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Trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto Alegre: um estudo preliminar *

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Trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto

Alegre: um estudo preliminar

*

Raul Luís Assumpção Bastos**

Palavras-chave: baixos salários; emprego; desigualdade salarial; mercado de trabalho metropolitano.

Resumo

Reconhecendo que o mercado de trabalho no Brasil tem como uma de suas principais características a presença de um contingente considerável de trabalhadores de baixos salários, o objetivo deste artigo é o de realizar um estudo preliminar sobre este segmento da força de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), no período 1995-2013. A base de dados utilizada no estudo é a da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Adota-se como referência empírica para a medição da proporção de empregados de baixos salários uma das definições encontradas na literatura, que é a de que estes correspondem aos trabalhadores que percebem menos de dois terços da mediana do salário hora de uma economia.

A parcela relativa de trabalhadores de baixos salários na RMPA é analisada em termos agregados, por categorias de emprego, por características sociodemográficas selecionadas – sexo, idade, cor, posição no domicílio e escolaridade –, bem como o comportamento dos seus salários médios reais.

O estudo revela que ocorreu uma redução significativa da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários na RMPA no período, particularmente nos anos 2000. É apresentada uma sugestão de interpretação a respeito desta mudança, que está associada com o processo de queda da desigualdade salarial no mercado de trabalho metropolitano.

O artigo também mostra que a incidência de empregos de baixos salários é maior entre as mulheres, os jovens, os negros, os filhos e para os indivíduos com escolaridade fundamental incompleta. A estimação de um modelo probit confirmou que nestes segmentos havia maior probabilidade de os trabalhadores serem de baixos salários. Não obstante, ao se comparar 1995 e 2013, constatou-se uma tendência de redução das desigualdades entre os diferentes segmentos de cada uma das características sociodemográficas.

* Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Populacionais,

ABEP, realizado em São Pedro/SP – Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014.

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Trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto

Alegre: um estudo preliminar

*

Raul Luís Assumpção Bastos**

1. Introdução

Reconhecendo que o mercado de trabalho no Brasil tem como uma de suas principais características a presença de um contingente considerável de trabalhadores de baixos salários (BALTAR e PRONI, 1996; FONTES e PERO, 2011), este estudo tem por objetivo fazer uma investigação preliminar sobre a evolução e as características deste segmento da força de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no período 1995-2013.

Ao longo dos anos 2000, um dos fenômenos mais relevantes que ocorreram no mercado de trabalho no Brasil foi o da geração de empregos com registros formais (CARDOSO Jr., 2007; KREIN et al., 2013). Isto porque, dentro de certos limites, é razoável assumir que esses empregos são de melhor qualidade em comparação com as outras modalidades de inserção na estrutura ocupacional, pois eles permitem o acesso ao sistema de proteção social – previdência, FGTS, seguro-desemprego, etc. Neste sentido, a geração de empregos com registros formais teria contribuído para que o mercado de trabalho retomasse o seu processo de estruturação, o qual havia sido interrompido nos dois decênios anteriores (KREIN et al., 2013). Todavia, tem sido mostrado, por algumas pesquisas, que os empregos com registros formais criados nos anos 2000 foram majoritariamente de baixos salários (ROSANDISKI e JUNGBLUTH, 2007), o que colocaria em questão o alcance daquele processo. Para corroborar esta compreensão, quando são feitas comparações, no tempo, de distribuições do emprego por faixas de salários mínimos, se constata que os mesmos foram gerados majoritariamente para trabalhadores que percebem até dois salários mínimos.

Não obstante a constatação empírica proceda, ela não impõe o necessário controle sobre o efeito da mudança no salário mínimo real no período, uma vez que este passou por um processo de recuperação considerável (SOUEN, 2012). Isto coloca em dúvida a propriedade do seu uso para aferir a qualidade do emprego em diferentes momentos e, como decorrência, o quão precisa é a afirmação de que os empregos gerados nos anos 2000 são, em ampla medida, de baixos salários. Esta situação sugere a

* Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Populacionais,

ABEP, realizado em São Pedro/SP – Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014.

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necessidade de se estudar os empregos de baixos salários através do uso de outras referências analíticas, que não fiquem circunscritas ao salário mínimo. A este respeito, a literatura existente sobre trabalhadores de baixos salários – low-wage workers – pode se constituir em uma alternativa para procurar avançar na investigação deste tema (BERNSTEIN e HARTMANN, 2000; LUCIFORA, 2000; LUCIFORA e SALVERDA, 2009; GRIMSHAW, 2011). Isto porque ela elabora e propõe uma série de elementos para o conhecimento das suas causas, do seu dimensionamento e das suas características.

A respeito da RMPA, o trabalho de Arandia (2013, p. 26) mostrou que nela também ocorreu um processo relevante de geração de empregos formais nos anos 2000. A par deste aspecto, esse autor identificou que, no emprego formal do setor privado na RMPA, houve um aumento da proporção de trabalhadores que percebiam de um a menos de dois salários mínimos, de 27,9% em 2000 para 65,0% em 2010. A questão que a este respeito se propõe pode ser assim formulada: isto de fato significou um aumento da parcela relativa dos trabalhadores de baixos salários no emprego da RMPA, no período? Diante do que foi exposto anteriormente sobre o aumento do salário mínimo real, o uso daquela aproximação empírica – a da mudança na distribuição do emprego por faixas de salários mínimos –, não estaria colocando em dúvida a validade da afirmação de que os empregos gerados nos anos 2000 foram em ampla medida de baixos salários? Esta será uma das questões que organiza este estudo e para a qual se pretende trazer elementos com o propósito de respondê-la.

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2. Definição de emprego de baixos salários

Na literatura foi possível identificar três definições de emprego de baixos salários, uma associada a um nível absoluto de rendimentos e duas outras estabelecidas em termos relativos (BERNSTEIN e HARTMANN, 2000; LUCIFORA, 2000; LUCIFORA e SALVERDA, 2009; GRIMSHAW, 2011).

A definição de emprego de baixos salários a partir de um nível absoluto de renda utiliza como referência o montante de rendimentos que corresponde à linha oficial de pobreza de um país (OECD, 1996, p. 68; BERNSTEIN e HARTMANN, 2000, p. 19; LUCIFORA, 2000, p. 13; LUCIFORA e SALVERDA, 2009, p. 263; GRIMSHAW, 2011, p. 3). Assim, os empregados cujos rendimentos estiverem em uma posição, na distribuição de salários, abaixo deste ponto de corte serão reconhecidos como trabalhadores de baixos salários. As vantagens do uso desta definição são a possibilidade de avaliar os trabalhadores em termos de pobreza, assim como para a realização de comparações do seu padrão de vida com o de outros segmentos de assalariados. Uma de suas principais limitações é a dificuldade que a mesma impõe aos estudos comparativos internacionais, dado que por ela não são apreendidas as diferenças nos padrões de vida entre as nações.

Uma das definições do emprego de baixos salários em termos relativos estabelece uma proporção da distribuição de salários – por exemplo, 20% dos trabalhadores que percebem os menores salários – e a assume como correspondendo ao emprego de baixos salários (OECD, 1996, p. 68; BERNSTEIN e HARTMANN, 2000, p. 19; LUCIFORA, 2000, p. 13; GRIMSHAW, 2011, p. 4). Se, por um lado, esta definição tem a vantagem de ser bastante direta, por outro, além de arbitrária, ela possui a importante implicação de tornar a proporção de trabalhadores de baixos salários constante, com o que uma das questões de interesse mais relevantes enquanto objeto de investigação seja desconsiderada, qual seja, a da evolução, ao longo do tempo, do tamanho da sua parcela relativa.

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aproximada de distância social entre os diferentes segmentos de trabalhadores (LUCIFORA, 2000, p. 13). As suas principais limitações são certa arbitrariedade ao estabelecer o ponto de corte dos empregos de baixos salários inferior a dois terços do salário mediano1; e, em caso de o salário mediano estiver crescendo em termos reais, não apreender as mudanças no padrão de vida dos trabalhadores de baixos salários. De acordo com o levantamento de estudos feitos sobre o tema por Grimshaw (2011, p. 4 e 5), esta é a definição que se mostra predominante na literatura internacional. Assinale-se, também, que ela é a adotada por instituições como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e a Comissão Europeia (OECD, 1996, p. 68 e 69; LUCIFORA e SALVERDA, 2009, p. 269; European Commission, 2010, p. 145).

Alguns trabalhos propõem que se refine esta última definição de empregos de baixos salários ao impor um controle relativo ao número de horas trabalhadas, utilizando como ponto de corte menos de dois terços da mediana do salário hora (LUCIFORA e SALVERDA, 2009; MASON e SALVERDA, 2010; GRIMSHAW, 2011). Este procedimento constitui-se em uma adequação empírica que faz todo o sentido, pois existem trabalhadores tanto com jornadas de trabalho integral quanto parcial, bem como há considerável variabilidade do número de horas trabalhadas, em termos individuais. Na medida em que os trabalhadores de baixos salários, enquanto objeto de investigação, têm uma interface com a desigualdade salarial, o uso do salário hora como unidade de medida é mais adequado para o tratamento desta inter-relação temática.

Tendo por referência o acima exposto, no estudo ora desenvolvido se considerou mais apropriado utilizar a terceira definição de trabalhadores de baixos salários, acrescida do controle das horas trabalhadas – ou seja, foram reconhecidos como empregados de baixos salários todos aqueles que percebem menos de dois terços da mediana do salário hora.

3. Tendências básicas dos trabalhadores de baixos salários na RMPA

Nesta seção, busca-se apresentar as tendências básicas dos trabalhadores de baixos salários na RMPA, no período 1995-2013, utilizando para tanto os dados da

1 Não obstante a aparente arbitrariedade, Lucifora (2000, p. 13) afirma que esta definição tem

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Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).2 Afora a escolha da definição de trabalhadores de baixos salários feita na seção anterior, cabe explicitar que neste estudo o trabalho assalariado corresponde à agregação dos empregados nos setores privado e público e dos empregados domésticos mensalistas.

Conforme se pode constatar no Gráfico 1, a parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, na RMPA, evidencia um processo de redução desde a segunda metade dos anos 1990, tendo passado de 28,1% em 1995 para 25,1% em 2000, 19,8% em 2005 e 15,6% em 2010.3 A partir de 2011, ela se mostra relativamente estável, sendo a proporção atingida em 2013 igual à de 2010, que foi aquela de menor tamanho para o período como um todo. Baseado nessas evidências, uma primeira constatação é a de que ocorreu uma redução considerável da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários na RMPA, no período em foco, com particular intensidade ao longo dos anos 2000. Não obstante, este processo foi interrompido a partir de 2011, pois a proporção de trabalhadores de baixos salários, em 2013, encontrava-se no mesmo patamar que havia sido atingido em 2010.

De acordo com as categorias de emprego, pode-se perceber que, no setor privado da RMPA, ocorreu uma tendência de declínio da proporção de trabalhadores de baixos salários, de 1995 a 2010, mas esta não evidenciou continuidade no ano em 2013 (Tabela 1). Desagregando-se os assalariados do setor privado segundo a existência de vínculos formais de trabalho, dois aspectos se sobressaem: por um lado, os que não possuem carteira de trabalho assinada mostram uma incidência muito mais elevada de empregos de baixos salários; por outro, a sua parcela relativa de baixos salários manteve a tendência de declínio até 2013, algo que não se observou entre os assalariados com carteira de trabalho assinada, entre os quais esta tendência foi interrompida em 2010, inclusive com um aumento da proporção no último ano em análise. No setor público se identifica uma parcela relativa muito menor de trabalhadores de baixos salários, que

2 A primeira média anual dos dados da PED na RMPA é a de 1993. No entanto, como 1993 e 1994 ainda

foram anos de inflação elevada, optou-se por iniciar o estudo em 1995, ano em que o País passou a conviver, de fato, com a estabilidade monetária.

3 Utilizando a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) para o período 2002-2009, Fontes e Pero (2011, p.

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atingia somente 3,7% em 2005.4 Quanto aos empregados domésticos mensalistas, estes mostram um processo acentuado de redução da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, ao longo de todo o período, que passou de 68,6% em 1995 para 32,3% em 2013. Não obstante esta mudança que lhes foi favorável, esta categoria de emprego continuava, ao final do período em foco, com uma incidência de trabalhadores de baixos salários muito superior à média verificada na RMPA.

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor. Gráfico 1

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995-2013

14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (%) (%) Discriminação 1995 2000 2005 2010 2013 Setor Privado 29,3 26,3 20,3 16,3 16,6

Com carteira de trabalho assinada 27,5 23,0 16,8 13,9 15,2 Sem carteira de trabalho assinada 39,7 42,4 39,1 30,4 27,5

Setor Público 8,1 3,5 3,7 (1) (1)

Empregados domésticos mensalistas 68,6 55,1 49,6 39,2 32,3

Total 28,1 25,1 19,8 15,6 15,6

Fonte: PED- RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, c om elaboraç ão própria do autor. (1) A amostra não c omporta desagregaç ão para esta c ategoria.

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, por categorias de em prego, Tabela 1

na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995, 2000, 2005, 2010 e 2013

4 Em 2010 e 2013 não há amostra suficiente para divulgar a proporção de trabalhadores de baixos salários

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Já no que se refere ao comportamento dos salários médios reais dos trabalhadores de baixos salários, o menor nível desta série de dados se verificou em 1995 (Gráfico 2). Os salários médios reais destes trabalhadores tiveram melhora até 1998 e após ingressaram em um processo de descenso, que perdurou até 2003. A partir de então se observa uma trajetória contínua de elevação dos seus salários médios reais, que atingiram o nível máximo em 2013. Ao se cotejar este último ano com o de 1995, constata-se que o salário médio real dos trabalhadores de baixos salários havia sido incrementado em 47,1%. Este desempenho foi muito superior ao do total de assalariados, cujo salário médio real, nesta mesma base comparativa, registrou crescimento de 13,5%. Em face destes comportamentos, o hiato entre o salário médio real dos trabalhadores de baixos salários e o do total de assalariados, que era de 65,4% em 1995, havia passado para 55,2% em 2013. Não obstante este gap continue sendo de tamanho considerável, ele evidencia uma redução da desigualdade entre os salários reais dos trabalhadores de baixos salários e a média dos salários reais do mercado de trabalho metropolitano.

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor. Nota: Deflator IPC-IEPE; salários em reais de dezembro de 2013.

na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995-2013 Gráfico 2

Salário médio real, total de assalariados e trabalhadores de baixos salários,

1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total de assalariados 500 550 600 650 700 750 800 Trabalhadores de baixos salários

Total de assalariados Trabalhadores de baixos salários

4. Características sociodemográficas dos trabalhadores de baixos salários

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analisa-se o comportamento das parcelas relativas de trabalhadores de baixos salários para os segmentos acima identificados; posteriormente, utiliza-se um modelo probit, o qual permite estimar as probabilidades de os trabalhadores de cada um dos recortes sociodemográficos serem de baixos salários.

Evolução das parcelas relativas de trabalhadores de baixos salários por características sociodemográficas

Desagregando-se a força de trabalho empregada por sexo, pode-se perceber que houve um processo de redução da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários tanto para homens quanto para mulheres de 1995 a 2010: no primeiro caso, esta passou de 20,8% para 11,2%, e no último, de 38,2% para 20,6% (Tabela 2). Constata-se, adicionalmente, que essas proporções se encontravam praticamente inalteradas em 2013. Esses dados revelam que o padrão de desigualdade por sexo, identificado por outros estudos, também está presente na RMPA, no sentido em que a incidência de empregos de baixos salários é maior estre as mulheres e que, portanto, a sua situação no mercado de trabalho é relativamente mais adversa em comparação aos homens (LUCIFORA e SALVERDA, 2009; MASON e SALVERDA, 2010; FONTES e PERO, 2011; GRIMSHAW, 2011).

No que diz respeito ao recorte por idade, houve redução das parcelas relativas de trabalhadores de baixos salários em todas as faixas etárias, até 2010 (Tabela 2).5 Em 2013, enquanto entre os assalariados de 25 a 39 anos manteve-se a tendência de diminuição da proporção de trabalhadores de baixos salários, para os segmentos populacionais de 16 a 24 anos e de 40 anos e mais, este processo evidenciou interrupção. Ao se compararem os níveis de incidência de trabalhadores de baixos salários para as diferentes faixas etárias, constata-se que esta era bem mais elevada entre os jovens de 16 a 24 anos, o que vai ao encontro de outros trabalhos sobre este tema (LUCIFORA e SALVERDA, 2009; MASON e SALVERDA, 2010; FONTES e PERO, 2011; GRIMSHAW, 2011).

Quanto ao recorte por cor, as parcelas relativas de trabalhadores de baixos salários de negros e de não negros apresentaram um processo de retração até 2010, níveis que se mantiveram muito próximos aos registrados em 2013 (Tabela 2). No caso

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desta modalidade de recorte, os negros mostraram, ao longo de todo o período, proporções de trabalhadores de baixos salários muito superiores às dos não negros, o que se coaduna com a compreensão de que os afrobrasileiros estão historicamente sobrerrepresentados em empregos da base da estrutura de salários do mercado de trabalho brasileiro.

Tabela 2

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, por características sociodemográficas, na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995, 2000, 2005, 2010 e 2013

(%) Discriminação 1995 2000 2005 2010 2013 Sexo Homens 20,8 19,7 15,2 11,2 11,3 Mulheres 38,2 31,5 25,3 20,6 20,4 Idade 10 a 15 anos 80,7 80,4 (1) (1) (1) 16 a 24 anos 42,2 40,7 31,0 24,7 25,8 25 a 39 anos 20,8 18,9 15,2 12,8 11,9 40 anos ou mais 23,7 19,2 16,2 13,0 13,6 Raça/Cor Negros 39,3 35,6 30,1 22,9 23,1 Não negros 26,3 23,6 18,2 14,3 14,4 Posição no domicílio Chefe 16,7 15,9 12,7 10,7 9,9 Cônjuge 33,3 28,1 22,6 17,2 17,6 Filho 42,3 34,7 27,2 21,5 22,9 Demais membros 42,3 40,4 29,6 22,9 23,3 Escolaridade Analfabetos 54,6 54,0 (1) (1) (1) Fundamental incompleto 40,3 37,9 32,0 27,3 26,5

Fundamental completo a médio incompleto 27,0 31,5 27,5 24,3 25,5

Médio completo a superior incompleto 9,5 12,3 12,2 9,5 10,7

Superior completo (1) (1) (1) (1) (1)

Total 28,1 25,1 19,8 15,6 15,6

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor.

(1) A amostra não comporta desagregação para esta categoria.

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estudo para aquele ano. Já a posição de filho evidencia uma elevada parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, o que se associa com o fato de eles serem majoritariamente jovens – como assinalado anteriormente, este segmento etário possui uma grande proporção de trabalhadores de baixos salários.

No que se refere à segmentação por escolaridade, constata-se que somente para os empregados com fundamental incompleto ocorreu uma tendência de retração da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários ao longo de todo o período, tendo esta passado de 40,3% em 1995 para 26,5% em 2013 (Tabela 2).6 Entre aqueles que pertenciam à faixa de escolaridade de fundamental completo a médio incompleto, identificam-se oscilações nas proporções de trabalhadores de baixos salários, com o que o nível verificado em 1995 (27,0%) estava próximo daquele de 2013 (25,5%). Para os empregados com escolaridade média completa a superior incompleta, observa-se também uma trajetória com oscilações das proporções de trabalhadores de baixos salários; todavia, neste caso, em 2013 havia ocorrido um aumento da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários em comparação a 1995, de 9,5% para 10,7%.

Estimativa da probabilidade de um trabalhador ser de baixo salário

O propósito deste tópico é o de estimar a probabilidade de um trabalhador ser de baixo salário de acordo com as características sociodemográficas sexo, idade, cor, posição no domicílio e escolaridade.7 Para atingir esse objetivo, foi estimado um modelo probit8 para os anos de 1995 e 2013, no qual a variável dependente pode assumir dois valores: um, caso o trabalhador seja de baixo salário, e zero, caso não seja. A forma de medição das variáveis explicativas do modelo está descrita no Quadro 1.

Os resultados da estimação do modelo probit,9 acima descrito, encontram-se na Tabela 3. Conforme pode-se constatar, todas as estimativas dos coeficientes das variáveis explicativas são estatisticamente significativas para 1995 e 2013, com a

6 Deve-se ter presente que no período ocorreu também uma grande mudança na composição da População

Economicamente Ativa (PEA) por faixas de escolaridade na RMPA. Neste sentido, a parcela relativa da PEA metropolitana com escolaridade fundamental incompleta declinou de 47,0% em 1995 para 20,1% em 2013.

7 Para estimar o modelo descrito neste tópico foram excluídos da amostra os indivíduos de 10 a 15 anos,

os analfabetos e os com curso superior completo, pois não havia ocorrências suficientes na base de dados da PED para divulgar estas informações com significância estatística para 1995 ou 2013, ou para ambos os anos.

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Lucifora e Salverda (2009, p. 268) sugerem, para este tipo de objeto de investigação, a estimação do modelo de probabilidade linear ou do modelo probit.

9 O modelo probit foi estimado no Ambiente Estatístico R. Para o conhecimento dos códigos para a

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exceção da variável idade na faixa etária de 25 a 39 anos. Constata-se, também, que os sinais das estimativas dos coeficientes das variáveis explicativas são todos positivos, o que indica aumento da probabilidade de ser trabalhador de baixo salário em relação às respectivas categorias de referência.10 A medida de ajuste utilizada – o Pseudo R2 – evidencia valores relativamente baixos (0,18 para 1995 e 0,11 para 2013), o que recomenda cautela na interpretação dos resultados do modelo estimado.

Quadro 1

Descrição das variáveis explicativas do modelo probit

Variáveis Descrição

Sexo Homem = 0 (categoria de referência)

Mulher = 1

Idade 16 a 24 anos = 1

25 a 39 anos = 2

40 anos e mais = 0 (categoria de referência)

Cor Não negro = 0 (categoria de referência)

Negro = 1

Posição no domicílio Chefe = 0 (categoria de referência) Cônjuge = 1

Filho = 2

Demais membros = 3

Escolaridade Fundamental incompleto = 1

Fundamental completo a médio incompleto = 2

Médio completo a superior incompleto = 0 (categoria de referência)

Para explorar mais os resultados do modelo probit, na Tabela 4 são apresentadas as estimativas dos efeitos marginais11 das suas variáveis explicativas. De acordo com o recorte por sexo, estima-se – tudo o mais constante – que uma mulher tinha uma probabilidade 23,2 pontos percentuais (p. p.) superior à de um homem de ser um trabalhador de baixo salário na RMPA, em 1995, o que corrobora as evidências expostas no tópico anterior desta seção. De qualquer forma, pode-se também constatar que a desigualdade entre os sexos havia se reduzido em 2013, pois a probabilidade de uma mulher ser um trabalhador de baixo salário havia passado para cerca de 12,0 p. p. superior à de um homem.

10 Não é intuitivo o sinal positivo da estimativa do coeficiente da variável explicativa idade, para a faixa

etária de 25 a 39 anos, uma vez que é a de menor incidência de empregos de baixos salários (Tabelas 3). De qualquer forma, esta estimativa não tem significância estatística.

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No que diz respeito ao recorte por idade dos assalariados, estima-se, em 1995, que um jovem de 16 a 24 anos possuía – tomando-se as demais características dos indivíduos como dadas – uma probabilidade 14,9 p. p. superior a de um adulto de 40 anos e mais de ser um trabalhador de baixo salário. Em 2013, esta diferença desfavorável aos jovens havia se reduzido para menos da metade (6,1 p. p.). Quanto à cor, estima-se que, em 1995, um negro tinha uma probabilidade 7,3 p. p. superior à de um não negro de ser um trabalhador de baixo salário, mantidas as demais características dos assalariados como dadas. Esta desvantagem dos trabalhadores negros havia tido diminuição para 4,8 p. p., em 2013, indicando uma queda da desigualdade entre os dois segmentos populacionais.

Em termos de posição no domicílio, pode-se estimar que os filhos tinham uma probabilidade 16,3 p. p. à dos chefes de serem trabalhadores de baixos salários, em 1995 e, em 2013, de 10,5 p. p.. Para os cônjuges, se por um lado os efeitos marginais estimados são de menor tamanho, tanto em 1995 quanto em 2013, por outro, esses efeitos aumentaram no período: tudo o mais constante, um cônjuge tinha uma probabilidade 2,5 p. p. superior a de um chefe de ser um trabalhador de baixo salário em 1995, enquanto que em 2013 esta desvantagem havia aumentado para 3,1 p. p..

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Discriminação 1995 2013

Constante -2,22767*** -1,87539***

(0,04192) (0,03536)

Sexo

Homem ref. ref.

Mulher 0,72876*** 0,51605*** (0,03005) (0,02934) Idade 16 a 24 anos 0,48275*** 0,26425*** (0,03721) (0,03978) 25 a 39 anos 0,03355 0,01768 (0,02898) (0,03213)

40 anos e mais ref. ref.

Raça/Cor

Não-negros ref. ref.

Negros 0,22524*** 0,19152***

(0,03059) (0,03358)

Posição no domicílio

Chefe ref. ref.

Cônjuge 0,07995* 0,12941*** (0,03816) (0,03741) Filho 0,48932*** 0,45259*** (0,03612) (0,03783) Demais posições 0,43505*** 0,38987*** (0,04723) (0,05396) Escolaridade Fundamental incompleto 1,32754*** 0,80540*** (0,03458) (0,03284) Fundamental completo a médio incompleto 0,80224*** 0,63029*** (0,03788) (0,03088) Médio completo a

superior incompleto ref. ref.

Pseudo R2 0,182 0,108

Tamanho da amostra 16.184 15.183

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor.

Notas:

1. A variável dependente do modelo tem como categoria de referência a si- tuação em que o trabalhador empregado não é de baixo salário.

2. ref. = categoria de referência.

3. A notação * corresponde ao nível de 5,0 % de significância e *** ao de 0,1% de significância.

4. Erros padronizados entre parênteses.

Resultados da estimação do modelo probit, trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995 e 2013

(15)

Discriminação 1995 2013

Constante -0,687797*** -0,436057***

Sexo

Homem ref. ref.

Mulher 0,232388*** 0,119990***

Idade

16 a 24 anos 0,149049*** 0,061443***

25 a 39 anos 0,010373 0,004120

40 anos e mais ref. ref.

Raça/Cor

Não negros ref. ref.

Negros 0,073244*** 0,047641***

Posição no domicílio

Chefe ref. ref.

Cônjuge 0,025099*** 0,031215*** Filho 0,163040*** 0,105234*** Demais posições 0,150041*** 0,106536*** Escolaridade Fundamental incompleto 0,409879*** 0,228155*** Fundamental completo a médio incompleto 0,276292*** 0,170690*** Médio completo a

superior incompleto ref. ref.

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor.

Notas:

1. A variável dependente do modelo tem como categoria de referência a situação em que o trabalhador empregado não é de baixo salário.

2. ref. = categoria de referência.

3. A notação *** corresponde ao nível de 0,1% de significância.

Tabela 4

Estimativas dos efeitos marginais do modelo probit, trabalhadores de baixos salários na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995 e 2013

5. Desigualdade salarial e empregos de baixos salários

O objetivo desta seção é o de elaborar de forma breve uma interpretação a respeito da redução da parcela relativa de empregos de baixos salários na RMPA, no período 1995-2013. Esta tem por referência a proposição encontrada na literatura de que em economias em que é menor a desigualdade salarial, a incidência de empregos de baixos salários é também de menor tamanho (OECD, 1996; LUCIFORA, 2000; LUCIFORA e SALVERDA, 2009; MASON e SALVERDA, 2010). Para trabalhar esse objetivo, são apresentadas evidências a respeito da desigualdade salarial na RMPA, no período, procurando cotejá-las com a evolução da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários.

(16)

processo de redução da desigualdade salarial na RMPA, no período (Gráfico 3). Pode-se observar que a razão Decil 5/Decil 1 dos salários hora reais havia passado de 2,28 em 1995 para 1,60 em 2013, o que demonstra, de forma inequívoca, a diminuição da dispersão salarial no mercado de trabalho metropolitano. Alternativamente, ao se comparar o topo da distribuição de salários com a sua base, a razão Decil 9/Decil 1 dos salários hora reais mostra redução de 7,52 em 1995 para 4,60 em 2013, reafirmando o processo de queda da desigualdade salarial no período focalizado por este estudo.

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor. Nota: Os salários foram deflacionados pelo IPC-IEPE.

Gráfico 3

Razões Decil 5/Decil 1 e Decil 9/Decil 1 dos salários hora reais, na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995-2013

1,00 1,50 2,00 2,50 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Decil 5/Decil 1 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 Decil 9/Decil 1 Decil5/Decil 1 Decil9/Decil1

Avançando-se no principal objeto desta seção, de acordo com o que se pode constatar no Gráfico 4, o coeficiente de Gini12 registrou redução da desigualdade salarial na RMPA, até 1997, mas após elevou-se, atingindo 0,476 em 2000, o maior nível do período analisado. A partir de 2001, o coeficiente de Gini teve uma clara tendência de queda, com interrupções somente em 2008 e 2013, quando se situou em 0,397, nível levemente superior ao do ano anterior, o menor de todo o período. Ao se comparar o comportamento desta medida de desigualdade salarial com o da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários, com exceção do final dos anos 1990 e dos

12 As medidas de desigualdade apresentadas nesta seção – coeficiente de Gini e Índice de Theil – foram

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anos posteriores a 2010, as evidências sugerem a existência de uma associação direta entre as duas séries de dados.

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor. Nota: Os salários foram deflacionados pelo IPC-IEPE.

na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995-2013 Gráfico 4

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários e Coeficiente de Gini dos salários hora reais,

14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Trabalhadores de baixos salários (%) 0,390 0,410 0,430 0,450 0,470 0,490 Gini

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários Coeficiente de Gini

(18)

Fonte: PED-RMPA - Convênio FEE, FGTAS, PMPA, SEADE, DIEESE e apoio MTE/FAT, com elaboração própria do autor. Nota: Os salários foram deflacionados pelo IPC-IEPE.

Gráfico 5

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários e Índice de Theil dos salários hora reais, na Região Metropolitana de Porto Alegre - 1995-2013

14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Trabalhadores de baixos salarios (%) 0,300 0,320 0,340 0,360 0,380 0,400 0,420 0,440 0,460 Theil

Parcela relativa de trabalhadores de baixos salários Índice de Theil

6. Considerações finais

A partir da adoção de uma das definições propostas pela literatura, este estudo preliminar mostrou que ocorreu redução da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários na RMPA, com ênfase no período que se estendeu de 2001 a 2010. Após esse último ano, constatou-se que esta tendência foi interrompida.

Segundo as categorias de emprego, os assalariados do setor privado com carteira de trabalho assinada evidenciaram queda da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários até 2010, enquanto entre os sem carteira e os empregados domésticos mensalistas, esta tendência se estendeu até 2013. Não obstante, esses dois últimos segmentos continuaram com proporções muito mais elevadas de trabalhadores de baixos salários. Quanto ao o salário médio real dos trabalhadores de baixos salários, este registrou crescimento muito superior ao da média dos assalariados, no período 1995-2013, o que deve ter contribuído para uma melhora não somente absoluta como relativa do seu padrão de vida.

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de redução das desigualdades entre os diferentes segmentos de cada uma das características sociodemográficas.

Este trabalho apresentou indícios da validade da proposição encontrada na literatura de que há uma associação direta entre desigualdade salarial e a incidência de empregos de baixos salários, para o caso da RMPA no período 1995-2013. Neste sentido, as razões Decil 5/Decil 1 e Decil 9/Decil 1 mostraram uma clara tendência de queda da dispersão salarial na região, no período. Ainda mais relevante, por meio da análise gráfica, a comparação das trajetórias do coeficiente de Gini e do Índice de Theil com a da parcela relativa de trabalhadores de baixos salários sugeriu uma associação direta entre as séries de indicadores, corroborando aquela proposição.

Para a continuidade desta pesquisa sobre trabalhadores de baixos salários na RMPA, esboçam-se alguns aspectos que demandam investigação. Se a incidência de empregos de baixos salários está associada à desigualdade salarial, é preciso avançar no conhecimento sobre as causas da queda desta última, identificada por este estudo. A esse respeito, uma possibilidade é assumir a compreensão de que a regulação institucional dos salários é um elemento que para tanto contribui (LUCIFORA, 2000; LUCIFORA e SALVERDA, 2009). Nesta perspectiva, deve-se dar atenção – dentre outros aspectos – para a regulação do salário mínimo e dos pisos salariais no Rio Grande do Sul, para os quais existe uma Lei desde 2001. Outro aspecto – ou, com mais propriedade, questão – que se considera pertinente diz respeito às razões de por que o processo de redução da incidência de empregos de baixos salários foi interrompido após 2010. Por fim, faz-se necessário avançar no conhecimento – muito além do que foi esboçado neste estudo – sobre a qualidade dos empregos de baixos salários na RMPA. Referências

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Referências

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