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NOTA TÉCNICA

ATUAÇÃO DO SOCIÓLOGO/A NA SAÚDE

Coordenação Eliane Saboia Pascoal Elaboração Eliane Saboia Pascoal Irineu Francisco Barreto Júnior Colaboradores Irineu Francisco Barreto Júnior Luciana Bolognini Pedro Roberto Meinberg Garcia Filho Ricardo Antunes de Abreu Tatiana Barbarini

AGOSTO DE 2012

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1-APRESENTAÇÃO

O presente documento tem como intuito subsidiar os/as sociólogos/as que atuam ou desejam atuar na área das competências do Ministério da Saúde, bem como, na rede de atenção primária, secundária e terciária do Sistema Único de Saúde-SUS, para que os profissionais sociólogos possam refletir, dialogar e reinventar suas práticas profissionais. Ao longo dos anos de construção e implantação do SUS, emergiram diversas discussões intersetoriais, baseando-se em estudos e experiências que conotam a possibilidade de novas categorias profissionais na área da saúde. Baseados em tais pressupostos, a Federação Nacional dos Sociólogos constitui esse documento, ressaltando que as atribuições da profissão estão referenciadas em legislação, nos documentos e normativas que delimitam a atuação deste profissional, a saber:

• Lei 6.888/80 - dispõe sobre a criação da profissão de Sociólogo;

• Decreto 89.531/84 - dispõe sobre a regulamentação da profissão de Sociólogo;

• Classificação Brasileira de Ocupações e

• Código de Ética do Sociólogo.

Partindo da fundamentação e legislação acima citados a participação efetiva do/a sociólogo/a contribuirá no processo de emancipação humana e política, na defesa dos direitos sociais dos usuários e profissionais de saúde e na consolidação de um sistema público de saúde.

2-A CONTRIBUIÇÃO DA SOCIOLOGIA PARA A CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA DA SAÚDE

Em 1973 ocorreu a Reforma Sanitária e o marco para institucionalização das ações de Vigilância em Saúde foi a Campanha de Erradicação da Varíola. No Brasil, entre as décadas de 1980 e 1990, para definir atividades relacionadas à Saúde Coletiva, utilizava-se o termo medicina social, isto é, o "ramo da medicina voltado para o papel de fatores socioambientais na ocorrência, prevenção e tratamento de doenças". (BARROS; NUNES, 2009). A lei nº 8.080/90 é o marco legal da política pública de saúde, institui o Sistema Único de Saúde e define no âmbito do SUS a Vigilância Epidemiológica.

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“conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças” (Lei 8.080/90).

Cabe a Vigilância Epidemiológica a coleta de informações com o objetivo de conhecer, identificar, prever ou medir qualquer mudança que possa acontecer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença. Procura acompanhar o surgimento de doenças na sociedade, bem como identificar os impactos e gravidade dessas doenças na população. O conhecimento gerado na Vigilância Epidemiológica orienta as medidas de intervenção para reprimir ou amenizar os danos à população, elaborar ações e estratégias de promoção em saúde.

Com a instituição do SUS uniu pessoas públicas e sociedade civil envolvidas no campo garantia de oferta púbica e das melhorias à saúde, iniciaram um debate sobre as diversas áreas do conhecimento que poderiam contribuir para o aprimoramento da saúde pública, utilizando-se de conceitos epistemológicos, de ações políticas e institucionais para dar concretude às ações da Política de Saúde.

A sociologia apropriou-se dessas discussões e conceitos, propôs sua aplicação enquanto área de conhecimento sociológico, associando-se à prática e ao conhecimento da medicina, produziu o que se chama de “sociologia médica” e “sociologia na medicina” (CANDEIAS 1971; BARROS &

NUNES, 2009). Foram acumulados alguns trabalhos acadêmicos pertinentes ao tema que hoje podem ser encontrados nas revistas LILACs, MEDLINE, PHISIS, que definem a sociologia médica como "o estudo dos determinantes e efeitos sociais da saúde e da doença e da estrutura social das instituições ou profissões médicas”. (MONTAGNER, 2008). Contudo, não há definições específicas para a sociologia da saúde.

A priori, a sociologia da saúde ultrapassa a ideia de saúde como ausência de doença, assim bem como na visão do próprio SUS, ela está para além do corpo físico e consegue ser interpretada

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como um espaço que proporcione aos indivíduos um completo bem-estar, físico, mental e social, assim como está descrito no conceito de saúde adotado pelo SUS. A sociologia da saúde vai além dos aspectos da atenção primária, secundária e terciária. Ela nos reporta a questões sobre a cura e sobre adoecimento da população, bem como permite a análise do sistema de saúde, tanto no que cabe a execução e oferta de serviços como no que tange a gestão pública do sistema. A contribuição da sociologia permite ações junto às instâncias promotoras de bem-estar, nos órgão de fiscalização, e na instância de controle social. (Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais, Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ, Escola de Saúde da Família, Centros de Saúde da Família, Grupos de Terapia Comunitária, Entidades de Apoio à Prevenção de Doenças Crônicas e entidades sociais que atuam na promoção e prevenção de saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - AVISA, Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, Conselho Nacional de Saúde – CNS, Conselho Estadual de Saúde – CES, Conselho Municipal de Saúde – CMS.

Outra contribuição da sociologia é sua aplicação como disciplina para a formação de profissionais na área da saúde, que não apenas complementa a grade curricular e a produção de conhecimento, como oferece um novo olhar sobre os estudos sobre a saúde da população (preventiva e comunitária).

Classificando o processo de produção de conhecimento, podemos entender que a sociologia da saúde, em seu primeiro período, nas décadas de 1920 a 1940, se expressou pela abordagem da sociologia médica, de influência norte-americana, interacionista simbólica.

Nos anos 1970, a contribuição da sociologia estava fundamentada no caráter critico dos debates que tratavam sobre a dominação das classes sociais e do capitalismo como eixo central da organização social. Em 1974, fundamentada nas concepções marxistas e na ação estatal surge à crítica à medicina social, que procura romper com as práticas meramente sanitárias e higienistas, que tinham como foco o controle social por meio do indivíduo, no âmbito biológico, somático, corporal, das consciências e das ideologias. Decorrente desta crítica surge uma nova concepção de medicina e passa a compreender que o fator adoecimento inclui o indivíduo e o meio em que está inserido.

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Essa nova abordagem sobre questões de saúde e adoecimento necessita de uma nova organização do processo de trabalho. O foco passa a ser a promoção da saúde, a prevenção de riscos e agravos, a reorientação da assistência a doentes, e a melhoria da qualidade de vida.

Desta forma, ocorrem mudanças no modelo gerencial, organizativo e operativo do sistema de serviços de saúde na busca de melhoria dos níveis de vida e a redução das desigualdades sociais.

Questões como formação e capacitação profissional do setor, incorporação do desenvolvimento científico e tecnológico, nova consciência para as ações sanitárias, inclusão da participação crítica e criativa dos diversos atores sociais, participação no debate sobre a reorientação das políticas econômicas e sociais no país passam a permear as práticas em saúde.

Essa nova organização esta pautada na articulação interdisciplinar entre três áreas do conhecimento: Epidemiologia, Ciências Sociais e Administração e Planejamento. Sendo assim, as diversas disciplinas que compõe estas áreas são importantes para a produção de conhecimento - Demografia, Estatística, Ecologia, Geografia, Antropologia, Economia, Sociologia, História, Ciências Políticas, entre outras. Essa abordagem multidisciplinar amplia a compreensão das seguintes dimensões:

• Condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio econômico e cultural;

• A oferta de serviços de saúde de forma hierarquizada, considerando os diferentes níveis de complexidade (da unidade básica ao atendimento hospitalar especializado);

• Realização de estudo sobre o processo de trabalho em saúde, formulação e implementação de políticas de saúde, a avaliação de planos, programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde;

• Ampliação e desenvolvimento de conhecimento sobre a saúde, o que inclui investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a saúde e doença e sobre as relações entre o “saber científico” e as concepções e práticas populares de saúde, desenvolvidas pelos grupos populares e fundamentadas nas tradições, crenças e culturas dos grupos populacionais.

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A partir da década de 90, percebe-se uma maior integração destes conhecimentos tendo como base as teorias e metodologias destas áreas de conhecimento, desencadeando em técnicas de pesquisa e novas possibilidades de análises de demanda em saúde.

Atualmente, a sociologia da saúde, desponta no cenário clínico e metodológico apoiado em linhas de pesquisa estabelecidas e reconhecidas como: sociologia médica, sociologia da saúde ou medicina social e tem como representantes pesquisadores como Maria Cecília Minayo que desenvolveu em 1992, a pesquisa qualitativa intitulada: O Desafio do Conhecimento - Pesquisa Qualitativa em Saúde. Nesse entrelaçar de novos caminhos, abrem-se subsídios para novos métodos de análise no quesito saúde/doença, em consonância com a biomedicina e ainda, enfatizando o doente como um processo de construção social, reportando à ideia do adoecimento vinculado a marcas sociais e resignificando o adoecimento para um modelo centrado na saúde. Dentro de tais concepções, a sociologia é uma importante referência para a saúde pública e a ‘sociologia da saúde’ foi incorporada nos Congressos de Medicina e de Saúde.

Com a expansão das doenças crônicas, o doente passa a ser percebido de forma diferenciada, pois suas atividades rotineiras começam a ser analisadas de acordo com a sua complexidade, levando em consideração seu cotidiano, trajetória social e biografia. A sociologia na saúde desponta como algo que veio para contribuir e fecundar área de conhecimento da saúde pública e coletiva, referendada pela citação: "se a saúde pública é relativa à saúde do povo, então há muito mais coisas envolvidas além da medicina". (Lewis apud. Evans, 2003, p.959-967).

3-COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DOS/AS SOCIÓLOGOS/AS

As Competências e atribuições profissionais dos/as Sociólogos/as a atuação do profissional graduado em Ciências Sociais, Ciências Políticas, Ciências Sociais, Sociologia e Política e/ou Antropologia é orientada pelos direitos e deveres que constam na Lei Nº 6.888/80, decreto Nº 89.531/84 que cria e regulamenta a profissão de Sociólogo. Para o exercício da profissão de Sociólogo/a, a Lei Nº 6.888/80 determina a realização de registro no órgão competente do Ministério do Trabalho.

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A lei que cria a profissão do Sociólogo/a define em seu artigo 2º as competências deste profissional:

I. Elaborar, supervisionar, orientar, coordenar, planejar, programar, implantar, controlar, dirigir, executar, analisar ou avaliar estudos, trabalhos, pesquisas, planos, programas e projetos atinentes à realidade social;

II. Ensinar Sociologia Geral ou Especial, nos estabelecimentos de ensino, desde que cumpridas às exigências legais;

III. Assessorar e prestar consultoria a empresas, órgãos da administração pública direta ou indireta, entidades e associações, relativamente à realidade social;

IV. Participar da elaboração, supervisão, orientação, coordenação, planejamento, programação, implantação, direção, controle, execução, análise ou avaliação de qualquer estudo, trabalho, pesquisa, plano, programa ou projeto global, regional ou setorial, atinente à realidade social.

A Classificação Brasileira de Ocupações reafirma estas competências na descrição sumária das atividades/atribuições da profissão Sociólogo/a:

• Realizar estudos e pesquisas sobre as realidades sociais, econômicas e políticas;

• Participar da gestão territorial e socioambiental;

• Estudar e gerir o patrimônio histórico e cultural;

• Participar da elaboração, implementação, avaliação de políticas e programas públicos;

• Organizar informações sociais, culturais e políticas e

• Elaborar documentos técnico-científicos.

No XIV Congresso Nacional dos Sociólogos realizado pela Federação Nacional dos Sociólogos, em 16 de abril de 2008 aprovou a Carta de Princípios Éticos da Profissão, neste documento foram reunidos princípios éticos e fundamentais para atuação profissional do sociólogo/a.

O código de ética da profissão sociólogo estabelece que os profissionais de sociologia tenham o compromisso fundamental de investigar a realidade social e interpretar a realidade dos fatos e das relações sociais através da aplicação de métodos científicos e técnicas de pesquisa sociológicas, lutar pelo exercício da soberania popular e autodeterminação dos povos; opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do

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Homem; manter sigilo e anonimato sobre todas as informações confiadas e / ou colhidas no exercício profissional, garantir sua aplicação e divulgação na busca de melhoria da qualidade de vida socioambiental da humanidade.

Os graduados em Ciências Sociais estão aptos a desenvolverem ações pertinentes às competências da Política Pública de Saúde, no âmbito do Ministério da Saúde, das Secretarias Municipais e Estaduais e dentro das perspectivas do SUS, pois estão munidos de conhecimentos nos seguintes temas:

• Dos direitos humanos, sociais e políticos;

• Das questões de gênero e sexualidade;

• Das culturas e costumes, raça/etnia, estigmas e preconceito;

• Das relações de poder e cidadania;

• Da organização política e social do Estado;

• Das políticas públicas e da participação social

• Dos processos de organização popular e dos movimentos sociais.

A sociologia utiliza de diversas técnicas e estratégias:

• Abordagem sistêmica, problematização, história de vida;

• Atividades socioeducativas, grupos de discussão e reflexão;

• Articulação e mobilização do território e da comunidade, fortalecimento de redes sociais;

• Estudo e diagnóstico de realidade e do território, sistematização de informações, construção de indicadores sociais e perfil socioeconômico, métodos e técnicas de pesquisa social;

• Elaboração e produção de materiais técnicos e informativos, elaboração e execução de campanhas socioeducativas.

4–FORMAS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A SOCIÓLOGO/A NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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A interação mútua entre condições de saúde e sociabilidade humana se faz presente desde os primórdios da história e adquire contornos mais complexos com a vida moderna, tais como a sofisticação do aparato burocrático e normativo estatal e fatores que envolvem as condições de acesso aos serviços de saúde, tais como a transição demográfica, urbanização, crescimento das cidades, a formação de novos aglomerados urbanos, participação social no controle das políticas sociais e mix público e privado da oferta de ações e serviços em saúde, entre outros fatores.

Desta forma, a presença do/a Sociólogo/a contribui na gestão e execução das ações do Sistema de Saúde, o profissional de sociologia é um agente com conhecimentos acerca das relações sociais capaz de intervir como analista e mediador nas relações entre Estado, Sociedade e Políticas Públicas.

Dentro das atividades da gestão e mediação o/a sociólogo/a poderá atuar:

• Na elaboração, coordenação, implantação, execução, análise, estudos, pesquisas, planos, programas e projetos atinentes à realidade da atenção primária no âmbito federal, estadual ou municipal;

• Na elaboração, implementação e assessoramento da educação permanente em saúde;

• Na coordenação das ações e programas do Ministério da Saúde: Melhor em Casa, S.O.S Emergência, Academia da Saúde, Combate à Dengue, Farmácia Popular, Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN, Unidades de Pronto Atendimento – UPA, Olhar Brasil, Humaniza SUS, Projeto Expande, De Volta para Casa, Controle do Tabagismo, QualiSUS-Rede,

• Na elaboração de relatórios e laudos técnicos na atenção primária, secundária, terciária e educação permanente.

• No Programa Saúde da Família, avaliando os procedimentos nos Centros de Saúde da Família, território, atendimento humanizado;

• Na elaboração de instrumentos técnicos de conhecimento do território, vigilância socioassistencial e diagnóstico socioeconômico e estudo social;

• Na produção de orientação técnica e de materiais informativos do SUS;

• No monitoramento e avaliação dos serviços do SUS;

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O sociólogo também poderá ser incorporado o/a sociólogo/a como profissional da saúde, na equipe multiprofissional dos serviços de saúde por deter habilidades de pesquisa, análise e técnicas que possibilitam o aperfeiçoamento da oferta de Atenção a Saúde, no Sistema Único de Saúde. Sendo assim, a contribuição está:

• Nos trabalhos de prevenção realizados nos grupos de formação com temas como gravidez precoce, saúde do trabalhador, adolescentes e juventudes, saúde do homem, saúde mental e outros;

• Na composição e atuação com Equipes Multiprofissionais em Serviços de Saúde, para realizar Preceptoria, Tutoria, visando o acompanhamento de profissionais de saúde residentes ao campo e a troca de conhecimentos e métodos de trabalho;

• No NASF - Núcleos de Apoio à Saúde da Família, atuando em conjunto com profissionais das Equipes Saúde da Família, assessorando, tutoreando, preceptorando as práticas em saúde nos territórios;

• Na Coordenação e/ou gerenciar da Escola de Saúde da Família, nos Serviços de Educação Permanente em Saúde, nas Tutorias, Preceptorias e demais serviços já citados anteriormente;

• Elaboração de relatórios, instrumentos técnicos de conhecimento do território:

vigilância em saúde, diagnóstico socioeconômico e estudo social.

A atuação do sociólogo como agente produtor de conhecimento acerca do processo saúde- doença ocorre por meio da participação em projetos, programas de ensino, pesquisa e extensão, conforme a Política do Ministério da Saúde e,

• Na produção, sistematização de informações, indicadores e índices territorializados das situações de vulnerabilidade e risco social e violações de direitos que incidem sobre famílias/pessoas;

• Nos estudos e pesquisas que proporcione o conhecimento da realidade territorial para a orientação da implantação de serviços voltados para melhoria da qualidade de vida;

• Na identificação das características e dimensões das situações de precarizações, que vulnerabilizam e trazem riscos e danos à saúde, à comunidade, à sua autonomia e à socialização;

• No processo de análise e avaliação e publicitação das informações oriundas dos

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do SUS – DOGES, Banco de Dados do Sistema Único de Saúde – DATASUS, Sistema Nacional de Informações em Saúde – SNIS, Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, Brasil Sorridente, Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde - SOMASUS, Sistema de Gerenciamento da Tabela Unificada de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SIGTAP, Informações técnicas, situação epidemiológica, documentos, links relacionados, entre outras opções que podem auxiliar na pesquisa de informações sobre a doença, Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações – SI-PNI, Jogos produzidos pela equipe do Portal da Saúde/ASCOM/GM para Campanhas, Sistema de Informações Gerenciais de Malária - SIGMALÁRIA, Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, Sistema Integrado de Protocolo e Arquivo do Ministério da Saúde – SIPAR, Políticas públicas e ações para os diversos segmentos da população brasileira, Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde – SIOPS, Programa de Tabulação do Ministério da Saúde – TABNET;

• Nos estudos de territorialidade, auxiliando a traçar o perfil dos usuários atendidos no Sistema Único de Saúde – SUS e os indicadores de vulnerabilidade (perfil socioeconômico, demográfico e cultural);

• Nos estudos de vigilância em saúde, visando criar indicadores de incidência (por intermédio dos sistemas de informações e vigilância epidemiológica) que permitam detectar, prever e planejar ações que visem à erradicação ou prevenção de um determinado fenômeno. Por exemplo, fazer observação sistemática no sistema de notificação de violência contra a mulher, visando à elaboração de estudos e diagnósticos que permitam traçar o perfil do agressor e da vítima, identificar das condições de vida destes, possibilitando planejamento de políticas públicas para este público;

• Nos estudos de avaliação e monitoramento dos Projetos e Programas do Sistema Único de Saúde - SUS, visando obter um diagnóstico e a qualificação dos mesmos.

Portanto, é mister que o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde inclua na resolução nº 287/1998, que dispõe sobre as categorias profissionais que compõem o Sistema Único de

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Saúde, o/a sociólogo/a como profissional habilitado para compor as equipes de ação interdisciplinar no âmbito da saúde.

A citada resolução reconhece que a “imprescindibilidade das ações realizadas pelos diferentes profissionais de nível superior constitui um avanço no que tange à concepção de saúde e à integralidade da atenção”. Diante disto o conhecimento sociológico torne-se necessário por estar na base do planejamento para a gestão das políticas da área da saúde, da análise e intervenção nas condições sociais, dos estudos demográficos e epidemiológicos contribui com a ampliação do conhecimento sobre saúde-doença.

A atuação nas equipes multiprofissionais e em serviços de saúde, dentre inúmeras outras possibilidades, contribui com a vigilância epidemiológica, prevenção e ações territorizadas.

Vale salientar que o Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, por intermédio da resolução de nº 17 de 17 de julho de 2011, que dispõe sobre as categorias profissional de nível superior, reconhece a contribuição do sociólogo como profissional de nível superior integrante da equipe multiprofissional do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

5–REFERÊNCIAS

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________ Presidência da República. Lei Orgânica da Saúde, n. 80.080 de 19 de setembro de 1990.

________. Lei de criação da Profissão do Sociólogo, n. 6.888/80.

________. Decreto n. 89.531/84 regulamenta a profissão de sociólogo.

________. Ministério do Trabalho e Emprego, Classificação Brasileira de Ocupações.

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. p. 300.

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CANDEIAS, Nelly. “Sociologia e medicina”. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 111- 127, jun. 1971. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v5n1/14.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2012.

Federação Nacional dos Sociólogos (FNS), Código de Ética dos Sociólogos. Dados obtidos no site disponível em https://sites.google.com/site/federacaonacionaldossociologos/< Acesso em:

05/03/2012>.

CAPRARA, Andrea; PAES LANDIM, Lucyla. Etnografia: uso, potencialidades e limites da pesquisa em saúde. Inteface-Comunicação, saúde e educação. v.12, n. 25,p. 363-76, abr./jun. 2008.

CASTELLANOS, Marcelo E. P.; NUNES, Everardo Duarte. A sociologia da saúde: análise de um manual. Revista Physis, vol.15º Nº. 2, Rio de Janeiro: 2005.

EVANS, D. Taking public health out of the ghetto: the policy and practice of multi-disciplinary public health in the United Kingdom. Social Science and Medicine, London, v. 57, p. 959-967, 2003.

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HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 2006.

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Referências

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