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Eil-o que se approxima o esperado Carnaval com seu cortejo alegre e louco! D'aqui a alguns dias será elle o rei e nós os seus vassallos. Preparemo-nos para recebel-o dignamente! Tenhamos todo o cuidado no evitar as dores physicas. São ellas o maior inimigo da alegria.

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A N N O V I I Rià de Janeiro, 14 ,/c Fevereiro de 1925 N U M

k?^,Vfà

MUSICA

( *v

1 ooirr. i*e»al I

Ha, na historia da musica e dos músicos brasilei- ros, tim capítulo inconfundível, cscriplo com uma única jnrase, e que, apezar disso, ou por isso mesmo, constitue unia das suas, mais bellas paginas. Kcferimo-nos á celebre jihrase de Verdi, dirigida a Carlos Gomes', na noite de 19 de Março de 1870. quando foi levado, pela primeira ve/., o Cnarany, no Seala, de Milão.

O immortal autor de A ida, completamente domi- nado pelo enthusiasmo (jue Sentia, diante do suecesso serh precedentes que a estréa do glorioso maestro bra- sileiro registrava, exclamou, abraçando-o 110 final do .V acto :

—- Este moço começa por onde cu acabo !

E' uma simples pbrase, como se vê. mas que. re- presenta a maior glorificação que poderia desejar o çrande maestro brasileiro.

Uma pbrase dessas é um estimulo, não apena,s para o artista qué a provoca, ma.s para todas as ge- rações que o suecedem na lucta pelo mesmo ideal

«mistico.

Todos os musieos brasileiros devem conhecer cs.se pequenino episódio da vida de Carlos Gomes, porque elle estimula, anima e encoraja o.s que procuram ai- cançar a Gloria, sempre longínqua c sempre enga- tiadora.

Na musica, como em tudo mais, as rivalidades dos officiaes do mesmo officio são capazes dc levar 0 desanimo aos espíritos menos fortes e menos re- sistentes. E" preciso, antes de mais nada, ter o nc- cessariO desassombro para vencer as torturas da car- reira, feitas exclusivamente pelos officiaes do mesmo officio, capazes das maiores infâmias para niartyrisar os seus collegas (U- arte.

Essa» reflexões nos açodem ã penna exactamente no momento em que as agencias telegraphicas nos trans- mittem as mais lisonjeiras referencias feitas a alguns . artistas brasileiros

que se acham actnalnientc na Ku- ropa. Entre esses artistas destacam-se a.s duas irmãs pianistas. Valina e innocencia da Rocha, as únicas pianistas brasileiras que, até á presente data. se exhi- biram em concerto publico, em Paris, sem haver cur- sado nem o Conservatório e nem o curso privado de nenhum professor. E' que Valina e Innocencia, col- Iocando-se cm um ponto de vista patriótico, preferi-

ram auscultar a opinião da critica frMiceza, antes- de sc tornarem, também, artistas um pouquinho france- zas, preferiram exhibir-se tal como foram daqui, bra- sileiras puras, com o seu talento, com o seu Primeiro Prêmio do Instituto e eom a sua muita sympathia pessoal*

E foi unicamente com cssçs predicados (jue as

«luas venceram, venceram critica, venceram publico e venceram, sobretudo, os perigos da innovação que pu- zeram em pratica.

"Com

a sua precoce virtuosidade — disse, no higaro, YinHemaiis — e com o seu puro sentimento musical, provocaram ellas o mais justo enthusiasmo."

• JVIuilo antes de ir beber os ensinamentos do?

j-randes mestres, contando, apenas, com o que lhes haviam ensinado os seus mestres brasileiros, Valiivi e Innocencia da Rocha, "admiráveis virtuosi em toda a plenitude de um talento joven e ao mesmo tempo ]>erfeito", na opinião de Brichanteau, expendida no lixeelsior, dc Paris, "obtiveram com o seu concerto um êxito plenamente merecido. Interpretaram os grandes mestres com uma facilidade, um colorido, um sentimento artístico tanto mais admiráveis, surjirehen- dentes mesmo, sendo ellas duas creanças",

São palavras de Roland - Manuel, eritico de Vliclair, que denomina "impeccavel"

a technica das duas talentosas artistas.

Na opinião de Schneider, abalisado ehronista musical do •brilhantes Ke» York Herald, ediç-io íranceza, as qualidades de Valina accentuaram-se na .fppüssionata c nas jiroducçÕcs de Chopin, Andante Spianato e Polonaise e Valsa cm lá maior, que foi bisada. Para elle, Innocencia conquistou ajiplausos pelo "e>tylo

e.sj)iritual com (jue executou o Carnaval, de Schumann", faltando-lhe apenas "força physica, com a qual se tornará uma pianista suprema".

São artistas "cheias

de qualidades" — escre- veu o ehronista do Mcnestrd; - "ambas, sobretudo Mlle. Valina. i>ossuem um mecanismo perfeito; o som é lin-Io. as passagens precisas", São artistas'— ac- crescentou — "que nada mais têm a adquirir senão um pouco de força, que virá com o tempo"."Uma

mais firme, outra mais flexível, .leram provas, na sua technica, na agilidade do mecanismo de , Semanário popular, poli-

tico e humorístico. Re- portarem photographica dr

todos os Estados. ' Redacção 9 administração Kua do Ouvidor 164 Rio

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uma precucidade pouco conmium" — ioram as pala- vras de chronista do Courrier Musical.

K não é necessário accresccníar mais para se ter unia justa noção do modo como foram recebidas cm 1'aris as duas irmãs Rocha. Uma verdadeira con- sagração, que attinge o nosao Instituto Nacional de Musica, onde ellas estudaram, e attinge igualmente os que tiveram a fortuna de contal-as comu alumnas:

no Instituto, o professor Custodio Góes e particular- mente o professor Oscar (íuanabarino.

O exemplo de Valina e de Innocencia deve fi- car como um estimulo para as (pie se atiram á car- rcira. Elias tiveram, em Paris, o premio que mere- ciam pelo seu talento e pela sua modéstia; e o modo como a receberam conforta pelo muito que tèm de

sincero e de espontâneo.

Mal sahidas do Instituto, ambas muito jovens, nessa idade perigosa que oscilla entre os 15 e os 19 annos, dellas sc pôde dizer o (jue de Carlos Gomes disse o immortal Verdi.

Conquistando Paris no seu primeiro contacto com a Cidade-Luz, ellas, effectivameute, começaram por onde os outros acabam. E é por isso que a gen*

te fica 1 perguntar-se a si mesmo, entre, estupefacto e curioso:

— Onde irão acabar essas que assim começa- ram ?

Que Valina é Innocencia Rocha prosigam, sem- pre gloriosas, a carreira apenas iniciada, sob tão bei- los auspícios.

14 — II — 925

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Temos inutilisado innumeras cartas, umas escriptas em papel pautado, ou- trás não assignadas com o nome legai e outras, jinalmente, escriptas a lápis

Fazemos este aiiso para que os con- sulentes não percam mais tempo espe- rando respostas. e tratem de enviar ou- tros pedidos regularmente escriptos: I tinta, legalmente assignados e em pa- pel liso. O pseudonywo só è permithd) fará a resposta.

UMA THEOSOPHISTA (Florianopo- lis) — Disse uma verdade: é muito feliz. O seu espiiito é calmo e um pou- co falto de ponderação. A sua vontade nào é ambiciosa e se manifesta de modo muito irregular, predominando a com-

filacencia

com os interesses alheios.

s^o, porém, não quer dizer que não tenha egoismo. T"em-n'o, mas parece que só em amor. Deve ser muito ciumenta, mas seu ciurre é todo objectivo, mate- rial, visando a posse absoluta de quem lh'o provoca... Seus instinetos sen- suaes são, geralmente, moderados, apre- sentando, todavia, alguns symptomas alarmantes... Sonha pouco e isso mes- mo sem outra preoecupação além da de"matar o tempo". Seu coração não co- nhece muito a bondade; eatretanto, abre-se muito em intmidpdes com pes- soas estranhas que mereçam a sua sym- pathia. E por isso tem grande numero de ami/ades.

MARGOT (Jacarehy) — Espirito or- gulhoso, om pruridos opposicionistas a tudo quanto represente a opinião geral do meio em que vive. Todavia, age com discreção e muito delicadamente. Tem uma grande ambição materialista na posse de bens de fortuna, que lhe per- mittam o goso franco da vida. Mas *\

sua vontade falta uma certa energia para balisar essa ambição e a levar por deante. Tambem se nota muita volubili- dade na directriz de seus esforços. O coração é um tanto duro, com u:n ou outro lampejo de bondade caritativa.

Mas ha propensões para nieihorar, para M tornar de grande ternura e palpitar por tudo quanto fôr sentimental. E' v.n'a questão de pouco tempo...

ANELKH (Rio) — Natursza volun- tariosa, revestida de qm espirito muito vibratil, pouco idealista e ligeiramente colérico. O característico mais forte está na vontade: é enérgica, pertinaz e hábil.

Sabe vencer pela força, pela constância e pelo que se pôde chamar — diploma- cia. Tem caprichos autoritários e são elles que dão ensejo ás manifestações da oolera. Mas o predomínio é da face di- plomatica do seu temperamento, com a qual resolve todas is difficuldades que lhe appareçam. Tem muito amor proprio e orgulho, que, aliás, sé deixa perceber

*J*J*JVy»__m_m_»^'J_*_-_»'m'J_'»m

MM intimidade. E' claro o sen bom gos*

to para as questões de intellcctuafismo e arte. Muita bondade cordial, traduzi- da em muita . plnlantropia.

3' SARGENTO | Pirassununga) — E' um homem bastante ideal sta, mas que não se descuida, por fôrma alguma, de amparar seus interesses materiaes.

Pensa muito no futuro, não cercando-o de utopias, porém, buscando consoldal-o com o mai.s que puder angariar no pre- sente. E' vivaz e labioso e seu querer acompanha bem esses requisitos do es- pirito, insinuando-se e delles procurando tirar o melhor partido. Fundarnerctalmen-

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GRAZIELA (Rio) — Naturera mixta, em que se percebem os traços idealis- tas intercaüados aos que denunciam materialidade especialmente luxurioòa.

Ha tambem signaes de muito egoismo não só material como moral E' patente a avareza e o ciúme. Todavia, peícebe- se, acerca deste ultimo, que não passa de um estado anormal, opportunamente removivel pelas limões da experiência. A vontade é claudicante, predominando, porém, o desejo ambicoso que, aliás, se não determina cora precisão. Coração frio, isento de sentimental.smo e de vir-

tudes philantropicas.

R. DE O. (Minas) — Não se pôde fazer o estudo, por ter escripto em pa- pçl pautado, furtando ass.m á grapholo- g a um de seus melhores elementos.

Alem disso, não assignou legalmente, como devia, o seu nome.

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Primeiro, lavam-se bem as mãos. Depois com uma lixa fina Cutex, limam- se os extremos das unhas afim de aparal-as e dar-lhes fôrma. Em seguida 1110- lha-se o páo dc laranjeira Cutex no Removedor da Cuticula, enrola-se Uni pouco de algodão na ponta do palito e molha-se de novo no liquido. Assim está termi- nado o tratamento da cuticula. Depois de ter tirado a película supérflua em volta da base da unha com o algodão e o páo de laranjeira, empurrando cuidadosa- mente a cuticula, faz-se o mesmo em volta, arrancando-a de todos os logarcs onde esteja presa esta cuticula. Antes de enxugar, passa-se o páo de laranjeira por baixo da unha e sobre qualquer mancha que haja, para tornal-a bom branca Depois, lavam-se os dedos, enxugando com cuidado cada uma de suas pontas Etn seguida applica-se o polimento. Algumas senhoras elegantes preferem o tijolo de polir Cutex (em branco pu rosa); outras usam o novo pó Cutex que vem em bonitas caixinhas de metal. Se V. Ex. gostar de maior lustro ainda queira usar o Brilho Liquido Cutex, que é de um effeito instantâneo. —

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LIVRO VERDE

Traducção do Relatório sobre a.s Condiçõ.s Econômicas e

Financeiras do Brasil

(PLUMCAÇAO AXMAI, I "y.ii:/. \ )

Desconlieeida no Brasil esta publica- cão animal e oITi-riul Inglozn, apparcco ajjora, pela primeira vc/, traduzida \),u\\

' o portaguez, com adaptações e conversões que a loenam ao alcance de Iodos. Con- 1 lím verdades nuas e cruas a respeito do ciicaiiunbamenlo dos nossos nccpcios.

Utll ao commercianle, iiiifiistri.il, linan- cisía, banqueiro, emfim o.todo bom bra-

| sileiro ([ue (|ueira saber o que realmente se (em passado no lli-asil. Muitas eslalis-

! (ieas. al(|umas das quoes Inéditas» Msi a i pulilicacão pôde ser considerada a melhor olira de propaganda seria em prol da nossa nacionalidade. A sua (raducção não i era esperada.

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GRANDES BAILES

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CARNAVAL

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A' vcinlu rui lii-Jn» tt» Livraria» dn It a»ll

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Às mulheres discretas

•íogem das vnlgaiidailes (/"

' é politiquicés, para se de dicarem i a outro gênero ( de -'especulações

e propa- ***- gandas, mais em liarmo- nia<*om a.s delicadezas do

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seu sexo.

A Luiza Michel é a ne- paçãi) mais absoluta da idealitladc feminina. E assim como não compre- bondamos a mulher suf- fragista, também não te-

nos ph rases para ponde- ^-^,-?,,. _^

rar c applaudir a.s intclli-

gentes moças que se dedicam a fazer propaganda dos artigos honestos, sãos, bons c efficazcs, quc milagrosamente sc tem inventado e descoberto, para conservar ou desenvolver os encantos

da sua belleza, dom supremo com que a natureza tão prodígamente dotou e-'a formosa metade do gênero bu-

ouno. --<_

HOTEL GLORIA

HA HIl A DO, _i do Fevereiro — As noites da China.

Cela e ba'!e çhln.ctl. A ceia será se servida por pessoal vestido enin .is costumes dos filhos do Celeste Império.

Desfile de artista», cantos e d.msas ehinezes. Concurso de fantasia chinesa. Todos os salões serio decorados _ i'liineza.

|)OMI\(;o _*; de Fevereiro — Matinée-infantil. Oon-

«•urso de fantasias, llatalha de flores.

A' noite — Ceia e grande baile. Batalha de flores.

SIOí.l NO V-FFIltA, ua de Fevereiro — "Veglione" das Mil e Uma Noites. Desfile de artistas, cantos e daisas.

Decoração oriental. Concurso de fantasias hindu, persa, árabe ou turca»

TFItrA-l riIt.V 24 de Fevereiro — Grande baile dc carnaval. A ceia será presidida por sua majestade o r.i Momo. Desfile de artistas, canções nacionaes. Con- curso do fantasias. "Marche aux flambeaux**. Cantos • bailados Com elementos do Trianon, ensaiados e diri- Kiilos pelo Dr. Christiano de Souza.

I-roroplo Ferrei;-»., o popular o querido actor patri- cio. intervira presidindo a festa de desmedida do cama-

vai na pfflioa de sua majestade o rt-i Momo.

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Assim, quando uma jo- ven, em nome dos deveres que esta m«ma natureza

lhe impõe, advoga as vir- tudes excelSOS dc um pro- dueto chirnico como o grande Tric_fero dc Bar- ry, único.t*oni.*o que sem cnarlatanfciDOs nem cm- bustes, limpa, conserva e dá esplendor aos cabellos.

encanto sobrenatural da formosura da mulher.

parece que essa

joven preenche uma missão, pois se- cunda B obra da sabedoria divina, salva- guardando unidos seus supremos dons.

— O Tricofero dc Barry não é uma droga, temos ouvido dizer a uma des- sas deliciosas propagandistas — O Tri- cofero de Barry é uma inspiração do céo, posta ao serviço do homem, como um desses mysteriosos suecos vegetaes que geram saúde e salvam a vida. Este salva o eabello, resuscitando-o da sua decadência, e talvez, da sua morte.

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