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sistema de varia¸c˜ ao de flutuabilidade

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Controlo de locomoção do veículo robótico submarino TURTLE com recurso a sistema de variação de flutuabilidade

HELDER JOEL FERNANDES OLIVEIRA

Outubro de 2017

(2)

Controlo de locomo¸c˜ ao do ve´ıculo rob´ otico submarino TURTLE com recurso a

sistema de varia¸c˜ ao de flutuabilidade

Helder Joel Fernandes Oliveira N º 1131363

Mestrado em Engenharia Electrot´ ecnica e de Computadores - Area de Especializa¸c˜ ´ ao de Sistemas Aut´ onomos

28 de Outubro de 2017

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Disserta¸c˜ ao para satisfa¸c˜ ao parcial dos requisitos do Mestrado em Engenharia Eletrot´ ecnica e de Computadores

Candidato: Helder Joel Fernandes Oliveira N º 1131363

Orientador: Alfredo Manuel de Oliveira Martins

Mestrado em Engenharia Electrot´ ecnica e de Computadores -

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”Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas que tiveram de vencer”

Robert Baden-Powell

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Agradecimentos

Se os agradecimentos tamb´ em fazem parte desta disserta¸ c˜ ao, ´ e porque ao longo deste trabalho n˜ ao estive sozinho e obtive grandes apoios e incentivos dos quais estarei eter- namente grato.

Gostaria de come¸ car por agradecer ao Professor Eng. º Alfredo Martins pela excelente orienta¸ c˜ ao, pelo seu apoio e pelas diversas sugest˜ oes em prol deste trabalho.

Ao Professor Doutor Eduardo Silva, como respons´ avel do LSA, agradecer todo o seu acompanhamento e disponibilidade em criar condi¸ c˜ oes para o desenvolvimento deste trabalho.

A toda a ”fam´ılia”do LSA, pelo companheirismo, amizade e motiva¸ c˜ ao que todos de- monstraram e pelo qual tenho enorme apre¸ co em partilhar com eles o meu trabalho di´ ario.

Agradecer tamb´ em a toda a minha fam´ılia e amigos, pela enorme paciˆ encia e alento que me foram dando ao longo deste percurso.

Tamb´ em de uma forma muito especial, gostaria de agradecer ` a minha namorada, Ariana Gomes, pela sua forma genu´ına que me acompanhou ao longo desta etapa. A sua capa- cidade de lidar com os maus momentos e enaltecer os bons contribuiu significativamente para a t´ ermino deste trabalho.

Por fim, gostaria de prestar um enorme agradecimento aos meus pais e irm˜ aos. N˜ ao s´ o por esta etapa acad´ emica, que lhes exigiu enormes sacr´ıficos, mas sim por todos os ensi- namentos, exemplos e princ´ıpios que me proporcionaram, os quais tenho como referˆ encia e estarei infindavelmente agradecido.

Obrigado a todos,

Joel Oliveira

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Resumo

O panorama da rob´ otica marinha ganha cada vez mais enfase nos dias de hoje, n˜ ao s´ o pela grande percentagem de ´ agua existente no planeta, mas tamb´ em pela motiva¸ c˜ ao econˆ omica relacionada com explora¸ c˜ ao dos recursos marinhos. As limita¸ c˜ oes f´ısicas ` a pre- sen¸ ca do homem no meio subaqu´ atico, obrigou ao desenvolvimento de ve´ıculos aut´ onomos para o mar profundo. O TURTLE, ´ e um desses ve´ıculos que foi desenvolvido em Portugal, com a capacidade de operar em profundidades at´ e 1000 metros. Al´ em da sua grande profundidade de opera¸ c˜ ao, o TURTLE possu´ı um sistema de varia¸ c˜ ao de lastro para altera¸c˜ ao de flutuabilidade, permitindo grande eficiˆ encia energ´ etica no seu movimento vertical. Outro ponto relevante deste ve´ıculo ´ e o seu sistema de propuls˜ ao (thrusters) que proporciona o seu reposicionamento, seja no fundo do oceano, na coluna de ´ agua ou at´ e mesmo ` a superf´ıcie. Todas estas caracter´ısticas culminam numa maior efic´ acia e eficiˆ encia do sistema de controlo de locomo¸ c˜ ao.

Assim, esta disserta¸ c˜ ao consiste em desenvolver um sistema de controlo de locomo¸ c˜ ao para o ve´ıculo TURTLE, recorrendo ao sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade (VBS) e ao sistema de propuls˜ ao (thrusters). Para este objetivo proposto, optou-se por analisar as aplica¸c˜ oes pr´ aticas do ve´ıculo e criar uma arquitetura de controlo capaz de satisfazer os seus requisitos definindo assim diversas manobras de controlo que foram posteriormente testadas em simula¸c˜ ao. Com a simula¸ c˜ ao concluiu-se que as manobras que utilizam apenas o sistema de propuls˜ ao, s˜ ao facilmente executadas com recurso ao controlador PID, enquanto que as manobras que recorrem ao VBS, s˜ ao mais sens´ıveis ao erro em posi¸ c˜ ao, havendo a necessidade de desenvolver t´ ecnicas que atenuam esse mesmo erro.

Foi tamb´ em poss´ıvel ao longo deste trabalho testar o ve´ıculo em ambiente real, no mar,

e com isso validar o sistema de locomo¸ c˜ ao, identificar e caracterizar falhas do mesmo.

(11)

Palavras-Chave:

TURTLE, Sistema de Varia¸c˜ ao de Flutuabilidade(VBS), Sistemas de Propuls˜ ao(thrusters),

Simula¸c˜ ao, Controlador PID, Manobras, Modelo Dinˆ amico, Controlo, Locomo¸ c˜ ao, Am-

biente Subaqu´ atico, Mar profundo, Eficiˆ encia Energ´ etica.

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Abstract

The marine robotics field is growing and earning a lot more enphasys nowdays, not just by the fact that a bit part of the planet is covered by water but also by big economic motivations of exploring the marine resources.

The physical limitations to the presence of the human being in an underwater envi- ronement has motivated the development of autonomus vehicles to explore the deep sea.

Turtle, is on of those vehicles and it has been developed in Portugal with the capacity to operate autonomously in deep sea up to 1000 meters and an autonomy to acomplish missions of some months. To achieve these tasks the vehcile has a variable bouyancy system that makes it capable of change his depth in a power eficient way for vertical motion, and, for the other degrees of fredoom it also is capable of faster movements using the available thrusters that can be used at deep sea or at surface. All of those combined features enable a better efficiency of the locomotion system.

This work consists in develop a control and locomotion system for vehicle TURTLE,

using the variable buoyancy system (VBS) and propulsion system (thrusters). For this

goal proposed, in the begin was analyzed the some aplication of vehicle TURTLE, for

after this to create a control architecture able to satisfy the requirements of vehicle. In

this way several maneuvers went developed and tested in simulation. With simulation

it was possible conclude that maneuvers that using just the propulsion system are easly

to controller by the PID controller. However the maneuvers that using the variable bu-

oyancy system, are more sensitive of error in position, there is a need to implement others

techniques that minimize the error. This work also present the some tests performed in

the environment real (sea) making it possible the validation of system control.

(13)

Keywords:

TURTLE, Variable Buoyancy System(VBS), Propulsion System(thrusters), Simulation,

PID Controller, Maneuvers, Dynamic Model, Control, Locomotion, Underwater Envi-

ronment, Depth Sea, Energy Efficiency.

(14)

CONTE ´ UDO CONTE ´ UDO

Conte´ udo

Resumo iv

Abstract vi

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xv

Lista de Acr´ onimos xviii

1 Introdu¸ c˜ ao 1

1.1 Enquadramento e motiva¸c˜ ao . . . . 2

1.2 Cen´ arios de opera¸ c˜ ao . . . . 3

1.3 Objetivos . . . . 3

1.4 Estrutura do relat´ orio . . . . 4

2 Estado da Arte 7 2.1 Ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo deep sea . . . . 7

2.1.1 Caracteriza¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos . . . . 7

2.1.2 Ve´ıculos para o mar profundo . . . . 9

2.2 Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro . . . . 11

2.2.1 Tipos de sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro . . . . 12

2.2.2 Mecanismos de varia¸ c˜ ao de lastro . . . . 13

3 Modeliza¸ c˜ ao de ve´ ıculos submarinos 19 3.1 Referenciais . . . . 19

3.1.1 Sistemas de coordenadas . . . . 21

(15)

CONTE ´ UDO CONTE ´ UDO

3.1.2 Angulos ˆ Euler . . . . 23

3.2 Dinˆ amica de um corpo r´ıgido . . . . 26

3.2.1 Movimento de transla¸ c˜ ao . . . . 28

3.2.2 Movimento de rota¸ c˜ ao . . . . 28

3.2.3 Representa¸ c˜ ao matricial das equa¸ c˜ oes do movimento . . . . 30

3.3 For¸ cas e momentos hidrost´ aticos e hidrodinˆ amicos . . . . 31

3.3.1 Modelos dinˆ amicos estudados . . . . 32

3.3.2 Massa e in´ ercia adicionada . . . . 33

3.3.3 Amortecimento hidrodinˆ amico . . . . 34

3.3.4 For¸ cas e momentos de restabelecimento . . . . 36

3.3.5 Equa¸ c˜ ao do movimento . . . . 37

3.3.6 Modelo do Thruster . . . . 38

3.3.7 Flutuabilidade . . . . 38

4 Robˆ o submarino TURTLE 41 4.1 Arquitetura . . . . 43

4.2 Estrutura . . . . 44

4.3 Armazenamento de energia . . . . 46

4.4 Sistema de varia¸c˜ ao de lastro . . . . 47

4.5 Sistema de Propuls˜ ao - Thrusters . . . . 51

4.6 Comunica¸ c˜ oes . . . . 53

4.7 Controlo e Navega¸ c˜ ao . . . . 54

4.8 Opera¸c˜ ao . . . . 59

5 Modeliza¸ c˜ ao TURTLE 61 5.1 Ve´ıculo subaqu´ atico aut´ onomo TURTLE . . . . 61

5.1.1 Geometria do ve´ıculo . . . . 63

5.1.2 Peso e flutua¸c˜ ao . . . . 68

5.1.3 Centro de gravidade e de flutuabilidade . . . . 69

5.1.4 Momentos de In´ ercia . . . . 69

5.1.5 Sistema de Propuls˜ ao . . . . 70

5.1.6 Simula¸ c˜ ao CFD - Drag . . . . 73

(16)

CONTE ´ UDO CONTE ´ UDO

6 Controlo do TURTLE 77

6.1 Arquitetura de controlo . . . . 77

6.2 Implementa¸ c˜ ao software . . . . 78

6.3 Manobras . . . . 84

6.4 Controlador PID . . . . 87

6.4.1 A¸ c˜ ao Proporcional . . . . 89

6.4.2 A¸ c˜ ao integral . . . . 89

6.4.3 A¸ c˜ ao derivativa . . . . 90

6.4.4 Resumo das caracteristicas do PID . . . . 91

7 Simula¸ c˜ ao 93 7.1 Modela¸ c˜ ao do movimento vertical do TURTLE . . . . 94

7.2 Tuning do controlador PID . . . . 98

7.3 Controlo thrusters . . . . 99

7.4 Controlo VBS . . . 100

7.5 Manobras Compostas . . . 102

7.5.1 Manobra DIVE . . . 104

7.5.2 Manobra DIVE para 1000 metros . . . 107

7.5.3 Manobra DIVE e GOTO . . . 109

7.5.4 Manobra SUBMERGE . . . 111

7.5.5 Miss˜ ao . . . 111

8 Resultados 115 8.1 Sistema de varia¸c˜ ao de lastro - VBS . . . 116

8.1.1 Mergulhos com VBS . . . 116

8.1.2 Log com dura¸ c˜ ao de 12 horas . . . 128

8.2 Thrusters . . . 131

8.3 Trajet´ oria . . . 135

9 Conclus˜ ao e Trabalho Futuro 137

Bibliografia 141

(17)

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(18)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

Lista de Figuras

1.1 Alguns robˆ os aqu´ aticos do Laborat´ orio de Sistemas Aut´ onomos. . . . 3

2.1 Classifica¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos. . . . 8

2.2 Alguns exemplos de ROVs e MUVs . . . . 11

2.3 Modos de flutuabilidade. . . . 12

2.4 Sistema de membrana extens´ıvel usando ´ oleo . . . . 15

2.5 Sistema usando ar comprimido . . . . 16

2.6 Exemplos de sistemas com pist˜ ao. [32] . . . . 16

2.7 Sistema de varia¸c˜ ao usando ´ agua do mar . . . . 17

2.8 Sistema termal . . . . 18

3.1 Referencial Inercial. . . . . 20

3.2 Referencial NED em rela¸ c˜ ao ao referencial ECEF. . . . 21

3.3 Referencial inercialearth frame e do corpo body frame. . . . 23

3.4 Representa¸ c˜ ao do sistema de coordenadas inercial e m´ ovel de um corpo r´ıgido [43]. . . . 27

3.5 Demonstra¸c˜ ao do princ´ıpio de Arquimedes . . . . 39

3.6 Efeitos da densidade de um corpo em contacto com a ´ agua. . . . 40

3.7 Estabilidade de um corpo em contacto com a ´ agua. . . . 40

4.1 Desmonstrador do TURTLE. . . . 42

4.2 Componentes do TURTLE. . . . 43

4.3 Diagrama com os v´ arios sistemas do TURTLE. . . . 44

4.4 Conjuto da espuma e OpenCell — . . . . 45

4.5 Exemplo de algumas estruturas sujeitas ` a press˜ ao. . . . . 45

4.6 Estrutura do TURTLE. . . . 46

(19)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

4.7 Housing das baterias. . . . . 47

4.8 VBS - Sistema de varia¸ c˜ ao de lastro. . . . 47

4.9 Principais componentes do VBS. . . . 48

4.10 Circuito VBS. . . . 49

4.11 Esquema para entrada de ´ agua. . . . 50

4.12 Esquema para sa´ıda de ´ agua. . . . 50

4.13 Configura¸ c˜ ao dos thrusers. . . . 52

4.14 Potˆ encia vs thrust . . . . 53

4.15 Arquitetura de comunica¸ c˜ oes do TURTLE. . . . . 54

4.16 Arquitetura geral da navega¸ c˜ ao . . . . 55

4.17 Spatial Fog Advanced Navigation. . . . . 56

4.18 DVL Teledyne Explorer Phased Array Self-Contained. . . . . 57

4.19 Sistema USBL/Modem e sensor de press˜ ao . . . . 58

4.20 Opera¸ c˜ ao TURTLE . . . . 59

5.1 Referenciais do ve´ıculo TURTLE. . . . 62

5.2 Proje¸ c˜ ao superior do TURTLE. . . . 64

5.3 Proje¸ c˜ ao frontal do TURTLE. . . . 64

5.4 Proje¸ c˜ ao lateral do TURTLE. . . . 65

5.5 Principais componentes do TURTLE. . . . . 66

5.6 Disposi¸ c˜ ao dos thrusters. . . . 71

5.7 Press˜ ao superficial em surge. . . . 74

5.8 Velocidade e vorticidade do flu´ıdo em surge. . . . 74

5.9 Velocidade e vorticidade do flu´ıdo em sway. . . . 75

5.10 Press˜ ao superficial em heave. . . . . 75

5.11 Velocidade e vorticidade do flu´ıdo em heave. . . . 76

6.1 Arquitetura geral do software de controlo vers ˜ ao 2 . . . . 78

6.2 Arquitetura geral do software de controlo vers ˜ ao 1 (testes b´ asicos de funcionalidade) . . . . 79

6.3 Arquitetura do gestor de miss˜ ao. . . . 80

6.4 Exemplo de uma m´ aquina de estados. . . . 81

6.5 Arquitetura do gestor de manobras. . . . . 81

6.6 Arquitetura do gestor de controlo do thrusters. . . . 82

(20)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

6.7 Arquitetura do gestor de controlo do VBS. . . . 83

6.8 Arquitetura driver thrusters. . . . . 83

6.9 Arquitetura driver VBS. . . . 84

6.10 Exemplo de um ficheiro tipo yaml de uma miss˜ ao. . . . 87

6.11 Diagrama de blocos de um controlador PID. . . . 88

6.12 A¸ c˜ ao proporcional com varia¸ c˜ ao do Kp. . . . . 89

6.13 A¸ c˜ ao integral com varia¸ c˜ ao do Ki. . . . . 90

6.14 A¸ c˜ ao derivativa com varia¸ c˜ ao do Kd. . . . 91

7.1 Blocos Simulink do simulador do sistema. . . . 94

7.2 Diagrama da simula¸ c˜ ao do VBS. . . . 95

7.3 Diagrama da simula¸ c˜ ao dos thrusters. . . . . 96

7.4 Diagrama da simula¸ c˜ ao do movimento vertical do TURTLE. . . . 98

7.5 M´ etodo ZieglerNichols. . . . 98

7.6 Diferentes ganhos para a mesma posi¸ c˜ ao (thrusters). . . . 99

7.7 Afina¸c˜ ao do controlador para o VBS. . . 101

7.8 Sa´ıda do controlador para o VBS. . . 102

7.9 Exemplo de um diagrama de estados usando Stateflow. . . 103

7.10 Arquitetura do sistema de simula¸ c˜ ao. . . 104

7.11 Diagrama Stateflow da manobra ”DIV E”. . . . 105

7.12 Manobra ”DIVE”. . . 106

7.13 Velocidade vs volume de ´ agua. . . . 106

7.14 Posi¸c˜ ao do ve´ıculo para 1000 metros usando apenas o VBS. . . 107

7.15 Sa´ıda do controlador PID. . . 108

7.16 Velocidade e volume de ´ agua. . . 108

7.17 Diagrama StateFlow da manobra ”GOT O”. . . 109

7.18 Posi¸c˜ ao do ve´ıculo usando VBS e Thrusters. . . 110

7.19 Sa´ıda do controlador PID do VBS vs thrusters. . . 110

7.20 Diagrama Stateflow da manobra ”SU BM ERGE”. . . 111

7.21 Arquitetura do sistema de simula¸ c˜ ao. . . 113

7.22 Miss˜ ao executada. . . . 113

7.23 Sa´ıda do controlador para cada manobra. . . 114

8.1 TURTLE na ba´ıa de Sesimbra. . . 115

(21)

LISTA DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS

8.2 Posi¸ c˜ ao em heave do TURTLE ao longo do tempo. . . 116

8.3 Estados do VBS, v´ alvulas e rota¸ c˜ ao da bomba do log 7 . . . 117

8.4 Velocidade e vorticidade do flu´ıdo em heave. . . 118

8.5 Rela¸c˜ ao dos rpms com a corrente consumida e press˜ ao interna do reser- vat´ orio do VBS do log 1. . . 119

8.6 Rela¸ c˜ ao entre press˜ ao interna e volume de ´ agua log 3 . . . 120

8.7 Varia¸ c˜ ao de quatidade de ´ agua longo da posi¸ c˜ ao vertical relativo ao log 3 121 8.8 Rela¸ c˜ ao entre a velocidade e a posi¸ c˜ ao vertical . . . 122

8.9 Velocidade terminal vs Volume de ´ agua . . . 123

8.10 Velocidade de descida versus subida . . . 124

8.11 An´ alise da manobra executada atrav´ es dos dados obtidos pelo IMU (log 3 )125 8.12 Impacto na aterragem . . . 126

8.13 Posi¸ c˜ ao do TURTLE ao longo do log 4 . . . 127

8.14 Atitude do TURTLE durante o log 4 . . . 127

8.15 Profundidade do TURTLE . . . 129

8.16 Temperatura externa vs press˜ ao vs litros perdidos . . . 130

8.17 Atitude do ve´ıculo . . . 131

8.18 Rela¸c˜ ao entre PWM, corrente consumida e rota¸ c˜ ao do motor . . . 132

8.19 Verifica¸ c˜ ao da matriz de aloca¸ c˜ ao de thrust . . . 132

8.20 Velocidade m´ axima em surge e heave. . . . 133

8.21 Resultado em posi¸ c˜ ao da atua¸ c˜ ao dos thrusters verticais e do VBS. . . 134

8.22 Exemplo de uma trajet´ oria na realoca¸ c˜ ao do TURTLE na coluna de ´ agua. 135 8.23 Atitude do ve´ıculo ao longo da realoca¸ c˜ ao. . . 136

8.24 Trajet´ oria do TURTLE no largo de Sesimbra . . . 136

(22)

LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS

Lista de Tabelas

3.1 Nota¸ c˜ ao dos seis graus de liberdade . . . . 22

4.1 Principais caracter´ısticas f´ısicas do TURTLE. . . . 43

4.2 Especifica¸ c˜ oes t´ ecnicas dos thrusters. . . . 52

4.3 Especifica¸c˜ oes t´ ecnicas dos Spatial Fog. . . . 56

4.4 Especifica¸c˜ oes t´ ecnicas do DVL 600kHz Phased Array Explored. . . . . . 57

4.5 Especifica¸c˜ oes t´ ecnicas do USBL S2CR 7/17. . . . 58

4.6 Especifica¸c˜ oes t´ ecnicas do sensor de press˜ ao Keller PA35X . . . . 59

5.1 Principais dimens˜ oes do TURTLE. . . . 63

5.2 Volume dos diversos componentes do TURTLE. . . . 67

5.3 Massa dos diversos componentes do TURTLE. . . . . 67

5.4 Coordenadas dos prinicpais componentes do TURTLE. . . . 68

5.5 Peso e for¸ca de impuls˜ ao total do TURTLE. . . . 68

5.6 Posi¸c˜ ao do centro de gravidade. . . . 69

5.7 Posi¸c˜ ao do centro de flutua¸c˜ ao. . . . 69

5.8 Momentos de in´ ercia. . . . 69

5.9 Coeficientes da matriz de aloca¸ c˜ ao. . . . 72

5.10 For¸ ca de propuls˜ ao. . . . 73

5.11 Coeficientes de Drag . . . . 76

6.1 Comportamento do controlador PID face ao aumento do Kp, Ki, Kd. . . . 92

7.1 C´ alculos dos ganhos PID propostos por Ziegler-Nicholes. . . . 99

7.2 Ganhos usados para o resultado da Figura 7.6. . . 100

7.3 Ganhos usados para o resultado da Figura 7.7. . . 100

(23)

LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS

8.1 Descri¸ c˜ ao geral dos logs . . . 117

8.2 Descri¸ c˜ ao dos estados do VBS e v´ alvulas. . . 118

8.3 Volume de ´ agua durante os v´ arios processos de mergulho. . . 121

8.4 Tempos de encher/esvaziar tanque VBS . . . 121

8.5 Tempo de descida e subida do TURTLE . . . 123

8.6 Velocidade vertical m´ axima . . . 124

8.7 Drift da posi¸ c˜ ao . . . 128

(24)

LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS

Lista de Siglas e Acr´ onimos

AUV Autonomous Underwater Vehicles LSA Laborat´ orio de Sistemas Aut´ onomos SVL Sistema de Varia¸ c˜ ao de Lastro CPU Central Processing Unit DVL Doppler Velocity Log IMU Inertial Measerument Unit USBL Ultra-Short BaseLine ROV Remotely Operated Vehicles ROS Robot Operating System UV Underwater Vehicle

MUV Manned Underwater Vehicle URV Underwater Robotic Vehicle

HURV Hybrid Underwater Robotic Vehicle WHOI Woods Hole Oceanographic Institution

IFREMER Institut Fran¸ cais de Recherche pour l’Exploitation de la Mer MBARI Monterey Bay Aquarium Research Institute

PCM Phase Change Material

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LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS

ECEF Earth-Centered Earth-Fixed LPT Local Plan Tangent

LTP Local Tangent Plan NED North East Down ENU East North Up JB Junction Box

GNSS Global Navigation Sattelite System EKF Extended Kalman Filter

AHRS Attitude and heading reference system CFD Computer Fluid Dynamics

PID Proporcional Integrated Derivative VBS Variable Buoyancy System

FOG Fiber Optic Gyros

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Cap´ıtulo 1

Cap´ıtulo 1

Introdu¸ c˜ ao

O paradigma de Portugal em rela¸ c˜ ao ao mar, n˜ ao ´ e apenas recordar uma na¸ c˜ ao de marinheiros, mas sim uma perspectiva de futuro sustent´ avel como fator determinante nos recursos que o mar tem para oferecer. Os 70 œ do planeta Terra que est´ a coberto de ´ agua, por si s´ o representam um evidente manifesto de que tem que existir uma vis˜ ao global na explora¸c˜ ao do mar, nomeadamente do mar profundo [1]. Esta vis˜ ao n˜ ao pode estar apenas focada na explora¸ c˜ ao pontual de energia (oil & gas), mas estender-se a todas as restantes ´ areas socio-econˆ omicas.

A imensid˜ ao, adversidade e complexidade da natureza oceˆ anica mudaram o padr˜ ao na investiga¸ c˜ ao oceanogr´ afica. Esta necessidade resultou num avan¸co de tecnologias rob´ oticas (AUV - Autonomous Underwater Vehicle e ROV - Remotely Operated underwa- ter Vehicle ) permitindo metodologias mais seguras, mais r´ apidas e mais adequadas para o estudo e explora¸c˜ ao dos oceanos. Contudo, para isto, os ve´ıculos necessitam de estar dotados de capacidades de locomo¸ c˜ ao que permitem torna-los totalmente aut´ onomos ou remotamente control´ aveis. ` E neste ponto, do controlo da locomo¸ c˜ ao que incide esta dis- serta¸c˜ ao, tendo por base um ve´ıculo submarino rob´ otico para o mar profundo, o lander rob´ otico TURTLE.

O TURTLE [2] ´ e um ve´ıculo de opera¸ c˜ ao aut´ onoma com capacidade de mergulho at´ e 1000 metros de profundidade de uma forma energeticamente eficiente devido ao seu sistema de varia¸ c˜ ao de lastro. Pode permanecer no fundo oceˆ anico por longos per´ıodos de tempo (meses) e realocar a sua posi¸ c˜ ao autonomamente servindo assim como observat´ orio m´ ovel ou como meio de transporte de equipamento para o mar profundo. Este conceito requer menores requisitos log´ısticos e operacionais face aos meios convencionais (e.g ROVs com grandes navios de apoio, ou solu¸ c˜ oes pouco flex´ıveis como landers cl´ assicos).

Abordando mais especificamente o mar portuguˆ es, tendo em conta a proposta da

(27)

Cap´ıtulo 1 1.1. Enquadramento e motiva¸ c˜ ao extens˜ ao da plataforma continental [3] e analisando as caracter´ısticas da mesma, verifica- se efetivamente a necessidade de apostar no desenvolvimento em sistemas m´ oveis como o TURTLE. Este ve´ıculo poder´ a incidir em diversas ´ areas de aplica¸ c˜ ao desde: investiga¸ c˜ ao oceanogr´ afica, monitoriza¸ c˜ ao ambiental, vigilˆ ancia mar´ıtima, transporte de cargas para grandes profundidades, aplica¸ c˜ oes no ˆ ambito da defesa nacional e apoio a outros sistemas sub/aqu´ aticos m´ oveis. Em todas as aplica¸ c˜ oes mencionadas anteriormente, o ve´ıculo TURTLE necessita de um controlo robusto que lhe permite a execu¸ c˜ ao de manobras de uma forma eficaz. O ambiente aqu´ atico ´ e adverso, bastante dinˆ amico e n˜ ao linear pelo que se torna importante o desenvolvimento m´ etodos de simula¸ c˜ ao deste tipo de ve´ıculos, antes de realiza¸ c˜ ao de miss˜ oes no mundo real. ´ E neste conjunto alargado de necessidades que se insere esta disserta¸ c˜ ao de forma a que o TURTLE n˜ ao passe apenas por uma fase de projeto mas sim progrida para a procura de aplica¸ c˜ oes pr´ aticas e que contribua para o desenvolvimento cient´ıfico e econˆ omico do pa´ıs.

1.1 Enquadramento e motiva¸ c˜ ao

O forte crescimento do Laborat´ orio de Sistemas Aut´ onomos (LSA) (Laborat´ orio de Sis- temas Aut´ onomos) 1 nos ´ ultimos anos, tem levado ` a participa¸c˜ ao em diversos projetos relevantes na investiga¸c˜ ao de rob´ otica aut´ onoma, nomeadamente na ` area maritima que possibilitou o desenvolvimento de ve´ıculos de superficie e subaqu´ aticos. O ROAZ [4] ´ e um dos ve´ıculos de superfice usados no LSA que tem como principal finalidade a realiza¸ c˜ ao de tarefas como busca e salvamento e batimetria do fundo oceˆ anico. O EVA, tamb´ em desenvolvido integralmente no LSA no contexto do projeto VAMOS [5], [6], trata-se de um ve´ıculo subaqu´ atico direcionado para o mapeamento e auxilio na explora¸c˜ ao de minas inundadas. Estes dois ve´ıculos pode ser visualizados na Figura 2.2.

Na sequˆ encia do projeto Autonoums Support System for Subsea Operations surgiu o veiculo TURTLE, que tem como principal objetivo atuar a grandes profundidades, com capacidade de realizar movimento de ascens˜ ao e imers˜ ao de forma energeticamente eficiente devido ao seu sistema de varia¸ c˜ ao de lastro. Possui tamb´ em quatro thrusters para auxilo ao movimento vertical e quatro para o movimento horizontal. Para o seu movimento ´ e necess´ ario um sistema de controlo que permite integrar o conjunto dos meios de locomo¸c˜ ao (thrusters 2 verticais, horizontais e VBS 3 ). Desta forma surgiu o

1

www.lsa.isep.ipp.pt

2

Thrusters de denomina¸ c˜ ao anglo-sax´ onica, ´ e muitas vezes usado neste documento para designar o sistema de propuls˜ ao do TURTLE.

3

Neste documento ´ e mencionado diversas vezes VBS ou sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade, mas

todos estes termos se referem ao sistema de varia¸ c˜ ao de lastro usado no ve´ıculo TURTLE.

(28)

1.2. Cen´ arios de opera¸ c˜ ao Cap´ıtulo 1

(a) HROV EVA - VAMOS. (b) ASV ROAZ.

Figura 1.1: Alguns robˆ os aqu´ aticos do Laborat´ orio de Sistemas Aut´ onomos.

trabalho desta disserta¸ c˜ ao com o objetivo de desenvolver e validar o sistema de controlo e locumo¸ c˜ ao do TURTLE em ambiente real.

1.2 Cen´ arios de opera¸ c˜ ao

O ve´ıculo TURTLE devido ` as suas potencialidades pode ser aplicado em diversos cen´ arios, tais como:

ˆ Em aplica¸c˜ oes civis o TURTLE pode ser usado como um equipamento para trans- porte de cargas para o fundo oceˆ anico. Outra utilidade em que pode ser usado ´ e no apoio a outros sistemas m´ oveis, operando como sat´ elite de posicionamento.

ˆ Relativamente a aplica¸ c˜ oes militares pode ser usado como meio de defesa, sendo capaz de efetuar a monitoriza¸c˜ ao do trafego mar´ıtimo.

ˆ Para aplica¸ c˜ oes cient´ıficas, este ve´ıculo ´ e capaz de efetuar as mais diversas miss˜ oes de monitoriza¸c˜ ao, desde temperatura, salinidade, registo de atividade s´ısmicas, etc. Pode tamb´ em suportar diversos sensores de monitoriza¸ c˜ ao ambiental (e.g MarinEye) [7] entre outros. Poder´ a tamb´ em, realizar mapeamento e batimetria de forma localizada quando necess´ ario.

1.3 Objetivos

Os objetivos que se pretendem alcan¸car com o desenvolvimento desta disserta¸ c˜ ao podem

ser resumidos nos seguintes pontos:

(29)

Cap´ıtulo 1 1.4. Estrutura do relat´ orio

ˆ Desenvolver modelo dinˆ amico do ve´ıculo rob´ otico TURTLE tendo em vista o seu controlo de profundidade;

ˆ Desenvolver o sistema de controlo para o sistema de varia¸c˜ ao de flutuabilidade;

ˆ Desenvolver arquitectura de controlo para a locomo¸c˜ ao do robˆ o TURTLE;

ˆ Controlo de movimento do robˆ o TURTLE no plano vertical usando o VBS;

ˆ Implementa¸ c˜ ao do modelo de simula¸ c˜ ao do ve´ıculo;

ˆ Validar sistema de locomo¸ c˜ ao em ambientes reais;

ˆ Caracterizar desempenho do sistema de locomo¸ c˜ ao em ambiente real.

1.4 Estrutura do relat´ orio

Este documento est´ a organizado em nove cap´ıtulos. No primeiro cap´ıtulo aborda-se de uma forma introdut´ oria a contextualiza¸ c˜ ao do assunto desta disserta¸ c˜ ao assim como a sua motiva¸c˜ ao. ´ E apresentado tamb´ em um leque de cen´ arios de aplica¸c˜ ao para o ve´ıculo TURTLE e tamb´ em s˜ ao estabelecidos os objetivos do trabalho.

O segundo cap´ıtulo diz respeito ao estudo preliminar de sistemas de varia¸c˜ ao de flutuabilidade abordados na literatura atual, assim como alguns sistemas rob´ oticos rela- cionados importantes na investiga¸ c˜ ao submarina.

No terceiro cap´ıtulo exp˜ oe-se alguns conhecimentos fundamentais na modeliza¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos.

Relativamente ao quarto cap´ıtulo este descreve em detalhe o robˆ o submarino TUR- TLE implementado.

A modeliza¸ c˜ ao do ve´ıculo TURTLE ´ e abordada no quinto cap´ıtulo. Numa primeira fase determina-se o modelo geom´ etrico do ve´ıculo e posteriormente alguns coeficientes de for¸cas hidrodinˆ amicas.

No cap´ıtulo seis, ´ e apresentada a arquitetura de controlo do ve´ıculo, assim como detalha v´ arias manobras de controlo propostas para o mesmo. S˜ ao tamb´ em estudados fundamentos te´ oricos do controlador PID.

A simula¸c˜ ao do ve´ıculo est´ a exposta no cap´ıtulo sete. Neste cap´ıtulo ´ e apresentado o simulador desenvolvido, bem como os resultados obtidos ap´ os implementa¸ c˜ ao de con- troladores.

No cap´ıtulo oito mostram-se os resultados adquiridos em ambiente real (mar), bem

como ´ e efetuado a an´ alise comparativa dos testes realizados.

(30)

1.4. Estrutura do relat´ orio Cap´ıtulo 1

Por fim, no cap´ıtulo 9 s˜ ao apresentadas as conclus˜ oes realizadas ap´ os uma an´ alise

cuidada e s˜ ao expostas perspectivas de trabalho futuro.

(31)

Esta p´ agina foi intencionalmente deixada em branco.

(32)

Cap´ıtulo 2

Cap´ıtulo 2

Estado da Arte

O presente cap´ıtulo cont´ em uma an´ alise cr´ıtica do estado da arte tendo em vista o de- senvolvimento de novas solu¸ c˜ oes para o controlo de profundidade para ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo com particular aten¸ c˜ ao a sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro. Perante isso, este cap´ıtulo ser´ a dividido em duas partes. Numa primeira fase ser˜ ao abordados di- versos ve´ıculos para o mar profundo e que tiveram grande ˆ enfase na hist´ oria da rob´ otica submarina. Numa segunda fase ser´ a especificado alguns dos sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro mais comuns, assim como algumas das suas particularidades.

2.1 Ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo deep sea

Com o interesse global na explora¸ c˜ ao das profundezas do oceano, por parte das mais diversas institui¸c˜ oes (universidades, centros investiga¸c˜ ao, entidades governamen- tais), surgiu uma consider´ avel evolu¸c˜ ao no desenvolvimento de sistemas subaqu´ aticos [8].

Nos dias de hoje podemos encontrar sistemas sofisticados para lidar com as mais diver- sas opera¸ c˜ oes desde, monitoriza¸c˜ ao e recolha de dados das profundezas do oceano at´ e a extra¸c˜ ao de recursos naturais. Nesta sec¸ c˜ ao ser˜ ao abordados alguns desses sistemas que possuem sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro como principal fonte de propuls˜ ao para movi- mento vertical na coluna de ´ agua.

2.1.1 Caracteriza¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos

Antes de abordar os ve´ıculos subaqu´ aticos mais influentes da hist´ oria ´ e importante

perceber que estes s˜ ao caracterizados mediante algumas particularidades tais como: os

(33)

Cap´ıtulo 2 2.1. Ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo deep sea modos de opera¸ c˜ ao e os tipos de miss˜ oes que podem executar. De uma forma gene- ralizada pode-se utilizar a sigla Underwater Vehicle (UV) (Laborat´ orio de Sistemas Aut´ onomos)(Underwater Vehicle 4 ) para descrever todo tipo de ve´ıculos submerg´ıveis.

No entanto, podemos especificar estes ve´ıculos em subcategorias como mostra a Figura 2.1.

Remotly Underwater Vehicle (ROV) Manned Underwater Vehicle

(MUV)

Underwater Robotic Vehicle (URV) Remotly Operated Vehicle

(ROV)

Autonomous Underwater Vehicle

(AUV)

Hybrid Underwater Robotic (HURV)

Figura 2.1: Classifica¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos.

ˆ MUV - Manned Underwater Vehicle

Foram os primeiros ve´ıculos submarinos que surgiram para colmatar a curiosi- dade do ser humano em conhecer presencialmente as profundezas do oceano. O interesse foi aumentando e estes ve´ıculos come¸ caram cada vez mais a ser usados para investiga¸ c˜ ao e explora¸ c˜ ao de ´ aguas profundas. Permitiram al´ em do piloto, transportar tamb´ em bi´ ologos marinhos com o intuito de observarem o fundo do oceano, recolherem amostras atrav´ es de manipuladores rob´ oticos para posterior an´ alise. Estima-se que atualmente existam cerca de uma centena de MUVs em opera¸ c˜ ao [9]. Com a evolu¸ c˜ ao da tecnologia e com a preocupa¸ c˜ ao de retirar o ser-humano dos perigos inerentes ` a profundidade elevada, come¸ caram a surgir os URVs Underwater Robotic Vehicle, ou seja ve´ıculos n˜ ao tripulados capazes de ser controlados ` a distˆ ancia.

Estes ve´ıculos podem estar divididos em trˆ es categorias:

ˆ URV - Underwater Robotic Vehicle – ROV - Remotely Operated Vehicle

Estes ve´ıculos podem ser operados por um piloto que permanece numa esta¸ c˜ ao de controlo e que tem uma liga¸ c˜ ao f´ısica (normalmente fibra ´ otica) com o ROV. Dependendo do seu equipamento, este tipo de ve´ıculos pode realizar

4

Underwater Vehicle de denomina¸ c˜ ao anglo-sax´ onica, ´ e muitas vezes usado neste documento para

designar ve´ıculos submarinos.

(34)

2.1. Ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo deep sea Cap´ıtulo 2 um vasto n´ umero de tarefas, desde inspe¸ c˜ ao visual, prote¸ c˜ ao ambiental e perfura¸ c˜ ao para offshores. ´ E de momento o ve´ıculo mais utilizado para o tra- balho mar´ıtimo, em particular para opera¸ c˜ oes de interven¸ c˜ oes a grande pro- fundidade. Segundo a Douglas-Westwood, empresa l´ıder no ramo da energia, estima-se que mais de 1100 ROVs estejam vinculados ` a ind´ ustria submarina, sendo que 50% destes ve´ıculos estejam ligados ` a atividade de petr´ oleo e g´ as.

– AUV - Autonomous Underwater Vehicle

S˜ ao ve´ıculos em que a sua principal vantagem consiste em realizar tarefas autonomamente sem necessidade de interven¸ c˜ ao humana. O pr´ oprio ve´ıculo tem a capacidade de realizar miss˜ oes, tomar decis˜ oes e mudar os seus compor- tamentos de miss˜ ao com base nos dados ambientais. Al´ em disso, uma outra vantagem refere-se ao facto de n˜ ao possuir qualquer cabo que possa interferir nas manobras executadas [10].

– HURV - Hybrid Underwater Robotic Vehicle

Ao combinar as vantagens dos ROVs e dos AUVs, surgem ent˜ ao os HURVs.

Estes s˜ ao ve´ıculos que tanto podem ser operados como AUVs, para uma explora¸ c˜ ao de uma ´ area mais alargada e posteriormente ser convertido em ROV para interven¸ c˜ oes mais precisas [11]. A grande vantagem dos HURVs e consequentemente dos ROVs, prende-se essencialmente na comunica¸ c˜ ao, uma vez que utiliza um cabo de fibra ´ optica para comunica¸c˜ ao com a esta¸ c˜ ao de controlo. Caso contr´ ario, para comunica¸ c˜ ao no mar a longas distˆ ancias apenas ´ e poss´ıvel atrav´ es de modems ac´ usticos estando limitado ` a sua pequena largura de banda (na ordem dos Kbps) [12].

2.1.2 Ve´ıculos para o mar profundo

O forte interesse nos recursos oceˆ anicos fez disparar meios capazes de monitorizar,

inspecionar e explorar as profundezas do oceano. Este fasc´ınio refor¸ cou a necessidade de

investir em tecnologia marinha, tendo esta um papel econ´ omico e cientifico fundamental

da explora¸c˜ ao do oceano. O resultado deste investimento surgiu na concep¸c˜ ao de ve´ıculos

subaqu´ aticos e na conquista de novos horizontes e novos desafios devido aos recursos

expressivos existentes no meio subaqu´ atico. Foram sem d´ uvida muitos ve´ıculos que

fizeram e fazem parte deste crescimento, contudo o objetivo desde subcap´ıtulo ´ e abordar

os principais ve´ıculos/sistemas que tˆ em por base no seu movimento na coluna de ´ agua,

sistemas de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade e mencionar as suas principais caracter´ısticas. Um

dos ve´ıculos mais not´ aveis da investiga¸c˜ ao submarina ´ e o submers´ıvel ALVIN (MUV). Foi

(35)

Cap´ıtulo 2 2.1. Ve´ıculos rob´ oticos para o mar profundo deep sea desenvolvido em 1964 pela Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), nos Estados Unidos da Am´ erica. J´ a efetuou mais de 4600 mergulhos, levando mais de 13000 cientistas a profundidades do oceano [13]. Trata-se de um ve´ıculo que pesa cerca de 13.5 toneladas, permite ir a profundidades m´ aximas de 6000 metros e com autonomia de 10 horas de opera¸ c˜ ao. O sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade deste submers´ıvel ´ e feito atrav´ es da varia¸ c˜ ao de volume. Existem 6 esferas resistentes ` a press˜ ao que possuem ´ oleo no interior das mesmas, e para realizar a varia¸ c˜ ao a flutuabilidade do ve´ıculo, esse mesmo ´ oleo ´ e transferido para 2 tanques flex´ıveis atrav´ es de uma bomba de alta press˜ ao. A capacidade de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade deste ve´ıculo e de 272 kg. Incorpora tamb´ em um outro sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade, para efetuar o trim do ve´ıculo at´ e no m´ aximo 25 º [14].

Outros ve´ıculos tripulados com referˆ encia na investiga¸ c˜ ao submarina, ´ e o caso do NAUTILE (MUV), desenvolvido pelo IFREMER - Institut fran¸ cais de recherche pour l’exploitation de la mer em 1984. Este submers´ıvel ´ e capaz de alcan¸ car profundezas de 6000 metros, pesa 19,5 toneladas e com autonomia de 5 horas para miss˜ oes de 6000 metros [15].

JIAOLONG(MUV) foi o primeiro submers´ıvel desenvolvido na China, iniciando os seus primeiros testes em 2009. Tem capacidade de atingir 7000 metros de profundidade, pesa 22 toneladas e tem 12 horas de autonomia. A altera¸ c˜ ao de flutuabilidade deste ve´ıculo faz-se atrav´ es da varia¸c˜ ao de peso [16]. Todos estes ve´ıculos tˆ em capacidade para transportar 3 elementos, sendo um o piloto e mais duas pessoas ligadas ` a investiga¸ c˜ ao marinha.

O VICTOR - IFREMER, ´ e um ROV dedicado ` a investiga¸c˜ ao do fundo do oceano.

Pode ser instrumentado com diversos sensores para executar as mais diversas tarefas at´ e 6000 metros de profundidade. A varia¸ c˜ ao de flutuabilidade e feita atrav´ es da varia¸c˜ ao de peso. A capacidade do sistema de varia¸ c˜ ao de lastro ´ e de 70 litros com um fluxo de 2 lpm a 600 bar. O peso total deste ve´ıculo ´ e de 6 toneladas. [17].

Outro ROV relevante ´ e o TIBURON, desenvolvido pelo Monterey Bay Aquarium

Research Institute (MBARI). Este ve´ıculo tamb´ em usa um sistema de varia¸ c˜ ao de lastro

recorrendo ` a ´ agua ambiente para fazer o seu movimento vertical na coluna de ´ agua. A

capacidade de varia¸ c˜ ao ´ e de 68 kg com um fluxo de 9.6 lpm. Este ve´ıculo tem um peso

total de 3.4 toneladas. [18].

(36)

2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro Cap´ıtulo 2

(a) MUV ALVIN. (b) ROV NAUTILE.

(c) ROV VICTOR. (d) ROV TIBURON.

Figura 2.2: Alguns exemplos de ROVs e MUVs [19].

2.2 Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro

“Um corpo mergulhado, total ou parcial num fluido, sofre por parte deste, uma for¸ca ascendente, cuja intensidade ´ e igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo” ( Arquime- des (287 a.c.- 212 a.c.) ) [20].

A altera¸c˜ ao da flutuabilidade possibilita movimentar o ve´ıculo na coluna de ´ agua, sem

recorrer a dispositivos de propuls˜ ao el´ etrica nomeadamente thrusters. Estes dispositivos

de propuls˜ ao requerem um custo energ´ etico consider´ avel e a quantidade de energia dis-

pon´ıvel no ve´ıculo, tem um efeito direto sobre as suas capacidades (principalmente em

miss˜ oes deep sea). Outro aspeto importante, prende-se com o facto de a temperatura e

a salinidade da ´ agua alterar a sua densidade. Estas varia¸ c˜ oes interferem diretamente na

flutuabilidade do ve´ıculo [21]. Atrav´ es destas afirma¸ c˜ oes, refor¸ ca-se pois a ideia de que

os thrusters ter˜ ao que compensar este excesso ou diminui¸ c˜ ao de flutuabilidade e isto leva

a custos energ´ eticos consider´ aveis. A solu¸ c˜ ao para este tipo de problemas passam por

(37)

Cap´ıtulo 2 2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro VBS (Variable Buoyancy System ) 5 . Com estes sistemas

´ e possivel variar a flutuabilidade do ve´ıculo (positiva, negativa e neutra), de uma forma energeticamente eficiente (Figura 2.3 ).

Robotic Autonomous Deep Sea Vehicle

B

W

Positivo B > W

Robotic Autonomous Deep Sea Vehicle

B

W Neutro

B=W

Robotic Au ton omou s Deep Sea Vehicle

B

W

Negativo B<W

Figura 2.3: Modos de flutuabilidade.

Os VBS tˆ em nos ve´ıculos submarinos duas fun¸ c˜ oes principais: permitir o ”trim” do ve´ıculo de forma a coloc´ a-lo neutro na profundidade de opera¸ c˜ ao e com equil´ıbrio vertical do centro de impuls˜ ao e massa; e alterar significativamente a rela¸ c˜ ao impuls˜ ao/peso de forma a mergulhar ou emergir.

2.2.1 Tipos de sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro

Segundo o autor do livro ”Buoyancy, Stability, and Ballast” [22], o processo de ajuste de lastro consiste na mudan¸ ca da flutuabilidade de um ve´ıculo subaqu´ atico. Pela literatura analisada, verifica-se que grande parte dos investigadores, dividem os sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro em dois tipos: passivos e ativos.

ˆ Sistemas passivos

Sistemas passivos envolvem ajustes na flutuabilidade do ve´ıculo antes de este exe- cutar a miss˜ ao. Este ajuste ´ e efetuado atrav´ es da coloca¸ c˜ ao ou retirada de pesos

5

VBS ´ e referido muitas vezes neste documento para designar o sistema de varia¸ c˜ ao de lastro do

ve´ıculo.

(38)

2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro Cap´ıtulo 2 do ve´ıculo de forma a obter a flutuabilidade desejada. Como este m´ etodo ´ e feito manualmente, n˜ ao ´ e poss´ıvel o ve´ıculo mudar a sua flutuabilidade durante a sua miss˜ ao.

ˆ Sistemas ativos

Os sistemas ativos, ao contr´ ario dos anteriormente referidos, podem alterar a flu- tuabilidade do ve´ıculo durante a sua miss˜ ao. Com estes sistemas ´ e poss´ıvel, em qualquer momento, mudar o centro de gravidade do ve´ıculo e o seu centro de flu- tuabilidade. Este ajuste da flutuabilidade pode ser poss´ıvel atrav´ es de trˆ es formas:

– Descarga de massa - Esta ´ e a forma mais simples e rudimentar de alterar a flutuabilidade do ve´ıculo. Trata-se de um sistema que para variar a flutuabi- lidade de um ve´ıculo liberta uma massa presa ao mesmo.

– Varia¸ c˜ ao de massa - Nestes sistemas a varia¸ c˜ ao de flutuabilidade recorre ao armazenamento de ` agua ambiente no interior de um dep´ osito. E poss´ıvel ` em qualquer altura da miss˜ ao variar a flutuabilidade do ve´ıculo alterando a quantidade de ´ agua existente no dep´ osito [23].

– Varia¸ c˜ ao de volume - Relativamente ` a varia¸ c˜ ao do volume, este tipicamente ´ e feito recorrendo a um flu´ıdo (normalmente ´ oleo), que se desloca de um tanque r´ıgido pressurizado para uma membrana flex´ıvel que se encontra no exterior do ve´ıculo. O ´ oleo ao ocupar a membrana aumenta o volume total do ve´ıculo alterando a flutuabilidade do ve´ıculo [24]. Desta forma o peso total do ve´ıculo permanece inalterado e apenas ´ e ajustado o seu volume.

2.2.2 Mecanismos de varia¸ c˜ ao de lastro

Na sec¸ c˜ ao 2.2.1, foram abordados os tipos de sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade.

Contudo para obter estas varia¸ c˜ oes existem diversos mecanismos que poder˜ ao ser utili- zados mediante os requisitos a que estes est˜ ao sujeitos. Face ao estado da arte estudado, nesta sec¸c˜ ao ser˜ ao abordados esses mecanismos de varia¸c˜ ao de lastro, as suas principais caracter´ısticas e o desempenho dos mesmos. Simultaneamente ser´ a feita uma cr´ıtica sobre os mesmos de forma a diferencia-los entre si, e com isso, adquirir conhecimento para projetar um sistema de varia¸c˜ ao de lastro mais completo, mediante os requisitos propostos.

ˆ Sistema descarga de massa

(39)

Cap´ıtulo 2 2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro Uma das formas mais simples de ajustar a flutuabilidade de um ve´ıculo ´ e atrav´ es da liberta¸c˜ ao de uma massa presa ao mesmo. Estes sistemas s˜ ao acionados quando o ve´ıculo atinge a profundidade desejada. Trata-se de um sistema bastante rudi- mentar, uma vez que depois ser acionado, a sua reutiliza¸ c˜ ao n˜ ao ´ e poss´ıvel. Sendo estes sistemas de elevada simplicidade e fiabilidade podem ser utilizados em si- tua¸ c˜ oes de emergˆ encia ou onde ´ e necess´ ario uma maior velocidade de desloca¸ c˜ ao na coluna de ´ agua. Em termos de miss˜ ao apenas podem ser utilizados para iniciar a ascens˜ ao na coluna de ´ agua possuindo fortes limita¸ c˜ oes j´ a referidas.

ˆ Sistema de membrana expans´ ıvel

Tipicamente estes mecanismos utilizam a movimenta¸ c˜ ao do ´ oleo num circuito fe-

chado para fazer a altera¸ c˜ ao do volume (Figura 2.4). Para aumentar a flutuabili-

dade do ve´ıculo o ´ oleo ´ e movimentado do interior do ve´ıculo para uma membrana

flex´ıvel instalada no exterior do mesmo. ` A medida que a membrana se expande,

aumenta o volume total do ve´ıculo provocando uma flutuabilidade positiva. Para

diminuir a flutuabilidade, o ´ oleo ´ e transferido novamente para o tanque r´ıgido,

diminuindo o volume da membrana. Em todo este processo, a massa total do

ve´ıculo permanece inalterada, apenas existe varia¸ c˜ ao de volume. V´ arios s˜ ao os

autores [25], [26] que utilizam este tipo de sistemas nos seus projetos de ve´ıculos

submers´ıveis. Repetibilidade e fiabilidade s˜ ao os principais benef´ıcios deste sis-

tema, por´ em destacam-se tamb´ em pela elimina¸ c˜ ao do risco de entupimento ou

outro tipo de contamina¸ c˜ oes provocados pela ´ agua ou sedimentos. Este sistemas

s˜ ao frequentemente utilizados para ve´ıculos que n˜ ao exigem grandes varia¸ c˜ oes de

flutuabilidade (<20 litros), uma vez que o sistema cresce ` a medida que aumenta

a varia¸c˜ ao de flutuabilidade. As dimens˜ oes do sistema s˜ ao proporcionais face ao

volume variado. Este tipo de sistemas s˜ ao frequentemente utilizados em ve´ıculos

glider para pequeno volume de varia¸ c˜ ao [27].

(40)

2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro Cap´ıtulo 2

Figura 2.4: Sistema de membrana extens´ıvel usando ´ oleo [28].

ˆ Sistema varia¸ c˜ ao de lastro pneum´ atico

Os autores em [29], [30], [31] abordam um sistema de varia¸ c˜ ao de lastro, que recorre a um mecanismo de ar comprimido (Figura 2.5). Neste caso o sistema recorre ` a inje¸ c˜ ao de ar comprimido para o tanque de lastro para aumentar a flutuabilidade do sistema. No caso em que seja requerido diminuir a flutuabilidade ´ e libertado o ar armazenado dentro do tanque de lastro. Tipicamente estes sistemas recorrem a ar comprimido que ´ e previamente armazenado no sistema.

A opera¸c˜ ao dos mesmos ´ e restringida quer pela quantidade de ar comprimido ar-

mazenada, sendo que o controlo dever´ a ser primoroso, de forma a n˜ ao desperdi¸ car

o ar armazenado; quer pela press˜ ao de ar comprimido dispon´ıvel no sistema de

armazenamento, visto que este deve de ser superior ` a press˜ ao exterior, de forma a

ser poss´ıvel a evacua¸c˜ ao de ar dos reservat´ orios de lastro. Estas desvantagens tor-

nam estes sistemas limitados em termos de transi¸ c˜ oes de flutuabilidade e invi´ aveis

para miss˜ oes de longo prazo. Por´ em o recurso a estes sistemas permite r´ apidas va-

ria¸c˜ oes de flutuabilidade e tamb´ em ser utilizado em complementariedade noutros

mecanismos de varia¸c˜ ao de flutuabilidade com o objetivo de aumentar a eficiˆ encia

energ´ etica e mecˆ anica [32], [28]. Estes mecanismo tem como base sistemas similares

utilizados em submarinos tripulados.

(41)

Cap´ıtulo 2 2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro

Figura 2.5: Sistema usando ar comprimido [29].

ˆ Sistema de varia¸ c˜ ao de flutuabilidade mecˆ anico/pist˜ ao

Um outro mecanismo usado para fazer a varia¸ c˜ ao de flutuabilidade, recorre ` a atua¸ c˜ ao de um veio que por sua vez desloca um ˆ embolo de forma a introduzir e retirar ´ agua para uma cˆ amara, fazendo com que altere o volume global do ve´ıculo e consequetemente a sua flutuabilidade [32] (Figura 2.6). A vantagem deste tipo de mecanismo consiste na redu¸ c˜ ao do risco de forma¸ c˜ oes de bolhas de ar que ´ e prop´ıcio nas bombas hidr´ aulicas. Uma caracter´ıstica deste mecanismos ´ e que ´ e frequentemente utilziado para pequenas varia¸ c˜ oes (entre um e trˆ es litros) pois, o tamanho do sistema cresce proporcionalmente com a varia¸c˜ ao de flutuabilidade o que poder´ a ser eventualmente uma limita¸ c˜ ao. Este mecanismo tanto pode ser usado para varia¸ c˜ oes de flutuabilidade atrav´ es do volume ou de peso. O autor [33], utiliza este principio de funcionamento, mas aplicado a uma esfera, em que altera a flutuabilidade atrav´ es do peso. No caso do autor [34], utiliza este mecanismo mas com recurso a um fole met´ alico flex´ıvel, realizando assim a altera¸ c˜ ao de flutuabili- dade atrav´ es do volume. Para aumentar a eficiˆ encia deste mecanismo o autor [32]

usa ar comprimido de forma a auxiliar o movimento do pist˜ ao na eje¸ c˜ ao da ´ agua.

Esta implementa¸ c˜ ao pode reduzir assim o custo energ´ etico em 45%.

(a) Sistema ar comprimido e pist˜ ao. (b) Sistema de pist˜ ao.

Figura 2.6: Exemplos de sistemas com pist˜ ao. [32]

(42)

2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro Cap´ıtulo 2

ˆ Sistema de varia¸ c˜ ao de lastro hidr´ aulico

Estes sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro s˜ ao dos mecanismos mais comuns na literatura atual devido ` a flexibilidade de controlo e tamb´ em pelo facto de conceder uma ampla gama de parˆ ametros relevantes para uma s´ erie de ve´ıculos [35]. Frequentemente estes sistemas operam com recurso ` a varia¸ c˜ ao da quantidade de ´ agua armazenada no tanque de lastro atrav´ es de um sistema de bombeamento hidr´ aulico. A altera¸ c˜ ao de flutuabilidade ´ e obtida atrav´ es da varia¸ c˜ ao da quantidade de ´ agua armazenada dentro do tanque. O volume total do ve´ıculo permanece inalterado, alterando apenas a massa do mesmo.

Figura 2.7: Sistemas de varia¸ c˜ ao usando ´ agua do mar [28].

Comparando este sistema, ao sistema tradicional de movimenta¸ c˜ ao de ´ oleo as se- guintes vantagens s˜ ao consideradas [36]:

– Inexistˆ encia de contamina¸ c˜ ao por fuga uma vez que, o flu´ıdo ´ e a pr´ opria ´ agua do mar;

– Menor peso, porque n˜ ao existe necessidade de manter sempre o l´ıquido dentro do reservat´ orio;

– Maior capacidade de flutuabilidade;

(43)

Cap´ıtulo 2 2.2. Sistemas de varia¸ c˜ ao de lastro – Escabilidade dado que a mesma bomba pode ser utilizada com diferentes

reservat´ orios de diferentes dimens˜ oes.

Devido a estes sistemas proporcionarem grande varia¸ c˜ ao de flutuabilidade (>50 litros), s˜ ao frequentemente utilizados em ve´ıculos de grandes dimens˜ oes, sejam eles tripulados ou n˜ ao, [21], [37]. Tal como se pode verificar em [38], observa- se que existe uma constante investiga¸ c˜ ao neste tipo de mecanismos, de forma a encontrar novas solu¸ c˜ oes, para permitir levar ve´ıculos subaqut´ aticos a elevadas profundidades.

ˆ Phase Change Material

Estes sistemas diferenciam-se dos demais mencionados, devido ` a inten¸ c˜ ao de apro- veitar a energia da diferen¸ ca t´ ermica entre a profundidade do oceano e a sua superf´ıcie. A forma de captar essa energia ´ e na utiliza¸ c˜ ao de materiais mudan¸ ca de fase (PCM - Phase Change Materials). Estes materiais tˆ em como principal caracter´ıstica o armazenamento e liberta¸ c˜ ao de energia t´ ermica durante o processo de fus˜ ao e solidifica¸ c˜ ao. Ao descer na coluna de ´ agua, a temperatura da ´ agua en- volvente diminui e com isso o PCM liberta calor e transita da sua fase liquida para a s´ olida. No sentido inverso, a temperatura da ´ agua aumenta, o que faz com que o PCM absolva calor, regresse ` a fase liquida e na mudan¸ ca de fase dilate a mesma propor¸ c˜ ao em que havia encolhido. ´ E a partir desta varia¸ c˜ ao volum´ etrica do PCM que se produz a energia necess´ aria ` a mudan¸ ca de flutuabilidade do ve´ıculo [39]. Um dos prot´ otipos desenvolvidos que usam este sistema de varia¸c˜ ao de flutuabilidade

´ e o SLOCUM THERMAL [40]. Contudo os autores deste prot´ otipo evidenciam ainda algumas dificuldades tanto na eficiˆ encia do processo como tamb´ em no con- trolo de estabilidade do ve´ıculo. A principal limita¸ c˜ ao deste tipo de sistemas incide no volume de varia¸ c˜ ao que ´ e relativamente pequeno.

Figura 2.8: Sistema termal [40].

(44)

Cap´ıtulo 3

Cap´ıtulo 3

Modeliza¸ c˜ ao de ve´ıculos submarinos

Pretende-se neste capitulo abordar os conceitos de modela¸ c˜ ao de ve´ıculos subaqu´ aticos com seis graus de liberdade.

3.1 Referenciais

A caracteriza¸ c˜ ao de referencial refere-se a um sistema de coordenadas, em que ´ e poss´ıvel representar gradezas f´ısicas, como posi¸c˜ oes, velocidades, acelera¸ c˜ oes entre outras. Estas grandezas f´ısicas s˜ ao provenientes de diversos sensores que fornecem dados em diferentes referenciais e que posteriormente s˜ ao sujeitos a transforma¸c˜ oes de coordenadas para um ´ unico referencial. Entre os v´ arios sistemas referenciais usados na rob´ otica marinha destacam-se os seguintes:

ˆ Referencial Inercial

Um referencia inercial pode ser definido como sendo uma referˆ encia para o qual se cumpre o movimento linear. A origem do sistema de coordenadas inercial (x i , y i , z i ), ´ e arbitr´ aria e os eixos de coordenadas podem apontar em qualquer das trˆ es dire¸ c˜ oes perpendiculares. O centro de gravidade da Terra ´ e a origem deste referencial, o eixo x i aponta na dire¸ c˜ ao do ponto vernal (determinado pela posi¸c˜ ao do sol), o eixo z i paralelo ao eixo de rota¸ c˜ ao da Terra, quanto ao eixo y i este est´ a definido pela regra da m˜ ao-direita (ver Figura 3.1).

ˆ Referencial ECEF

(45)

Cap´ıtulo 3 3.1. Referenciais

Figura 3.1: Referencial Inercial [41].

O referencial terrestre convencional ´ e um sistema de coordenadas cartesiano (x e , y e , z e ) do tipo ECEF, acrˆ onimo de earth-centered earth-fixed. A sua origem ´ e no centro de massa da Terra, o eixo x e passa pelo cruzamento entre a linha do equador e o meridiano de Greenwich, o eixo z e paralelo ao eixo de rota¸c˜ ao da Terra e por fim o eixo y e definido assim como o anterior (inercial) pela regra da m˜ ao-direita do sistema de coordenadas ortogonais.

ˆ Referencial Local

Um referencial local (x l , y l , z l ), tamb´ em designado por LTP (Local Tangent Plan), consiste numa superf´ıcie plana tangencial num ponto na Terra onde decorre a navega¸c˜ ao. Os referenciais locais mais utilizados s˜ ao NED (North-East-Down ) e ENU(East-North-Up). O referencial NED ´ e mais utilizado para ve´ıculos a´ ereos e subaqu´ aticos e ENU para ve´ıculos terrestres. No caso do NED, o eixo x l aponta para Norte, o eixo y l para Este e z l para o centro da Terra. No caso do ENU, x l aponta para Este, y l para Norte e z l para cima. A origem destes dois referenciais (NED e ENU) pode ser estabelecida em qualquer ponto do globo. Na Figura 3.2 pode-se visualizar o referencial NED em rela¸ c˜ ao ao ECEF.

ˆ Referencial do Corpo

O referencial do corpo, cont´ em normalmente os seus eixos (x b , y b , z b ) coincidentes com o do ve´ıculo, sendo este o referencial base para todos os sensores inerciais.

Geralmente x b aponta para a frente do ve´ıculo, y b para a direita e z b para baixo.

(46)

3.1. Referenciais Cap´ıtulo 3

Figura 3.2: Referencial NED em rela¸ c˜ ao ao referencial ECEF [41].

A orienta¸ c˜ ao pode ser expressa em ˆ angulos de Euler em que a rota¸c˜ ao em torno de x l ´ e designado por roll, em torno de y b , pitch em torno de z b , yaw. Relativamente ao movimento, nos ve´ıculos aqu´ aticos, surge representa o movimento longitudinal, sway o transversal e heave o movimento vertical.

3.1.1 Sistemas de coordenadas

Na representa¸c˜ ao da dinˆ amica de ve´ıculos submarinos ´ e comum usar dois sistemas de

referenciais distintos: um referencial inercial e o referencial do corpo. O sistema de

coordenadas do corpo, tamb´ em chamado sistema de coordenadas m´ ovel ´ e constitu´ıdo

por {Xo, Yo, Zo}. A origem deste sistema de coordenadas, usualmente ´ e escolhida

mediante o centro de gravidade do ve´ıculo. Poder´ a ser escolhido qualquer outro ponto,

contudo ´ e aconselhado que seja no seu plano de simetria. Para ve´ıculos aqu´ aticos as

suas acelera¸c˜ oes num ponto da Terra podem ser desprezados, uma vez que o movimento

da Terra n˜ ao afeta ve´ıculos com baixa velocidade. Desta forma o referencial {X, Y,

Z}, ´ e assumido como referencial inercial, uma vez que se trata de um ponto fixo na

Terra. Na Figura 3.3, pode ser visualizado o sistema de coordenadas usados em ve´ıculos

subaqu´ aticos. A posi¸ c˜ ao e orienta¸c˜ ao de ve´ıculos submarinos ´ e expressa relativamente

ao referencial inercial, enquanto que as velocidades lineares e angulares s˜ ao relativas ao

referencial do corpo.

(47)

Cap´ıtulo 3 3.1. Referenciais

ˆ Sistema inercial (fixo ` a Terra):

- O: Origem do sistema de coordenadas inercial;

- X: Eixo longitudinal absoluto;

- Y: Eixo transversal absoluto;

- Z: Eixo vertical absoluto.

ˆ Sistema do corpo, m´ ovel (fixo ao corpo) - Oo: Origem do sistema de coordenadas m´ ovel;

- X: Eixo longitudinal, positivo ` a frente do ve´ıculo;

- Y: Eixo transversal, positivo ` a direita do ve´ıculo;

- Z: Eixo vertical, positivo para baixo do ve´ıculo.

Como mencionado anteriormente dois sistemas de referenciais (corpo e inercial) s˜ ao usados para relacionar as grandezas f´ısicas associadas ao ve´ıculo, e com isso caracterizar o seu movimento. Estas grandezas correspondem aos seis graus de liberdade do ve´ıculo e que est˜ ao descritas na tabela 3.1.

Tabela 3.1: Nota¸ c˜ ao dos seis graus de liberdade

DOF For¸ cas e

Momentos

Velocidades linear e angular

Posi¸ c˜ ao e ˆ

angulos Euler

1 trans. na dire¸ c˜ ao x (surge) X u x

2 trans. na dire¸c˜ ao y (sway) Y v y

3 trans. na dire¸ c˜ ao z (heave ) Z w z

4 rot. em torno de x (roll) K p φ

5 rot. em torno de y (picth) M q θ

6 rot. em torno de z (yaw ) N r ψ

Baseado na nomenclatura SNAME(1950), o movimento de um ve´ıculo subaqu´ atico ´ e descrito pelos seguintes vetores:

η = h

η 1 T , η 2 T i T

; η 1 = h

x, y, z i T

; η 2 = h

φ, θ, ψ i T

(3.1)

ν = h

ν 1 T , ν 2 T i T

; ν 1 = h

u, v, w i T

; ν 2 = h

p, q, r i T

(3.2)

(48)

3.1. Referenciais Cap´ıtulo 3

Roll p,K

w (weave) v (sway)

Yaw r,N Pitch

q,M

Yo

Zo

Xo

Referencial fixo ao corpo

O

φ

Y

Z

X

Referencial inercial - fixo à terra

Ψ θ

Figura 3.3: Referencial inercialearth frame e do corpo body frame.

τ = h

τ 1 T , τ 2 T i T

; τ 1 = h

X, Y, Z i T

; τ 2 = h

K, M, N i T

(3.3) Sendo que η 1 representa a posi¸ c˜ ao e η 2 a orienta¸ c˜ ao do veiculo relativamente ao refe- rencial inercial. ν 1 e ν 2 , s˜ ao velocidades lineares e angular, respetivamente, no referencial do corpo. τ 1 representa o vetor de for¸ cas assim como τ 2 representa os vetor de momentos exercidos sobre o corpo.

3.1.2 Angulos ˆ Euler

Existe v´ arias formas de representar a orienta¸ c˜ ao (η 2 ) do ve´ıculo, seja atrav´ es do ˆ angulos

Euler ou de quaterni˜ oes. Nesta disserta¸ c˜ ao s˜ ao utilizados os ˆ angulos de Euler uma vez

que o problema da singularidade para valores de pitch e roll n˜ ao se levanta para o

(49)

Cap´ıtulo 3 3.1. Referenciais ve´ıculo TURTLE, sendo esta representa¸ c˜ ao mais intuitiva de que alternativas como os quaterni˜ oes. Como visto anteriormente a orienta¸ c˜ ao ´ e descrita em trˆ es ˆ angulos, um por cada eixo de um plano cartesiano (x,y,z ), sendo denominado por roll (φ), pith (θ), yaw (ψ), respetivamente. Embora a interpreta¸ c˜ ao f´ısica dos ˆ angulos de Euler seja direta, esta representa¸c˜ ao apresenta singularidades para θ = ±90 º , sendo pass´ıvel das seguintes restri¸ c˜ oes:

− 90° < θ < +90° (3.4) e

− 180 ° < ψ, φ < +180 ° (3.5) No entanto, na maioria dos casos pr´ aticos de opera¸ c˜ oes com ve´ıculos submarinos, a regi˜ ao pr´ oxima dos valores que apresentam singularidades ´ e improv´ avel de ser atingida.

Uma das formas de ultrapassar esta restri¸ c˜ ao ´ e recorrer ao m´ etodo de quaterni˜ oes ou parˆ ametros de Rodriguez cujo custo computacional ´ e mais reduzido mas torna a per- cep¸c˜ ao da orienta¸c˜ ao do ve´ıculo menos intuitiva [42].

A trajet´ oria do ve´ıculo em rela¸ c˜ ao ao sistema de coordenadas inercial ´ e obtida pela transforma¸ c˜ ao da velocidade, juntamente com os ˆ angulos de Euler (η 2 ) do ve´ıculo.

Esta transforma¸c˜ ao ´ e expressa por:

˙

η 1 = J 1 (η 2 )ν 1 (3.6)

Inversamente a velocidade ´ e obtida por:

v 1 = J 1 −1 (η 2 ) ˙ η 1 (3.7)

As matrizes que correspondem aos respetivos ˆ angulos de Euler s˜ ao definidas por:

A rota¸c˜ ao em torno do eixo X (φ) ´ e expressa matematicamente atrav´ es da seguinte matriz:

R x (φ) =

1 0 0

0 cos φ sin φ 0 − sin φ cos φ

 (3.8)

Em torno do eixo Y (θ):

R y (θ) =

cos θ 0 − sin θ

0 1 0

sin θ 0 cos θ

 (3.9)

(50)

3.1. Referenciais Cap´ıtulo 3 Em torno do eixo Z (ψ):

R z (ψ) =

cos ψ sin ψ 0

− sin ψ cos ψ 0

0 0 1

 (3.10)

Transforma¸ c˜ ao da velocidade linear

Dado que as velocidades de transla¸ c˜ ao (ν 1 = [u, v, w] T ) s˜ ao dados no referencial m´ ovel (fixo ao ve´ıculo), estas devem de ser referenciadas em rela¸ c˜ ao ao sistema de coordenadas global (sistema fixo). Na express˜ ao 3.6, J 1 (η 2 ) representa a matriz de transforma¸ c˜ ao obtida pela sequencia da rota¸ c˜ ao dos ˆ angulos de Euler.

J 1 (η 2 ) = J 1 (φ, θ, ψ) = Rz T , ψRy T , θRx T , φ (3.11) Substituindo as matrizes 3.10, 3.9, 3.8, em 3.11, obt´ em-se a matriz de transforma¸ c˜ ao entre referenciais (m´ ovel e fixo):

J 1 (η 2 ) =

cos ψ cos θ − sin ψ cos φ + cos ψ sin θ sin φ sin ψ sin φ + cos ψ cos φ sin θ sin ψ cos θ cos ψ cos φ + sin φ sin θ sin ψ − cos ψ sin φ + sin θ sin ψ cos φ

− sin θ cos θ sin φ cos θ cos φ

 (3.12) Dado que as matrizes de transforma¸ c˜ ao s˜ ao obtidas por opera¸ c˜ oes que envolvem produto das matrizes de rota¸ c˜ ao, sendo esta uma opera¸ c˜ ao n˜ ao comutativa, a sequˆ encia escolhida para as rota¸ c˜ oes influenciam o resultado final.

Uma das propriedades da matriz de transforma¸ c˜ ao J 12 ), ´ e o facto de ser ortogonal, logo:

J 1 −12 ) = J 1 T2 ) = Rx, φRy, θRz, ψ (3.13) Transforma¸ c˜ ao da velocidade angular

Assim como as velocidades de transla¸ c˜ ao, as velocidades angulares (ν 2 = [p, q, r] T ) tamb´ em s˜ ao referidas ao sistema m´ ovel.

A transforma¸c˜ ao da velocidade angular ( ˙ η 2 ) e (ν 2 ), entre os dois sistemas de coorde- nadas ´ e obtida de acordo com:

˙

η 2 = J 222 (3.14)

Referências

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