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Intensidade da luz. Curso de Fotografia Digital

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Academic year: 2021

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Intensidade da luz

Uma variável muito importante na escrita com luz é a sua intensidade. Quantidade ou volume de luz é um primeiro e básico requisito para a captação de ma boa imagem, com nitidez e riqueza de detalhes. O uso de baixa sensibilidade, folga na escolha da velocidade e diafragma asseguram nitidez e qualidade com baixos níveis de ruído. A diminuição do tamanho e aumento da resolução dos sensores nos obrigam a rever certos paradigmas de velocidade mínima para fotografias com a câmera na mão, nos exigindo maior cuidado inclusive no tripé, para obtenção de fotos nítidas.

O controle da intensidade da luz altera o clima dramático da foto. Em uma foto de ambiente, por exemplo, onde apareça através da janela cenas de paisagem, se a iluminação não for equilibrada provavelmente conseguiremos ver apenas um dos

ambientes. O mesmo acontece em uma foto externa quando temos um rosto à sombra, em contra luz. Os níveis de iluminação entre as duas situações devem ser cuidadosamente balanceados. Por acomodação o olho humano "vê" detalhes nas áreas de sol e de sombra. Os sensores entretanto não abarcam latitudes de iluminação muito diferenciadas.

Primeiramente precisamos saber da característica do sensor (CCD ou CMOS), qual faixa de contraste de iluminação consegue captar, se ele é mais suave ou mais contrastado. Para conseguir "achatar" diferentes faixas de luminosidade dentro das características do sensor temos duas possibilidades. Podemos controlar a diferença de iluminação entre as altas luzes e as sombras no momento da captação, quando possível, ou fazendo mais de uma obtenção com uso de técnicas de HDR. Isto se faz controlando a intensidade da luz através da escolha e do posicionamento do equipamento de iluminação e com o uso de rebatedores e luzes iluminando as sombras.

A intensidade da luz pode ser medida através de várias unidades "foot-candles” nos EUA ou lux em outros países. Em fotografia só costumamos usar as medidas de sensibilidade dos padronizadas em ISO. Para flashes usa-se o número guia (embora persista o terrível uso do “watt” para flashes, que na verdade significam consumo e não quantidade de luz, dependendo da eficiência do aparelho para se saber sua capacidade de conversão de energia elétrica em luminosa). Em fotografia o EV se mostra a medida mais adequada. Infelizmente nenhuma unidade de medida de luz é usada de forma difundida, reaparecendo o uso do lux para indicar a sensibilidade dos CCD nas câmeras digitais. O foot-candles equivale a aproximadamente 10.08 lux (ou, para uma conversão aproximada, multiplique "foot-candles" (ou se preferir a versão literal- pés candela) por 10 para obter lux).

Para se ter pontos de referência:

A luz do sol ao longo do dia tem de 32.000 a 100.000 lux Um estúdio de TV tem cerca de 1.000 lux Um escritório bem iluminado cerca de 400 lux A luz da lua cerca de 1 lux A luz das estrelas 0.00005 lux A maioria das câmeras de TV necessitam 1000 lux (90 FC) para imagens de boa qualidade, podendo gerar imagens aceitáveis a 10 lux (9 FC).

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Fotômetros

Fotômetros são usados para medir a intensidade da luz. A maioria das câmeras

fotográficas de hoje possuem sofisticados sistemas de fotometria, inclusive com diversos tipos de automatismo, mas operam apenas com luz refletida. É importante que saibamos como operam estes fotômetros e quais as suas possibilidades para melhor controle dos resultados.

Para trabalhos profissionais é aconselhável o uso de um fotômetro manual. Os aparelhos atuais costumam medir luz incidente e refletida, além de luz do flash. Pode ser interessante a possibilidade de medida de ângulos seletivos da luz refletida de 1 a 5 graus (spot). Para um profissional é de fundamental importância o controle das relações de intensidade de luz nas diferentes zonas da fotografia, qual será o ponto mais claro da cena, os brancos com detalhes, assim como até que ponto a sombra terá áreas visíveis. Qual a iluminação na área de maior interesse do assunto.

Diferenças grandes de iluminação dentro da área da foto podem resultar em áreas com sombras sem detalhes ou zonas lavadas. Percorrendo a área da foto com um fotômetro identificamos as zonas problemáticas que necessitam ajustes.

Os valores semânticos da foto podem ser medidos com o fotômetro também! (semântico=de significado, valor expressivo). Num controle eficiente da iluminação manipulamos o brilho de áreas de interesse primário e secundário conforme o valor significativo que queremos expressar. Nosso olhar é atraído pelas zonas mais iluminadas da cena, continuando a leitura da foto até as zonas mais escuras.

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Podemos usar a luz para enfatizar o centro de interesse da foto e obscurecer aspectos de importância secundária, e até esconder fatores negativos ou que distraiam a atenção do leitor, do fruidor da foto. Embora não existam regras absolutas na avaliação da iluminação (um ponto escuro sobre o fundo branco também atrai o olhar), precisamos nos acostumar a analisar o que está acontecendo em uma cena adicionando e controlando cada ponto de luz, colocando intencionalmente cada sombra. Ir além do iluminar tecnicamente ou

intuitivamente.

Para poder usar significativamente a intensidade da luz (e evitar problemas causados pelas diferenças) você precisa medir criteriosamente sua incidência nas diferentes áreas da foto. Pegue o seu fotômetro manual ou use o fotômetro incorporado em sua câmera e faça uma leitura deste texto. O assunto está suficientemente claro? Está compreendendo o que estou explicando? Bom, então o assunto está bem iluminado. É simples a comparação.

Como a olho nu é difícil julgar, ajustar uma iluminação devemos usar um fotômetro para fazê-lo. Para um controle crítico em fotografia podemos fazer testes e provas Polaroid. Em vídeo, cinema ou fotografia digital os ajustes finais podem ser feitos em um monitor

calibrado, mas o uso do fotômetro agiliza a montagem da iluminação.

Quase todas as câmeras modernas trazem sofisticados sistemas de fotometragem incorporados, com leitura TTL (através da lente), algumas inclusive para flash. Existem vários tipos de fotômetro externo. Luz incidente, refletida, seletivos ou spot, flash meter (fotômetro de flash) e fotômetros de temperatura de cor. Hoje em dia alguns incorporam a maioria das funções, ou até todas! Para um controle mais acurado e leituras múltiplas um fotômetro de mão é recomendado. Não importa qual estejamos usando, o importante é saber detalhadamente como operam (principalmente os automáticos, incorporados nas câmeras) para podermos fazer um uso criativo da luz.

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Fotometragem de luz refletida

A fotometragem de luz refletida mede a quantidade de luz que é refletida pelo assunto na cena. Este tipo de medida também é usado nos fotômetros incorporados nas câmeras. Os fotômetros de luz refletida assumem que todos os assuntos refletem 18 por cento da luz que incide sobre eles, a média da cena, e podem facilmente ser enganados por assuntos fora de padrão. Por esta razão o uso de automatismos, mesmo programas sofisticados podem causar problemas.

A precisão dos fotômetros de luz refletida pode ser aumentada com o uso de acessórios com leitura de angulo limitado ou spot meters. Fotômetros spot lêem a luz refletida em áreas a partir de 1 grau, através de lentes que podem aproximar o assunto.

Em uma foto você pode a partir do local da câmera analisar toda a cena, fazendo medidas em todos os pontos importantes, com um spot meter, inclusive em lugares inacessíveis a um fotômetro de mão. Em câmeras reflex a substituição da lente por uma teleobjetiva pode exercer a mesma função.

Se houverem cinco ou mais pontos de abertura (f-stops) de diferença nas leituras de

fotômetro entre pontos importantes do assunto, o grau de contraste ideal foi ultrapassado, e começarão a surgir problemas com a qualidade de imagem. Os graus de contraste podem ser reduzidos, tanto pelo aumento da luz nas zonas de sombra, como pela redução da intensidade nas zonas de altas luzes. (a latitude sempre depende do suporte, do filme, do CCD, enfim, da mídia em uso)

Fotometragem de luz incidente.

Enquanto um fotômetro de luz refletida tem importância na determinação dos graus de contraste da cena, um fotômetro no modo de luz incidente nos indica a quantidade de luz que chega ao objeto. Ao invés de medir a quantidade de luz que é refletida pelo objeto, mede a luz que atinge o assunto.

Para se conseguir uma medida precisa com este tipo de fotômetro devemos efetuar a medida junto ao assunto fotografado, com a hemisfera (bolha de acrílico) apontando para a fonte de luz. Alguns fotômetros de luz incidente permitem leituras diretas também em foot-candles ou lux, outros requerem conversão.

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Fotômetros de temperatura de cor (kelvinometro ou colorímetro, nomes tão pouco

usados quanto os aparelhos) Algumas câmeras indicam a temperatura da cor em Kelvins ao batermos o branco.

Outro fator importane é a temperatura de cor da luz. Existem fotômetros que medem a temperatura da luz, dando uma leitura das cores dominantes. Com o balanço de branco embutido nas càmeras têm pouco uso prático em fotografia, cinema e vídeo hoje em dia, uma vez que a maiorias das fontes de luz artificial são balanceadas para diversas mídias. Usa-se em conjunto com filtros de correção de cor.

Filtros

Os filtros de correção de cor podem ser usados na frente da lente ou na fonte de luz. Os filtros de Acetato (Gels - da base de gelatina, hoje as bases do filtro são sintéticas, acetato, etc.) podem ser usados na frente das fontes de luz seletivamente, mudando sua cor ou intensidade. Existem até filtros em tubos para recobrir lâmpadas fluorescentes, assim como filtros em rolo, de correção de cor ou de densidade para aplicação em janelas, etc.. (de significado, valores expressivos) Através deles fica possível combinar, por exemplo, a intensidade da luz e a temperatura de cor de um ambiente externo com a iluminação incandescente de um interior.

Controlando a intensidade da luz

Não adianta medir a intensidade da luz se não conseguimos fazer seu controle. Existem várias formas de controle.

Controle da intensidade pela variação da distância

Quando a distância entre a fonte de luz e objeto aumenta, a luz se espalha por uma área maior e a intensidade diminui. Segundo uma lei física a intensidade de um foco de luz diminui na proporção do quadrado do inverso da distância.

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Por esta razão ao fotografarmos com flash medimos a distância entre o flash e o assunto (não necessariamente a distância entre a câmera e o assunto).

Esse tipo de medida de quantidade de luz x área iluminada, FC "foot-candles" ou pés candela se quiser usar esta cômica tradução, é uma referência à quantidade de luz de uma vela que iluminaria um pé (foot) quadrado.

Usando um outro exemplo, digamos que a 3 metros de distância da fonte de luz 4.000 lux atingem o assunto. Se você dobra a distancia luz-assunto para 6 metros, teremos apenas 1/4 da luz anterior iluminando o objeto, ou 1.000 lux. Em EV teremos dois pontos.

Esta relação não se mantém quando trabalhamos com fontes de luz focalizada com lentes, como Fresnel e spotlights, assim como os que usam espelhos ou refletores espelhados convexos. Ainda assim, tendo este conceito geral em mente seremos capazes de controlar as intensidades das várias luzes para ajustar os graus de contraste dentro do pretendido. Este conceito se mostra particularmente útil na concepção e ajuste de um esquema de iluminação. Desta forma para se controlar as intensidades da luz em uma cena pode-se movimentar as fontes de luz para mais perto ou longe do assunto iluminado.

Scrims

Uma outra forma de controlar a intensidade da luz que atinge o assunto é bloquear os raios parcialmente, interpondo filtros neutros, telas metálicas, scrims, e difusores.

Focalizando as luzes

Muitos refletores permitem a focalização dos raios, o que também altera as intensidades. Através do deslocamento da lâmpada dentro do refletor, os raios de luz podem ser

concentrados em uma pequena área, ou abertos para cobrir uma área maior, com variação da intensidade luminosa.

Dimmers

Por último, a intensidade da luz pode ser reduzida em lâmpadas incandescentes através da redução da voltagem que alcança as lâmpadas com o uso de controles eletrônicos

-dimmers (antigamente eram as resistências). Entretanto isto ocasiona uma alteração na temperatura de cor. Como regra geral cada volt a menos na alimentação de uma lâmpada incandescente, proporciona uma queda de 10°K na temperatura de cor.

Uma vez que o olho humano só consegue detectar uma alteração de cor de 200°K , na faixa de 2.000- 4.000°K, isto significa que as luzes podem ser reduzidas até em até 20 por cento (em relação às outras luzes) sem diferenças notáveis no balanço de cores.

Referências

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