas na região de Brasília, de 20,0ºC a 21,0ºC, e também na região Sudoeste, e as maiores médias térmicas, nas regiões Noroeste e Oeste, em torno de 24,0 a 25,0ºC.

Em relação às características climáticas, a região do Sudoeste de Goiás, apresenta invernos secos (abril a setembro) e verões chuvosos (outubro a março), ou seja, tropical chuvoso (Aw), baseado na classificação de Köppen (1918). A média anual da precipitação é de 1500 mm, variando espacialmente de 750 a 2000 mm, concentradas de outubro a março. O perfil térmico apresenta uma diversidade grande devido a dois fatores: altitude e latitude. As superfícies baixas (inferiores a 300 m), clima mais quente (acima de 40,0ºC) e superfícies elevadas (1600m), clima ameno (mais de 18,0ºC) (MARIANO, 2005).

De acordo com Mariano (2005), baseado em Lobato (2002), o Estado de Goiás apresenta temperatura média anual de 20,0 a 21,0ºC na parte Sul, de 21 a 22ºC na parte central e, no Norte, de 22,0 a 23,0ºC. Na maior parte da região, a precipitação pluviométrica anual oscila entre 1400 e 1600 mm.

2.4 Aspectos sobre caracterização climática do Sudoeste Goiano e Serranópolis-GO

Para Ab’Saber e Costa Jr. (1950), o sudoeste de Goiás apresenta características gerais de clima da área tropical de continentalidade pronunciada representada por um longo período chuvoso durante o ano, opondo-se a um outro, mais seco.

De acordo com Guerra (1989, p. 19), o sudoeste de Goiás apresenta “um clima quente e semi-úmido de Cerrado, marcado por amplitude térmica anual superior a 5ºC. A temperatura média anual é relativamente baixa, situando-se entre 21 a 23ºC”. O autor afirma que o sudoeste goiano é marcado por um período seco, que vai do inverno a primavera com duração de 4 meses na parte leste e 3 meses na parte oeste, concentrando-se no verão o período chuvoso.

Quanto à temperatura, é predominantemente elevada na primavera-verão e amena no inverno. A variação da temperatura média anual está correlacionada ao relevo, variando entre 21,0°C e 23,0°C nas localidades de topografia inferior a 450 m, como nos vales dos rios

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Aporé, Corrente, Verde e Claro que apresentam as maiores temperaturas de 23,0°C. Nas localidades de topografia entre 450 e 700 m ocorrem temperaturas entre 22,0°C e 23,0°C. Os valores inferiores a 21,0°C são verificados nos chapadões, em altitudes superiores a 800 m (VARGAS, 1989, p. 113).

A região de Serranópolis é uma área que sofre influência de duas principais circulações atmosféricas: o Sistema de Circulação Perturbada de Oeste e o Sistema de Circulação Perturbada do Sul, pois encontra-se na região do Centro-Oeste, como descritos por Nimer (1989). O município de Serranópolis apresenta um clima do tipo tropical sub-quente e úmido, com invernos secos e verões chuvosos, enquadrado como Aw, na classificação de Köppen.

De acordo com Scopel e Mariano (2002), entre 1980 e 1999, em estudo sobre a tendência de aumento da temperatura, verificaram que o município de Jataí apresentou uma tendência de aumento médio anual de 0,022ºC na temperatura. A média mensal, neste período, foi de 22,3ºC, e o ano mais quente foi 1998, com 22,9ºC e o ano mais frio 1981, com 21,9ºC.

Também Mariano (2005) verificou que na região de Serranópolis, durante a primavera, as temperaturas médias variam de 26 a 24, 0°C, e as médias das máximas estão em torno de 30 a 32°C. Já no inverno, as temperaturas muito baixas em junho e julho ocorrem devido ao anticiclone polar e às frentes frias que determinam a baixa umidade do ar.

Em relação aos maiores índices pluviométricos, Mariano (2005, p. 56), baseado em Lobato (2002), afirma que “são de 1600 a 1800 mm no Sul, Sudoeste de Jataí e Leste de Aporé, e os menores índices, 1200 a 1400 mm, ocorrem no município de Mineiros, Portelândia e parte Norte do município de Serranópolis”.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material

3.1.1 Localização da área de estudo

A área de estudo, que localiza-se na RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, Pousada das Araras, a qual denominaremos como Pousada das Araras no restante do trabalho, possui uma área de 175 ha, a 40 km da cidade de Serranópolis-GO, no Sudoeste Goiano, a cerca de 450 km da capital Goiânia, com as coordenadas UTM 393493 (E) e 7959379 (N), (Mapa 1).

Mapa 1 - Localização da área de estudo.

Fonte: Lopes, R.M. (2010)

3.1.2 Histórico

A Pousada das Araras foi fundada em 1996 através de uma parceria entre a Universidade Católica de Goiás e os proprietários da Fazenda Pedraria, Ivana de Souza Braga

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Ramos e Marcos Ramos da Silva, como Projeto de Ecoturismo. Recebeu o título de RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural – em 24 de Dezembro de 1998, através da Portaria nº 173/IBAMA, tornando-se, assim, Patrimônio Histórico Brasileiro.

No Brasil, em 2007, foram reconhecidas pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, 756 RPPN’s – Reserva Particular do Patrimônio Natural, sendo os estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia os que apresentam maior quantidade: 195, 158 e 59 respectivamente. O estado de Goiás possui 44 RPPN’s – Reserva Particular do Patrimônio Natural, entre elas, a Pousada das Araras, no município de Serranópolis (Mapa 2).

Mapa 2 - Distribuição das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, nos estados brasileiros.

Fonte: Cadastro nacional de RPPNs, (2007).

A história da Pousada das Araras, segundo a Fundação Pró-Natureza- FUNATURA (1999, p.22) segue uma cronologia:

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a) A idéia da criação da reserva pelos proprietários é bastante recente (1996), posterior a utilização da área como local turístico. b) A área, atual Reserva, constituía-se na parte mais afastada da fazenda, não possuindo atributos e potencialidade para pecuária, os afloramentos rochosos eram uns dos grandes impedimentos para sua utilização. Dessa forma, outras áreas mais “potenciais” para a pecuária foram sendo manejadas e essa área foi deixada sem uso específico. c) Com a procura da área por pesquisadores, aliado a curiosos que mostravam interesse por conhecer o local surgiu à idéia de conciliar a conservação da natureza com o uso publico, o que fez com que os proprietários procurassem diferentes instituições para auxiliar nesse processo. d) A partir de 1997 essa área foi incorporada ao Programa de Santuários de Vida Silvestre, da FUNATURA, através do apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. Neste ano foi encaminhado ao IBAMA o pedido de reconhecimento da área como Reserva Particular do Patrimônio natural. Em 1998, através da Portaria 173/98N foi oficialmente criada a Reserva. e) O nome Pousada das Araras não tem uma origem muito definida. O termo pousada sugere pouso ou refúgio, evidentemente de araras. Considerando os aspectos ambientais, o nome poderia estar relacionado com o fato da área servir de local de abrigo e nidificação da arara vermelha. f) outros afirmam que o nome vem de uma relação mais antiga, onde interpretam algumas pinturas rupestres da Lapa das Araras, supondo que os “antigos moradores”, já assim definiam.

Essa área foi considerada como uma das primeiras a ser objeto de pesquisas arqueológicas na região de Serranópolis, iniciadas em 1975/76, através do anseio de preservação do ambientalista Binômino da Costa Lima, “Sr. Meco”, em relação aos numerosos abrigos no vale do rio Verde, afluente do rio Paranaíba, por sua vez formador do rio Paraná.

Pesquisas realizadas na região mostraram vestígios arqueológicos, como fragmentos de cerâmicas, artefatos de pedra que foram utilizados como instrumentos de trabalho ou de caça, carvões de lenha, ossos, conchas e, principalmente, pintura em paredões ou gravuras. Estes sítios arqueológicos são importantes patrimônios que precisam ser preservados (Fotografia 1A e B).

Fotografia 1 – Pinturas rupestre (A) e (B) sítio arqueológico, na área de estudo.

A B

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De acordo com Schmitz (1984), em Serranópolis estão concentrados, aproximadamente, 40 abrigos, dos quais oito apresentam ocupações humanas antigas, cujas datas vão de 11.000 a 8.500 anos atrás, e estão geralmente localizados entre 500 e 700 m de altitude entre o cerrado, o campo e a vegetação atual.

Em relação às pesquisas realizadas na Reserva, estas iniciaram partir de 1975, por Schmitz, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos-RS (UNISINOS), e outros pesquisadores que encontraram vários vestígios arqueológicos, como o sítio arqueológico conhecido como Gruta das Araras, localizado na RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, no município de Serranópolis-GO.

Teses de doutorado de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram desenvolvidas na área de abrangência da Pousada das Araras. Estas levantaram assuntos diversos, como o do pesquisador Zortéa, em 2002, que realizou um levantamento das espécies de morcegos, considerando a existência de uma alta diversidade das espécies estudadas em áreas de Cerrado, a da pesquisadora Souza, em 2009, que enfocou a vegetação florística e comunidades vegetais mostrando alta diversidade nas espécies estudadas, a de Souza (2005) que pesquisou sobre o desgaste da pintura rupestre e dos abrigos na reserva, constatando que os processos de intemperismo nos abrigos da Pousada das Araras evidenciam que os fatores físicos, químicos e biológicos devem ser considerados em conjunto, pois há associação destes fatores, que podem ser tratados como fatores de intemperismo. Este autor ressalta que as fraturas originadas pela variação de temperatura, facilmente identificadas na área da Pousada das Araras, são um dos principais fatores de comprometimento das pinturas rupestres e da estabilidade dos abrigos.

Neste sentido, as RPPNs são áreas delimitadas com o objetivo de preservar os atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilização para fins educacionais, recreativos ou científicos (IBAMA, 1999).

Atualmente, a Pousada das Araras desenvolve atividades ligadas ao turismo ecológico, patrimônio histórico e cultural, bem como o espaço para desenvolvimento de pesquisas científicas, com diversos centros de pesquisas.

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3.1.3 Geologia

De acordo com Guerra (1989, p. 25), “aproximadamente 80% do sudoeste de Goiás são compreendidos por unidades paleomesozóicas da Bacia Sedimentar do Paraná, sendo o restante representado por unidades pré-cambrianas”.

Geologicamente, a Pousada das Araras situa-se no alto curso do córrego Pedraria, tributário da margem direita do rio Verdinho, cujo vale é entalhado nos basaltos Serra Geral e arenitos Botucatu. A geologia do vale condicionou uma paisagem peculiar, notável pela disponibilidade de recursos e variedade de habitats, favorecendo o estabelecimento de inúmeras espécies, dentre elas, grupos humanos capazes de registrar sua existência nas rochas, desde 11.000 anos antes do presente (FUNATURA, 1999).

Conforme o levantamento geológico por Funatura (1999, p. 36), “a área da Pousada das Araras estende-se sobre os arenitos das formações Botucatu e Bauru e basaltos da formação Serra Geral, de ampla ocorrência a sul e oeste de Serranópolis”.

3.1.4 Geomorfologia

O sudoeste de Goiás compreende planaltos e chapadas estabelecidos sobre extensos relevos sedimentares e derrames basálticos, definindo o planalto Sentrional da Bacia do Paraná, que se estende para oeste, sul e leste (RADAMBRASIL, 1983).

A região de Serranópolis, onde está inserida a Pousado das Araras, insere-se no contexto das paisagens dominadas por formas de relevo convexos e tabulares, com diferentes ordens de grandezas e de aprofundamentos de drenagens, pertencentes ao domínio do Planalto Setentrional da Bacia Sedimentar do Paraná. A hipsometria encontra-se na faixa de 600 a 800 metros de altura, podendo, em alguns caso, atingir altitudes em torno de 1000 metros, (SCHMITZ et al., 2004).

3.1.5 Pedologia

De acordo com Mariano (2005, p. 50) “parte dos solos do sudoeste Goiano tem sua origem nos derrames basálticos que cobrem área significativa da sua superfície, principalmente nas áreas próximas dos rios”.

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A região de Serranópolis destaca-se pela atividade agrícola, com culturas cíclicas (soja, arroz, milho, algodão e cana de açúcar), praticadas em larga escala, sobre os solos e relevos favoráveis à mecanização, e as outras áreas são utilizadas pela pecuária.

Os solos apresentam características variadas, arenosos, predominantemente pobres, salvo nas áreas das chapadas elevadas, quando são originários do basalto. Os arenitos Botucatu, originam solos do tipo areia quartzosa e, secudariamente, Latossolos-Vermelho-Escuros distróficos, Latossolos-Vermelho-Amarelos distróficos e Podzólicos-Vermelho-Amarelos álicos, caracterizando solos ácidos, saturados em alumínio, bem drenados, porém com capacidade produtiva baixa sem correção (FUNATURA, 1999).

3.1.6 Clima

A região de Serranópolis, durante a primavera, apresenta temperaturas médias que variam de 24 a 26,0°C, e as médias das máximas estão em torno de 30 a 32,0° C. Já, no inverno, as temperaturas baixas ocorrem em junho e julho devido ao anticiclone polar e às frentes frias que determinam a baixa umidade do ar em toda a região do Sudoeste de Goiás (MARIANO, 2005).

Para Guerra (1989, p. 19) o sudoeste de Goiás apresenta um clima quente e semi-úmido de Cerrado, marcado por amplitude térmica anual superior a 5ºC. A temperatura média anual é relativamente baixa, situando-se entre 21 a 23,0ºC. O autor afirma que o sudoeste goiano é marcado por um “período seco, que vai do inverno à primavera com duração de 4 meses na parte leste e, de 3 meses, na parte oeste, concentrando-se, no verão, no período chuvoso”, como é o caso da Pousada das Araras que encontra-se localizada na parte oeste do sudoeste goiano.

O clima do sudoeste goiano é, de modo geral, do tipo Aw de Köppen, de caráter subúmido, com duas estações bem definidas: seca (maio a setembro) e chuvosa (principalmente entre dezembro e março). A temperatura mínima absoluta do ano é de 0° a 4°C e a máxima de 38° a 40°C. A temperatura média é de 20° a 22°C (CASTRO et al., 1994).

Os totais pluviométricos nos topos das chapadas ou planaltos, como Rio Verde e Mineiros, chegam a 1600 mm anuais e, em Jataí, atinge 1560 mm anuais. Nos locais mais baixos na região sudoeste, os índices pluviométricos diminuem para 1400 e 1600 mm, e no “período de estiagem coincide com o período mais frio (inverno), com duração de 3 a 4 meses, e o período chuvoso, dezembro a março” (FUNATURA, 1999, p. 46).

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3.1.7 Vegetação

Segundo o Instituto Vida (1996), a transformação da vegetação original do sudoeste Goiano, especialmente daquelas em solos mais férteis, como a dos cerradões, cerrados densos e matas mesofíticas, foram intensas devido ao modelo agropecuário instalado.

Devido às constantes transformações do uso atual da terra, as PRRNs – Reserva Particular do Patrimônio Natural – desempenham um papel importante na preservação da vegetação, como é o caso da Pousada das Araras, que hoje protege um dos poucos fragmentos de vegetação do Cerrado nessa área, com uma alta diversidade de espécies típicas, quais os frutos do Cerrado, como também as espécies florísticas e medicinais, além do sítio arqueológico.

A vegetação da Pousada das Araras possui matas mesofíticas que apresentam cobertura arbórea de 70 a 90% na estação chuvosa, Fotografia 2, de modo que a maioria das espécies são caducifólias e, na estação seca, esta cobertura atinge níveis inferiores a 50%. Os fustes das árvores são retilíneos e é comum a presença de árvores emergentes ao dossel que atinge de 20 a 30 metros de altura, (FUNATURA, 1999).

Fotografia 2 – Vista parcial da vegetação no período chuvoso (A) e no período seco (B) A B

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

Na área da Pousada das Araras, de acordo com Souza (2009 apud RIBEIRO e WALTER, 1998), podem ser encontradas diferentes fitofisionomias de vegetação: a) mata de galeria inundável; b) mata ciliar; c) campo úmido inundável; d) mata seca; e) cerradão; f) o cerrado típico, g) o cerrado rupestre.

(37)

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Procedimentos operacionais

3.2.1. 1 Aparelhos utilizados e instalações

Os aparelhos utilizados foram os termohigrômetros e pluviômetros para mensuração dos elementos climáticos, trado coletor com anéis metálicos para amostras de solo e máquina fotográfica para registros fotográficos.

3.2.1.2 Medição da temperatura e umidade relativa do ar

Para registrar a temperatura e a umidade relativa do ar foi utilizado os termohigrômetros (Data logger, modelo HT – 4000), (Fotografia 3).

Fotografia 3 - Termohigrômetro (Data logger, modelo – HT 4000).

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

Para sua proteção, esses aparelhos foram instalados em mini-abrigos, elaborados pelo laboratório de climatologia, Campus Jataí-GO, os quais se compõem de material de madeira,

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Fotografia 4 – Construção do mini-abrigo meteorológico (A) e instalação (B).

A B

Fonte: LOPES, R. M. (2009).

A configuração do termohigrômetro foi feita em intervalos de registros. A data e o horário de início das medidas e as unidades de medidas, foi realizada em um microcomputador através Software (Datalogger Graph) fornecido pelo fabricante. Os termohigrômetros foram configurados para coletar a temperatura e a umidade relativa do ar, no intervalo de 30 minutos diários e a unidade de medidas em °C e %, respectivamente.

3.2.1.4 Instalação dos aparelhos termohigrômetros e pluviômetros

Os termohigrômetros foram instalados com uma altura 1,50 m do solo, na área da RPPN Pousada das Araras, no período de abril 2010 a março 2011. Esses pontos de coletas foram georeferenciados com GPS (Sistema Posicionamento Geográfico), (Quadro 1 e Mapa 3).

Quadro 2 – Identificação e georeferenciamento dos pontos de coleta com termohigrômetro.

Localidade Pontos Altitude Latitude Longitude

Olho d’água P1 543m 7961239 0393967

Sede P2 556m 7960793 0394058

Trilha 1 P3 568m 7960675 0394294

Trilha 2 P4 599m 7960812 0398368

(39)

Fonte: LOPES, R. M. (2009).

Mapa 3 - Localização dos pontos de coletas, na área da Pousada das Araras Serranópolis-GO.

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

Os pontos de coleta foram denominados de ponto 1 a ponto 9 (Quadro 1 e Mapa 3). O ponto 1 (P1) localiza-se próximo à nascente “Olho d’água”, com vegetação de gramíneas e mata de galeria, apresentando solo exposto, com mensuração de temperatura e umidade do ar (Fotografia 5).

Ponto 1 direita da sede P6 569m 7960331 0393960

Ponto 2 direita da sede P7 574m 7959667 0393742

Ponto 1 esquerda da sede P8 656m 7960578 0396021

(40)

Fotografia 5 – Vista da nascente (A) e instalação do termohigrômetro e pluviômetro, no P1 (B)

A B

Fonte: LOPES, R. M. (2010)

O ponto 2 (P2) localiza-se na sede da Pousada das Araras. Neste ponto, a vegetação natural foi alterada com substituição para o capim brachiária, devido às instalações de infra-estrutura para o funcionamento da Pousada. Instalaram-se dois termohigrômetros: um com a influência do dossel, a uma altura de 1,5 m, e o outro, de forma a ultrapassar o dossel da vegetação, com 10 m de altura em relação à superfície do solo para medir a temperatura do ar e umidade relativa do ar, junto com um pluviômetro para coletar os dados de precipitação, (Fotografia 6).

Fotografia 6 – Vista da sede (A); termohigrômetro instalados a 1,5 m (B)

A B

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

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O ponto 3 (P3) foi instalado na trilha interpretativa da Pousada das Araras, neste local a vegetação de porte arbóreo está preservada. Neste ponto também instalou-se dois termohigrômetros: o primeiro, a uma altura de 1,5 m do solo, o segundo, acima do dossel da vegetação, com 10 m de altura e um pluviômetro, (Fotografia 7).

Fotografia 7 - Montagem do termohigrômetro no P3.

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

O ponto 4 (P4) foi instalado na trilha interpretativa da Pousada. O local é arborizado. Neste ponto foi instalado o termohigrômetro para aferir os dados de temperatura do ar e umidade relativa do na altura de 1,5 m (Fotografia 8).

(42)

Fotografia 8 - Preparação da instalação (A) e termohigrômetro instalado, (B) no P4. A B

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

O ponto 5 (P5) localiza-se próximo ao sítio arqueológico, GO JA 03, no paredão rochoso. As principais espécies de vegetação são o pau d’óleo ou copaíba e diferentes cactáceas sob as rochas (FUNATURA, 1999). No P5 foram instalados o termohigrômetro no paredão (A) e dois pluviômetros: um a leste (B) e o outro a oeste (C) nos mirantes (Fotografia 9).

Fotografia 9 - Instalação do termohigrômetro no P5.

A C

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O ponto 6 (P6) e ponto 7 (P7) estão localizados à direita da Sede, com vegetação arbórea intensa. O ponto 6 está próximo ao paredão e do córrego pedraria (Fotografia 10).

Fotografia 10 - Termo-higrômetros instalados no P6 (A) e P7 (B).

A B

Fonte: LOPES, R. M. (2010).

O ponto 8 (P8) e o ponto 9 (P9) estão localizados à esquerda da Sede, próximos à estrada do acesso principal da Pousada. Já o ponto 9 fica próximo ao limite da área da Pousada, com a vegetação preservada, no entanto, próxima de áreas de pastagens. O ponto 8 fica em área predominantemente de vegetação arbórea, ponto com maior quantidade de árvores e tamanho da Reserva, (Fotografia 11).

(44)

Fotografia 11 – Localização dos pontos P8 (A) e P9 (B)

A B

(45)

3.2.2 Procedimentos Metodológicos

3.2.2.1 Metodologia aplicada na escala local, para os elementos climáticos temperatura do ar, umidade relativa do ar, na Pousada das Araras

A metodologia aplicada à análise dos fatores climáticos utilizou a escala local que, de acordo com Ribeiro (1993, p. 290) apud (OLIVER e FAIRBRIDGE, 1987), indica que,

em mesoclimatologia a configuração do terreno, o tipo de solo e sua cobertura vegetal são considerados como feições da localidade, sujeitos apenas a pequenas mudanças no tempo, determinando o clima que predomina em determinado lugar, da ordem de centenas de km², chamado de clima local.

Na escala local, os elementos climáticos temperatura do ar (°C), umidade relativa do ar (%) e precipitação pluvial (mm) da Pousada das Araras foram coletados nas escalas horária e diária com auxílio dos termohigrômetros e pluviômetros no período de abril de 2010 e março de 2011.

Para o entendimento desses elementos no comportamento climático, em escala local, da Pousada das Araras foram considerados os fatores geográficos, como: solo, rede de drenagem, vegetação e relevo, na escala topoclimática e microclimática.

3.2.2.2 Metodologia aplicada na escala topoclimática da Pousada das Araras

A escala topoclimática foi introduzida por Thorntwaite em (1953) apud Smith (1975), no sentido de ampliar a significância do gradiente horizontal da variação dos elementos climáticos. A escala topoclimática corresponde a uma derivação do clima local devido à rugosidade do terreno, e tem como consequência a energização diferenciada do terreno, durante o período diurno, para as diversas faces de exposição à radiação solar (RIBEIRO, 1993).

Na escala topoclimática, buscou-se entender as características do relevo da Pousada das Araras, verificando as relações existentes entre temperatura, umidade do ar e precipitação pluvial com a topografia, durante o período de amostragem entre os meses de maio de 2010 e março de 2011.

Referências

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