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XVI CONVENÇÃO DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL 13 a 15 de setembro de 2017 Gramado-RS

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XVI CONVENÇÃO DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL 13 a 15 de setembro de 2017 – Gramado-RS

ÁREA TEMÁTICA 9 –CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EM UMA EMPRESA COMERCIAL COM ÊNFASE EM TRIBUTOS FEDERAIS

CLARI SCHUH – CRCRS nº 49.529 JANINI ELISA HICKMANN

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EM UMA EMPRESA COMERCIAL COM ÊNFASE EM TRIBUTOS FEDERAIS

RESUMO

Em decorrência da alta carga tributária atrelada aos produtos e serviços no Brasil, o planejamento tributário passa a ser uma importante ferramenta para a diminuição do impacto que os impostos podem causar no desenvolvimento das organizações. Delegando ao profissional contábil estudar a legislação, aplicando de forma lícita o regime de tributação menos oneroso, considerando todas as operações da empresa, pois um planejamento tributário mal aplicado pode causar grandes prejuízos a empresa ou até mesmo levar à execuções fiscais. Com base na legislação vigente e escrituração contábil e fiscal do ano de 2015, elaborou-se o planejamento tributário com ênfase em tributos federais de um Comércio de Alimentos, que atualmente apura seus impostos pelo Simples Nacional. A pesquisa é explicativa em relação ao objetivo e quanto aos procedimentos experimental e documental, qualitativa em relação ao problema. Com base nos documentos fornecidos pela empresa, aplicou-se os cálculos, considerando os regimes tributários Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Após análise dos resultados verificou-se que o regime tributário utilizado atualmente é o mais oneroso, sendo o Lucro Real a melhor forma de tributação para a empresa em estudo. Conclui-se assim o quão é importante o papel do contador para o desenvolvimento de um eficaz planejamento tributário, econômico e financeiro das empresas que pode gerar economia de recursos, sempre observando os requisitos estabelecidos por lei.

Palavras-chave: Planejamento Tributário. Simples Nacional. Lucro Presumido. Lucro Real.

ÁREA TEMÁTICA – TRABALHOS CIENTÍFICOS: ÁREA 9 – CONTABILIDADE

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1 INTRODUÇÃO

A contabilidade tributária é uma área da ciência contábil, que busca estudar e controlar as obrigações tributárias das empresas em observância aos princípios e a legislação vigente. A contabilidade tributária tem como principal objetivo o tributo, o qual deve se apoiar em demonstrações contábeis confiáveis, para uma correta aplicação da legislação tributária. É essencial para que as pessoas físicas e jurídicas tenham opções de menor desembolso tributário ou maior prazo de pagamento (FABRETTI, 2015).

O planejamento tributário é um sistema da contabilidade tributária, previsto pela legislação atual, que estuda formas lícitas para diminuir a carga tributária paga pelas empresas, visando reduzir os custos e maximizar os lucros, através das projeções dos atos e fatos tributários e seus efeitos.

O Brasil possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo, com o estudo da legislação as empresas podem se enquadrar em diversas formas de tributação e planejar modificações tanto de reestruturação societária como o enquadramento em exceções e benefícios fiscais em seu ramo de atividade.

Neste trabalho desenvolveu-se o estudo da Contabilidade Tributária, limitado aos tributos federais, buscando evidenciar qual é a melhor forma de tributação para uma empresa comercial do ramo alimentício, visando à redução da carga tributária, utilizando dados de 2015, como base para projeções de resultados de 2017.

Após o estudo da legislação tributária federal, e com base em dados projetados serão aplicados os regimes tributários Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real a fim de comparar as formas de tributação. Nesse sentido, o presente estudo levanta o seguinte questionamento: Qual é a forma de tributação que apresentará a menor carga tributária para um Comércio de Alimentos? Para responder a problemática segue-se o objetivo de elaborar o planejamento tributário de uma empresa comercial do ramo alimentício entre os possíveis regimes existentes para este ramo de atividade com base nos dados de 2015.

Justifica-se por conta da alta carga tributária brasileira, a busca por meios legais para diminuir o seu ônus tributário, a fim de possibilitar a permanência das empresas no mercado, de forma mais competitiva. Assim, buscando preços mais justos ao consumidor e uma maior lucratividade em seus negócios. Além disso, este estudo é de fundamental importância para a empresa objeto deste estudo, pois apesar de economicamente estável, sempre possuiu dúvidas sobre qual regime de tributação utilizar, e como utilizar o planejamento tributário para garantir uma menor carga tributária e uma maior lucratividade em seu negócio.

Na sequência apresenta-se o referencial teórico, ao abordar os conceitos e legislação tributária vigente, a metodologia utilizada, o desenvolvimento dos resultados e as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Apuração dos tributos federais das empresas

De acordo com Pohmann (2012, p. 14) a contabilidade tributária:

é a disciplina ou ramo da contabilidade que se dedica ao estudo dos princípios, conceitos, técnicas, métodos, e procedimentos aplicáveis à apuração dos tributos devidos pelas empresas e entidades em geral, à busca e análise de alternativas para a redução da carga tributária e ao cumprimento das obrigações acessórias estabelecidas pelo fisco.

Fabretti (2015) evidencia que a legislação tributária frequentemente modifica os resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contábil.

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Somente a lei pode estabelecer a instituição de tributos, ou a sua extinção; a sua majoração ou redução; a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo (CTN Lei nº 5.172/66, art. 97).

Oliveira et al. (2013, p. 4) afirma que a Constituição Federal de 1998

Trouxe profundas alterações no Sistema Tributário Nacional, não só em relação à quantidade e ao campo de incidência dos tributos, mas também quanto à própria distribuição dos valores arrecadados entre a União, Estados, e Municípios, o que atualmente vem comprometendo uma razoável reforma tributária principalmente em razão de não haver consenso entre os governantes de como devem ser repartidos os valores arrecadados.

O entendimento dos principais aspectos da Legislação Tributária é de grande importância para uma boa conduta na elaboração de apurações dos tributos. O objetivo da contabilidade tributária é apresentar a apuração dos impostos sobre o lucro de forma precisa, utilizando métodos adequados para garantia de um bom planejamento e gestão dos tributos. o método da Contabilidade Tributária consiste em um adequado planejamento tributário, que exige conhecimentos em legislação tributária; e relatórios contábeis que demonstrem com exatidão a situação das contas patrimoniais e do resultado, exigindo conhecimentos em contabilidade (FABRETTI, 2015).

Segundo o Código tributário Nacional (Lei nº 5.172, art. 3) Tributo é: “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

Fabretti (2015) afirma que tributo é um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção da obrigação tributária. E sua natureza jurídica específica do tributo é determinada por seu fato gerador, podendo ser classificado cientificamente em duas espécies: tributos vinculados e não vinculados.

A Constituição Federal (CF), o define que as espécies de tributos são as seguintes: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições federais e sociais. Os tributos federais podem ser apurados de diversas formas, no entanto as pessoas jurídicas devem obedecer às obrigações fiscais vigentes e planejar qual forma de tributação acarretara um menor desembolso financeiro para sua empresa. Segundo o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), as pessoas Jurídicas, por opção ou por enquadramento legal, são tributadas pelas seguintes formas: Lucro Real; Lucro Presumido; Lucro Arbitrado e Simples Nacional.

O Lucro real é aquele apurado com base na completa escrituração contábil e fiscal, seguindo todos os princípios contábeis e demais normas fiscais e comerciais. Entende-se também que o Lucro Real envolve maior complexidade em suas rotinas, para que os resultados obtidos pela escrituração contábil sejam fiéis e possam servir de base para o cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social (OLIVEIRA, et al. 2013).

De acordo com Art. 247 do Regulamento do Importo de Renda: “Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto”. E as empresas obrigadas à apuração do lucro real estão regulamentadas pelo art. 14 da lei 9.718/98 alterada pela Lei 12.814/2013.

A legislação vigente permite aos optantes pelo Lucro Real o recolhimento do Imposto de Renda e Contribuição Social anual ou trimestral.

A apuração do Lucro real trimestral consiste no cálculo do IRPJ e CSLL sobre o resultado líquido dos períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. Estes resultados devem ser apurados mediante levantamento das demonstrações contábeis, observando-se as normas estabelecidas na legislação comercial e fiscal, o qual será ajustado pelas adições, exclusões e compensações determinadas e autorizadas pele legislação (OLIVEIRA et al. 2013).

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alíquota de 15% sobre o total da base de cálculo do imposto, ou seja, sobre o lucro real. E se o lucro real trimestre for superior a R$ 60.000,00, será aplicada uma alíquota adicional de 10% sobre a parcela excedente. Segundo Oliveira et al. (2013) poderão ser deduzidos de valor do Imposto de Renda trimestral os incentivos fiscais, o Imposto de Renda pago ou retido na fonte e o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.

Para o cálculo da CSLL, segundo art. 2º da Lei nº 7.689, de dezembro de 1988, a “base de cálculo da contribuição será o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda”, e sobre ela se aplica a alíquota de 9%, sem nenhuma alíquota adicional.

Ainda de acordo com Oliveira et al. (2013), o IRPJ e CSLL, poderão ser pagos em quota única até o último dia do mês seguinte ao trimestre, ou em três quotas mensais que não poderão ser inferiores a R$ 1.000,00 (mil reais), com juros pela taxa Selic até o mês anterior ao pagamento e de 1% ao mês.

Além do Lucro Real Trimestral, a empresa poderá ainda optar pelo Lucro real anual, o qual deve realizar o recolhimento mensal de tributos como será abordado a seguir.

As pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real podem realizar a opção pela apuração anual, estando estas sujeitas ao recolhimento mensal da parcela do imposto a título de antecipação, devendo recolher o valor devido até o último dia do mês subsequente ao de sua apuração.

O IRPJ e CSLL são calculados utilizando-se as mesmas alíquotas abordadas na apuração do lucro real trimestral, 15% para o IRPJ e 9% para a CSLL e podem ser apurados de duas formas distintas: pagamento por estimativa ou pelo balanço de suspensão e redução de impostos.

Após apuração do Lucro Líquido segundo o regulamento do Imposto de Renda, este é transportado para o Livro de apuração do Lucro Real (LALUR) e ajustado mediante as adições, exclusões e compensações determinadas por lei, apurando-se assim o lucro real (FABRETTI, 2015). Todas as pessoas jurídicas contribuintes do Imposto de Renda e tributadas pelo Lucro Real estão obrigadas a escriturar o Livro de apuração do Lucro Real, que de acordo com o art. 262 do RIR/99.

Ainda em referência ao regime de tributação de Lucro Real, é preciso observar a legislação vigente sobre a apuração do PIS e COFINS não cumulativo. “A contribuição para o Programa de Integridade Social (PIS) foi instituída pela LC nº 7/70 e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) foi instituída pela LC nº 70/91, ambas incidindo sobre o faturamento” (FABRETTI, 2015 p. 315).

Após estudo dos impostos e contribuições incidentes sobre o regime tributário Lucro Real, verifica-se a legislação vigente sobre o regime de tributação Lucro Presumido. As pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real podem utilizar a tributação com base no lucro presumido, que é uma forma simplificada de determinar a base de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Conforme art. 13 da Lei 9.718/98 alterada pela Lei 12.814/2013 podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que, não estando obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real, tenham auferido, no ano-calendário anterior, receita total igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou a R$6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses do período.

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou pelo lucro arbitrado estão sujeitas ao PIS e a COFINS cumulativos, os quais são calculados sobre o total da receita auferida. O Lucro Arbitrado, uma forma de tributação pouco usual, mas que é de suma importância para o conhecimento do profissional contábil.

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contábil confiável ou se recusar a fornecer os livros e documentos contábeis e fiscais (OLIVEIRA et al. 2013). O art. 530 do RIR/99 estabelece as hipóteses em que os impostos serão apurados pelo Lucro arbitrado.

De acordo com Fabretti (2015) caso a receita bruta da pessoa jurídica seja conhecida, o lucro arbitrado será determinado pela aplicação dos percentuais de presunção do lucro acrescidos de 20%, nos casos de instituições financeiras será acrescido 45% ao percentual de presunção do lucro. Após a apuração da base de cálculo são aplicadas as alíquotas de 15% para o IRPJ e 9% para a CSLL.

O Simples Nacional é um regime especial unificado de arrecadação de tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, se destaca por ser um regime diferenciado para pequenas empresas definidas pela Lei Complementar n. 123/2006 (RIBEIRO, 2014).

De acordo com a Lei Complementar n. 139/11, são considerados microempresa ou empresa de pequeno porte: as sociedades empresárias; as sociedades simples; empresas individuais de responsabilidade limitada e os empresários. Todas as entidades devem ser registradas no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (OLIVEIRA et al, 2013).

2.2Planejamento contábil e tributário

A necessidade de as empresas efetuarem seus planejamentos, observando as possibilidades de redução do desembolso tributário que a própria legislação proporciona as empresas, está ficando cada vez mais evidente para os administradores. O planejamento tanto tributário, quanto contábil é fundamental para a sobrevivência das empresas no mercado, pois todos os dias a economia é afetada pelos altos custos tributários no Brasil e a competitividade da concorrência globalizada. Nessas condições a ciência contábil tem a finalidade de orientar e registrar todos os fatos contábeis, documentação base para a elaboração de um bom planejamento dos tributos. Sendo assim, espera-se do profissional contábil não somente que faça registros, mas que participe do planejamento de desenvolvimento das empresas (OLIVEIRA, 2013).

O Planejamento tributário consiste na definição de estratégias que possibilitem reduzir ao máximo a carga tributária, não possibilitando somente o conhecimento prévio do montante de tributos a desembolsar, mas sim utilizar as lagunas, brechas e permissões que viabilizem reduzir, eliminar ou postergar o pagamento destes tributos, sem, contudo infringir a lei (RIBEIRO, 2014).

Segundo Oliveira (2013) o Planejamento Tributário é baseado em estudos e planos de ação realizados por vários profissionais, como: contadores, advogados, economistas, engenheiros e administradores. Por meio da ação conjunta desses profissionais, busca-se promover menor impacto no fluxo de caixa das empresas, reduzindo o desembolso com tributos, levando sempre em conta o cumprimento da legislação.

Para Fabretti (2015, p.8) planejamento tributário é o “estudo feito previamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos oneras”.

Oliveira et al. (2013, p.23) complementa ainda que Planejamento Tributário: não se confunde com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor tributo a pagar. Sonegar, por sua vez, é utilizar meios ilegais, como fraude, simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido.

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De acordo com Zanluca (2015), são três as finalidades do planejamento tributário: “evitar a incidência do fato gerador do tributo; reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo; retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a ocorrência da multa”. Independente da forma de tributação escolhida pela empresa pode-se verificar que a falta de planejamento tributário pode deixá-la mal preparada para os investimentos futuros, devido a possíveis insuficiências de caixa (OLIVEIRA et al. 2013).

Assim, a legislação tributária apresenta diversas formas e meios de se obter de forma legal um menor custo tributário. A lei estabelece opções, basta o profissional contábil pesquisar, estudar e se inteirar sobre as peculiaridades e benefícios que a organização em questão possa se enquadrar. E com o seu conhecimento apresentar um eficiente planejamento tributário aos seus clientes.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização dos objetivos determinados, foi desenvolvida um estudo centrado na análise documental de um Comércio de Alimentos, com base no ano de 2015. A empresa trabalha no ramo de comércio de alimentos e está estabelecida no Vale do Rio Pardo desde 1999, é administrada pelo proprietário do estabelecimento.

O desenvolvimento desta pesquisa foi fundamentado em três tipologias de pesquisa, sendo elas definidas quanto seus objetivos, seus procedimentos e abordagem do problema.

Segundo Raupp e Beuren (2006), este delineamento de pesquisa é norteado quanto aos objetivos como explicativa, pois irá identificar as variáveis, ou sejam os tributos que irão explicar a opção tributária que representa um menor custo tributário. Quanto aos procedimentos, compreende a pesquisa experimental pela manipulação das variáveis e documental pela análise dos documentos da empresa. Já quanto à abordagem do problema, percebendo a necessidade de realizar cálculos dos tributos nas diferentes formas de tributação, Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, verificou-se a necessidade de utilizar a pesquisa qualitativa quanto ao estudo do problema apresentado. Pois Richardson (1999) citado por Raupp e Beuren (2006) mencionam que por meio desta metodologia pode-se entender de forma mais profunda, algumas particularidades do estudo.

Para análise dos documentos do Comércio de Alimentos foi solicitado autorização do proprietário da empresa, que disponibilizou as informações com a colaboração do escritório contábil responsável pela escrituração contábil e fiscal da empresa. Desta forma, foi possível utilizar os documentos e relatórios contábeis, referente ao ano de 2015, que serviram de base para utilizar e aplicar conceitos já estudados.

Com base no sistema cumulativo, para apuração de PIS e COFINS do ano de 2015, foi aplicada sobre a receita auferida mensalmente as alíquotas de 0,65% para o PIS e de 3% para a COFINS. Já para o sistema não cumulativo, apuraram-se os créditos permitidos pelas entradas e débitos referentes às saídas, utilizando as alíquotas de 1,65% para o PIS e de 7,6% para o COFINS. Após foi necessário realizar a compensação dos débitos e créditos, apurando assim o tributo a recuperar ou recolher.

No sistema do Lucro Presumido, para o cálculo de CSLL e do IRPJ foi utilizado o faturamento da empresa, formada pela receita trimestral, em que aplicou-se o percentual de presunção de lucro conforme a legislação, de acordo com cada ramo de atividade. Sobre esta base de cálculo aplicou-se a alíquota de 9% para a CSLL e 15% para o IRPJ e, nos trimestres em que o lucro excedeu R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) foi calculado adicional de 10% de IRPJ somente sobre o valor excedido.

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base de cálculo. A alíquota do IRPJ utilizada foi de 15%, e quando a apuração do lucro anual excedeu a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) no mês ou quando a apuração do lucro trimestral excedeu R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sobre este excesso foi calculado um adicional de 10% de IRPJ. Para cálculo da CSLL foi aplicada sobre o lucro a alíquota de 9%.

Para a apuração do Simples Nacional foi necessário verificar o valor do faturamento acumulado dos últimos doze meses. Posteriormente, verificou-se junto ao contrato social, se o objetivo social da empresa é enquadrado nas atividades aprovadas à apuração desta modalidade. Para determinar a alíquota, apurou-se a receita bruta acumulada nos últimos 12 (doze) meses, e verificou-se o anexo que a empresa se enquadra, neste anexo, juntamente com a apuração da receita acumulada foi encontrada a alíquota a ser aplicada. Após, aplicou-se a alíquota correspondente, sobre a receita do período, encontrando assim o valor a ser recolhido no Simples Nacional.

Depois de efetuados os cálculos das formas de tributação estudadas, foi estruturado um quadro comparativo dos tributos apurados. Assim, foi possível ter uma visão mais ampla da modalidade de tributação menos onerosa para a empresa, ou ainda, a modalidade com menor valor de tributos a ser recolhido.

Por fim, demonstrou-se a importância do planejamento tributário para a empresa, por apresentar as melhores estratégias na redução de custos de forma lícita, que permite a redução ou postergação do tributo, gerando um melhor resultado final.

Diante dos resultados obtidos, foi realizada uma projeção para o próximo ano (2017) dos possíveis ganhos que a empresa terá, possibilitando uma análise comportamental da empresa em relação aos tributos, demonstrando as mudanças no planejamento caso a empresa apresente resultados bastante diferenciados de um ano para o outro.

4 DADOS E RESULTADOS

Neste item são apresentados e analisados os dados e resultados do Comércio de Alimentos, referente ao planejamento tributário executado com base no ano de 2015. Primeiramente foi realizada uma apresentação da história e características da empresa objeto deste estudo, sendo demostrado na sequência o levantamento dos dados, e após, a exibição dos cálculos para a definição da melhor forma de tributação para a empresa.

A empresa objeto deste estudo, é um Comércio de Alimentos e localiza-se no Vale do Rio Pardo, tem como ramo de atividade principal o comércio varejista de alimentos.

A empresa foi fundada em 18 de novembro de 1999, e foi considerada uma grande oportunidade de negócio na região, e hoje é conhecido em grande parte do interior da cidade.

A empresa iniciou suas atividades com um capital social de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), um negócio pequeno que com os anos foi se expandindo cada vez mais, começando apenas com a venda de mercadorias, passando com o tempo a ter açougue, padaria e distribuição de bebidas para festas e eventos da região. Em julho de 2014 um dos sócios, se retirou da sociedade, vendendo suas quotas para uma nova sócia.

No presente momento, a sociedade conta com a colaboração de 5 funcionários, e atualmente é tributada pelo sistema Simples Nacional, onde neste caso, a arrecadação dos impostos se dá por meio de uma única guia que inclui todos os impostos federias, estaduais e municipais.

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Quadro 1 – Faturamento de 2014 e 2015

ANOS 2014 2015

MÊS Faturamento Faturamento Acumulado Faturamento Faturamento Acumulado

Janeiro R$ 173.839,39 R$ 173.839,39 R$ 224.540,49 R$ 2.435.253,49 Fevereiro R$ 162.491,63 R$ 336.331,02 R$ 217.258,08 R$ 2.485.954,59 Março R$ 265.987,51 R$ 602.318,53 R$ 250.221,59 R$ 2.540.721,04 Abril R$ 226.874,20 R$ 829.192,73 R$ 252.377,09 R$ 2.524.955,12 Maio R$ 243.483,93 R$ 1.072.676,66 R$ 222.756,18 R$ 2.550.458,01 Junho R$ 146.742,29 R$ 1.219.418,95 R$ 224.114,82 R$ 2.529.730,26 Julho R$ 176.947,90 R$ 1.396.366,85 R$ 212.979,40 R$ 2.607.102,79 Agosto R$ 194.665,90 R$ 1.591.032,75 R$ 234.597,91 R$ 2.643.134,29 Setembro R$ 181.556,43 R$ 1.772.589,18 R$ 219.684,32 R$ 2.683.066,30 Outubro R$ 179.750,63 R$ 1.952.339,81 R$ 254.708,50 R$ 2.721.194,19 Novembro R$ 213.550,80 R$ 2.165.890,61 R$ 265.299,43 R$ 2.796.152,06 Dezembro R$ 269.362,88 R$ 2.435.253,49 R$ 355.451,71 R$ 2.847.900,69 Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Depois de efetuados todos os cálculos pode-se verificar também que os valores devidos de Simples Nacional deste trabalho não são iguais aos apurados pelo escritório contábil da empresa. Isso ocorreu devido à diferença nos valores de faturamento apontados anteriormente e diferenças na apuração das vendas de produtos tributados com incidência monofásica de PIS e COFINS. Onde foram considerados neste trabalho como produtos com incidência monofásica os cigarros, bebidas e alguns produtos de higiene e perfumaria, enquanto o escritório contábil apenas considerou algumas bebidas e cigarros.

4.1 Análise e comparativo dos Sistemas de tributação de 2015

Como a finalidade principal do planejamento tributário é a redução do montante pago pela empresa atendendo as normas e princípios contábeis, assim como a legislação vigente, o Quadro 2 apresenta o comparativo de valores entre os regimes de tributação a fim de evidenciar qual o sistema mais vantajoso e menos oneroso, com base nos resultados do ano de 2015.

Quadro 2 - Comparativo dos Regimes de tributação ano de 2015

2015 Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real Anual Lucro Real Trimestral

PIS R$ 6.952,63 R$ 5.665,42 R$ 3.134,00 R$ 3.134,00 COFINS R$ 29.235,19 R$ 26.148,08 R$ 14.660,50 R$ 14.660,50 IRPJ R$ 14.389,15 R$ 40.559,01 R$ 62.433,91 R$ 64.880,08 CSLL R$ 14.389,15 R$ 33.713,90 R$ 31.116,21 R$ 31.116,21 ICMS R$ 5.063,30 R$ 478,89 R$ 478,89 R$ 478,89 INSS R$ 122.725,89 R$ 40.990,51 R$ 40.990,51 R$ 40.990,51 TOTAL R$ 192.755,31 R$ 147.555,82 R$ 152.814,02 R$ 155.260,20

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

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contribuições de R$ 147.555,82 no ano.

Pode-se verificar também que no regime atual da empresa (Simples Nacional) os impostos e contribuições PIS, COFINS, INSS e ICMS foram relativamente mais altos que nos demais regimes. Observa-se que a contribuição para o INSS no simples nacional apresenta um valor de R$ 122.755,31, já no lucro real e presumido o valor a desembolsar seria de R$ 40.990,51, valor 200% menor que o apurado no simples nacional.

Já o IRPJ e a CSLL apresentaram valores menores em relação ao regime Lucro Real e Presumido, sendo que no simples os dois impostos juntos apresentaram um total de R$ 28.778,30, no lucro presumido R$ 74.272,91, no lucro real anual R$ 93.550,12 e trimestral R$ 95.996,29.

Observa-se também que o lucro presumido só se tornou mais vantajoso em relação ao lucro real devido aos valores apurados de IRPJ e CSLL. Um ponto a ressaltar, é que a empresa não apresentou em suas demonstrações de resultado todas as suas despesas, o que torna os impostos sobre o lucro apurados anteriormente não muito precisos.

4.2 Projeções para o ano de 2017

Analisando também as possíveis mudanças e o crescimento esperado pela empresa no ano de 2017, foi feita projeção orçamentária para o próximo ano, a fim de verificar se o lucro presumido será realmente o melhor regime de tributação para a empresa, considerando assim todas as receitas e despesas, projetando também possível crescimento observando as mudanças no mercado e na região em que o estabelecimento se encontra.

Apurou-se o faturamento de cada trimestre do ano de 2017, sobre o valor encontrado aplicou-se o percentual de presunção de 12% que resultou no lucro presumido sobre as vendas.

Apresenta-se um quadro com todos os impostos e contribuições devidas caso a empresa opte pelo regime de tributação do Lucro Presumido para o ano de 2017. Além dos tributos IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, devem ser somados os valores devidos de ICMS e INSS calculados anteriormente.

Quadro 3 - Impostos e Contribuições Incidentes sobre o regime de apuração Lucro Presumido - 2017

MÊS IRPJ CSLL PIS COFINS ICMS INSS IMPOSTOSTOTAL

Jan. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 590,09 R$ 2.723,51 R$ 49,83 R$ 3.711,91 R$ 7.075,35 Fev. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 541,20 R$ 2.497,84 R$ 36,24 R$ 3.503,43 R$ 6.578,72 Mar. R$ 13.531,73 R$ 10.394,64 R$ 607,43 R$ 2.803,54 R$ 22,33 R$ 3.762,26 R$ 30.783,06 Abr. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 564,61 R$ 2.605,88 R$ 45,11 R$ 4.121,06 R$ 7.336,66 Mai. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 611,06 R$ 2.820,29 R$ 59,61 R$ 4.310,74 R$ 7.801,71 Jun. R$ 14.101,34 R$ 10.634,83 R$ 565,07 R$ 2.608,01 R$ 42,10 R$ 3.364,79 R$ 31.316,13 Jul. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 603,06 R$ 2.783,36 R$ 62,53 R$ 3.901,53 R$ 7.350,48 Ago. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 639,24 R$ 2.950,33 R$ 75,90 R$ 3.596,20 R$ 7.261,66 Set. R$ 13.360,31 R$ 10.212,60 R$ 610,18 R$ 2.816,23 R$ 26,01 R$ 3.795,37 R$ 30.820,70 Out. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 712,96 R$ 3.290,58 R$ 86,16 R$ 3.883,32 R$ 7.973,03 Nov. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 655,39 R$ 3.024,89 R$ 66,30 R$ 3.904,57 R$ 7.651,16 Dez. R$ 19.854,39 R$ 13.562,31 R$ 948,01 R$ 4.375,45 R$ 80,78 R$ 6.716,58 R$ 45.537,52 Total R$ 60.847,77 R$ 44.804,38 7.648,31R$ R$ 35.299,91 R$ 652,91 R$ 48.571,77 197.825,05R$

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Conforme demonstrado no Quadro 3, verificou-se o total dos impostos e contribuições devidas em cada mês do ano de 2017, encontrando-se assim um total anual de tributos de R$ 197.825,05, que serão desembolsados pela empresa caso ela escolha pagar seus impostos pelo Lucro Presumido. Na sequência, serão apurados os impostos incidentes pelo regime de tributação Lucro Real.

Utilizando como base as informações dos balancetes do ano de 2015 fornecidos pela empresa foram feitas projeções de faturamento, compras de mercadoria e despesas de 2017 elaborando-se assim a demonstração do resultado do exercício para o ano de 2017.

Quadro 4 - Demonstração do Resultado Projetada para o exercício de 2017

RECEITAS BRUTA R$ 3.960.885,85 (-) IMPOSTOS S/ VENDA R$ 111.878,52 ICMS R$ 3.037,12 PIS R$ 19.414,95 COFINS R$ 89.426,45 RECEITA LÍQUIDA R$ 3.849.007,33 (-) CUSTOS R$ 3.010.737,47

Custos dos Produtos Vendidos R$ 3.099.041,84

(+) ICMS s/ compras -R$ 2.384,21

(+) PIS s/ compras -R$ 15.326,03

(+) COFINS s/ compras -R$ 70.594,12

LUCRO BRUTO R$ 838.269,86

DESPESAS COM VENDAS R$ 7.200,00

DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 449.077,56

DESPESAS / RECEITAS FINANCEIRAS -R$ 17.193,99

Despesas Financeiras R$ 4.279,00

PIS e COFINS sobre Receitas Financeiras R$ 1.047,19

Receitas Financeiras -R$ 22.520,18

RESULTADO ANTES DO IRPJ E CSLL R$ 399.186,29

CSLL R$ 35.926,77

IRPJ R$ 75.796,57

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 287.462,95

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Após elaboração da projeção da demonstração do resultado do exercício foram calculados os valores devidos de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro.

Quadro 4 - Apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real anual 2017

APURAÇÃO IRPJ 2017 CSLL 2017

Resultado antes do IRPJ e CSLL R$ 363.259,52 R$ 399.186,29

(+) Adições ---

---CSLL apurada R$ 35.926,77

---(-) Exclusões ----

---Base de cálculo IRPJ e CSLL R$ 399.186,29 R$ 399.186,29 Alíquota de 15% IRPL e 9% CSLL R$ 59.877,94 R$ 35.926,77

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---IRPJ a recolher R$ 75.796,57 R$ 35.926,77

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Como não foram identificadas adições e exclusões nas demonstrações de resultado, para a apuração dos valores devidos de CSLL foram aplicados ao lucro líquido acumulado a alíquota de 9%, chegando-se assim a um total de R$ 35.926,77 a recolher no ano de 2017.

Como pode-se verificar foi apurado o lucro antes do IRPJ com base nas demonstrações do resultado apresentada no Quadro 4 e sobre o lucro real antes do IRPJ e CSLL, foram descontados os valores devidos de CSLL, e em seguida a contribuição social foi adicionada novamente conforme legislação. Na demonstração dos resultados não foram identificados outras adições e exclusões, encontrando-se assim a base de cálculo para a apuração do IRPJ.

Depois de calculados os valores devidos de IRPJ, CSLL e PIS e COFINS não cumulativo será apresentado quadro com todos os impostos e contribuições devidos no Lucro Real anual, adicionando-se ainda os valores de INSS e ICMS calculados anteriormente.

Quadro 5 - Impostos e Contribuições Incidentes sobre o regime de tributação Lucro Real anual 2017

MÊS IRPJ CSLL PIS COFINS ICMS INSS TOTAL IMPOSTOS

Jan. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 317,48 R$ 1.475,87 R$ 49,83 R$ 3.711,91 R$ 14.865,37 Fev. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 227,22 R$ 1.061,19 R$ 36,24 R$ 3.503,43 R$ 14.138,36 Mar. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 160,10 R$ 743,01 R$ 22,33 R$ 3.762,26 R$ 13.997,98 Abr. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 355,90 R$ 1.663,90 R$ 45,11 R$ 4.121,06 R$ 15.496,25 Mai. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 458,33 R$ 2.120,62 R$ 59,61 R$ 4.310,74 R$ 16.259,58 Jun. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 309,24 R$ 1.439,03 R$ 42,10 R$ 3.364,79 R$ 14.465,43 Jul. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 313,85 R$ 1.456,97 R$ 62,53 R$ 3.901,53 R$ 15.045,15 Ago. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 499,91 R$ 2.322,85 R$ 75,90 R$ 3.596,20 R$ 15.805,13 Set. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 153,12 R$ 727,40 R$ 26,01 R$ 3.795,37 R$ 14.012,17 Out. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 506,45 R$ 2.343,33 R$ 86,16 R$ 3.883,32 R$ 16.129,54 Nov. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 288,55 R$ 1.352,58 R$ 66,30 R$ 3.904,57 R$ 14.922,28 Dez. R$ 6.316,38 R$ 2.993,90 R$ 645,16 R$ 3.026,38 R$ 80,78 R$ 6.716,58 R$ 19.779,19 ANO R$ 75.796,57 R$ 35.926,77 R$ 4.235,30 R$ 19.733,13 R$ 652,91 R$ 48.571,77 R$ 184.916,45 Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Ao calcular todos os impostos devidos verificou-se que se a empresa optar pelo regime de tributação Lucro Real anual no ano de 2017, o total a desembolsar no ano será de R$ 184.916,45. Como os valores utilizados para a apuração dos impostos foram realizados a partir de projeções orçamentárias não será apurado os impostos com base no lucro real trimestral, pois o resultado seria maior ou igual ao apurado no lucro real anual.

Do mesmo modo que na apuração dos impostos de 2015, o Quadro 6 apresenta o comparativo de valores entre os regimes de tributação lucro real e presumido a fim de evidenciar qual o sistema mais vantajoso e menos oneroso, com base nos resultados projetados para o ano de 2017.

Quadro 6 - Comparativo dos Regimes de tributação ano de 2017

2017 Lucro Presumido Lucro Real Anual

PIS R$ 7.648,31 R$ 4.235,30

COFINS R$ 35.299,91 R$ 19.733,13

IRPJ R$ 60.847,77 R$ 75.796,57

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ICMS R$ 652,91 R$ 652,91

INSS R$ 48.571,77 R$ 48.571,77

TOTAL R$ 197.825,05 R$ 184.916,45

Fonte: Autores (2017)

Como pode-se verificar, o regime de tributação menos oneroso para o ano de 2017 será o Lucro Real anual, onde tal regime totalizou um valor de R$ 184.916,45 no ano, enquanto o lucro presumido apresentou um total de R$ 197.825,05, uma diferença de R$ 12.908,60.

Ao analisar cada tributo separadamente verifica-se que no lucro real as contribuições de PIS e COFINS foram em média 80% menores que em relação aos valores apurados no lucro presumido, isso se deve principalmente por existir o aproveitamento de créditos de PIS e COFINS no lucro real.

Em relação aos valores apurados de INSS e ICMS verificou-se que os valores são os mesmos para os dois regimes de tributação, pois segundo a legislação ambos possuem os mesmos débitos e créditos de ICMS e as mesmas bases de cálculo para o INSS patronal.

Após análise dos valores a desembolsar de IRPJ e CSLL verificou-se que o IRPJ no lucro real é mais alto que em relação ao lucro presumido, já a CSLL apresenta um valor menor no lucro real.

Depois de efetuados os cálculos com base nas demonstrações contábeis de 2015 e feita nova apuração com dados projetados para 2017 verificou-se que o planejamento tributário efetuado somente com base em fatos já ocorridos pode gerar informações não confiáveis aos seus usuários.

Sendo assim, depois de efetuados todos os cálculos e apurações verificou-se que o atual regime de tributação (Simples Nacional) é o mais oneroso para o Comércio de Alimentos estudado, pode-se observar também que de acordo com projeção orçamentária para 2017 a empresa se desenquadrará neste regime de tributação pois passará do limite de faturamento de R$ 3.600.000,00.

No ano de 2016, a empresa já pagou em média R$ 22.000,00 mensais a título de Simples Nacional, estimando-se assim que até o final deste ano ela terá um desembolso de R$ 264.000,00 de impostos por este regime. Comparando-se com o total de impostos apurados no Lucro Real Anual para 2017 de R$ 184.916,45, verificou-se que se a empresa estivesse enquadrada no lucro real já em 2016 pagaria no mínimo R$ 79.083,55 a menos de impostos no ano. Concluindo-se então que para 2017 o melhor regime de tributação para a empresa é o lucro real anual.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da alta carga tributária a qual as empresas encontram-se sujeitas, o planejamento tributário torna-se cada vez mais uma ferramenta de gestão, a fim de minimizar os custos da empresa. Além de reduzir custos, faz com que a empresa possa se manter mais fortalecida no mercado em que atua, trabalhando com preços mais acessíveis para seus clientes.

(14)

impostos no lucro presumido é 30% menor comparado ao simples nacional.

Ao analisar as demonstrações contábeis do ano, verificou-se que as mesmas apresentam algumas distorções, onde em alguns meses os valores das receitas de vendas estavam incorretos, e em outros as despesas da empresa não estavam todas contempladas. Concluindo-se assim, que se todas as despesas da empresa estivessem devidamente lançadas na contabilidade, os resultados de 2015 certamente seriam menores, o que faria com que o lucro real fosse o melhor regime tributário para empresa.

Para desenvolver um planejamento tributário mais correto e preciso, desenvolveu-se uma projeção para o ano de 2017, considerando todas as receitas e despesas da empresa, para que assim se tenha uma visão mais real de qual o melhor regime tributário.

Após verificação das vendas do primeiro trimestre de 2016 da empresa, pode-se observar que com a alta dos preços das mercadorias houve um significativo aumento do faturamento, o que já demonstra que em 2017 a empresa não poderá mais optar pelo simples nacional, sendo assim apurou-se apenas os regimes lucro real e presumido.

Após apuração dos impostos e contribuições verificou-se que pelo lucro presumido a empresa desembolsará em 2017 R$ 197.825,05, já no lucro real anual R$ 184.916,45. Atualmente no ano de 2016, a empresa já pagou em média R$ 22.000,00 mensais a título de Simples Nacional, estimando-se assim, que até o final deste ano ela terá um desembolso de R$ 264.000,00 de impostos por este regime. Comparando-se com o total de impostos apurados no Lucro Real Anual para 2017 de R$ 184.916,45, verifica-se que se a empresa estive no lucro real já em 2016 pagaria no mínimo R$ 79.083,55 a menos de impostos no ano, confirmando-se assim que o melhor regime tributário para o Comércio de Alimentos estudado é o Lucro Real.

Conclui-se ainda que o Lucro Real é o regime menos oneroso para empresa pois a mesma não apresenta um lucro operacional muito elevado, o que é comum em empresas deste ramo, outro ponto importante é a grande quantidade de produtos com ICMS Substituição tributária e PIS e COFINS com incidência monofásica, que não geram mais débitos do imposto pois os mesmos já foram pagos em etapas anteriores. Ao final deste estudo verificou-se a fundamental importância da contabilidade embasada em informações fidedignas para o planejamento tributário. Existem diversas empresas no mercado que utilizam a contabilidade apenas para apurar seus impostos, sem entender a grande ferramenta gerencial que podem ter em mãos.

REFERÊNCIAS

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Nacional e Institui Normas Gerais de Direito Tributário Aplicáveis à União, Estados e

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(15)

______. Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99. Decreto-Lei n. 3.000, de 26 de março de 1999.

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