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Intervenções efetivas para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável no contexto da Atenção Primária à Saúde

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Academic year: 2022

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Instituto de Saúde

REVISÃO RÁPIDA

Intervenções efetivas para a promoção do aleitamento materno e da

alimentação complementar saudável no contexto da Atenção Primária à Saúde

Instituto de Saúde

8 de maio de 2020

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Instituto de Saúde

O que é uma revisão rápida?

Uma revisão rápida consiste na adaptação de algumas etapas recomendadas para a elaboração de revisões sistemáticas, visando produzir uma síntese das melhores evidências disponíveis em tempo hábil para atender demandas específicas. Esta revisão rápida foi elaborada em atenção a uma demanda da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) e da Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (COCAM) do Ministério da Saúde. Esta revisão não apresenta recomendações.

Financiamento

Essa revisão rápida foi elaborada com recursos do Projeto “Implementação de intervenções voltadas à proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável no Sistema Único de Saúde” (TED 163/2018).

Conflito de interesses

Os autores declaram não possuir conflitos de interesse.

Autores

Sonia Isoyama Venancio.

Maritsa Carla de Bortoli.

Daiane Sousa Melo.

Gláubia Rocha Barbosa Relvas.

Bruna Carolina de Araújo.

Cintia de Freitas Oliveira.

Letícia Aparecida Lopes Bezerra da Silva.

Roberta Crevelário de Melo.

Helissa de Oliveira Mendonça Moreira.

Juliano Mattos Rodrigues.

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Sumário

Resumo executivo 4

Contexto 4

Método 4

Resultados 4

Considerações Finais 5

Contexto 7

1.1 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 8

Pergunta de pesquisa 10

Método 10

3.1 Critérios de inclusão e exclusão 11

3.2 Bases de dados e estratégias de busca 11

3.3 Seleção das evidências 12

3.4 Extração e análise dos dados 12

3.5 Avaliação da qualidade das evidências 13

3.6 Atalhos para revisão rápida 13

Resultados 14

4.1 Estudos selecionados 14

4.2 Tipos de intervenção 15

4.3 Intervenções para promoção do AM 16

4.4 Intervenções para a promoção da AC saudável 40

4.5 Proporção de países por nível de renda 47

4.6 Qualidade das evidências 48

Considerações Finais 49

5.1 Tipo de intervenção (o que fazer) 49

5.2 Público-alvo (para quem fazer) 50

5.3 Momento da intervenção (quando fazer) 51

5.4 Atores (quem implementa) 51

5.5 Estratégias/métodos de intervenção (como fazer) 52 5.6 Intensidade da intervenção (com que frequência fazer) 52

Referências 55

Identificação dos responsáveis pela elaboração 60

Apêndices 62

Apêndice A - Protocolo da Revisão Rápida 62

Apêndice B - Termos e resultados das estratégias de busca 63 Apêndice C - Lista de estudos excluídos com justificativa 67 Apêndice D - Descrição dos estudos incluídos 71

(4)

Apêndice E - Avaliação da qualidade das revisões sistemáticas utilizando a

ferramenta AMSTAR-2. 72

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Resumo executivo

Contexto

As práticas alimentares desde o nascimento até os 2 anos de idade têm um impacto profundo em toda a vida de uma criança, mais de 800 mil vidas de crianças e 20 mil vidas das mães poderiam ser salvas anualmente se as recomendações fossem seguidas globalmente. As recomendações internacionais e do Ministério da Saúde do Brasil orientam a amamentação na primeira hora de vida, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e a introdução da alimentação complementar a partir dos 6 meses, com a continuidade da amamentação até os 2 anos de idade ou mais. A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil tem objetivo de qualificar profissionais da atenção primária à saúde para apoiar e promover o aleitamento materno e a alimentação complementar saudável das crianças. Apesar de seu potencial, a Estratégia necessita de ferramentas para o fortalecimento de sua implementação. Essa revisão rápida foi desenvolvida com o objetivo de apresentar as melhores evidências sobre intervenções para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável na atenção primária à saúde.

Método

Um protocolo prévio foi elaborado, as buscas foram realizadas em outubro de 2019, em cinco bases de dados, a partir do acrônimo PICOT, usando termos MeSH e DeCS. As revisões sistemáticas incluídas tiveram sua qualidade metodológica avaliada com o AMSTAR-2.

Resultados

Dos 700 relatos identificados, 32 revisões sistemáticas foram incluídas, sendo que 26 delas avaliaram intervenções para a promoção do aleitamento materno, 4 eram sobre intervenções para a promoção da alimentação complementar saudável e 2 revisões abordavam intervenções para ambos os temas. Entre as revisões sistemáticas voltadas para a promoção da amamentação, as intervenções avaliadas foram: educativas individuais e em grupo (6), de apoio por profissionais de saúde, leigos ou pares (peer support), incluindo aconselhamento (8), baseadas em teorias da autoeficácia materna e mudança

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de comportamento (3), voltadas à capacitação de profissionais de saúde (1), focadas na distribuição de materiais escritos, focadas na mídia e tecnologias digitais (2), praticadas por consultores do International Board Certified Lactation Consultants (1), de incentivo (1), com foco no envolvimento paterno (2) e multifacetadas (10). Entre as revisões sistemáticas focadas na alimentação complementar as intervenções avaliadas foram: baseadas em informação e/ou educação e/ou aconselhamento (2), comportamentais e não comportamentais (2), praticadas por trabalhadores comunitários (1) e com utilização de meios de comunicação de massa com ou sem educação nutricional (1). A maioria das revisões sistemáticas (26) incluíram estudos conduzidos em países de alta renda, com uma proporção média de 77% destes estudos dentro das revisões.

As revisões também incluíram estudos conduzidos em países de renda média- alta (22), de renda média-baixa (14) e de baixa renda (7) e uma revisão não apresentou informações sobre os países incluídos nos estudos primários. As revisões sistemáticas foram classificadas, segundo avaliação da qualidade, como criticamente baixa (22), baixa (7), moderada (3) e nenhuma RS alcançou o nível de alta qualidade metodológica.

Considerações Finais

A síntese dos resultados permitiu uma orientação mais clara em relação a seis aspectos das intervenções: 1) Tipo de intervenção (o que fazer); 2) Público-alvo (para quem fazer); 3) Momento da intervenção (quando fazer); 4) Atores (quem implementa); 5) Estratégias/métodos de intervenção (como fazer) e 6) Intensidade da intervenção (com que frequência fazer). Para que as intervenções sejam efetivas é fundamental avaliar a fidelidade das ações implementadas ao que foi inicialmente planejado. Embora a revisão rápida tenha adotado alguns atalhos metodológicos, atendeu seu propósito de responder a uma demanda do Ministério da Saúde de forma ágil e transparente. As revisões forneceram informações relevantes sobre a efetividade de diferentes tipos de intervenção voltadas ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável, bem como possibilitaram vários aprendizados no tocante à implementação dessas intervenções, ainda que a maioria desses estudos tenha sido classificado com qualidade criticamente baixa. Um cuidado adicional foi tomado na interpretação dos resultados das revisões em relação à renda dos

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apreender o potencial de aplicação das intervenções no contexto do Brasil.

Espera-se que as evidências apresentadas possam apoiar e fortalecer a implementação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, oferecendo às equipes de atenção primária à saúde um cardápio de ações de promoção da amamentação e alimentação complementar saudável cuja efetividade já foi demonstrada e fornecendo elementos para adaptações locais.

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1. Contexto

As práticas alimentares desde o nascimento até os 2 anos de idade têm um impacto profundo em toda a vida de uma criança. Importantes são os benefícios de amamentar: os bebês amamentados são menos suscetíveis a infecções de ouvido, diarréia, pneumonia e outras doenças da infância. Amamentar continuamente até o primeiro e segundo ano de idade é associado a maiores escores de inteligência na criança e também podem reduzir a incidência de sobrepeso, obesidade e doenças crônicas como diabetes mais tarde na vida.

Globalmente, o aleitamento materno (AM) poderia salvar mais de 800 mil vidas de crianças e adicionar mais de US $ 300 bilhões à economia global a cada ano(1,2).

As mães que amamentam também têm um risco menor de desenvolver câncer de mama e ovário. Melhorar as práticas de AM pode impedir 20 mil mortes maternas por câncer de mama anualmente no mundo(1,2).

Uma dieta diversa, frequente e aceitável também é essencial para prevenir deficiências de micronutrientes, nanismo e o desperdício. Se as práticas da alimentação complementar (AC) saudável forem praticadas globalmente, aproximadamente 100 mil mortes em crianças menores de cinco anos poderão ser evitadas a cada ano. Além disso, a alimentação responsiva, onde há estímulo e interação com a criança durante a refeição, melhora o desenvolvimento do cérebro durante um período crítico de crescimento(1,2).

Embora as evidências sobre o poder do AM e da AC saudável para a saúde e a prosperidade sejam fortes, há muito trabalho a ser feito para melhorar as práticas de AM e AC saudável em todo o mundo e no Brasil(1,2)

A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que o AM se inicie na primeira hora de vida do bebê e que o leite materno seja o alimento exclusivo para a criança até os seis meses de idade, ou seja, durante o período de aleitamento materno exclusivo (AME) não há necessidade de oferecer qualquer outro tipo de alimento ou líquido, incluindo água, salvo orientações

(9)

A partir dos 6 meses de vida as crianças podem passar a receber a AC enquanto continuam a ser amamentadas até os dois anos de vida ou mais, visando atender às crescentes necessidades nutricionais dessa fase da vida. Os alimentos complementares devem ser nutricionalmente adequados, devem ter texturas adaptadas ao desenvolvimento da criança e devem ser oferecidos de maneira gradual. O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos recomenda uma alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, respeitando a variedade e os aspectos sociais e culturais da prática da alimentação(2,3).

Pesquisas reconhecem que amamentar não é uma tarefa só da mulher, é necessário o apoio das famílias, comunidades, locais de trabalho e do sistema de saúde - apoiado por bons investimentos dos governos. No contexto do suporte comunitário e familiar as ações de promoção ao AM devem ser baseadas nas questões sociais e culturais que influenciam as práticas de AM, adaptadas a diferentes contextos e grupos alvo relevantes. Essas intervenções são essenciais para que se construam ambientes favoráveis para que as mulheres que escolhem amamentar tenham o apoio de que precisam em todos os níveis(1).

As evidências científicas também reportam que os pais e outros cuidadores das crianças necessitam de um bom aconselhamento para alimentar adequadamente seus bebês. O apoio especializado dos sistemas de saúde e dos serviços comunitários são fundamentais para garantir ótimas práticas de de alimentação complementar(1).

1.1 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil

No Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) enfatiza a importância dos profissionais de saúde, em especial da atenção primária, estarem capacitados para apoiar as mães a amamentarem e para orientar os cuidadores das crianças a oferecerem uma AC saudável. O acolhimento precoce da gestante nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) no pré-natal e após a alta da maternidade é fundamental para evitar a interrupção do AME, garantindo orientação apropriada quanto aos benefícios da amamentação para mãe, a criança, a família e a sociedade(3).

(10)

O Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos também traz um enfoque no apoio às mães e à família; fala sobre a importância do leite materno e da amamentação, sobre as dificuldades mais comuns e apresenta orientações para que o AM transcorra da melhor maneira possível. Também apresenta doze passos que subsidiam ações de educação alimentar e nutricional em âmbito individual e coletivo no Sistema Único de Saúde (SUS) e em outros setores(2).

A Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS – Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) é recomendada como estratégia para aprimorar as competências e habilidades dos profissionais de saúde para a promoção do AM e da AC saudável, como atividade de rotina das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O processo de formação dos profissionais inclui a orientação para que as UBS elaborem um plano de ações de promoção do AM e da AC na APS, no entanto não são fixadas quais ações específicas devem ser realizadas(4).

Dados do Sistema de Gerenciamento da EAAB mostraram que a Estratégia obteve sucesso na proposta baseada na educação permanente: até o período de março de 2018 foram realizadas 261 oficinas de formação de tutores, foram formados 4.901 tutores e 2.509 UBS receberam oficinas de trabalho. Apesar da ampla capacitação dos profissionais que atuam na APS, apenas 109 UBS foram certificadas pela Estratégia(5).

Tendo em vista o grande potencial da EAAB na qualificação de profissionais e a dificuldades na sua implementação, a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) e a Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (COCAM) do Ministério da Saúde identificaram a necessidade de fortalecer a implementação da EAAB através do levantamento de evidências científicas sobre intervenções efetivas para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável na APS.

Dessa forma foi desenvolvida esta Revisão Rápida, com o objetivo de apresentar as melhores evidências sobre intervenções para a promoção do AM e da AC saudável na APS.

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2. Pergunta de pesquisa

Para a construção da pergunta de pesquisa foi utilizado o acrônimo PICOT (População, Intervenção ou Exposição, Comparador, Desfechos e Tipos de Estudo)(6).

“Quais intervenções são efetivas para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável na atenção primária à saúde?”

P: mães e outros cuidadores de crianças menores de dois anos de idade e/ou profissionais que atuam com essa população.

I: intervenções para promoção do aleitamento materno e/ou da alimentação complementar saudável.

C: qualquer abordagem usual ou nenhuma.

O: melhoria na prevalência e/ou duração do aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo e das práticas de alimentação complementar saudável.

T: revisões sistemáticas e overviews.

3. Método

Uma revisão rápida faz o uso de atalhos metodológicos das etapas recomendadas para elaboração de revisões sistemáticas (RS), com o objetivo de encurtar o tempo na entrega das evidências para a tomada de decisão. Esse modelo de revisão é recomendado principalmente quando há constatação de necessidade de planejar e incorporar intervenções em tempo hábil(7). A presente revisão rápida foi elaborada seguindo um protocolo prévio (Apêndice A), mantendo a transparência, o processo sistemático e a reprodutibilidade da metodologia de uma revisão sistemática.

3.1 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídas RS, com ou sem metanálise, e estudos do tipo overview que avaliaram a efetividade de intervenções para promoção do AM e/ou da AC, com a população de cuidadores de crianças menores de dois anos de idade ou com profissionais que trabalham com essa população, no contexto da APS. Foram incluídas as publicações nos idiomas inglês, espanhol e português e não houve restrição em relação ao ano de publicação.

(12)

Foi considerado que as intervenções para promoção do AM deveriam ter como desfecho a promoção do AME e/ou do AM continuado até os dois anos ou mais.

As intervenções para a promoção da AC saudável deveriam ter como desfecho mudanças nas práticas alimentares das crianças, por exemplo, aumento da diversidade da dieta, redução do consumo de alimentos ultraprocessados, diminuição do consumo de açúcar e aumento do consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Não foram incluídas intervenções baseadas na oferta de suplementos alimentares e que tinham como desfecho apenas o crescimento da criança.

Não foram incluídos estudos dos tipos: scoping review, revisão integrativa, síntese de evidências para políticas, avaliação de tecnologias de saúde, avaliação econômica, estudos primários e em idiomas diferentes dos citados anteriormente.

Foram excluídos estudos que não apresentavam resultados de efetividade; não abordavam intervenções; não se relacionavam aos temas de aleitamento materno ou alimentação complementar; quando as intervenções não focaram em mudanças das práticas alimentares; quando as intervenções eram realizadas em contextos específicos (populações específicas, somente no âmbito hospitalar), quando tinham somente desfechos sobre mortalidade, deficiências de micronutrientes (anemia, deficiência de vitamina A), obesidade, desnutrição, e/ou desenvolvimento infantil.

3.2 Bases de dados e estratégias de busca

Foram realizadas buscas nas bases indexadas Medline (via Pubmed), Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Epistemonikos, Embase e Health Evidence. As estratégias de busca utilizadas foram desenvolvidas com base na combinação de palavras-chave estruturadas a partir do acrônimo PICOT, usando os termos MeSH para Pubmed e DeCS para Portal Regional da BVS, adaptando- os ao Epistemonikos, Health Evidence e Embase (Apêndice B).

Foi utilizado filtro das bases de dados para selecionar estudos do tipo RS nas bases PubMed, Portal Regional da BVS, Embase e Epistemonikos. Foi utilizado o

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filtro disponível para também selecionar estudos do tipo Overview ou Overall nas bases de dados PubMed, Portal Regional BVS e Health Evidence.

Nas bases Portal Regional da BVS e Embase também foi utilizado o filtro para excluir estudos da base Medline para evitar a duplicação de estudos já selecionados via Pubmed.

O termo e sinônimos de “Atenção Primária à Saúde” e traduções em inglês e espanhol não foram utilizados nas buscas na base de dados Portal Regional da BVS, pois o resultado da busca completa resultou em apenas 3 estudos combinado ao termo e sinônimos “Aleitamento Materno” e apenas 2 estudos quando combinado ao termo e sinônimos “Fenômenos Fisiológicos da Nutrição do Lactente”. Ao fazer a busca sem o termo e sinônimos “Atenção Primária à Saúde”, os resultados foram mais amplos (156 e 23, respectivamente) e incluíam os estudos da busca anterior.

Na base de dados Epistemonikos também foi observado a mesma limitação dos resultados ao fazer a busca completa incluindo o termo “Primary Health Care” e sinônimos em combinação ao termo e sinônimos “Infant Nutritional Physiological Phenomena”, resultando apenas 2 estudos da busca. Ao excluir o termo e sinônimos de “Primary Health Care”, o resultado passou para 93 estudos.

Contudo, os dois estudos identificados da busca completa não estavam incluídos entre os 93 da segunda busca, assim foi considerado também incluí-los para o rastreamento por título e resumo.

3.3 Seleção das evidências

Com a utilização do aplicativo para gerenciamento bibliográfico Rayyan QCRI (8) foi feita a exclusão de estudos duplicados e a seleção de estudos pela leitura de títulos e resumos. Os estudos elegíveis foram selecionados para leitura na íntegra.

3.4 Extração e análise dos dados

Por meio de uma planilha Excel, foram extraídos dados relacionados aos autores, ano de publicação, objetivo, elementos da intervenção, detalhamento da implementação da intervenção, desfecho primário e secundário, elementos do

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estudo, principais achados, proporção de estudos que incluíram a população- alvo, proporção de estudos realizados em países de diferentes rendas e último ano da busca.

3.5 Avaliação da qualidade das evidências

A qualidade metodológica dos estudos e a confiança nos achados foram avaliadas em duplicidade utilizando a ferramenta AMSTAR-2 - A Measurement Tool to Assess Systematic Reviews(9), recomendada para avaliação de revisões sistemáticas. Para a avaliação da confiança dos resultados das revisões sistemáticas foram utilizados sete domínios críticos, sugeridos pelos autores da ferramenta, que podem afetar criticamente a validade de uma revisão e suas conclusões: Registro de protocolo prévio à revisão (item 2); Pesquisa bibliográfica abrangente (item 4), Justificativa sobre exclusão de estudos(item 7); Utilização de técnica adequada para avaliação de risco de viés de estudos primários (item 9); Utilização de métodos meta-analíticos adequados (item 11);

Consideração do risco de viés ao interpretar os resultados da revisão (item 13);

e Avaliação da presença e provável impacto do viés de publicação (item 15).

3.6 Atalhos para revisão rápida

Por se tratar de uma revisão rápida os processos de seleção dos estudos e extração de dados dos estudos selecionados não foram realizados em duplicidade.

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4. Resultados

4.1 Estudos selecionados

Dos 700 relatos encontrados nas bases em outubro de 2019, identificamos 596 estudos não duplicados, os quais foram avaliados considerando título e resumo (Figura 1). Após leitura dos títulos e resumos foram selecionados 64 estudos para leitura na íntegra, a qual incluía apenas 1 overview, destes estudos 32 foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade. Entre os estudos excluídos 4 não foram encontrados para leitura na íntegra. Os outros motivos das exclusões foram: não são revisão sistemática (7); não apresentam resultados de efetividade para as práticas de AM ou AC (desfecho era crescimento da criança) (7); não abordam intervenções (2); intervenções apenas no ambiente hospitalar (2); não se relaciona ao tema de AM ou AC (2);

não apresenta resultados de efetividade para as práticas de AM (desfecho era prevenção de intercorrências mamárias) (1); intervenções em contexto específico (emergências) (1); intervenções em contexto específico (mães de bebês gêmeos) (1); intervenções em contexto específico (mães adolescentes) (1); intervenções não focam em mudanças de práticas alimentares (1); todas as intervenções são combinadas com suplementos alimentares (1); nova versão de revisão sistemática que já estava incluída (1); revisão sistemática qualitativa (1).

Uma lista dos 32 estudos excluídos e justificativas de exclusão é apresentada no Apêndice C. Após leitura na íntegra foram incluídos na síntese das evidências 32 RS que atendiam aos critérios de elegibilidade e são descritas no Apêndice D.

Identificou-se número maior de estudos que avaliam intervenções para a promoção do AM, em comparação com a escassez de produção de evidências a efetividade de intervenções para a promoção da AC saudável. Das 32 revisões incluídas, 26(11-18,20-25,27-38) abordavam intervenções para a promoção do aleitamento materno, 4(39-42) abordavam intervenções para a promoção da alimentação complementar saudável e 2(19,26) abordavam intervenções para ambos os temas.

(16)

Figura 1 - Fluxograma de seleção de estudos

Fonte: elaborado pelos autores, adaptada da recomendação PRISMA(10).

4.2 Tipos de intervenção

Diferentes tipos de intervenções voltadas para a promoção do AM e da AC foram identificadas nas RS. Para apresentação de uma síntese dos principais achados optou-se por agrupar as intervenções de acordo com a sua natureza. Dentro do tema da promoção do AM seis RS(11-16) avaliaram intervenções educativas individuais e em grupo, oito RS(14-20) avaliaram intervenções de apoio por profissionais de saúde, leigos ou pares (peer support), incluindo aconselhamento, três RS(21-23) avaliaram intervenções baseadas em teorias da autoeficácia materna e mudança de comportamento, uma revisão(24) avaliou intervenções voltadas à capacitação de profissionais de saúde, duas RS(12,15) avaliaram intervenções focadas na distribuição de materiais escritos, duas RS(25,26) avaliaram intervenções focadas na mídia e tecnologias digitais, uma revisão avaliou intervenções

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praticadas por consultores do IBCLC (International Board Certified Lactation Consultants), uma revisão(28) avaliou intervenções de incentivo, duas RS(29,30) avaliaram intervenções com foco no envolvimento paterno e dez RS(23,29,31-38)

avaliaram intervenções multifacetadas.

No contexto das intervenções para a promoção da alimentação complementar, duas RS(39,40) avaliaram intervenções baseadas em informação e/ou educação e/ou aconselhamento (IEA), duas RS(41,42) avaliaram intervenções comportamentais e não comportamentais, uma revisão(19) avaliou intervenções praticadas por trabalhadores comunitários e uma revisão(26) avaliou a utilização de meios de comunicação de massa com ou sem educação nutricional.

4.3 Intervenções para promoção do AM

A descrição das intervenções voltadas à promoção do AM é apresentada no Quadro 1.

Quadro 1: Síntese de intervenções voltadas à promoção do aleitamento materno.

Intervenção Autor, ano

Descrição

Intervenções Educativas Individuais e em Grupo

Lumbigan on et al., 2016(11)

Almeida et al.,

2015(12)

Ruiz- Mirazo et al.,

2012(13)

Lumbiganon et al., 2016

Essa revisão incluiu somente estudos que analisam intervenções educativas no pré-natal em países com renda alta. Os métodos consistiam em consultoria sobre amamentação, uso de livreto e vídeo sobre aleitamento materno e mensagens enviadas por telefone. Nas intervenções em que houve um único método de educação não houve diferença na duração de aleitamento materno e não há evidências de que as intervenções melhoraram a proporção de mulheres com aleitamento materno exclusivo ou não exclusivo aos 3 ou aos 6 meses.

Um estudo de três braços mostrou que a intervenção com consultor de amamentação, mais livreto e vídeo melhorou a proporção de mulheres em aleitamento materno exclusivo aos 3 meses. Um estudo comparou as sessões mensais sobre aleitamento materno mais mensagens de telefone…

(18)

Chung et al.

2008(14)

Guise et al.,

2003(15)

Fairbank et. al., 2000 (16)

Continua...

...celular semanais e relatou melhoria na proporção de mulheres que amamentam exclusivamente aos três e aos seis meses. A maioria dos estudos desta revisão ocorreram em países desenvolvidos, não havendo certeza de que tais conclusões e resultados sejam relevantes em outras localidades.

Almeida et al., 2015

Esta revisão objetivou identificar estratégias desenvolvidas para melhorar os índices de aleitamento materno cujo efeito tenha sido testado por intermédio de estudos randomizados. Verificou-se que estudos que utilizaram uma intervenção educativa estruturada em um único contato da puérpera com o profissional de saúde não se mostraram eficientes, nem atividades educativas em áreas onde as taxas de amamentação já eram altas.

Ruiz-Mirazo et al., 2012

Esta revisão comparou os efeitos do pré-natal em grupo e do pré- natal individual. Identificou-se escassa evidência, principalmente de baixa qualidade, a favor do pré-natal em grupo. Dois ECR mostraram as taxas de início da amamentação e a duração média maiores em mulheres realizando pré-natal em grupo e elas possuíam maior conhecimento e satisfação com o pré-natal.

Chung et al., 2008

O objetivo desta RS foi avaliar a eficácia das intervenções iniciadas na APS para promover e apoiar a amamentação nos períodos pré- natal, periparto e pós-parto. Os resultados sugerem que as intervenções de amamentação pré-natal aumentaram significativamente a taxa de amamentação de curto prazo.

A combinação de intervenções de amamentação pré e pós- natal aumentou...

Continua…

(19)

...significativamente as taxas de amamentação de médio e de longo prazo. Em intervenções que tiveram apenas componentes pós-natais, os resultados da meta-regressão sugerem que efeitos maiores foram observados na amamentação exclusiva.

Guise et al., 2003

Esta revisão avaliou a efetividade de várias intervenções para melhorar o início e a duração da amamentação junto às gestantes ou mães até o 6 mês pós parto, usuárias de serviços de saúde de APS. As intervenções educativas compreendiam sessões com conteúdo estruturado, podendo incluir treinamento de habilidades práticas para o manejo da amamentação. Em geral eram conduzidas por especialistas ou enfermeiros e a duração das sessões variou de 30 a 90 minutos. As intervenções melhoraram o início e a manutenção da amamentação no curto prazo, mas não a longo prazo. Parece haver maior efetividade das sessões educacionais em populações onde a taxa de aleitamento materno pré-intervenção é inferior a 50%. Sessões educacionais que revisam os benefícios da amamentação, princípios da lactação, mitos, problemas comuns, soluções e treinamento de habilidades parecem ter o maior efeito isolado. A duração das sessões, assim como se era ofertada individual ou em grupo não apresentaram uma aparente associação com a efetividade da intervenção. A combinação de educação e apoio não foi substancialmente diferente daquela da educação sozinha.

Fairbank et al., 2000

Esta RS identificou 19 estudos sobre intervenções educativas, que incluíram literatura sobre amamentação sozinha ou combinada com um método mais formal e não interativo, aulas de educação em saúde em grupo pequenas e informais, ministradas no período pré-natal. Somente a literatura sobre amamentação, ou...

(20)

Continua…

...combinada com um método mais formal e não interativo de oferecer educação em saúde, parece ter eficácia limitada em termos de taxas de iniciação quando implementada entre mulheres de diferentes classes étnicas ou de renda no Reino Unido, na República da Irlanda e na EUA. Pequenas turmas informais de educação em saúde em grupo parecem aumentar as taxas de iniciação e duração da amamentação nos países desenvolvidos. Essa forma de intervenção pode ser eficaz quando implementada entre mulheres de todas as faixas de renda e de minorias étnicas.

Intervenções de Apoio por Profissionais de Saúde, Leigos ou Pares (Peer Support) Incluindo Aconselha- mento

*O apoio por conselheiros

ou peer

support é definido como dar assistência e

encorajamento

por um

indivíduo considerado semelhante.

No caso do Brasil

poderiam ser considerados os Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

Cheng et al.,

2019(17)

Mcfadden et al., 2017(18)

Almeida et al., 2015

(12)

Gilmore e McAuliffe, 2013(19)

Jolly et al.,

2012(20)

Chung et al.,

2008(14)

Cheng et al., 2019

O estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a eficácia de intervenções domiciliares com educação e apoio profissional nos resultados da amamentação e identificar os componentes efetivos que podem levar ao sucesso do programa.

A intervenção profissional baseada em apoio, usando um ambiente doméstico, parece ser uma maneira viável e útil de promover a amamentação. Considerando as intervenções de sucesso, a maioria iniciou após o nascimento do bebê. A intensidade variou de 6 visitas a 24 visitas, com seguimento de 3 meses e 12 meses pós-parto, respectivamente. Quatorze estudos avaliaram a taxa/duração do aleitamento materno exclusivo (AME). Destes, 10 demonstraram um significativo aumento das taxas e manutenção da AME. Dezesseis estudos investigaram a taxa de amamentação e duração da amamentação.

Destes, apenas 4 encontraram aumento desses desfechos. Dos 4, 2 avaliaram as taxas até 6 meses de pós-parto, 1 até os 12 meses e 1 até os 18 meses. Nenhum dos estudos seguiu os participantes até 2 anos. Quatro estudos avaliaram as intervenções em domicílio nas taxas de início da amamentação. Três delas não mostraram aumento nas taxas. A maioria delas tinha uma duração mais curta e menor número de visitas.

(21)

Guise et al.,

2003(15)

Fairbank et. al., 2000(16)

Continua…

Mcfadden et al., 2017

As intervenções de apoio elegíveis para esta revisão incluíram elementos como tranquilidade, elogios, informações e a oportunidade de discutir e responder às perguntas da mãe, além de incluir treinamento da equipe para melhorar os cuidados de apoio prestados às mulheres. Poderia ser oferecido por profissionais de saúde ou leigos, treinados ou não treinados, em ambientes hospitalares e comunitários, a grupos de mulheres ou individualmente, incluindo o apoio de mãe para mãe, de forma proativa ou não, fornecido pessoalmente ou por telefone, poderia envolver apenas um contato ou contato contínuo e regular por vários meses e ocorrer no período pré-natal, pós-natal ou ambos. O público alvo foram mães e bebês saudáveis.

Todas as formas de apoio adicional aos cuidados de rotina reduziram o risco de interromper a amamentação exclusiva no sexto mês, porém houve alta heterogeneidade nas meta-análises.

O apoio efetivo à amamentação inclui as seguintes características: ser oferecido de rotina, por pessoas treinadas, durante a gestação ou no pós‐parto, incluir visitas pré‐agendadas para que as mulheres possam saber antecipadamente quando o apoio estará disponível, ser adaptado às necessidades locais e do grupo populacional. O apoio tem maior probabilidade de ter sucesso em locais com altas taxas de mulheres que já iniciaram a amamentação. O apoio pode ser oferecido tanto por profissionais quanto por leigos ou outras mães apoiadoras, ou uma combinação de ambos. As estratégias baseadas principalmente no apoio presencial têm maior probabilidade de sucesso para mães que praticam amamentação exclusiva. Para a interrupção do aleitamento materno exclusivo em até seis meses, o efeito da intervenção parece ser maior quando realizada por não profissionais (apoio leigo) em comparação com...

(22)

Continua…

...profissionais ou apoio misto.

Almeida et al., 2015

Um estudo incluído nessa revisão mostrou que a adição de uma consulta no pós-parto imediato, com médico treinado em amamentação, a um programa preexistente pode aumentar significativamente a taxa de amamentação exclusiva em relação ao grupo controle, além do aumento na duração mediana da amamentação em cinco semanas e menos queixas em relação às dificuldades em amamentar.

Gilmore e McAuliffe, 2013.

Esta revisão avaliou a efetividade de intervenções exclusivamente preventivas para a saúde materna e infantil prestadas por trabalhadores comunitários de saúde em países de baixa e média renda no nível familiar, com foco em mulheres grávidas até 42 dias pós-parto e cuidadores primários crianças menores de 5 anos. As intervenções envolveram trabalhadores comunitários promovendo práticas de amamentação para as mães em suas casas, embora diferisse no momento e na intensidade das visitas e nos desfechos avaliados. Os autores destacam que quatro características da quantidade mínima de visitas devem ser consideradas ao projetar uma intervenção deste tipo: 1) pelo menos uma visita pré-natal; 2) uma visita pós-parto (dias 1-3); 3) continuar as visitas após o primeiro mês pós-parto; e 4) uma frequência mais alta de visitas pode aumentar o sucesso, embora um limite possa ser alcançado em sete visitas. Todas as intervenções aumentaram significativamente as taxas de AME e parece que houve uma correlação entre o aumento da taxa e o momento e a intensidade das visitas.

Jolly et al., 2012

Esta revisão teve como foco o apoio oferecido por mulheres…

(23)

Continua...

...que receberam treinamento apropriado e amamentaram ou tinham o mesmo background socioeconômico, etnia ou localidade que as mulheres que estão apoiando, de forma voluntária ou com remuneração. O apoio era oferecido em visitas domiciliares, consultas na clínica ou por telefone, podendo iniciar no pré-natal e continuar após o nascimento ou ocorrer somente no pós-parto. Em relação à intensidade, em geral era realizado mais de um contato no pré-natal, contatos durante a internação ou muito precocemente após a alta, contatos frequentes no 1º mês e mais espaçados até o sexto mês, sendo comum em torno de 9-10 contatos. O apoio por pares (peer support) mostrou-se eficaz em países de baixa ou média renda e, especialmente, para a amamentação exclusiva, o que é essencial nesses contextos, mas parece ineficaz em países de alta renda, em particular no Reino Unido. O apoio por pares (peer support) fornecido em baixa intensidade (<5 contatos planejados) parece ser ineficaz para qualquer amamentação.

Chung et al., 2008

O objetivo desta revisão foi avaliar a eficácia das intervenções iniciadas na APS para promover e apoiar a amamentação nos períodos pré-natal, periparto e pós-parto. Sobre o apoio oferecido por profissional de saúde, as meta-análises não encontraram efeito significativo no início ou na duração da amamentação em comparação com os cuidados usuais. O suporte profissional em nível individual com ou sem outros componentes aumentou significativamente a taxa de amamentação de médio prazo em comparação com os cuidados usuais. O apoio leigo com ou sem outros componentes aumentou significativamente a taxa de amamentação de curto e longo e os resultados da meta- regressão sugerem que efeitos maiores foram associados a durações mais longas da amamentação exclusiva.

(24)

Continua…

Guise et al., 2003

Esta revisão avaliou a efetividade de várias intervenções para melhorar o início e a duração da amamentação junto às gestantes ou mães até o 6 mês pós parto, usuárias de serviços de saúde de APS. O apoio (incluindo aconselhamento por pares - peer support) envolvia contatos telefônicos ou presenciais a clínicas, hospitais ou visitas aos domicílios por consultores de lactação, conselheiros de enfermagem ou pares e combinavam consultas pré-agendadas e visitas não programadas ou telefonemas para apoio nos problemas. O conteúdo da intervenção costumava ser personalizado para as necessidades de cada paciente. No geral, o apoio isoladamente aumentou significativamente a duração da amamentação a curto e longo prazo, mas não teve um efeito significativo no início do aleitamento materno.

Fairbank et. al., 2000

Esta revisão identificou 2 estudos que avaliaram o apoio por pares (peer support). A principal contribuição desses programas foi apoiar as mulheres na implementação de sua decisão de amamentar e ajudá-las a fazê-lo de maneira eficaz. O apoio de colegas não foi eficaz para as mulheres que decidiram dar mamadeira.

Intervenções Baseadas em Teorias da Autoeficácia Materna* e Mudança de Comporta- mento

*A autoeficácia em amamentar é definida

como a

confiança materna em

Kassianos et al., 2019(21)

Galipeau et al., 2018(22)

Kassianos et al., 2019

A promoção do aleitamento materno exclusivo pode requerer intervenções que empregam a técnica de mudança de comportamento para marcar aspectos cognitivos e comportamentais de como realizar o aleitamento materno, suas consequências relevantes e o desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento para lidar com dificuldades. Essas intervenções foram moderadamente efetivas na promoção do aleitamento materno exclusivo imediatamente após o parto,

(25)

sua capacidade

de amamentar. Wood et al.,

2016(23)

mas este efeito diminui 13 semanas pós-parto. As intervenções foram principalmente centradas no...

Continua…

...comportamento individual e entregues individualmente.

Galipeau et al., 2018

Intervenções baseadas na teoria da autoeficácia materna, somente quando realizadas simultaneamente no período pré e pós natal, no formato individual e em grupo e realizadas face a face e por telefone tiveram um efeito significativo na auto confiança em amamentar e no AM e AME.

Wood et al., 2016

Essa revisão identificou um estudo cuja intervenção consistiu em um programa baseado na teoria cognitiva social de Bandura, a qual explica a capacidade comportamental, a expectativa de resultados e a autoeficácia, e nos princípios de aprendizagem de adultos. Por exemplo, a expectativa de resultado é a amamentação exclusiva diretamente na mama nos primeiros 6 meses. A intervenção aumentou a autoeficácia em amamentar até 4 semanas após o parto.

Intervenções Voltadas à Capacitação de

Profissionais de Saúde

Gavinne et al., 2017(24)

Gavinne et al., 2017

Esta revisão avaliou o efeito do treinamento de profissionais de saúde que prestavam assistência a mulheres e crianças em situação de AM e práticas alimentares. Foram avaliados um programa de treinamento orientado a processos com 7 sessões; os cursos de amamentação da OMS 18h e 40h e o Curso baseado no programa Wellstart TM Lactation (133h), adaptado para uso em um ambiente brasileiro. Verificou-se falta de evidências de boa qualidade para determinar se o treinamento e a educação em amamentação para a equipe de saúde podem ajudar a melhorar o conhecimento e as atitudes em amamentação, a conformidade com a Iniciativa Hospital Amigo da Criança

(26)

(IHAC) ou a aderência às disposições do Código Internacional de Marketing de Substitutos do Leite Materno.

Embora tenha havido alguns efeitos positivos...

Continua…

...pequenos, mas significativos, essa evidência é extremamente limitada em termos de qualidade metodológica e o pequeno número de estudos nos quais se baseia.

Intervenções Focadas na Distribuição de Materiais Escritos

Almeida et al.,

2015(12)

Guise et al.,

2003(15)

Almeida et al., 2015

Nesta revisão, mães que receberam instrução pré-natal e material educativo se mostraram mais propensas a praticar amamentação exclusiva ou predominante. Entretanto, quando a intervenção foi feita apenas com material educativo, sem contato direto com algum profissional de saúde, observou-se um resultado consideravelmente menor nas taxas de amamentação, sugerindo que apenas informações impressas não são tão suficientemente efetivas quanto o contato individualizado.

Guise et al., 2003

Nesta revisão, foram identificados 7 ECR sobre a efetividade de materiais escritos, os quais variaram em tamanho e detalhes, indo de uma lista de pontos-chave a panfletos e folhetos mais detalhados. Três dos ECR estudaram o efeito dos materiais escritos sozinhos e quatro ECR combinaram materiais escritos com educação ou apoio, ou ambos. Somente o material escrito não aumentou as taxas de amamentação. A estimativa combinada para a efetividade dos materiais escritos mais a educação foi comparável à da educação.

Intervenções Focadas na Mídia e Tecnologias Digitais

Lau et al., 2016(25)

Graziose et al., 2017(26)

Lau et al., 2016

O objetivo desta revisão foi sintetizar as melhores evidências disponíveis sobre a eficácia das tecnologias eletrônicas na melhoria dos resultados de aleitamento materno entre mulheres no período perinatal. A intervenção consistiu na utilização de tecnologia eletrônica (web, CD-ROM, e-educação-aprendizagem, abordagem interativa virtual, via SMS e e-prompt) para promover, ensinar,

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apoiar e dar consultoria sobre aleitamento materno, parentalidade e correta alimentação e cuidado de bebês e crianças, usando uma abordagem interativa várias vezes...

Continua…

...durante o período perinatal e era realizada por parteiras, enfermeiras, nutricionistas, funcionários de cuidados à saúde materna e infantil, pediatras, prestadores de cuidados à saúde, funcionários da universidade, conselheiros (apoio por pares - peer support). O público-alvo eram mulheres no período perinatal (gestantes, gestantes do primeiro e do terceiro trimestre ou após o parto) e cuidadores de criança, captados no pré-natal, hospitais, comunidades, centros de saúde, centros de cuidados para crianças e maternidades. A duração variou de antes do parto até 12 meses depois do nascimento. Os resultados sugerem que intervenções baseadas em web, mensagens de texto, CD Room, e-prompts e agentes de computador interativo podem melhorar a iniciação do aleitamento materno, a duração do aleitamento materno exclusivo, atitudes e conhecimento sobre o aleitamento materno. Porém, a revisão incluiu somente estudos publicados em inglês, que foram conduzidos em regiões desenvolvidas, com alto acesso à internet ou celular. Portanto, o resultado pode não ser aplicável para grupos marginalizados em regiões em desenvolvimento.

Graziose et al., 2017

Esta revisão objetivou analisar a efetividade de intervenções que incluem componentes de mídia de massa focadas na melhoria das práticas de alimentação infantil. As intervenções eram focadas em mães com crianças até 24 meses, gestantes e mães que deram à luz nos últimos 5 anos. Foram oferecidas em diversos formatos:

televisão; impressos (como jornais, cartazes ou panfletos);

mensagens de voz e/ ou SMS; rádio; megafones/ alto-falantes;

vídeos; mídia social e músicas/ dramatização. A duração variou de

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9 semanas a 4 anos (maioria de 1 ano). Em geral os estudos mostraram melhorias nas práticas de amamentação, incluindo aumento da prevalência de início precoce da amamentação e melhorias na prevalência de...

Continua…

...aleitamento materno exclusivo aos 6 meses de idade.

Intervenções Praticadas por

Consultores do IBCLC

* A

International Board Certified Lactation

Consultants (IBCLC) certifica

consultoras em amamentação,

que são

profissionais de saúde altamente treinadas na ciência da lactação.

Chetwynd et al., 2019(27)

O objetivo desta revisão é isolar o apoio fornecido especificamente pelos consultores do IBCLC em intervenções realizadas em hospitais, clínicas de pré-natal, clínicas pediátricas, atendimento telefônico e residência nas quais eles têm acesso presencial aos participantes do estudo durante o período pós-parto. Foram realizados pelo menos 2 contatos pré-natal e pelo menos 1 contato no hospital. No pós-parto a estratégia poderia combinar contatos telefônicos e visitas, variando de 3 a 9 contatos.

Dos 16 estudos, 10 incluíram intervenções no contexto da APS (pré-natal e pós-parto), podendo também contemplar ações no âmbito hospitalar. Seis estudos trouxeram análise sobre amamentação e amamentação exclusiva com três meses, dos quais 5 estudos tiveram algum componente realizado na APS.

Destas 6 intervenções, apenas 1 mostrou melhoria significativa na amamentação com 3 meses. No caso da amamentação exclusiva com três meses, 6 das 7 intervenções tiveram algum componente na APS. Destas intervenções duas melhoraram significativamente a amamentação exclusiva com 3 meses. No desfecho amamentação e amamentação exclusiva com 6 meses, foram obtidos dados de 5 estudos e 4 estudos, respectivamente. Para amamentação exclusiva, apenas em um estudo a intervenção se mostrou significativa, tendo sido realizada também no contexto da APS. No desfecho amamentação exclusiva com 6 meses apenas 1 intervenção se mostrou significativa.

Intervenções de Incentivo

Moran et al.,

2015(28)

O objetivo desta revisão foi avaliar as evidências sobre a eficácia das intervenções de incentivo, realizadas dentro ou fora do ambiente de saúde, a indivíduos e / ou suas famílias que buscam

(29)

*Os incentivos podem ser bombas tira- leite,

presentes, cupons, dinheiro,

pacotes de alimentos e ajuda nas tarefas

domésticas.

aumentar e sustentar a amamentação nos primeiros 6 meses após o nascimento. O incentivo mais comum usado foi uma bomba de mama, sozinha ou combinada com outros presentes ou cupons…

Continua...

Os 16 estudos variaram na seleção e definição dos resultados da alimentação e houve baixa consistência no relato dos resultados, em seus pontos de coleta de dados e tempos de acompanhamento.

Os resultados da alimentação foram auto relatados e não validados. O efeito geral de fornecer incentivos para a amamentação em comparação com nenhum incentivo não é claro devido à heterogeneidade do estudo e à variação na qualidade dos estudos.

Intervenções com Foco no Envolvimento Paterno

Tadesse et al., 2018(29)

Mahesh et al.,

2018(30)

Tadesse et al., 2018

Investigou-se a eficácia das intervenções de amamentação visando os pais em países de baixa e média renda. As intervenções consistiram em ações educativas (vídeo e discussão);

aconselhamento individual; aconselhamento em grupo; mídia de massa e entrega de materiais informativos. As intervenções foram realizadas em sua maioria de modo combinado, por profissionais (médicos, pediatras e agentes comunitários de saúde - ACS), em hospital, UBS e domicílios, durante o pré-natal e pós-parto. As intervenções que envolvem os pais melhoram a taxa de aleitamento materno exclusivo aos 3, 4 e 6 meses. A inclusão dos pais na intervenção diminuiu em 20% a interrupção da amamentação antes dos 6 meses.

Mahesh et al., 2018

Esta revisão objetiva analisar a eficácia de intervenções educativas que incluem pais. As intervenções consistiram em metodologias de Informação-Educação-Comunicação: discussões presenciais, apresentações em powerpoint, uso de folhetos, uso de modelos, folhetos e mídia eletrônica. As intervenções foram feitas no período pré, pré e neonatal e neonatal, com duração de 1 a 6 sessões. A meta-análise revelou que ter como alvo mães e pais está

(30)

associado a duas vezes a probabilidade de amamentar o bebê exclusivamente por 6 meses e outros desfechos como redução do uso de fórmulas.

Continua...

Intervenções Multifaceta- das

Olufunlay o et al., 2019(31)

Kim et al., 2018(32)

Tadesse et al., 2018(29)

Patnode et al., 2016(33)

Wood et al.,

2016(23)

Patel Sa. e Patel Sh., 2016(34)

Sinha et al.,

2015(35)

Ibanez et al.,

2012(36)

Olufunlayo et al., 2019

Esta revisão objetivou determinar o efeito de várias intervenções na exclusividade da amamentação até 6 meses em países de baixa e média renda com altas taxas de iniciação à amamentação. As intervenções incluíram educação (16 artigos); suporte (1 artigo) e a combinação de ambos (60 artigos). Mais de 70% das intervenções foram realizadas em um único contexto - sistemas e serviços de saúde, casa e família ou comunidade (56 braços de estudo), com o restante (23 braços de estudo) entregue em vários contextos (qualquer combinação). Três quartos (75,9%) das intervenções empregavam apoio à educação e à amamentação (60 braços de estudo). As intervenções variaram de uma única sessão a mais de 20 sessões, abrangendo a gravidez até o final do primeiro ano. Das intervenções que especificaram contatos planejados, 21 ofereceram três ou menos, 26 tiveram quatro a oito contatos e 19 pelo menos nove contatos. As intervenções foram entregues às mães no período pré-natal e / ou pós-natal. Aos 6 meses, os bebês do grupo de intervenção tiveram maior probabilidade de serem amamentados exclusivamente do que os controles. Efeitos maiores foram obtidos em intervenções realizadas por uma combinação de profissionais e leigos, em intervenções que abrangem os períodos pré-natal e pós-natal, e quando a intensidade estava entre quatro a oito contatos / sessões.

Kim et al., 2018

Esta revisão avaliou as seguintes intervenções: 1) Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC); 2) Expansão do Passo 10 da IHAC; 3) Apoio por pares (peer support); 4) Aconselhamento especializado em amamentação; 5) Suporte pré e pós-natal; 6)

(31)

Hall, 2011(37)

Oliveira et al.,

2001(38)

Apoio prático e emocional; 7) Aconselhamento comportamental cognitivo; 8) Educação em amamentação e práticas de compartilhamento de conhecimentos com estratégias de empoderamento; 9) Intervenção precoce em casa na...

Continua…

...educação de práticas de alimentação infantil 10) Educação e aconselhamento em saúde. As intervenções mais eficazes para promoção do AME iniciaram antes do nascimento e continuaram durante o período pós-parto, seguidas de intervenções conduzidas apenas no período pré-natal e aquelas realizadas apenas no período pós-natal. As intervenções baseadas na combinação do local hospital-comunidade são mais efetivas. O resultado conjunto de quinze intervenções lideradas por profissionais de saúde mostrou maior efetividade que o resultado conjunto de dez intervenções dirigidas por um leigo. Vinte e um estudos que forneceram um protocolo para provedores de treinamento mostraram maior efetividade do que aqueles sem protocolo para provedores de treinamento.

Patnode et al., 2016

Foram analisadas intervenções para mulheres em nível individual, incluindo intervenções de apoio e educativas, no pré-natal, periparto ou pós-parto, realizadas por profissionais em unidades de APS. O tempo de acompanhamento dos estudos variou de 0 e 52 semanas. As intervenções aumentaram a probabilidade de mulheres amamentarem até 6 meses e de amamentarem exclusivamente até 6 meses. Não se verificou impacto no início da amamentação.

Wood et al., 2016

Foram analisados 6 estudos com intervenções realizadas no período pré-natal (entre a 30ª e 36ª semana de gestação) e pós-natal (follow-up de 2 semanas a 6 meses). No pré-

(32)

natal, a combinação de educação e aconselhamento teve maior impacto no AME e AMP aos 3 meses. No período pós- natal um estudo identificou impacto no AME, menor probabilidade de usar chupeta e interromper a amamentação. As mães também estavam mais confiantes em sua capacidade de...

Continua…

...amamentar. As mães atendidas por médicos de cuidados primários no consultório, eram mais propensas a amamentar exclusivamente 4 semanas pós-parto, com maior duração do AM e menor probabilidade de ter dificuldades na amamentação. Os autores apontam algumas limitações dos estudos, como 1) falta de intervenções baseadas em teoria e 2) falta de fidelidade às intervenções (intervenções não foram implementadas de acordo com as recomendações).

Patel Sa. e Patel Sh., 2016

Esta revisão avaliou se os programas de educação ou apoio à lactação, usando consultores ou conselheiros de lactação, certificados ou não, melhorariam as taxas de início e a duração de qualquer aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo.

As intervenções eram realizadas nos sistemas de saúde e comunidades locais e entregues para mulheres no pré-natal, intraparto ou pós-parto. No geral, os resultados foram consistentes e fornecem evidências para o uso de consultores e conselheiros de lactação em sistemas de saúde e comunidades locais. As intervenções de apoio à amamentação com esses profissionais aumentaram o número de mulheres iniciando a amamentação, melhoraram as taxas de amamentação e melhoraram as taxas de amamentação exclusiva. O tamanho dos efeitos da intervenção variou consideravelmente nos diferentes ensaios e os efeitos médios do tratamento podem não ser aplicáveis em diferentes contextos. Houve diversidade em termos de como os consultores e conselheiros de lactação foram usados nas intervenções. Alguns

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estudos avaliaram os efeitos de intervenções de educação pré- natal, enquanto outros analisaram intervenções de apoio com ou sem educação. Os estudos analisaram as intervenções de apoio que foram realizadas pessoalmente ou por telefone. Todos esses fatores poderiam ter contribuído para a heterogeneidade...

Continua...

Embora os estudos na revisão sejam de sete países diferentes, todos eram de países com desenvolvimento humano muito alto ou alto desenvolvimento humano e isso pode afetar sua aplicabilidade em países menos desenvolvidos.

Sinha et al., 2015

O objetivo desta revisão foi verificar os efeitos das intervenções no início precoce da amamentação, AME, AM continuado e qualquer taxa de AM.

Quando entregues em cinco tipos de contexto: (I) Sistemas e serviços de saúde: estudos que examinaram o efeito do apoio do Hospital Amigo da Criança, práticas de alojamento conjunto ou apoio organizacional nos desfechos da amamentação

(II) Ambiente domiciliar e familiar: estudos sobre apoio por pares (peer support), aconselhamento ou educação individual por visitas domiciliares ou por telefone, apoio domiciliar por pai ou avô.

(III) Ambiente comunitário: estudos que examinaram o efeito de aconselhamento em grupo, reuniões em grupo, mobilização social, mídia de massa ou mídia social sobre os resultados da amamentação.

(IV) Ambiente de trabalho: estudos sobre licença-maternidade, apoio no local de

trabalho e status de emprego das mães.

(V) Ambiente político: estudos que examinaram o efeito do Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, programas nacionais de saúde materna e infantil sobre a amamentação.

(34)

(VI) Combinação de ambientes: estudos em que intervenções foram realizadas em múltiplos ambientes, por exemplo sistemas e serviços de saúde, juntamente com o ambiente doméstico e familiar.

Intervenções realizadas nos sistemas e serviços de...

Continua…

… saúde ou no ambiente doméstico e familiar aumentaram o AME em mais de 45%. As intervenções realizadas apenas no ambiente comunitário tiveram um impacto comparativamente menor. Observou-se que as taxas de AME melhoraram significativamente em 79% quando as intervenções foram realizadas simultaneamente em qualquer combinação de ambientes. O maior efeito, ou seja, 152% de aumento no AME, foi observado quando as intervenções foram realizadas em conjunto nos sistemas de saúde e no ambiente comunitário. A educação ou o aconselhamento tiveram o maior impacto na promoção do AME, seja no ambiente sistema de saúde ou no ambiente doméstico e familiar ou em múltiplos cenários. Intervenções como suporte do hospital amigo da criança ou treinamento especial da equipe de saúde nos hospitais, mídia de massa integrada, aconselhamento e abordagem de mobilização na comunidade tiveram um impacto significativo. O apoio familiar ou social não teve efeito significativo na promoção do AME.

Ibanez et al., 2012

Esta revisão buscou identificar programas efetivos que podem ser implementados por médicos clínicos gerais para promover o aleitamento materno em mulheres de baixa renda. As intervenções analisadas foram: 1) Consultas e suporte telefônico; 2) Utilização de Manual de auto-ajuda e consultas pré e pós natal com profissional de saúde; 3) Educação pré-natal sobre aleitamento materno em pequenos grupos; 4) Consulta pós natal com um conselheiro sobre amamentação; 5) Apresentação pré-natal com

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folheto explicativo; 6) Apoio individual pré-natal e após o parto; 7) Apoio individual pré-natal e após o parto, com acompanhamento periódico pelo telefone e cartões pré-endereçados. 8) Consultas em que foram oferecidos conselhos, vídeos, material escrito feitos especificamente para mulheres de baixa renda lidarem com as barreiras comuns...

Continua…

...ao aleitamento materno. As ações foram realizadas por 1) Profissionais de saúde; 2) Médicos; 3) Enfermeiros 4) Futuros conselheiros pediátricos treinados para encorajar o aleitamento materno 5) Consultor em lactação e foram entregues em consultas pré- e pós-natais, em casa e na maternidade, para mulheres antes e depois de parirem . A duração variou de a) 2-4 consultas; b) 2 consultas pré e pós natal e c) 4 consultas pós-natal e uma no pré- natal. A revisão fornece evidências de que os programas educacionais realizados em um contexto de contato pessoal contínuo com um profissional de saúde podem melhorar as taxas de iniciação e de duração do aleitamento materno em mulheres de baixa renda. Alguns estudos revelaram a importância de os programas serem conduzidos por profissionais treinados. Além disso, manuais de auto-ajuda poderiam ser também uma boa alternativa custo-efetiva em situações nas quais o aconselhamento especializado não está prontamente disponível. Este estudo é único em seu objetivo de pesquisar programas que podem ser implementados por um médico generalista para promover o aleitamento materno entre mulheres de baixa renda.

Hall, 2011

O objetivo desta revisão foi avaliar a efetividade de intervenções em comunidade para melhorar as taxas de aleitamento materno exclusivo em bebês de quatro a seis meses em países de baixa e baixa-média renda. Quatro estudos foram incluídos: 1) Acompanhamento, educação, apoio e aconselhamento para

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mulheres que deram à luz recentemente; 2) Incorporação de educação sobre amamentação exclusiva na rotina dos serviços de base comunitária; 3) Um pacote de intervenções para melhorar o cuidado perinatal e com recém-nascidos; 4) Apoio domiciliar por pares (peer support) como uma estratégia de promoção da amamentação. As intervenções foram realizadas por...

Continua...

...1) Parteiras treinadas; 2) Profissionais de saúde (Assistentes de parto tradicionais; parteiras; enfermeiras auxiliares e outros provedores de cuidado com a saúde) e trabalhadores locais da comunidade, que não eram profissionais de saúde; 3) Trabalhadoras da saúde (mulheres da comunidade que receberam 6/ 12 treinamentos) e assistentes de parto tradicionais e 4) Conselheiros individuais treinados. Os locais de entrega foram: 1) Casa; 2) clínicas de saúde (imunização, pesagem, qualquer local de cuidado com a saúde) e serviços da comunidade; 3) Casa e reuniões da comunidade. O público-alvo foi: 1) Mulheres na área urbana e rural. Quanto à duração: a) 4 visitas; b) Até 20 contatos no primeiro ano; c) 7 visitas e educação comunitária trimestral e d) 15 visitas pré e pós natal. Este estudo mostra que profissionais não formais de saúde podem apoiar no aumento das taxas de aleitamento materno em países de baixa e baixa-média renda em que pode não haver recursos para treinar mais trabalhadores formais de saúde. Devido à heterogeneidade dos estudos incluídos nesta revisão não é possível ter certeza que aspectos das intervenções são mais importantes para melhorar o aleitamento materno.

Oliveira et al., 2001

Esta revisão analisa as evidências disponíveis em relação às intervenções de cuidados primários realizadas durante as fases pré-natal e pós-natal (excluindo os cuidados ao parto) para melhorar a duração da amamentação. Foram analisadas na fase pré-natal: sessões em grupo; visita de pediatra; na fase pós-natal:

Referências

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