• Nenhum resultado encontrado

M´arciaD’EliaBranco InferˆenciaBayesiana-Aula2-

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "M´arciaD’EliaBranco InferˆenciaBayesiana-Aula2-"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Inferˆ encia Bayesiana - Aula 2 -

M´arcia D’Elia Branco

Universidade de S˜ao Paulo Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica

(2)

Inferˆ encia e Decis˜ ao

Os problemas de estima¸c˜ao e teste de hip´oteses podem ser vistos como problemas de decis˜ao.

Os elementos de um problema de decis˜ao no contexto de inferˆencia s˜ao:

(1) Espa¸co de a¸c˜oesA: poss´ıveis resposta para o problema de inferˆencia;

+ Aceitar ou rejeitar uma hip´otese por exemplo.

(2) Espa¸co Θde todos os estados da natureza.

+ conjunto dos valores do parˆametro de interesse.

(3) Espa¸co amostral X: poss´ıveis resultados de um experimento.

(4) Fun¸c˜ao de perda L(θ, a) : Θ× A →R+

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(3)

Inferˆ encia e Decis˜ ao

No contexto Bayesiano, temos associada aθuma distribui¸c˜ao de probabilidades. Ent˜ao, para cada afixada,L(θ, a)´e uma

quantidade aleat´oria.

As decis˜oes s˜ao feitas considerando-se os riscosa posteriori das a¸c˜oes.

O risco de uma a¸c˜ao, ou decis˜ao,a∈ A´e a perda esperada a posteriori dada por

r(a|x) = Z

Θ

L(θ, a)f(θ|x)dθ.

A a¸c˜ao ´otima ou Regra de Bayes´e uma a¸c˜aoa tal que a =minar(a|x).

O Risco de Bayes´e dado por: r(a |x).

(4)

Inferˆ encia e Decis˜ ao

Exemplo 1: Um m´edico tem que decidir se envia (a= 1) ou n˜ao (a= 0) um paciente para uma cirurgia. Se a probabilidade do paciente estar doente (θ= 1) ´e π (desconhecido) e se sua fun¸c˜ao de perda ´e

L(θ, a) =





0 se θ= 0, a= 0 500 se θ= 0, a= 1 1000 se θ= 1, a= 0 100 se θ= 1, a= 1

(1)

ent˜ao os riscos associados a cada a¸c˜ao s˜ao:

r(0) = 0(1−π) + 1000π= 1000π r(1) = 500(1−π) + 100π = 500−400π.

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(5)

Inferˆ encia e Decis˜ ao

A decis˜ao depende da incerteza que o m´edico tem sobre a presen¸ca da infermidade (π). A decis˜ao ´otima ´e

Se π >0.357, a Regra de Bayes ´e a= 1 (indicar cirurgia) Se π <0.357, a Regra de Bayes ´e a= 0 (n˜ao indicar cirurgia) Se π = 0.357n˜ao existe uma Regra de Bayes.

Para aprender sobreπ podemos realizar um experimento, observar X=x e obter π=P(θ= 1|x).

(6)

Estudo da maturidade sexual do peixe-galo

Voltamos ao nosso exemplo da aula 1.

Suponha que temos que escolher entre trˆes tipos de redes de pesca.

As alternativas s˜ao A, B e C (aumentando o tamanho de malha da rede).

A preferˆencia ´e capturar as fˆemeas que j´a atingiram matura¸c˜ao sexual, peixes maiores queLT50.

Neste caso, o estado da natureza ´e o tamanho da matura¸c˜ao, θ=LT50.

A fun¸c˜ao de perda ´e dada por:

Rede |Tamanho <20 20 - 25 25 - 30 30 - 35 35 - 40 ≤40

A 1 0 2 4 6 8

B 3 2 1 0 2 4

C 4 3 2 1 0 2

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(7)

Estudo da maturidade sexual do peixe-galo

N˜ao ´e poss´ıvel obter uma forma anal´ıtica fechada para a distribui¸c˜aoa posteriorideLT50. No entanto, podemos obter a probabilidadea posterioride cada intervalo utilizando um m´etodo de Monte Carlo para simular da distribui¸c˜aoa posteriori.

LT50 <20 20 - 25 25 - 30 30 - 35 35 - 40 ≤40 Prob 0.005 0.125 0.607 0.234 0.024 0.004

A perda esperada (ou risco) para cada decis˜ao ´e 2.334(A),0.939(B) e 1.854(C).

Portanto, a decis˜ao que minimiza o risco ´e

”Escolher a rede de malha B”.

O Risco de Bayes ´e r(B |x) = 0.939.

(8)

Inferˆ encia e Decis˜ ao

Alguns exemplos de fun¸c˜oes de perdas e decis˜oes Bayesianas no contexto de estima¸c˜ao. A= Θ

Perda quadr´atica: L(θ, a(x)) = (a(x)−θ)2. Resulta que E[θ|x]´e a decis˜ao ´otima eV ar[θ|x]´e o risco de Bayes.

Perda absoluta: L(θ, a(x)) =|a(x)−θ|. Resulta que

M ed[θ|x]´e a decis˜ao ´otima eE[|M ed(θ|x)−θ|]´e o risco de Bayes.

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(9)

Representa¸c˜ ao da informa¸c˜ ao a priori.

Procedimentos subjetivos× objetivos.

Os procedimentos subjetivos consistem em transformar a informa¸c˜ao obtida pelos especialistas em medidas de probabilidades. Elicia¸c˜ao da distribui¸c˜aoa priori.

Os procedimentos objetivos consistem em obter distribui¸c˜oes a priori que s˜ao dominadas pelos dados (pouco informativas).

As prioris objetivas podem ser constru´ıdas sem depender da opini˜ao dos especialistas sobre o parˆametro, mas em geral, dependem do modelo estat´ıstico proposto paraX |θ.

O uso de distribui¸c˜oesa priori conjugadas ´e uma facilitador na obten¸c˜ao das inferˆenciasa posteriori

(10)

Representa¸c˜ ao da informa¸c˜ ao a priori.

Nos procedimentos subjetivos o desafio ´e transformar as informa¸c˜oes dos especialistas em distribui¸c˜oes de probabilidades.

Se Θ´e finito, podemos usar frequˆencias relativas de eventos anteriores como aproxima¸c˜oes de probabilidades.

Se θ´e cont´ınuo (maioria dos casos) buscamos informa¸c˜oes sobre probabilidades de intervalos ou medidas resumos, tais como m´edia e variˆancia.

Exemplo: Captura-recaptura de Lagartos (Robert, C., 2001) Parˆametros de interesse: pt probabilidade de captura de um animal no instantet.

Informa¸c˜ao obtida via especialistas: M´edia e intervalos de probabilidade 0.95.

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(11)

Representa¸c˜ ao da informa¸c˜ ao a priori.

Tempo 2 3 4 5 6

M´edia 0.3 0.4 0.5 0.2 0.2

IC de 0.95 [0.1,0.5] [0.2,0.6] [0.3,0.7] [0.05,0.4] [0.05,0.4]

Qual distribui¸c˜ao de probabilidade usar?

Usando a distribui¸c˜ao Beta, temos

Tempo 2 3 4 5 6

f(θ) Be(6,14) Be(8,12) Be(12,12) Be(3.5, 14) Be(3.5, 14)

(12)

Prioris conjugadas

Quando decidimos fazer uma an´alise conjugada buscamos por Simplicidade na deriva¸c˜ao da distribui¸c˜ao a posteriori.

Parˆametros interpret´aveisa posterior.

Defini¸c˜ao 1: Uma fam´ılia de distribui¸c˜oes de probabilidades H, emΘ, ´e conjugada com respeito ao modelo amostral

F={f(x|θ) :θ∈Θ} se

h(θ)∈ H ⇒h(θ|x)∈ H, ∀x.

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(13)

Prioris conjugadas

Exemplo 1: O modelo BinomialBin(n, θ) tem a distribui¸c˜ao Beta como uma fam´ılia conjugada. Pois,

θ∼Be(a, b) ⇒θ|x∼Be(a+x, b+n−x).

Exemplo 2: O modelo Normal N(θ, σ2),σ2 conhecido. A fam´ılia Normal ´e conjugada. Pois,

θ∼N(m0,1/τ0) ⇒ θ|x∼N(m1,1/τ1)

comτ1= σ120 em1= 1/στ 2

1 x+ττ0

1m0.

Note que, se definirmos a fam´ıliaHde forma muito ampla com por exemplo, todas as medidas de probabilidades emΘ, tamb´em obtemos a conjuga¸c˜ao.

(14)

Prioris conjugadas

Defini¸c˜ao 2: Uma fam´ılia de distribui¸c˜oes de probabilidadesH, emΘ, ´e conjugada natural com respeito ao modelo amostral F={f(x|θ) :θ∈Θ} se,

H´e fechada com respeito ao modelo amostralF, isto ´e, se f(x|θ)∈ F ´e proporcional a um membro de H, para cada x∈ X.

H´e fechada com respeito ao produto, isto ´e, para todo a0, a1 ∈ A, existe a2 tal que

π(θ|a0)π(θ|a1) =π(θ|a2).

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(15)

Prioris conjugadas

Exemplo 1: A fam´ılia Beta ´e conjugada natural?

f(x|θ)∝θx(1−θ)n−x

´e proporcional a umaBeta(x+ 1, n−x+ 1).

? Portanto, a primeira condi¸c˜ao ´e verificada. ? Al´em disso,

f(θ|a0, b0)f(θ|a1, b1)∝θa0+a1−2(1−θ)b0+b1−2 ∝θa3−1(1−θ)b3−1

coma3 =a0+a1−1 e b3 =b0+b1−1.

?A fam´ılia Beta ´e fechada em rela¸c˜ao ao produto. ?

(16)

Prioris conjugadas

Teorema: Se o modelo amostral F ={f(x|θ) :θ∈Θ} possui estat´ısticas suficientes de dimens˜ao fixa, ent˜ao existe uma fam´ılia conjugada natural.

Exemplo 2: x1, . . . , xn amostra (cond. i.i.d.) da N(θ, σ2) com σ2 conhecido. Temos quef(x1, . . . , xn|θ)´e igual a

(2πσ2)−n/2e

1

2 n

P

i=1

(xi−¯x)2

en2(θ−¯x)2

Pelo teorema da fatora¸c˜ao,X¯ ´e suficiente paraθ. Como X¯ tem dimens˜ao 1 para todon, segue que possui conjugada natural.

´E f´acil ver que neste caso o modelo normal ´e a fam´ılia conjugada natural. (Exerc´ıcio!)

Obter a posteriorif(θ|x1, x2, . . . xn).

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(17)

Prioris conjugadas

Exemplo 3: x1, . . . , xnamostra (cond. i.i.d.) daCauchy(θ).

Neste caso a estat´ıstica suficiente tem dimens˜ao igual ao tamanho da amostra. Portanto, n˜ao existe a conjugada natural.

Exemplo 4: x1, . . . , xnamostra (cond.i.i.d) da U(0,θ) com θ >0.

Podemos verificar queX(n) =max{x1, . . . , Xn} ´e suficiente para θ. Portanto, existe uma fam´ılia conjugada natural.

Como obter? Olhar para fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao de T(x) =X(n), f(t|θ) =nθ−ntn−1I(t,+∞)(θ).

A distribui¸c˜ao de Pareto ´e a conjugada natural. (Exerc´ıcio!)

(18)

Fam´ılia Exponencial

X|θpertence a fam´ılia exponencial k-param´etrica se sua f.d.p (ou f.p.) pode ser representada como

f(x|θ) =c(θ)h(x)e

k

P

j=1

Qj(θ)Rj(x)

com o suporte n˜ao envolvendoθ.

Se temosx1, . . . , xn uma amostra (cond.i.i.d) deX|θ, ent˜ao

f(x1, . . . , xn|θ) = [c(θ)]n

n

Y

i=1

h(xi)e

k

P

j=1

Qj(θ)Tnj

comTnj =Pn

i=1Rj(xi).

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

(19)

Fam´ılia Exponencial

Podemos verificar (ver teoria cl´assica) que o vetor aleat´orio T = (Tn1, . . . , Tnk) ´e uma estat´ıstica suficiente (min´ıma) para o vetorθ e sua f.d.p (ou f.d.) ´e dada por

f(t|n, θ) = [c(θ)]ng(t)e

k

P

j=1

Qj(θ)tj

para alguma fun¸c˜ao g(t) que n˜ao envolveθ.

Al´em disso, a dimens˜ao de T n˜ao depende do tamanho amostraln.

Assim, existe uma fam´ılia conjugada natural na forma f(θ|a0, a1, . . . , a) =...

(20)

Referencias.

Kinas, P.G. e Andrade, H.A. (2010). Introdu¸c˜ao `a an´alise bayesiana (com R). Editora: maisQnada.

Migon, H and Gamerman, D. (1999). Statistical Inference:

An integrated approach. Chapman and Hall/CRC.

Paulino, D. , Turkman, M.A. eMurteira, B. (2003).

Estat´ıstica Bayesiana. Funda¸c˜ao Calouse Gulbenkian - Lisboa.

Robert, C.P. (2001). The Bayesian Choice. Springer.

arcia D’Elia Branco Inferˆencia Bayesiana - Aula 2 -

Referências

Documentos relacionados

rgeom(n, p) distribui¸ c˜ ao Geom´ etrica(p) runif(n, a, b) distribui¸ c˜ ao Uniforme(a,b) rexp(n, lambda) distribui¸ c˜ ao Exponencial(lambda) rnorm(n, mean, sd) distribui¸ c˜

Probabilidade como uma medida pessoal de incerteza, n˜ ao como o limite da frequˆ encia relativa (postura cl´ assica).... Na escola Bayesiana cada observa¸ c˜ ao ´ e

Exemplo 2: Dois laborat´ orios s˜ao candidatos para an´alise de uma substˆancia: Fleury e Lavoisier?. A escolha ´e feita via lan¸camento de uma moeda, e o Fleury

Para evitar isso, vocˆ e pode mover os dois comandos do preˆ ambulo para algum lugar ap´ os o comando \tableofcontents ou definitivamente n˜ ao us´ a-los, porque vocˆ e ver´ a que

Se um experimento aleat´ orio sequencial constitui-se de n repeti¸ c˜ oes do mesmo experimento aleat´ orio simples com dois resultados poss´ıveis, a serem chamados “sucesso”

Tendo em mente o problema de se obter um integral que satisfizesse um Teorema da Divergˆ encia bem geral, e que adicionalmente dispusesse de uma f´ ormula de mudan¸ca de vari´ aveis

Exemplo 3: Num processo de produ¸c˜ ao observou-se 2 pe¸ cas fora de determinada especifica¸ c˜ ao de qualidade entre as 9 selecionadas aos acaso do processo... Teste de

pppp ppp pppp ppp pppp ppp ppppp pppppppp pppp ppppp ppppp pppppppppp ppppp ppppppppppppp ppppppp ppppppppppppppp pppppppp ppppppppppppppppp pppppppp pppppppppppppppppppp