RR\593152PT.doc PE 357.679v02-00
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PARLAMENTO EUROPEU
2004
2009
Documento de sessão
FINAL A6-0394/2005 06.12.2005
RELATÓRIO
sobre o confisco de veículos automóveis pelas autoridades gregas (2005/2005(INI))
Comissão das Petições Relator: Michael Cashman
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PR_INI_art192
ÍNDICE
PÁGINA
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU ...3
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS...6
ANEXO...10
PROCESSO ...11
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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre o confisco de veículos pelas autoridades gregas
(2005/2005(INI)) O Parlamento Europeu,
- Tendo em conta as numerosas petições apresentadas ao Parlamento Europeu sobre a apreensão de veículos pelas autoridades gregas, assim como o número muito considerável de queixas formais registadas pela Comissão,
- Tendo em conta o artigo 21º do Tratado CE, nos termos do qual qualquer cidadão da União goza do direito de petição ao Parlamento Europeu, em conformidade com o disposto no artigo 194º,
- Tendo em conta o artigo 194º do Tratado CE, nos termos do qual qualquer cidadão da União, bem como qualquer outra pessoa singular ou colectiva com residência ou sede estatutária num Estado-Membro, tem o direito de apresentar, a título individual ou em associação com outros cidadãos ou pessoas, petições ao Parlamento Europeu, sobre qualquer questão que se integre nos domínios de actividade da Comunidade e lhe diga directamente respeito,
- Tendo em conta a Directiva 83/182/CEE do Conselho, de 28 de Março de 1983, relativa às isenções fiscais aplicáveis na Comunidade, em matéria de importação temporária de certos meios de transporte1,
- Tendo em conta o acórdão do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias de 12 de Julho de 2001 relativo ao processo C-262/992,
- Tendo em conta a acção intentada contra a República Helénica pela Comissão das Comunidades Europeias, que deu entrada em 26 de Março de 2004 no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (processo C-156/04)3,
- Tendo em conta o nº 1 do artigo 192º do seu Regimento,
- Tendo em conta o relatório da Comissão das Petições (A6-0394/2005),
A. Considerando a importância das questões e a gravidade dos problemas suscitados pelos peticionários e recordando a observação do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias sobre o efeito que "o direito a conduzir um veículo automóvel surte no exercício dos direitos de livre circulação de pessoas na União Europeia"4,
B. Considerando que os peticionários cumpriam as condições fixadas na Directiva 83/182/CEE para efeitos de isenção, em particular, do imposto sobre o volume de
1 JO L 105 de 23.4.1983, p. 59, na versão que lhe foi dada pelo Acto de Adesão de 2003.
2 [2001] ECR I-5547.
3 JO C 106 de 30.4.2004, p. 47.
4 Acórdão C-193/94, Skanavi e Chryssanthakopoulos, [1996] ECR I-929, ponto 36.
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negócios, de impostos sobre consumos específicos, bem como de qualquer outro imposto de consumo, aquando da importação temporária de veículos rodoviários a motor provenientes de outro Estado-Membro, visto que todos eles tinham a sua "residência normal", ou seja, o lugar onde residiam habitualmente durante pelo menos 185 dias por ano civil, em consequência de vínculos pessoais e profissionais, num Estado-Membro que não a Grécia,
C. Considerando que os peticionários puderam comprovar o lugar da sua residência normal por meios adequados, designadamente mediante os seus bilhetes de identidade, ou outros documentos válidos,
D. Considerando que a imposição de uma sanção administrativa especial e, em particular, de coimas de montante fixo, determinado unicamente com base na cilindrada do veículo, sem ter em consideração a idade do mesmo, assim como de um direito acrescido que pode ascender ao décuplo dos impostos em causa, é incompatível com o princípio comunitário da proporcionalidade,
E. Tendo presentes as obrigações das instituições da União Europeia e dos Estados-Membros para com os seus cidadãos, tal como estabelecidas nos Tratados,
1. Manifesta a sua grande preocupação pelo facto de as autoridades gregas, nos casos específicos referidos nas petições, não terem aplicado a isenção prevista na Directiva 83/182/CEE;
2. Regista que, não obstante tal facto, as autoridades aduaneiras gregas alegaram que os peticionários eram culpados de fuga ou de tentativa de fuga ao pagamento de impostos e não observaram as formalidades estabelecidas no Código Aduaneiro grego; regista, ainda, que foi exigido aos peticionários o pagamento de um direito acrescido equivalente ao décuplo do direito aduaneiro;
3. Considera que o conjunto de medidas administrativas, que a República Helénica considerou adequadas no domínio das infracções aduaneiras e que, no que respeita aos peticionários, levaram à aplicação de sanções que ascendem a montantes muitas vezes superiores ao valor inicial de aquisição do veículo, impede a livre circulação de bens e de pessoas;
4. Está ciente de que, na ausência de harmonização da legislação comunitária em matéria de sanções aplicáveis, nos casos em que as condições previstas pelas disposições adoptadas ao abrigo dessa legislação não são respeitadas, os Estados-Membros têm a faculdade de escolher as sanções que lhes pareçam adequadas; considera, porém, que os Estados-Membros devem exercer essa autoridade em conformidade com o direito comunitário e os seus princípios gerais, e, por conseguinte, em conformidade com o princípio da proporcionalidade;
5. Está ciente de que a escolha das sanções no tocante a infracções relacionadas com a importação temporária de determinados meios de transporte é um assunto que releva do direito nacional, tal como o é a decisão de tomar ou não em consideração a boa-fé do infractor; considera, no entanto, que, tendo em vista a promoção das liberdades garantidas pelos Tratados, a boa-fé do infractor deve ser tomada em consideração na fixação da
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sanção a aplicar-lhe, nos casos em que a determinação das normas aplicáveis deu origem a dificuldades;
6. Regista que um número muito elevado de veículos foi apreendido, confiscado e vendido em hasta pública, facto que considera incompatível com os princípios da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em particular com o seu Capítulo VI (intitulado "Justiça"), e não justificável por exigências superiores de aplicação da lei e prevenção, quando a gravidade da infracção é tida em consideração; observa que o Tribunal de Justiça destacou anteriormente que, no referente à utilização "irregular" de veículos em outros Estados-Membros, são possíveis sanções diferentes do confisco;
7. Considera que o confisco de veículos, bem como o facto de os peticionários ficarem privados da respectiva utilização por muitos anos, é contrário ao direito de propriedade e à liberdade de circulação, e que os peticionários têm o direito de ser devidamente compensados, tendo presentes os prejuízos causados aos seus meios de subsistência e ao seu bom nome;
8. Insta as autoridades gregas a, sem demora, cumprirem as obrigações da República Helénica previstas pelo Tratado e observarem as regras estabelecidas na legislação comunitária, em especial na Directiva 83/182/CEE, de modo a que a Comissão possa desistir da sua acção judicial;
9. Caso as autoridades gregas não procedam deste modo, insta a Comissão a prosseguir sem demora a sua acção judicial contra a República Helénica;
10. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução e a exposição de motivos que a acompanha ao Conselho, à Comissão e ao Governo e ao Parlamento da República Helénica.
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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
A problemática geral
A Comissão das Petições examinou, nos últimos anos, um vasto número de petições relativas ao confisco de veículos automóveis por parte das autoridades gregas, e mais recentemente na sua reunião de 23.11.2004, na qual foi decidido – sem prejuízo da pendência do processo C-156/04 no Tribunal de Justiça Europeu – contactar mais uma vez as autoridades gregas e, ao mesmo tempo, submeter o assunto à Plenária.
Os peticionários referem-se a várias irregularidades ocorridas na Grécia, quando as autoridades aduaneiras, suspeitando de que os veículos dos peticionários matriculados num país estrangeiro estavam a ser ilegalmente importados e utilizados na Grécia, procederam à sua apreensão. Subsequentemente, foram deduzidas acusações importantes contra os peticionários. Apesar das repetidas diligências destes junto das diferentes autoridades judiciais na Grécia, do acórdão do Tribunal de Justiça Europeu no processo C-262/99 (Paraskevas Louloudakis contra Elliniko Dimosio) e da acção intentada pela Comissão Europeia contra a República Helénica (processo C-156/04), o problema do confisco dos veículos ainda não foi resolvido.
A legislação comunitária aplicável nos casos referidos pelos peticionários é a Directiva 83/182/CEE do Conselho, de 28 de Março de 1983, relativa às isenções fiscais aplicáveis na Comunidade, em matéria de importação temporária de certos meios de transporte. Esta Directiva prevê uma isenção em casos em que se verificam determinadas condições, nomeadamente quando o veículo foi adquirido nos termos das regras gerais de tributação em vigor no mercado interno de um Estado-Membro, quando o importador do veículo tem a sua residência normal num Estado-Membro que não o Estado-Membro da importação temporária e utiliza o veículo para seu uso particular, ou quando o veículo não é objecto de cessão ou locação no Estado-Membro de importação temporária, nem objecto de empréstimo a um residente neste Estado-Membro. A isenção fiscal para a utilização temporária de um veículo num Estado-Membro que não aquele onde o veículo foi matriculado é válida por um período, contínuo ou não, não superior a seis meses em cada doze meses. Todos os peticionários satisfaziam as condições de isenção estabelecidas na Directiva 83/182/CEE.
Não obstante, a aplicação desta directiva na Grécia tem sido muito problemática. Vários acórdãos do Tribunal de Justiça e muitas queixas (cerca de quarenta), bem como numerosas petições de cidadãos gregos e de outros cidadãos europeus às instituições europeias dizem respeito a este assunto. A questão levantada pelos peticionários insere-se neste contexto. A este propósito, os três problemas principais que se colocam são os seguintes:
1. Determinação do local de "residência normal"
Apesar de, no entender das autoridades gregas, a legislação do seu país estar formalmente correcta quanto a este ponto, já que reproduz exactamente a formulação do artigo 7º da directiva, parece que a aplicação prática desta regra na Grécia dá origem a dificuldades.
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Constatou-se que nacionais gregos que trabalharam e viveram durante muitos anos noutro Estado-Membro foram considerados residentes na Grécia. Além disso, verifica-se que as autoridades gregas atribuem uma importância desproporcionada aos “vínculos familiares”
para a determinação do local de “residência normal”. Por exemplo, um adulto que viva independentemente em outro Estado-Membro enquanto os seus pais continuam a viver na Grécia é considerado residente na Grécia até ao momento em que casar no estrangeiro.
O Tribunal decidiu que, para efeitos do artigo 7º da directiva, entende-se por “residência normal” o local onde uma pessoa vive habitualmente, isto é, durante pelo menos 185 dias por ano civil, por motivo de vínculos pessoais e profissionais, ou, no caso de uma pessoa sem vínculos profissionais, por motivo de vínculos pessoais que mostrem laços importantes entre essa pessoa e o local onde está a viver. No entanto, a “residência normal” de uma pessoa cujos vínculos profissionais se situam num local diferente do dos seus vínculos pessoais e que, por conseguinte, vive alternadamente em diferentes locais situados em dois ou mais Estados-Membros, deve ser considerada como sendo o local dos seus vínculos pessoais, desde que a pessoa em causa se desloque regularmente a esse local. Não é necessário que esta última condição se verifique nos casos em que a pessoa está a viver num Estado-Membro a fim de desempenhar uma tarefa de duração determinada1.
Quando uma pessoa tem laços, quer pessoais quer profissionais, em dois Estados-Membros, como é o caso de alguns dos peticionários, a sua residência normal, determinada no contexto de uma apreciação geral que tome como referência todos os factos relevantes, é, portanto, o local onde se situa o centro de interesses permanente dessa pessoa. Caso tal apreciação geral não resulte na determinação da residência normal, deve ser dada primazia, segundo o Tribunal de Justiça, aos vínculos pessoais.
Há que ter presente, neste contexto, que os peticionários satisfizeram as regras gerais de determinação da residência, tal como estabelecidas no nº 2 do artigo 7º da directiva, que determina que os particulares devem comprovar o lugar da sua residência normal por qualquer meio, designadamente mediante bilhete de identidade, ou qualquer outro documento válido, e que, nos casos em que as autoridades competentes tiveram dúvidas quanto à validade dos meios fornecidos, os peticionários forneceram a informação ou os elementos comprovativos adicionais solicitados.
2. As sanções extremamente severas impostas em caso de infracção às regras estabelecidas na Directiva 83/182/CEE
Foram impostas aos peticionários coimas astronómicas (em função da cilindrada dos veículos) por cada veículo automóvel que aqueles “importaram para” a República Helénica “sem o declarar”, bem como a duplicação dos direitos aduaneiros e outros impostos a que, segundo as autoridades aduaneiras, os peticionários fugiram intencionalmente – procedimento que causou aos peticionários problemas de saúde graves e grandes prejuízos financeiros.
A este propósito, o Tribunal decidiu que uma sanção neste domínio é compatível com o princípio da proporcionalidade apenas na medida em que se torna necessária por força de exigências superiores de aplicação da lei e prevenção, quando a gravidade da infracção é tida em conta, e que, nos casos em que a determinação das disposições aplicáveis deu origem a dificuldades, a boa-fé do infractor deve ser tida em conta ao determinar a sanção que lhe é
1 Acórdão no processo C-262/99, fundamento 8.
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efectivamente aplicada.
O Parlamento Europeu considera, por conseguinte, que as decisões dos tribunais gregos no sentido da aplicação de sanções administrativas, que ascendem a montantes várias vezes superiores ao do preço original de aquisição dos veículos, são incompatíveis com os princípios da livre circulação de bens e de pessoas, e que as sanções administrativas nacionais só são compatíveis com o direito comunitário na medida em que não constituam obstáculo ao exercício das liberdades garantidas pelos Tratados.
As disposições nacionais com base nas quais pode ser aplicada uma coima de montante várias vezes superior ao do preço original de aquisição do bem num Estado-Membro diferente constituem, certamente, um meio adequado de prevenir a evasão fiscal e de dissuadir potenciais prevaricadores de cometerem tal infracção. As coimas impostas aos peticionários pelas autoridades gregas têm três vertentes: a duplicação dos impostos devidos, uma coima determinada em função da cilindrada e uma coima de montante fixo. Em nenhum dos casos referidos pelos peticionários as autoridades gregas tiveram em conta a idade do veículo, e o Parlamento Europeu subscreve a posição dos peticionários, segundo a qual o direito acrescido, que pode ascender ao décuplo dos impostos em questão, é incompatível com o princípio comunitário da proporcionalidade.
3. Nos casos em que a determinação das disposições aplicáveis deu origem a dificuldades, deve ser tida em conta a boa-fé do infractor
À luz da finalidade da directiva, que é a de promover as liberdades garantidas pelos Tratados, nos casos em que a determinação das regras aplicáveis deu origem a dificuldades, a boa-fé do infractor deve ser tida em conta no momento em que se determina a sanção que lhe é efectivamente aplicada.
A severidade das sanções impostas é, pois, especialmente problemática no caso dos peticionários, que pensam, em boa-fé, que devem ser considerados residentes noutro Estado-Membro, enquanto as autoridades gregas os consideram, pelo contrário, como sendo residentes na Grécia. Nestes casos, os peticionários foram punidos com uma severidade que não parece justificada nem proporcionada.
Há que referir que a legislação grega nesta matéria foi modificada com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2002. A nova legislação prevê uma redução do grau de severidade das sanções aplicadas em caso de infracção à Directiva 83/182/CEE. No entanto, as sanções parecem continuar a ser desproporcionadas e há problemas consideráveis que não foram resolvidos, por exemplo, o facto de as autoridades gregas considerarem que a directiva não é aplicável a partir de 1 de Janeiro de 1993. Além disso, o problema do confisco dos veículos parece subsistir, uma vez que a nova legislação continua a prever esta sanção.
Nestas circunstâncias, em 26 de Março de 2004, a Comissão Europeia intentou uma acção contra a Grécia no Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (processo C-156/04). A Comissão Europeia considera que a Grécia não cumpriu as obrigações que lhe são cometidas pelo artigo 90º do Tratado CE, nos termos do qual nenhum Estado-Membro fará incidir, directa ou indirectamente, sobre os produtos dos outros Estados-Membros imposições internas, qualquer que seja a sua natureza, superiores às que incidam, directa ou
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indirectamente, sobre produtos nacionais similares, nem imposições internas que protejam indirectamente outros produtos, e infringiu a Directiva 83/182/CEE relativa às isenções fiscais aplicáveis na Comunidade, em matéria de importação temporária de certos meios de transporte. Na sua argumentação principal, a Comissão salienta ainda que a determinação da residência normal é um pressuposto para a aplicação de sanções e que um imposto múltiplo é desproporcionado em relação à gravidade da infracção relativa à circulação temporária de veículos num Estado-Membro, constitui uma restrição das liberdades reconhecidas pelo Tratado, impede a livre circulação dos cidadãos da Comunidade e viola a Directiva 83/182/CEE. Dado que, no momento da aprovação do relatório, a questão se encontra ainda pendente nos tribunais gregos, foram retiradas do texto da resolução as referências pertinentes.
Cabe assinalar, a este propósito, que o grande número de apreensões, confiscos e vendas em hasta pública dos veículos em causa e as perdas daí resultantes para os peticionários por muitos anos são incompatíveis com os princípios da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia e particularmente contrários ao direito à propriedade e à liberdade de circulação, e que os peticionários têm direito a ser devidamente compensados.
5. Observações finais
Apesar de ser uma questão que ultrapassa o âmbito do presente relatório, é, ainda assim, pertinente referir que o Parlamento Europeu recebeu um grande número de petições relativas à tributação exorbitante e desproporcionada, em diversos Estados-Membros, da importação permanente de veículos automóveis na sequência de mudança de residência. Foram também apresentadas à Comissão Europeia queixas cada vez mais numerosas de cidadãos e do sector automóvel, e alguns dos casos foram levados ao Tribunal de Justiça. A legislação comunitária aplicável nestes casos é a Directiva 83/183/CEE relativa às isenções fiscais aplicáveis às importações definitivas de bens pessoais de particulares provenientes de um Estado-Membro.
O facto de estarem em vigor na União Europeia 25 regimes diferentes de tributação dos veículos automóveis tem originado entraves, distorções e ineficiência fiscais, e, do ponto de vista do mercado interno, o mercado automóvel na União Europeia continua muito longe de ser um verdadeiro mercado único1. Do ponto de vista do peticionário, o conceito de mercado único implica a liberdade de circular entre Estados-Membros e de adquirir um veículo no Estado-Membro que entenda, pagando impostos ligados à aquisição nesse Estado.
Os cidadãos, que se dirigiram ao Parlamento Europeu submetendo uma petição, esperavam, compreensivelmente, que os níveis de tributação dos veículos automóveis fossem objecto de aproximação e que os problemas ligados à circulação – quer temporária, quer permanente – entre Estados-Membros desaparecessem.
1 Foi elaborado um estudo para a Comissão Europeia sobre a tributação de veículos automóveis nos Estados-Membros da UE, o qual pode ser consultado em:
http://europa.eu.int/comm/taxation_customs/publications/reports_studies/report.htm
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ANEXO
Petições apresentadas ao Parlamento Europeu sobre o confisco de veículos automóveis pelas autoridades gregas:
0329/1994 apresentada por Siegfried Klattner 0332/1994 apresentada por Dimitrios Mastorakis 0879/1995 apresentada por Georg Papalambros 1154/1995 apresentada por Frank Röwe
0632/1997 apresentada por Panagiota Damouli 0659/1999 apresentada por Dakis Galentzas 0104/2001 apresentada por Periklis Kolioulis 0594/2002 apresentada por Paraskevas Louloudakis 0597/2002 apresentada por Petros Papadopoulos 0083/2003 apresentada por Nikolaos Adamopoulos 1233/2003 apresentada por Ioannis Lambros 1257/2003 apresentada por Mario Vogna 0054/2004 apresentada por Christos Rinis 0049/2005 apresentada por Anna Zecchino
0057/2005 apresentada por Anastasios Theodoridis 0060/2005 apresentada por Konstantinos Iatrou 0061/2005 apresentada por Carola Lemke-Leontoglou 0064/2005 apresentada por Christina Tsichlaki
0094/2005 apresentada por Studio Fiorentino 0171/2005 apresentada por Viviana Dolcetti 0242/2005 apresentada por Regina Vecchi
0397/2005 apresentada por Georgios Kourmouzas 0547/2005 apresentada por Keith Salter
0629/2005 apresentada por Klaus Schirmer 0661/2005 apresentada por Christos Krikonas
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PROCESSO
Título Relatório sobre o confisco de veículos automóveis pelas autoridades gregas
Nº de processo 2005/2005(INI)
Base regimental Art. 45º
Comissão competente quanto ao fundo
Data de comunicação em sessão PETI 24.2.2005 Comissões encarregadas de emitir
parecer
Data de comunicação em sessão Comissões que não emitiram parecer
Data da decisão Cooperação reforçada
Data de comunicação em sessão Outras proposta(s) de resolução incluída(s) no relatório
Relator(es)
Data de designação Michael Cashman
18.1.2005 Relator(es) substituído(s)
Exame em comissão 24.5.2005 10.10.2005 23.11.2005
Data de aprovação 23.11.2005
Resultado da votação final A favor:
Contra:
Abstenções:
14 0 3 Deputados presentes no momento da
votação final
Robert Atkins, Ines Sender Ayala, Alessandro Battilochio, Michael Cashman, David Mintz Hammerstein, Roger Helmer, Angulo Carlos Iturgaiz, Marcin Libicki, David Martin, Manolis Mavrommatis, Marie Panayotopoulos-Cassiotou, Willy Meyer Pleite, Luciana Sbarbati, Rainer Wieland
Suplentes presentes no momento da votação final
Suplentes (nº 2 do art. 178º) presentes no momento da votação final
Herbert Bosch, Sarah Ludford, Antonio Masip Hidalgo
Data de entrega – A6 6.12.2005 A6-0394/2005