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o anglo resolve a prova de Conhecimentos Específicos da UNESP

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Academic year: 2022

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É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.

Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de não cometer injustiças.

Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos professores do Anglo.

No final, um comentário sobre as disciplinas.

A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instaladas em várias cidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo e São Vicente.

Seu vestibular é realizado pela Fundação Vunesp, em uma única fase.

São 3 provas (cada uma valendo 100 pontos), a serem realizadas em até 4 horas, em dias consecutivos, assim constituídas:

dia: Prova de Conhecimentos Gerais (peso 1), comum para todas as áreas, com 84 testes de múltipla escolha divididos igualmente entre Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia, História e Língua Estrangeira (Inglês ou Francês, conforme opção).

dia: Prova de Conhecimentos Específicos (peso 2), com 25 questões dis- cursivas. As disciplinas que compõem essa prova variam conforme a área pela qual o candidato optou:

Área de Ciências Biológicas — Biologia (10 questões), Química (6 questões), Física (5 questões) e Matemática (4 questões).

Área de Ciências Exatas — Matemática (10 questões), Física (9 questões) e Química (6 questões).

Área de Humanidades — História (10 questões), Geografia (9 questões) e Língua Portuguesa (6 questões).

dia: Prova de Língua Portuguesa (peso 2), comum para todas as áreas, constando de 10 questões discursivas e uma redação dissertativa.

Para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais, Desenho Industrial, Educação Artística, Educação Física, Educação Musical e Música, há prova de Habilidade Específica, cujo peso varia conforme a opção.

Para cada prova é atribuída nota que varia de 0 a 100 pontos.

A nota final é a média ponderada das provas.

Observação: A Unesp utiliza a nota dos testes do ENEM, aplicando-a segundo esta fórmula: , em que CG é a nota da prova de Conhecimentos Gerais e E é a nota do ENEM. O resultado só será levado em conta se favorecer

4 CG 1E

× + 5

o

anglo

resolve

a prova de

Conhecimentos

Específicos

da UNESP

(2)

Á Á

Á E R R R E EA A A D D DE E E H H H U U U M M M A A AN N N AAA SSS III D D D D D D E E E

(3)

Observe e compare as imagens seguintes.

a) Cite uma diferença na forma de representação do corpo humano numa e noutra escultura.

b) Explique a importância da escrita para o Estado egípcio na época dos faraós e a dos jogos olímpicos para as cidades gregas do século VIII a.C. ao V a.C.

a) Entre as diferenças, destacamos:

• na escultura egípcia, valoriza-se a estaticidade (o Escriba está sentado); na grega, é valorizado o movimento (o Discóbulo está em pé, em meio a um movimento).

• na escultura grega, a musculatura do atleta ganha destaque, enquanto na egípcia é dada ênfase à atitude contemplativa do escriba.

b) A escrita, do ponto de vista do Estado, servia como instrumento de dominação e organização burocrática. Seja através da sistematização das leis, da articulação das relações econômicas ou mesmo das relações religiosas, a es- crita garantia ao Estado impor seus valores à sociedade.

Na Grécia Antiga, os Jogos Olímpicos visavam promover a interação entre os cidadãos, a confraternização entre as cidades e os valores do homem grego. No momento dos jogos, os atletas-cidadãos se igualavam e se destacam pela bravura, inteligência e agilidade física.

Pregada por Urbano II, a primeira cruzada...[estendeu-se de 1096 a 1099]. O sucesso dos pregadores faz dela uma cruzada popular (aventureiros, peregrinos). É um choque militar, político, mas também cultural e mental, pois a cruzada dilata o espaço e o tempo.

(P. Tétart, Pequena história dos historiadores.)

O que foi escrito sobre a primeira cruzada aplica-se, de maneira geral, às demais.

a) Qual era a finalidade imediata das cruzadas?

b) Além das alterações culturais e mentais, as cruzadas provocaram modificações de ordem comercial no conti- nente europeu. Discorra sobre essas últimas.

Questão 2

▼▼

Resolução

Egito antigo:

O Escriba Sentado. século XXVI a.C. Grécia clássica. Míron:

Discóbolo. cerca de 450 a.C.

Questão 1

▼▼

A A III A S

S III S H H

H T T T Ó Ó Ó R R R

(4)

a) A finalidade mais imediata das cruzadas era a libertação dos lugares considerados sagrados pelo cristianismo no Oriente que estavam sob dominação muçulmana.

b) As cruzadas expulsaram os muçulmanos do Mar Mediterrâneo, principal via comercial, e, assim, permitiram um maior intercâmbio com o Oriente, revitalizando o fluxo de mercadorias, o que originou o renascimento comercial.

A ocupação de regiões da África e da Ásia, levada a efeito por potências européias no decorrer do século XIX, não se fez pacificamente, a despeito da supremacia bélica dos conquistadores.

a) Cite dois conflitos nas áreas dominadas, decorrentes do processo mencionado.

b) Aponte e comente um motivo que justifique o interesse das potências européias nessas áreas.

a) Dentre os conflitos ocorridos na Ásia e na África, envolvendo a resistência às potências colonizadoras, o candi- dato poderia citar:

— Guerra do Ópio (1840-42), na China;

— Guerra dos Sipaios (1857), na Índia;

— Revolta dos Boxers(1900), na China;

— Guerra dos Bóeres (1899-1902), na África.

b) A expansão econômica decorrente da Segunda Revolução Industrial ampliou a necessidade de matérias-primas e de mercados consumidores de produtos industrializados. Na Ásia e na África, encontravam-se áreas que aten- diam a essas condições e nas quais, além disso, era possível aplicar capital excedente. Por isso foram transforma- das em novos espaços de exploração capitalista.

… a ajuda prestada a Franco pela Alemanha e pela Itália (abrangendo tanto mercadorias estratégicas como ar- mas) foi mais regular e substancial que a concedida ao governo pela Rússia ou pelo comércio internacional de armamentos […]A simpatia generalizada que a causa governista desfrutava nas esquerdas da Europa e da Amé- rica do Norte, no entanto, contrabalançou em parte essa ajuda.

(Hugh Thomas, A Guerra Civil Espanhola— 1936-1939.)

Baseando-se no texto, responda.

a) Quais regimes políticos estavam instalados na Alemanha e na Itália no momento da Guerra Civil?

b) Explique como a situação política internacional favorecia os militares liderados por Franco, em prejuízo do governo constitucional de Madri.

a) O regime político na Alemanha era o nazista e na Itália, o fascista. Ambos eram formas totalitaristas de governo.

b) As democracias liberais, fragilizadas pelas crises, temiam o avanço do comunismo tutelado pelo internacionalis- mo soviético. Dessa maneira o regime constitucional espanhol de esquerda foi isolado, o que contribui para a instalação do totalitarismo franquista.

Nós, americanos, somos um povo peculiar, escolhido — o Israel de nosso tempo; carregamos a arca das liberdades do mundo (…). Deus predestinou, e a humanidade espera grandes feitos da nossa raça; e grandes coisas sentimos em nossa alma. O resto das nações precisa, brevemente, estar na nossa retaguarda. Somos os pioneiros do mundo;

a guarda avançada mandada através da terra virgem de coisas não experimentadas, para abrir no Novo Mundo um caminho que é nosso…

(Herman Melville. White Jacket, 1850.)

Questão 5

▼▼

Resolução Questão 4

▼ ▼

Resolução Questão 3

▼ ▼

Resolução

(5)

Considerando o trecho do escritor norte-americano, responda.

a) Que doutrina esse texto expressa?

b) Tendo em vista o cenário internacional contemporâneo e a atuação dos EUA, é possível estabelecer alguma relação entre a atual política externa norte-americana e as idéias expressas no texto? Justifique sua resposta.

a) O texto expressa a doutrina do Destino Manifesto.

b) Apesar de não mais fazer parte da retórica da diplomacia norte-americana, a concepção do Destino Manifesto ainda parece orientar a política externa dos Estados Unidos, que se baseia, em grande parte, no unilateralismo, sobretudo desde o início do governo de George W. Bush, em 2001. Dessa forma, ignoram-se organismos inter- nacionais (como a ONU, no caso da invasão do Iraque) e acordos internacionais (por exemplo, o Protocolo de Kyoto). É como se existisse uma convicção íntima ou uma certeza inabalável de que o país e seu povo são di- ferentes das demais nações do mundo. Predestinados.

A cana-de-açúcar começou a ser cultivada igualmente em São Vicente e em Pernambuco, estendendo-se de- pois à Bahia e ao Maranhão a sua cultura, que onde logrou êxito — medíocre como em São Vicente ou máxi- mo como em Pernambuco, no Recôncavo e no Maranhão — trouxe em conseqüência uma sociedade e um gê- nero de vida de tendências mais ou menos aristocráticas e escravocratas.

(Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala.)

Tendo por base as afirmações do autor,

a) cite um motivo do maior sucesso da exploração da cana-de-açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.

b) Explique por que o autor definiu “o gênero de vida” da sociedade constituída pela cultura da cana-de-açúcar como apresentando “tendências mais ou menos aristocráticas”.

a) Tendo por base as afirmações de Gilberto Freyre, é impossível saber os motivos do êxito da produção de açúcar em Pernambuco ou seu fracasso em São Vicente.

Levando em consideração os conhecimentos históricos, sabe-se que o fator fundamental é o geográfico. En- quanto a capitania de Pernambuco estava mais próxima do Reino e em sua zona da mata existiam extensas manchas de massapê (terra propícia ao cultivo da cana-de-açúcar), na Baixada Santista havia um vasto man- guezal (áreas alagadiças, imprópria para o cultivo da cana). Além disso, era muito difícil ocupar as terras férteis do planalto paulista devido à Serra do Mar, na época considerada uma “muralha” quase intranspo- nível.

b) Os grandes proprietários rurais, especialmente os senhores de engenho, eram donos de muitos escravos, de ca- pitais vultosos e de vastos recursos técnicos. Todo esse poder e essa imensa riqueza permitiam ao empresário colonial um exagerado comportamento ostentatório.

Esse “gênero de vida” era característico da nobreza européia. Por isso, chamamos a camada dominante colo- nial das áreas agroexportadoras de aristocracia agrária.

Imprensa, universidades, fábricas —nada disso nos convinha, na opinião do colonizador. Temiam os portugueses deixar entrar aqui essas novidades e verem, por influência delas, escapar-lhes das mãos a galinha dos ovos de ouro que era para eles o Brasil.

(Isabel Lustosa, O nascimento da imprensa brasileira.)

Com base nas análises da autora, responda.

a) Que fato alterou a política metropolitana em relação à colônia brasileira na primeira década do século XIX?

b) Por que a imprensa, as universidades e as fábricas eram tidas pelos colonizadores como uma ameaça?

Questão 7

▼▼

Resolução Questão 6

▼▼

Resolução

(6)

a) Em virtude das Guerra Napoleônicas, a família real portuguesa se deslocou para o Brasil, chegando aqui em ja- neiro de 1808. D. João, na condição de príncipe regente, tomou medidas imediatas: promoveu a abertura dos portos, que pôs fim ao pacto colonial, e assinou o alvará de liberdade industrial, permitindo a criação de fá- bricas na colônia. Mais adiante, fundou a faculdade de medicina de Salvador, criou a Imprensa Régia e, em 1815, elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal.

Tais medidas serviram de suporte para setores dominantes da sociedade brasileira concretizarem o processo de independência.

b) Os colonizadores viam com maus olhos a ampliação da circulação das idéias ilustradas francesas, que seriam fa- vorecidas pela criação da imprensa e das universidades. Além disso, temiam perder, com o possível crescimento das fábricas, o comércio de manufaturas vindas da metrópole, atividade que fazia do Brasil a galinha dos ovos de ouro (como citado no texto).

A respeito da passagem da Monarquia para a República no Brasil, a historiadora Emília Viotti da Costa afirmou:

Duas linhas de interpretação surgiram já nos primeiros anos: a dos vencedores e a dos vencidos, a dos republi- canos e a dos monarquistas, aos quais vieram juntar-se com o tempo alguns republicanos que, desiludidos com a experiência, aumentaram o rol dos descontentes…

a) Como os monarquistas entenderam a deposição de Pedro II e a instalação da República no Brasil?

b) Indique um motivo que explique a desilusão de alguns republicanos com o regime instituído.

a) Os monarquistas não tinham uma posição comum em relação à proclamação da República.

Muitos deles, ainda que antigos defensores de D. Pedro II, acomodaram-se à realidade política instaurada com o novo regime — tanto que era comum encontrá-los, nos primeiros anos da República, ocupando cargos de comando nas diferentes instâncias do Estado brasileiro.

Alguns outros, porém, não abandonaram seu ideário político e construíram um discurso crítico acerca da insta- lação da República. Segundo eles, a deposição de D. Pedro II não passava de um golpe que não tinha qualquer respaldo da sociedade e desrespeitava não apenas a ordem estabelecida, mas também a tradição monarquista brasileira.

b) A proclamação da República gerou expectativas positivas em alguns setores da sociedade brasileira. Porém, rapidamente alguns republicanos desiludiram-se com o regime estabelecido, entre outras razões porque:

• no início da República, o comando político do País passou para as mãos de militares;

• a partir de 1894, com o estabelecimento dos governos civis, instalou-se uma República oligárquica, mar- cada por eleições fraudulentas e pelo poder político dos latifundiários;

• boa parcela da população permaneceu excluída da vida política nacional.

As grandes noites do teatro Amazonas chegavam ao fim. […]Manaus despediu-se definitivamente do antigo esplendor no carnaval de 1915. No mesmo ano, o preço da borracha caiu verticalmente. Em 1916 já não houve carnaval. […]. [Manaus e Belém]começaram a entrar num marasmo típico dos centros urbanos que viveram um luxo artificial.

(Márcio Souza, A Belle-Époque amazônica chega ao fim.)

Considerando o texto, responda.

a) Por que “o preço da borracha caiu verticalmente” a partir de 1915?

b) Por que a crise da economia da borracha produziu estagnação econômica na região amazônica, enquanto no sul do país a crise da economia cafeeira não levou a semelhante marasmo econômico? Apresente uma razão desta diferença.

Questão 9

▼▼

Resolução Questão 8

▼ ▼

Resolução

(7)

a) A abrupta queda de preços da borracha deveu-se à avassaladora entrada no mercado internacional do produto originário das plantações racionais do Sudeste Asiático, que foi quase dez vezes maior que a produção brasileira, entre 1915 e 1919.

b) O café pôde superar a crise da virada do século e conseguir uma sobrevida até 1929 porque, por um lado, possuia a vantajosa condição de predomínio no mercado internacional; por outro, os cafeicultores do Sudeste tinham poder político para influir no governo federal e dele conseguir apoio (caso da Política de Valorização do café estabelecida pelo Convênio de Taubaté em 1906).

A economia do látex não dispunha de facilidades como essas. Além disso, os vários planos elaborados para salvá-la jamais foram postos em prática.

No Brasil, nos últimos anos, têm ocorrido vários movimentos sociais no campo. O gráfico fornece dados recentes sobre esses movimentos.

Considerando o atual momento dessa mobilização social, responda.

a) Qual é o objetivo principal do MST (Movimento dos Sem Terra) e de outros movimentos de luta no campo?

b) Como explicar os números apresentados pelo gráfico?

a) O objetivo fundamental do MST e de outros movimentos de luta no campo é a reforma agrária, por meio da desapropriação de latifúndios improdutivos. Esses latifúndios seriam divididos em pequenas propriedades, nas quais se faria o assentamento de trabalhadores rurais sem terra.

b) No primeiro ano do governo Lula, o MST estabeleceu uma pausa — que o Movimento chamou de trégua — no processo de ocupação de terras. Como o número de assentamentos realizado pelo governo federal ficou abai- xo do esperado pelo MST, este encerrou a trégua e reiniciou as ocupações com redobrado vigor.

Resolução

jan.

8

fev.

8

mar.

40

abr.

109

Total 165

(Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O Estado de S.Paulo. 28.05.2004.) OCUPAÇÕES DE TERRAS NO BRASIL

ENTRE JANEIRO E ABRIL DE 2004.

Questão 10

▼▼

Resolução

(8)

Nas épocas de estiagem, a dispersão de poluentes é dificultada e a qualidade do ar piora muito na cidade de São Paulo, afetando, consideravelmente, a saúde das pessoas.

Analise o gráfico sobre o número acumulado de inversões térmicas, de 1985 a 2003, e a) defina o fenômeno meteorológico denominado inversão térmica.

b) explique a tendência de ocorrência desse fenômeno na cidade de São Paulo, no período analisado.

a) O fenômeno meteorológico denominado inversão térmica ocorre quando o ar frio se instala nas camadas mais baixas da atmosfera, enquanto o ar quente superficial se desloca para cima do ar frio. Vale lembrar que esse fenômeno ocorre apenas em regiões circundadas por montanhas, como é o caso da cidade de São Paulo, que apresenta ao seu redor as áreas serranas do Mar e da Mantiqueira.

b) Esse fenômeno ocorre com maior freqüência no outono e no inverno, como demonstrado no gráfico, porque o ar que está sobre as montanhas fica mais frio e denso nesse período, o que facilita sua descida pelas encostas em direção às áreas centrais da cidade.

No mapa estão destacados o espaço geográfico da Amazônia Legal e os três Estados onde o desmatamento foi maior em 2002.

a) Identifique esses três Estados, na ordem crescente dos números no mapa.

b) Mencione os Estados que possuem área na Amazônia Legal mas não fazem parte da Região Norte ou Amazônica.

a) Os três Estados pertencentes à Amazônia Legal onde o desmatamento foi maior em 2002 são, na ordem crescente dos números do mapa: 1 – Pará, 2 – Mato Grosso, 3 – Rondônia.

b) Os Estados que possuem área na Amazônia Legal mas não fazem parte da região Norte são: Mato Grosso (região Centro-Oeste) e Maranhão (região Nordeste).

Resolução

1

2 3

Amazônia Legal

Questão 12

▼▼

Resolução

J F M A M J J A S O N D 0

20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

NÚMERO DE INVERSÕES — TÉRMICAS NA CIDADE DE SÃO PAULO — SOMA POR MÊS, NO PERÍODO DE 1985 A 2003.

(Cetesb, 2004.)

Questão 11

▼▼

A A R A R

R III A A A O

O

O G G G FFF E

E

G E

G

G

(9)

Observe o gráfico.

a) Agrupe, por continentes, os dez maiores exportado- res de aço do mundo.

b) Quais são as matérias-primas necessárias para a produção do aço? Justifique a presença de países em desenvolvi- mento entre os maiores exportadores de aço em 2002.

a) A divisão dos dez maiores exportadores de aço do mundo por continentes é a seguinte:

• EUROPA — Rússia, Ucrânia, Alemanha, Bélgica / Luxemburgo, França e Itália;

• ÁSIA — Japão, Coréia do Sul e Turquia;

• AMÉRICA ou AMÉRICA DO SUL — Brasil.

Vale lembrar que a maior parte do território russo fica no continente asiático, porém sua capital político-admi- nistrativa e a maior parte de seu parque industrial e de sua população estão no continente europeu. Fato semelhante ocorre com a Turquia, que tem pequena porção de seu território na Europa.

b) As principais matérias-primas destinadas à produção de aço são: carvão mineral, manganês e minério de ferro. Alguns países em desenvolvimento estão entre os maiores exportadores de aço do mundo por apre- sentarem grandes produções das matérias-primas necessárias à sua produção. É o caso do Brasil, com ex- pressivas produções de ferro e manganês; Ucrânia, que figura entre os maiores produtores de ferro, carvão e manganês; Rússia, com destaque na produção de ferro e carvão. Outros países em desenvolvimento, como Turquia e Coréia do Sul, têm poucas reservas dessas matérias-primas, porém estão entre os maiores expor- tadores de aço por possuírem expressivos parques siderúrgicos, importando ferro, carvão e manganês de outros países.

Observe a tabela.

(INPE, 2004.)

a) Justifique a queda da temperatura mínima no Rio Grande do Sul e no Acre nos dias considerados.

b) Com base nas temperaturas mínimas observadas na Região Norte, descreva o fenômeno climático ocorrido, mencionando o nome pelo qual ele é conhecido.

a) As temperaturas mínimas das cidades do Rio Grande do Sul e do Acre apresentaram quedas nos dias considera- dos, na tabela, devido à passagem da mPa (Massa Polar Atlântica). A partir de maio, as massas frias do hemisfério Sul aumentam sua ação, por se aproximar o inverno, e atuam com maior intensidade nas áreas de maior latitude.

b) O fenômeno climático é a friagem, denominação que remete à queda significativa das temperaturas mínimas. Ele está relacionado à mPa, procedente do extremo sul do continente, que, durante o outono e o inverno, atravessa a depressão do Paraguai e alcança a Amazônia Ocidental.

Resolução

TEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS EM PORTO ALEGRE E EM RIO BRANCO, NO PERÍODO DE 14 A 17 DE MAIO DE 2004, EM °C.

Temperatura Porto Alegre Rio Branco

dias 14 15 16 17 dias 14 15 16 17

Mínima (°C) 16 14 11 8 23 20 18 16

Máxima (°C) 19 17 18 18 27 25 28 27

Questão 14

▼▼

Resolução

Japão 35,2

Rússia 27,7

Ucrânia 25,9

Alemanha 24,7

Bélgica/Luxemburgo 20,3

França 17,6

Coréia do Sul 12,9 Brasil 11,7

Itália 11,4 Turquia 11,0

PAÍSES MAIORES EXPORTADORES DE AÇO NO MUNDO 2002 — EM MILHÕES DE TONELADAS

(worldsteel.org, 2003.)

Questão 13

▼▼

(10)

Apesar de toda a discussão acadêmico-científica a respeito dos produtos transgênicos, a área plantada no mundo vem aumentando ano a ano, passando de 1,7 milhões de hectares em 1996 para 67,7 milhões de hectares em 2003. Observe o mapa, que apresenta os países onde ocorre a plantação de transgênicos.

a) Que diferenças podem ser destacadas quanto ao número de países onde se cultivam os transgênicos nos hemis- férios Norte e Sul? Cite três produtos agrícolas nos quais já acontece a aplicação da engenharia genética.

b) Aponte dois argumentos favoráveis à produção transgênica: um, relativo à segurança alimentar e outro, relativo à segurança do meio ambiente.

a) O número de países do hemisfério Norte que cultivam transgênicos é muito maior que o do hemisfério Sul.

Dentre os produtos agrícolas nos quais já ocorre aplicação de engenharia genética, podem ser destacados (pela extensão cultivada): arroz, algodão, milho, trigo, tomate e soja.

b) Argumentos favoráveis à produção transgênica, relativos à:

• segurança alimentar: uma maior produção e maior produtividade agrícola, aumentando e equilibrando a oferta, o que pode reduzir preços e elevar os estoques mundiais de alimentos.

• segurança ambiental: algumas das sementes desenvolvidas têm proteção natural contra certos tipos de pragas, o que reduziria o uso de agrotóxicos e, conseqüentemente, contribuiria para diminuir a poluição mundial.

O comércio Brasil-China vem se fortalecendo desde a segunda metade da década de noventa, sendo o Brasil o 17º- fornecedor de produtos para a China e o 24º- des- tino dos produtos chineses. Observe o gráfico com as importações e exportações do Brasil com a China.

a) Compare a curva de exportação e de importação entre o Brasil e a China no período 1997-2003.

b) Mencione dois produtos que mais se destacaram na exportação brasileira para a China: um relacionado à agricultura, e outro, aos recursos naturais.

a) Observando o gráfico, podemos perceber dois períodos distintos no comércio Brasil-China. O primeiro, entre 1997 e 2000, apresenta déficit para o Brasil, pois o valor das importações superou o das exportações. Nos três anos seguin- tes (2001-2003), as importações brasileiras aumentaram em cerca de U$1 bilhão, porém as exportações para a China no mesmo período cresceram em mais de U$3 bilhões, fazendo com que o Brasil atingisse um superávit comercial.

b) Dentre os principais produtos exportados pelo Brasil para a China destacaram-se a soja (no setor agrícola) e o minério de ferro (como recurso natural).

Resolução Questão 16

▼▼

Resolução

plantação de transgênicos (FAO, 2004.)

Questão 15

▼▼

1997 1166 1088

1998 1034 905

1999 865 676

2000 1222 1085

2001 1902

1328 2002 2520

1554

2003 4533

2147 Importação

Exportação

COMÉRCIO BRASIL — CHINA, EM MILHÕES DE DÓLARES.

(OIC, 2004.)

(11)

No ano 2000, o cruzamento de dados de mortalidade infantil e de grau de escolaridade permitiu ao IBGE concluir que o nível educacional da mãe influi, decisivamente, no índice de mortes que ocorrem na infância. Observe o gráfico.

a) Descreva os dados gerais relativos ao Brasil. Com base nas informações regionais, indique três regiões brasi- leiras onde, considerando as mães com até 3 anos de estudo, a taxa de mortalidade infantil é maior.

b) Indique as duas regiões onde a taxa de mortalidade infantil é menor, quando se considera as mães com 8 anos ou mais de estudo, destacando, em ambos os casos, dois fatores que explicam tais indicadores.

a) No Brasil, as mais baixas taxas de mortalidade de crianças menores de 5 anos, de acordo com o número de anos de estudo da mãe (20,0‰), encontram-se entre as mães de maior escolaridade (mais de 8 anos de estu- do), e as mais elevadas (49,3‰) ocorrem entre as mães com até 3 anos de estudos. As três regiões com as maiores taxas de mortalidade de crianças menores de 5 anos, de acordo com o número de anos de estudo da mãe, correspondem, na ordem decrescente, ao Nordeste (70,3‰), Norte (45,1‰) e Centro-Oeste (37,9‰).

b) As duas regiões que têm as menores taxas, como resultado do maior número de anos de estudo das mães, são o Sul e o Sudeste, onde está concentrada a maior parte da renda nacional. Dentre os fatores que os can- didatos podem ter citado como explicativos para essa situação destaca-se o maior grau de informação e de consciência das mães sobre os problemas que podem causar mortalidade de crianças menores de 5 anos, como os vinculados à higiene, ao saneamento básico, à assistência médica e ao uso inadequado dos recur- sos de saúde disponíveis.

Resolução

34,0 49,3

30,2 20,0

Brasil

34,4 45,1

29,6 21,4

Norte

50,1 70,3

41,2 28,0

Nordeste

25,2 34,8

27,4 17,7

Sudeste

24,1 33,9

22,5 16,4

Sul

24,4 37,9

25,1 19,3

Centro-Oeste

Independentemente do número de anos de estudo

Até 3 anos de estudo

De 4 a 7 anos 8 anos ou mais BRASIL — TAXA DE MORTALIDADE* DE CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS, DE ACORDO COM O NÚMERO E ANOS DE ESTUDO

DA MÃE — 2000.

* Taxa por 1000 nascidos vivos.

(IBGE, 2003.)

Questão 17

▼▼

(12)

O mercado de gás natural tem ganho cada vez mais importância no cenário mundial, impulsionado pelas fortes oscilações no preço do petróleo, pelo aumento das preocupações ambientais e pela necessidade de maior compe- titividade das empresas. Observe o mapa, que indica reservas e dutos de gás natural na América do Sul.

a) Identifique, em ordem decrescente, os países da América do Sul que contêm as maiores reservas estimadas.

b) Por que o Brasil passou, recentemente, de mercado potencialmente comprador para, praticamente, auto-sufi- ciente?

a) Os países da América do Sul com as maiores reservas estimadas de gás natural são Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil e Peru.

b) O Brasil tem grande possibilidade tornar-se auto-suficiente em gás natural graças à recente descoberta, divulgada pela Petrobrás, de importantes jazidas na plataforma continental da Baixada Santista (SP). Atualmente o país ainda é grande importador da Bolívia, fato evidenciado no mapa pelo GasBol, gasoduto que interliga Santa Cruz de la Sierra a Porto Alegre (RS).

Resolução

GASODUTOS E RESERVAS COMPROVADAS E ESTIMADAS DE GÁS NATURAL NA AMÉRICA DO SUL (EM METROS CÚBICOS)

4,4 trilhões

280 bilhões 1,5 trilhão 650 bilhões

950 bilhões

Gasodutos Existentes Em construção

(Petrobrás, 2004.)

Questão 18

▼▼

(13)

Observe o gráfico.

a) Compare a curva de produção da cana-de-açúcar com a de açúcar e a de álcool nos períodos 1980-1990 e 1991-2000, indicando a tendência geral de cada período.

b) Compare a produção da cana-de-açúcar com a de açúcar e a de álcool no período 2000-2003, destacando a tendência de cada produto em relação à exportação.

a) A produção de cana-de-açúcar aumentou cerca de 50% nos dois períodos. A produção de açúcar praticamente não cresceu no primeiro período, mas aumentou de forma expressiva no segundo período (mais de 2 vezes). A produção de álcool, ao contrário, cresceu muito no primeiro período (cerca de 3 vezes) e praticamente se estabi- lizou no segundo período.

b) Verifica-se que, no período 2000-2003, a produção de cana-de-açúcar cresceu cerca de 30%. A produção de açúcar, no mesmo período, acompanhou essa curva de crescimento, em grande parte impulsionada pelo aumento das exportações. Já a produção de álcool cresceu de forma mais lenta, pois é direcionada fundamentalmente para o mercado interno, onde seu consumo depende dos preços internacionais do petróleo e da demanda relacionada à política governamental de combustíveis.

Resolução

(Usinas e Destilarias do Oeste PaulIsta — UDOP, 2004.) BRASIL — PRODUÇÃO DE ÁLCOOL, AÇÚCAR E CANA-DE-AÇÚCAR.

22.000 20.000 18.000 16.000 12.000 10.000 8.000 6.000

80/81 82/83 84/85 86/87 88/89 90/91 92/93 94/95 96/97 98/99 00/01 02/03 Açúcar (em mil toneladas)

14.000 24.000

7.844 7.819 8.665

14.865

22.831

350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000

80/81 82/83 84/85 86/87 88/89 90/91 92/93 94/95 96/97 98/99 00/01 02/03 Cana-de-açúcar (em mil toneladas)

148.651

224.364 228.791

302.169 317.865 16.000

14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000

80/81 82/83 84/85 86/87 88/89 90/91 92/93 94/95 96/97 98/99 00/01 02/03 Álcool (em mil metros cúbicos)

3.706

11.820 12.752

15.408

12.536

Questão 19

▼▼

(14)

INSTRUÇÃO: As questões de números 20a 25tomam por base uma passagem da narrativa Numa e a Ninfa, de Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), dois fragmentos do livro O Mundo Assombrado pelos Demônios, do astrofísico norte-americano Carl Sagan (1934-1997) e o texto de uma publicidade de cigarros do início da déca- da de 80, publicada em revista de circulação nacional.

O acolhimento que dispensou aos seus projetos o excelentíssimo senhor ministro do Fomento Nacional, animou o russo a improvisar novos processos que levantassem a pecuária no Brasil. Xandu, com o cotovelo direito sobre a mesa e a mão respectiva na testa, considerava Bogóloff com espanto e enternecido agradecimento.

— Ah! Doutor! disse ele. O senhor vai dar uma glória imortal ao meu ministério.

— Tudo isso, Excelência, é fruto de longos e acurados estudos.

Xandu continuava a olhar embevecido o russo admirável; e este aduziu com toda convicção:

— Por meio da fecundação artificial, Excelência, injectando germens de uma em outra espécie, consigo cabri- tos que são ao mesmo tempo carneiros e porcos que são cabritos ou carneiros, à vontade.

Xandu mudou de posição, recostou-se na cadeira; e, brincando com o monóculo, disse:

— Singular! O doutor vai fazer uma revolução nos métodos de criar! Não haverá objecções quanto à possibili- dade, à viabilidade?

— Nenhuma, Excelência. Lido com as últimas descobertas da ciência e a ciência é infalível.

— Vai ser uma revolução!…

— É a mesma revolução que a química fez na agricultura. Penso assim há muitos anos, mas não me tem sido possível experimentar os meus processos por falta de meios; entretanto, em pequena escala já fiz.

— O que?

— Uma barata chegar ao tamanho de um rato.

— Oh! Mas… não tem utilidade.

— Não há dúvida. Uma experiência ao meu alcance, mas, logo que tenha meios…

— Não seja essa a dúvida. Enquanto eu for ministro, não lhe faltarão. O governo tem muito prazer em ajudar todas as tentativas nobres e fecundas para o levantamento das indústrias agrícolas.

— Agradeço muito e creia-me que ensaiarei outros planos. Tenho outras idéias!

— Outras? fez em resposta o Xandu.

— É verdade. Estudei um método de criar peixes em seco.

— Milagroso! Mas ficam peixes?

— Ficam… A ciência não faz milagres. A cousa é simples. Toda a vida veio do mar, e, devido ao resfriamento dos mares e à sua concentração salina, nas épocas geológicas, alguns dos seus habitantes foram obrigados a sair para a terra e nela criarem internamente, para a vida de suas células, meios térmicos e salinos iguais àqueles em que elas viviam nos mares, de modo a continuar perfeitamente a vida que tinham. Procedo artificialmente da forma que a cega natureza procedeu, eliminando, porém, o mais possível, o factor tempo, isto é: provoco o organismo do peixe a criar para a sua célula um meio salino e térmico igual àquele que ele tinha no mar.

— É engenhoso!

— Perfeitamente científico.

Xandu esteve a pensar, a considerar um tempo perdido, olhou o russo insistentemente por detrás do monócu- lo e disse:

— Não sabe o doutor como me causa admiração o arrojo de suas idéias. São originais e engenhosas e o que tisna um pouco essa minha admiração, é que elas não partam de um nacional. Não sei, meu caro doutor, como é que nós não temos desses arrojos! Vivemos terra à terra, sempre presos à rotina! Pode ir descansado que a República vai aproveitar as suas idéias que hão de enriquecer a pátria.

Ergueu-se e trouxe Bogóloff até à porta do gabinete, com o seu passo de reumático.

Dentro de dias Grégory Petróvitch Bogóloff era nomeado diretor da Pecuária Nacional.

(Afonso Henriques de Lima Barreto. Numa e a Ninfa.)

O Mundo Assombrado pelos Demônios

Sim, o mundo seriaum lugar mais interessante se houvesse UFOS escondidos nas águas profundas, perto das Bermudas, devorando os navios e os aviões, ou se os mortos pudessem controlar as nossas mãos e nos escrever men- sagens. Seria fascinante se os adolescentes fossem capazes de tirar o telefone do gancho apenas com o pensa-

U U P U

P

P O O OR R R T T T G G G U U U Ê Ê Ê S S S

(15)

mento, ou se nossos sonhos vaticinassem acuradamente o futuro com uma freqüência que não pudesse ser atribuí- da ao acaso e ao nosso conhecimento do mundo.

Esses são exemplos de pseudociência. Eles parecem usar os métodos e as descobertas da ciência, embora na reali- dade sejam infiéis à sua natureza — freqüentemente porque se baseiam em evidência insuficiente ou porque ig- noram pistas que apontam para outro caminho. Fervilham de credulidade. Com a cooperação desinformada (e fre- qüentemente com a conivência cínica) dos jornais, revistas, editoras, rádio, televisão, produtoras de filmes e outros órgãos afins, essas idéias se tornam acessíveis em toda parte.

( … )

Não é preciso um diploma de nível superior para conhecer a fundo os princípios do ceticismo, como bem demonstram muitos compradores de carros usados que fazem bons negócios. A idéia da aplicação democrática do ceticismo é que todos deveriam ter as ferramentas essenciais para avaliar efetiva e construtivamente as alegações de quem se diz possuidor do conhecimento. O que a ciência exige é tão-somente que façamos uso dos mesmos níveis de ceticismo que empregamos ao comprar um carro usado ou ao julgar a qualidade dos analgésicos ou da cerveja pelos seus comerciais na televisão.

Mas as ferramentas do ceticismo em geral não estão à disposição dos cidadãos de nossa sociedade. Mal são mencionadas nas escolas, mesmo quando se trata da ciência, que é seu usuário mais ardoroso, embora o ceticismo continue a brotar espontaneamente dos desapontamentos da vida diária. A nossa política, economia, propaganda e religiões (Antiga e Nova Era) estão inundadas de credulidade. Aqueles que têm alguma coisa para vender, aque- les que desejam influenciar a opinião pública, aqueles que estão no poder, diria um cético, têm um interesse pes- soal em desencorajar o ceticismo.

(Carl Sagan. O Mundo Assombrado pelos Demônios. Tradução de Rosaura Eichemberg.)

PREOCUPAÇÃO COM CIGARRO.

QUE FAZER?

Quando você acende um cigarro, acende também uma preocupação?

Bem, se você anda preocupado mas gosta muito de fumar, quem sabe você muda para um cigarro de baixos teores de nicotina e alcatrão?

Quer uma idéia? Century.

Century é diferente dos outros cigarros de baixos teores, por motivos fundamentais.

Century jogou lá embaixo a nicotina e o alcatrão, mas não acabou com seu prazer de fumar.

Isto só foi possível, evidentemente, graças a uma cuidadosa seleção de fumos do mais alto grau de pureza e suavidade.

E à competência do filtro especial High Air Dilution, consagrado internacionalmente.

Não é o cigarro sob medida para você também?

Pense nisto.

(Texto de publicidade de cigarros de início da década de 80.)

Os dois fragmentos do livro de Carl Sagan, colocam, entre outras, as questões da verdade, do conhecimento cien- tífico e da divulgação do conhecimento. Partindo desta observação, releia-os com atenção e, em seguida:

a) explique, com base nos exemplos e comentários do texto de Sagan, o significado que ele confere à palavra pseudociência.

b) aponte a razão pela qual Sagan atribui à mídia (jornais, revistas, televisões, etc.) uma “conivência cínica” com a pseudociência.

a) Eis as pistas que o texto fornece para caracterizar o que o autor chama de pseudociência:

• ela simula o uso dos métodos e descobertas da ciência, mas, efetivamente, distorce a realidade, fato que ocorre, quase sempre, por fundamentar-se em dados insuficientes ou por não levar em conta pistas que suge- rem outras hipóteses;

Resolução Questão 20

▼▼

(16)

• além dessa marca, que pode ser chamada de intrínseca, a pseudociência tem outra de caráter extrínseco: a credulidade dos adeptos, movidos por atração pelo fantástico, e a cooperação desinformada da imprensa.

Com base nessas pistas, em síntese, pode-se definir a pseudociência como um discurso que apresenta como ciên- cia o que é crença, objetivando, com base em frágeis indícios, dar sustentação racional para explicações fanta- siosas, por vezes espetaculares, para fenômenos intrigantes.

b) Sagan chama de cínica a conivência da mídia com a pseudociência porque considera que há uma dose de per- versão e de falta de escrúpulos por parte de jornalistas que, em vez de provocar o senso crítico das pessoas cré- dulas, colaboram com o fascínio pela pseudociência.

Na passagem do romance de Lima Barreto, observamos um animado diálogo entre um ministro de governo, Xandu, e um cientista russo, Bogóloff, cujo tema principal é o interesse em adotar as descobertas ditas “cientí- ficas” do russo para o desenvolvimento da pecuária do Brasil. Com base neste esclarecimento,

a) identifique a estratégia de discurso que Bogóloff usa ao longo de suas falas para convencer seu ouvinte de que está declarando a mais absoluta verdade.

b) indique a palavra que, usada por Sagan no último parágrafo de seu texto, mais caracteriza a atitude do mi- nistro Xandu ante o cientista.

a) Para convencer o interlocutor da validade de suas declarações, a personagem Bogóloff, reiteradamente, vale-se de argumento fundado na associação de suas supostas convicções com o pressuposto de que a ciência é o critério da verdade, crença consensual no contexto da cultura cientificista da época:

• “Tudo isso, Excelência, é feito de longos e acurados estudos”;

• “Lido com as últimas descobertas da ciência e a ciência é infalível”;

• “Perfeitamente científico”.

b) “Interesse” é a palavra usada por Carl Sagan, no último parágrafo de seu texto, que mais caracteriza a ati- tude do ministro Xandu ante o cientista Bogóloff. Isso é evidenciado na seguinte fala de Xandu: “O senhor vai dar uma glória imortal ao meu ministério”. É importante ressaltar que o “interesse” se associa à “credulidade”, vocábulo também presente no último parágrafo do texto de Sagan. Do ponto de vista de seu interesse pessoal, Xandu suspende seu espírito crítico e nomeia o cientista para um cargo de direção no ministério.

No quinto parágrafo do texto de Lima Barreto ocorre a palavra “germens”, paroxítona terminada em -ns, que aparece grafada corretamente sem nenhum acento gráfico. Tomando por base esta informação,

a) explique a razão pela qual se escreve no plural “germens” sem acento gráfico, enquanto a forma do singu- lar “gérmen” recebe tal acento.

b) apresente outro vocábulo de seu conhecimento em que se observa essa mesma diferença de acentuação gráfica entre a forma do singular e a forma do plural.

a) Segundo o acordo ortográfico em vigor, acentuam-se as paroxítonas terminadas em -n, por isso “gérmen”

com acento. Já as paroxítonas terminadas em -ns não recebem acento gráfico, uma vez que, pelo princípio da diferenciação, acentuam-se as oxítonas com essa terminação, como “parabéns”, por exemplo.

b) Eis alguns exemplos de vocábulos paroxítonos com a mesma diferença entre singular (com acento) e plural (sem acento):

Singular Plural

Abdômen Abdomens

Hífen Hifens

Hímen Himens

Pólen Polens

Resolução Questão 22

▼▼

Resolução Questão 21

▼▼

(17)

No segundo fragmento citado, Sagan sugere que as pessoas usem o ceticismocomo instrumento para avaliar a veracidade das informações que recebem. Com base neste comentário,

a) estabeleça, a partir da leitura do último parágrafo do texto de Sagan, os dois modos pelos quais o indiví- duo pode aprender a usar o ceticismo como ferramenta da vida diária.

b) cite uma fala do ministro Xandu em que reponta pelo menos um pouco de ceticismo.

a) O indivíduo pode aprender a usar o ceticismo:

• de modo metódico, na escola, especialmente nas disciplinas científicas, que são usuárias ardorosas dessa ferramenta;

• de modo espontâneo, na vivência diária, cujos desapontamentos naturalmente trazem dúvida.

b) Em pelo menos dois trechos de suas falas, o ministro Xandu deixa transparecer uma sombra de ceticismo. São eles:

• “Não haverá objeções quanto à possibilidade, à viabilidade?”

• “Mas ficam peixes?”

O terceiro texto apresentado procura parecer o mais verdadeiro possível e busca convencer o leitor da revista em que foi publicado da qualidade do produto para a saúde do fumante. Leia-o com atenção e, a seguir, a) transcreva uma passagem em que este texto apela não apenas ao plano racional do fumante, mas também

ao seu plano emocional.

b) utilizando o ceticismocomo ferramenta de seu julgamento, demonstre a existência de uma contradição do texto de publicidade ao defender a qualidade do cigarro de baixos teores.

a) Há duas passagens em que o texto publicitário apela tanto ao plano racional quanto ao plano emocional do fumante:

• “Bem, se você anda preocupado mas gosta muito de fumar, quem sabe você muda para um cigarro de baixos teores de nicotina e alcatrão?”

• “Century jogou lá embaixo a nicotina e o alcatrão, mas isso não acabou com seu prazer de fumar.”

b) A mais evidente contradição da publicidade dos cigarros de baixos teores é dar a entender que os consumi- dores desse tipo de cigarro estariam protegidos dos riscos associados ao tabagismo, ou seja, que haveria níveis seguros de absorção de nicotina e de alcatrão, o que é comprovadamente falso.

A pontuação serve não apenas para marcar aspectos objetivos do discurso escrito, mas também aspectos subje- tivos, tais como emoções, sentimentos e intenções do autor. Com base nesta informação,

a) levando em conta a pontuação, identifique a modalidade de frase utilizada com freqüência pelo ministro Xandu para manifestar sua atitude entusiasta ante as declarações do russo Bogóloff.

b) considerando a natureza conativa (persuasiva) do texto publicitário, explique a razão pela qual predomi- nam na primeira parte deste as frases interrogativas e, na segunda, as frases declarativas.

a) O ministro Xandu manifesta sua atitude entusiasta ante as declarações do russo Bogóloff por meio do reite- rado emprego de frases exclamativas. São, em geral, frases curtas e, dada a natureza dos vocábulos de que faz uso, muitas delas se afiguram como verdadeiras interjeições, como se pode ver nestes poucos exemplos: “Ah!

Doutor”; “Singular!”; “Vai ser uma revolução!”; “Milagroso!”; “É engenhoso!”... Acrescente-se que o freqüente uso do sinal de interrogação (frases interrogativas) e das reticências reforça a atitude de temeroso deslumbra- mento e de absoluta rendição intelectual do ministro nacional diante do “portentoso e arrojado” russo.

b) O predomínio de orações interrogativas na primeira parte constitui uma maneira habilidosa e eficaz de apre- sentar um problema e despertar uma preocupação. Prepara-se, assim, o destinatário para receber com interesse a tese e os argumentos que, na segunda parte, são apresentados sob a forma de orações declarativas. Com essas afirmações incisivas e enfáticas, o texto pretende produzir o efeito de verdade e objetividade, hábil expediente de convencimento. Na penúltima linha, sob a forma de pergunta retórica, repete-se, na verdade, a tese de que se pretende convencer o receptor da mensagem.

Resolução Questão 25

▼▼

Resolução Questão 24

▼▼

Resolução Questão 23

▼▼

(18)

História do Brasil

A prova foi bem elaborada e adequada ao propósito de selecionar candidatos às carreiras da área de Hu- manidades. As questões, de caráter analítico, abordaram aspectos significativos do processo histórico brasileiro.

Bem dosadas quanto à verticalização, exigiram o inter-relacionamento entre os vários componentes dos fenô- menos históricos.

História Geral

Mesmo com poucas questões, a prova conseguiu abranger boa parte da programação. Louve-se ainda a utiliza- ção de textos e figuras como base para avaliação dos conhecimentos dos candidatos.

Prova muito bem ilustrada, com excelente uso de mapas, tabelas e gráficos. A maior parte dos enunciados foi redigida de forma clara e precisa, com boa adequação do grau de dificuldade a uma avaliação de conhe- cimentos específicos. A abrangência e a atualidade dos temas escolhidos certamente contribuirão para a sele- ção dos candidatos com melhor conhecimento geográfico.

O primeiro aspecto que merece distinção nesta prova da VUNESP é a criteriosa escolha dos três textos que serviram de base para as cinco questões escritas (na verdade, dez, pois divididas em A e B).

Destacam-se em primeiro lugar pelo bom gosto, em segundo pela variedade de gêneros (um literário, um de divulgação científica e um publicitário), em terceiro pelo entrelaçamento de temas abordados nos três.

Um outro aspecto merecedor de atenção é a perspicácia com que as questões se aproveitaram de correlações não explícitas, mas indiscutivelmente sustentadas por significados subjacentes disseminados ao longo dos três textos.

Contudo, há que lamentar a ausência de questões de literatura, sobretudo numa prova como esta, destinada à seleção de candidatos a cursos de humanidades.

Português Geografia História

TT N T N E N E M E M

M Á Á Á O O OSSS O

O C O C

C R R R III

Referências

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