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A relação mãe ouvinte filho surdo na cena de alimentação

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A relação mãe ouvinte / filho surdo na cena de alimentação

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Daniela Scalon Oliveira Rossanna Petrosino

A relação mãe ouvinte / filho surdo na cena de alimentação

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2007

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DEDICATÓRIA

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“Nada como sonhar e objetivar um desejo...

Nada como sentir a vitória se realizar...

Nada como dizer:

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i

AGRADECIMENTOS

À Profª. Dra. . Teresa Maria Momensohn dos Santos, pela orientação e contribuição para a realização deste trabalho, sempre procurando transmitir da melhor maneira possível os conhecimentos que possui.

Ao IEAA por nos receber com carinho e conceder a realização de parte da pesquisa, em especial a Profª. Dra. Patrícia Fernandes Rodrigues

Às famílias que aceitaram participar da pesquisa, recebendo-nos com carinho, humildade e muita atenção.

A Profª. Dra. Maria Cecília Moura por ter aceitado o convite para ser parecerista e contribuir para a finalização deste trabalho.

Ao João pela ajuda, pela atenção nos momentos de tensão que passamos na biblioteca. Obrigada!

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ii De Daniela...

Aos meus pais, pois sem eles não seria possível realizar esse trabalho. Tudo que sou é por vocês.

A minha mãe pelo carinho, atenção, amor, força, e por ser essa mãe e pessoa maravilhosa que me ensina a cada dia. Obrigada por acreditar sempre em mim, amo você incondicionalmente!

Ao meu pai pelo exemplo de pessoa e profissional que é. Por me incentivar sempre, acreditar em mim, e principalmente por ter me mostrado a importância de lutar pelas minhas vontades. Obrigada por sempre me amar. Amo você, meu pai!

As minhas irmãs, Tatiana e Marcella por além de irmãs serem as minhas melhores amigas, com quem posso contar sempre. Pelo incentivo e por me fazerem feliz todos os dias.

Ao Thiago, por estar presente nesses quatro anos da minha formação, sempre me dando apoio, amor, compreensão e por ter abraçado esse meu sonho como se fosse dele.

Aos meus avós Orieta e Ronaldo que foram essenciais para minha formação. Me acolheram como filha e como neta ao mesmo tempo. Sempre que eu lembrar da minha faculdade vou lembrar que vocês. Foi muito especial. Obrigada.

A todas as minhas amigas que sempre me deram força e sempre estiveram ao meu lado independente da ocasião.Muito Obrigada! ( Jaque, Mari e Victorrinha)

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iv De Rossanna...

A Deus que esteve sempre iluminando meu caminho e por me abençoar com tantas alegrias e realizações!

Aos meus pais, pois sem eles não chegaria aonde cheguei! À minha mãe Domenica pelo carinho, pela compreensão, pelos conselhos pela paciência comigo durante todos estes anos, principalmente no último! Te amo!

Ao meu pai Michele, pelo incentivo aos estudos, por sempre mostrar o caminho certo para ser feliz, para crescer e ser alguém. Saiba que te admiro muito!

Aos meus irmãos e cunhadas que mesmo indiretamente me ajudaram na realização deste trabalho.

À vó Rosa que sempre com seu sorrido me acolheu quando precisei.

A July pela simples alegria ao me ver, fazendo com que eu adquirisse força para continuar!

Ao Rodrigo meu namorado, que muito tenho a agradecer! Desde os empréstimos dos livros, da ajuda nas transcrições, até pelas suas palavras e credibilidade em mim, quando eu mesma achei difícil acreditar em mim mesma! Obrigada por estar sempre ao meu lado !

A todas minhas amigas, que entenderam muitas vezes os meus “nãos”. Que me deram força e pelas “terapias calmantes” com a escuta e as palavras amigas ! Obrigada !

(8)

v

RESUMO

Oliveira,D ; Petrosino,R - A relação mãe ouvinte/ filho surdo na cena de alimentação. Trabalho de conclusão de curso. Fonoaudiologia. PUC São Paulo.

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vi

ABSTRACT

The relationship hearing mother/deaf child at feeding scene.

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vii

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ...I

RESUMO... V

ABSTRACT...VI

INTRODUÇÃO... 1

REVISÃO DA LITERATURA ... 4

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E FAMÍLIA... 4

ALIMENTAÇÃO... 12

MATERIAL E MÉTODO: ... 18

CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS... 18

Procedimentos ... 18

Análise dos resultados... 19

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 21

CONCLUSÃO... 28

BIBLIOGRAFIA... 30

ANEXOS ... 37

ANEXO 1... 38

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INTRODUÇÃO

A audição é o sentido que nos insere no mundo, é a principal maneira pela qual conseguimos nos comunicar e nos relacionar. A diminuição da audição nos primeiros meses de vida pode trazer prejuízos na relação da criança com a mãe, afetando a linguagem e todo o processo de desenvolvimento.

A confirmação do diagnóstico de surdez faz com que a família se desorganize emocionalmente, causando a ruptura de expectativas, alteração no relacionamento afetivo-social e de linguagem com a criança. Durante a gestação, os pais alimentam uma série de fantasias e sonham com uma criança idealizada, criando expectativas em relação a esse filho desconhecido. Luterman (1979) comenta, sobre a dificuldade de aceitar um distúrbio de comunicação mais grave, no caso a surdez de seus filhos. Ogden e Lipset (1982) relatam que as reações ao diagnóstico de surdez atravessam um caminho comum a todos, embora possam ser expressos de formas distintas, por pessoas e personalidades distintas, formando um ciclo de respostas. Vignola (1999) verificou em sua pesquisa diversos tipos de sentimentos, reações, dificuldades que existem dentro da família do indivíduo surdo. Relatou que esses sentimentos variam, pois a família passa por mudanças significativas na dinâmica familiar, pois seus componentes se relacionam e ao mesmo tempo se interferem.

A família segundo Minuchin (1994), pode ser vista como um sistema social aberto, em constante transformação, que se adapta às diferentes exigências das fases do seu desenvolvimento. É caracterizada como um todo coeso, inseparável e interdependente, no qual todas as partes estão relacionadas entre si. Portanto, cada comportamento ou mudança em um dos membros afeta todos os outros.

Para Regen (2005) as reações variam de família para família, mas em geral há um sentimento de tristeza e de perda muito grande perante ao diagnostico de surdez do filho: a perda de um indivíduo sadio e idealizado.

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diversos conflitos. A descoberta da deficiência auditiva deixa os pais confusos, com sentimento de derrota.

A audição desempenha papel preponderante e decisivo na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral. Segundo Zorzi (1993) e Freire (1996) as interações, desde o momento da concepção, são apresentadas como fundamentais no processo da construção da linguagem. A atividade interpretativa da mãe é essencial para a aquisição da linguagem e construção do sujeito. Esta relação, o tipo e grau de linguagem, a modalidade gestual e ou oral, usada pelas mães e crianças são atribuídos à representação ou imagem que um vai construindo do outro, enquanto interlocutor. O papel do adulto é fundamental, pois ele introduz a criança no universo lingüístico desde que ela nasce.

As práticas alimentares são permeadas pela seleção, o consumo, a produção da refeição, o modo de preparação, de distribuição, de ingestão, isto é, o que se planta, se compra, se come, como se come, onde se come, com quem se come, em que freqüência, em que horário, em que combinação, tudo isso conjugado como parte integrante das práticas sociais. Rotenberg e De Vargas (2004) citam que o estabelecimento de significados, categorias para os diferentes alimentos, os diferentes usos, as prescrições e proibições, os ritos à mesa, as formas de preparação, a composição, o número das refeições diárias e o horário estruturam a alimentação cotidiana, sendo aspectos importantes e marcas diferenciadoras entre os grupos sociais, cuja representação varia em cada cultura.

A cultura espelha o simbólico, pois somos os únicos que preparamos o alimento. É através do alimento que se simboliza o contato diário com a vida, não apenas da necessidade orgânica, mas, sobretudo no sentido de continuar a participar socialmente do mundo. Assim, De Vargas (2006) diz que, em contextos diversificados, os grupos sociais criam suas estratégias de construção de saber. Seu aprendizado, no caso especifico da alimentação, é construído desde sua infância, no contato com sua avós, mães e comunidade.

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O ato de se alimentar é visto como constituinte do sujeito. “Esse ato deve ser abordado sob três óticas: “a fisiológica, como indicadora de grau de maturidade neurológica e muscular do bebê, a nutricional como “combustível” para o crescimento e desenvolvimento neuro psico - motor; e a estrutural como elo no contato mãe/ bebê” (KÜRSTER, 2001).

Conforme a criança vai se desenvolvendo, sua alimentação e hábitos alimentares devem sofrer modificações, principalmente em relação à forma de preparo, tipo de alimentos utilizados, consistência da comida e a maneira que é oferecida à refeição.

Podemos verificar que a deficiência auditiva provoca um desequilíbrio familiar, principalmente nas questões das dificuldades de comunicação, acolhimento e instruções da mãe ouvinte ao filho surdo.

A alimentação é um aspecto fundamental para a promoção da saúde da criança. Segundo Palladino (2007, comunicação pessoal) toda criança com alteração de linguagem tem algum comprometimento na alimentação. È na alimentação que ocorre o primeiro laço entre mãe-bebê.

Como já foi dito, o processo de constituição subjetiva se sustenta no laço entre mãe e filho, e que a comunicação é um dos aspectos privilegiados na montagem desse par, o que acontece quando uma barreira se instala justamente ai? Considerando que a hora da alimentação é um dos momentos de comunicação que servem ao estreitamento do laço entre mãe e filho, o objetivo desse estudo é analisar como é feita a cena de alimentação entre as crianças com comprometimento auditivo e suas mães ouvintes, já que existem poucos estudos sobre esse assunto.

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REVISÃO DA LITERATURA

Deficiência Auditiva e Família

A audição é um dos mais importantes sentidos do ser humano. Silman et al (2004) acreditam que através da audição podemos saber das condições do meio ambiente mesmo de olhos fechados. È também por ela que os humanos habitualmente se comunicam.

A deficiência auditiva é entendida como um tipo de privação sensorial, cujo sintoma comum é uma reação anormal diante do estímulo sonoro (GAGLIARDI E BARRELLA, 1986).

Segundo Scliar-Cabral (1988) a deficiência auditiva é caracterizada como um problema sensorial, que acarreta dificuldades na detecção e percepção dos sons. Assim, seja de qualquer grau ou etiologia, a deficiência auditiva traz graves implicações para o desenvolvimento social e emocional do ser humano, devido à sua natureza complexa, além de sérias alterações que provoca sobre a linguagem por adquirir ou já adquirida.

O impacto da privação sensorial auditiva não é somente na capacidade de compreender as informações sonoras, mas sim no modo de se relacionar com seu meio ambiente e cultura. Essa privação também pode provocar conseqüências biológicas, psicológicas e sociais.

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De uma maneira geral as deficiências auditivas são classificadas de acordo com o grau da perda da audição que é avaliado pela intensidade do som, medida em decibéis (dB) bilateralmente. Segundo Marchesi, (1996) o momento da perda auditiva tem clara repercussão sobre o desenvolvimento infantil. Quanto mais idade tiver a criança, e quanto maior experiência com o som e com a linguagem oral ela possuir, mais fácil será a sua posterior evolução lingüística.

È importante ressaltar também que a identificação e intervenção precoces da perda auditiva em bebês e crianças pequenas têm importância crucial para o processo de adaptação do indivíduo ao mundo. (BALIEIRO, TRENCHE 2004).

Segundo Marchesi, (1996) o adulto é o maior responsável no papel de desempenhar a sintonia estabelecida com a criança e por facilitar as trocas comunicativas entre ambos.

“Por exemplo, em se tratando do processo de aquisição da linguagem, a adequação mútua nas "conversações" mantidas sobre os objetos, a troca de olhares, gestos e expressões e a incorporação da linguagem da criança surda por parte do adulto são alguns dos elementos que contribuem para o estabelecimento de uma linguagem fluente e satisfatória”. MARCHESI, A. (1996),(pp.200-206).

Segundo Oliveira et al. (2004), a família tem papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo e na manutenção da saúde de seus membros não somente em decorrência do cuidado constante que ela dispõe no dia-a-dia, mas ainda, principalmente, em casos de doença.

Powell 1992, considera a família um grupo primário. Para ele é na interação familiar que, desde muito cedo, vai configurando-se a personalidade do indivíduo e é nessa interação que se determinam as características sociais, éticas e morais da comunidade adulta. Para o autor, é possível compreender muitos dos fenômenos sociais ao analisarmos as características das famílias.

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Dumont e Marcon (2006) identificaram que os primeiros passos para o desenvolvimento natural e social do ser humano são dados dentro da família, pois ela constitui o primeiro grupo no qual a criança é inserida e tem suas primeiras experiências e relacionamentos interpessoais.

Segundo Monteiro e Torezan (1997), as famílias que possuem um membro com alguma deficiência enfrentam dificuldades adicionais às comumente enfrentadas por todas as famílias. A deficiência promove mudanças na rotina familiar, requer respostas diferentes para o grupo social, além de maior envolvimento com profissionais de várias especialidades e um ensino especializado, o que, por sua vez, exige maiores recursos financeiros.

Além disso, são gerados muitos sentimentos nos membros familiares, não só destes com a pessoa deficiente, mas de todos os membros em si.

A deficiência torna-se algo incompreensível para os familiares, principalmente para as mães, que são as quais mais desejaram e idealizaram o filho. Uma vez que esse desejo é rompido pelo diagnóstico, esse passa a ter um caráter maior que o próprio filho (MONTEIRO E BAGAROLLO, 2004).

A família, nesse momento, passa por inúmeros sentimentos delicados. Na literatura podemos encontrar vários autores que os descrevem. Segundo, eles, a família passa por um longo processo de superação até chegar à aceitação da sua criança: do choque, da negação, da raiva, da revolta, da rejeição, entre outros sentimentos, até a construção de um ambiente mais preparado para incluir essa criança como membro da família (SILVIA E DESSEN, 2001).

Desse modo, quando a família passa por perturbações em suas interações, pode se apresentar como um grupo de referência confuso, deixando de proporcionar um aprendizado construtivo. É por isto que muitos dos comportamentos e reações individuais revelam o tipo de configuração familiar na qual o sujeito está inserido (KNOBEL, 1992). Portanto, existe a dificuldade para os pais em aceitar uma criança surda.

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por parte da criança de perceber o estímulo verbal, mas principalmente pela dificuldade dos pais em lidar com a frustração.

Os pais aguardam ter uma criança normal e saudável. A confirmação da surdez de acordo com Kashyap (1986) mexe nas estruturas da família e pode agir como fonte de severas desorganizações psicológicas para o ajustamento dos pais e da família, A autora comenta que a presença da criança surda, na maioria das vezes, terá impacto em diferentes aspectos do dia-a-dia familiar. O diagnóstico de surdez apresenta para os pais e para a família uma criança com uma variedade de tensões e desafios intra-psíquicos e ambientais. As tensões e desafios de criar uma criança surda estão associados, segundo Calderon e Greenberg (1999), a aprender novos métodos de comunicação, estar mais envolvido nas tomadas de decisões sobre educação, aumentar contato com diversos profissionais das mais diversas áreas e comprar e utilizar suportes técnicos, assim como a experiência do dia-a-dia de ter uma criança que é "diferente", pois, comunica-se de maneira diferente.

A família enfrenta muitas dificuldades para aceitar a deficiência. É uma descoberta traumática e confusa, em que a mesma busca justificativas sobre por que serem eles os escolhidos (ALMEIDA, 1993).

Na maioria das vezes as famílias negam o fato, ou seja, não admitem nem aceitam a deficiência do filho, fazendo com que o atendimento torne-se tardio, o que pode prejudicar o desenvolvimento da criança e de suas habilidades.

Passando essa fase, os pais enfrentam, segundo Almeida (1993), uma fase de negociação, ou seja, trata-se de uma compensação, onde os pais tentarão encontrar estratégias para a melhoria das condições de vida de seu filho portador de deficiência.

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A deficiência auditiva, por ser invisível, não causa muito impacto para os sujeitos ouvintes, mas causa uma enorme interferência no desenvolvimento educacional, social, e emocional do sujeito deficiente auditivo.

A falta de esclarecimento demora no diagnóstico e prognóstico pode vir a prejudicar a relação mãe-bebê. Muitas vezes essa falta de informação e orientação gera angústia relacionada ao presente e ao futuro do bebê e faz com que os pais se sintam culpados pela deficiência do filho. Não podemos generalizar, pois há pais e crianças que superam as dificuldades e desenvolvem normalmente.

Gomes (1994) destaca que cada família possui valores, crenças e costumes que muitas vezes são transmitidos de geração para geração, e isso deve ser considerado pelo profissional que vai atuar com ela, porque a determinação e o (re)conhecimento da doença podem estar pautados nesses valores.

Como diz Nagy (2005), a atenção dada à família em relação ao modo como ela lida com a deficiência auditiva tem se mostrado tão importante quanto à atenção dada às próprias limitações dos pacientes. Ou seja, a evolução das crianças depende tanto do trabalho específico em terapia como da intervenção junto aos pais e do acolhimento a eles.

Visto desse modo, as famílias e os profissionais que atuam com os sujeitos deficientes têm um papel fundamental na constituição desses como pessoas e cidadãos, além de interferirem na construção das concepções culturais da qual fazem parte.

Novaes e Balieiro (2004) discutiram o atendimento e a terapia de linguagem da criança surda enfatizando o diálogo/criança como estrutura de análise, sugerindo que o adulto insere a criança na linguagem, assumindo o papel de interprete na situação discursiva (op.cit.p.773).

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Vários estudos (Beckman e Pokorni, 1998; Harris e Mchale, 1989; Beckman,1991;Dyson,1991 apud Monteiro ; Bagarollo, 2004) tem apontado para uma forte relação entre estresse familiar (principalmente da mãe) e os cuidados que a criança deficiente requer. Tais estudos demonstram a necessidade de os profissionais da área estarem preparados para lidar com o estresse e estarem atentos aos efeitos e riscos de se atribuir tarefas adicionais aos pais. O impacto da surdez de um bebê na sua primeira socialização com os pais ouvintes não se limita à importância relativa da vocalização ou toque materno como instrumentos para acalmar um recém-nascido inquieto. Os pais ouvintes de crianças ouvintes passam muito tempo a apreciar as variadas reações do bebê às vocalizações de adultos. Quando o bebê é surdo, essas interações são diferentes e dependem da ligação das vocalizações paternas a comportamentos não vocais.

Partindo do principio de que a vida de uma criança com deficiência se constitui em uma fase critica, exigindo adaptações e o estabelecimento de novas prioridades na família (Brito,1997), não se pode deixar de considerar que o desenvolvimento da criança é resultante do empreendimento conjunto entre ela e o adulto que dela cuida e que as relações com as pessoas e os sistemas sociais os quais tem um papel crucial para as aquisições e para a construção de formações psicológicas cada vez mais sofisticadas.

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As crianças surdas têm menor tendência do que as crianças ouvintes a receber explicações dos pais no que se referem às emoções, razões, ações, papéis esperados e conseqüências de vários comportamentos ( REBELO,2002).

Carvalho (1998) aponta que a descoberta da surdez do filho leva a diminuição do uso da voz dos familiares para se comunicar com a criança. Algumas mães diminuem suas falas diretas com o filho, ou até não se utilizam mais da palavra. Para a autora, as atitudes maternas de acentuado desalento ou de super proteção são esperadas e compreensíveis, mas não são incentivadoras do desenvolvimento da criança.

A língua é um dos traços culturais passados de geração à geração, e, neste caso, a expectativa dos pais é de que seus filhos se comuniquem com eles. (SOIFER 1982).

Para Silveira (2003) os sentidos das marcas identificatorias que as crianças surdas carregam, são responsáveis por muitos dos impasses no processo de estruturação psíquica das mesmas, e estão relacionadas á fantasmática1 parental, cujos desdobramentos poderão representar diferentes níveis de complicações no desenvolvimento da linguagem oral.

Ainda segundo a autora, essa “falta da linguagem” no desenvolvimento geral da criança surda faz com que, muitas delas, vivam a frustração de não serem compreendidas pelo outro. Vivenciam o fracasso. Esse sentimento como diz no texto, pode perpertuar-se como padrão nos relacionamentos interpessoais futuros dessas crianças.

Com diz Garrido (2007), passado o impacto da família sobre a doença, essas crianças não podem deixar de ser reconhecidas como falantes, embora o desenvolvimento da linguagem nestes casos possa ser peculiar.

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Comunicar significa trocar idéias, sentimentos e experiências entre pessoas. Comunicar é, pois, um complexo sistema simbólico constituído por sinais verbais, sinais escritos e sinais não verbais ( REBELO,2002).

É através da interação com a mãe que se inicia o despertar da criança para a comunicação.

“[...] A relação mãe- bebê é satisfatória para ambos e favorece a possibilidade da criança se relacionar com o meio ambiente, sendo que essa fase inicial da vida do bebê é marcada pela comunicação sensorial”. O toque, o segurar, o manejo satisfatoriamente bom, a alimentação- momento em que a criança é apresentada a um objeto que não viola a sua onipotência perante o outro, no caso o seio materno- são formas de comunicação fundamentais para a continuidade do desenvolvimento do processo maturacional da criança (PELOSINI, 2005, P. 26).

As interações mãe - bebê permitem reconhecer desde os primeiros tempos as competências comunicativas que o bebê demonstra desde o nascimento aparecendo às necessidades de troca e comunicação como aspectos tão importantes como à própria alimentação (REBELO 2002).

A criança surda nasce privada de audição e, por conseqüência, limitada na comunicação receptiva a qual influencia na comunicação expressiva. O fato de a criança não ouvir ou quando ouve algum som, não ter a capacidade de discriminação sonora que lhe possibilita a compreensão, dificulta a comunicação receptiva.

Rebelo (2002) também fala da comunicação da criança surda congênita, usa como comunicação receptiva e expressiva a Língua Gestual o que lhe facilita a compreensão das mensagens e das interações com as famílias grupo de pares e grupos sociais.

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competentes devido à geral ineficiência da sua comunicação entre o progenitor e o filho.

Quanto a comunicação com crianças pequenas, Ficker (1983) relata que as mães, ao se dirigirem aos seus filhos na fase de aquisição de linguagem, acabam por utilizar um discurso simples para facilitar o processo. A origem desse discurso é determinada pelo feed back que a criança da a mãe, pelas pistas que oferece de acordo com o seu desenvolvimento cognitivo e lingüístico, como também sofre a influencia da situação de interação nos momentos que requerem a comunicação.

Segundo, Fonseca (2001) a voz da mãe significa o mundo para o bebê e a constituição psíquica e de linguagem das crianças surdas parecem estar relacionadas a essa afirmação. Assim, a presença física da mãe deveria ser substituída pouco a pouco pela comunicação verbal, isto é, a mãe passaria a ser reconhecida pela própria voz. Mas, com isso vem a pergunta, como a criança surda poderá reconhece - lá a distância?

As crianças pequenas, que apresentam deficiência auditiva, sofrem com esse distanciamento, o psiquismo ainda fragilizado sofre também o impacto da doença, exigindo um novo tipo de funcionamento da linguagem e apreensão do mundo externo. Segundo a autora, o organismo não é a causa da estruturação/ constituição do sujeito, mas sim seu limite. São marcas impressas no real do corpo que determinam as escolhas e regem o funcionamento de funções e habilidades corporais. As marcas, os traumas, como a deficiência auditiva, podem ser obstáculos à estruturação psíquica. Essa cena se reverte na medida em que o corpo é tomado pelo discurso do outro.

Alimentação

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perspectiva disciplinar, pois o significado do ato de nutrir, de comer, ultrapassa o mero ato biológico.

A alimentação e a nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Mais do que isso: são direitos humanos fundamentais, pois representam a base da própria vida.

A alimentação se destaca como um dos mais importantes meios para garantir o adequado crescimento e prevenir carências nutricionais entre os fatores que influenciam o crescimento e a saúde da criança PHILIPPI (2003).

Para Rodrigues (2005) nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança uma alimentação qualitativa e quantitativamente adequada, pois ela proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde.

As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos que promovam a saúde do indivíduo. (PHILIPPI 2003).

Segundo Rotenberg (1999) as práticas alimentares são permeadas pela seleção, o consumo, a produção da refeição, o modo de preparação, de distribuição, de ingestão, isto é, o que se planta, se compra, se come, como se come, onde se come, com quem se come, em que freqüência, em que horário, em que combinação, tudo isso conjugado como parte integrante das práticas sociais.

Para Arnaiz (1996) a alimentação do ser humano não é instintiva, é construída e aprendida cognitivamente e ideologicamente nas relações sociais.

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Segundo Monte e Giugliani (2004) a alimentação da criança desde o nascimento e nos primeiros anos de vida tem repercussões ao longo de toda a vida do indivíduo. Sabe-se que o aleitamento materno é um importante componente da alimentação infantil ótima.

O leite humano oferece os nutrientes que a criança necessita para iniciar uma vida saudável e representa o alimento essencial para o lactente até o sexto mês de vida, como alimento exclusivo; a partir de então, deve ser complementado com outras fontes nutricionais até pelo menos 2 anos de idade. (VIEIRA ET AL 2004).

Para as crianças entre dois e três anos de idade, a alimentação deve ser capaz de suprir as demandas de macro e micro-nutrientes. A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação deste grupo decorre principalmente do fato de nessa faixa etária ocorrer a incorporação de novos hábitos alimentares, implicando o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que influenciarão diretamente o padrão alimentar a ser adotado. Durante este período, a alimentação da criança pode ser a mesma da família, com algumas adaptações em relação à forma de preparo e apresentação dos alimentos de acordo com a idade (PHILLIPI, 2003).

Para Carvalhaes (2002) algumas práticas podem facilitar a aceitação de novos alimentos pela criança, como a interação da mesma no momento da alimentação, em contraste com uma apresentação passiva do alimento. Deve-se selecionar alimentos que sejam apropriados à capacidade motora da criança, garantir um ambiente tranqüilo e sem distrações no momento da refeição, proporcionar intervalos entre as refeições para que a criança sinta fome, oferecer estrutura familiar adequada.

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A nutrição de uma população não depende só do acesso desta a uma alimentação adequada, mas, sobretudo, da educação e cultura da população. A educação alimentar inicia-se muito precocemente, nos primeiros meses de vida, quando são construídos os alicerces dos hábitos alimentares. (VIEIRA ET. AL 2004)

Para Oliveira et al. (2005) a infância é o momento ideal para a aprendizagem de bons hábitos (não só alimentares, mas de toda espécie). Como é o momento no qual a criança está conhecendo o mundo em sua volta e criando sua personalidade, é a oportunidade ideal de ensiná-la a ter bons hábitos, pois serão aprendidos naturalmente, mesmo antes de serem sedimentados maus hábitos, como ocorrem nos adultos.

Segundo um estudo realizado por Rotenberg e De Vargas (2004) com moradores da Rocinha (RJ) e freqüentadoras de grupos de mães do Centro Municipal de Saúde Píndaro de Carvalho Rodrigues mostram que a amamentação, a introdução de alimentos complementares até a alimentação cotidiana da família é um processo construído pela experiência e aprendizado próprios de cada grupo social. Também identificaram que as práticas alimentares são construídas a partir de diferentes dimensões: temporal, de saúde e doença, de cuidado, afetiva, econômica e de ritual de socialização, que se entrelaçam conformando uma rede.

De acordo com Vieira et al. (2004) o comportamento alimentar da criança é determinado pela interação da criança com o alimento, pelo seu desenvolvimento anatomo-fisiológico e por fatores emocionais, psicológicos, socioeconômicos e culturais. Entretanto, a influência mais marcante na formação dos hábitos alimentares é o produto da interação da criança com a própria mãe ou a pessoa mais ligada à sua alimentação. É importante lembrar que os lactentes ingerem os alimentos que lhes são oferecidos e do modo como são preparados.

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aprendizado de um hábito socialmente aceito ou inserir novos hábitos, contribuindo para a formação de um padrão de comportamento alimentar adequado ou não.

Para Oliveira et al (2005) todos os aspectos que envolvem a nutrição e saúde infantil são diretamente influenciados pelo ambiente que a criança encontra na gestação e ao longo de sua vida, assim como pelas fases de seu desenvolvimento fisiológico.

Machado (2007) comenta que mais do que o alimentar, a comida é uma forma de comunicação entre mãe e filho. Alimentar-se representa um movimento em direção da tomada de consciência, é dar hospitalidade, carinho, é colocar-se como sujeito frente ao objeto, é uma forma de adquirir singularidade.

Para romper esse círculo vicioso Bressolin et. all, (1987) afirmam que é preciso entender que uma mãe suficientemente boa é aquela que se identifica com o filho e decodifica o que ele sente, o que ele quer e não a que consegue que a criança aceite muitas colheradas de sopa. A comida deve ser um vínculo de prazer e afeto, e não o contrário.

Winnicott (1997), discorrendo sobre distúrbios alimentares, afirma que as dificuldades de alimentação do bebê se referem mais ao problema da mãe em ter que se adaptar às necessidades do bebê do que as inadequações bioquímicas.

Segundo Lima et all (2000) as dificuldades alimentares mobilizam as mães sob a forma de preocupação, ansiedade, e sensação de incompetência, gerando dessa forma um ciclo negativo na relação mãe-bebê. È como se a alimentação e propriamente a cena de alimentação surgisse para a mãe como um ponto cego onde permanece impossibilitada de manejar subjetivamente estas questões.

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MATERIAL E MÉTODO:

Caracterização dos Sujeitos

Participaram desta pesquisa seis mães, sendo estas, mães ouvintes de crianças deficientes auditivas, de qualquer etiologia. Não foram levados em consideração critérios como sexo, condição sócio-econômica, dentre outros, para a seleção dos sujeitos da pesquisa, assim como para a análise dos resultados obtidos. Foram selecionadas as mães que atendiam os seguintes critérios de inclusão: • Ser mãe ouvinte de criança deficiente auditiva;

• Mães de crianças deficientes auditivas de sujeitos na faixa etária entre dois a quatros de idade;

• Filho deficiente auditivo sem outra patologia associada; • Ter assinado o termo de consentimento.

Procedimentos

A coleta de dados foi realizada no IEAA - Instituto de Ensinos Avançados da Audição e os sujeitos foram submetidos a questões elaboradas pelas pesquisadoras. (Anexo 1)

Estas questões têm o intuito pesquisar as reações e sentimentos dos pais frente à situação da hora de alimentação de uma criança surda, a forma como essa se dá e as orientações recebidas para essa situação; como é comunicação das mães com a criança na hora da alimentação?

Durante a aplicação dos questionários, somente pesquisadora e o entrevistado permaneceram na sala.

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Posteriormente o conteúdo das gravações foi transcrito de forma literal.

Análise dos resultados

Para a realização da análise dos resultados foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC.

O DSC é “uma proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos a partir de depoimentos, artigos, matérias de revistas, cartas, papers de revistas especializadas etc.” (LÈFEVRE. AL., 2000).

Segundo Lèfevre et al. (2002), a técnica consiste basicamente em analisar o material verbal coletado em pesquisas que tem como os depoimentos sua matéria prima, extraindo-se de cada um destes depoimentos as Idéias Centrais e as suas correspondentes Expressões-Chave.

Os autores evidenciam que as Expressões-Chaves são pedaços ou trechos, segmentos, contínuos ou descontínuos do discurso que revelam a essência do discurso ou a teoria subjacente. Já a Idéia Central é um nome ou expressão lingüística que revela e descreve de maneira mais sintética e precisa o sentido presente em cada uma das respostas e entrevistas analisadas, ou seja, as

Expressões-Chaves.

Após essa etapa, foi elaborado o discurso síntese, ou seja, o DSC que constituiu na transformação e redução da listagem de várias Idéias Centrais e de

Expressões – Chaves numa só, como se houvesse apenas um indivíduo que fosse

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Descrição da alimentação do filho desde o dia em que nasceu.

Idéia Central > “Sempre foi ótima, nunca teve problema com alimentação. E hoje ele come qualquer coisa que a gente come, fruta, ele almoça, janta”.

Discurso do Sujeito Coletivo: “Normal. Ela mama de manhã. Antes de acordar eu dou a mamadeira para ela enquanto ela dorme. Ai ela é acostumada a não tomar café, comer pão essas coisas. E almoço desde que ela nasceu eu amamentei até os seis meses, e ai depois começou a papinha, e é o almoço é arroz, feijão, ovinho, às vezes uma carne, suco, ai depois ela vai para escolinha e a tarde tem o lanchinho dela. Ai quando volta da escola ela toma uma mamadeira, e quando é umas sete horas da noite ela janta, arroz, feijão, uma carne, uma mistura e um suco. Antes de

dormir ela toma outra mamadeira”.

A partir do trabalho desenvolvido com os pais dessas crianças deficientes auditivas foi possível observar a importância de se abordar temas que podem parecer simples, porém são importantíssimos para a saúde infantil. Segundo Philippi (2003) a alimentação é o mais importante meio para crescer e se prevenir contra carências nutricionais entre os fatores que influenciam na saúde da criança.

As entrevistas possibilitaram compreender que a introdução de alimentos complementares ao leite materno até a alimentação cotidiana da família é um processo. Conforme a criança vai crescendo e se desenvolvendo, sua alimentação vai progressivamente sofrendo modificações, principalmente em relação à forma de preparação, tipo de alimento e consistência da comida.

(32)

Como salienta Giard (1998), as formas de preparação dos alimentos, as receitas, fazem parte do ritual de socialização das crianças, sendo aprendidas em conversas femininas, com experiências e vivências repassadas de mãe para filha, da avó para a neta. Apesar de atualmente as fontes serem diversas, o feijão ainda é um alimento caracterizado pelo ritual de socialização. O feijão é um alimento presente em todos os discursos deste trabalho, é um alimento forte, rico em ferro podendo ser considerado e aprendido no ritual de socialização, assim como é dado destaque para outros alimentos , entre eles a “carninha” e os vegetais verdes. Obs.: (normalmente as crianças só comem os vegetais amassados disfarçados com outros alimentos) Ex: “a única coisa que ele gosta é couve-flor, a gente amassa então ele come.”

Assim, a criança "que come" fica referida àquela que come de tudo, que come os alimentos que a família pode oferecer, dentro do possível, "comida" variada e criativa.

2. Alimentação do filho hoje e se houve mudança após diagnostico

de surdez.

Idéia Central > “Não. Não mudou nada, é a mesma coisa”. “Não falo, quando ele

ouvia, eu falava, falava né?”

Discurso do sujeito coletivo: “Não, nada. Não mudou nada na verdade. Tudo como criança normal. Então, de alimentação é difícil falar porque não mudou nada depois que descobri a deficiência auditiva. É normal na alimentação, não me dá trabalho,

come,come comida, come um pouco de tudo. Assim, ele nunca pediu pra a gente.

Então foi com o passar do tempo que a gente foi a costumando a fazer gesto pra ele né? Pra comer, até para dormir a gente faz assim (pai faz demonstração do gesto)

ai ele já sabe”.

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No primeiro momento, os pais dizem que a surdez não implica em nada na alimentação de seus filhos. Demonstram que a alimentação acontece de maneira normal. Porém não levam em consideração que a comunicação da mãe com o filho é um fator importantíssimo para o desenvolvimento da linguagem da criança. A audição desempenha um papel preponderante e decisivo na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral. Segundo Zorzi (1993) e Freire (1996) as interações, desde o momento da concepção, são apresentadas como fundamentais no processo da construção da linguagem. A atividade interpretativa da mãe é essencial para a aquisição da linguagem e construção do sujeito.

Como verificamos no discurso dos pais, eles visam sempre estimular os filhos através de vocalizações e apoios gestuais. Percebe-se também a dificuldade para os pais explicarem, falarem com seus filhos e muitas vezes se perguntam se realmente estão se fazendo entender. Ex: “quando eu vou… dar comida pra ele eu

falo, vamos supor: batata ó, vamos comer BATATA (aumenta o tom de voz para

especificar o alimento que vai ser ingerido).” Ou seja, podemos notar que a grande

preocupação dos pais em relação as crianças deficientes auditivas é pela falta de comunicação. Existe uma enorme dificuldade para explicar para criança deficiente auditiva sobre o novo alimento que esta sendo introduzido. Não é na hora de comer e sim na hora de se comunicar com essa criança que a dificuldade aparece.

(34)

3. Alimentação do filho hoje em dia e seu funcionamento

Idéia Central >: “Então nunca tivemos problema de alimentação com ele, ele se

alimenta super bem viu

Discurso do Sujeito Coletivo: De segunda a sexta ele fica na minha sogra ai ele come com as outras crianças. Os primos são três: uma de três anos, um de quatro e um de sete. Ai eles almoçam junto antes de ir pra escola. Os quatro almoçam juntos, sempre com alguém acompanhando, tipo minha sogra e os 4.. Mas sozinhos, eles mesmos comem , sabe?Janta também na minha sogra, com as crianças, meu sogro, minha sogra. Eu trabalho faz um tempo e quase todos os dias... Então, ...eu sou um pouco ausente em casa. ...Mas, porque eu tenho períodos, período do almoço, da manhã, no horário agora que ele chega da escola. E é normalmente horário que eu me encontro em casa, o resto eu to trabalhando.

Os pais das crianças deficientes auditivas relataram sobre a alimentação e o funcionamento de seus filhos no dia a dia. A partir de suas falas, identificou-se que todos dizem não ter problemas com a alimentação do filho e que as crianças comem bem. Porém, ao longo de muitos dos discursos percebemos que por mais que a alimentação dos filhos esteja dentro dos padrões que os pais julgam ser o melhor, pontos importantes são esquecidos.

É durante a alimentação que a mãe faz o seu primeiro contato com o filho. Segundo (Kürster, 2001) o ato de se alimentar é visto como constituinte do sujeito, esse ato é abordado por três óticas, a fisiológica, como indicadora de grau de maturidade neurológica e muscular do bebê, a nutricional como “combustível” para o crescimento e desenvolvimento neuro psico- motor; e a estrutural como elo no contato mãe/ bebê.

(35)

Muitas das crianças quase não sentam à mesa com os pais, devido à correria do dia a dia e pela falta de interesse de comunicação. Palladino (2007) afirma que a montagem da cena de alimentação, ou seja, sentar-se a mesa, utilizar talheres, e estabelecer diálogos com os presentes na mesa é fundamental para a relação mãe- criança. É a mãe que vai apresentar e fornecer o primeiro alimento e o primeiro tipo de alimentação à criança. O diálogo também é necessário para aquele que está servindo o alimento à criança, é através dele que se explica o que está sendo oferecido à criança, podendo fazer brincadeiras com a comida tornando a cena divertida para que a criança se interesse pela comida.

Notamos que isso não acontece com os sujeitos entrevistados, os familiares não se interessam pela comunicação durante a hora de se alimentar, para eles a alimentação só acontece pelo real papel de comer e ficar satisfeito ignorando toda a parte construtiva existente dentro da montagem da cena de alimentação.

4. Preocupações com a alimentação e com a comunicação.

Idéia Central >: “ele é independente, porque o que ele quer comer ele mostra, faz

gestos, aponta pra boca, e a gente já sabe que ele quer comer”.

Discurso do Sujeito Coletivo: “Não, na alimentação eu não me preocupo, porque o que eu der pra ele, ele come. Agora na comunicação é difícil de lidar com ele, eu num… as vezes eu num sei explicar a situação das coisas que acontece do dia-a-dia. Ele não me obedece, as vezes tem que pegar o chinelo e mostrar, ai ele sabe,

ele sabe que… ele ta errado. Ele não obedece ninguém… muito difícil”.

“Às vezes eu fico assim… sem saber conversar com ele, como lidar com ele, ai eu vou falar e às vezes ele não entende. Se eu for por de castigo, às vezes não sei dizer, porque ele está ficando de castigo, ai eu tenho que ficar segurando ele…”.

(36)

Sempre que aparece alguma dificuldade no discurso dos pais, está relacionado à comunicação, ou melhor, à falta de comunicação. Podemos observar esse fato principalmente em situações que exigem explicações e ordens dos pais para os seus filhos. Como o Rebelo (2002), afirma as crianças deficientes auditivas em comparação com as ouvintes, tendem a receber uma quantidade menor de explicações dos pais no que se referem às emoções, razões, ações, papeis esperados.

Em geral todos os pais falam que nunca tiveram problema com a alimentação, mas ao longo de sua descrição mostram uma grande preocupação com a falta de comunicação. Normalmente essas crianças comem de tudo e não dão trabalho para se alimentar. Acredita-se que esse fato aconteça pela dificuldade de comunicação que existe entre a mãe ouvinte com o seu filho surdo.

A criança surda possui uma comunicação expressiva alterada devido a sua privação de audição. O deficiente auditivo possui uma limitada comunicação receptiva, quando ouve algum som, não tem capacidade de discriminação sonora que lhe possibilita a compreensão, dificulta a comunicação receptiva.

A pesquisa mostra que crianças pequenas já sabem se servir sozinhas e demonstram independência. Essa independência pode ser entendida pela dificuldade de comunicação entre os pais e as crianças aqui entrevistadas, talvez por estarem em processo terapêutico. As crianças se servem para facilitar a sua alimentação. Como Swisher, (1991) descreveu, as crianças surdas perdem muito da comunicação, a mãe sem perceber não espera pelo contato visual para se comunicar, fazendo com que a criança receba uma comunicação fragmentada.

(37)

Nas interações sociais a criança vai construindo as bases para agir sobre o mundo. É na e com a família que a criança adquire a linguagem e, com ela, os valores sociais e culturais, já que a família constitui o primeiro grupo social que a criança inicia suas experiências.

A linguagem da criança é influenciada pela família assim como a criança influencia os pais e irmãos pela sua linguagem.

A família, de uma forma geral, desempenha a função de cuidar, promover a saúde, o bem estar e dar proteção.

Aqui se mostra que o papel do outro é fundamental e é o responsável por introduzir-lhes o principio da realidade a fim de dar contenção às energias psíquicas que estão dispersas e confusas.

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CONCLUSÃO

Em geral todos os pais falam que nunca tiveram problema com a alimentação, mas ao longo de sua descrição mostram uma grande preocupação com a falta de comunicação. Normalmente essas crianças comem de tudo e não dão trabalho para se alimentar. Acredita-se que esse fato aconteça pela dificuldade de comunicação que existe entre a mãe ouvinte com o seu filho surdo.

Os pais dizem que a surdez não implica em nada na alimentação de seus filhos. Demonstram que a alimentação acontece de maneira normal. Porém não levam em consideração que a comunicação da mãe com o filho é um fator importantíssimo para o desenvolvimento da linguagem da criança. A audição desempenha um papel preponderante e decisivo na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral.

Através do Discurso do Sujeito Coletivo verificamos que em um processo terapêutico as questões do dia-a-dia da família precisam ser discutidas.

Então, de alimentação é difícil falar porque não mudou nada depois que

descobri a deficiência auditiva. É normal na alimentação, não me dá trabalho,

come,come comida, come um pouco de tudo. Assim, ele nunca pediu pra a gente.

Então foi com o passar do tempo que a gente foi acostumando a fazer gesto pra ele né? Pra comer, até para dormir a gente faz assim (pai faz demonstração do gesto) ai

ele já sabe.

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Não, nada. Não mudou nada na verdade. Tudo como criança normal.

De segunda a sexta ele fica na minha sogra ai ele come com as outras crianças. Os primos são três: uma de três anos, um de quatro e um de sete. Ai eles almoçam junto antes de ir pra escola. Os quatro almoçam juntos, sempre com alguém acompanhando, tipo minha sogra e os 4.. Mas sozinhos, eles mesmos comem , sabe?Janta também na minha sogra, com as crianças, meu sogro, minha sogra. Eu trabalho faz um tempo e quase todos os dias... Então, ...eu sou um pouco ausente em casa. ...Mas, porque eu tenho períodos, período do almoço, da manhã, no horário agora que ele chega da escola. E é normalmente horário que eu me encontro em casa, o resto eu to trabalhando.

Não, na alimentação eu não me preocupo, porque o que eu der pra ele, ele come. Agora na comunicação é difícil de lidar com ele, eu num… as vezes eu num sei explicar a situação das coisas que acontece do dia-a-dia. Ele não me obedece, as vezes tem que pegar o chinelo e mostrar, ai ele sabe, ele sabe que… ele ta

errado. Ele não obedece ninguém… muito difícil.

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(47)
(48)

Anexo 1

Caro (a) Senhor (a)

Eu, Daniela Scalon Oliveira/ Rossanna Petrosino fonoaudiólogo(a), cujo telefone de contato é (11) 8424-2221/8292-1500, iremos desenvolver uma pesquisa cujo título é, “A relação mãe ouvinte/filho surdo na cena de alimentação”.

O objetivo deste estudo é de analisar a relação da mãe ouvinte/ filho surdo na cena de alimentação: através do DSC e necessito que o Sr.(a). forneça informações à respeito de seu(sua) filho(a), cujas perguntas estão em anexo, devendo ocupá-lo(a) por 15 minutos, para completar as respostas.

A participação do(a) seu (sua) filho(a) nesta pesquisa é voluntária e não determinará qualquer risco ou desconforto, pois não manterei qualquer contato com ele(a), ficando a coleta dos dados restritos a esta entrevista.

A participação do(a) seu(sua) filho(a) não trará qualquer benefício direto mas proporcionará um melhor conhecimento à respeito da comunicação da mãe ouvinte e o filho surdo na cena de alimentação,que em futuros tratamentos fonoaudiológicos poderão beneficiar outras crianças ou, então, somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício.

Não existe outra forma de obter dados com relação ao procedimento em questão e que possa ser mais vantajoso.

Informo que o Sr(a). tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com a Daniela Scalon Oliveira/ Rossanna Petrosino. Tel.8424-2221/8292-1500.

(49)

Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras crianças, não sendo divulgada a identificação de nenhum dos participantes.

O Sr(a). tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.

Não existirá despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à participação do(a) seu(sua) filho(a). Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados através de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a identificação do(a) seu(sua) filho(a).

(50)

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Acredito ter sido suficiente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Relação mãe ouvinte/ criança surda na cena de alimentaçao”.

Eu discuti com o(a) fonoaudiólogo(a) Daniela Oliveira e Rossanna Petrosino sobre a minha decisão em permitir a participação de meu(minha) filho(a) nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro também que a participação do(a) meu(minha) filho(a) é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo. Concordo voluntariamente em permitir a participação do(a) meu(minha) filho(a) deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

_______________________________ Data _______/______/______ Assinatura do pai (mãe) ou responsável

__________________________ Data _______/______/_____ Assinatura do (a) pesquisador(a)

(51)

Anexo 2

Questões:

1- Descreva a alimentação de seu filho(a) desde o dia que ele(a) nasceu. 2- Como é a alimentação do seu filho(a) hoje? Houve mudanças após o

diagnostico de surdez?

3- Fale sobre os momentos difíceis da alimentação. Come muito? Come pouco? Como age? Como é seu funcionamento no dia-a-dia?

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