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GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

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Secretaria de Estado da Receita

Conselho de Recursos Fiscais

Processo n° 122.828.2010-0 Acórdão 503/2014

Recursos HIE/VOL/CRF-393/2013

1ª RECORRENTE:GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. 1ª RECORRIDA :FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

2ª RECORRENTE:FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

2ª RECORRIDA :GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. PREPARADORA :RECEBEDORIA DE RENDAS DE CAMPINA GRANDE.

AUTUANTE :CÍNTIA MACEDO P. DA COSTA.

RELATORA :CONSª. MARIA DAS GRAÇAS D. OLIVEIRA LIMA

FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS IMPORTAÇÃO. PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA BENS DO PROCESSO PRODUTIVO. CONFIGURAÇÃO PARCIAL.

PENALIDADE. LEI POSTERIOR MAIS BENIGNA.

APLICAÇÃO. AUTO DE INFRAÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. REFORMADA QUANTO AOS VALORES A DECISÃO MONOCRÁTICA. RECURSOS HIERARQUICO E VOLUNTÁRIO PACIALMENTE PROVIDOS.

- Não se aplica o diferimento do ICMS Importação às aquisições de partes e peças de reposição para bens de ativo fixo, visto que os produtos adquiridos não se inserem entre os legalmente previstos, para o efeito aplicação do citado benefício fiscal. Afastada a exigência fiscal sobre parte das importações, posto se adequar ao direcionamento legal do diferimento do imposto.

- Redução da penalidade por força de lei posterior mais benigna.

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, à unanimidade, e de acordo com o voto da relatora, pelo recebimento dos RECURSOS HIERÁRQUICO, por regular, e VOLUNTÁRIO, por regular e tempestivo, e quanto ao mérito, pelo seu PROVIMENTO PARCIAL DE AMBOS, para alterar quanto aos valores a sentença exarada na instância monocrática, que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº 933000008.09.00000752/2010-98, de 1/12/2010, lavrado contra a autuada acima identificada, FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA., inscrita no CCICMS sob nº 16.064.725-8, para declarar como devido o ICMS no valor de R$ 103.934,20

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Continuação do Acórdão nº 503/2014 2

(cento e três mil, novecentos e trinta e quatro reais e vinte centavos), por infração aos artigos 2º, § 1º, I, 3º, IX e 14, V, c/c o art. 106, I, “d”, do RICMS/PB, sem prejuízo da multa por infração no valor de R$ 51.967,12 (cinquenta e um mil, novecentos e sessenta e sete reais e doze centavos), nos termos do art. 82, II, “e”, da Lei nº 6.379/96, alterada pela Lei Estadual nº 10.008/13, perfazendo o total de R$ 155.901,32 (cento e cinquenta e cinco mil, novecentos e um reais e trinta e dois centavos).

Ao tempo em que cancelo, por indevido, o montante de R$ 111.947,42, sendo R$ 29.990,17 de ICMS e R$ 81.957,25 de multa por infração, pelos fundamentos acima expendidos.

Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do art. 84, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.094/13.

P.R.I.

Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 05 de dezembro de 2014.

Maria das Graças Donato de Oliveira Lima Consª. Relatora

Gianni Cunha da Silveira Cavalcante Presidente

Participaram do presente julgamento os Conselheiros, PATRÍCIA MÁRCIA DE ARRUDA BARBOSA, FRANCISCO GOMES DE LIMA NETTO, ROBERTO FARIAS DE ARAÚJO, JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES e DOMÊNICA COUTINHO DE SOUZA FURTADO.

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Continuação do Acórdão nº 503/2014 3

PROCESSO Nº 1228282010-0

Recurso HIE./VOL CRF N.º 393/2013

1ª RECORRENTE: GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. 1ª RECORRIDA : FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

2ª RECORRENTE: FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

2ª RECORRIDA : GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. PREPARADORA : RECEBEDORIA DE RENDAS DE CAMPINA GRANDE.

AUTUANTE(S) : CÍNTIA MACEDO P. DA COSTA.

RELATORA :

CONSª. MARIA DAS GRAÇAS D. OLIVEIRA LIMA

FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS IMPORTAÇÃO. PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA BENS DO PROCESSO PRODUTIVO. CONFIGURAÇÃO PARCIAL.

PENALIDADE. LEI POSTERIOR MAIS BENIGNA.

APLICAÇÃO. AUTO DE INFRAÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. REFORMADA QUANTO AOS VALORES A DECISÃO MONOCRÁTICA. RECURSOS HIERARQUICO E VOLUNTÁRIO PACIALMENTE PROVIDOS.

- Não se aplica o diferimento do ICMS Importação às aquisições de partes e peças de reposição para bens de ativo fixo, visto que os produtos adquiridos não se inserem entre os legalmente previstos, para o efeito aplicação do citado benefício fiscal. Afastada a exigência fiscal sobre parte das importações, posto se adequar ao direcionamento legal do diferimento do imposto.

- Redução da penalidade por força de lei posterior mais benigna.

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

RELATÓRIO

Em análise, neste egrégio Conselho de Recursos Fiscais, os Recursos

HIERÁRQUICO e VOLUNTÁRIO interpostos contra decisão monocrática que julgou

PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento 93300008.09.00000752/2010-98 (fl. 4), lavrado em 1º de dezembro de 2010, onde a autuada acima

GOVERNO

DA PARAÍBA

GOVERNO

DA PARAÍBA

Secretaria de Estado da Receita

Conselho de Recursos Fiscais

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identificada, FELINTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA., é acusada da irregularidade que adiante transcrevo juntamente com a nota explicativa que a segue:

- “FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS IMPORTAÇÃO – Contrariando dispositivos legais, o contribuinte não efetuou o recolhimento do ICMS Importação concernente à(s) mercadorias(s) importada(s) do exterior.”

“Nota Explicativa – O contribuinte não efetuou o recolhimento do ICMS Importação referente às DI’s nº 06/1278046-0 (DTA Des. 30/10/2006), 07/0009726-5 (DTA Des. 09/01/2007), 07/0316504-0 (DTA Des. 13/03/2007), 07/0323922-2 (DTA Des. 14/03/2007), 07/0551885-4 (DTA Des. 02/05/2007), 07/0640246-9 (DTA Des. 01/06/2007). Como também recolheu a menor o ICMS Importação referente às DI’s 07/1483797-5 (DTA Des. 14/11/2007), 07/1525635-6 (DTA Des. 21/11/2007) e 08/1585657-6 (DTA Des. 08/10/2008).”

Por considerar infringidos os arts. 2º, II, 3º, IX, e 14, V, do RICMS/PB, a autuante procedeu ao lançamento de ofício, exigindo o ICMS no valor total de R$ 133.924,37, ao mesmo tempo em que propôs a aplicação da penalidade pecuniária em igual quantia - R$ 133.924,37 -, nos termos do art. 82, II, “e”, da Lei nº 6.379/96, perfazendo, ambas as quantias o crédito tributário no montante de R$ 267.848,74.

Documentos instrutórios constam às fls. 5 a 20 (Ordem de Serviço Normal, Demonstrativo do ICMS Importação, Extratos de Declaração de Importação, Comprovantes de Importação, Comprovante de Recolhimento de ICMS, e GNRE).

Regularmente cientificada da ação fiscal, em 16/12/2010, através do Aviso de Recebimento RO 61280484 5 BR, anexo a fl. 3, a autuada comparece aos autos, por intermédio de seu representante legal, apresentando defesa tempestiva, onde tece considerações sobre a quantidade e variedade de bens que importou, bem como explica a sua aplicação e forma de utilização no processo produtivo do seu estabelecimento.

Apresenta fotocópias dos bens objeto da exigência fiscal e junta cópia do Termo de Acordo nº 137/2002 (fls. 46 a 53), que firmou perante esta Secretaria de Estado da Receita.

Mediante expediente de contestação, a autuante observa que, apesar de a autuada requerer para si o benefício do Diferimento, previsto no art. 10, IX, do RICMS/PB - o que lhe conferiria o direito ao adiamento, para uma etapa posterior, do pagamento do ICMS Importação em foco -, o crédito tributário em questão não se refere à importação de bens para o ativo fixo da empresa e, sim, à importação de partes e peças de reposição de seus similares na composição de máquinas industriais.

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Aportados os autos do processo na instância “a quo”, após a sua conclusão, que se seguiu à prestação da informação sobre inexistência de antecedentes fiscais da autuada (fls. 57 e 58), estes foram distribuídos ao julgador fiscal, Alexandre Souza Pitta Lima.

Às fls. 60, deu-se juntada aos documentos de fls. 61 a 175.

Em seu decisório o referido julgador fiscal concluiu pela parcial procedência do auto de infração, ao fundamento de que parte dos bens, objeto das aquisições denunciadas no libelo basilar, destina-se a compor o ativo do fixo da autuada e, portanto, a operação está alcançada pelo Diferimento do respectivo ICMS, como prevê o art. 10, IX, do RICMS/PB, razão, pois, da sua exclusão da exigência fiscal em foco.

Além disso, fez constar que parte dos créditos tributários foi denunciada pela Fiscalização com valor menor que o devido, o que ensejaria a lavratura de termo complementar de lançamento, não tivesse este sido homologado, segundo aplicação da regra do art. 150, § 4º, do CTN.

Em decorrência do entendimento acima, o crédito tributário considerado devido pela referida instância de julgamento passou a se constituir do montante de R$ 200.813,50, divido entre ICMS e multa infracional em iguais valores.

Interposto recurso hierárquico (fl. 183), após a regular ciência da decisão monocrática, conforme atestam o AR e a respectiva notificação fiscal, de fls. 186 a 188, a recorrente recorre voluntariamente a este egrégio Conselho de Recursos Fiscais (fls. 193 a 200), manifestando inconformismo com a decisão singular, alegando erro desta, porquanto não teria enxergado diferimento em cinco das nove situações oneradas pelo ICMS.

Defende que os bens objeto das operações de importação se destinam a integrar o ativo fixo do seu estabelecimento e, no caso, estaria presente uma “guerra de conceitos” (sic.) que se antagonizam quanto ao que se considera mercadorias destinadas a uso/consumo e para integração ao ativo fixo.

Acresce que, no intuito de exorcizar a “paixão pelo academicismo dos conceitos, tanto da empresa como da autoridade fiscal” (sic.), decidiu-se pela apresentação de prova pericial.

Aduz que, diante dessa prova, constata-se que “não há desatenção legal para três das quatro acusações a julgar, como houve para cinco das nove já julgadas pela excelsa instância inicial”.

Afirma, ainda, que “para a constatação única de procedência da acusação fiscal tratará de quitar a obrigação no momento oportuno”.

Após essas considerações, requer:

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- uma vez admitido, com anexação de laudo pericial acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica, seja mantida a r. sentença da instância prima que desacolheu parte da acusação fiscal e reformada a outra parte, então tida como procedente da seguinte forma: conforme detalhamento cronológico constante da peça vestibular de acusação: manutenção da anulação da notícia fiscal acusatória 1, 2, 7 e 8; requer a reforma da decisão inicial para tornar improcedente as acusações fiscais constantes no auto de infração na ordem 3, 4, 5 e 6; condenação da recorrente para satisfação da obrigação tributária apontada no item 9 do precitado auto de infração;

- requer a apuração da obrigação apontada no item 9 de que trata o auto de infração, situação que deixa de ser questionada, nos patamares da Lei Estadual nº 10.008/13 (DOE de 8.6.13), resultando a obrigação residual segundo a configuração de R$ 4.592,69 de ICMS e R$ 3.296,35 de multa por infração.

Por fim, informa que se põe à disposição para esclarecimentos técnicos decorrentes da prova pericial, inclusive à bancada de julgamento em sessão ordinária julgadora, e diz que se sujeita a suportar o ônus financeiro pelo custeio de contraprova pericial, desde que acompanhada pelas autoridades do Conselho Regional de Engenharia – CREA.

Junta Relatório Técnico (nº 01062013), às fls. 202 a 213, Anotação de Responsabilidade Técnica, na fl. 14, e comprovante de pagamento ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Paraíba.

Instada a apresentar contrarrazões, a autuante confirma a acusação inicial e observa que, no tocante à mercadoria denominada vídeo de inspeção, sua descrição nas notas fiscais 33073 e 33074 e, ainda, nas DI’s 07/0316504-0 e 07/0323922-2 consta que são “partes e peças de reposição para uso exclusivo em máquina para impressão em rotogravura...”.

Por fim, pede a reforma da decisão “a quo”, para que seja mantido o feito fiscal.

Na seqüência, os autos foram remetidos a esta Casa, e a mim distribuídos, segundo critério regimentalmente previsto, para o fim de apreciação e julgamento.

Está relatado.

VOTO

A exigência que motivou o presente contencioso fiscal tem origem na conduta da autuada, que teria consistido da prática irregular de falta de pagamento do ICMS Importação incidente sobre a aquisição no exterior de mercadorias, nos exercícios de 2006, 2007 e 2008.

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bens de ativo fixo destinados ao seu parque industrial, visto que a primeira situação confirmaria a acusação em foco, enquanto a segunda estaria ao amparo do diferimento do imposto, previsto no art. 10, IX, do RICMS/PB, caso os produtos se insiram na categoria dos estabelecidos no referido dispositivo legal.

De acordo com as respectivas notas fiscais, trata-se das mercadorias denominadas DOCTOR BLADE ou LÂMINA DE RASPAGEM DE ROTOGRAVURA (N. Fiscal nº 31782, 25186 e 35188), REBOLO SINTÉTICO PARA POLIMENTO DE CILINDROS (N. Fiscal nº 31794), CILINDO DE AÇO REVESTIDO DE VIDRO (N. Fiscal nº 33243), EIXO PNEUMÁTICO DIFERENCIAL (N. Fiscal nº 38340, 38344 e 38345), VÍDEO DE INSPEÇÃO (N. Fiscal nº 33073 e 33074), e PARTE CONTROLADORA DE ROTOGRAVURA (N. Fiscal nº 33634).

Com exceção das importações de VÍDEO DE INSPEÇÃO e PARTE CONTROLADORA DE ROTOGRAVURA, a primeira instância manteve a exigência fiscal relativa às demais mercadorias, por entender que consistem de partes ou peças de reposição e, por essa razão, as respectivas operações não se encontram ao abrigo do diferimento do imposto, estabelecido no art. 10, IX, do RICMS/PB, o que acarreta a obrigação do pagamento do ICMS Importação.

Com referência às mercadorias mantidas na exigência fiscal pela decisão singular, corroboro o entendimento adotado pelo julgador monocrático.

O próprio Relatório Técnico, de fls. 202 a 213, confirma a assertiva acima, conforme a exposição da “Análise das Máquinas” e “Quadro resumo”, cujos fragmentos esclarecedores, relacionados a cada produto importado, transcrevo:

DOCTOR BLADE OU LÂMINA DE ROTOGRAVURA – “A empresa conta com diversos tamanhos diferentes de embalagens, onde, para efetuar uma troca de produto de uma maneira eficiente, é necessário adquirir também um número considerável de lâminas de raspagem com diferentes tamanhos. Inicialmente usavam-se as lâminas originais que vieram no equipamento, que possuía uma vida útil bem menor que as atuais lâminas tipo DOCTOR BLADE, que tem a característica “long life”, ou seja, vida longa, que podem ser consideradas uma evolução das lâminas originais, onde a sua aquisição veio a propiciar, no processo produtivo da empresa, uma maior produtividade...Em função de constantes desgastes das lâminas originais, este item é necessário para que equipamento (máquina de rotogravura) retorne à sua condição normal de funcionamento, na qual a troca das referidas lâminas se dão em espaços de tempo maiores, devido à sua vida útil também maior...”.

REBOLO SINTÉTICO PARA POLIMENTO DE CILINDROS – “a rugosidade final do cilindro é definida no processo de polimento ... Esta operação é executada com lixas rotativas ou rebolos, que é uma lixa especial”.

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CILINDRO DE AÇO REVESTIDO DE VIDRO – “este produto (...) tem a função de aumentar o tratamento corona na produção de filme... Para podermos aumentar a velocidade do equipamento compramos este cilindro para podermos aumentar a velocidade do cilindro uma vez que este duplicata (sic.) o tratamento sendo assim podemos aumentar em mais de 40% a velocidade do equipamento”.

(Os grifos não constam do original).

Quanto aos produtos que foram excluídos da exigência fiscal pela decisão monocrática, discordo quanto à solução sobre a PARTE CONTROLADORA DE ROTOGRAVURA, por entender que, assim como as mercadorias acima citadas, este produto caracteriza-se como parte ou peça de reposição.

Sobre esse produto o mencionado Relatório Técnico é pouco esclarecedor, mas o depoimento do próprio contribuinte, na fl. 145, não deixa dúvidas quanto a essa característica, ao afirmar que “trata-se de um hardware ou componente eletrônico para computador e ou sistema de controle gerencial de máquina, compramos com intuito de efetuar o gerenciamento da máquina, obtendo maior espaço para arquivamento das receitas das impressões efetuadas com o aumento de memória e aumento de velocidade da chegada de informações ao gerenciador da máquina, sendo assim podemos efetuar nosso trabalho com mais eficiência, rapidez, qualidade e maior garantia da gestão, minimizando os erros de impressão”.

Desse modo, corroboro a decisão singular apenas no tocante ao produto denominado VIDEO INSPEÇÃO, por entender que se se insere nas categorias de máquinas, aparelhos e equipamento para o ativo fixo de estabelecimento industrial e relacionado com o processo produtivo, visto que, apesar de o Relatório Técnico a este não fazer referência, os esclarecimentos do contribuinte seguidos da fotocópia do bem, constantes na fl. 75, remetem a essa conclusão, conforme o seguinte fragmento que transcrevo: “Este produto tem a denominação de (...), onde usamos para filmar em tempo real o que estamos imprimindo, podendo inspecionar o material em qualquer posição sendo frente, verso e laterais... o fornecedor deste produto (...) nos enviou o sistema completo com as câmeras, vídeo e partes e peças para ser instalado na nossa rotogravura ROTOMEC ...”.

Portanto, à exceção do bem denominado VIDEO INSPEÇÃO, pelos motivos acima expendidos, entendo que os demais produtos atribuem funcionalidade a outro bem, caracterizando-se como peças ou partes dele e, por esse fato, a respectiva operação de aquisição não se beneficia do diferimento do ICMS Importação, previsto no art. 10, IX, do RICMS/PB.

Por consequência, o ICMS devido pela recorrente passa a ser constituído dos seguintes valores, excluída a parte cujo pagamento parcial foi efetuado antes da lavratura do auto de infração em tela, consoante os comprovantes de fls. 13, 15 e 17:

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Continuação do Acórdão nº 503/2014 9 1/6/07 07/0640246-9 R$ 7.879,09 0,00 7.879,09 33243 Cil. Aço 9/1/07 07/0009726-5 R$ 4.592,72 0,00 4.592,72 31794 R. Sintét. 2/5/07 07/0551885-4 R$ 3.487,70 0,00 3.487,70 33634 P. Contr. 8/10/08 08/1585657-6 R$ 30.141,31 722,69 29.418,62 38340/44/45 Eixo Pn. Total R$139.476,76 5.948,12 103.964,34

Com efeito, sobre a operação de importação do exterior, o RICMS/PB estabelece:

“Art. 2º. O imposto incide sobre: § 1º O imposto incide também:

I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade (Lei nº 7.334/03).”

“Art. 3º. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: V – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior (Lei nº 7.334/03)”.

“Art. 14. A base de cálculo do imposto é:

V - na hipótese do inciso IX do art. 3º, a soma das seguintes parcelas: a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação;

b) Imposto de Importação;

c) Imposto sobre produtos industrializados; d) Imposto sobre Operações de Câmbio;

e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras (Lei Nº 7.334/03);

§ 1º - Integra a base de cálculo, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo (Lei nº 7.334/03):

I – o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle;

II - o valor correspondente a:

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Continuação do Acórdão nº 503/2014 10

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado”.

“Art. 106. O recolhimento do imposto de responsabilidade direta do contribuinte far-se-á:

I – antecipadamente:

d) na saída de mercadoria de repartição fiscal que processar despacho aduaneiro, inclusive na realização de leilão”.

Por fim, cumpre observar que um fato superveniente veio em socorro da autuada, atenuando-lhe a penalidade. Trata-se das alterações advindas da Lei nº 10.008/13 (DOE de 06/6/13) com efeitos a partir de 01/9/2013, de modo que as penalidades passam a se reger pela regra estatuída na citada Lei, a partir data supra, em face do princípio da retroatividade da lei mais benigna, estabelecido no art. 106, inciso II, alínea “c”, do CTN.

Assim, é cabível a aplicação da multa por infração disciplinada na referida Lei Estadual que estabelece sanção menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática do ato delituoso, de forma que a multa por infração, no caso em foco, passa a ser calculada com base no percentual de 50%, situando-se, o crédito tributário devido, nos valores abaixo:

Infração Período ICMS (R$) M. por Infração(R$) Total(R$) ICMS Import. 30/10/06 10.818,22 5.409,11 16.227,33 ICMS Import. 9/1/07 4.592,69 2.296,35 6.889,04 ICMS Import. 13/3/07 0,00 0,00 0,00 ICMS Import. 14/3/07 0,00 0,00 0,00 ICMS Import. 2/5/07 3.527,45 1.763,73 5.291,18 ICMS Import. 1/6/07 7.879,09 3.939,55 11.818,35 ICMS Import. 14/11/07 3.057,77 1.528,89 4.586,66 ICMS Import. 21/11/07 44.640,36 22.320,18 66.960,54 ICMS Import. 8/10/08 29.418,62 14.709,31 44.127,93 Total 103.934,20 51.967,12 155.901,32 Diante do exposto,

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Continuação do Acórdão nº 503/2014 11

art. 82, II, “e”, da Lei nº 6.379/96, alterada pela Lei Estadual nº 10.008/13, perfazendo o total de R$ 155.901,32 (cento e cinquenta e cinco mil, novecentos e um reais e trinta e dois centavos).

Ao tempo em que cancelo, por indevido, o montante de R$ 111.947,42, sendo R$ 29.990,17 de ICMS e R$ 81.957,25 de multa por infração, pelos fundamentos acima expendidos.

Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em 5 de dezembro de 2014.

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